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Helicoperva 2

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Page 1: Helicoperva 2

Diário Ofi cial Poder Executivo - Seção Iquinta-feira, 6 de fevereiro de 2014 São Paulo, 124 (25) – III

À procura da lagartaPara impedir que a Helicoperva armigera cause danos à agricultura,

Coordenadoria de Defesa Agropecuária monta equipe multitarefa para combatê-la

ma equipe técnica da Coordenado-ria de Defesa Agropecuária (CDA), de Campinas, vinculada à Secre-taria Estadual de Agricultura e Abas- tecimento, vai percorrer, este mês, o Estado de São Paulo para verifi-car a ocorrência da lagarta Heli-coverpa armigera na agricultura paulista. A praga foi detectada no ano passado na Bahia e em Goiás, mas é possível que esteja no Bra-sil há mais tempo, e existe a pos-sibilidade de se espalhar por todo o território nacional, provocando danos a diversas culturas, como as vagens (soja, feijão, etc.), mi -lho, algodão, frutíferas, hortaliças e outras.

O cardápio da lagarta é vasto. Uma vez descoberta em solo pau-lista, terá de ser combatida por téc-nicas de manejo das plantas ou por defensivos agrícolas. Participam ainda da expedição especialistas, agrônomos na maioria, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e do Instituto Biológico, da capi-tal, e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.

A expedição – Os profissio-nais integram grupo técnico cons-tituído pela Secretaria em agos-to, com o intuito de pesquisar a Helicoverpa de várias formas. A presidente do grupo, a agrônoma da CDA Ane Beatriz Camargo Veronez, explica que até o momento sua equipe organizou reuniões internas e um workshop em Campinas, ao qual compareceram cerca de 300 pessoas do setor de todo o Brasil e de quatro países. Foram debatidos o histórico da praga, sua identifica-ção e distribuição geográfica, seu manejo integrado, monitoramento e inspeção.

Beatriz conta que o gênero Helicoverpa é bastante extenso e se encontra no País há anos, “mas a espécie armigera é novidade, sendo mais uma lagarta que pre-cisamos combater”. Cada cultura agrícola sofre danos da praga de formas diferenciadas. Na soja, por exemplo, ela ataca mais os primei-ros brotos da planta, e, depois, na fase de nascimento das vagens, ali-mentando-se dos grãos, também. “É extremamente polífaga (voraz)”, diz a agrônoma da CDA. O perigo é detectado pela presença do número da lagarta por metro quadrado de determinada plantação. O avanço dela nas lavouras ocorre por trans-porte de alguns produtos vegetais ou pelo voo, quando vira mariposa e vai se reproduzir.

Manejos adequados – José Francisco Tristão, também da CDA, explica que a equipe vai per-correr quatro regiões do Estado: Sudoeste (cidades próximas do Rio Paranapanema), arredores de Assis, de São José do Rio Preto e de Araraquara-São Carlos. São regiões com diferentes culturas. Araraquara, por exemplo, é des-taque pela produção de laranja.

A equipe atrás da pragaAne Beatriz Camargo Veronez (CDA); Dalva Gabriel (Instituto Biológico); Teresa

Jocys (Biológico); Luiz Henrique Carvalho (IAC); Cristiano Geller (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – Cati); Vandir Daniel da Silva (Cati); Euclides de Lima Moraes Filho (CDA); Rita Lourenço (Mapa); José Francisco Tristão (CDA); José Osmar Bortoletti (CDA); Mário Sérgio Tomazella (CDA); e Vicente Paulo Martello (CDA).

Polícia Civil recebe reforço

A posse de 547 profissionais reforça os quadros da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Concursados, os agentes poli-ciais e os agentes de telecomunicações farão cursos de formação de três meses na Academia de Polícia Dr. Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol) e passarão por estágio. Se aprovados, serão indi-cados para unidades da Polícia Civil em todo o Estado, de acordo com a classifi-cação final do curso na Academia e da necessidade de cada região.

Os 156 agentes de telecomunicações disputaram a vaga com 78 mil inscri-tos; os 391 policiais concorreram com quase 80 mil inscritos. Dos ingressantes na carreira policial, 492 são homens e 55, mulheres. Os policiais comporão a linha de frente no combate ao crime e a maioria dos agentes de telecomunicação atuará em atividades da delegacia ele-trônica, com uso de tecnologias e teleco-municação. Desde dezembro, a delega-cia eletrônica faz registro de ocorrência para roubos e roubos de veículo.

Autorizado concursopara 4,6 mil soldados

Para reforçar o policiamento das ruas de São Paulo, foi autorizada a aber-tura de concurso público para contratar 4,6 mil soldados. A autorização está publicada no Diário Oficial do dia 30. Em breve, também será divulgado o edi-tal. Candidatos farão testes de escolari-dade, condicionamento físico, exames de saúde e psicológico e passarão por análise de documentos e investigação social. Os aprovados cursarão a Escola Superior de Soldados.

Com um ano de duração, a prepara-ção inclui aulas de conceitos de direitos humanos, direito penal e direito militar, criminalística, princípios de hierarquia e disciplina, tiro defensivo na preservação da vida (conhecido como método Giraldi), defesa pessoal, programas de policiamen-to, inteligência policial e policiamento em eventos. Ao final do curso, passarão por estágio e poderão atuar nas ruas.

Últimos diasdo Roda SP

Turistas e moradores do litoral pau-lista podem participar, até o dia 16, do Programa Roda São Paulo – iniciativa da Secretaria Estadual de Turismo que facilita a integração turística entre nove municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista: Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Guarujá, Cubatão e Bertioga.

Pagando R$ 10 é possível escolher entre quatro roteiros rodoviários (Bem Receber; Calor no Coração; Caminhos do Mar e Navegantes) para conhecer pontos turísticos e desfrutar de para-das estratégicas para fotografias e ali-mentação. Ruínas do Abarabebê, Bolsa do Café, Lamário Municipal, Poço das Antas, Portinho de Praia Grande, Aquário Municipal de Santos e Biquinha de São Vicente são algumas das atra-ções turísticas que o Roda SP oferece. Criado em julho de 2011, o programa tem 19 ônibus e nove vans que, durante todo o ano, realizam circuitos de festas, eventos e programações de férias na região. Em média, são 12 circuitos por ano. Não é preciso reservar ingressos, que são adquiridos nos próprios ônibus. Crianças até 5 anos não pagam.

Serão usadas armadilhas, parecidas com uma casinha de plástico, do tamanho de um caderno, com um produto quími-co dentro, que vai atrair as mariposas- -machos, que ficarão presas. Cada casinha será instalada nas plantas a 60 cm ou 70 cm do chão.

Os insetos capturados serão enviados ao Instituto Biológico, na Vila Mariana, para detecção da espécie. “As mariposas do gênero Helicoverpa são muito parecidas a olho nu. Só no laboratório é possível des-cobrir se é a armigera ou não.”

O pesquisador especialista em algo-dão, Luiz Henrique Carvalho, do IAC/Campinas, conta que é primordial desco-brir a praga no início, para que as autorida-des sanitárias e produtores encontrem meios de combatê-la. Ele cita os manejos adequados para controlar ou erradicar uma praga, seja lagarta, seja micro-orga -nismo, como fungos e bactérias e até ervas daninhas. “O agricultor tem de se cons-cientizar que a lavoura não pode ser vista como linha de produção industrial. É necessário dar descanso à terra e a deter-minadas lavouras.”

Carvalho observa que os métodos mais importantes de prevenção são o vazio sani-tário (deixar de plantar por algum tempo uma cultura contaminada), rotação de

plantio, entre outros. “Se o produtor não fizer algum sacrifício em sua propriedade, vai usar defensivos agrícolas a vida inteira e a praga vai voltar quase sempre”, profetiza o especialista.

Governo federal – A representante do Mapa no grupo técnico e na expedição é a agrônoma e fiscal federal Rita Lourenço. Ela conta que o controle de doenças vege-tais ou animais é atribuição do ministério e das coordenadorias de defesa agropecuária no Brasil. “Para isso, é necessário estabele-cer parcerias com os Estados para a detec-ção, a prevenção e, se possível, a erradica-ção de alguma praga no território nacio-nal”, diz Rita.

Assim como Luiz Henrique, Rita asse-gura ser indispensável a colaboração do agricultor no controle fitossanitário de sua lavoura ou atividade pecuária, desde a preparação do solo até o combate ao mal. “O vazio sanitário, por exemplo, permite interromper o ciclo de vida de uma praga.” Sua colega de equipe, Ane Beatriz, da CDA, garante que a secretaria estadual possui em estoque 24 produtos, entre químicos e bio-lógicos, que combatem a armigera.

Otávio Nunes

Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial

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A armigera pode se espalhar por todo território nacional e atacar vagens de soja, feijão

Parte da equipe, da esquerda para a direita: Luiz, Rita, Euclides, Ane e Tristão

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