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Vidrarias de laboratório Você está aqui
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por Jennifer
17 Nov 2014
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Um grande recurso que facilita a construção dos conceitos de Química, além da
compreensão e correlação entre os diversos conteúdos das ciências, é a experimentação,
em que é possível vivenciar e observar na prática esses conhecimentos. Mas antes de
realizar experimentos no laboratório de Química, é preciso primeiro saber qual é a
finalidade de cada uma das vidrarias de laboratório e como utilizá-las.
Primeiramente, esses equipamentos são chamados assim porque eles são feitos de
um vidro cristal ou temperado que contém graduações em sua superfície externa. Esse
tipo de vidro não reage com a maioria das substâncias usadas em laboratório e pode ser
submetido ao aquecimento direto ou indireto sem quebrar. A fim de adquirir essa
resitência mecânica ao calor, ao choque térmico e aos produtos químicos, costuma-se
agregar um tipo de vidro especial que é o vidro borossilicato, em que é adicionado boro
aos constituintes do vidro comum. O vidro borossilicato possui coeficiente de dilatação
menor que o do vidro comum e menor densidade, sendo, portanto, mais leve. Além disso,
seu ponto de fusão é maior. Visto que esse vidro é mais trabalhado, ele é também mais
caro e, por isso, essas vidrarias devem ser manuseadas com muito cuidado.
Existem algumas dessas vidrarias que são escurecidas a fim de armazenar compostos que
reagem com a luz. Na realidade, existem milhares de vidrarias usadas na Química, mas,
a seguir, iremos explicar mais detalhes sobre as mais usadas em um laboratório não só de
Química, mas de Ciências no geral.
* Béquer: É de uso geral e pode ser utilizado em líquidos e misturas com ou sem
ocorrência de reação, para dissolver sólidos em líquidos e aquecer as substâncias
(colocando-o sobre uma tela de amianto). Assim, como as demais vidrarias, existem
béqueres que podem comportar diversos volumes, sendo que isso está escrito na sua
graduação. No entanto, o béquer não é uma vidraria de laboratório que possui a graduação
com muita exatidão.
Béquer com solução líquida
* Erlenmeyer: Assim como o béquer, o erlenmeyer também pode ser usado para preparar
soluções e aquecer líquidos, mas também serve para armazená-las. Visto que tem a boca
mais estreita, possui mais fácil manuseio, por isso, é muito utilizado em titulações. Além
do mais, esse afunilamento ajuda a diminuir as chances de perda de material.
Reação química ocorrendo dentro de um erlenmeyer
* Tubo de ensaio: É usado para testar reações e aquecer substâncias em pequena escala.
Tubos de ensaio com soluções em estante
* Balão de fundo chato: Os balões de fundo chato, de fundo redondo e volumétrico são
todos utilizados no preparo de soluções, pois podem dissolver substâncias por meio de
agitação, para aquecer soluções e líquidos e também para realizar reações em que há
desprendimento de gases. O balão de fundo chato tem a vantagem de poder ser colocado
sobre a superfície sem o risco de cair e poder ser aquecido sobre tela de amianto em um
tripé.
Reação em balão de fundo chato
* Balão de fundo redondo: Conforme dito no item anterior, apresenta as mesmas
finalidades que o balão de fundo chato, porém, visto que seu fundo é arredondado, ele
pode ser usado em uma manta aquecedora, o que permite um aquecimento da solução por
igual em toda a sua extensão. Ele é mais apropriado e é muito utilizado em processos de
destilação, sistemas de refluxo e evaporação a vácuo, acoplado a um rotaevaporador.
O balão de fundo redondo não fica em pé sozinho como mostrado na figura
* Balão volumétrico: A vantagem desse balão sobre os anteriores é que ele possui uma
graduação volumétria com maior precisão. Mas o volume é único e fixo, sendo descrito
na parte externa do balão.
Esse balão volumétrico possui o volume fixo de 25 mL indicado pelo traço de aferição
* Pipeta graduada: Serve para medir e transferir pequenos volumes de líquidos. Sua
vantagem sobre a pipeta volumétrica (veja a seguir) é que ela possui várias graduações
ao longo do seu tubo, podendo medir volumes variáveis, enquanto a pipeta volumétrica
possui somente um volume único e fixo.
A pipeta graduada mede e transfere volumes variáveis de líquidos
* Pipeta volumétrica: Tem a mesma finalidade que a pipeta graduada, mas tem a grande
vantagem de ter uma precisão bem maior. Todos os tipos de pipeta não podem ser
aquecidos, e o líquido é puxado para dentro delas por meio de sucção provocada por um
equipameno acoplado a elas denominado de “Pera”, pois tem um formato muito parecido
com essa fruta.
Pipetas volumétricas
* Proveta: Também é utilizada para medir o volume de líquidos e soluções líquidas, além
de realizar transferências com mais fácil manuseio que as pipetas. Porém, a sua graduação
volumétrica é menos precisa que a das pipetas.
Proveta ou cilindro graduado
* Bureta: Assim como as pipetas, a bureta mede e transfere volumes de líquidos e
soluções, mas eles são colocados nela pela sua parte superior, que é aberta e maior. Além
disso, ela possui uma torneira embaixo que pode ser aberta para fazer escoar o líquido de
forma rápida e gota a gota, de modo que o volume transferido seja extamente o desejado.
Ela é muito utilizada em titulações, colocando-se nela o titulante e fazendo o seu
gotejamento sobre a solução titulada que se deseja descobrir a concentração e que está
adicionada com um indicador ácido-base. Seu uso é importante nessa técnica, pois uma
única gota pode chegar ao ponto de valência ou ponto de viragem do pH que é indicado
pela mudança na cor do titulado.
Bureta sendo usada em titulação
* Funil de vidro: É usado para realizar filtrações simples com o auxílio de um filtro de
papel e também para transferir soluções sem perda de material. Abaixo temos um funil
de haste longa:
Funil de haste longa
* Funil de bromo ou funil de separação: É usado para realizar a separação de misturas
heterogêneas do tipo líquido-líquido. Depois de uma forte agitação da mistura dentro
desse funil, ela é deixada em repouso e, com o tempo, o líquido mais denso fica totalmente
separado na parte inferior e o menos denso fica na parte superior. O funil de separação
possui uma espécie de torneira na parte de baixo, que, ao ser aberta, escoa lentamente o
líquido mais denso para um béquer ou erlenmeyer que está posicionado na abertura
embaixo. A torneira é aberta com o funil destampado e controla-se a abertura da torneira,
fechando-a antes que o líquido menos denso também escoe. O líquido menos denso que
ficou no funil deve, então, ser retirado pela parte superior para evitar contaminação.
Decantação de líquidos com funil de bromo ou funil de separação
* Vareta de vidro (bastão de vidro): é usada para misturar ou agitar soluções.
Vareta de vidro usada para misturar soluções
* Condensador: é usado para condensar ou liquefazer vapores. É muito utilizado em
destilações para separar misturas homogêneas dos tipos sólido-líquido ou líquido-líquido.
Essa mistura é aquecida e o líquido com menor ponto de ebulição passa para o estado de
vapor, subindo para o condensador, que possui uma mangueira acoplada, sendo que a
água passa pelas suas paredes e resfria o condensador. Assim, quando esse vapor atinge
o condensador reafriado, ele volta para o estado líquido e é coletado pela outra
extremidade. Os condensadores mais comuns são os de Liebig (retos), os de bolas e os de
serpentina.
Condensador de serpentina
* Placas de Petri: São mais usadas em laboratórios de Biologia para desenvolver meios
de cultura bacteriológicos, para observar a germinação das plantas e de grãos de pólen ou
o comportamento de pequenos animais. Na Química, são utilizadas para reações em
escala reduzida e também para deixar repousar cristais e filtrados.
Placa de Petri usada para meio de cultura
* Vidro de relógio: é usado para pesar pequenas quantidades de substâncias, evaporar
soluções e cobrir béqueres ou outros recipientes para não deixar o líquido ou a solução
evaporar ou ser contaminada. A Placa de Petri também pode ser usada para essas
finalidades. Ambas as vidrarias não podem ser aquecidas diretamente.
Cristais em vidro de relógio
* Dessecador: é um recipiente fechado que contém um agente de secagem (desecante,
geralmente sílica-gel) e que possui a tampa lubrificada com graxa de silicone para que
seja hermeticamente fechada. É usado para guardar substâncias em ambientes com baixo
teor de umidade.
Ilustração de dessecador
* Kitassato: É usado em filtrações a vácuo, sendo acoplado por uma mangueira a
uma trompa de água, que arrasta parte do ar da parte inferior do kitassato, criando uma
região de baixa pressão dentro dele que provoca um processo de sucção e acelera a
filtração.
O kitassato está atrás do erlenmeyer nessa figura