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CLORIDRATO DE BETAÍNA NA HIPOCLORODR... CLORIDRATO DE BETAÍNA NA HIPOCLORODRIA E ACLORIDRIA Anderson de Oliveira Ferreira, Farm., MSc, PhD(cand.) Introdução Em indivíduos saudáveis, após a ingestão de alimentos, espera-se a ocorrência da secreção de ácido clorídrico (HCl) pelas células parietais do estômago. A acidificação do conteúdo gástrico promove a ativação da pepsina, uma enzima proteolítica importante na digestão de proteínas. Adicionalmente, vários estudos indicam que o ácido gástrico HCl pode aumentar a absorção de vários nutrientes, incluindo ferro, zinco, cobre, ácido fólico, vitamina B3 e betacaroteno. A absorção de vitamina B12 presente nos alimentos também requer a secreção e presença de HCl. O mesmo não ocorre em relação a vitamina B12 cristalina sintética, sobre a qual o HCl não exerce efeito no aumento de sua absorção. Essa diferença parece ser devida ao fato onde a vitamina B12 derivada de alimentos apresentar-se-ia ligada à proteína e para ser liberada e absorvida necessitaria da ação da pepsina. O ácido gástrico também desempenha um papel relevante na liberação e subsequente absorção de compostos bioativos presentes em plantas medicinais, função que explicaria em parte a efetividade de fitoterápicos em alguns indivíduos e a ausência em outros para uma mesma condição clínica (NIWA et al., 1991; GABY, 2011). A hipocloridria e a acloridria são respectivamente definidas como a falta ou ausência de ácido (HCl) no fluido gástrico (YAGO et al., 2013). A acloridria e a hipocloridria poderiam potencialmente resultar na redução de vários nutrientes listados anteriormente, levando potencialmente a deficiências nutricionais. A fase gástrica da digestão de proteínas também pode ser prejudicada nas pessoas com hipocloridria, embora enzimas secretadas pelo pâncreas possam superar parcialmente essa deficiência. A digestão incompleta de proteína compromete o status nutricional proteico e aumenta a absorção de macromoléculas potencialmente alergênicas (GRAY; WALZER, 1936; SCHOLL et al., 2005). De fato, quando as proteínas não são digeridas em aminoácidos, dipeptídeos e polipeptídeos de cadeia curta; elas retêm suas propriedades antigênicas. Essas moléculas antigênicas são então expostas ao sistema imune ou absorvidas através da permeação favorecida pelo afrouxamento de junções intercelulares do intestino, ocasionando um estado crônico de hipersensibilidade (PIZZORNO; MURRAY, 2000). Análises fracionais gástricas de 200 crianças asmáticas realizadas por Bray mostraram que 80% dos indivíduos avaliados apresentavam secreções ácidas abaixo dos níveis normais (BRAY, 1931). Essa alta

Hipoclorodria e acloridria

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CLORIDRATO DE BETAÍNA NA HIPOCLORODR...CLORIDRATO DE BETAÍNA NA HIPOCLORODRIA E ACLORIDRIA

Anderson de Oliveira Ferreira, Farm., MSc, PhD(cand.)

Introdução

Em indivíduos saudáveis, após aingestão de alimentos, espera-se aocorrência da secreção de ácidoclorídrico (HCl) pelas células parietaisdo estômago. A acidificação doconteúdo gástrico promove a ativaçãoda pepsina, uma enzima proteolítica

importante na digestão de proteínas. Adicionalmente, vários estudos indicam que oácido gástrico HCl pode aumentar a absorção de vários nutrientes, incluindo ferro,zinco, cobre, ácido fólico, vitamina B3 e betacaroteno.A absorção de vitamina B12 presente nos alimentostambém requer a secreção e presença de HCl. Omesmo não ocorre em relação a vitamina B12 cristalinasintética, sobre a qual o HCl não exerceefeito no aumento de sua absorção. Essa diferençaparece ser devida ao fato onde a vitamina B12 derivadade alimentos apresentar-se-ia ligada à proteína e paraser liberada e absorvida necessitaria da ação da pepsina. O ácido gástrico tambémdesempenha um papel relevante na liberação e subsequente absorção de compostosbioativos presentes em plantas medicinais, função que explicaria em parte a efetividade de fitoterápicos em alguns indivíduos e a ausência em outros para uma mesma condição clínica(NIWA et al., 1991; GABY, 2011).A hipocloridria e a acloridria são respectivamente definidas como a falta ou ausênciade ácido (HCl) no fluido gástrico (YAGO et al., 2013). A acloridria e a hipocloridriapoderiam potencialmente resultar na redução de vários nutrientes listadosanteriormente, levando potencialmente a deficiências nutricionais. A fase gástrica dadigestão de proteínas também pode ser prejudicada nas pessoas com hipocloridria,embora enzimas secretadas pelo pâncreas possam superar parcialmente essadeficiência. A digestão incompleta de proteína compromete o status nutricionalproteico e aumenta a absorção de macromoléculas potencialmente alergênicas(GRAY; WALZER, 1936; SCHOLL et al., 2005). De fato, quando as proteínas não sãodigeridas em aminoácidos, dipeptídeos e polipeptídeos de cadeia curta; elas retêmsuas propriedades antigênicas. Essas moléculas antigênicas são então expostas aosistema imune ou absorvidas através da permeação favorecida pelo afrouxamento dejunções intercelulares do intestino, ocasionando um estado crônico dehipersensibilidade (PIZZORNO; MURRAY, 2000). Análises fracionais gástricas de 200crianças asmáticas realizadas por Bray mostraram que 80% dos indivíduos avaliadosapresentavam secreções ácidas abaixo dos níveis normais (BRAY, 1931). Essa alta

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ocorrência sugere que a produção de acidez gástrica diminuída poderia predisporessas crianças a alergias alimentares.Além do papel importante na absorção de nutrientes, o ácido gástrico tambémapresenta uma função barreira, eliminando vários micro-organismos patogênicos quede outra forma poderiam colonizar o trato gastrintestinal. O suco gástrico ébactericida em pH igual ou menor que 3,0. Indivíduos com hipocloridria apresentamrisco maior para o aumento do crescimento bacteriano e de fungos, bem como parainfestação por parasitas intestinais (GABY, 2011). O aumento da incidência de câncerno estômago tem sido observado em pessoas com acloridria, possivelmenteexplicado pela produção aumentada de nitrosaminas derivadas de nitritosintragástricos (RUDDEL, 1978).Embora alguns pacientes possam permanecer assintomáticos mesmo com umacompleta ausência de ácido gástrico, alguns sinais e sintomas têm sido relacionadoscom a baixa acidez gástrica; como a ocorrência de inchaço ou distensão abdominal,eructação, queimação e flatulência imediatamente após as refeições, mal-estar;indigestão, diarréia ou constipação, presença de alimentos não digeridos nas fezes,boca seca, glossite; alergias a múltiplos alimentos, náusea, prurido anal, fraqueza,descamação cutânea, unhas quebradiças, dilatação de vasos sanguíneos nasbochechas e nariz, sensação prolongada de plenitude após alimentação, náusea enáusea após tomar suplementos, acne, deficiência de ferro, parasitose intestinalcrônica, flora intestinal anormal e candidíase crônica (KELLY, 1997; PIZZORNO;MURRAY, 2000).

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Helicobacter pylori (GABY, 2011). Estima-se que cerca de 30% dos idosos acima de 60 anos possuem gastrite atrófica e cerca de 40% das mulheres pós-menopausadas não apresentam secreção ácida basal (KELLY, 1997). A acloridria e hipocloridria também podem ser causadas pelo tratamento prolongado com inibidores da bomba de prótons (ex. omeprazol, rabeprazol), comprometendo inclusive a absorção de fármacos com natureza química de base fraca (ex. cetoconazol, itraconazol, tiroxina, dipiridamol, atazanavir, enoxacina, dasatinibe) que exibem solubilidade pH-dependente quando administrados sob condições hipoclorídricas (YAGO et al., 2013; CORLETO et al., 2014; YAGO et al., 2014). O uso prolongado dessa classe de antiulcerosos também pode interferir negativamente naabsorção de nutrientes, incluindo do ferro, cálcio, magnésio e vitamina B12, ocasionando potencialmente deficiências nutricionais (CORLETO et al., 2014).Vários estudos relatam a prevalência da hipocloridria ou acloridria em associação com certas condições clínicas, incluindo anemia/anemia perniciosa, artrite, asma (em crianças), doença celíaca, carcinoma do estômago, distúrbios autoimunes crônicos, depressão, dermatite herpetiforme, diabetes mellitus, neuropatia diabética, eczema, dispepsia flatulenta,cálculo biliar, pólipos gástricos, gastrite, hepatite, hipertiroidismo/doença de Graves, hipotiroidismo, lúpus eritematoso, miastenia gravis, osteoporose, psoríase, rosácea, doença de Sjogren, tireotoxicose, colite ulcerativa, vitiligo, neuralgia do trigêmio e insuficiência cardíaca congestiva (KELLY, 1997; PIZZORNO; MURRAY, 2000; GABY, 2011).O tratamento da hipocloridria e acloridria é usualmente direcionado à causa primária, incluindo a reacidificação gástrica através da suplementação indireta oral de ácido clorídricoprimariamente com cloridrato de betaína, embora o cloridrato de ácido glutâmico e o

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próprio ácido clorídrico diluído também sejam ainda eventualmente empregados para essa finalidade (WOSIKA, 1936; KNAPP, 1991; KELLY, 1997; THOME RESEARCH Inc., 2002; YAGO et al. ,2013; YAGO et al., 2014).

Cloridrato de Betaína: descrição e farmacologia

Figura 1: Fórmula estrutural do cloridrato de betaína

O cloridrato de betaína (C5H11NO2.HCl; PM=153,6) é derivado da betaína ou trimetilglicina, um composto quaternário de amônio inicialmente descoberto no suco de açúcar de beterraba (Beta vulgaris ) (HENDLER; RORVIK, 2008). Apresenta-se como pó cristalino branco ou incolor e quando dissolvido em água, o cloridrato de betaína hidrolisa-se e cerca de 25% do seu peso forma ácido clorídrico (HCl). O pH de uma solução aquosa de cloridrato de betaína a 10%(p/v) varia de 1,0 a 1,5, portanto significativamente ácida (BLACOW, 1972).O cloridrato de betaína constitui-se em um agente nutracêutico utilizado como fonte de ácido clorídrico, administrado de forma isolada ou em associações por via oral para tratamento da hipocloridria, auxiliar a digestão, hepatoproteção e aumentar os níveis depotássio (KRINSKY et al.,2003; HENDLER; RORVIK, 2008).Administrado como forma farmacêutica sólida oral (ex. cápsula, comprimido, pó), o cloridrato de betaína acidifica o fluido gástrico através da dissociação em betaína livre e ácido clorídrico, baixando dessa forma o pH gástrico (YAGO et al., 2014). O cloridrato debetaína é convertido em betaína no ambiente alcalino do intestino delgado onde a betaína é absorvida pelos enterócitos, sendo liberada na circulação portal e através desta levada ao fígado onde há significante metabolismo de extração de primeira passagem e metabolismo de primeira passagem da betaína. A principal reação metabólica é a transferência de um grupo metila da betaína para homocisteína via a enzima betaína-homocisteína-metiltransferase. Os produtos dessa reação são L-metionina e dimetilglicina(HENDLER; RORVIK, 2008).A dose típica de cloridrato de betaína utilizada para o alívio dos sintomas da acloridria e como auxiliar na digestão (como digestivo é usualmente associado à pepsina) varia aproximadamente 325mg a 650mg administradas nas refeições, sendo que doses menores emaiores também são relatadas (BLACOW, 1972; KELLY, 1997; KRINSKY et al., 2003; HENDLER; RORVIK, 2008).

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Eficácia do Cloridrato de betaína no tratamento da acloridria/hipocloridria e na reacidificação gástrica após acloridria induzida farmacologicamente. Em um estudo conduzido por Sharp e Fister , vinte e sete pacientes com acloridria foram suplementados com cloridrato de betaína durante um período de 6 meses. Foi observada uma melhora geral na condição física e energia em todos os pacientes. Todos pacientes com sintomas indigestão e produção excessiva de gases obtiveram alívio com o tratamento. Sinais de inflamação na mucosa oral melhoraram em 78% dos pacientes e dos 22 pacientes com queixa de dor crônica bucal, 5 obtiveram completo alívio e outros 11 pacientes relataram melhora (SHARP; FISTER, 1963).Alguns estudos têm demonstrado que o pH gástrico elevado pelo uso de agentes como inibidores da bomba de prótons (ex. rabeprazol) ou antagonistas de receptor H2 (ex. cimetidina) podem impactar significativamente na absorção de fármacos que exibemsolubilidade pH-dependente, como é caso daqueles classificados como bases fracas. A despeito desse problema, há uma carência de estratégias clínicas práticas para mitigar esse tipo de interação. Com base nessa demanda, um estudo piloto avaliou recentemente a extensão e tempo de curso da reacidificação gástrica após a administração oral de forma farmacêutica oral sólida contendo cloridrato de betaína anidra em voluntários sadios com hipocloridria induzida farmacologicamente. Seis voluntários sadios inicialmente com normocloridria (pH gástrico em jejum < 4,0) foram recrutados nesse período único de estudo. A hipocloridria foi induzida via administração oral de 20mg de rabeprazol duas vezes ao dia durante quatro dias. No quinto dia, uma dose adicional de rabeprazol foi dada eo pH gástrico foi monitorado continuamente através do uso da cápsula de Heidelberg (técnica de 2 of 4 07/12/2016 02:18CLORIDRATO DE BETAÍNA NA HIPOCLORODRIA.monitorado por 2 horas. O cloridrato de betaína baixou significativamente o pH gástrico de 5,2 ± 0,5 unidades para 0,6 ± 0,5 unidade com uma redução média de 4,5 ± 0,5 unidades (P < 0,001) durante um intervalo de 30 minutos após a administração. O início do efeito do cloridrato de betaína foi rápido, com tempo médio para obter pH < 3,0 de 6,3 ± 4,3 minutos.O período de reacidificação foi temporário com pH gástrico < 3,0 e < 4,0 durando respectivamente 73 ± 33 minutos e 77 ± 30 minutos. O cloridrato de betaína foi bem tolerado por todos os indivíduos. O estudo concluiu que o cloridrato de betaína foi efetivo em voluntários sadios com hipocloridria induzida farmacologicamente, promovendo redução temporária do pH gástrico. O rápido início de ação e a duração relativamente curta da redução do pH confere ao cloridrato de betaína potencial para auxiliar na absorção de fármacos administrados via oral com característica de base fraca e com solubilidade pH-dependente quando ingeridos sob condições de hipocloridria (YAGO et al., 2013).O uso do cloridrato de betaína para aumentar a absorção da dasatiniba, medicamento empregado no tratamento de leucemias, foi avaliado em voluntários sadios com hipocloridria induzida por rabeprazol através de um estudo clínico farmacocinético, aberto,cruzado, randomizado e envolvendo três formas de tratamento. A dasatiniba, assim como vários outros fármacos administrados via oral entre os quais também se incluem outros agentes anticâncer, exibe solubilidade dependente do pH. Fármacos redutores do pHgástrico podem potencialmente afetar negativamente a absorção e reduzir o efeito terapêutico desse fármaco. Nesse estudo os voluntários foram randomizados em três grupos para receber somente dasatiniba (100mg), dasatiniba (100mg) após pré-tratamentocom rabeprazol (20mg 2x/dia) e dasatiniba (100mg) com 1500mg de cloridrato de betaína após pré-tratamento com rabeprazol (20mg 2x/dia). O objetivo desse estudo foi determinar se o cloridrato de betaína poderia aumentar a absorção da dasatiniba em condições de hipocloridria. Os resultados do estudo mostraram que o rabeprazol reduziu

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significativamente a concentração máxima ou pico de concentração plasmática (Cmax) e a área sob a curva (AUC = quantidade de fármaco que atinge a circulação sistêmica) em 92 e 78% respectivamente. Entretanto a coadministração de cloridrato de betaína aumentou significativamente a Cmax e AUC da dasatiniba em 15 e 6,7 vezes, restaurando ambos para 105 e 121% respectivamente em relação ao grupo controle (grupo dasatiniba somente). Portanto, cloridrato de betaína reverteu o impacto da hipocloridria na redução da biodisponibilidade da dasatiniba e poderia ser uma estratégia efetiva para mitigar interações fármaco-fármaco para medicamentos que exibem solubilidade pH-dependente e administrados via oral sob condições de hipocloridria (YAGO et al., 2014).

Conclusão

A hipocloridria/acloridria trata-se de condição clínica não regularmente considerada no diagnóstico médico e frequentemente subestimada ou negligenciada. Contudo, suas implicações no status nutricional, associação com diversas patologias e possíveisinterferências na biodisponibilidade de alguns medicamentos são relevantes à saúde e devem ser por isso consideradas na prática médica. O benefício e eficácia da suplementação de cloridrato de betaína no aumento da função digestiva e na reacidificação do Ph gástrico têm sido evidenciados em alguns estudos, advogando para seu uso na hipocloridria/acloridria e na melhora da qualidade de vida de pacientes com distúrbios digestivos.

Exemplos de formulações

1) Cápsulas com Cloridrato de Betaína

Cloridrato de betaína.................... 325 – 650mg

Excipiente qsp............................... 1 cápsula

Mande 90 cápsulas.

Indicações : acloridria, hipocloridria, auxiliar na digestão.

Posologia : Tomar 1 cápsula 3 vezes ao dia, administrado com água (antes, durante, após

ou entre as principais refeições).

2) Cápsulas com Cloridrato de Betaína e Pepsina

Cloridrato de betaína.................... 388 mg

Pepsina........................................... 97 mg

Excipiente qsp............................... 1 cápsula

Mande 90 cápsulas.

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Indicações : acloridria, hipocloridria, auxiliar na digestão.

Posologia : Tomar 1 cápsula 3 vezes ao dia, administrado com água (antes, durante, após

ou entre as principais refeições).

3) Cápsulas com Cloridrato de Betaína e Pepsina

Cloridrato de betaína..................... 500 mg

Pepsina............................................ 40 mg

Excipiente qsp................................ 1 cápsula

Mande 90 cápsulas.

Indicações : acloridria, hipocloridria, auxiliar na digestão.

Posologia : Tomar 1 cápsula 3 vezes ao dia, administrado com água (antes, durante, após

ou entre as principais refeições).

4) Composto digestivo com Cloridrato de Betaína e associações

Cloridrato de betaína.................... 155 mg

Pepsina........................................... 105 mg

Pancreatina.................................... 100 mg

Cloridrato de ácido L-glutâmico. 100 mg

Papaína........................................... 50 mg

Bromelina....................................... 30 mg

Excipiente qsp............................... 1 cápsula

Mande 90 cápsulas.

Indicações : auxiliar na digestão, auxiliar na redução da intolerância alimentar.

A betaína é um composto metabólico derivado do aminoácido glicina e pode ser obtida pelo consumo de alimentos: frutos do mar, especialmente invertebrados marinhos; gérmen ou farelo de trigo; espinafre; e beterraba.

Foi descoberta no século 19, no suco da beterraba, e desde então muitos efeitos tem-se atribuídos a ela.

Na forma de cloridrato, a betaína pode estar associada à pepsina, e dessa forma contribuir para o tratamento da hipocloridria, ou seja, auxiliar nos distúrbios digestivos, principalmente na assimilação de proteínas e também em casos de produção excessiva ou baixa de ácido clorídrico.

Em ambos os casos, os sintomas são parecidos e algumas vezes a utilização de antiácidos mascara a

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real causa da disfunção digestiva.

A pepsina, uma enzima digestiva, é produzida pelas paredes do estômago, sendo secretada pelo suco gástrico e tem como função digerir proteínas.

No entanto, como ela só atua em meio ácido, o estômago também produz o ácido clorídrico (HCL), que converte o pepsinogênio em sua forma ativa, a pepsina, que por sua vez atua na digestão dos alimentos proteicos.

A deficiência do HCL contribui para a redução dos níveis de pepsina, consequentemente, os alimentos não são digeridos, e os sintomas de hipocloridria se desenvolvem.

O cloridrato de betaína é recomendado como fonte adicional de HCL para pessoas com hipocloridria (baixa produção de HCL).

Alguns dos sintomas relacionados a esse fator incluem: queimação, inchaço, eructação, sensação de satisfação ou peso estomacal, especialmente após as refeições, náuseas após comer ou tomar suplementos, candidíase por repetição, azia, indigestão, mau hálito, diarreia ou constipação intestinal, gases, unhas fracas, acne, urticárias, presença de alimentos nas fezes, entre outros.

Com o envelhecimento, a secreção de HCL também pode reduzir e resultar em níveis menores de pepsina, o que dificulta ainda mais o processo de digestão.

O cloridrato de betaína pode ser usado pelo estômago para aumentar os níveis de pepsina também.

A combinação de cloridrato de betaína e pepsina atua como um excelente tônico estomacal, auxiliando nos processos digestivos e melhorando os sintomas da hipocloridria.

A betaína também estimula as células do fígado a se livrarem de toxinas.

Além disso, age para proteger os dutos do fígado e bílis, que são importantes para o fígado funcionar corretamente.

Esta substância é ainda indicada por alguns especialistas para diminuir o risco de doenças da artéria coronária e cerebral, uma vez que reduz a inflamação no corpo, permitindo que os vários sistemas funcionem com maior harmonia.

Recomenda-se o consumo de 200-500mg de betaína até duas vezes ao dia, imediatamente antes das refeições.

No Brasil, consegue-se betaína em farmácias de manipulação.*

A betaína, por precaução, não deve ser utilizada por gestantes, nutrizes e por pessoas com úlceras duodenais e estomacais ou que façam uso de medicamentos que podem causar úlceras.

*Consulte seu médico.