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Faculdade de Tecnologia Intensiva Radiofármacos: Usos em terapia Por Francisca Patrícia Borges Sousa Fortaleza, setembro de 2013 Em cumprimento parcial para a aprovação da disciplina de Meios de Contrastes ministrada pelo professor Max Barbosa.

Radiofármacos

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Faculdade de Tecnologia Intensiva

Radiofármacos: Usos em terapia

Por

Francisca Patrícia Borges Sousa

Fortaleza, setembro de 2013

Em cumprimento parcial para a

aprovação da disciplina de Meios

de Contrastes ministrada pelo

professor Max Barbosa.

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Sumário

Introdução .............................................................................................................................................. 2

1. O que é Medicina Nuclear ........................................................................................................... 3

2. Radioisótopos na Medicina Nuclear (MN) ................................................................................ 4

2.1 Radionuclídeos ........................................................................................................................... 4

3. Radiofármacos .............................................................................................................................. 5

3.1 Aplicações terapêuticas ........................................................................................................... 5

3.2 Principais aplicações terapêuticas e seus respectivos radiofármacos.............................. 6

4. Conclusão ...................................................................................................................................... 7

5. Bibliografia ..................................................................................................................................... 8

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Introdução

A utilização de radiofármacos faz parte da rotina das instituições

hospitalares onde se utiliza a medicina nuclear. A medicina nuclear é uma

especialidade médica que lida com o uso de radioisótopos aplicando-os de maneira

controlada no diagnóstico e tratamento de diversas patologias.

Os radiofármacos são amplamente utilizados em medicina nuclear, no

entanto, esta pesquisa se deterá apenas em seu uso terapêutico como sugere o

título, apesar de sua aplicabilidade nos diagnósticos ser também extremamente

importante. Atualmente ela compreende três áreas:diagnóstico in vitro, diagnóstico in

vivo e terapia.

A medicina nuclear se utiliza da farmacologia para a elaboração do

produto mais utilizado em suas práticas clínicas: o radiofármaco. Os radiofármacos

são traçadores radioativos e sem eles não haveria medicina nuclear.

No decorrer da pesquisa abordaremos de maneira sucinta como os

radioisótopos e radionuclídeos são utilizados em MN nuclear e consequentemente o

seu subproduto: os radiofármacos.

Para concluir apresentaremos as principais terapias onde os

radiofármacos são utilizados.

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1. O que é Medicina Nuclear

.

Não poderemos entrar no assunto sobre o uso dos radiofármacos sem

antes compreendermos o papel da medicina nuclear.

É difícil precisar exatamente quando ela surgiu . Alguns autores como o

Prof. Soares coloca o ano de 1937 como o marco da utilização da radioatividade

para um tratamento de leucemia nos EUA, mas foi somente em 1946, também nos

EUA, que ocorreu a primeira cura de um câncer de tireoide graças ao uso da

radioatividade. A radioatividade foi utilizada pela primeira vez em diagnóstico em

1951 com o advento do primeiro equipamento de gamagrafia. A medicina nuclear foi

reconhecida como especialidade médica em 1971 pela Associação Americana de

Medicina (Soares & Flor, 2001).

A principal matéria prima utilizada por essa especialidade médica são os

isótopos radioativos, ou melhor, os radioisótopos. Segundo Soares, a descoberta da

radioatividade foi bem mais interessante do que a descoberta dos raios-X, dado a

sua naturalidade, pois não precisam de eletricidade para emitir radiação. (Soares &

Flor, 2001)

Com o desenvolvimento das pesquisas chegamos ao conhecimento da

existência das formas mais conhecidas de radiação: raios alfa ( α ), raios beta ( β ) e

raios gama ( γ) (Soares & Flor, 2001). A partir dessa descoberta a ciência física

descobriu como utilizá-la de forma controlada em diferentes situações desde a área

industrial à área médica produzindo grandes avanços em suas aplicações.

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2. Radioisótopos na Medicina Nuclear (MN)

Isótopos são elementos químicos que ocupam o mesmo lugar na tabela

periódica, ou seja, têm o mesmo número atômico. Alguns são capazes de emitir

radiação, por isso são chamados de radioisótopos. São átomos praticamente

idênticos, exceto pelo seu estado de energia. “Cada radioisótopo pode ser

caracterizado por uma meia-vida (...). Mais de mil radioisótopos são conhecidos e

suas meias-vidas variam de frações de segundos a milhões de anos (Heilbron Filho,

2004, p. 35)

Estes elementos possuem amplas aplicações comerciais como, por

exemplo, são utilizados como traçadores radioativos; na esterilização de alimentos,

como bactericida; são usados como fonte de aquecimento; na geologia para

determinar a idade das rochas (Atkins & Jones, 2001).

Na MN é utilizado na forma de radiofármacos em terapias e no

diagnóstico por imagem. Veremos mais adiante essas aplicações com mais

detalhes.

2.1 Radionuclídeos

A diferença entre o radioisótopo e o rádionuclídeo é o tempo de meia-

vida. Os radionuclídeos possuem meia-vida mais curta e os que são utilizados em

MN são produzidos artificialmente.

Os radionuclídeos de meia-vida curta têm sido preferidos, tanto para práticas médicas quanto para o uso em pesquisas. Entretanto, eles apresentam problemas face à restrição de tempo para seu transporte, armazenamento e processamento (Heilbron Filho, 2004, p. 39).

Os radionuclídeos emissores gama são utilizados no diagnóstico por

imagem, pois atravessam os tecidos e são detectados externamente. Enquanto os

radionuclídeos emissores de partículas alfa e beta são utilizados com fins

terapêuticos (Carrió & Gonzalez, 2003).

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3. Radiofármacos

De acordo com a Farmacopeia Brasileira, os radiofármacos são

preparações feitas à base de radionuclídeos que além de atender as especificações

farmacopeias, têm sua produção, suprimento, estocagem e uso regulamentado por

normas governamentais (ANVISA, 1988).

O radionuclídeo utilizado na elaboração de um radiofármaco deve seguir

as seguintes especificações:

Período de semi desintegração: deve ser suficientemente longo a ponto de

ser absorvido pelo órgão a ser examinado e bastante curto para limitar a

radiação ao paciente favorecendo uma rápida eliminação pelo próprio

organismo.

Energia de emissão: idealmente monoenergético na faixa de energia

desejada. A energia é escolhida de acordo com o exame a ser realizado e

a equipe disponível.

Tipo de emissão: Em diagnóstico por imagem se utilizam emissores gama

.Em terapia se utilizam emissores alfa ou beta (Carrió & Gonzalez, 2003).

3.1 Aplicações terapêuticas

As aplicações terapêuticas em MN são paralelas às aplicações

diagnósticas, pois compreendemos que ali, onde um traçador radioativo tem uma

aplicação diagnóstica, pode ser possível outra aplicação terapêutica (Carrió &

Gonzalez, 2003).

A tarefa dos radiofármacos terapêuticos é empregar doses relativamente

altas aos tecidos produzindo o menor dano possível aos mesmos. Os radiofármacos

terapêuticos emissores beta e gama dentro da margem de energia entre 100-200

KeV permitem também a obtenção de imagens, o que facilita saber se a

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biodistribuição do radiofármaco nos tecidos tem sido eficiente (Carrió & Gonzalez,

2003).

3.2 Principais aplicações terapêuticas e seus respectivos radiofármacos

Atualmente, são realizadas três terapias principais nos serviços de

medicina nuclear brasileiros:

Tratamento do hipertireoidismo, do nódulo tóxico autônomo e das

metástases de carcinomas diferenciados da tireoide com Iodo-131.

Tratamento do neuroblastoma com MIBG-I-131, com doses altas e

repetidas tendem a reduzir os tumores, propiciando melhores

resultados para posterior tratamento cirúrgico.

Tratamento antiálgico em metástases ósseas com Samário-153,

emissor de radiações beta com afinidade por lesões osteogênicas Não

tem efeito curativo nem influem na evolução da doença, mas

melhoram a qualidade de vida do paciente (Soares & Flor, 2001).

No que concerne ao uso terapêutico dos radiofármacos, sua

aplicabilidade não é tão extensa quanto no uso diagnóstico, no entanto, a cada dia

novas pesquisas vem sendo realizadas como o desenvolvimento de novos

radiofármacos para que sua utilização terapêutica possa ser ampliada.

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4. Conclusão

As pesquisas na área da física vem aprimorando as técnicas radiológicas

em prol de uma medicina mais eficiente na solução dos diferentes tipos de

enfermidade. A área da MN vem se desenvolvendo a cada dia e o mercado de

trabalho é cada vez mais exigente. O profissional das Técnicas Radiológicas tem

diante de si um vasto campo de pesquisa na área da saúde porque ele se

desenvolve junto com sua profissão.

Esta pesquisa sobre o uso dos radiofármacos em terapia representa

apenas uma pequena fração dentro de um universo de conhecimento que o

profissional precisa adentrar. Não foi possível uma maior profundidade no tema, pois

essa não é a finalidade da pesquisa, mas apenas trazer informações capaz de

estimular na busca por maiores informações. O campo é vasto e cada um dia nós

pode dar uma parcela de contribuição a fim de que o trabalho a favor do próximo

possa ser realizado com eficiência e somente o conhecimento bem embasado nos

assegurará essa eficiência no trato para com os seres humanos.

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5. Bibliografia

ANVISA. Farmacopeia Brasileira. Quarta Edição (1988).

Carrió, I., & Gonzalez, P. Medicina nuclear: aplicaciones clínicas. Barcelona:

Masson (2003).

Castro, A. J., Rossi, G., & Dimenstein, R. Guia Prático em Medicina Nuclear, a

instrumentação. São Paulo: Senac (2004).

Soares, F. A., & Flor, R. d. Medicina Nuclear. Centro Federal de Educação

Tecnológica de Santa Catarina - CEFET . Santa Catarina: Gráfica CEFET/SC

(2001).