16
Perspectivas para compreensão do suicídio em Perspectivas para compreensão do suicídio em crianças crianças

Perspectivas do suicídio em crianças

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Perspectivas do suicídio em crianças

Perspectivas para compreensão do suicídio em criançasPerspectivas para compreensão do suicídio em crianças

Page 2: Perspectivas do suicídio em crianças
Page 3: Perspectivas do suicídio em crianças

Este trabalho tem por objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre comportamento suicida na infância, identificando os diferentes conceitos e fatores envolvidos no fenômeno e, a luz desses conceitos discutir casos clínicos de atos suicidas cometidos por crianças .

Page 4: Perspectivas do suicídio em crianças

Levantamentos realizados apontam que crianças têm baixa taxa de morte por suicídio.

POR QUAL MOTIVO?

• Ausência de relatos• Interpretação dos atos (acidentes)• Meios não letais (desqualificando a

intenção)

Page 5: Perspectivas do suicídio em crianças

Para a compreensão do fenômeno partimos dos seguintes pressupostos:

Concepção de morte IntencionalidadeMotivaçãoLetalidade

Page 6: Perspectivas do suicídio em crianças

Negar que a criança conceitue a morte como finitude, nada mais é do que uma das inúmeras formas de negar que elas já apresentam desde a mais tenra idade, os níveis de sofrimentos ontológicos da existência humana (solidão, tédio, angústia).

Page 7: Perspectivas do suicídio em crianças

INTENCIONALIDADE

Quanto a própria destruição humanaIndependente do meio utilizadoA partir do desespero da vítimaO instrumento utilizado não expressa o

desespero da vítima

Page 8: Perspectivas do suicídio em crianças

DESESPERO

• Não podemos avaliar o desespero de um paciente a partir de nosso referencial de valores.

• O desespero depende de condições para tal.

Page 9: Perspectivas do suicídio em crianças

• O desespero é um fenômeno caracterizado pela desestruturação emocional da vítima.

• A condição psíquica desse paciente está estilhaçada (perda da esperança e do sentido da vida).

• Configura-se plenamente uma total obnublação de sua consciência.

Page 10: Perspectivas do suicídio em crianças

O desespero reflete a intencionalidade contida no suicídio cometido pelas crianças.

O desespero é o resultado das situações que motivam o comportamento suicida.

Page 11: Perspectivas do suicídio em crianças

• Depressão• Desordem de conduta• Desordens específicas do desenvolvimento• Auto-estima diminuída• Contato com pessoas que cometeram suicídio• Modo como se preocupam ou lidam com a morte• Agressão• Experiências estressantes• Vivência de situações de perdas que favoreçam

sensação de solidão e isolamento• Organização familiar caótica, alcoolistas,

desordem afetiva de seus membros, conflitos matrimoniais.

Page 12: Perspectivas do suicídio em crianças

• Sentem-se incapazes para agir nas situações conflitantes do ambiente familiar

• Uma maneira de corresponder aos desejos hostis das famílias.

• Intolerância para separação (simbiose sem empatia)

• Dificuldade para lamentar pessoas ou situações passadas (perdidas).

• Inabilidade para solucionar seus problemas de ordem interpessoal

• culpa

PERFIL DESTAS CRIANÇAS

Page 13: Perspectivas do suicídio em crianças

Para que a criança tenha um desenvolvimento emocional saudável, precisa de um ambiente familiar favorável, capaz de suprir adequadamente suas necessidades básicas, entre as quais as de proteção e acolhimento. Quando isso não acontece, a criança utiliza mecanismos de defesa específicos para lidar com as dificuldades, comprometendo o desenvolvimento das estruturas de personalidade que estão se formando na infância[i]

[i] Rotondaro, D. P. Os desafios constantes de uma psicóloga no abrigo. Psicologia Ciência e Profissão, 3, 212-222 (2002).

Page 14: Perspectivas do suicídio em crianças

O suicídio em todas suas manifestações traz imbricado em seu bojo, além da própria absurdidade da condição humana, aspectos tão insensatos de confluências teórico-filosóficas que nada mais nos resta, enquanto profissionais da saúde, que não apenas tentar acudir o desespero presente nesses atos.

Page 15: Perspectivas do suicídio em crianças

HISTÓRIA DE UM CASOHISTÓRIA DE UM CASO

O sujeito B é uma criança de 11 anos de idade, do sexo masculino, estudante da 5a série do ensino fundamental, residente em uma cidade do Interior do Estado de São Paulo com aproximadamente duzentos mil habitantes.A entrevista foi realizada com a mãe que detém a guarda do menino. O sujeito é uma criança com características de liderança entre os colegas. Estabelece amizades com facilidade e é bastante sociável. Inteligente e tem um bom desempenho escolar. Entretanto expressa claramente momentos de insegurança e carência afetiva.É o filho mais novo do casamento, a mãe tem o nível de escolaridade superior e é funcionária de uma universidade privada, o pai morreu em um acidente automobilístico quando voltava para casa, na ocasião o sujeito tinha 4 anos. Após o falecimento do marido, a mãe do sujeito não se relacionou afetivamente com outro homem.Na ocasião do falecimento do pai o sujeito apresentou regressão e a criança passou a falar como bebê e perdeu o controle esfincteriano. Sempre falava que queria morrer. Trancava-se no quarto e por várias vezes a mãe retirou objetos cortantes como faca ou estilete escondido em sua cama. Passou a apresentar crises de auto-agressão.

Page 16: Perspectivas do suicídio em crianças

HISTÓRIA DE UM CASOHISTÓRIA DE UM CASO

Desde o falecimento do pai o menino faz tratamento medicamentoso com psiquiatra, não fez psicoterapia até o momento.O menino, por decisão da mãe não ficou sabendo da morte do pai e nem do sepultamento ocorrido em capital de outro estado distante. A criança somente foi informada quando a mãe retornara dos rituais. Ao receber a notícia o menino permaneceu indiferente, após algum tempo é que as queixas de regressão, auto-agressão e ideação suicida se estabeleceram.O seu comportamento suicida apresentou o ponto crítico quando se trancou no quarto do apartamento em que residia, no oitavo andar e ameaçou jogar-se da altura. Sua atitude foi notada pelo porteiro do prédio que alertou a babá que solicitaram auxílio do corpo de bombeiros. Depois deste episódio não ocorreu nenhuma ameaça grave, com exceção dos objetos que esconde em seu quarto.