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Politica Nacional da Saúde Integral da População Negra- PNSIPN EPIDEMIOLOGIA, RACISMO INSTITUCIONAL (RI) E INIQUIDADES NA PERSPECTIVA DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA Regina Maria Faria Gomes Setembro 2015 1 Imagem curso UNA-SUS Fonte imagem Revista RADIS : a Saúde da População Negra os Males da Desigualdade.

Epidemiologia, Racismo Institucional e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Politica Nacional da Saúde Integral da População Negra- PNSIPN

EPIDEMIOLOGIA, RACISMO INSTITUCIONAL (RI) E INIQUIDADES NA PERSPECTIVA DA SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

Regina Maria Faria GomesSetembro 2015 1

Imagem curso UNA-SUS

Fonte imagem Revista RADIS: a Saúde da População Negra os Males da Desigualdade.

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Sou formada em Psicologia pela Universidade de

Guarulhos(UNG), turma de 1983. Especializei-me em

Psicologia Clinica, Psicopatologia do Trabalho,

Dependência Química, Gestão Saúde Publica, Gênero

e Politicas Públicas, Impactos da Violência em Saúde,

entre tantos temas.

Estou casada, dois filhos, Servidora Publica e

recentemente com Deficiência física pela Síndrome

pós-poliomielite e Auditiva.

Contatos: [email protected]

Facebook: http://facebook.com/Regomes1 Buzzero:

http://www.buzzero.com/autores/regomes1?a=regomes1

2

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

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A Buzzero e tod@s educadores, mestres, autores/as e militantes que tem participado da minha jornada em busca e aprendizado de estar um ser humano melhor, na busca de igualdade de direitos entre homens e mulheres, brancos/negro/indígenas e de contribuição na construção de politicas que visem a interferir nestas situações de desigualdades e iniquidades. São muitos/as que estão contribuindo, sendo assim, estou correndo o risco de não pronuncia-los/ás, pois a maioria dos conceitos aqui citados vieram destas fontes e de com certeza da minha fé na sua existência de um poder Superior. Agradecimento especial a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) fonte principal deste aprendizado que , hoje partilho.

3

http://www.unasus.gov.br/

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Olá, vamos prosseguir na jornada para fortalecer a construção histórica do Sistema Único de Saúde, o SUS. Já passamos pelo tema Saúde, Bem-Estar e Cultura Negra na perspectiva da Politica Nacional da Saúde Integral da População Negra- PNSIPN e SUS e a Política Nacional da Saúde Integral da População Negra -Aqui você esta convidado a fazer uma análise e reflexão Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vamos lá, Continuemos a jornada de estudo!

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Para o melhor aproveitamento de seu estudo, não deixe de pesquisar a bibliografia , a legislação citada e os sites indicados . A maioria está com hiperlink, somente clicar em cima que abrirá o link.Não deixe de compartilhar opiniões, propor discussões, explicitar as suas dúvidas.

Prossiga

Fonte: Google imagens

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6

Estamos aqui, para acompanhá-lo/a reforçando conceitos efornecendo dicas para facilitar oseu aprendizado.

Vamos dar continuidade na análise e reflexão sobre o Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra.

Excelente estudo!

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Vamos então verificar a grade temática que acompanha esta aula.Então...preparados/as para começar? Vá para o próximo slide para ter panorama geral deste curso

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Sumário

8

titulo slide

Palavras iniciais 2

agradecimento 3

Sumário 8

Objetivos 9

Símbolo da PNSIPN 15

Evidências científicas sobre iniquidades étnico-raciais

21

Epidemiologia 37

Linha do Tempo -dados secundários em saúde com o recorte étnico-racial

48

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais 63

Quesito Cor 75

titulo slide

Racismo Institucional 93

Síntese Sobre Epidemiologia, Ri e Iniquidades

136

Caixa de Ferramentas 149

Links 150

Referências Bibliográficas 151

Sites 153

Vídeo 154

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Objetivo Geral

9

Espero que você profissional de

saúde, venha a atuar, pela

perspectiva do cuidado centrado

na pessoa e na família, para

implementação da Política

Nacional Integral da População

Negra-PNSIPN promovendo o

acesso ao SUS e ao cuidado de

saúde equânime e culturalmente

pertinentes às necessidades da população negra.

Prossiga

Fonte: Google imagens

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Objetivo específico

10

Prossiga

Que na sua pratica você Identifique a Política Nacional da Saúde Integral da População Negra - PNSIPN enquanto estratégia para o aumento do acesso ao SUS e na melhora da qualidade do cuidado na sua Unidade de Saúde.

Fonte: Google imagens

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Que você seja capaz de Identificar a PNSIPN e os fundamentos do SUS, nas seu cotidiano, fortalecendo as politicas de promoção da equidadee direitos dos usuários.

Objetivo Específico

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Que no final desta leitura você seja capaz de Identificar inequidades referentes à população negra por meio dos dados epidemiológicos, abordando o Racismo Institucional (RI) em todas as suas dimensões: interpessoal e programática.

Objetivo Específico desta aula

12

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Fonte: Google imagens

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A Duas primeiras aulas sobre : Saúde, Bem-Estar e Cultura Negra – e a aula Sus e a Política Nacional da Saúde Integral da População Negra - esta disponível na Buzzero para acessar este e outros cursos de minha autoria clique neste link

Fonte imagem: Google imagens

Imagem curso UNA-SUS

http://www.buzzero.com/autores/regomes1?a=regomes1

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Em todo o mundo... Minorias étnicas continuam a ser

desproporcionalmente pobres, desproporcionalmente afetadas

pelo desemprego e desproporcionalmente menos escolarizadas

que os grupos dominantes. Estão sub-representadas nas

estruturas políticas e super-representadas nas prisões. Têm menos

acesso a serviços de saúde de qualidade e, consequentemente,

menor expectativa de vida. Estas, e outras formas de injustiça

racial, são a cruel realidade do nosso tempo, mas não precisam ser

inevitáveis no nosso futuro.

Kofi Annan (Secretário Geral da ONU, março 2001)

14

Fonte: Google imagens

(Política Nacional de Saúde da População Negra: uma questão de equidade. Disponivel em

http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-saude/grupo-tecnico-de-acoes-estrategicas-gtae/saude-da-populacao-

negra/livros-e-revistas/opas_politica_saude_da_populacao_negra.pdf Acesso em 20/08/2015

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Page 15: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Você sabia que a

galinha d'angola é

símbolo da Política

Nacional da Saúde

Integral da População

Negra – PNSIPN-?

15

Vamos a sua história

Saiba que ao Clicar no link que está sublinhado você será direcionado ao texto fonte

Imagem curso UNA-SUS

Prossiga

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Page 16: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A galinha d'Angola era uma ave

considerada muito feia e por isso as

pessoas se afastavam dela, mesmo

tendo qualidades.

Cansada de ser desprezada, resolveu

consultar um líder. Porém, o líder a

colocou para fora, dizendo que ela não

tinha as condições para permanecer

naquela floresta.

Ainda mais triste, a galinha d'Angola

resolveu ir para outra floresta e de uma

vez por todas, deixar de conviver perto

de tudo e todos.

Após muitos dias caminhando, a galinha

d'Angola parou em uma nova floresta.

Lá, ela encontrou um velho maltrapilho

gemendo de dores. O Velho disse:

"Pare! Estou muito doente, cheio de

feridas, e não tenho dinheiro para me

alimentar, me dê o que comer e beber,

por favor!“16

A galinha d'Angola pegou todo

alimento e água que tinha e

deu ao Velho que, após saciar

a sua fome e sede, dormiu um

sono profundo.

Enquanto o Velho dormia, a

galinha d'Angola andou pela

floresta e encontrou ervas

para limpar e curar as feridas

do velho.

Ao acordar, o Velho já sem

dores notou que suas feridas

haviam sido cuidadas.

Perguntou à galinha d'Angola

porque ainda estava lá e ela

respondeu:

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Page 17: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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- O senhor estava

precisando de mim.

Fiquei para lhe ajudar,

mesmo sabendo que as

pessoas se afastam por

me considerar feia.

O Velho então disse:

- As pessoas olham, mas

não vêem que a beleza

está na sua compaixão...

A galinha d'Angola ficou

alegre com o

reconhecimento. O Velho,

que era um artista, com uma

pedra de giz branco começou

a enfeitá-la com muitas

pintas.

E, dizendo que todos agora

iriam ver o seu coração

compassivo, modelou um

coraçãozinho vermelho que

coroou a cabeça da galinha

d'Angola!

Lição para a vida: não

devemos julgar ninguém por

sua aparência, nem negar

apoio, assim como nossos

conhecimentos.

Há beleza, conhecimento e

valor em sermos compassivo,

ou seja, em nos colocarmos no

lugar do "outro/a" tratando as

pessoas como gostaríamos de

sermos tratadas/os.

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A galinha d'Angola está associada à Política Nacional da Saúde

Integral da População Negra - PNSIPN porque a população negra

deve ser vista e tratada pela atitude, não por generalizações ou

estereótipos, e tem a solidariedade e compaixão enquanto marcos

civilizatórios, assim como o conhecimento sobre práticas tradicionais

de cura a ser compartilhado por todos/as no SUS.

Símbolo da Política Nacional da Saúde Integral da População

18Fonte:G oogle imagens

Imagem curso UNA-SUS

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A Política Nacional da Saúde

Integral da População Negra -

PNSIPN sintetiza valores em

uma diretriz para que você

profissional de saúde "Trate

o/a cliente enquanto pessoa

com respeito à sua cultura,

como o ser humano que é."

Introdução

19Fonte: Google imagensImagem curso UNA-SUS

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 20: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

20

A sociedade brasileira reconheceu a existência do racismo institucional e a desigualdade étnico-racial na saúde da população incluindo a população quilombola e aquelas que adotam religiões de matriz africana..

Prossiga

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra é o melhor recurso para um cuidado de saúde compassivo.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 21: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

PRODUÇÃO

REGULAR DE

EVIDÊNCIAS

CIENTÍFICAS SOBRE

INIQUIDADES ÉTNICO-RACIAIS

21

Prossiga

Vamos iniciar refletindo

sobre A produção regular

de evidências científicas

sobre iniquidades étnico-

raciais – uma demanda da

Política Nacional de Saúde

Integral da População

Negra - PNSIPN

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Maria do Carmo Sales Monteiro e Isabel Cristina Fonseca da Cruz

Page 22: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

22

Uma marca da Política

Nacional de Saúde Integral da

População Negra- PNSIPN é

o “reconhecimento do

racismo, das desigualdades

étnico-raciais e do racismo

institucional como

determinantes sociais das

condições de saúde, com

vistas à promoção da

equidade em saúde”

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 23: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

23

Para o sucesso da implantação da Política Nacional de

Saúde Integral da População Negra - PNSIPN, precisamos

conhecer melhor como a epidemiologia da população

negra e como o racismo institucional produzem resultados

terapêuticos desiguais para o/as que conseguem acessar o

SUS e como coloca barreiras para impedir o acesso ou a

atenção em todos os níveis do SUS, gerando enfim:

iniquidades étnico-raciais em saúde.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Assim, para identificar as iniquidades étnico-raciais

que impactam sobre a saúde da população negra,

monitorar e avaliar o resultado das ações para

prevenção e combate dessas iniquidades, das

expressões do racismo institucional em saúde, é

necessário nos basearmos em evidências que na

saúde são descritas através da epidemiologia.

Page 24: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

24

Na saúde utilizamos indicadores para monitorar,

acompanhar a situação de saúde da população

e tomar decisões, elaborar programas e políticas

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Os indicadores são construídos e utilizados a

partir de um complexo sistema de

informação. A partir do que você aprendeu

até aqui e da sua experiência profissional, é

possível entender a importância dos dados

sobre saúde a partir do quesito raça-cor.

Page 25: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

De acordo com os resultados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atingiu naquele ano a marca de 190.755.799 habitantes. Destes, 50,7% declararam-se negros (pretos e pardos), totalizando mais de 96 milhões de pessoas.

Introdução Dinâmicas Demográficas das Populações Afrodescendentes

25Fonte: Google imagens

Imagem curso UNA-SUS

Esse dado resulta tanto da ação do movimento social negro, no sentido da valorização da pessoa negra e sua autoafirmação, quanto das políticas públicas de promoção da igualdade racial

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 26: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

26

O Estado brasileiro reconhece a discriminação e tem

legislação para sua prevenção e combate.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

É dever do Governo, em todas as esferas, analisar

a situação de saúde dos grupos populacionais e

verificar se há ou não viés étnico-racial, entre outros

vieses , em suas ações e programas e baseado

nisso tomar as decisões, junto com o controle

social, para sua correção e monitorar o cuidado

centrado na pessoa (e não no estereótipo) em

todas as instâncias, da Unidade de Saúde até o

Ministério da Saúde.

Page 27: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

27

A Lei nº 12.288 (Estatuto da Igualdade Racial),

que imprime força de lei à Política Nacional de

Saúde Integral da População Negra-PNSIPN e

ainda estimula a implementação de ações

afirmativas em saúde para promover a equidade,

aponta a importância da informação em um dos

seus objetivos, que é de “melhoria dos sistemas

de informação do SUS no que tange à coleta, ao

processamento e à análise dos dados

desagregados por cor, etnia e gênero”.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

UM POUCO DE HISTÓRIAS OBREOS DADOS SECUNDÁRIOS EM SAÚDE

Com o recorteétnico-racial

Page 28: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

.

28

Fonte imagem: Google imagens

Embora o Brasil seja um país com racismo, mas sem

racistas (FIGUEIREDO et al, 2009), isso acontece na

saúde e todos/as sabem que discriminação é crime. Há

pesquisas do Núcleo de Estudos de População

(NEPO)/Unicamp (iSAÚDE, 2012), por exemplo, que

constatam a discriminação racial determinando diferentes

padrões de atendimento e tratamento de saúde para a

população negra no país, tais como nascimentos

prematuros, mortalidade infantil, adulta e materna,

morbidade, entre outros, evidenciados por disparidades

étnico-raciais.

FIGUEIREDO, A. et al. Racismo à brasileira ou racismo sem racistas: colonialidade do poder e a negação do racismo no espaço universitário. Sociedade e Cultura,v. 12, n.2.Disponível em http://www.redeacaoafirmativa.ceao.ufba.br/uploads/ufg_artigo_2009_AFigueiredo_RGrosfoguel.pdf acesso em 28/07/2015

ISAÚDE. Site. Mapa da discriminação revela que negros são menos assistidos pelo SUS, 2012. Disponível em http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/27588/saude-publica/mapa-da-discriminacao-revela-que-negros-sao-menos-assistidos-pelo-sus acesso em 28/07/2015

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Page 29: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

os não atendidos SUS (4% ou cerca de 1 milhão de pessoas): são indivíduos adultos, pretos e pardos e de baixa escolaridade e renda.

Dos atendidos pelo SUS:

predomínio de mulheres;

crianças, adultos e idosos apresentam proporções semelhantes às observadas para o total de atendidos;

predomínio de pretos e pardos;

baixa escolaridade (52,8% até 3 anos de estudo);

concentração nos quatro primeiros quintis de renda familiar per capita com excesso relativo de indivíduos nos dois primeiros quintis;

sem posse de plano de saúde privado.

29

Perfil sociodemográfico e padrão de utilização de serviços de saúde para usuários e não-usuários do SUS

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 30: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

30

Conforme este gráfico, verifica-se que as ações

universais para a redução da

mortalidade infantil obtêm

sucesso, mas, os pretos e pardos,

após os indígenas são aqueles com

maior taxa de mortalidade

infantil quando comparados

com os brancos

Leia: Desigualdade racial no Brasil: um olhar para a saúde

http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2688:catid=28&Itemid=23

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 31: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

55,0

13,1

31,0

0,7

0,2

Branca Preta Parda

Amarela Indígena

57,7

10,9

30,5

0,7

0,3

MulheresHomens

Proporção de casos de aids segundo raça/cor. Brasil, 2000 a 2009*

Total de casos: 241.362**

FONTE: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais*Casos notificados no SINAN até 30/06/2009. Dados preliminares.**IGNORADOS: 19,9% EM MULHERES E 20,9% EM HOMENS 31

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 32: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

33,2

12,5

51,0

1,1

2,3

branca preta parda amarela indígena

Proporção de casos de sífilis em gestantes segundo raça/cor. Brasil, 2005 a 2009*

Total de casos: 19.608**

Fonte: MS/SVS/Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais*Casos notificados no SINAN até 30/06/2009. Dados preliminaresIGNORADA: 11,7%

32

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 33: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

33

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 34: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

34

As implicações deste estudo apontam para a necessidade de estratégias com potencial de demolição do racismo institucional na Unidade de Saúde.

Uma delas é o diagnóstico simplificado de saúde da população atendida no entorno da Unidade de Saúdecom a interpretação dos dados desagregados por raça/cor.

Uma outra estratégia é o enfrentamento do medo causado pelas crenças e estereótipos étnico raciais que desviam o foco das ações para o grupo vulnerável: homem pobre negro, por ex..

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 35: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

35

Leia este artigo: Agressão sexual e racismo na sala de cirurgia : http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-segatto/noticia/2015/08/assedio-sexual-e-racismo-na-sala-de-cirurgia.html

Leia esta reportagem Por que o negro tem menos acesso à saúde do que o branco no Brasil? http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2015/06/por-que-o-negro-tem-menos-acesso-saude-do-que-o-branco-no-brasil.html

Esta matéria: Cinco anos depois, avanços do Estatuto da Igualdade Racial são controversos http://www.cartacapital.com.br/sociedade/cinco-anos-depois-avancos-do-estatuto-da-igualdade-racial-sao-controversos-7252.html

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 36: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

36

A Política Nacional da Saúde Integral da População Negra - PNSIPN é sua. É um instrumento para que o seu trabalho no SUS seja bem sucedido e fonte de realização.

Colabore com a implantação, monitoramento e avaliação da Política Nacional da Saúde Integral da População Negra -PNSIPN na sua Unidade de Saúde.

AGORA É COM VOCÊ!

Fonte imagem: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 37: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

EPIDEMIOLOGIA

OU

EPIDEMIOLOGIA

SOCIAL

37

Prossiga

Vamos tratar

agora do tema

Epidemiologia ou

epidemiologia

social

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Maria do Carmo Sales Monteiro e Isabel Cristina Fonseca da Cruz

Page 38: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

38

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

A Epidemiologia é uma ciência da saúde

coletiva que estuda o comportamento dos

fenômenos do processo saúde doença,

seus fatores condicionantes e determinantes

nas populações: grupos sociais, classes

sociais, grupos populacionais específicos.

Page 39: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

39

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

A epidemiologia leva em consideração as

características ligadas à pessoa, ao espaço

físico e tempo. Para tanto é preciso ter

informação sobre a população a ser estudada,

o sistema de informação é uma ferramenta

fundamental para análises e estudos sobre

saúde.

Também se espera que a epidemiologia ofereça

informações que subsidiem a tomada de decisão

para formulação das políticas públicas de saúde

Page 40: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

40

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

A informação qualificada oportuniza

o monitoramento e o

acompanhamento das políticas

públicas que se propõem a atender

as necessidades da população negra

e é um recurso estratégico para

colocar em prática o princípio da

equidade do Sistema Único da

Saúde, bem como para o

fortalecimento do controle social

(Moraes et al., 2009 in Saúde da

PopulaçãoNegra,2ª Edição)

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_populacao_negra.pdf

Page 41: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

41

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

No entanto é importante destacar que é a

pessoa (epidemiologista, por exemplo),

enquanto sujeito numa dada sociedade num

certo tempo histórico, que dá sentido à

informação, ou seja, a interpreta de acordo com

sua visão de mundo, pressupostos, intenções,

objetivos, projetos, conceitos e preconceitos

(epidemiologia ou epidemiologia social).

Page 42: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

42

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Google imagens

A informação é um produto, uma interpretação de

uma dada realidade de sujeitos que têm uma

intenção, portanto a informação não é neutra (assim

como a sua omissão). Então, um dado por gerar

informações diferentes, dependendo do juízo de

valores que se faz de uma determinada situação

(JUNIOR, 2008).

DRUMOND JÚNIOR, Marcos. Informação em saúde: conceitos e usos. Disponível em: http://extranet.saude.prefeitura.sp.gov.br/biblioteca/cursos/ceinfo-cefor/aula-drumond/Informacao%20e%20Gestao%20maio%202008.pdf Acesso em 29/07/2015

Page 43: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

43

Diante de fenômenos sociais complexos como as discriminações que impactam sobre o processo saúde/doença, verifica-se que a epidemiologia sozinha não pode determinar o nexo causal de doenças e agravos ou situação de saúde de uma dada comunidade ou sociedade, sendo necessário recorrer a teorias de outras ciências, quais sejam: Antropologia, Sociologia, Etnologia; Ciência Política; Estatística; Economia; Demografia; Ecologia, Geografia da Saúde e História.

ProssigaFonte: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 44: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

44

No que se refere ao racismo como um fenômeno causal de doenças, BARATA (2005) identificou na epidemiologia social a teoria ecossocial, proposta por Nancy Krieger, que articula o raciocínio social e biológico adotando uma perspectiva histórica e ecológica.

Prossiga

Fonte: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Os impactos das desigualdades de gênero nas sociedades modernas, bem como os problemas decorrentes do racismo e da discriminação de grupos étnicos minoritários, têm sido estudados a partir dessa abordagem.

BARATA, Rita Barradas. Epidemiologia social. Rev. bras. epidemiol., São Paulo , v. 8, n. 1, Mar. 2005. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2005000100002Acesso em 29/07/2015

Page 45: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

45

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Cabe observar, porém que, mesmo escassas no Brasil, as pesquisas e estudos sobre as desigualdades de gênero e raça na saúde têm baixo impacto no que se refere às ações efetivas de enfrentamento das desigualdades em razão do: Racismo institucional. Fonte: Google imagens

Uma barreira ao acesso à saúde / bem-estar pela população negra é precária divulgação das pesquisas sobre as iniquidades étnico-raciais e de gênero na saúde e, principalmente, da não tradução das implicações de seus resultados tanto para a prática clínica quanto para a gestão em saúde.

Page 46: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

46

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Uma ponte para acesso à saúde/ bem-estar pela população negra é cuidado baseado em evidência científica sobre as iniquidades étnico-raciais e de gênero na saúde, assim como a gestão das políticas públicas.

Fonte: Google imagens

Page 47: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

“Sintomas e doenças podem ser agravados pela restrição de assistência ou pelo atendimento medíocre ou ruim. A alta qualidade para poucos combinada com a inferiorização ou

invisibilização de grupos humanos trava avanços sociais. Os indígenas, pardos e negros (sic) que representam a maioria da

população brasileira adoecem mais e morrem antes dos brancos. No entanto, a cor da minoria predomina nos considerados

melhores estabelecimentos de saúde, que, não por acaso, são de direito ou de fato privados. Existe simultaneamente déficit e sobreuso de ações e serviços de saúde pela população negra

(mais de 40% das negras nunca realizaram mamografia e 70% dos usuários do SUS são negros). A divulgação de denúncias e

estatísticas sobre as desigualdades raciais é um passo essencial para reduzir e superar disparidades não econômicas na saúde.”

Ligia Bahia

47

Fonte: Google imagens

Leia a íntegra em BAHIA, Ligia. A cor do SUS. Jornal O Globo. 25 de novembro 2013, disponível em http://www.abrasco.org.br/site/2013/11/a-cor-do-sus-artigo-de-ligia-bahia-em-o-globo/

acesso em 28/07/2015

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 48: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Linha do Tempo sobre os dados secundários em saúde com o recorteétnico-racial

48

A linha do tempo que veremos a seguir apresenta um pouco de histórias sobre os dados secundários em saúde com o recorteétnico-racial

Linha do Tempo sobre os dados secundários em saúde com o recorte étnico-racial

Fonte: UnaSUS http://www.unasus.gov.br/populacaonegra

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 49: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

1980

Desde esta década há denúncias sobre altas taxas de mortalidade na população negra

no Brasil, sem que, no entanto, isso seja considerado nas

pesquisas nacionais.

1990

Pela primeira vez oquesito cor é consideradoem um sistema deinformação oficial, issoaconteceu na cidade deSão Paulo incluiu oquesito cor no seu sistemade informação e em todosos formulários através daportaria 696/90 (publicadaem Diário oficial da cidadede São Paulo). Commudanças de governos nacidade de São Paulo esem a devida governançahouve paralisação na decoleta e análise dessequesito..

1991

Até o censo de 1976, havia 135cores para descrever quem eranegro no Brasil. A partir do censo1991 o IBGE instituiu aautoclassificação ou autodeclaração pelo/a usuário/a queindica a sua “cor ou raça/etnia”entre as cinco categoriaspossíveis (branca, preta, parda,amarela e indígena). Apesar dosdados na saúde em grande parteserem ainda insuficientes e malcoletados, a partir dessapadronização é possível verificaras iniquidades étnico-raciaisentre os 5 grupos populacionais,incluindo as diferenças entrepretos e pardos.

Fonte: UnaSUS http://www.unasus.gov.br/populacaonegra

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 50: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

1992

No “Cadernos CEFOR” - série textos Vol. 6 – foi publicado o primeiro estudo oficial

realizado no Brasil sobre morbidade ambulatorial com recorte raça/cor já

com os dados obtidos após a inclusão do quesito raça/cor no

Sistema de Informação..

1996

Por conta da ação doMovimento Negro, o Ministérioda Saúde publica a Resolução196/96 do Conselho Nacionalde Saúde, recomendando orecorte racial em toda equalquer pesquisa envolvendoseres humanos. Neste mesmoano inclui o quesito cor no SIM(Sistema de Informação sobreMortalidade) e no SINASC(Sistema de Informação sobreNascidos Vivos) no mesmo ano

2001

Iniciou-se a captação doquesito na notificaçãocompulsória demorbidades transmissíveis,como a tuberculose e aaids – Sistema deInformação de Agravos deNotificação (Sinan).

Fonte: UnaSUS http://www.unasus.gov.br/populacaonegra

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 51: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

2004

É publicada a portaria 545/2004 que retoma

e regulamenta a coleta do quesito cor e o preenchimento do campo raça/cor no

Sistema de informação em Saúde

da cidade de São Paulo.

2006

Notificação da violênciadoméstica e sexual emserviços de referência –Violência Doméstica,Sexual e/ou OutrasViolências (Viva –contínuo) e no inquéritode violência e acidentesem emergênciashospitalares – Vigilânciade Violência eAcidentes.

2008

o campo raça/cor foi incorporadonos formulários das internaçõeshospitalares e dos procedimentosambulatoriais de alta complexidadedo Sistema Único de Saúde (SUS),como quimioterapia e hemodiálise.O quesito consta ainda nos dados:da mortalidade de beneficiários deplanos privados de saúde daAgência Nacional de Saúde (ANS),e da pesquisa populacional,suplemento saúde, realizada peloIBGE, que traz informações deacesso e utilização de serviços,entre outros. As fontes de dadosdescritas podem ser facilmenteacessadas no site do Datasus doMinistério da Saúde.

Fonte: UnaSUS http://www.unasus.gov.br/populacaonegra

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 52: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

2009

O quesito raça-cor é considerado em informações sobre a detecção

precoce do câncer de mama –

Sistema de Informação do

Controle do Câncer de Mama

(Sismama).

2010

Em 2010, o Conselho Nacional deSaúde recomendou ao Ministérioda Saúde a padronização dossistemas com relação ao quesitocor e a capacitação de recursoshumanos na sua coleta, e mais arealização de um semináriointerinstitucional sobre a questão(Recomendação nº 16, de7/10/2010).

Publicação do Estatuto da IgualdadeRacial, Lei nº 12.288, com o Título II –Dos Direitos Fundamentais / Capítulo I– Do Direito à Saúde / Artigos 6°, 7° e 8°alusivos à saúde da população negra eà PNSIPN.

2012

Lançamento da 2ªedição do Livro Saúdeda População Negra.Parceria comAssociação Brasileira dePesquisadores Negros(ABPN) e Fundo dasNações Unidas para asPopulações (UNFPA); .

Fonte: UnaSUS http://www.unasus.gov.br/populacaonegrahttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_populacao_negra.pdf

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 53: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

2014

Publicação: Situação social da população negra

por estado -SEPPIR e IPEA

2015

Brasil Sem Miséria - Caderno deResultados População Negra 2011| abril/2015

Ministério do DesenvolvimentoSocial e Combate à Fome.Superação da pobreza dapopulação negra - junho/2011 aabril/2015

Destaques 2011-2014 Promoção da Igualdade Racial

Fonte: UnaSUS http://www.unasus.gov.br/populacaonegrahttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_populacao_negra.pdf

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 54: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

"É sempre fundamental estar trabalhando com utopias; entretanto, numa determinada conjunção de forças políticas, essas propostas ganham força e acabam se

tornando realidade."

(Sérgio Arouca)

54

Fonte: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 55: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Com a implantação da Política Nacional da Saúde Integral da População Negra - PNSIPN, qual diretriz deverá ser cumprida pelos gestores, trabalhadores e pelo Conselho Municipal de Saúde?

55

Prossiga

Dentre as opções a seguir qual a que

melhor responde esta questão?

Aprofundando um pouco mais...

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 56: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A cidade de São Paulo tem um indicador de saúde que é:

Relação pré-natal insuficiente negros x não negros: representa

a proporção entre a taxa de pré-natal insuficiente de negras e

não negras. A fonte de dados deste indicador é o SINASC

(Sistema de Informações de Nascidos Vivos)/SMS (Secretaria

Municipal de Saúde). O indicador 1,00 significa igualdade e

1,90, por exemplo, significa que as negras apresentam 90%

mais casos de pré-natal insuficiente. Com base nos dados de

2011, o indicador mostra que é maior o número de casos de

pré-natal insuficiente entre as negras do que entre as não

negras. Em todo o município, o indicador foi de 1,45. Em

termos de subprefeituras, o pior indicador foi de 7,26. Em

termos de distritos, o pior indicador foi de 19. Em síntese: o

fator de desigualdade em subprefeituras: 7,5; o fator de

desigualdade distritos: 27,0. Diante do exposto no quadro acima, você conclui que:

56

Prossiga

Aprofundando um pouco mais...

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

OBSERVATÓRIO CIDADÃO NOSSA SÃO PAULO..Baixo peso ao nascer.

Disponível em:

http://www.nossasaopaulo.org.br/observatorio/indicadores.php?tema=10.

Acesso em 05/10/2013.

Page 57: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

57

Diante do exposto no quadro anterior, você conclui que:

A Há uma iniquidade étnico-racial devido à desproporcionalidade de um indicador potencialmente curável/tratável, sugerindo tanto a extrapolação de diferenças biológicas na determinação da saúde quanto à distinção social de extratos populacionais mais e menos favorecidos na organização da sociedade

B - Há uma desigualdade devido a variações observadas nas condições de saúde ou ao acesso a serviços de saúde por diferentes grupos sociais que podem estar associados ao acesso, etnia, classe social, status profissional e desigualdades sócio-espaciais

C - Há uma disparidade em saúde, ou seja, diferenças entre grupo populacionais que podem influenciar como uma doença afeta um grupo, quantas pessoas se tornam doentes ou quão frequentemente uma doença causa a morte.

D - Há uma diferença em saúde devido a normas e valores das culturas dos grupos populacionais de negros e não-negros que geram desigualdades no acesso à saúde

E - Há desigualdade de oportunidade na utilização de serviços de saúde em sua dimensão geográfica exigindo mecanismos redistributivos que facilitem o acesso.

Prossiga

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 58: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

58

Parabéns ao escolher o item A :

Há uma iniquidade étnico-racial devido à

desproporcionalidade de um indicador potencialmente

curável/tratável, sugerindo tanto a extrapolação de diferenças

biológicas na determinação da saúde quanto à distinção

social de extratos populacionais mais e menos favorecidos na

organização da sociedade

Você selecionou a resposta mais adequada à questão.

Correto! É evitável, sistemático e injusto. Caso exemplar de

iniquidade em saúde

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 59: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

59

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Estado lança campanha para aprimorar tratamento de

saúde da população negra no SUS

https://www.youtube.com/watch?v=u6MvRj6v4sQ

Page 60: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A população negra morre mais jovem que a população branca; homens negros de 10 a 29 anos apresentam risco de morrer 80% maior do que os jovens brancos. Mulheres negras da mesma idade, o risco é 30% maior do que o apresentado para as brancas. O risco de morte é maior tanto nas causas transmissíveis como nas causas não transmissíveis entre a população negra de 10 a 29 anos. No primeiro grupo, a chance de morrer por AIDS (40%) ou tuberculose (130%) é maior entre a população jovem negra. O mesmo é observado no segundo grupo, particularmente nas doenças falciformes e hipertensivas. Com base nesta síntese, escolha sua defesa pela implantação da Política Nacional da Saúde Integral da População Negra -PNSIPN na sua Unidade de Saúde entre as alternativas a seguir:

60

Prossiga

Dentre as opções a seguir

qual a que melhor responde

esta questão?

Aprofundando um pouco mais...

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 61: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Clique em uma das opções a seguir para escolher a que melhor responde esta questão.Das

opções a seguir escolha a que melhor responde esta questão.

A - O reconhecimento, com base nas evidências, da necessidade de definição e hierarquização das prioridades de ações e programas de saúde, tendo em vista o RI, os riscos e agravos diferenciados ou singulares, enfocando a equidade

B - A identificação das diferenças que permite distinguir as necessidades concretas dos beneficiários, orientando a proposição de ações de saúde.

C - A utilização do quesito cor de modo transversal nas análises empíricas da US, utilizando as cinco categorias separadamente (branca, preta, parda, amarela e indígena).

D - A promoção de capacitação específica, ao se tratar de crianças e gestantes negras, de todos os profissionais da saúde, para que haja atenção redobrada na hora de diagnosticar e tratar rapidamente possíveis agravos

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 62: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Parabéns ao escolher o item A :

Você selecionou a resposta mais adequada à questão.

Ao analisarmos o quesito cor é possível ter um

panorama mais preciso das iniquidades em saúde e

estabelecer prioridades para a ação de enfrentamento

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 63: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

VIGILÂNCIA EM INIQUIDADES ÉTNICO RACIAIS

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Prossiga

Vamos tratar

agora do tema Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Maria do Carmo Sales Monteiro e Isabel Cristina Fonseca da Cruz

Page 64: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Cabe ressaltar que, sendo a principal diretriz da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra- PNSIPN a desconstrução do racismo institucional, o foco de sua ação é a redução das iniquidades étnico-raciais em saúde da população negra.

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Prossiga

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

O que consequentemente impacta positivamente sobre outros grupos étnico-raciais igualmente vulneráveis à discriminação. E isto é bom para todo/as!

Page 65: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

O (ainda pouco) uso de informações sobre as características étnico-raciais da população pela epidemiologia é bem mais recente no Brasil.

Essas informações são obtidas através do quesito cor e ainda hoje há muitos epidemiologistas que fazem críticas ao uso desses dados pelas mais diversas razões, ignorando a principal delas:- não existe medida perfeita e isso nunca impediu nenhum cientista comprometido com a ciência de mensurar e comparar fenômenos.

Page 66: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Sucintamente, o método consagrado pelo IBGE de coleta desta informação e também utilizado na Saúde é a autoclassificação ou autodeclaração pelo/a usuário/a que indica a sua “cor ou raça/etnia” entre as cinco categorias possíveis (também validadas pelo IBGE), a saber:

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

Branca: descendentes de europeus/ocidentais;

Preta: descendentes de africanos/afro brasileiros;;

Parda: inclui-se nesta categoria: morena, mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça de preto com pessoa de outra cor ou raça

Amarela: pessoa de origem oriental. japonesa, chinesa e coreana, entre outras;

Indígena: pessoas que se declaram indígenas ou índio e que vivem em aldeamento ou fora do aldeamento.

Page 67: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A partir da padronização é factível verificar imediatamente as iniquidades étnicoraciaisentre os 5 grupos populacionais, incluindo as diferenças entre pretos e pardos!

DIAS, Jussara, GIOVANETTI, Márcia R. SANTOS, Naila S. (Orgs.). Perguntar não ofende – Qual sua cor ou raça/etnia? Responder ajuda a prevenir. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo / Centro de Referencia e Treinamento de DST/Aids – SP, 2009. Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/profissional-da-saude/grupo-tecnico-de-acoes-estrategicas-gtae/saude-da-populacao-negra/livros-e-revistas/manual_quesito_cor.pdf Acesso em 29/07/2015

67

Cabe ressaltar ainda que só em situações especiais e específicas se usa a heteroclassificação e, neste caso, preferencialmente um membro da família define a cor ou raça/etnia do/a usuário/a (declaração de nascidos vivos, declaração de óbito, registro de pacientes em coma ou quadros semelhantes) (DIAS, 2009).

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

Page 68: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

68

Uma das formas do racismo institucional agir para neutralizar o impacto desta informação nas decisões políticas em saúde é aglutinar pretos e pardos e apresentar a informação com uma “nova” categoria”: negros.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

Na figura a seguir, ainda que os gráficos tratem de eventos diferentes, mostramos como consegue-se esconder a disparidade étnico-racial ao aglutinar as categorias preta e parda, exibindo apenas a categoria “negra”.

Fonte: Google imagens

Page 69: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Brancas (amarelo), pretas (vermelho) e pardas (verde).

Fonte: Comitê Estadual de Prevenção e Controle de Morte Materna e Perinatal do Rio de Janeiro (CEPCMM-RJ) -Relatório anual, Maio de 2013. Disponível em: http://arquivos.proderj.rj.gov.br/cedim_imagens/SCSEditaImprensa/arquivos/uploads/Apresentacao%20Comite.pdf 69

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

Page 70: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Fonte: Comitê Estadual de Prevenção e Controle de Morte Materna e Perinatal do Rio de Janeiro (CEPCMM-RJ) -Relatório anual, Maio de 2013. Disponível em http://arquivos.proderj.rj.gov.br/cedim_imagens/SCSEditaImprensa/arquivos/uploads/Apresentacao%20Comite.pdf

70

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em Saúde

Page 71: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Vigilância em Iniquidades Étnico raciais em SaúdeEpidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Outras formas do racismo institucional agir para neutralizar o impacto desta informação nas decisões políticas em saúde são: retirar o quesito raça/cor dos sistemas, incluir a categoria “ignorado” ou “não informado”, não capacitar os coletadores desta informação e monitorar a coleta e, finalmente, não apresentar os dados desagregados conforme determina o método.

Prossiga

Fonte: Google imagens

Page 72: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Por meio da implantação, monitoramento das iniquidades étnico-raciais nos resultados de saúde e da avaliação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN podem ser criadas forças que geram saúde e bem-estar, opondo-se à patogênese e que se efetivam:

Nos princípios de universalidade, integralidade, equidade, participação e descentralização do SUS.

Na ampliação do acesso e da atenção à saúde centrada na população negra (rural e urbana), com base em evidência científica.

Na integração das práticas culturais de matriz afro-brasileira de saúde ao plano terapêutico

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 73: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

No continuum saúde-doença ou na perspectiva de saúde como direito constitucional, a saúde da população negra existe numa sociedade cidadã, isenta de racismo e qualquer outra forma de discriminação, com monitoramento ininterrupto das iniquidades e disparidades étnico-raciais no acesso ao SUS e na qualidade do cuidado de saúde centrado na pessoa e baseado tanto em evidência científica quanto em sabedoria (tradição).

73

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 74: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

74

Então, por meio da implantação,

monitoramento das iniquidades étnico-

raciais nos resultados de saúde e da

avaliação da Política de Atenção

Integral à Saúde da População Negra

podem ser criadas forças que geram

saúde e bem-estar, opondo-se à patogênese e que se efetivam.

.

Imagem curso UNA-SUS

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 75: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

QUESITO COR

75

Prossiga

Vamos Agora Ver

Um Pouco de

História Sobre o

Quesito Cor

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Maria do Carmo Sales Monteiro e Isabel Cristina Fonseca da Cruz

Page 76: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

1990

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1996

2000

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

Foi justamente para padronizar o que antes tinha 135 cores para descrever quem é negro no Brasil (JORNAL DO BRASIL, 1991), que se chegou ao consenso das 5 categorias do IBGE

Page 77: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

Embora as denúncias sobre altas taxas de mortalidade na população negra datem da década de 80, somente em 1990 a cidade de São Paulo incluiu o quesito cor no seu sistema de informação e em todos os formulários através da portaria 696/90 (publicada em Diário oficial da cidade de São Paulo).

Prossiga

1990

1991

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2005

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

Em 1992, a publicação do Centro de Formação dos Trabalhadores da Saúde (SMS-SP), “Cadernos CEFOR” - série textos Vol. 6 – foi o primeiro estudo oficial realizado no Brasil sobre morbidade ambulatorial com recorte raça/cor já com os dados obtidos após a inclusão do quesito raça/cor no Sistema de Informação

Prossiga

1990

1991

1992

1996

2000

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2005

Page 79: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

O racismo institucional opera rapidamente para a manutenção de seu status quo. Assim, mesmo diante dos resultados da vigilância em saúde sobre iniquidades, disparidades e desigualdades houve uma descontinuidade na produção de boletins epidemiológicos com dados desagregados (pretos & pardos).

Mesmo com a pressão do controle social, a retomada desse processo foi lenta e finalmente em 2004 é publicada a portaria 545/2004 que retoma e regulamenta a coleta do quesito cor e o preenchimento do campo raça/cor no Sistema de informação em Saúde da cidade de São Paulo

1990

1991

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2005

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

No nível nacional, por conta da ação do Movimento Negro, o Ministério da Saúde, em 1996, finalmente inclui o quesito cor no SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) e no SINASC (Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos) e no mesmo ano publica a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, recomendando o recorte racial em toda e qualquer pesquisa envolvendo seres humanos. Em, 2000 é introduzido o quesito raça/cor no SINAN (Sistema Nacional de Notificação de Agravos).

Prossiga

1990

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1992

1996

2000

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2005

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

A partir da inclusão do quesito cor no Sistema Nacional de Informação da Saúde tornou-se possível se realizar estudos epidemiológicos mais consistentes que demonstraram sem sombra de dúvidas que existe iniquidade no SUS relacionada ao pertencimento racial e que isso se chama RACISMO

Prossiga

1990

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2000

2004

2005

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

Em 2005, a Secretaria de Vigilância em Saúde SVS publica o SAÚDE BRASIL 2005 - Uma análise da situação de saúde (BRASIL, 2005). A primeira publicação oficial totalmente dedicada a analisar as informações sobre o quesito cor de forma completa, um livro de 822 páginas!

1990

1991

1992

1996

2000

2004

2005

No próximo slide os dados devidamente desagregados, conforme as categorias do IBGE de 1996 a 2013

Prossiga

BRASIL. Ministério da Saúde. Saúde Brasil 2005 –uma análise da situação de saúde. Brasília, 2005. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_brasil_2005.pdfAcesso em 29/07/2015

Page 83: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

83

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Quesito Cor

dados devidamente desagregados, conforme as categorias do IBGE:

Prossiga

Page 84: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Políticas públicas de eliminação da identidade mestiça

e sistemas classificatórios de cor, raça e etnia

No Brasil, seu primeiro censo oficial, de 1872, tinha para a variável “cor/raça” as opções ‘branca’, ‘preta’, ‘parda’ e ‘cabocla’; no censo de 1890, a opção ‘parda’ foi substituída por ‘mestiça’, retornando o termo ‘parda’ em todos os censos seguintes que tiveram o quesito “cor/raça”, passando a incluir também os mestiços caboclos. Assim, o censo brasileiro sempre trouxe um espaço para a expressão da identidade mestiça. As opções ‘preta’ e ‘branca’ sempre constaram nos quesitos “cor/raça” dos censos, os quais nunca trouxeram a opção ‘negra’. Somar pretos e pardos e incluí-los numa categoria ‘negra’ tornou-se, porém, uma reivindicação de movimentos negros, inclusive junto ao IBGE.

Ano Variáveis cor/raça

1872 branca, preta, parda e cabocla

1890 branca, preta, cabocla e mestiça

1900 -

1920 -

1940 branca, preta, parda e amarela

1950 branca, preta, parda e amarela

1960 branca, preta, parda, amarela e

indígena

1970 -

1980 branca, preta, parda e amarela

1991 branca, preta, amarela, parda e

indígena

2000 branca, preta, amarela, parda e

indígena

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Aprofundando um pouco mais...

Page 85: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

NEGRO OU PRETO?

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

É importante esclarecer que ser negro no Brasil não se limita às características físicas. Trata-se, também, de uma escolha política. Por isso, o é quem assim se define.

• Preto é um dos quesitos utilizados pelo IBGE para classificar, ao lado dos outros –branco, pardo, indígena - a cor da população brasileira. Podemos agregar dados relativos a pretos e pardos sob a categoria negros, já que ambos reúnem, conforme alerta o Movimento Negro, aqueles que reconhecem sua ascendência africana.

O processo de construção da identidade negra em nosso país é, marcado por uma sociedade que, para discriminar os negros, utiliza-se tanto da desvalorização da cultura de matriz africana assim como dos aspectos físicos herdados pelos descendentes de africanos. No Brasil, algumas pessoas de tez clara e traços físicos europeus, em virtude de o pai ou a mãe ser negro(a), se designam negros e, outros, com traços físicos africanos, se dizem brancos.

É preciso lembrar que o termo negro começou a ser usado pelos senhores para designar pejorativamente os escravizados e este sentido negativo da palavra se estende até hoje. Contudo, o Movimento Negro ressignificou esse termo dando-lhe um sentido político e positivo.

Page 86: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

O racismo institucional opera rapidamente para a manutenção de seu status quo. Assim, mesmo diante dos resultados da vigilância em saúde sobre iniquidades, disparidades e desigualdades houve uma descontinuidade na produção de relatórios com dados desagregados (pretos / pardos).

SOARES FILHO, Adauto Martins. O recorte étnico-racial nos Sistemas deInformações em Saúde do Brasil: potencialidades para a tomada de decisão. In: BATISTA, Luís Eduardo;WERNECK, Jurema; LOPES, Fernanda. (Orgs.). Saúde da população negra.2. ed. Brasília: ABPN, 2012. Cap. 2, p. 34-61. Disponivel em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_populacao_negra.pdf Acesso em 29/07/2015

Leia

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Google imagens

Page 87: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Infelizmente, parece-nos que os resultados da vigilância em saúde sobre iniquidades, disparidades e desigualdades suscitaram uma sugestão, no mínimo, contraditória: “não há necessidade da criação de programas de saúde específicos voltados exclusivamente para pardos e pretos” (CHOR, 2013). Uma sugestão desta natureza revela também o desconhecimento sobre cerne da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra- PNSIPN: cuidado centrado na pessoa, desconstrução do racismo institucional e inclusão das práticas de saúde afro-brasileiras no SUS.

CHOR, Dóra; LIMA, Claudia Risso de Araujo. Aspectos epidemiológicos das desigualdades raciais em saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 21, n. 5, Oct. 2005 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2005000500033&script=sci_arttextAcesso em 29/07/2015

CHOR, Dóra. Desigualdades em saúde no Brasil: é preciso ter raça. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro , v. 29, n. 7, July 2013 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2013000700002&script=sci_arttextAcesso em 29/07/2015

Leia também

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 88: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

No que se refere à vigilância em saúde, uma barreira ao acesso à saúde / bem-estar pela população negra é as análises do quesito cor serem apresentadas de forma agregada, ou seja, preto/as e pardo/as numa única categoria: negro/as. Esta estratégia pode mascarar a disparidade e a iniquidade vivenciadas principalmente pelo/as preto/as. Isto compromete ou inviabiliza o planejamento em saúde de combate e prevenção de iniquidades e cria uma cultura entre gestores de que este tópico não tem importância.

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Fique atento a este fato

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Google imagens

Page 89: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Vigilância em iniquidades étnico-raciais em saúde: uma ponte para implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra -PNSIPN

Uma ponte para acesso à saúde / bem-estar pela população negra é produção de todos os dados de vigilância em saúde desagregados por raça/cor em suas 5 categorias para subsidiar a implantação, o monitoramento e a avaliação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN.

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Ou a igualdade racial é para valer. Ou não éFonte: Google imagens

Page 90: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Não deixe de ler a Portaria que regulamenta a coleta do quesito raça/cor nos sistemas de informação em

saúde do município de São Paulo, cujas justificativa e metodologia de coleta estão muito bem descritas.

Verifique se seu município possui legislação a respeito. Se não tem, que tal propor? Disponível em: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/s

aude/legislacao/index.php?p=6290

Sobre legislação do quesito

Fonte: Google imagens

Page 91: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Não deixe de ver: Quesito raça/cor e nossa ancestralidade Raça/cor pode ser mais do que um

quesito, pode ser um marco civilizatório.Assista a este vídeo da SES-RS (2”):

https://www.youtube.com/watch?v=u6MvRj6v4sQ&feature=youtu.be

Sobre Boas práticas no SUS

Fonte: Google imagens

Page 92: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Não deixe de ler: LIMA, Marcus Eugênio Oliveira; VALA, Jorge. As novas formas de expressão do preconceito e do racismo. Estud. psicol., Natal, v. 9, n. 3, dez. 2004 http://www.scielo.br/pdf/epsic/v9n3/a02v09n3.pdfAcesso em 29/07/2015

Sobre Racismo Institucional

Fonte: Google imagens

Page 93: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

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Prossiga

Vamos Ver Um

Pouco mais sobre RACISMO INSTITUCIONAL

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Maria do Carmo Sales Monteiro e Isabel Cristina Fonseca da Cruz

RACISMO INSTITUCIONAL

Page 94: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

GLOSSÁRIO

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Racismo institucional: Trata da discriminação que foi

incorporada, sistematizada, em processos e procedimentos das

instituições sociais seja em razão do preconceito quanto à cor ou

etnia, seja em razão do fracasso em solucionar as necessidades

específicas de diferentes grupos populacionais ou identitários. O

racismo institucional é um efeito, um resultado, mas que tem sua

causa em relações interpessoais com vieses étnico-raciais. O

racismo institucional impacta em grupos e reflete um padrão, mas é

ativado pela identidade social da pessoa que sofre um incidente

discriminatório mascarado pelo isolamento ou aleatoriedade. O

padrão de discriminação étnico-racial, ou seja, o racismo

institucional no SUS, por exemplo, pode ser revelado pelas

informações institucionais relacionadas às identidades sociais

das/dos usuárias/os.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 95: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Segundo o sociólogo e antropólogo Kabenguele Munanga o racismo tem uma história, um local de origem – a sociedade ocidental e surge entre os séculos XVIII e XIX, tem por base uma questão ideológica, portanto, não pode ser tomado como fenômeno universal. São Elementos do racismo:

A ideologia racista que é uma doutrina, uma concepção de mundo;

O preconceito racial, entendido como uma disposição afetiva ligada aos estereótipos étnico-raciais, trata-se de uma opinião que circunscreve o sujeito em uma imagem restritiva;

E, finalmente: a discriminação racial, que se caracteriza pela ação.

95

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Prossiga

Fonte: Google imagens

Page 96: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Por sua vez, o racismo institucional:

É o fracasso das instituições e organizações em prover um serviço profissional e adequado às pessoas em virtude de sua cor/fenótipo, cultura, origem étnico-racial.

96

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Manifesta-se em normas, práticas e comportamentos discriminatórios adotados no cotidiano de trabalho resultantes da ignorância, da falta de atenção, do preconceito ou de estereótipos racistas

Em qualquer situação, o racismo institucional sempre coloca pessoas de grupos raciais ou étnicos discriminados em situação de desvantagem no acesso a benefícios gerados pelo Estado e por demais instituições e organizações.

Prossiga

Fonte: Google imagens

Page 97: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

É então uma ideologia que sustenta a superioridade de uma raça em relação a outras, preconizando ou não a segregação racial e em situações extremas propondo a extinção de determinadas minorias. O racismo e, notadamente, a discriminação racial referem-se a qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça/cor, descendência ou origem nacional ou étnica. Têm por objetivo ou efeito anular ou restringir os direitos dos grupos raciais tidos como inferiores em qualquer âmbito da vida (MUNANGA, 2003).

MUNANGA, Kabenguele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia, 2003. Disponível em https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59Acesso em 29/07/2015

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Google imagens

Page 98: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

GOULART; TANNÚS (2007) em uma experiência do Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) definiram duas dimensões interdependentes e correlacionadas de análise das instituições para diagnóstico sobre o racismo e seu enfrentamento: relações interpessoais e a político-programática. Vejamos a seguir

98Prossiga

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

GOULART, Flávio A.; TANNÚS, Liliane. Subsídios para o enfrentamento do Racismo na Saúde. Brasília: DFID, 2007. Disponível em http://www.iesc.ufrj.br/cursos/saudepopnegra/Subsidios.pdfAcesso em 29/07/2015

Page 99: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A - as relações interpessoais: aquelas que se estabelecem entre dirigentes e trabalhadores(as), entre os(as) próprios(as) trabalhadores(as) e entre estes(as) e os(as) usuários(as) dos serviços. Neste sentido, as manifestações do racismo institucional na dimensão interpessoal podem acontecer como:

Atendimento diferenciado a usuário/as negro/as e branco/as;

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Negligência no atendimento profissional

Não olhar, não tocar, não fornecer orientações

Oferecer menor número de consultas Não seguir o protocolo de atendimento (a evidência científica). Por exemplo não modificar a medicação quando não atinge os resultados esperados

Utilização de expressões depreciativas (ou pretensamente carinhosas) em relação a/o usuário/a negro/a

Dificuldades em aceitar ser liderado/a por profissionais negro/as.Prossiga

Page 100: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

B - a político-programática: que pode ser caracterizada pela produção e disseminação de informações sobre as condições de vida e de saúde (experiências diferentes e/ou desiguais em nascer, viver, adoecer e morrer);

100

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Manifesta-se também pela capacidade em reconhecer o racismo como um dos determinantes das desigualdades no processo de ampliação das potencialidades individuais; entre outras.

Veja a seguir como nesta dimensão, as manifestações do racismo institucional podem acontecer.

Prossiga

Fonte: Google imagens

Page 101: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Não coletar adequadamente o quesito cor (ou retirar do documento);

Não analisar as informações;

Não divulgar, não implementar a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN;

Não incluir as questões étnico raciais e racismo nas ações de educação permanente em saúde;

Falta de investimentos em ações e programas específicos de identificação de práticas discriminatórias;

Resistência na adoção de mecanismos e estratégias de não discriminação, combate e prevenção do racismo, sexismo e intolerâncias;

Falta de investimentos na formação de profissionais;

Dificuldade em priorizar e implementar mecanismos e estratégias de redução das disparidades e promoção da equidade;

Ausência do recorte étnico/racial na produção de informações;

Ausência da população negra nos materiais promocionais; etc.

101

Nesta dimensão político-programática, as manifestações do racismo institucional podem acontecer como:

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 102: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

GLOSSÁRIO

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É o não reconhecimento da possibilidade de outra verdade, outros valores, outras

preferências, sentimentos, gostos, expressões, (religiosas, artísticas,

culinárias...), formas de falar, de se vestir que não sejam iguais ou similares aos

próprios.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

INTOLERÂNCIA:

Prossiga

Page 103: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

- suas diferenças socialmente construída que lhe confere dominância ou subordinação;

- seus graus de poder, ou seja, acesso a recursos sociais e econômicos; e

- suas quantidades de privilégios, a saber: “pacote invisível de recursos herdados”

103

O racismo institucional, entre outras discriminações, deve ser entendido como uma barreira que poderá (ou não) ser transposta pelas pessoas conforme:

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 104: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Com base nas dimensões do Racismo Institucional identificadas por GOULART; TANNÚS (2007) , o Instituto AMMA Psique e Negritude, para facilitar o diagnóstico de RI em potencial na instituição, criou o quadro a seguir para inclusão das informações coletadas e sua posterior análise.

Dimensão Político Programática

Na dimensão interpessoal

Gestor(a) Trabalhador(a)

Trabalhador(a) e Trabalhador(a)

Trabalhador(a) e usuário(a)

Usuário(a) e Trabalhador(a)

Cabe ressaltar que este processo de avaliação, diagnóstico e enfrentamento do Racismo Institucional tem começo, mas não tem fim uma vez que, você já deve ter notado, o Racismo Institucional é um camaleão e vive em permanente mudança para manter tudo exatamente como está.

104

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 105: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

RACISMO INSTITUCIONAL POR MÔNICA OLIVEIRA

105

Mônica Oliveira, Seppir- DF, fala sobre o

Racismo Institucional como um

determinante social de saúde. Ela

demonstra como o racismo se expressa

no cotidiano das pessoas, entre usuários

e profissionais de saúde, no cotidiano

dos serviços de saúde, entre outros. O

racismo institucional na saúde pode ser

visto, por exemplo, no caso da morte

materna. No país como um todo tem

diminuído, mas quando se desagrega

por cor as mulheres negras continuam morrendo mais.

https://youtu.be/eiGReZxk4-k

Fonte: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 106: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

106

Diferenças entre a cultura de matriz afro-brasileira da/o usuária/o e a cultura clínica do sistema de saúde resulta em diferentes expectativas de ambas as partes sobre o cuidado de saúde e uma relação profissional-cliente terapêutica. Esta crença de que “a cor da pele não influi no cuidado de saúde e que o tratamento é igual para todas/todos” ignora algumas evidências científicas:

A diversidade da população negra (quilombolas, povos de comunidades tradicionais, urbanos, etc.)

Racismo institucional

As práticas de saúde de matriz afro-brasileira

A ecologia biocultural da população negra Prossiga

Fonte: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 107: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

107

Fonte: Suzana Kalckmann. Racismo Institucional: um desafio para a eqüidade no SUS?disponível em http://www.revistas.usp.br/sausoc/article/view/7532/9049 Acesso 22/08/2015

O racismo institucional é definido como o "fracasso coletivo de uma organização para prover um serviço apropriado e profissional para as pessoas por causa de sua cor, cultura ou origem étnica.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 108: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

O racismo institucional coloca barreiras ao exercício da cidadania, e a população negra passa a ocupar o lugar de população “carente” dos serviços mínimos (alimentação, moradia, educação, trabalho...) a quem só resta agradecer a caridade na forma de serviços oferecidos pelo Estado. (MONTEIRO, 2010).

108

MONTEIRO, M. C. S. Direito à saúde e participação social: enfrentando o racismo e a desigualdade

social. In: KALCKMANN, S.; BATISTA, L. E.; CASTRO, C. M.; LAGO, T. G.; SOUZA, S. R.

(Orgs.).Nascer com equidade.São Paulo: Instituto de Saúde, 2010. (Temas em saúde coletiva, 11).

Disponivel em http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/temas-saude-

coletiva/pdfs/nascer.pdf Acesso 17/08/2015

Fonte imagem: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 109: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Inúmeras pesquisas publicadas recentemente demonstram disparidades entre o desempenho em saúde da população negra e da população branca.

109

Estes dados colocam

grandes questões a

serem enfrentadas

pelo Sistema Único de

Saúde, pois as

iniquidades apontadas

indicam a existência

de racismo

institucional operando

no interior do Sistema.

Fonte: Google imagens

Referência da pesquisa: RIBEIRO, M C S de A et al. Perfil sociodemográfico epadrão de utilização de serviços de saúde para usuários e não-usuários do SUS -PNAD 2003. Ciênc. saúde coletiva. Disponivel em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232006000400022&lng=en Acessado em 28/07/015

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 110: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

110

Em outras palavras...

O racismo institucional, visto como a

impossibilidade das instituições

oferecerem serviços com equidade às

pessoas em função de sua origem

racial, produz falta de acesso,

comportamentos discriminatórios e

formulação de políticas que não

atendem aos interesses da população

negra, aumentando a situação de

desvantagem deste grupo

populacional. Fonte: Google imagens

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 111: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

O racismo institucional constitui-se na produção sistemática da segregação étnico-racial, nos processos institucionais.

111

Fonte imagem: Google imagens

Manifesta-se por meio de normas, práticas

e comportamentos discriminatórios

adotados no cotidiano de trabalho,

resultantes da ignorância, falta de atenção,

preconceitos ou estereótipos racistas. Em

qualquer caso, sempre coloca pessoas de

grupos raciais ou étnicos discriminados em

situação de desvantagem no acesso a

benefícios gerados pela ação das

instituições e organizações.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 112: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra-PNSIPN é lei, é portanto, mais do que nunca é preciso desenvolver a consciência crítica enquanto uma estratégia demolidora do racismo institucional (e de outras formas de discriminação).

Esta consciência se desenvolve e se aprimora por meio do debate permanente na busca de formas concretas para garantia dos direitos à saúde e do acesso aos 4 níveis do SUS pela população negra para a redução das desigualdades raciais, incluindo neste debate a sociedade civil organizada, profissionais e trabalhadores da saúde. Assim como gestores (MONTEIRO, 2010).

Em outras palavras...

MONTEIRO, M. C. S. Direito à saúde e participação social: enfrentando o racismo e a desigualdade social. In: KALCKMANN, S.; BATISTA, L. E.; CASTRO, C. M.; LAGO, T. G.; SOUZA, S. R. (Orgs.).Nascer com equidade. São Paulo: Instituto de Saúde, 2010. (Temas em saúde coletiva, 11) Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/temas-saude-coletiva/pdfs/nascer.pdf acesso em 28/07/2015

112

SUS e a Lei PNSIPN (12.288/2010)

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 113: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Com base no racismo

institucional, qual ação você

avalia que deve ser prioritária

para a redução da iniquidade

étnico-racial no acesso ao

SUS na sua UBS e na

qualidade do cuidado de

saúde de gestantes negras?.

113

Prossiga

Dentre as opções a seguir qual a que

melhor responde esta questão?

SUS e a Lei PNSIPN (12.288/2010)

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 114: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

114

Com base nesta classificação de risco e no racismo intitucional, qual ação você avalia que deve

ser prioritária para a redução da iniquidade étnico-racial no acesso ao SUS na sua UBS e na

qualidade do cuidado de saúde de gestantes negras?Das opções a seguir escolha a que melhor responde esta questão.

A - A captação precoce da gestante: articulação com as instituições de cultura negra e lideranças de religiões de matriz africana sobre campanha e material de divulgação do Teste Rápido de Gravidez na US;

B - Avaliação de risco e vulnerabilidade: toda e qualquer gestante negra que inicia o pré-natal na UBS será classificada como de risco intermediário, com base no RI e outras vulnerabilidades sociais (gestação na adolescência, por ex), intensificando o cuidado integral, baseado em evidência científica, para a gestante negra e sua família

C - empoderamento e alfabetismo em saúde da gestante negra: por meio do curso de preparo para o parto ativo e natural, incluindo o aleitamento exclusivo e os cuidados com a criança, direitos da gestante & acompanhante, etc..

D - garantir à gestante negra que estuda e/ou trabalha a oferta dos cuidados pré-natal em horário flexível ou estendido, evitando o abandono ou o uso desnecessário do serviço de emergência.

E - Todas as alternativas estão corretas

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 115: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

115

Parabéns ao escolher o item B, Você selecionou a

resposta mais adequada à questão.

Avaliação de risco e vulnerabilidade: toda e qualquer

gestante negra que inicia o pré-natal na UBS será

classificada como de risco intermediário, com base no

RI e outras vulnerabilidades sociais (gestação na

adolescência, por ex), intensificando o cuidado

integral, baseado em evidência científica, para a

gestante negra e sua família.

SUS e a Lei PNSIPN (12.288/2010)

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 116: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

. Reconhecer que as disparidades em saúde da população

negra incluem tratamento pior ou inadequado, resultados

terapêuticos desiguais, estereotipização, precária relação

profissional-cliente, entre outras. É fundamental, mas a

Política Nacional da Saúde Integral da População Negra -

PNSIPN é mais abrangente. Portanto, a prioridade é a

implantação, monitoramento e avaliação da Política

Nacional da Saúde Integral da População Negra - PNSIPN

116

Fonte imagem: Google imagens

SUS e a Lei PNSIPN (12.288/2010)

Assim, a partir do estágio do reconhecimento do problema, o

racismo institucional opera criando barreiras à ação que

efetivamente garanta a participação cidadã da população negra na

gestão do SUS. A barreira atual ao acesso à saúde & bem-estar

pela população negra é então o intervalo de implementação da

Política Nacional da Saúde Integral da População Negra - PNSIPN,

ou seja: - superada a barreira imposta pelo o intervalo de tempo

entre o reconhecimento do racismo institucional no SUS e

necessidade de uma ação resolutiva

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 117: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Com o que vimos ate aqui e com a leitura da

PNSIPN podemos concluir que no nível da Unidade

de Saúde, as atitudes, crenças e comportamentos

com viéses étnico-raciais do profissional de saúde

podem influenciar a qualidade do cuidado da pessoa

negra e, por fim, os desfechos clínicos e epidemiológicos (iniquidades em saúde)?

117

Prossiga

Aprofundando um pouco mais...SUS e a Lei PNSIPN (12.288/2010)

Sim . A Política Nacional da Saúde Integral da

População Negra - PNSIPN começa e termina no

ponto do cuidado. Não se trata de ofertar serviços

específicos e sim da superação de barreiras

colocadas pelo racismo institucional para a

população negra no acesso e na sua

especificidade, recolocando o sujeito como centro

do cuidado

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 118: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

118

Uma outra estratégia demolidora do racismo institucional é o monitoramento e correção das iniquidades e disparidades étnico-raciais em saúde, pois estas constituem estressores crônicos e fatores de risco para a saúde da população negra.

Sabemos que o racismo institucional só é captado objetivamente na comparação dos dados de saúde ou doença entre as populações, para sua prevenção e o seu combate é imperativo o monitoramento contínuo das diferenças, iniquidades e disparidades étnico-raciais desde a Unidade de Saúde.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 119: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

119

Como o racismo institucional só é

captado objetivamente na

comparação dos dados de saúde

ou doença entre as populações,

para sua prevenção e o seu

combate é imperativo o

monitoramento contínuo das

diferenças, iniquidades e

disparidades étnico-raciais desde

a Unidade até o Ministério da

Saúde.

Imagem curso UNA-SUS

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 120: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

120

E a garantia de atenção integral à

população negra, enfatizando a vida

saudável e ativa e fortalecendo o

protagonismo das pessoas negras no

Brasil é o resultado da

implementação da Política Nacional

da Saúde Integral da População

Negra – PNSIPN com o efetivo

combate do racismo institucional e a

integração da cultura negra ao cuidado de saúde.

.

Imagem curso UNA-SUS

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 121: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra- PNSIPN tem como propósito a melhoria das condições sociais nas quais o/as negro/a vivem e a desconstrução do racismo institucional no SUS. A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra-PNSIPN é a estratégia para prevenir e combater as práticas discriminatórias que resultam na oferta de serviços de baixa qualidade aos grupos raciais vulneráveis socialmente. (MONTEIRO, 2010).

Em novembro de 2006 foi aprovada a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra- PNSIPN, em março do mesmo ano foi aprovada a Carta dos Direitos do Usuário da Saúde.

121

Uma informação

importante

•BRASIL. Ministério da Saúde. Carta de direitos dos usuários da saúde. 2. ed.Brasília, 2007. 9 p. (Série E. Legislação de Saúde). Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_direito_usuarios_2ed2007.pdf•acesso em 28/07/2015

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 122: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

E, ainda, reconhece o racismo institucional como produtor e reprodutor de

práticas discriminatórias que resultam na oferta de serviços de baixa qualidade

aos grupos raciais discriminados.

.

122

Há séculos que existe no Brasil mobilização social, combate

ao racismo, a exclusão e desigualdade social. No campo da

saúde estas lutas culminaram na conquista da Política

Nacional de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN

aprovada em novembro de 2006 pelo Conselho Nacional de

Saúde.

Ao aprovar esta política o Ministério da Saúde reconhece os processos

históricos de luta e resistência desta população desde o período colonial, até

os dias de hoje. Reconhece, que as condições sociais nas quais os (as)

negros (as) vivem, e o racismo a que estão submetidos (as) são

determinantes da sua situação de saúde

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 123: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

- superada as barreiras impostas pelos intervalo de tempo e de decisão, resta a efetiva

implantação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN. E

com a implantação, é recomendável antecipar uma potencial barreira:

- o intervalo de impacto que é o tempo que a Política Nacional de Saúde Integral da

População Negra - PNSIPN levará para desconstruir o Racismo Iinstitucional no SUS,

causar resultados terapêuticos étnico-raciais equânimes e integrar as práticas

tradicionais de matriz afro-brasileira ao cuidado de saúde

.

123

A partir do estágio do reconhecimento do problema pelo

MS, o racismo institucional opera criando barreiras à ação

que efetivamente garanta a participação cidadã da

população negra na gestão do SUS

A barreira atual ao acesso à saúde e bem-estar pela população

negra é então o intervalo de implementação da Política Nacional

de Saúde Integral da População Negra - PNSIPN, ou seja:

Fique atento a este fato

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 124: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

.

124

Isto posto, é fácil notar que a efetivação desta política e qualquer outra política de

equidade e compartilhamento de poder e desconstrução de privilégios não é tarefa

rápida ou simples. Mas também não é uma tarefa impossível.

Qual melhor estratégia para superar

as barreiras impostas pelo Racismo

Institucional no SUS?

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 125: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

-

A - Individual B - Coletiva

125

Estratégia para superar as barreiras impostas pelo Racismo Institucional no SUS:

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 126: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Precisa da participação, mobilização e controle da sociedade civil organizada,

usuário/as, intelectuais, trabalhadores e demais segmentos que desempenham

um papel na gestão e avaliação do SUS.(MONTEIRO, 2010).

.

126

Ainda que ambas as estratégias sejam válidas, cabe ressaltar

que o racismo institucional é um fenômeno político e só

politicamente poderá ser desconstruído.

Igual ao SUS, a Política Nacional de Saúde Integral da

População Negra- PNSIPN para efetivação dos seus

princípios e superação das desigualdades raciais em saúde

não depende unicamente das instâncias governamentais.

MONTEIRO, M. C. S. Direito à saúde e participação social: enfrentando o racismo e a desigualdade social. In: KALCKMANN, S.; BATISTA, L. E.; CASTRO, C. M.; LAGO, T. G.; SOUZA, S. R. (Orgs.).Nascer com equidade.São Paulo: Instituto de Saúde, 2010. (Temas em saúde coletiva, 11). Disponivel em http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-de-saude/homepage/temas-saude-coletiva/pdfs/nascer.pdf Acesso 17/08/2015

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 127: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

127

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Faça um teste rápido para avaliar

o quanto a sua US está preparada

para o enfrentamento do Racismo

Institucional-RI. Responda as

questões a seguir, reflita sobre o

quanto a sua Unidade de Saúde

necessita rever as ações de

acordo com recomendações

vistas até aqui.

Prossiga

Fonte: Google imagens

Page 128: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

1- Existem instâncias (área técnica, comitês, comissões,

programas, reuniões, encontros sistemáticos, e outros) no

município sobre saúde da população negra?

2- A equipe da Unidade de Saúde tem contato com esse

grupo ou pessoa?

3- Os formulários utilizados na Unidade de saúde contém o quesito cor?

4- Caso seja coletado o quesito cor, está sendo feito da forma correta, utilizando o

critério do IBGE?

128

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

5- A equipe de saúde da unidade conhece a situação de saúde do seu território com o

recorte racial?

6- A equipe da unidade de saúde identificou grupos, entidades, comunidades negras

no seu território?

7- Existe conselho de saúde na unidade?

Prossiga

Page 129: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

8- As organizações, grupos ou entidades negras participam

de alguma forma do Conselho de saúde da unidade?

9- Você já presenciou situações de racismo na sua

unidade de saúde?

10- Quando é identificado algum caso de maus tratos (dimensão interpessoal) com

pessoas negras, seja trabalhador ou usuário, a gerencia da unidade trabalha a situação

com a equipe e define as medidas cabíveis para corrigir os danos?

129

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Prossiga

O que achou? A sua unidade de saúde

atende alguns dos requisitos mínimos

estipulados pela legislação do SUS e

pela Política Nacional da Saúde Integral

da População Negra – PNSIPN? .

Page 130: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

130

Baixe os Manuais sobre Racismo Institucional

FINAL WEB – Racismo Institucional uma abordagem conceitual

FINAL WEB- Guia de enfrentamento ao racismo institucional

Leia a matéria completa em: Guia de Enfrentamento do Racismo Institucional -

Geledés http://www.geledes.org.br/racismo-institucional-uma-abordagem-teorica-

e-guia-de-enfrentamento-do-racismo-institucional/#ixzz3l9rIYQQW

Leia o “Guia do Enfrentamento ao Racismo Institucional”

para conhecer os requisitos completos que a sua Unidade

de Saúde deve providenciar. Vá para o Links e assista o

vídeo indicado para você aprofundar esse assunto.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 131: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Saúde da população negra baseada em evidência

131

Em sua revisão de literatura sobre preconceito no SUS, Oliveira

et al (2012) identificaram nos artigos de pesquisa preconceito e

discriminação na atenção à saúde da mulher negra, das

pessoas com HIV/AIDS, dos usuários de álcool e drogas, e de

idosos, principalmente. Os autores concluem observando que o

preconceito é um tema como um tabu no campo dos serviços de

saúde, evidenciado, sobretudo pelo déficit no preparo e

conhecimento profissional a cerca das políticas de saúde que

integram o SUS. Todavia, o preconceito é revelado, sobretudo,

através de posturas negativas e levianas de um indivíduo para

com o outro, transformando a relação profissional–paciente em

um processo de dominação.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

OLIVEIRA, R A de et al. Equidade só no papel? Formas de preconceito no Sistema Único de Saúde e o princípio de equidade. Revista Psicología para América Latina, v. 23, , 2012 . Disponível em http://ulapsi.org/portal/wp-content/uploads/2012/08/Revista-No.-23-completa.pdf Acesso em 29/07/2015

Page 132: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Saúde da população negra baseada em evidência

132

• Os achados do estudo de Oliveira et al recomendam tanto o modelo de cuidado centrado no paciente e família, quanto a necessidade de se estabelecer um processo regular de reflexão sobre a relação profissional-paciente na Unidade de Saúde, talvez na modalidade de dinâmica de grupo, para a resolução de vieses que comprometem a eficácia dos resultados terapêuticos.

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Prossiga

Fonte: Google imagens

Page 133: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Segundo o sociólogo e antropólogo Kabenguele

Munanga o racismo é uma ideologia que sustenta a

superioridade de uma raça em relação a outras,

preconizando ou não a segregação racial e em

situações extremas propondo a extinção de

determinadas minorias. O racismo e, notadamente,

a discriminação racial referem-se a qualquer

distinção, exclusão, restrição ou preferência

baseada em raça/cor, descendência ou origem

nacional ou étnica. Têm por objetivo ou efeito anular

ou restringir os direitos dos grupos raciais tidos

como inferiores em qualquer âmbito da vida

(MUNANGA, 2003).

133

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

•MUNANGA, Kabenguele. Uma abordagem conceitual das noções de

raça, racismo, identidade e etnia, 2003. Disponível em

https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=59 . Acesso em 08/09/2015

Page 134: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Cabe aos trabalhadores das Unidades de Saúde da

Atenção Básica o enfrentamento do racismo institucional,

tendo o sujeito como centro da atenção e a equidade

como princípio:

134

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

•Garantir igualdade da atenção, sem privilégios ou

preconceitos.

•Implantar a Política Nacional da Saúde Integral da

População Negra - PNSIPN, olhar para população do

território, ajudar na compreensão do racismo, buscar

formas de enfrentamento com participação dos

usuários

•Reconhecer que as desigualdades entre indivíduos e

grupos demandam abordagens diversificadas - e não

isoladas - como condição essencial para sua redução.

Disponibilizar recursos e serviços de forma

justa de acordo com as necessidades em

saúde de cada pessoa

Page 135: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

135

•GOULART, Flávio A., TANNÚS, Liliane. Subsídios para o enfrentamento do Racismo na Saúde. DFID

– Ministério do Governo Britânico para o Desenvolvimento Internacional, 2007. Disponível em

http://www.iesc.ufrj.br/cursos/saudepopnegra/Subsidios.pdf acesso em 08/09/2015.

•DRUMOND JÚNIOR, Marcos. Informação em saúde: conceitos e usos. Disponível em:

http://extranet.saude.prefeitura.sp.gov.br/biblioteca/cursos/ceinfo-cefor/aula-

drumond/Informacao%20e%20Gestao%20maio%202008.pdf acesso em 08/09/2015

•CHOR, Dóra. LIMA, Claudia Risso de Araujo.Aspectos epidemiológicos das desigualdades raciais em

saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 5, p. 1586-1594, set./out, 2005.

Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v21n5/33.pdf acesso em 08/09/2015

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Não deixe de Ler

Page 136: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

136

Prossiga

Vamos agora a

uma síntese sobre

epidemiologia,

racismo institucional

e iniquidades

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Fonte: Maria do Carmo Sales Monteiro e Isabel Cristina Fonseca da Cruz

SÍNTESE SOBRE EPIDEMIOLOGIA, RI e INIQUIDADES

Page 137: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

A epidemiologia é uma poderosa ferramenta

para a análise da situação de saúde da

população brasileira, em que pese os grandes

avanços que temos feito nos últimos anos urge

avançarmos para além da epidemiologia

tradicional.

137

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Lançar parâmetros sociológicos e históricos sobre

os fenômenos com os quais nos deparamos,

através da inserção do quesito cor é fundamental

na qualificação da analise dos dados

epidemiológicos.

Desta forma potencializamos a tomada de decisão

e construímos processos de monitoramento para

além dos sistemas tradicionais

Page 138: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Já vimos que cabe também aos trabalhadores das

Unidades de Saúde da Atenção Básica o

enfrentamento do racismo institucional, tendo o

sujeito como centro da atenção e a equidade

como princípio, ou seja:

Garantir igualdade da atenção, sem privilégios ou

preconceitos.

• Disponibilizar recursos e serviços de forma justa

de acordo com as necessidades em saúde de

cada pessoa.

Reconhecer que as desigualdades entre

indivíduos e grupos demandam abordagens

diversificadas - e não isoladas - como condição

essencial para sua redução.

138

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 139: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

139

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

UMA QUESTÃO PARA VOCÊ PENSAR

O que fazer diante do

racismo institucional?

Prossiga

Page 140: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Implantar a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra-

PNSIPN, olhar para população do território, ajudar na compreensão do

racismo, buscar formas de enfrentamento com participação dos usuários;

140

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

AGORA É COM VOCÊ!

Divulgar suas experiências

Enfrentar a iniquidade, reconhecer onde e como ela acontece no seu território, atuar para mudar, buscar parcerias na comunidade;

Qualificar a coleta do quesito cor, orientar a população e trabalhadores/as para enfrentar diariamente as resistências;

Promover espaços para se conversar sobre diferenças, desigualdades e iniquidades em saúde, assim como sobre estratégias para a desconstrução do racismo institucional;

Analisar dados locais e retornar para a população e para as e os funcionárias/ os;

Prossiga

Page 141: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

141

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

AGORA É COM VOCÊ!

Identificar situações de racismo interpessoal, não ser conivente falar sobre isso, educar, denunciar;

Atuar junto à sociedade civil organizada e controle social visando ampliar e qualificar o debate sobre desigualdades raciais e combate ao Racismo Institucional no SUS;

Sensibilizar e capacitar novos atores e atrizes para o manejo das questões raciais e de gênero;;

Divulgar experiências e garantir que as lições aprendidas sejam subsídios para a formulação, implementação, monitoramento e avaliação das políticas públicas de equidade, em especial a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra -PNSIPN;

Garantir a participação do controle social representativo da população negra nos processos de monitoramento e avaliação de políticas públicas de saúde.

Page 142: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Inegáveis avanços foram alcançados nas políticas de saúde, sendo registrado especialmente o maior acesso aos serviços de saúde por parte da população mais pobre. Entretanto, esse acesso ainda não está universalizado e a qualidade dos serviços ofertados não segue o mesmo ritmo de melhoria que se garantiu na ampliação do acesso.

Em 2009 o Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, que tem como principal estratégia o enfrentamento ao racismo para garantir a equidade no Sistema Único de Saúde.

De maneira geral, é a população negra que ocupa os índices mais altos de problemas como gravidez na adolescência, mortalidade materna e mortalidade por causas externas na juventude negra.

Fonte: http://www.cnpd.gov.br/wp-content/uploads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-CRPD-SEPPIR-Brasil.ppt

142

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Direito à Saúde:

Page 143: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Fonte: http://www.cnpd.gov.br/wp-content/uploads/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-CRPD-SEPPIR-Brasil.ppt

143

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Direito à Saúde:

Garantir às mulheres negras o acesso com equidade a políticas de promoção, prevenção e assistência à saúde, com o estabelecimento de metas diferenciadas para a redução das taxas de mortalidade por causas evitáveis entre as mulheres negras

Tratar de maneira integrada as diferentes agendas, especialmente Durban e Cairo, para otimizar recursos e potencializar as ações.

Page 144: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Estatísticas e análises do Ministério da Saúde indicam que, embora avanços consideráveis tenham sido testemunhados nos últimos anos no que tange ao acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, ainda se notam sistemáticas desigualdades regionais e maior vulnerabilidade de segmentos específicos, como é o caso da população negra:

•Ainda há grande número de mulheres que adquirem a pílula por meio da compra em farmácias.

•A taxa de gravidez na adolescência, considerado o período de 15 a 19 anos, permanece alta em relação a outros países – 67,2 por mil em 2010. Maioria de adolescentes negras.

•Adolescentes ainda enfrentam dificuldades no atendimento adequado às suas demandas e expectativas específicas, não recebem informações suficientes sobre saúde sexual e reprodutiva nem recebem atendimento integral e humanizado.

•Taxa de nascimentos não planejados e indesejados é maior entre mulheres negras e moradoras de regiões mais pobres.

144

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Direitos Sexuais e Reprodutivos

Page 145: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

145

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Direitos Sexuais e Reprodutivos

Acesso aos exames clínicos de mama apresentam diferenciais raciais consideráveis: entre as mulheres de 40 anos ou mais que realizaram esses exames num período inferior a um ano, o percentual foi de 45,1% para as brancas e 33,1% para as negras.

Ainda é bastante difícil o acesso ao aborto seguro e as mulheres negras são as que mais morrem em situações de abortamento.

A principal estratégia de redução da mortalidade materna é o Programa Rede Cegonha, que vem logrando reduzir de maneira geral os índices de mortalidade, mas as disparidades raciais ainda são perceptíveis.

Page 146: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

146

Não presuma.

A escuta ativa da/o cliente pela/o profissional de saúde é

o elo na relação terapêutica. Busque a causa.

Além do sintoma, pergunte o que causou o problema. Na

resposta da/o cliente pode-se revelar o sistema de crença

de saúde (mágico, popular, etc.).Atue sem julgamento.

Aja com empatia, sem padronizar ou, pior, ridicularizar o

sistema de crença da/o cliente.

Garanta o entendimento.

Seja por meio das "3 cutucadas", seja pelo "mostre-me",

ou qualquer outra técnica, não deixe dúvidas quanto ao

cuidado de saúde.

Negocie o tratamento

Propicie a tomada de decisão compartilhada e apoio o

autocuidado de forma contínua.

Veja aqui algumas dicas para você prestar o cuidado de saúde inclusivo para a população negra e sua cultura

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 147: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Nesta atividade, você pôde:

Ampliar seus conhecimentos sobre o conceito de Saúde (e

Bem-Estar) da população, sob a ótica da Política Nacional da

Saúde Integral da População Negra - PNSIPN..

VENCIDA ESTA ETAPA

“Parabéns! Você fez uma conquista importante.

O SUS pode contar com você para a implantação

da Política Nacional de Saúde da População Negra-

PNSIPN e para promover mudanças importantes na sua Unidade

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 148: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Em breve vou postar a segunda UnidadeNela, você vai ver: Consulta Clínica na perspectiva da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra- PNSIPN

Não se esqueça:

É relevante sempre revisar os conteúdos já estudados para manter a consistência e a coerência dos conhecimentos construídos.

É fundamental que as ideias e os conceitos apresentados aqui tenham sido esclarecidos.

VENCIDA ESTA ETAPA

Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 149: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Ferramenta Cálculo Risco Cardiovascular

Ferramenta Avaliação da US para implantação da PNSIPN

Atlas da Saúde

Ferramenta Ambiente de Saúde Sócio Emocional

Calendário de Eventos em Saúde da População Negra

Links Diversos

Mojubá - http://antigo.acordacultura.org.br/mojuba/programa/fam%C3%ADlias

A COR DA CULTURA- http://www.acordacultura.org.br/

Caixa de Ferramentas

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 150: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

•Conselho Nacional de Saúde - RECOMENDAÇÃO Nº 030 12 12 2012

•Estatuto Igualdade Racial - 3ed

•II Plano Operativo da PNSIPN no SUS

•Portaria Ministerial 992 - Quesito cor sistemas de informação saúde

•Política Nacional de Saúde da População Negra - PNSIPN

Links de Redes de Controle Social

•Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra -

http://redesaudedapopulacaonegra.org/

•FENAFAL - http://fenafal.wordpress.com/

•Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde -http://renafrosaude.com.br/

•Criola - http://criola.org.br/criola/

. Rede de Mulheres Negras do Paraná - https://pt-br.facebook.com/pages/Rede-de-

Mulheres-Negras-PR/160170770788239

Links de Legislação Importante

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

Page 151: Epidemiologia, Racismo Institucional  e Iniquidades na perspectiva da saúde da população negra

Referências BibliográficasCANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e

diferença. Rev. Bras. Educ., Rio de Janeiro , v. 13, n. 37, Abril. 2008 . Disponível

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24782008000100005&lng=en&nrm=iso. Acessado em 28/07/2015

GIROUX, Henry A.. Por uma pedagogia e política da branquidade. Cad. Pesqui., São Paulo , n. 107,

jul. 1999 . Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

15741999000200004&lng=pt&nrm=iso. acessos em 28/07/2015

•PORTAL EDUCAÇÃO. Princípios e diretrizes do SUS. Disponível em

http://www.portaleducacao.com.br/medicina/artigos/53202/principios-e-diretrizes-do-sus Acessado

em 28/07/2015

RIBEIRO, Polyana da Costa et al. Ferramentas para o diagnóstico comunitário de saúde na consolidação da

estratégia saúde da família. Tempus Actas de Saúde Coletiva, [S.l.], v. 6, n. 4, p. Pág. 161-174, dez. 2012. ISSN

1982-8829. Disponível em:http://www.tempusactas.unb.br/index.php/tempus/article/view/1213/1098. Acesso

em:28/07/2015

SA, Samantha Dubugras; WERLANG, Blanca Susana Guevara; PARANHOS, Mariana Esteves. Intervenção em

crise. Rev. bras.ter. cogn., Rio de Janeiro , v. 4, n. 1, jun. 2008 . Disponível

em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872008000100008&lng=pt&nrm=issoAcessado em 28/07/2015

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Epidemiologia, Racismo Institucional (RI) E Iniquidades na Perspectiva da Saúde aa População Negra

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Referências BibliográficasBARCELLOS, Christovan. et al. O território da saúde: a organização do sistema de saúde e a

territorialização. Rio de janeiro: FIOCRUZ/EPSJV, [s.d.]. Disponível

em: http://www.epsjv.fiocruz.br/upload/ArtCient/20.pdf acesso em 28/07/2015

BRASIL. Ministério da Saúde. Carta de direitos dos usuários da saúde. 2. ed.Brasília, 2007. 9 p. (Série E. Legislação de Saúde). Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_direito_usuarios_2ed2007.pdf acesso em 28/07/2015

Revista da ABPN - Dossiê Saúde da População Negrahttp://www.abpn.org.br/Revista/index.php/edicoes/issue/view/21/showToc

ONU.Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf acesso em 28/07/2015

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BRANDÃO, Ana Paula. (Coord.). Saberes e fazeres: modos de brincar: caderno de atividades. Rio de Janeiro: Fundação Roberto Marinho, 2010. (A cor da cultura, v.5). Disponível em http://www.acordacultura.org.br/kit Acessado em 28/07/2015

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Observatório da diversidade cultural: http://observatoriodadiversidade.org.br

Fundação Palmares: http://www.palmares.gov.br/

Centro de Estudos de Etnobotânica e Etnofarmacologia- UNIFESP http://www.cee.unifesp.br/etnofarmacologia.htm

Comunidades tradicionais: http://www.caa.org.br/

Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde: http://renafrosaude.com.br/

Sites Interessantes

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Assunto link

Programa Sala de Convidados sobre Políticas de Saúde para a População Negra exibido em 16/7/2013 pelo Canal Saúde

https://www.youtube.com/watch?v=ABM80O1ivKs

O cuidar nos terreiros https://youtu.be/H0677xQuO0Q

Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito http://youtu.be/VyPAEQ8A-yI

Cultura Popular e a Oralidade http://youtu.be/_jlFUd-5nzQ

Museu Afro Brasil: artes plásticas http://youtu.be/RmZNkjgslH0

Museu Afro Brasil: religiões afro-brasileiras https://youtu.be/g2q8cqxhzvw

A ignorância da diversidade -- Muniz Sodré.flv http://youtu.be/WfmEABJVeu4

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Assunto link

Canal Saúde - Politica Nacional Integral de Saúde Popular Negra

http://www.youtube.com/watch?v=lw2bGJLQqeQ

Quesito cor do PCRI http://www.youtube.com/watch?v=gh9MJEBZJLE

Racismo Institucional e Repercussões na Saúde https://youtu.be/eiGReZxk4-k

Estado lança campanha para aprimorar tratamento de

saúde da população negra no SUS

https://youtu.be/u6MvRj6v4sQ

Jurema Werneck - Ações afirmativas, etnia, raça e saúde https://youtu.be/OD6yj5hseWQ

Especial Consciência Negra: negros sofrem discriminação no sistema de saúde

https://youtu.be/FKLwt-W9A_Y

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Políticas de Saúde no Brasil : um século de luta pelo direito à saúde – vídeos http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?ID=11133&tipo=B

O papel do setor saúde na promoção da equidadehttp://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?ID=13224&Tipo=BParticipação social em políticas de promoção da equidade. http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?ID=13226&Tipo=B

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