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POR UMA VIDA INCLUSIVA EDIÇÃO N.º 1 | JUN-JUL 2014 FACTORES DE MOBILIDADE ESTADO DA NAÇÃO SOCIEDADE SUSTENTÁVEL INCLUSÃO DIGITAL DESISTIR, NUNCA! POLÍTICAS SOCIAIS EXPERIÊNCIAS DE VIDA POSSÍVEIS TURISMO PARA TODOS ACESSIBILIDADE GLOBAL

1ª Ed Vida-Up

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A Revista VIDA-UP tem por missão combater estereótipos, criar uma imagem positiva à volta das questões da mobilidade reduzida e contribuir para uma sociedade mais inclusiva. Tem como objectivo motivar e envolver a sociedade para as questões do dia-a-dia das pessoas com mobilidade reduzida, sendo assim um elo de ligação entre profissionais, académicos e qualquer player que de algum modo interaja nesta profissional e científica.

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POR UMA VIDA INCLUSIVAEDIÇÃO N.º 1 | JUN-JUL 2014

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FACTORES DE MOBILIDADE • ESTADO DA NAÇÃO • SOCIEDADE SUSTENTÁVEL INCLUSÃO DIGITAL • DESISTIR, NUNCA! • POLÍTICAS SOCIAIS

EXPERIÊNCIAS DE VIDA POSSÍVEIS • TURISMO PARA TODOS

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Edição N.º 1 VIDA-UP

7EDITORIAL6 ÍNDICE

JOSÉ MANUEL FIGUEIREDODirector

A Revista VIDA-UP surge no mercado para divulgar, motivar e envolver a sociedade para as questões mais fundamentais ligadas à mobilidade reduzida.

Partindo de uma noção abrangente do conceito de mobilidade reduzida, em que incluímos todos aqueles que, independentemente da idade, vêem a sua actividade limitada, temos como Missão combater estereótipos e criar uma imagem positiva à volta desta problemática, contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

Entre as pessoas com necessidades especiais, são as pessoas com mobilidade reduzida – seja esta de natureza permanente ou temporária, originada por condição de saúde ou deficiência visual, auditiva ou cognitiva – as que mais poderão sentir o poder da inclusão ou exclusão no seu meio e quotidiano.

Intensificar esforços para a eliminação da discriminação, promover a acessibilidade e melhorar a qualidade de vida, a autonomia e a independência são os objectivos da VIDA-UP, que aqui se assume como elo de ligação entre os que têm necessidades especiais e as suas famílias, os profissionais, académicos e quaisquer outros players que, de alguma forma, possam acrescentar valor à actividade das pessoas com mobilidade reduzida, enquanto activos indispensáveis para a construção de uma sociedade mais sustentável.

De periodicidade bimestral, apostando numa comunicação viva, imaginativa e actual, a VIDA-UP afirma-se positivamente: deixa para trás estereótipos e informa, promovendo o bem-estar e a concretização de sonhos e anseios de simplificação diária a todas as pessoas com mobilidade condicionada e suas famílias, privilegiando as notícias mais relevantes e inovadoras da área, a que se juntam a crónica, a opinião e o comentário científico.

Sendo este o primeiro número, procurámos ser generalistas, de forma a abranger várias áreas sociais e científicas em contexto de mobilidade reduzida. Em próximas edições, seremos mais específicos, focando, em cada número, temas seleccionados, cuja análise será exaustivamente tratada – designadamente, Cidades, Turismo, Arquitectura de Interiores e Intimidade, sempre na perspectiva das melhores práticas para a mobilidade.

Não podemos terminar sem afirmar os nossos Valores: observamos rigorosamente os princípios éticos inerentes às boas práticas da imprensa, nomeadamente o pluralismo e a isenção política, económica e religiosa.

A nossa Visão é ser a publicação de referência para todos os que lidam com problemas de mobilidade reduzida.

Publicamos textos dos nossos redactores e colaboradores convidados, mas estamos abertos a publicar colaborações não solicitadas, reservando-nos, neste caso, o direito de as editar ou mesmo recusar, tendo em atenção este estatuto editorial.

Obrigado por apoiar (um)a VIDA-UP.

STATUTO EDITORIALMISSÃO, VISÃO, VALORES

Índice

Director-geralLuís Figueiredo Trindade DirectorJosé Manuel FigueiredoEditorRui SantosChefe de redaçãoAlice Lopes da CostaRevisora e redactoraLuísa OrtigãoJornalistaCarlos CaldeiraDesigner e paginadoraVictória Fernandes

ColaboradoresAnabela C. PintoClarisse de Oliveira MendesFernando Enes GaiãoJoão Manhita PereiraMaria do Rosário Ferin CunhaMarina Hallén de BairrosPaula Teles

PropriedadeBravespiral ComunicaçãoUnip, LdaR. Prof. Sousa da Câmara, 190, R/C D.to, 1070-219 [email protected]

Impressão: Artes Gráficas Fernandes & Terceiro, SA Periocidade: bimestralDepósito Legal: 376045/14Tiragem: 5000 exemplaresInscrição n.º 126464 na ERC

Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias ou ilustrações sob quaisquer meios ou quaisquer fins, inclusive comerciais, sem a explícita autorização da entidade editora: Revista VIDA-UP.

5 Editorial Estatuto editorial: Missão, Visão, Valores

6 Radar Notícias da actualidade

10 Enfoque Incapacidade, deficiências e factores de mobilidade

13 Ortopedia – CEO Referência nacional em qualidade

14 Caso Real Marta Rafael – Desistir, Nunca!

16 Unidade Hospitalar IDEALMED – UHC

18 Saúde Sociedade e doença crónica

20 Ciência Implante coclear promete recuperar audição total

22 Fundação – Fundação PT Inclusão digital

24 Healthcare Barra Talasso: centro de talassoterapia

26 Ajudas Técnicas Invacare: a inovação torna experiências de vida possíveis

28 Reabilitação – CMRA Entrevista com Maria de Jesus Rodrigues

30 Certificação Norma UNE 170001

32 Responsabilidade Social – Grace Como podem as empresas contribuir para a definição de políticas sociais

34 Cidades e Vilas Acessibilidade para todos

36 Associação – Associação Salvador É tempo de passar do papel ao terreno

39 Decoração Espaço acessível

40 Boas Práticas O que de bom tem sido feito

42 Factos Legais Obras de adaptação, sem autorização do senhorio?

44 Terapia Abordagem interdisciplinar vs adequada (re)integração na sociedade.

46 Protésica Iceross da Össur

48 Medicina Alternativa Osteopatia: ciência terapêutica global

50 Design Inclusivo Benefícios para todos

52 Gadgets Dar apoio aos mais idosos

54 Turismo Mundo acessível

56 Desporto Viver o desporto ao mais alto nível

58 Cultura Teatro Nacional D. Maria II

62 Internacional – Wings for Life Correr pela mais avançada tecnologia

Distribuição gratuita

www.vida-up.com

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Edição N.º 1 VIDA-UP

9RADAR8 RADAR

A Associação Salvador volta a lançar mais uma edição da Acção Qualidade de Vida. Com o fecho das candidaturas, no passado dia 28 de Março, esta iniciativa procura ajudar pessoas com deficiência motora e comprovada falta de recursos financeiros a desenvolverem projectos que contribuam para um estilo de vida mais activo.

A Acção Qualidade de Vida é um processo de candidatura anual que já conseguiu apoiar cerca de 133 pessoas, desde 2008, num valor total de 459 mil euros. Para ser possível dar uma resposta mais justa à variedade de pedidos recebida, foram definidas três categorias, sendo que o candidato apenas se pode candidatar a

uma delas: Integração profissional/formação; Prática desportiva; e Criação do próprio negócio.

Este ano, será dada prioridade a candidatos com deficiência motora adquirida sem comprometimento cognitivo. Uma vez que os recursos financeiros da Associação Salvador não são suficientes para dar resposta a todos os pedidos de apoio, todos os anos ficam candidaturas por apoiar, que são depois apoiadas sequencialmente no «Preencha Esta Vida», através de uma plataforma online de angariação de fundos.

A edição de 2014 da Acção Qualidade de Vida conta com o apoio do Banco Espírito Santo, da Semapa e da Fundação Calouste Gulbenkian.

«Com a iniciativa Acção Qualidade de Vida 2014, queremos encontrar e apoiar casos que sejam um exemplo para outras pessoas na mesma situação, pessoas que sejam inspiradoras, empreendedoras e activas», assinala Salvador Mendes de Almeida, fundador da Associação Salvador.•

NOVO SÍMBOLO adoptado em Nova Iorque reflecte uma nova atitude

O conhecido símbolo internacional de acessibilidade, criado em 1969 (só mais tarde foi adicionada a cabeça), é alvo de um restyling. A iniciativa partiu de um grupo de designers americanos denominado Accessible Icon Project. Diferentemente do

desenho estático e mecânico – em que a cadeira de rodas prevalecia –, o novo símbolo valoriza a pessoa (inclinada para a frente), activamente a mover a cadeira de rodas com independência, reforçando a ideia de movimento e autonomia para se posicionar no mundo.

O novo ícone começou a ser usado como uma espécie de «arte de guerrilha» (selos adesivos colocados nas placas oficiais de sinalização), em Boston e no resto do país, até que chegou ao secretário municipal de Pessoas com Deficiência em Nova Iorque, que se junta à causa e decide substituir a antiga sinalética por esta nova. O novo símbolo propõe uma renovada atitude perante a deficiência, tendo despertado já o interesse de vários países.

A Sonae Sierra e a Associação Alzheimer Portugal, com o apoio de diversos parceiros institucionais (Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Montepio e Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa), celebram o primeiro ano de actividade do Café Memória, iniciativa lançada em Abril de 2013 e destinada a pessoas com problemas de memória ou demência, bem como aos familiares e cuidadores. O objectivo reside na partilha de experiências e no suporte mútuo, com o acompanhamento de

profissionais de saúde e de acção social. Desde o seu lançamento, o Café Memória já realizou 24 sessões, nos primeiros e terceiros sábados de cada mês, nos restaurantes Portugália do Centro Colombo e do CascaiShopping, respectivamente. Mais recentemente, através da parceria com a Santa

Casa da Misericórdia de Lisboa, foram criados dois novos Café Memória, com sessões nos segundos e quartos sábados do mês, na Cafetaria do Museu de São Roque e no Espaço Santa Casa, em Lisboa.

As sessões do Café Memória têm sido procuradas enquanto locais de partilha de experiências e de apoio, por pessoas que acabam por sentir, no seu dia-a-dia, os efeitos do isolamento e do preconceito social face a estas questões.

Neste primeiro ano de actividade, o projecto

mobilizou cerca de 400 participações, maioritariamente de cuidadores e familiares de pessoas com demência. Contou com a coordenação de uma equipa constituída por duas técnicas e o apoio de 30 voluntários, que dedicaram perto de 700 horas ao projecto.

A criação do Café Memória insere-se num projecto mais vasto, o Cuidar Melhor, para apoio aos cuidadores de pessoas com demência, lançado igualmente pela Associação Alzheimer Portugal e pelos referidos parceiros institucionais.•

CAFÉ MEMÓRIA CELEBRA 1.º ANO DE ACTIVIDADEIniciativa da Sonae Sierra e da Associação Alzheimer Portugal

ASSOCIAÇÃO SALVADOR LANÇOU ACÇÃO QUALIDADE DE VIDA 2014Shubham Banerjee, uma criança de 12 anos da Califórnia, transformou um modelo da Lego (o Minstrom EV3, de € 250) numa impressora de braille (cujos modelos convencionais rondam, no mercado, os € 1500).

Shubham, que tinha o dever de preparar uma experiência para a aula de Ciências, aproveitou para provar que é possível ter uma impressora de braille a baixo custo. À invenção, Shubham deu o nome de Braigo (abreviatura de braille com Lego).

A partir de peças do brinquedo Lego e em menos de dez segundos, a impressora imprime qualquer letra do alfabeto em braille. O utilizador insere as letras e a agulha da Braigo e… imprime. «Isto é

tão simples, até a minha irmã consegue fazê-lo», diz Shubham no vídeo de demonstração. Em vez de comercializar a sua invenção, publicou na Internet as instruções e o software, para que qualquer pessoa possa fazer o mesmo.

Na página do Facebook da Braigo (BraigoPrinter) são publicados dados

de relatórios da Organização Mundial de Saúde, que estimam haver 285 milhões de deficientes visuais em todo o mundo, 90% dos quais em países em desenvolvimento.

A invenção de baixo custo pode ser uma solução acessível para pessoas cegas e desfavorecidas em todo o mundo, afirma Shubham Banerjee. O grande objectivo para a próxima geração da Braigo é dispor da capacidade de fazer o scan de uma página com texto e convertê-la numa página de braille.

O Grupo Lego já manifestou o seu louvor pelo projecto, twittando: «Estamos muito orgulhosos deste impressionante trabalho por uma tão grande causa!»•

INVENÇÃO: IMPRESSORA COM PEÇAS DA LEGO IMPRIME EM BRAILLE

Volta a oferecer uma semana de repouso aos pais com filhos com deficiênciaO Santuário de Fátima oferece-se para cuidar dos filhos com limitações profundas, enquanto os pais usufruem de uma semana de repouso, podendo optar por acompanhar os filhos ou deixá-los ao cuidado de uma equipa especializada, indo-os buscar no final do período de férias.

Em prioridade, estão os pais que se encontrem em situações mais graves e que nunca tenham participado nestes encontros. As inscrições deverão ser remetidas ao Santuário de Fátima (Secretariado Nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, Apartado 31, 2496-908, Fátima) ou por e-mail ([email protected]). Os turnos são os seguintes: 30 de Julho-05 de Agosto; 08-14 de Agosto; 18-24 de Agosto; 28 de Agosto-03 de Setembro. As inscrições devem ser efectuadas até 15 de Junho.•

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10 RADAR

O documento tripartido foi assinado pelos presidentes do Instituto Português do Desporto e Juventude, do Instituto Nacional para a Reabilitação e do Comité Paralímpico de Portugal (CPP). Os secretários de Estado do Desporto e da Juventude, Emídio Guerreiro, e da Solidariedade e Segurança Social, Agostinho Branquinho, procederam à homologação do documento.

A contratualização agora formalizada visa garantir o financiamento dos praticantes integrados no programa de

preparação Rio 2016, bem como as respectivas bolsas. O contrato vai ainda permitir desenvolver duas novas dimensões, até hoje nunca apoiadas, designadamente, Esperanças Paralímpicas e Apoio Complementar, as quais são legítimas aspirações do CPP e que, finalmente, serão dinamizadas.

O secretário de Estado do Desporto e Juventude realçou o facto de o «movimento paralímpico ser a excepção aos cortes no sector do desporto», acrescentando ainda que há «vontade política» de reduzir as diferenças que existem para com os atletas paralímpicos, em comparação com o projecto olímpico.•

Os inovadores instrumentos cirúrgicos para o tratamento da síndrome do túnel do carpo (STC), concebidos pelo cirurgião-ortopedista português Dinis Carmo, apresentados no 34.º Congresso Brasileiro de Cirurgia da Mão (Março, em Maceió), despertam o interesse de diversas entidades no Brasil (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e universidades federais de São Paulo e de Brasília), que pretendem adquirir o material e utilizar o método do cirurgião-ortopedista.

A STC é uma patologia da mão que afecta cerca de seis milhões de pessoas no mundo, sobretudo mulheres a partir dos 35 anos. Carateriza-se por fortes dores, formigueiros e

adormecimentos nocturnos no punho, mãos e dedos, decorrentes sobretudo de actividades que implicam o uso repetitivo das mãos, como é o caso dos teclados ou ratos

dos computadores, sendo apelidada como uma «doença do séc. XXI».

Segundo Dinis Carmo, é na adaptabilidade destes instrumentos cirúrgicos que reside o «segredo» para o grande interesse que os seus inventos suscitam no Brasil. «A utilização do conjunto de instrumentos cirúrgicos que desenvolvi permite executar incisões menores e, sobretudo, com muito mais segurança do corte a realizar para a libertação nervosa, evitando, assim, complicações inesperadas», explica. O kit de material cirúrgico concebido por Dinis Carmo está em fase de processo de patente junto da Organização Mundial de Propriedade Intelectual.•

INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS MADE IN PORTUGALDespertam grande interesse no Brasil

JOGOS PARALÍMPICOS RIO 2016:assinatura do contrato-programa

PORTUGAL TELECOM (PT)A primeira no mundo a autodeclarar a Norma ISO 26000

A Portugal Telecom (PT) é a primeira empresa nacional e a primeira do sector, ao nível mundial, a autodeclarar que aplica as recomendações do

referencial NP ISO 26000:2011. Esta norma internacional de Responsabilidade Social Corporativa fornece orientações sobre as políticas, os processos e os procedimentos a serem adoptados pelas empresas que pretendam assumir-se como Empresa Socialmente Responsável.

Empenhada na adopção das melhores práticas e em permanecer uma referência em sustentabilidade, a PT reúne hoje condições para afirmar que adicionou estas novas linhas de orientação à sua actuação diária e aos respectivos processos de gestão, reforçando o compromisso da empresa com os princípios da responsabilidade social e garantindo a total convergência das recomendações da Norma ISO 26000 com os seus Sistemas de Gestão Integrados (Qualidade, Ambiente e Segurança), no que respeita aos temas de Governação Organizacional, Práticas Laborais e Ambiente.•

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Edição N.º 1 VIDA-UP

12 ENFOQUE 13ENFOQUE

Uma das mais importantes características do ser humano é a mobilidade, em todas as suas dimensões – sociais, económicas, políticas, culturais e outras. É, pois, natural que a deficiência e a incapacidade, na medida em que interferem com esta característica, constituam um dos grandes

problemas da sociedade actual. É por isso que se torna prementemente necessária uma nova atitude da sociedade, que envolva na problemática todos os actores políticos e

sociais, públicos e privados, bem como a própria população com deficiência e incapacidade. Esta mudança impõe, em geral, exigências de maior acessibilidade e, especialmente, que o sistema de ensino e o mercado de trabalho garantam maior abertura àqueles com mobilidade reduzida.

Historicamente, deficiência e incapacidade têm sido objecto de preconceito e discriminação, atribuindo-se quase sempre estas condições a características pessoais. Nas últimas décadas, porém, o conceito de deficiência tem-se alterado, criando-se uma relação entre deficiência e incapacidade que as define melhor.

Hoje, considera-se que a incapacidade não é um atributo inerente à pessoa, mas o resultado da interacção da pessoa com o meio ambiente, no contexto de relações sociais, culturais e físicas, em que a discriminação se torna evidente pela própria envolvente. Já a deficiência, física ou outra, é uma característica pessoal e individual, surgindo aqui a discriminação num contexto de responsabilidade social. E há ainda hoje quem entenda que pessoas com deficiência e incapacidade são doentes.

Se considerarmos que a deficiência não traz imprescindivelmente incapacidade, abre-se, então, um debate assente em diferentes tipos de discriminação: a discriminação entre pessoas com deficiência, atributo pessoal que se pode medir, e a discriminação por incapacidade, cuja medida é o próprio desempenho social, definido e determinado pela sociedade.

Em Portugal, a noção de deficiência está mais conotada com condições orgânicas, alterações anatómicas e limitações funcionais decorrentes. Este entendimento nem sempre corresponde à realidade, pois a deficiência será mais ou menos evidente conforme a sociedade estiver organizada ou souber responder às necessidades das pessoas com deficiência. Neste sentido, mais do que uma questão pessoal, a deficiência é uma questão social.

Segundo estatísticas de 2011, em Portugal, 53% da população tem algum tipo de deficiência. Destes,

apenas 11% apresentam um grau de deficiência superior a 80% – e são apenas estes que têm

incapacidade. Toda a restante população não possui qualquer tipo de incapacidade.

Do ponto de vista ético, humano e político, estes cidadãos têm todos os mesmos direitos individuais e sociais. Porque as situações de deficiência e incapacidade são múltiplas e complexas, também a esfera de integração individual, social e política destas pessoas se reveste de complexidade e diversidade. As âncoras fundamentais da integração social para os cidadãos com deficiência não podem ser-lhes negadas, sob pena de discriminação – educação, saúde, emprego e uma vida digna são direitos que assistem a todos os cidadãos.

A acessibilidade é um conceito que engloba tudo o que tem a ver com os meios necessários à vida quotidiana, para que os deficientes, tanto quanto possível, sejam autónomos: meios de transporte de fácil utilização e acesso; meios de locomoção com toda a tecnologia existente para a locomoção ser fácil, segura e rápida; meios de comunicação modernos, utilizando técnicas inclusivamente inovadoras; utensílios e aparelhos domésticos que os doentes possam utilizar sozinhos; e tantos outros sistemas de auxílio, matéria que dá para escrever livros e manuais. Todas estas medidas devem ser

garantidas universalmente, mas variáveis, em função das situações muito especiais de cada caso. Cabe ao Estado promover programas e incentivar privados a proporcionar aos deficientes uma vida quotidiana mais fácil e mais móvel.

É do conhecimento geral que as deficiências e as incapacidades estão associadas a um baixo nível de escolarização, o que, como resultado, leva a condicionamentos no acesso a oportunidades, na participação social e na própria existência. Se, em geral, os níveis de instrução da população são baixos, nos deficientes estes níveis ainda se agravam mais. Assim, consideramos que os níveis de escolarização são uma dimensão fundamental na vida social, constituindo um recurso essencial para a inclusão social e cultural, com claro impacto no acesso ao mercado de trabalho.

Até há alguns anos, estes deficientes ficavam nas famílias, que se organizavam em associações e lhes davam apoio. Felizmente, o Estado tem vindo a tratar este tema com maior atenção, existindo já organizações controladas e apoiadas institucionalmente, que respondem às necessidades dos deficientes e incapacitados, a fim de lhes dar instrução e formação, para enfrentarem as dificuldades diárias de integração social.

Uma das mais importantes

características do ser humano é a

mobilidade, em todas as suas dimensões – sociais, económicas, políticas, culturais...

FERNANDO ENES GAIÃOMédico

INCAPACIDADE, DEFICIÊNCIAS E FACTORES

DE MOBILIDADE

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Edição N.º 1 VIDA-UP

1514 ENFOQUE ORTOPEDIA

A formação de educadores e professores especializados nestas áreas é uma realidade, mas ainda há muito a fazer no programa de formação e instrução. A dinâmica social e a própria evolução humana empurram para uma formação que nunca terminará, pois constantemente surgem aspectos novos, que impõem a continuação e o desenvolvimento da formação. A integração no mercado de trabalho de pessoas com incapacidade e deficiência é indispensável para a obtenção de autonomia e capacidade de decisão.

Em Portugal, os incapacitados e deficientes apresentam uma taxa de desemprego de 3,6% (o indicador nacional geral de desemprego ronda os 16%), o que é muitas vezes aproveitado pelos políticos. Porém, na verdade, estes trabalhadores são tradicionalmente pior remunerados do que a média, o que por vezes conduz a uma estagnação na motivação, causando resignação e acomodamento entre a população referida.

A integração no mercado de trabalho da população com deficiência deve ser um direito independente do tipo de deficiência e incapacidade, desde que esta integração seja viável. Há, naturalmente, situações em que as pessoas não têm perfil de empregabilidade – nestes casos, tem de se procurar soluções de ocupação pelo trabalho que valorizem as suas competências, dentro das suas capacidades. O Estado tem de colaborar nesta integração, bem como empregadores, associações de famílias e os próprios. Esta integração pode, ainda, constituir um factor de valorização das empresas sob o aspecto social, fazendo desenvolver na própria empresa valores sociais e humanos, que a sociedade reconhece e valoriza.

Porém, se bem que pareça ser fácil a execução de programas desta natureza, eles exigem uma enorme

preparação profissional. O Estado possui organizações que apoiam fortemente estes programas, orientados

para aplanar desigualdades e discriminações.

Um outro aspecto da problemática da população com incapacidade e deficiência é o problema da solidariedade. Esta é uma prática que, embora

em grau diferenciado, se verifica em todas as estruturas sociais e tem como finalidade apoiar grupos mais fragilizados. Nas sociedades contemporâneas, ela detém um muito importante papel de função agregadora, solucionando muitos problemas.

Há inúmeras associações que se ocupam das pessoas deficientes e há enormes melhorias neste sector. São, no entanto, as famílias as grandes obreiras na inserção das pessoas com dificuldades, pelo que têm o direito de ser apoiadas com todos os meios

disponíveis, que lhes permitam pôr em prática o que humanamente desejam. Este trabalho, embora possa

e deva ser controlado pelo Estado, tem como principal base de êxito uma necessária mudança cultural.

A problemática da deficiência merece, em Portugal, uma posição central, não só pela evidente discriminação que sofrem as pessoas com deficiência, mas também pelo carácter particular do problema da «família providência», que, na sua autopreservação, sofre, portas adentro, diversos dramas, envolvendo o elemento que tem menos oportunidades de integração.

A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência diz que, perante a Lei, elas têm igual reconhecimento. Em Portugal, este princípio ainda não está na Lei nem na mentalidade

cultural, social e política, pois poucas destas pessoas se encontram efectivamente

integradas nas várias dimensões da vida social. Só quando se accionarem todos os recursos da

sociedade, quando o Estado e todos os agentes sociais participarem fortemente na promoção da igualdade de oportunidades, se poderá melhorar a integração desta população.

O Estado e as instituições sociais têm de ser mais responsabilizados, devendo alargar a sua acção e competências, reforçando os meios de intervenção. Legislar não resolve, só por si, os muitos problemas que se colocam à plena integração da população de deficientes e incapacitados.•

O Centro Europeu de Ortopedia (CEO) apresenta-se como uma das maiores referências no fabrico de próteses e ortóteses em Portugal. Esta equipa alia experiência, inovação e sentido de responsabilidade, adaptando-se às constantes necessidades dos seus clientes, que constituem o seu principal foco. Com este objectivo, o CEO aposta numa política de Qualidade, visando sempre satisfazer e superar as necessidades dos clientes. O CEO é hoje, ao nível nacional, a única empresa certificada no seu ramo com o ISO 9001:2008.

O CEO tem-se distinguido ainda na sua vertente humana e relacional, na

forma como recebe os seus clientes, considerando-os sempre como parte da família, como amigos, pessoas reais com necessidades especiais e diferentes entre si.

A produção é desenvolvida nas oficinas da empresa, sob a direcção técnica de Gustavo de

Melo Menezes e Vasconcelos, um dos técnicos mais experientes e credenciados do sector. Conta com uma experiência de mais de 40 anos, entre formações, actividade e relação com as principais marcas mundiais, contribuindo desde muito cedo para o desenvolvimento da indústria ortopédica em Portugal. A direcção técnica do CEO está, assim, intimamente ligada ao prestígio e ao sucesso alcançados.

O CEO orgulha-se ainda de fazer parte de um protocolo com as universidades do Algarve e de Lisboa, integrando um programa de estágios curriculares com rotação a cada seis meses.•

CEOCENTRO EUROPEU DE ORTOPEDIA

Referência nacional em qualidade, relacionamento e tecnologia

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Edição N.º 1 VIDA-UP

17CASO REAL16 CASO REAL

O acidente de 1996 não a impediu de concretizar as suas ambições profissionais, nomeadamente, ser professora de Educação Física. Quais os maiores desafios que enfrentou para conseguir exercer esta profissão?O maior desafio de todos foi, sem dúvida, o preconceito, aquela questão que muitos colocavam e ainda colocam: «Como é que alguém em cadeira de rodas pode dar aulas de Educação Física?» Por parte dos alunos, nunca senti qualquer tipo de rejeição ou de questionamento das minhas capacidades para orientá-los – muito pelo contrário, são sempre muito colaborantes.

Quais foram as etapas biográficas mais importantes e que impacto tiveram na sua vida actual?A educação e o exemplo dados pela minha família foram-me moldando e formando pilares, ensinando-me a nunca desistir. Vir de uma família ligada ao desporto de alta competição e ter praticado desporto desde a infância deu-me um espírito combativo, incutiu-me disciplina, a vontade de dar sempre o meu melhor e superar-me.

Sem dúvida que o acidente foi a etapa que mais impacto teve, porque mudou por completo toda a minha vida. De um momento para o outro, todos os objectivos e sonhos desapareceram, ainda que, com o tempo, tenham vindo a ser ajustados à realidade.

Antes do acidente, o que mais gostava de fazer?Antes do acidente era extremamente independente e andava sempre a 200 à hora, bastante ocupada, com tudo planeado ao minuto.

O que mais gostava de fazer era surf, mas tudo o que envolvesse desporto e emoções fortes era do meu agrado. Tenho principalmente saudades da minha independência e privacidade.

Tento fazer as coisas de que mais gostava antigamente, adaptadas à minha situação. Entretanto, descobri outras que me dão o mesmo prazer e acabaram por substituir as antigas, como a queda livre. Tenho de agradecer pelo apoio que me dão, sobretudo a minha mãe, que está disponível para mim a qualquer momento.

Quando acordou no hospital, após o seu acidente na praia da Barra, em Aveiro, e se

DESISTIR, NUNCA!A ex-atleta de competição Marta Rafael sofreu, num campeonato de surf em 1996, um traumatismo cervical que a deixou tetraplégica. Partilha aqui a sua experiência de vida, revelando que o mais importante para ultrapassar desafios e preconceitos é ter um espírito combativo e nunca desistir.

apercebeu de que havia sofrido um traumatismo cervical, quais foram os seus primeiros pensamentos?Logo após o impacto, fiquei sem qualquer movimento do pescoço para baixo, mas estive sempre consciente. Quando me socorreram, disse logo que não me conseguia mexer nem sentia o corpo do pescoço para baixo. Enquanto esperava pela ambulância, desconfiava de que tinha feito um traumatismo vertebro-medular, porque tinha terminado o 1.º ano do curso de Educação Física, na FCDEF, actual FADEUP, e uma das cadeiras concluídas era Anatomia.

Mesmo depois de os médicos fazerem um diagnóstico, achava que, com algum tempo e fisioterapia, tudo voltaria ao normal, porque se pensa que «isto» só acontece aos outros. Nos primeiros meses, fui registando sempre melhorias e recuperei a sensibilidade em todo o corpo, o que me deu ainda mais esperança, mas, após seis meses, comecei a «cair na real» e fui-me muito abaixo, ficando deprimida, sem vontade para nada.

Com a ida para Cuba, e com o facto de me afastar de Portugal, onde estava farta de que falassem de mim, fui, aos poucos, recuperando o ânimo e a força de vontade, porque ia vendo a

minha evolução física, o que ajudava psicologicamente. Quando regressei, vi a vida de uma forma completamente diferente, achei que tudo era possível.

De que forma o tratamento em Cuba se distinguiu do que fazia aqui?A minha ida para Cuba foi decidida com a família. Um tio meu era professor na FCDEF e, num congresso no Brasil, teve conhecimento da clínica CIREN e do trabalho lá realizado. Enviámos toda a documentação para lá e, depois da resposta, fui fazer uma semana de exames. No final, deram-me o prognóstico. Acabei por ficar um ano. Fazia fisioterapia sete horas e meia por dia, durante a semana, e três horas ao sábado, com um fisioterapeuta só para mim. A cada 30 dias era reavaliada. Ao fim de um ano, disseram que era melhor voltar, porque estava com um esgotamento muscular e dificilmente recuperaria mais.

Em Cuba, cada caso era um caso. Por vezes, em Portugal, tem-se a tendência de rotular as pessoas mediante a lesão, e os exercícios realizados são estandardizados, sem ir ao encontro das capacidades de cada um.

Neste processo, quais os factores que mais a têm ajudado?Neste momento, o meu processo já não é de recuperação, mas sim de manutenção e reforço. Tento manter-me optimista, faço um esforço para ver sempre o lado positivo e aceitar-me como sou.

Claro que o acompanhamento médico e a fisioterapia também ajudam. E é muito importante saber aceitar a ajuda que nos dão.

Há alguma mensagem que queira deixar aos médicos ou entidades oficiais do nosso país?Neste momento de crise, a tendência é olhar mais aos números e menos às pessoas. Tenho conhecimento de quem deixou a fisioterapia porque deixou de ter direito ao transporte e não tem dinheiro para o pagar. A saúde devia ser uma das áreas prioritárias, porque, se se prevenir, economiza-se mais do que quando é necessária uma intervenção em fase aguda. Mas os ministros e assessores não têm contacto com a realidade, apenas com números.

Gostava de que quem está no Governo e na Assembleia passasse um mês na pele de quem necessita de algum tipo de tratamento e, por causa dos números, o visse cortado – talvez aí houvesse alguma mudança.

Tendo em conta a motivação e a experiência que tem tido para ultrapassar desafios, que mensagem gostaria de partilhar com os nossos leitores?

O mais importante é não desistir e lutar sempre – em todos os aspectos da vida. Tentar ser optimista e ver sempre o lado positivo. Se nos acomodamos, habituamo-nos ao que temos e podemos deixar de ter motivos para tentar alcançar algo mais.•

Vir de uma família ligada ao desporto de alta competição e ter praticado desporto

desde a infância deu-me um espírito combativo, incutiu-me disciplina,

a vontade de dar sempre o meu melhor

e superar-me.

Sagrou-se campeã nacional de

Esperanças em 1995. Em pleno auge

desportivo, faltava um minuto para

o final do heat das meias-finais, na

etapa aveirense do Nacional de Surf

Esperanças de 1996, quando, ao sair

da prancha, Marta Rafael bateu com

violência num banco de areia, ficando

tetraplégica. A sua experiência em

Cuba deu-lhe maior alento e visão e,

ao chegar a Portugal, terminou o seu

curso de Educação Física, no Porto, onde

reside. Hoje, aos 36 anos, o gosto pelas

emoções mantém-se.

ENTREVISTA | MARTA RAFAELPor Luísa Ortigão

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Edição N.º 1 VIDA-UP

19UNIDADE HOSPITALAR

Permanente (24 horas por dia/7 dias por semana).

Segundo José Alexandre Cunha, «apostamos em recursos humanos altamente qualificados, pois pretendemos ser reconhecidos não apenas pelos elevados padrões técnicos e profissionais, mas, sobretudo, pelo retorno da população que nos visita, pelo reconhecimento dos doentes que aqui procuram resposta aos seus problemas e também pela confiança de quem referencia os seus doentes».

Num modelo inovador e dinâmico, a IDEALMED agrega valências clínicas e profissionais de referência da região, que, pela sua experiência e know-how reconhecido e comprovado, se associaram a um projecto de saúde altamente diferenciado, com o objectivo de criar um cluster de excelência no sector da Saúde.

A estrutura hospitalar aposta na diferenciação e elevação da qualidade dos serviços prestados, mas garante um acesso fácil e transversal a toda a população, através dos acordos existentes, não apenas globalmente, enquanto unidade hospitalar, como também nas diversas estruturas autónomas que integram a IDEALMED.

Em múltiplas áreas, esses acordos incluem, nomeadamente, a ADSE, as entidades seguradoras, os subsistemas de saúde e o Serviço Nacional de Saúde. Por outro lado, a IDEALMED desenvolveu o seu próprio sistema de acesso da população à estrutura, a baixo custo e de grande comodidade, através dos planos de saúde IDEALCARE.

INVESTIMENTO DE 50 MILHÕES DE EUROS A IDEALMED tem-se afirmado como um projecto de excelência em Coimbra e em toda a região Centro. Por mês, a Unidade Hospitalar de Coimbra realiza cerca de 18 mil consultas de especialidades e mais de 500 cirurgias, um número que irá aumentar a partir de agora, com a integração da IDEALMED no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC). A IDEALMED

apresenta-se como uma resposta integrada e abrangente no sector da Saúde, sendo já considerada um caso de sucesso. «Este projecto representa um investimento de cerca de 50 milhões de euros, tendo sido construído sem qualquer apoio público», afirma José Alexandre Cunha.

UNIDADE CINCO ESTRELAS A IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra viu ainda os seus serviços serem reconhecidos pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), ao serem-lhe atribuídas Estrelas em todas as dimensões avaliadas:• Excelência Clínica• Segurança do Doente• Adequação e Conforto das Instalações• Focalização no Utente• Satisfação do Utente

O reconhecimento alcançado logo no primeiro ano de actividade motivou a IDEALMED a procurar melhorar os vectores essenciais da sua actividade, continuando a elevar a diferenciação qualitativa das suas instalações, equipamentos e recursos humanos, por forma a garantir a confiança de todos os que escolhem os seus serviços. «Assumimos os valores que, desde o primeiro dia, nos nortearam. A Humildade e o Humanismo, bem como a Dedicação e a Lealdade, são, e serão sempre, pilares da nossa postura e os verdadeiros garantes do nosso sucesso futuro», refere o administrador do Grupo IDEALMED.•

A IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra, o maior hospital privado da região Centro, afirmou-se, em apenas dois anos (abriu ao público a 16 de Maio de 2012), como um pólo de excelência da Saúde. Da variedade da oferta disponibilizada à formação especializada, a elevada qualidade dos serviços prestados é também já reconhecida além-fronteiras.

Mais de 40 valências clínicas funcionam de forma integrada nos 35 000 m2 ocupados pela IDEALMED-UHC. Ali se agregam todas as especialidades médicas e cirúrgicas, organizadas em grupos de elevada competência.

José Alexandre Cunha, CEO da IDEALMED, identifica as prioridades do Grupo: «Qualidade nos cuidados prestados, na relação humana com quem nos procura, na organização dos diferentes serviços, na inovação e na diferenciação tecnológica.»

Os números são reveladores: a IDEALMED garante mais de 400 postos de trabalho, mais de meia centena de camas, cinco blocos

operatórios e 124 gabinetes médicos, dando expressão a um projecto de saúde singular.

OFERTA ESPECIALIZADANo que respeita à oferta diferenciada de especialidades, a IDEALMED-UHC tem ao dispor dos utentes um Centro de Diabetes, uma Clínica do Sono, um Centro de Dermoestética, um Centro de Oncologia Médica, um Centro de Medicina de Reprodução e a única maternidade privada da zona Centro,

a Maternidade IDEALMED. Possui, ainda, uma Unidade de Oftalmologia, com equipamentos únicos no país, e uma Unidade de Imagiologia (Imacentro), que constitui uma referência nacional e internacional, com meios complementares de diagnóstico laboratoriais e de imagem de última geração.

A Unidade da Coluna e a Unidade do Joelho e Cirurgia Reconstrutiva atraem também utentes de todo o país. Brevemente, a IDEALMED disporá de um Centro de Peritagens Médico-Legais e Forenses, com características únicas em Portugal. A Unidade Hospitalar dispõe ainda de um Atendimento Médico

A QUALIDADENA DIFERENCIAÇÃO

PROJECTOS INTERNACIONAISDesde 2013 que a Unidade Hospitalar de Coimbra é procurada por utentes dos países de língua oficial portuguesa (PALOP), Europa Ocidental e Central. Medicina de reprodução, cirurgia estética e plástica e exames de imagem (imagiologia) são as áreas mais requeridas.

Para José Alexandre Cunha, «todo este reconhecimento externo está intimamente ligado ao facto de Coimbra ser identificada como um pólo de excelência internacional na prestação de serviços de saúde. A competência da medicina portuguesa e da organização da IDEALMED trouxe-nos convites de distintos países: africanos, asiáticos e do Médio Oriente».

A aposta é em equipamentos de grande sofisticação e em soluções mais evoluídas. Até ao final de 2014, a IDEALMED, com serviços em todas as áreas de diagnóstico e terapêutica, continuará os projectos de parceria com entidades em Xangai e Macau, a que se juntará a IDEALMED-Unidade Hospitalar de Cabo Verde.

A IDEALMED dispõe ainda das seguintes unidades, localizadas na região Centro: • IDEALMED Clínica Solum (Coimbra) • IDEALMED Clínica Pombal• IDEALMED Ponte Galante (Fig. da Foz) • IDEALMED Clínica Cantanhede• IDEALMED Sangalhos (Anadia)

IDEALMED-Unidade Hospitalar de Coimbra em números:40 especialidades clínicas52 camas de internamento22 camas destinadas a acompanhantes2 camas pediátricas11 berços destinados à maternidade e cuidados neonatais5 blocos operatórios26 salas de espera124 gabinetes médicos

José Alexandre CunhaCEO da IDEALMED

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2121SAÚDE20 SAÚDE

A OMS reconhece ainda que os argumentos económicos são cada vez mais críticos, pois apontam para um peso dos cuidados com as doenças crónicas, nos próximos 20 anos, de cerca de 50% do PIB global, conduzindo para níveis de pobreza milhões e milhões de pessoas.

Por outro lado, a conhecida relação entre o envelhecimento das populações, a morbilidade e a prevalência da doença crónica, com os custos do cuidar, marca definitivamente um ponto de

viragem, com o estabelecimento de uma Agenda com a máxima prioridade nesta década, envolvendo os sectores público e privado, bem como a sociedade em geral, na prevenção e controlo da doença crónica.

Mais do que fixar-se numa única intervenção, a gestão da doença crónica é uma forma de coordenar os cuidados e de assegurar que os

doentes tenham o apoio de que necessitam, em tempo oportuno.

A evidência sugere que, em oposição às intervenções isoladas e descoordenadas, os cuidados planeados, proactivos e coordenados a todos os níveis podem conduzir a uma melhor qualidade de vida, à redução de cuidados supérfluos e a melhores resultados de saúde para as pessoas com doença crónica.

Só uma abordagem abrangente e trans-sectorial pode reunir todos os factores críticos de sucesso, sendo essenciais os seguintes componentes: utilização de sistemas de informação para acesso a dados-chave dos indivíduos e populações com a doença (identificação, diagnóstico, localização e distribuição geográfica); estratificação da doença por categorias de risco; utilização de equipas multidisciplinares (especialistas em medicina e em cuidados de saúde primários, além de outros profissionais); provisão de cuidados em contexto menos intensivo e de maior proximidade (cuidados intermédios e apoio domiciliário); e envolvimento dos doentes nos seus próprios cuidados.

Uma eficiente gestão da doença permite reduzir os custos de uma utilização intensiva dos serviços de saúde e está no topo das prioridades do modelo preconizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, pois é consistente a evidência de que tais sobrecustos não se traduzem num acréscimo de qualidade assistencial.

Deste complexo dispositivo de intervenções, pode sobressair a ideia de uma iniciativa complexa de custos elevados.

No entanto, as estratégias de proximidade de cuidados, recorrendo a sistemas informatizados de telemedicina, têm, inclusive em Portugal, a demonstração de uma redução de custos significativa e substancial para o SNS. Esperemos todos contribuir para este grande desafio!•

* Afiliação: Clínica Universitária de MFR, Instituto de Medicina Molecular, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.

No início de uma nova publicação de cariz científico, no essencial dirigida aos muitos portugueses portadores de

limitações funcionais com impacto na sua qualidade de vida, é uma honra e é com muito prazer que dirijo aos leitores a promessa de uma correspondência assídua, dando conta dos principais problemas e das potenciais soluções que, no nosso país, têm sido desenvolvidas, ampliadas e dirigidas à compensação da mobilidade condicionada, procurando, por todos os meios, a autonomia e a integração social, familiar e profissional.

Neste percurso, o foco será a doença crónica, que representa uma clara ameaça tanto para

as políticas de saúde como para o crescimento económico, sendo responsável por 63% das causas de mortalidade nos países desenvolvidos e por 80% nos países de menor desenvolvimento económico. Cerca de metade destas mortes ocorre em anos de vida produtiva, com os consequentes efeitos indesejáveis na produtividade global.

Uma eficiente gestão da doença permite reduzir

os custos de uma utilização intensiva

dos serviços de saúde...

SOCIEDADEE DOENÇA CRÓNICA

A gestão da doença crónica é uma

forma de coordenar os cuidados e de assegurar que os doentes tenham o apoio de que necessitam, em

tempo oportuno.

ANABELA C. PINTO Médica, PhD*

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22 CIÊNCIA

Até hoje, o implante coclear tem sido o recurso mais avançado para o tratamento da surdez profunda bilateral em crianças e adultos – utilizado por mais de 300 mil pessoas no mundo. Contudo, a captação de sons mais subtis ainda é uma lacuna a ser preenchida por estes implantes.

Os dispositivos são implantados em pacientes com perda total ou da maioria das células ciliadas do ouvido, as que detectam as ondas sonoras através de vibrações mecânicas e as convertem em sinais eléctricos, captados pelos neurónios do nervo auditivo e enviadas para o cérebro. Os sons recuperados por meio destes aparelhos cocleares tradicionais são «electrónicos».

Apesar de a corrente de implante coclear ser um dispositivo biónico sofisticado, utiliza apenas 22 eléctrodos de platina para estimular o nervo auditivo e, por conseguinte, conseguir transferir informação de som para o cérebro. Estes dispositivos fazem uma enorme diferença às pessoas que os possuem, mas restauram apenas uma fracção da audição normal.

A terapia genética tem-se mostrado promissora no combate à perda de células na cóclea, contudo, uma das dificuldades em utilizar a técnica é a de conseguir estimular os nervos auditivos na cóclea, a parte auditiva do ouvido interno.

Recentemente, um grupo de investigadores da Universidade de New South Wales, em Sydney (Austrália), revelou uma nova forma de restaurar a audição perdida: um implante coclear que ajuda a regenerar o nervo auditivo por meio da terapia genética. Para testar a técnica, os cientistas criaram um aparelho coclear que contém uma pequena sonda com uma solução de DNA composta pelo factor neurotrófico (BDNF) − proteína usada para a regeneração de células humanas. Por meio

de correntes eléctricas emitidas pelo aparelho, implantado em ratos modificados para ficarem surdos, foi possível estimular os nervos auditivos dos animais.

A união da solução e dos impulsos eléctricos possibilitou a regeneração do sentido nestas cobaias. «A transferência do factor de crescimento do nervo estimula o crescimento de fibras nervosas a partir das células que residem na cóclea, aumentando muito a eficácia do ouvido biónico», explica Mathias Klugmann, investigador do Departamento de Fisiologia da Universidade de New South Wales e um dos autores do trabalho, publicado na edição de Maio (2014) da revista americana Science Translational Medicine. Portanto, o grande avanço desta terapia reside no sucesso do uso do próprio implante coclear como um dispositivo para estimular a terapia genética de forma mais eficiente para a cóclea.

A percepção auditiva conquistada pelos aparelhos cocleares actuais não consegue recuperar o som de forma completa, mas esta terapia australiana, caso o desempenho se verifique também em humanos, poderá alcançar esse efeito.

A técnica proposta pelos cientistas australianos também traz esperanças para o tratamento de um leque amplo de doenças, já que a solução de BNDF, combinada com outras tecnologias, poderá regenerar células de partes distintas do corpo humano. «Essa tecnologia pode proporcionar tratamentos que melhoram outras aplicações médicas, como implantes de retina (visão biónica) e a estimulação profunda do cérebro, usada para tratar a doença de Parkinson», indica Klugmann. Um dos próximos passos da equipa australiana será o de compreender detalhadamente o modo como se dá a regeneração dos nervos auditivos, a fim de aperfeiçoar a sua técnica de reconstituição.•

IMPLANTE COCLEAR COM SOLUÇÃO DE DNA PROMETE RECUPERAR AUDIÇÃO TOTALPor Alice Lopes da Costa

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2524

A Fundação PT acredita que, através da promoção das tecnologias, aliadas à inovação, é possível melhorar a qualidade de vida das pessoas e das comunidades onde actua e contribuir para o desenvolvimento sustentável.

Esta é uma fundação privada que concentra e concretiza o investimento e os compromissos de responsabilidade social da Portugal Telecom. Promove e desenvolve projectos e iniciativas de cariz tecnológico, com forte impacto social nas áreas da saúde, educação, acessibilidade e inclusão digital e voluntariado, trabalhando num ecossistema de parcerias para a construção de soluções inovadoras e adaptadas às necessidades sociais específicas, junto de universidades, centros de investigação, organizações não governamentais, instituições particulares de solidariedade social, fornecedores, empresas e outras entidades.

Na área das acessibilidade e inclusão digital, a Fundação PT conta com uma vasta experiência, desenvolvida ao longo de mais de duas décadas, oferecendo soluções tecnológicas para acesso a serviços de

telecomunicações e de comunicação aumentativa para pessoas com incapacidades. Este portfólio distintivo e único é reconhecido pelas comunidades ao nível nacional e internacional.

A estratégia de desenvolvimento da Fundação PT assenta na inovação, na selecção dos parceiros mais adequados e, sobretudo, no trabalho de proximidade com os utilizadores finais, o que permite oferecer soluções especzíficas e adaptadas às suas necessidades. Estas soluções melhoram a qualidade de vida e o bem-estar dos seus utilizadores, possibilitando a sua inclusão social, académica e profissional.

Entre as soluções disponíveis na área da acessibilidade, destacam-se:

• PT Magic Eye, uma solução tecnológica inovadora para acesso ao computador;

• Academia de Língua Gestual Portuguesa, uma academia online bilingue – em português e língua gestual portuguesa (LGP) – que, com base em pequenos vídeos, ensina o conceito e o respectivo gesto.

FUNDAÇÃOFUNDAÇÃO

PT MAGIC EYE

Trata-se de uma solução especial PT que permite controlar um computador a partir da detecção do movimento dos olhos. Destina-se a pessoas que estão impossibilitadas de utilizar o teclado ou o rato. Através de uma câmara de vídeo de alto desempenho, é possível analisar o movimento dos olhos e, assim, deslocar e controlar o rato em todas as suas funções. Além do controlo do computador, esta solução pode incluir interfaces que permitem o controlo ambiental, como a iluminação ou a temperatura. Este equipamento melhora a comunicação e a autonomia, reforçando a qualidade de vida e o bem-estar dos seus

utilizadores. O Magic Eye foi concebido através de uma parceria com o Instituto Politécnico da Guarda, tendo sido desenvolvido e testado junto de diversas entidades que trabalham na área da deficiência.

ACADEMIA DE LÍNGUA GESTUAL PORTUGUESA

A Academia LGP é uma academia online bilingue (em língua gestual portuguesa

e português), disponibilizada em Sapo Vídeos – www.sapo.videos.pt/academialgp. A partir de pequenos vídeos online, esta academia bilingue ensina a definição de diversos conceitos disciplinares do currículo escolar e introduz o respectivo gesto. De fácil navegação e organizada por disciplina e ano de escolaridade, a Academia LGP conta já com mais de cem vídeos online gratuitos, nas áreas da Matemática, Físico-Química e História e Geografia de Portugal. Até ao final de 2014, ficarão disponíveis cerca de 700 vídeos alusivos a estas disciplinas e, ainda, a Educação Visual e Tecnológica. Está previsto o alargamento a todas as áreas curriculares escolares. Os

conteúdos estão dirigidos aos alunos e professores, surdos e ouvintes, do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico.

Pela primeira vez, a comunidade surda tem à sua disposição um repositório alargado de conteúdos pedagógicos e educativos, desenvolvidos em directa ligação com os currículos escolares. Contribui-se, assim, para um verdadeiro acesso dos surdos ao currículo escolar nacional, através da sua primeira língua e estabelecendo sempre a ponte com o português escrito e falado. A universalidade e o carácter bilingue desta academia permitem uma aproximação efectiva entre a comunidade surda e a não surda, favorecendo um melhor conhecimento da língua gestual portuguesa.

A Academia LGP possibilita também a difusão de novos gestos (neologismos), propostos para os conceitos escolares apresentados, e contribui para a manutenção da LGP como uma língua viva, em desenvolvimento e com importância crescente nas comunidades de expressão portuguesa. Este trabalho de desenvolvimento da língua resulta de um esforço conjunto de diversas entidades, nomeadamente o Centro de Educação e Desenvolvimento Jacob Rodrigues Pereira, a Associação Portuguesa de Surdos e a Federação Portuguesa das Associações de Surdos.

O lançamento da Academia LGP resultou do trabalho conjunto e da parceria entre a Fundação PT e o Centro de Educação e Desenvolvimento Jacob Rodrigues Pereira. O compromisso com a acessibilidade, com a inclusão digital e com a educação, bem como a experiência e o know-how junto da comunidade surda, foram factores críticos para o sucesso deste projecto, traduzido na criação de uma solução adaptada e ajustada às necessidades.•

INCLUSÃO DIGITAL

SOLUÇÕES ESPECIAIS PT

Um mundo em que todos, independentemente das suas limitações, possam

aceder e beneficiar da sociedade de informação e conhecimento. Esta é a

visão da Fundação PT para a área da acessibilidade e

inclusão digital.

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26 HEALTH CARE

turismopara TODOS

www.accessibleportugal.com

Barra Talasso – Centro de Talassoterapia da Nazaré é um equipamento com uma forte componente terapêutica, baseada na utilização da água do mar como elemento de alto valor medicinal, aliada à vertente de bem-estar e combate ao stress. Está em funcionamento desde Janeiro de 2013.

Localizado na Marginal da Nazaré, mesmo na praia, Barra Talasso é um espaço totalmente dedicado à promoção da saúde e do bem-estar físico e mental. Os princípios activos da água do mar e dos elementos de base marinha (algas, argilas, ar marítimo e sol), conjugados com sofisticadas técnicas de tratamento corporal, executadas por pessoal qualificado, sob vigilância médica, estão na base de uma vasta oferta de serviços de talassoterapia, com fim preventivo e curativo.

A água do mar contém sais minerais e elementos químicos essenciais para os seres vivos, e o seu uso num ambiente controlado permite retirar benefícios físicos para inúmeras patologias. As propriedades do meio marinho catalisam princípios activos de remineralização, desintoxicação, hidratação, oxigenação e tonificação muscular, além de proporcionarem uma sensação generalizada de bem-estar.

As técnicas de talassoterapia são particularmente indicadas para o tratamento das seguintes patologias:

reumatismo e sistema osteoarticular, afecções das vias respiratórias superiores, doenças dermatológicas, doenças neurológicas, sistema circulatório venoso e linfático, stress, ansiedade e distúrbios do sono. A talassoterapia é ainda muito eficaz no combate à obesidade e na recuperação física pós-traumática.

RECUPERAR OS BANHOS QUENTES SALGADOSBarra Talasso é um investimento de um grupo hoteleiro local, o Grupo Miramar, que pretende recuperar a tradição dos antigos banhos quentes, que, durante décadas, atraíram milhares de turistas à praia da Nazaré, em busca de alívio para o reumatismo através de tratamentos com água do mar aquecida.

O Centro de Talassoterapia da Nazaré é composto por uma zona colectiva de piscina e duches, com água do mar aquecida a temperaturas entre

os 32 ºC e os 36 ºC, uma zona para administração individual de técnicas de hidroterapia e por uma área seca, composta por gabinetes dedicados a tratamentos corporais e faciais. O complexo disponibiliza ainda gabinete médico, onde se efectuam as consultas de prescrição e acompanhamento das curas de talassoterapia.

No que respeita à arquitectura, o edifício carateriza-se pela simplicidade das linhas direitas e inspira-se na cultura marítima nazarena, destacando-se os elementos decorativos dos alçados, que remetem para as linhas das proas dos barcos de pesca artesanal e para as ondas do mar. No interior, a principal preocupação prende-se com o aproveitamento da localização privilegiada, em pleno areal da praia, de modo a que os clientes possam usufruir da deslumbrante vista sobre o mar, desde a zona de acolhimento, na recepção, até aos gabinetes individuais de hidroterapia, sem esquecer a grande piscina dinâmica de água oceânica.•

CENTRO DE TALASSOTERAPIA DA NAZARÉA SAÚDE QUE VEM DO MAR

Usada desde tempos imemoriais para combater diversos males, a talassoterapia é um método natural de prevenção e de tratamento das chamadas «doenças da

civilização»: stress, ansiedade, fadiga extrema, dores crónicas e obesidade. É ainda muito eficaz na diminuição dos sintomas associados ao reumatismo e às

doenças osteoarticulares, entre outras.

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2928 AJUDAS TÉCNICASAJUDAS TÉCNICAS

Desenvolver produtos inovadores, que possam ir ao encontro das necessidades ainda não satisfeitas, é um dos lemas centrais da Invacare. Neste âmbito, a investigação e recolha de informações junto dos utilizadores de produtos de apoio, dos profissionais de saúde e dos revendedores é crucial para a concepção de novos produtos.

O ano de 2013 e o início de 2014 trouxeram várias novidades, entre as quais destacamos a tecnologia Invacare® iPortal™ Liberty e a cadeira de rodas eléctrica Invacare®Fox – inovadoras e tecnologicamente revolucionárias.

TECNOLOGIA INVACARE® IPORTAL™

A tecnologia iPortal Liberty, considerada um acessório para cadeiras de rodas eléctricas, permite ao utilizador aceder e controlar dispositivos iOS, smartphones, tablets Android e computadores pessoais, através do interface de controlo da sua cadeira (joystick convencional, comando de cabeça, comando mentoniano...).

Num mundo cada vez mais dependente das novas tecnologias, onde o desejo de as pessoas estarem conectadas em rede é

premente e o acesso à informação crucial para estar integrado, a tecnologia iPortal Liberty surge como a última inovação que está a mudar a vida de pessoas em todo o Globo. Esta tecnologia é particularmente importante para utilizadores em cadeiras de rodas eléctricas com limitada função

manual, que não conseguem operar dispositivos multi-touch. Com o iPortal Liberty, os utilizadores com inexistente ou limitada função da mão e membro superior poderão aceder, por exemplo, a um iPhone através do joystick da cadeira (sem recurso ao interface multi-touch do dispositivo iOS) para efetuarem chamadas telefónicas, navegar na Web ou no Facebook, ouvir música, fazer vídeos e tirar fotografias, ler ebooks, escrever mensagens de texto e e-mails e usar aplicativos.

O acesso à App Store torna-se também uma janela de oportunidades para lazer, educação e trabalho.

Podemos, assim, constatar que o poder de integração do iPortal Liberty é imenso e se traduz no seguinte:

• Acesso a um dispositivo de comunicação universal (iPhone, iPad, smartphone, tablet) e não a um produto de apoio desenvolvido de forma adaptada para pessoas com deficiência;

• Maior número de oportunidades para estar conectado com familiares e amigos, fortalecendo os laços com os mesmos (acesso a redes como Facebook, Twitter);

• Possibilidade de aceder às lojas online, para efectuar compras de forma simples, rápida e eficaz, sem necessidade de sair de casa;

• Oportunidades ao nível educacional e laboral. O acesso e controlo de novas tecnologias é crucial para acompanhar e desenvolver as aprendizagens escolares e potenciar propostas de trabalho;

• Auxiliar pessoas com dificuldades de comunicação (incapacidade de expressão verbal), que necessitam de recorrer a Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação (SAAC), sendo a Grid um exemplo prático.

• Controlo ambiental, possível através de aplicativos que podemos descarregar através da Web ou, em casos mais complexos, controlo através de sistemas de domótica. Conforme se pode comprovar, o potencial de funcionalidade e autonomia do utilizador é amplamente incrementado através do iPortal Liberty.

CADEIRA DE RODAS ELÉCTRICA INVACARE®FOX

Sob o mote «Construindo flexibilidade através da inovação», é apresentada a cadeira de rodas eléctrica Invacare Fox.

Flexibilidade na quantidade de ajustes – posicionando confortavelmente o seu utilizador – e na facilidade em desmontar e transportar a Fox na mala do automóvel, assim como na forma como o eixo dianteiro pendular se adapta a terrenos irregulares, para manter as quatro rodas em contacto com o chão.

Inovação pelo seu sistema de encarte completamente distinto de uma cruzeta convencional e que se caracteriza por ter mais pontos de ligação, incrementando a resistência e durabilidade da cadeira. Inovação, ainda, pela facilidade com que a cadeira se transforma num trolley para ser facilmente transportada e arrumada. Inovação por toda a «flexibilidade» demonstrada!

A Fox é uma cadeira de rodas eléctrica de entrada de gama, completamente revolucionária e desenhada para maximizar a independência dos seus utilizadores!•

A INOVAÇÃOTORNA EXPERIÊNCIAS DE VIDA POSSÍVEIS

Dedicada ao consumidor e à inovação, a Invacare apresenta, para 2014, duas revolucionárias novidades que irão mudar a sua vida – a tecnologia Invacare® iPortal™

Liberty e a cadeira de rodas eléctrica Invacare®Fox.

Invacare Corporation é um grupo multinacional, com sede em Ohio,

Estados Unidos da América, líder mundial na produção e distribuição de produtos inovadores de cuidados médicos – promovendo a recuperação de estilos de vida activos –, sendo a maior empresa do ramo ao nível internacional. A Invacare emprega cerca de 5400 colaboradores e comercializa os seus produtos em 80 países.

A visão da Invacare é desenhar, criar, produzir e fornecer o melhor valor em produtos médicos, que promovam a recuperação e um estilo de vida activo para as pessoas que, em casa ou em qualquer outro local, necessitem de produtos de apoio.

Em Portugal, a unidade industrial da Invacare está presente em Leça do Balio (Porto), onde se produzem camas articuladas, cadeiras de rodas e elevadores de transferências para todo o mundo. Dispõe ainda da Unidade Comercial – incluindo serviços de Marketing e Pós-Venda – que assegura a distribuição e assistência, no território português, de toda a gama Invacare.

A equipa em Portugal oferece suporte comercial à rede de revendedores e apoio técnico aos profissionais de

saúde que necessitam de conhecer e aconselhar os produtos Invacare.

O portfólio de produtos é abrangente, com uma ampla oferta de cadeiras de rodas manuais, eléctricas, scooters de mobilidade, auxiliares de marcha, camas hospitalares, colchões e almofadas para prevenção de úlceras de pressão, produtos para banho e higiene pessoal. Recentemente, foi introduzida uma linha de concentradores de oxigénio, com soluções portáteis e estacionárias.Com Integridade, Inovação, Liderança, Excelência e Responsabilidade, os colaboradores da Invacare enfrentam o desafio diário de tornar experiências de vida possíveis™ para as pessoas com mobilidade reduzida.

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3130 REABILITAÇÃOREABILITAÇÃO

Que sinergias se estabelecem entre as várias unidades de saúde da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML)?As diversas unidades de saúde da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa encontram-se alinhadas com a sua filosofia, ao serviço das pessoas, cooperando entre si sempre que necessário, por forma a prestar a melhor resposta a quem as procura.

O Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão (CMRA) conquistou o estatuto de instituição de saúde de projecção mundial na prestação de cuidados, acompanhamento, desenvolvimento e investigação

na área da medicina física e reabilitação. O que tem sido feito para se ter alcançado este estatuto?A par do desenvolvimento de instalações, da modernização de equipamentos e tecnologias, o CMRA tem assumido também o compromisso de promover, de forma continuada, o desenvolvimento científico, profissional e humano dos profissionais de reabilitação. Um compromisso que persegue desde a sua fundação, em 1966, na óptica da procura do melhor tratamento para todos os que o recorrem a este centro.

Qual o apoio da SCML na formação de equipas de profissionais e de investigação nas áreas da reabilitação, de forma a adequar os serviços às necessidades da sociedade actual?A direcção da Santa Casa tem prestado continuado apoio às equipas no terreno, não deixando de estar atenta e de investir, sempre que necessário, na melhoria das condições dos vários equipamentos e serviços, tendo em vista a prestação de um melhor serviço aos utentes.

Considerando o aumento de casos de AVC, está o CMRA preparado ou tem capacidade de resposta para os receber?O Centro tem vindo a adaptar a sua resposta às necessidades emergentes. Relativamente ao crescente número

de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC), a direcção da Santa Casa decidiu, a título de exemplo, investir na recuperação do 4.º piso deste Centro, encontrando-se actualmente em finalização as respectivas obras. Este novo piso, com 33 camas, destinar-se-á, exclusivamente, a instalar uma nova Unidade de Tratamento de AVC. Além destas infra-estruturas, o Centro tem investido na formação específica da equipa multidisciplinar.

O CMRA está plenamente adaptado às limitações físicas dos utentes, oferecendo-lhes condições de autonomia?O CMRA teve, desde a sua origem, o objectivo de ser um centro de reabilitação para pessoas com mobilidade reduzida e portadoras de deficiência. Deste modo, toda a arquitectura, mobiliário, acessibilidades e ambiente envolvente estão totalmente acessíveis, mantendo-se a sua arquitectura actual até aos dias de hoje.

As famílias são o ponto-chave para o sucesso da recuperação, juntamente com os técnicos do CMRA. Que apoios tem a SCML programados para as famílias mais carenciadas?Prestar apoio a famílias mais carenciadas é desde sempre a missão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa − e do CMRA, em particular. As situações são avaliadas caso a caso e acompanhadas pelo serviço social, que estuda e propõe apoios, sempre que necessário. A título de exemplo, sendo as ajudas técnicas indispensáveis à autonomia dos utentes, as mesmas são oferecidas sempre que as famílias não reúnam as condições necessárias para as adquirir.

Numa vertente de investigação, a SCML fomenta alguma relação entre o CMRA e as congéneres internacionais? O que já foi desenvolvido?As relações internacionais são bastante valorizadas no CMRA, sendo, por isso, desenvolvidas regularmente, através do contacto mantido entre os seus profissionais e entidades congéneres, em todo o Mundo. A propósito, salienta-se que, em 2014, entre 23 e 25 de Outubro, se organizam as «VI Jornadas sob o tema Intervir + Intervir = Reabilitar», que pretendem transmitir uma mensagem assertiva acerca da tónica inovadora que a SCML deseja imprimir à actividade do CMRA, associando a investigação e a boa prática clínica para a prestação de um serviço da maior qualidade aos utentes.•

A directora clínica do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Maria de Jesus, Rodrigues, em entrevista à VIDA-UP, diz que, a par do desenvolvimento de instalações, da modernização de equipamentos e tecnologias, o Centro tem «assumido também o compromisso de promover, de forma continuada, o desenvolvimento científico, profissional e humano dos profissionais de reabilitação».

CENTRO DE ALCOITÃOCOM NOVA UNIDADE DE

TRATAMENTO DE AVCENTREVISTA | MARIA DE JESUS RODRIGUES, directora clínica do CMRAPor Carlos Caldeira

Prestar apoio a famílias mais carenciadas é desde sempre a

missão da Santa Casa da Misericórdia de

Lisboa...

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Edição N.º 1 VIDA-UP

3332 CERTIFICAÇÃOCERTIFICAÇÃO

referem-se a um conjunto de requisitos para que as pessoas possam realizar (sem dificuldade ou esforço excessivo) as acções de passagem, percepção, localização e comunicação – garantindo, assim, a acessibilidade global nas organizações (com acesso aos produtos e serviços) e avaliando se o ambiente é adequado para a finalidade a que se destina.

ZONAS DE PASSAGEM

Os requisitos referentes às zonas de passagem dão atenção às áreas de circulação, de manobras, a pavimentos e à iluminação. No caso dos pavimentos, devem ser uniformes, lisos, não escorregadios e fáceis de limpar, com a existência de espaço de manobras, sem obstáculos (portas ou outras barreiras de separação) e sempre com uma iluminação adequada, sem mudanças bruscas de intensidade. As portas devem ter um mínimo de 80 cm de largura, com uma altura de dois metros. Para mudar de piso, deverá haver escadas adequadas (inclinação uniforme e um máximo de 10 degraus), rampas ou até elevadores próprios.

PERCEPÇÃO

Os requisitos de percepção têm o objectivo de facilitar as acções na manipulação ou utilização de mecanismos, objectos e produtos com que o utilizador tenha de interferir, como pegar num objecto, acender um interruptor, tirar uma senha para atendimento, uso de corrimão, transportes rodoviários, etc. Assim, todas estas acções têm de estar ao alcance de todos.

LOCALIZAÇÃO

Os requisitos para a localização referem-se à acção para encontrar o lugar certo em que está algo ou alguém ou para facilitar a

orientação e localização de lugares e objectos que intervenham neste processo, nomeadamente a localização de pessoal qualificado. Em termos gerais, consideram-se aqui a sinalização visual, acústica e táctil, que poderá ser de orientação ou informação (saídas de emergência, por exemplo).

COMUNICAÇÃO

Na comunicação, os requisitos são a acção de intercâmbio da informação necessária para o desenvolvimento de uma actividade. A comunicação poderá ser não interactiva (painéis, outros meios de comunicação gráfica ou escrita, sinais luminosos, acústicos e tácteis), interactiva, que é interpessoal (o apoio ao cliente, verbal ou sinais), ou unidireccional, como é o caso dos teclados, avisos sonoros ou braille.

O Sistema de Gestão da Acessibilidade Global faz com que se cumpram os requisitos DALCO anteriormente mencionados no espaço estabelecido e definido segundo a Norma 170001, ou seja, aplicados no local onde a organização presta os seus serviços.

O Sistema de Gestão desta norma inclui uma melhoria contínua da gestão, com enfoque em todos os processos e nos utilizadores, assim como o compromisso de cumprimento de todas as regras legais, regulamentos e normas existentes.

Existem requisitos gerais e documentais. Os gerais são todos

aqueles que definem as actividades e os utilizadores, nomeadamente definem objectivos para satisfazer os requisitos DALCO no tempo e nas acções, assegurando os recursos existentes, medindo o grau de satisfação dos utilizadores e implantando sempre melhorias. Os requisitos documentais referem-se a toda a política e objectivos de acessibilidade definidos e requeridos pela norma.

A responsabilidade tem de ser geral, isto é, tem de implicar um compromisso por parte da direcção e a existência de uma política de acessibilidade global definida, ou seja, uma forte decisão estratégica. A gestão dos recursos, tanto os humanos como a infra-estrutura, tem de ser assegurada. A planificação da acessibilidade global no seu todo tem de ser cumprida com base na legislação existente, e os produtos ou serviços têm de estar em consonância com os requisitos DALCO. Por fim, terá de haver uma auditoria e adaptações de melhoria dos procedimentos gerais, medindo e analisando o desempenho e as necessidades, de forma a desfrutar em pleno dos serviços e valias da norma.

Em suma, trata-se de oferecer um conjunto de políticas, objectivos, planificação, recursos e análises que permitam incorporar o conceito de acessibilidade global na gestão do dia-a-dia da organização. Os benefícios que daí advêm são inúmeros, como uma optimização de recursos, reconhecimento social, diferenciação no mercado e notoriedade da organização, que assume um compromisso social – a integração de todos os que têm mobilidade reduzida.•

A informação acerca da Norma 170001 foi facultada pela Bureau Veritas.

A acessibilidade refere-se a distintas dimensões da actividade humana, como deslocar, comunicar, alcançar, entender

e utilizar. Garantir a acessibilidade implica que estas actividades possam ser desenvolvidas por qualquer pessoa, sem encontrar qualquer tipo de barreiras.

A Norma de Acessibilidade Universal, UNE 170001, aplica-se a qualquer tipo de organização que vise a garantia da igualdade de oportunidades no acesso e utilização do ambiente envolvente (nomeadamente, lugares, edifícios, estabelecimentos e instalações), onde a sua actividade é realizada. Neste âmbito, a certificação desta norma reconhece que o Sistema de Gestão de Acessibilidade Global adoptado por uma determinada organização garante a todas as pessoas – independentemente da idade, sexo, origem cultural ou nível de mobilidade – a mesma possibilidade de acesso ao local e de desfrutar dos serviços prestados, com a maior autonomia possível. A Acessibilidade Global vai além da eliminação das barreiras arquitectónicas.

Sob o título geral de Acessibilidade Universal, a Norma UNE 170001 é formada pelos critérios DALCO, que visam facilitar a acessibilidade ao meio envolvente, e pelo Sistema de Gestão da Acessibilidade Global.

Com o cumprimento dos requisitos DALCO da Norma UNE 170001, a organização estará preparada para garantir que é acessível, sendo que essa acessibilidade não é apenas ocasional, mantendo-se ao longo do tempo. Esses requisitos resumem-se em quatro grandes

grupos: Deambulação/andar, Apreensão/percepção, Localização e Comunicação.

Os requisitos DALCO destinam-se a todas as organizações que aspiram a aumentar a acessibilidade global, em conjunto com a satisfação do cliente, através da aplicação eficaz do sistema. Pode candidatar-se qualquer organização que pretenda tornar o seu local de trabalho num lugar acessível para todos ou cujas actividades se realizem em locais com afluência de público, como hotéis, restaurantes, lojas, museus, universidades, hospitais e centros de atendimento. Além de facilitar o cumprimento da legislação, cada vez mais rigorosa nas organizações, os requisitos DALCO ajudam a optimizar os recursos humanos e favorecem um clima laboral positivo.

No caso de determinada situação não ir ao encontro de uma das condições de acessibilidade DALCO, a organização deverá colocar à disposição do utilizador uma solução alternativa, com o mesmo nível de benefícios e dignidade.

Os critérios para a acessibilidade global, subjacentes à DALCO,

A Acessibilidade Global vai além da eliminação das barreiras

arquitectónicas...

CONCEITO DE ACESSIBILIDADE GLOBALANÁLISE DOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA

NORMA UNE 170001

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Edição N.º 1 VIDA-UP

3534 RESPONSABILIDADE SOCIALRESPONSABILIDADE SOCIAL

A responsabilidade social das empresas é um conceito novo mas consolidado em Portugal, adoptado

pela maioria das empresas internacionais com sede no nosso país e implementado, de modo crescente, pelo sector empresarial português.

Apesar da heterogeneidade das suas manifestações e do diferente grau de maturidade e abrangência, a efectivação dos quatro pilares (económico, social, ambiental e cultural) é uma realidade transformadora e que em muito contribui para o desenvolvimento harmonioso da sociedade. É justo, por isso, valorizar o papel que as empresas têm vindo a desenvolver, mesmo em conjuntura

de adversidade, na promoção da riqueza e criação de emprego, no envolvimento da comunidade, na defesa do ambiente e na salvaguarda dos valores culturais.

Enquanto investidoras e parceiras, as empresas garantem, neste momento, a realização de muitos projectos e iniciativas, de elevado interesse para a sociedade, que de outra forma não aconteceriam.

Evoluindo de uma atitude filantrópica ou comercial para uma abordagem cada vez mais sustentada e alinhada com o próprio negócio, o sector empresarial vem reforçando a sua contribuição para a coesão social e para o desenvolvimento, entendido numa perspectiva holística.

Neste sentido, a sua perspectiva não pode ser ignorada quando se reflecte sobre algumas questões cruciais da contemporaneidade e a sua experiência não pode ser esquecida quando se desenham políticas sociais em matérias como a conciliação trabalho e família, igualdade de género, prevenção da violência, promoção do envelhecimento activo, combate ao sobreendividamento, empregabilidade e muitas outras.

O território da empresa é um território fértil para o aparecimento de necessidades sociais e também um excelente laboratório de medidas para a sua resolução. Muitas das empresas portuguesas que integram o GRACE (Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial) têm vindo a investir na responsabilidade social interna e no estabelecimento de parcerias virtuosas com entidades da economia social, em prol do bem-estar dos seus colaboradores e familiares, bem como da comunidade envolvente.

Enquanto maior organização de responsabilidade social, o GRACE apoia as suas empresas associadas no desenvolvimento de programas que permitem estabelecer relações mais duradouras com as demais estruturas da sociedade civil e actua, pedagogicamente, no sentido de sensibilizar dirigentes e trabalhadores para a mais-valia de ajudar a construir uma sociedade mais justa e coesa.

As questões da mobilidade, da promoção de uma perspectiva inclusiva e universal, são um dos nossos desafios, que originaram já a produção do guia As organizações, a diversidade e a inclusão e justificaram a atribuição do troféu Boas Práticas no Mundo do Trabalho, na IV Gala da Inclusão, promovida pelo Instituto Politécnico de Leiria.

As empresas podem dar um extraordinário exemplo ao

implementarem boas práticas, testarem novas políticas, financiarem iniciativas inovadoras e partilharem o seu know how em prol de uma actividade social mais eficaz e sustentável.

Considero, por isso, que as empresas deveriam poder integrar as redes sociais, ter assento nas estruturas consultivas em matéria social (voluntariado, envelhecimento, combate à pobreza) e fazer ouvir a sua voz, como construtoras de uma sociedade que se pretende mais harmoniosa e justa.•

COMO PODEM AS EMPRESAS CONTRIBUIR PARA A DEFINIÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS?

PAULA GUIMARÃES | Presidente do GRACE, em representação do Montepio

Como forma de promover o desenvolvimento e coesões sociais, as empresas têm à sua disposição diversas iniciativas.

A título de exemplo, refiro duas parcerias que o GRACE

estabeleceu: uma delas, com a Cáritas Portuguesa, a plataforma In Spira, que pretende combater o desemprego +45 anos; e outra, com o ACIDI, através do projecto

ENGAGE, direccionado para a inclusão da população imigrante.

O GRACE está igualmente a finalizar o guia Como mobilizar

as empresas para projectos sociais, ferramenta fundamental

para aproximar as entidades do terceiro sector ao sector

empresarial.

As questões da mobilidade, da promoção de uma perspectiva

inclusiva e universal, são um dos nossos desafios, que originaram

já a produção do guia As organizações, a diversidade

e a inclusão...

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Edição N.º 1 VIDA-UP

37CIDADES E VILAS36 CIDADES E VILAS

Deste programa nacional abrangente, surgiram duas gerações de planos de Promoção de Acessibilidade, aos quais aderiu cerca de um terço dos municípios e que permitiram orientações específicas, que irão dotar os seus territórios de melhores condições de acessibilidade para Todos, envolvendo tanto acções materiais como imateriais.

Mais recentemente, a revisão do Plano Estratégico Nacional do Turismo para 2013-2015 introduz a componente da acessibilidade para Todos, inexistente no documento que o precedeu. Tornar Portugal num destino acessível para todos, tal como refere o Plano, é, agora, também um objetivo a atingir, como forma de criar um destino turístico acessível. Para tal, propõe-se o desenvolvimento de um conjunto de actividades que permitirão qualificar recursos humanos, melhorar as condições de acolhimento de turistas com mobilidade reduzida e prestar melhor informação sobre a acessibilidade das infra-estruturas e serviços turísticos do Destino Portugal.

Na última década, para lá da entrada do tema na agenda política, como também comprova a instituição do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, pela Comissão Europeia, em 2003, paralelamente, em Portugal, nascia um projecto pioneiro em matéria de acessibilidade, a Rede Nacional de Cidades e Vilas com Mobilidade para Todos (REDE). Lançado pela Associação Portuguesa de Planeadores do Território, este projecto constituiu-se como um grande desafio lançado a todos os municípios que, livremente, tiveram a coragem de iniciar um processo em prol da construção de cidades acessíveis a todos, identificando problemas existentes no seu espaço público e propondo a sua eliminação de forma faseada no tempo.

Decorridos cerca de dez anos desde o lançamento da REDE, o Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM) desenvolveu o Certificado de Acessibilidade, com o objectivo de desenvolver o atlas da acessibilidade, identificando os lugares, públicos ou privados, que sejam verdadeiramente acessíveis e divulgando-os numa plataforma de informação online. Esta plataforma, importante também em termos turísticos, permite aos cidadãos organizar a sua viagem ou a simples deslocação aos locais auditados, bem como a criação de produtos diferenciadores dos demais, incrementando a atractividade e competitividade dos seus serviços.

Em 2013, fruto da necessidade de rentabilização dos escassos recursos financeiros, o ICVM cria e desenvolve a Rede de Cidades e Vilas de Excelência. Só o trabalho em rede possibilitará, com as actuais condições, o desenvolvimento no quadro das diminutas possibilidades financeiras. A Rede Cidades e Vilas de Excelência desafia, assim, os municípios a executarem acções de baixo custo mas de rendimento máximo, num horizonte temporal de quatro anos, em temáticas como a acessibilidade, o turismo, a regeneração urbana ou a mobilidade amigável.

Ter um território de excelência é um desígnio de futuro. Ter um território

de excelência é vê-lo projectado económica, social e culturalmente para níveis de optimização ímpares.

PROGRAMAS, PROJECTOS E FUNDOS ESTRUTURAIS: OPORTUNIDADES QUE NÃO SE PODEM PERDER

Falar em transformação do território é impossível sem referenciar as câmaras municipais, motor do desenvolvimento, os gestores e empreendedores principais dos territórios. Contudo, em época de profunda crise económica mundial, todas as questões relacionadas com a acessibilidade e mobilidade para todos surgem com particular importância, pois são também uma questão de sustentabilidade social e dos territórios.

Os municípios portugueses têm, hoje, menor disponibilidade financeira para efectuar projectos e obra, para construir e requalificar o seu espaço público e edificado, sendo, por isso, imperativo utilizar os escassos recursos de forma acertada. Será, pois, de extrema importância que todos os novos projectos incorporem o desenho universal, o desenho que serve todos os cidadãos.

Uma enorme oportunidade será aproveitar o novo ciclo de fundos comunitários que estão para chegar – Portugal 2020. Nestas novas oportunidades de investimento, não se pode perder o desafio inequívoco de construir a pensar em Todos. Será determinante o acompanhamento e avaliação da aplicação desses fundos comunitários em matéria de acessibilidade, sob pena de, irrecuperavelmente, se perder uma enorme oportunidade de Portugal 2020 também ser para Todos. Esperemos que essa exigência faça parte da avaliação dos projectos em causa.•

As (i)mobilidades que desenham os territórios são uma problemática do desenvolvimento sustentado das economias.

Por isso, torna-se urgente e obrigatório fazer planeamento, desenvolvimento e gestão

corrente da mobilidade nas escalas nacional, regional e local, sentida e fiscalizada pelos diversos agentes que participam na sociedade.

Para as pessoas com mobilidade reduzida, a vivência diária nas nossas cidades e vilas pode ser um verdadeiro desafio. As barreiras existentes são diversas e, apesar

de as mais visíveis serem as físicas, urbanísticas e arquitectónicas, muitas outras existem, como as psicológicas e as da informação e comunicação. A Acessibilidade para Todos significa poder usar os equipamentos e os serviços turísticos, havendo oferta de serviços e actividades orientadas para o gosto e a preferência das pessoas com mobilidade reduzida. A eliminação das barreiras urbanísticas e arquitectónicas no território deve ser um desígnio dos nossos tempos.

PORTUGAL PARA TODOS: ACTUAR PARA ALCANÇAR ESTE DESÍGNIO

Há, hoje, uma maior sensibilidade nos agentes do sector – técnicos, arquitectos e engenheiros. Aplica-se, de facto, o D-L n.º 163/06, de 8 de Agosto, com maior atenção e zelo, também um reflexo da entrada na agenda do design inclusivo. Os políticos deram um contributo importante nesse sentido, accionando mecanismos internos e externos que integraram esta nova preocupação, particularmente nas políticas urbanas locais

Os sucessivos governos têm envidado esforços para inverter a actual situação nestas matérias. Desde logo, importa mencionar a criação do Plano Nacional de Promoção da Acessibilidade, por meio do qual se procedeu à sistematização de um conjunto de medidas para proporcionar às pessoas com mobilidade condicionada ou dificuldades sensoriais a autonomia, a igualdade de oportunidades e a participação social a que têm direito como cidadãos.

ACESSIBILIDADE PARA TODOS O ESTADO DA NAÇÃO Ter um território

de excelência é vê-lo projectado

económica, social e culturalmente para níveis de optimização

ímpares.

PAULA TELES Professora universitáriaPresidente do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade

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Edição N.º 1 VIDA-UP

ASSOCIAÇÃO 39ASSOCIAÇÃO

Em Agosto de 1998, depois de regressar de uma noite de copos com os amigos, tive um acidente de mota. O consumo de álcool e a fadiga foram fatais e,

depois de seguir em frente numa rotunda, o acidente foi inevitável... As suas consequências também. Fiquei tetraplégico com apenas 16 anos. A partir desse dia, tudo mudou na minha vida, das coisas mais simples às mais complexas. E até os sonhos mudaram!

Não baixei os braços. Foquei-me na minha recuperação e empenhei-me na minha formação. Ao longo desta etapa, fui-me cruzando com imensas pessoas com dificuldades tão ou mais graves do que as minhas.

Em 2003, decidi criar a Associação Salvador, com a missão de promover a integração das pessoas com deficiência motora na sociedade e melhorar a sua qualidade de vida. Os projectos da Associação Salvador assentam em três áreas distintas: Integração, Acessibilidades e Sensibilização.

Neste artigo, vou focar a área das Acessibilidades. A acessibilidade, ou a falta dela, foi uma das preocupações de sempre da Associação Salvador. Em 2008, criámos o site Portugal Acessível. Pretende-se que seja o guia

português de referência, com informação relativa à acessibilidade física em diferentes tipos de espaços, como hotéis, restaurantes e monumentos, entre outros. A pretexto deste projecto, visitamos localmente todos os espaços, para entrarmos em contacto com os seus responsáveis e para os sensibilizar para a importância de promover as acessibilidades. Neste momento, o site apresenta informação sobre mais de 3500 espaços em Portugal Continental, incluindo dez itinerários acessíveis. Em 2013, lançámos também a aplicação para telemóvel Portugal Acessível Mobile, disponível para os sistemas iOS, Android e Windows Phone.

Em 2010, após várias reuniões e muito esforço de nossa parte, conseguimos, junto da Câmara Municipal de Lisboa (CML), a emissão de 50 licenças para que pudessem circular os primeiros táxis adaptados em Lisboa.

2012 foi o ano em que ganhámos, em parceria com ACAPO, ACA-M, ADFA, ANACED, APEDV, FPDD, Fundação LIGA e Gulliver, o Projecto Lisboa Acessível, que havíamos submetido a voto através do Orçamento Participativo da CML. Foram destinados a este projecto 500 mil euros, destinados, por exemplo, a remover obstáculos e a adaptar passeios e passadeiras. No fundo, para tornar pedonalmente acessível o percurso entre Entrecampos e o Marquês de Pombal. As obras ainda não tiveram início, mas estamos empenhados na sua realização, reunindo regularmente com responsáveis pelo projecto na CML, para obter respostas e informações acerca do que está a acontecer, dando o nosso parecer.

No início de 2014, foi aprovado, no Município e respectiva Assembleia, o Plano de Acessibilidade Pedonal da Câmara Municipal de Lisboa. O Plano é um documento que

apresenta as necessidades de intervenção na cidade de Lisboa, para que a cidade se torne cada vez mais acessível. Apresenta projectos e conceitos, comprometendo-se com datas e valores. Desde a primeira hora, demonstrámos que não pretendemos que este plano seja apenas mais um estudo.

Queremos que passe do papel para o terreno! E queremos que aconteça nas devidas condições e que sirva a todos – aliás, as acessibilidades são essenciais para toda a população, dos idosos aos pais com carrinhos de bebés… Desta forma, propusemos à CML

a criação de uma Comissão de Acompanhamento à Execução do Plano de Acessibilidade Pedonal da Cidade de Lisboa, da qual orgulhosamente fazemos parte Queremos saber o que se vai fazer, quando e onde.

Queremos que o conceito de acessibilidade descentralize desde os técnicos que elaboraram o plano até aos que o porão em prática, no terreno. Para isso, demonstramo-nos disponíveis para estar na rua, fazendo os acompanhamentos

necessários – para que, assim, possam, também eles, perceber as nossas dificuldades e o que se pretende exactamente com a melhoria das acessibilidades.

De futuro, continuaremos como sempre: empenhados na melhoria das acessibilidades e intervindo sempre que oportuno.•

A melhoria das acessibilidades implica uma necessária descentralização de perspectivas, por parte de quem toma decisões. É o que lembra o fundador da Associação Salvador. E mais: o assunto é do interesse de todos, a começar nos pais que empurram carrinhos de bebé…

Decidi criar a Associação

Salvador, com a missão de promover

a integração das pessoas com

deficiência motora na sociedade e melhorar a sua

qualidade de vida.

Não baixei os braços. Foquei-me na

minha recuperação e empenhei-me na minha formação.

ACESSIBILIDADESÉ TEMPO DE PASSAR DO PAPEL AO TERRENO

SALVADOR MENDES DE ALMEIDAPresidente da Associação Salvador

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Edição N.º 1 VIDA-UP

41DECORAÇÃO

ESPAÇO ACESSÍVELSEGURO PARA CRIANÇAS, ADULTOS, IDOSOS E DEFICIENTES

Nesta primeira edição da VIDA-UP, gostaria de realçar a importância da decoração acessível, nas suas variadas

vertentes. A decoração de um espaço acessível considera as várias etapas da vida de um ser humano e diversos tipos de utilizadores, sejam portadores de deficiência (com mobilidade reduzida) ou não – um bebé, um idoso ou diferentes perfis de visitantes.

Por espaço acessível entendo o resultado de uma decoração de interiores que, por si, proporcione todas as condições de segurança, acessibilidade e autonomia a diferentes utilizadores, em quaisquer circunstâncias. Tal implica, além de uma concepção estética, uma perspectiva ergonómica do espaço (tendo em conta a diversidade humana e as suas características

antropométricas e sensoriais), de modo a tornar os espaços mais seguros e confortáveis.

Num projecto de decoração deste tipo, é impensável criar ambientes com dimensões desproporcionadas ou objectos aleatoriamente expostos... Os objectos devem estar ao alcance dos utilizadores (sentados ou em pé), as mesas de centro devem ser redondas e com espaço à sua volta para livre circulação e, ao adquirir objectos ou equipamentos, deve-se ter sempre em conta o aspecto ergonómico.

Consideremos, como exemplo, um quarto com cerca de 10 m². Aqui, podemos conjugar o espaço de forma harmoniosa, utilizando peças simples e expostas de maneira a que uma cadeira de rodas ou um carrinho de bebé circule com facilidade no quarto. Uma forma de organização acessível poderá ser a seguinte: a cama ao centro; as mesas-de-cabeceira preferencialmente fixadas à parede; uma bancada suspensa e fixa (com iluminação interior), numa das paredes laterais do quarto, permitindo com facilidade o encaixe

de uma cadeira de rodas; o armário deverá ter um sistema eléctrico que permita ao utilizador colocar e retirar com facilidade as roupas. Sugiro cores claras, que conferem maior amplitude e luminosidade ao ambiente. A utilização de papel de parede tornará o quarto mais quente e confortável.

Ao longo da vida, as necessidades do ser humano evoluem, sobretudo em função da faixa etária que se atravessa. Se a decoração já tiver previamente em conta estes e outros factores, assentando numa base neutra, tornar-se-á menos dispendiosa a prazo e, claro, mais duradoura.•

Por espaço acessível entendo o resultado de

uma decoraçãode interiores que, por

si, proporcione todas as condições de segurança,

acessibilidade e autonomia...

OPINIÃO | Decoradora de interioresMARINA HALLÉN DE [email protected]

Algumas ideias práticas, para maior conforto e segurança:

• Evitar móveis «escaláveis» nos quartos de criança:• Evitar armários altos;• Escolher mesas sem cantos rectos;• Escolher estofos e colchões firmes, que facilitem o erguer da pessoa; • Ter em conta a altura média das camas (0,46 m).

41PUB

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Edição N.º 1 VIDA-UP

4342 BOAS PRÁTICASBOAS PRÁTICAS

O Instituto Nacional para a Reabilitação lançou a 1.ª Edição do Prémio Concelho Mais Acessível, que visa premiar as intervenções e iniciativas municipais relevantes e inovadoras que tenham por objectivo a garantia da acessibilidade nos territórios municipais a todos os cidadãos, em especial àqueles com necessidades especiais e/ou mobilidade condicionada.

«Não é só uma acessibilidade habitacional e urbanística – o que queremos acrescentar é precisamente uma acessibilidade em todos os campos, mesmo comunicacional e informativa, explicou José Serôdio, presidente do Instituto, à margem da atribuição dos

prémios Praia + Acessível 2013 e da apresentação do Programa Praia Acessível – Praia para Todos!

Este prémio visa estimular e mobilizar as autarquias, no sentido de garantirem as acessibilidades ao território e às tecnologias de informação e comunicação, bem como ao turismo/lazer. Pretende ainda combater a discriminação com base na deficiência e promover a igualdade de oportunidades e de cidadania das pessoas com deficiência/incapacidade na sociedade portuguesa.

E, por fim, pretende-se diminuir o impacto das barreiras sociais, culturais, comportamentais e físicas à inclusão e participação das pessoas com deficiência/incapacidade.O Concelho Mais Acessível 2014 será divulgado no evento de comemoração do Dia Internacional da Pessoa com deficiência, a 3 de Dezembro.•

À luz do artigo n.º 30 da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o direito de todas estas pessoas a participar, em condições de igualdade com as demais, na vida cultural, leva a que os Estados-membros adoptem todas as medidas apropriadas para garantir que as mesmas tenham acesso a locais destinados a actividades ou serviços culturais, como teatros, museus, cinemas, bibliotecas e serviços de turismo, bem como, tanto quanto possível, monumentos e locais de importância cultural nacional.

Sendo missão da ANACED (Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência) defender o direito aqui enunciado e tendo esta instituição verificado a falta de informação sobre as condições de acessibilidade nos espaços culturais e artísticos nacionais, surgiu a ideia de criar um Directório informativo alusivo, de modo a facultar às pessoas com deficiência e a todas

as outras que, em virtude do seu percurso de vida, se apresentem temporariamente condicionadas (como as grávidas, as crianças e os idosos) um instrumento de busca que facilite a identificação e selecção dos espaços acessíveis à sua condição física, sensorial e intelectual.

Este Directório sobre Acessibilidade em Espaços Culturais e Artísticos, elaborado em parceria com a Fundação LIGA e com o co-financiamento do Instituto Nacional para a Reabilitação, no âmbito do Programa de Financiamento às ONG, constitui um primeiro passo de um processo dinâmico, no sentido de dar a conhecer as condições de acessibilidade de todos os espaços culturais e artísticos do nosso país, de apontar o caminho para a eliminação das barreiras que impedem a plena fruição do património cultural e de promover a partilha de experiências e conhecimentos entre os diferentes espaços e seus utilizadores.•

Prémio Concelho Mais Acessível

A Empresa Pública Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL) tem em curso uma intervenção que visa tornar mais visíveis e acessíveis os lugares reservados a pessoas com deficiência

e concluiu recentemente um trabalho de georreferenciação dos mesmos, que em breve será disponibilizado ao público.

Estes são os primeiros resultados de um grupo de trabalho interno, com colaboradores de diversos sectores da empresa, dedicado à área da «mobilidade inclusiva». A intenção, explica a administradora Vanda Nunes, é que a EMEL possa ter «um papel concretizador muito grande» no caminho para «tornar Lisboa uma cidade

muito mais acessível a todos». Segundo a responsável, está neste momento em curso um reforço da sinalização e uma pintura dos lugares de estacionamento para deficientes existentes na cidade, com o objectivo de os tornar mais visíveis. Depois de concluído esse trabalho, a EMEL dará início a uma obra de rebaixamento dos passeios junto a estes, para permitir aos ocupantes dos veículos uma fácil transição para o passeio.

Além disso, adianta a administradora da EMEL, foram realizadas reuniões com os responsáveis pela área da fiscalização, com o propósito de os «sensibilizar» para a «prioridade clara» que deve ser dada às situações em que os lugares destinados a cidadãos com mobilidade reduzida se encontrem indevidamente ocupados.•

Desde Janeiro de 2014, o município de Palmela integra-se na Rede de Cidades e Vilas de Excelência, do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade, que une, até agora, 21 municípios portugueses, com o intuito de promover a «mobilidade ciclável», com «dinâmicas económicas no centro histórico», tendo «mais e melhor turismo e desenvolvimento sustentável».Neste âmbito, será desenvolvido um plano de

acção local, centrado nos temas da Mobilidade, Regeneração e Vitalidade Urbanas. A vila de Pinhal Novo será o espaço urbano a ser estudado, em pormenor, e objecto de implementação das medidas que daí resultarem, num horizonte temporal de quatro anos.

Em resultado da adesão do município a projectos desta natureza, tendo também como objecto de trabalho a vila de Pinhal Novo, a autarquia foi distinguida, em 2007, com a Bandeira de Prata da Mobilidade, na sequência de «um trabalho desenvolvido no âmbito do Plano de Eliminação de Barreiras Arquitectónicas, e, em 2010, com a Bandeira de Ouro da Mobilidade, no âmbito do mesmo plano de acção, com a remoção de mais de 80% das barreiras arquitectónicas existentes na vila», lê-se em nota da Câmara Municipal de Palmela.•

Georreferenciação dos lugares para deficientes

Município de Palmela integra Rede de Cidades e Vilas de Excelência

A unidade de investigação da Siemens está a desenvolver um andarilho inteligente que irá melhorar a qualidade de vida de idosos e de pessoas com mobilidade reduzida ou com dificuldades visuais.

O C-Walker será capaz de analisar o ambiente que o rodeia, identificando obstáculos ou as pessoas ao seu redor e, até, lendo a sinalética disponível. O andarilho está equipado com sensores de imagem, com a mesma tecnologia utilizada no Kinect, que a Microsoft desenvolveu

para a consola de jogos Xbox. A invenção da Siemens, cofinanciada pela União Europeia, será ainda capaz de guiar o utilizador até ao seu destino, escolhendo o percurso mais adequado, tendo em conta as suas dificuldades de locomoção.

Esta tecnologia também poderá ser aplicada na indústria, facilitando a integração dos trabalhadores e das máquinas em linhas de produção automatizadas. A intenção da Siemens é aumentar a segurança e a eficácia em ambiente industrial.•

Andarilho inteligente guia utilizadores até ao destino

Directório sobre Acessibilidade em Espaços Culturais e Artísticos

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44 FACTOS LEGAIS

O Direito à Propriedade – neste caso, o do senhorio sobre a casa arrendada – encontra-se consignado no artigo

62.º da Constituição da República Portuguesa (CRP). Como outros direitos constitucionais, o Direito à Propriedade conhece limites – desde logo, os que são impostos por outros direitos igualmente consignados na Constituição.

É o caso do Direito à Igualdade e dos Direitos Pessoais referentes aos portadores de deficiência – artigos 13.º, 26.º e 71.º da CRP. O Decreto-Lei n.º 163/2006 introduziu diversos mecanismos que impedem o licenciamento de edificações que não cumpram os requisitos de acessibilidade, alargando o âmbito de aplicação de normas técnicas de acessibilidade a edifícios habitacionais e garantindo a mobilidade nos espaços privados. Este decreto aplica-se aos edifícios que venham a ser construídos

após a sua entrada em vigor e a partes comuns e de acesso ao interior de habitações. E se um inquilino com mobilidade reduzida residir em imóvel sem condições de acessibilidade de construção anterior à entrada em vigor do D-L nº 163/2006, pode exigir ao senhorio a realização de obras de adaptação? E poderá realizar essas obras sem a autorização do senhorio, caso este não as realize ou se oponha à sua realização?

Um arrendamento para habitação tem subjacente a utilização como habitação do arrendado. É obrigação do senhorio assegurar ao inquilino o gozo do arrendado para o fim a que se destina: a habitação (art.º 1031.º do Código Civil). Se assim não acontecer, o senhorio entra em incumprimento. A Lei n.º 46/2006, de 28 de Agosto, que proíbe e pune a discriminação em razão da deficiência e da existência de risco agravado de saúde, classifica como prática discriminatória a «(…) recusa ou limitação de acesso ao meio edificado» e o «(…) impedimento da fruição de bens». Esta Lei vincula todas as pessoas singulares e colectivas, públicas ou privadas, e define como discriminação indirecta «a que ocorre sempre que uma disposição, critério ou prática aparentemente neutra seja susceptível de colocar pessoas com deficiência

numa posição de desvantagem comparativamente com outras pessoas» (art.º 3.º, alínea b). Nesse sentido, «não aprovar» a realização de obras de adaptação que permitam a normal vivência na habitação é uma decisão que não é «neutra», porque prejudica o inquilino com mobilidade condicionada, colocando-o em desvantagem e constituindo uma prática discriminatória.

A promoção da mobilidade, acessibilidade e habitabilidade não deve, porém, ser feita à custa de outros direitos, igualmente relevantes e igualmente protegidos. A melhor solução será a que estabelece um equilíbrio razoável entre as legítimas pretensões de todos os intervenientes. Estando em causa um direito constitucional, dificilmente haverá fundamento para oposição ou recusa, se forem eliminados factores de conflito com outros direitos em causa. Obras de adaptação, realizadas de acordo com normativos técnicos adequados, salvaguardam o Direito de Propriedade do senhorio, não havendo qualquer razão para esse direito impedir a concretização do direito constitucional à Habitação, que assiste ao inquilino.

Finalmente, não se pode obrigar o senhorio a realizar um investimento que não lhe compete directamente, uma vez que não tem origem na sua esfera de responsabilidade. Também aqui, não há um obstáculo, desde que o inquilino assuma como seu o encargo com a realização das obras.

Consultar organizações da área da mobilidade reduzida ou um advogado poderá facilitar o processo.•

OPINIÃO | AdvogadaMARIA DO ROSÁRIO FERIN CUNHA [email protected]

É obrigação do senhorio assegurar ao inquilino o gozo do arrendado para

o fim a que se destina.

INQUILINO COM MOBILIDADE REDUZIDAPODE REALIZAR OBRAS DE ADAPTAÇÃO EM CASA ARRENDADA, SEM AUTORIZAÇÃO DO SENHORIO?

ESTE ESPAÇO É SEU! ESCREVA-NOS.

Escreva ao editorda Revista VIDA-UP e diga o que pensa. Gostaríamos

de conhecer as suas motivações, preocupações e sugestões.

Ou conte-nos histórias da sua vida, divertidas ou que dêem ânimo e ajudem a abrir perspectivas.

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Espaço Leitor* Reservamo-nos o direito de editar os textos seleccionados para publicação.

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Edição N.º 1 VIDA-UP

47TERAPIA46 TERAPIA

funcionalidade motora e cognitva na nossa sociedade.

Pelas mais diversas razões, uma percentagem significativa das pessoas já integrou ou integra um programa de reabilitação. Para a eficácia e optimização dos resultados do programa de reabilitação, os diferentes profissionais (médicos fisiatras, fisioterapeutas, terapeutas

da fala, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, dietistas, auxiliares de acção médica, médicos de Medicina Interna e neurologistas, entre outros), o individuo e a família/cuidador constituem uma equipa coesa, rumo aos objectivos gerais e específicos e às estratégias definidas. Deste modo, a pessoa com necessidade de programa de reabilitação, assim como a família/cuidador, deve ter um papel activo na equipa, devendo os diferentes profissionais promover essa participação.

A integração num programa de reabilitação passa sempre pela avaliação clínico-funcional, pela definição em equipa de um plano de objectivos e estratégias de intervenção e pela avaliação e reavaliação de resultados, devendo valorizar-se sempre as capacidades da pessoa, de forma a compensar ou minimizar as limitações/incapacidades. Os objectivos do programa de

reabilitação devem ser seguramente delineados e definidos pela pessoa e pela família/cuidador, sendo papel dos técnicos definir estratégias para atingir esses objectivos.

Ao longo de todo o percurso da reabilitação, é fundamental nunca esquecer o contexto/ambiente em que a pessoa se insere, pois só desta forma a delineação de intervenção e os resultados obtidos podem proporcionar uma reintegração na sociedade de forma positiva.

No final do período de reabilitação, o «regresso», o «voltar novamente» ao dia-a-dia, é a fase de (re)organização da pessoa e da família/cuidador, com a reintegração nas rotinas diárias, no contexto e no ambiente, bem como nos diferentes papéis assumidos na sociedade. A confrontação com as dificuldades e a adaptação do desempenho ocupacional às actividades do dia-a-dia acontecem ao nível de acessibilidades, barreiras arquitectónicas, adaptações no local de trabalho e redefinição de rotinas. É crucial a definição e implementação de estratégias facilitadoras, (re)assumir papéis ou (re)definir novos papéis, tanto para a pessoa como para o cuidador.

Estes obstáculos surgem no dia-a-dia, na nossa sociedade, mesmo em pessoas sem mobilidade reduzida, mas assumem maior

dimensão nas pessoas com mobilidade reduzida ou alterações de funcionalidade motora e cognitiva.

Tarefas simples, como sair de casa, podem tornar-se o primeiro obstáculo para que a pessoa possa voltar a desempenhar ocupações significativas. Usufruir de serviços públicos é, por vezes, tarefa quase ou mesmo impossível, sendo a resolução destes problemas muitas vezes de solução fácil e sem custos elevados.

Uma ocupação que é quase sempre difícil retomar ou iniciar é a actividade física (ou a prática desportiva), que promove e contribui para uma melhor reintegração. A maioria dos clubes e espaços destinados a estas actividades tem dificuldade em dar uma resposta adequada a uma população com mobilidade reduzida ou alterações de funcionalidade motora e cognitiva. Essa dificuldade existe por inúmeras razões, podendo apontar, como exemplos, a existência de um número reduzido de técnicos com conhecimento específico e prática profissional nesta vertente, falta de acessibilidade e equipamentos adequados para esta população ou os reduzidos apoios para o desenvolvimento do desporto adaptado, entre outros aspectos. A interdisciplinaridade no desporto adaptado deve ser fomentada, optimizando o trabalho desenvolvido pelos diferentes técnicos de forma a melhorar a funcionalidade e participação activa da pessoa.

A reintegração das pessoas com mobilidade reduzida ou alterações de funcionalidade motora e cognitiva deve ir além da mera inclusão na sociedade, deve implicar a liberdade de escolha de participar na sociedade de uma forma única, em que cada um possa afirmar integralmente a sua individualidade e especificidade enquanto pessoa.•

Asociedade estabeleceu padrões de normalidade em que, muitas vezes, nem ela própria se enquadra.

Todas as pessoas que integram a sociedade apresentam, pela sua individualidade e especificidade, diferentes capacidades e formas de desempenho ocupacional que, directa ou indirectamente, influenciam o seu grau de funcionalidade.Nas sociedades modernas, verifica-se um crescimento do envelhecimento populacional, bem como o aumento de pessoas em situações clínicas menos favoráveis, sendo estas obrigatoriamente condicionadoras da mobilidade e da funcionalidade motora e cognitiva. No entanto, quando abordada esta temática, cada um de nós pensa nunca estar incluído nesta amostra – ainda que, muito provavelmente, ingressemos em algum momento da nossa vida nesta estatística, seja de forma temporária ou permanente.

No quotidiano de cada um, encontramos as mais diversas ocupações, desde os autocuidados a actividades produtivas (profissão), que são normalmente realizadas com

um bom desempenho ocupacional e um resultado satisfatório. Quando as limitações surgem, altera-se o desempenho ocupacional e o resultado de concretização alcançado poderá não ser satisfatório, alterando, por sua vez, as capacidades de actividade e participação que nos caracterizam como cidadãos activos e contributivos. A maioria das limitações enquadra-se nas actividades da vida diária (banho, vestir, alimentação, higiene pessoal, utilização da sanita e transferências) e também nas actividades profissionais, desportivas e de lazer/sociais.

Em resposta a estas pessoas, a abordagem interdisciplinar é fundamental, pela sinergia de conhecimento e prática profissional das diferentes áreas, que podem contribuir para uma adequada (re)integração das pessoas com mobilidade reduzida, bem como para alterações da

ABORDAGEM INTERDISCIPLINARFUNDAMENTAL PARA UMA ADEQUADA

(RE)INTEGRAÇÃO NA SOCIEDADE

A reintegração das pessoas com

mobilidade reduzida ou alterações de funcionalidade

motora e cognitiva deve ir mais além

da mera inclusão na sociedade...

CLARISSE DE OLIVEIRA MENDESTerapeuta ocupacional e coordenadora, Centro de Medicina e Reabilitação do Sul

Edição N.º1 VIDA-UP

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Edição N.º 1 VIDA-UP

49PROTÉSICAPROTÉSICA

movimentos de torção e tracção, bem como dos picos de pressão.

• A pele do coto, dentro de um encaixe protésico, está sempre exposta à pressão e ao atrito, estando ainda, nessas circunstâncias, diminuídas a capacidade de regulação térmica e a função sensorial. Forças mecânicas, a temperatura e a humidade causam alterações na composição celular da pele e o estímulo repetitivo que esta recebe dentro do encaixe tem um efeito negativo nas suas propriedades de protecção. Manter sob controlo cada um destes factores potencialmente nocivos para a pele é vital para a manutenção desta.

DIFERENTES MISTURAS DE SILICONE

Existem diferentes misturas de silicone, com diferente composição e grau de dureza, ajustadas a também diferentes níveis de actividade. A gama pode variar dos silicones mais macios, para um nível de conforto máximo, até aos silicones mais duros, destinados a amputados com um nível de actividade mais elevado e que, por essa razão, necessitam de uma maior estabilização dos tecidos, pelo que a gama de interfaces em silicone Iceross é aplicável a todos os níveis de actividade.

BENEFÍCIOS FUNCIONAIS

A gama de interfaces Iceross da Össur utiliza de uma forma consistente todos os benefícios do silicone, sendo indicada para todos os níveis de actividade/mobilidade. Cada tipo específico de interface apresenta características ou funções específicas, que aumentam o conforto do amputado.

• O material patenteado, utilizado na matriz estabilizadora que está integrada na zona distal do interface, previne o movimento de êmbolo, permitindo, no entanto, o alongamento radial. A cobertura específica por cada medida de interface está de acordo com

a medida do coto e impede o excesso de compressão sobre os tecidos moles.

• As membranas patenteadas do sistema Seal-In asseguram protecção adicional contra a rotação, o que torna dispensável o uso de uma manga em silicone. Está comprovado cientificamente que o interface com o sistema Seal-In assegura que ocorre um movimento de êmbolo mínimo durante a fase oscilante. Entre outros benefícios, contam-se a melhoria na propriocepção e a facilidade na colocação e remoção do interface.

• A cobertura ondulada, presente em alguns modelos de interface Iceross, possibilita uma maior liberdade de movimento, nomeadamente flexão e extensão do joelho, aumentando a liberdade de mobilidade permitida ao amputado.

Em cada interface Iceross é comprovado o valor e o know how da Össur no campo dos interfaces em silicone, tudo para o benefício dos amputados e melhoria da sua qualidade de vida – por vidas sem limitações.•

A Össur, líder global de equipamento ortopédico não invasivo, tem, desde a sua fundação, em 1971, seguido o lema de ajudar as pessoas a viverem a «vida sem limitações» – o que tem sido encarado como uma paixão. Sediada na Islândia e presente em 18 países no mundo, emprega mais de 2200 pessoas, entre as quais mentes brilhantes que contribuem para o desenvolvimento das mais avançadas tecnologias para ajudar a mudar vidas. A Össur acumulou amplo conhecimento no desenvolvimento, produção e comercialização de produtos ortopédicos não invasivos. O resultado final são próteses externas para membros e ortóteses eficientes que ajudam, efectivamente, a mudar a mobilidade das pessoas.

PIONEIROS TECNOLÓGICOS

O nome da empresa advém de Össur Kristinsson, um ortoprotésico islandês que, no início dos anos 70, se dedicou ao desenvolvimento de interfaces de contacto com o coto e o encaixe. Veio a descobrir as propriedades do silicone, desenvolvendo o interface Iceross®, tecnologia pioneira, que proporciona um método de suspensão da prótese infinitamente mais confortável – ajudando milhares de amputados em todo o mundo. Reconhecida pelo Fórum Económico Mundial como «Pioneiro da Tecnologia», a empresa investe significativamente em pesquisa e desenvolvimento de produto, tendo uma inovadora

unidade de R&D, que a mantém na vanguarda do mercado.

A GAMA DE PRODUTOS ICEROSS

O contacto entre o membro residual e a prótese (por via do encaixe) tem uma importância crucial no conforto e controlo da prótese. Quando o contacto ou ligação entre o coto e o encaixe é insatisfatória, o amputado não consegue retirar todos os benefícios funcionais das restantes componentes da prótese.

A gama de produtos Iceross é aplicável a diferentes formas de coto, indicações clínicas e níveis de

amputação, bem como ajustável a todos os níveis de actividade. A gama está permanentemente a ser testada e em melhoramento contínuo. Esta vasta experiência resulta numa linha de produtos de elevada qualidade e características funcionais óptimas, proporcionando aumento do conforto e da saúde do coto, favorecendo uma melhor adaptação à prótese.

Os interfaces Iceross destacam-se pelo conforto e elevado controlo da prótese, bem como pela protecção do membro residual, distribuição de carga, estabilização dos tecidos moles e cuidado da pele.

• Os interfaces em silicone proporcionam um melhor contacto entre o coto e o encaixe, graças ao elevado nível de elasticidade e excelente contacto com a pele. Podem ser escolhidos diferentes meios de suspensão, como pino distal, vácuo combinado com uma manga de suspensão ou apenas vácuo.

• Os interfaces Iceross proporcionam uma pressão mais ligeira e uniforme a longo do coto. Isto promove a circulação, a diminuição do edema e condições mais saudáveis para a pele. Ao mesmo tempo, a rótula e a tíbia, áreas mais proeminentes e sensíveis, estão protegidas pelo elevado nível de elasticidade do material. As forças de cisalhamento são distribuídas de uma forma uniforme por todo o material de silicone e o membro residual fica protegido dos

ICEROSS DA ÖSSUR40 ANOS DE EXPERIÊNCIA EM INTERFACES

DE SILICONE PARA A REABILITAÇÃO DE AMPUTADOS

INTERFACE EM SILICONE

WWW.OSSUR.ES

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Edição N.º 1 VIDA-UP

5150 MEDICINA ALTERNATIVA MEDICINA ALTERNATIVA

é uma terapia extremamente benéfica e bem tolerada por estes pacientes. Desenvolvida em 1870, pelo cirurgião americano Andrew Taylor Still, a ciência osteopática visa repor o equilíbrio e harmonia no corpo, conduzindo à saúde e ao bem-estar.

Segundo Taylor Still, o bem-estar do sistema músculo-esquelético leva ao bom funcionamento do sistema orgânico, ou seja, ao equilíbrio de todo o corpo (músculos, ossos, órgãos), uma vez que é da nossa coluna vertebral que partem todos os nervos que vão inervar as funções do referido sistema. Esta relação levou-o a desenvolver uma das principais leis da osteopatia: é a estrutura que governa a função.

O tratamento osteopático é um tratamento manual. O osteopata utiliza as mãos, criando, desta forma, um sentimento de proximidade, segurança e bem-estar no paciente.

As técnicas são variadas e dependem do caso clínico e do paciente. A abordagem terapêutica varia de organismo para organismo – pode ir da técnica de tecidos moles (em que se liberta a tensão muscular) à libertação da fáscia (levando a uma melhor mobilidade articular e também a uma analgesia).

Outras das técnicas utilizadas são as miotensivas, nas quais o paciente é sempre levado a executar movimentos dentro

de uma zona de conforto, melhorando a sua mobilidade. Por fim, as técnicas manipulativas (ou manipulação de alta velocidade) são também muito eficazes, tendo, porém, algumas contra-indicações, nomeadamente em situações de osteoporose acentuada com elevado risco de fractura e em processos oncológicos.

Além destas técnicas terapêuticas, o osteopata também reeduca os seus pacientes para hábitos alimentares saudáveis e atitudes a tomar diariamente, de forma a prevenir determinadas patologias e potenciar uma vida mais saudável.

Por tudo isto, recomendo a osteopatia na geriatria e em todos os quadros de mobilidade reduzida.•

A mobilidade reduzida e a geriatria são temas pelos quais me tenho interessado bastante nestes meus 13 anos de prática clínica. Considero-os prementes, até porque temos uma população cada vez mais envelhecida e limitada na sua mobilidade diária. Com o progredir da idade, as pessoas merecem ter uma qualidade de vida que lhes permita realizar tarefas diárias básicas, como calçar uns sapatos ou, no caso das senhoras, vestir um sutiã. Estes simples gestos tornam-se, por vezes, verdadeiros pesadelos, que retiram autonomia às pessoas.

A patologia que mais comummente afecta a população idosa é a osteoartrose. Esta caracteriza-se por um processo degenerativo,

que conduz ao desgaste das cartilagens articulares, provocando rigidez e grande limitação da mobilidade articular. Quando as pessoas se levantam, após estarem sentadas ou deitadas durante algum tempo, este quadro pode provocar edemas e o chamado efeito freezing (sensação de congelamento).

Porém, outras patologias afectam esta faixa etária, causando grande limitação e incapacidade funcional: espondilartroses, artrites, tendinopatias, tendinites, hérnias discais e mialgias, além de doenças cardiovasculares e imunológicas.

A osteopatia, apresentando resultados rápidos e eficazes,

OSTEOPATIACIÊNCIA TERAPÊUTICA GLOBAL

A osteopatia visa repor o equilíbrio

e harmonia no corpo, conduzindo

à saúde e ao bem-estar.

BRUNO QUINTELA Osteopata

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Edição N.º 1 VIDA-UP

53DESIGN INCLUSIVO52 DESIGN INCLUSIVO

BEM-SUCEDIDOS EXEMPLOS DE DESIGN UNIVERSAL

Entre os muitos fabricantes de computadores, a Apple destaca-se com as maiores taxas de fidelização de clientes. Uma das razões para este sucesso será o facto de a Apple abraçar os princípios do design universal. Desde a introdução do Macintosh e do Mac OS que os utilizadores não precisam de aprender a linguagem dos computadores, pois estes fornecem ou sugerem, de modo intuitivo e imediato, a maioria das funcionalidades desejadas. Por exemplo, um iMac é facilmente utilizado por jovens ou idosos, por pessoas muito ou pouco escolarizadas, por profissionais ou não − e o mais interessante é que a Apple Computer nunca publicitou que estava a produzir os mais universais hardware e software do mundo. Muitas empresas copiaram as cores e as formas dos computadores da Apple, mas apenas nos seus aspectos superficiais, porque o seu verdadeiro valor está no padrão universal dos produtos, que os utilizadores apreciam mesmo sem a consciência de que se trata de design universal. Assim, o Apple iMac e o Mac OS vão ao encontro de três princípios fundamentais do design

universal: uso equitativo, uso simples e intuitivo e tolerância ao erro.

A OXO, fabricante de utensílios de cozinha, que desenvolveu a linha Good Grips (com cabos largos e confortáveis), é outro exemplo. Inicialmente direccionada para idosos, pessoas com artrite ou com outros problemas de preensão da mão, passou a beneficiar muitas pessoas com e sem necessidades especiais. O sucesso veio desde o lançamento: o seu design universal suplantou o preço alto dos produtos,

além de impulsionar a criação de muitos outros utensílios com a mesma filosofia. A par da estética, a linha Good Grips é de fácil utilização e amigável para todo o tipo de mãos (pequena, grande, com ou sem artrite…), indo ao encontro de dois princípios específicos do design universal – uso equitativo e baixo esforço físico.

Outros exemplos de produtos com design inclusivo: o ferro de engomar sem fio da Panasonic (série NI-WL600), o aparelho corta-relva, ergonómico e sem fios da Boss (ASB 10,8 LI Set), o aspirador gerido só com uma mão da Miele (Dynamic U1) ou a banheira e chuveiro (dois em um) da linha Twinline 2 da marca Artweger.

A concepção de produtos com design inclusivo não só melhora a qualidade de vida de todos os consumidores como posiciona as empresas que seguem esta filosofia numa situação de vantagem competitiva. Os consumidores, ao tornarem-se mais exigentes nas escolhas que fazem, estão também a contribuir para que os produtores invistam mais em design inclusivo, criando produtos mais seguros e eficazes para todos.•

Os produtos com design universal servem todas as pessoas, sejam ou não portadoras de deficiência, e são cada vez mais bem-sucedidos. O custo inicial de produção poderá ser maior, mas, a médio-longo prazo, traduz-se numa redução substancial de custos e riscos, face ao aumento de produtividade, segurança e bem-estar que são proporcionados a todos.

É frequente sentirmos dificuldade em nos adaptarmos a alguns produtos e ambientes. Segundo a Design for All Foundation, um quinto da população mundial

tem dificuldade em realizar tarefas quotidianas, não por ter alguma deficiência física, psíquica ou sensorial mas porque sofre, frequentemente, de problemas de interacção com o meio ambiente.

A verdade é que a maioria dos produtos e ambientes com que diariamente interagimos está desenhada para um público tipificado – com saúde, jovem, destro e de estatura média –, e não para a maioria da população. Os parâmetros subjacentes aos projectos de produtos têm sido regidos não só pela engenharia de fabrico, como também pelas questões económicas, que seguem os desejos dos consumidores, guiados pelo marketing. Só em segundo plano vem a adaptação dos produtos aos utilizadores, tendo em conta a sua diversidade.

Nos últimos anos, o movimento dos direitos do consumidor e as novas disciplinas do design industrial e da arquitectura (como a ergonomia ou as oficinas de design inclusivo) têm realizado a importante tarefa

de formação e informação sobre a problemática, actuando também como reforço das numerosas organizações e representações dos direitos das pessoas com deficiência.

O design universal ou inclusivo é, por vezes, confundido com o design acessível, ou seja, com a concepção de soluções específicas para pessoas com deficiência. O design universal refere-se, sim, à concepção de espaços, produtos e serviços utilizáveis com eficácia, segurança e conforto pelo maior número de pessoas possível, independentemente das suas capacidades – sem necessidade de adaptação. No design universal, o envolvimento de pessoas com deficiência é encarado como uma forma de garantir a adequação a todos aqueles que, eventualmente, terão maiores dificuldades de utilização, assegurando, desta forma, a usabilidade a uma faixa de população mais alargada.

O design universal é potencialmente expresso em sete princípios fundamentais, ainda que possam não ocorrer todos simultaneamente: 1) uso equitativo; 2) flexibilidade de utilização; 3) uso simples e intuitivo; 4) informação perceptível; 5) tolerância ao erro; 6) baixo esforço físico; 7) tamanho e espaço para aproximação e utilização. Por

exemplo, as portas automáticas que se abrem quando alguém se aproxima são um exemplo de design universal, pois são úteis tanto a quem utiliza uma cadeira de rodas (ou não) como a um deficiente visual. Um contra-exemplo serão as entradas que conjugam uma escada e uma passadeira, lado a lado, recorrendo a produtos diferentes para utilizadores com capacidades distintas. O design universal ou inclusivo dirige-se a todos os cidadãos e não apenas aos que apresentam maiores dificuldades de interacção com o meio, embora estes possam sentir, a priori, maiores vantagens.

O crescente interesse pelo design inclusivo – tanto por parte dos consumidores como dos fabricantes e projectistas – deve-se a diversos tipos de factores: sociopolíticos (em 2019, estima-se que haverá mil milhões de habitantes com 60 anos ou mais, ou seja, 13,5% da população mundial); de consciência social (constatação de que o ambiente e o design de produtos e serviços têm de servir o ser humano); e tecnológicos, tendo especial atenção em incluir diferentes capacidades humanas no momento em que se cria um novo produto ou serviço informático, indo ao encontro do conceito de e-acessibilidade.

DESIGN UNIVERSALBENEFÍCIOS PARA TODOS

Por Alice Lopes da Costa

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Edição N.º 1 VIDA-UP

55GADGETSGADGETS

QUANTOS DE NÓS GOSTARÍAMOS DE OFERECER UM MAIOR APOIO AOS NOSSOS PAIS, MAS NÃO O CONSEGUIMOS?

O ritmo do nosso dia-a-dia retira-nos o tempo necessário para o fazer. Quando vivem autonomamente, acabamos por não lhes dar a devida atenção e, depois, quando precisam do nosso apoio constante, isso passa a ter um forte impacto nas nossas vidas.

A melhor forma de resolver este problema passa pela utilização de tecnologia que permite o apoio remoto – de forma preventiva, quando as pessoas ainda são autónomas, ou de forma activa, quando já necessitam de algum apoio.

O estudo científico mais relevante acerca do apoio a população mais idosa foi realizado pelo

Ministério da Saúde do Reino Unido, versando a utilização de tecnologia telecare e tele-health. O estudo incidiu sobre 6000 pessoas com mais de 65 anos, durante três anos, tendo-se concluído que a utilização deste tipo de serviços permitiu as seguintes reduções, comparativamente à população sem esta forma de apoio:

• menos 15% de idas às urgência

• menos 20% de admissões nas urgências

• menos 14% de admissões hospitalares e de dias de internamento

E o resultado mais relevante:

• menos 45% da taxa de mortalidade

Estes números revelam que este tipo de tecnologia não é só importante para as pessoas que já têm um grau de dependência grande – é também particularmente útil para aquelas que são totalmente autónomas, pois, além de lhes simplificar as actividades quotidianas, como, por exemplo, a toma de medicação, permite ainda apoiar na prevenção, como no controlo de indicadores de saúde e no apoio em caso de emergência.

E, também aqui, as estatísticas comprovam que este apoio é sempre necessário.

SABIA QUE 30% DAS PESSOAS COM MAIS DE 65 ANOS TEM UMA QUEDA GRAVE POR ANO? E QUE ESTE TIPO DE ACIDENTE, SE NÃO FOR TRATADO DEVIDAMENTE E A TEMPO, PODE SER O INÍCIO DE UMA VIDA DEPENDENTE?

DAR APOIO AOS MAIS IDOSOS AGORA É POSSÍVEL

O serviço mais avançado nesta área é o serviço True-Kare, que permite a um cuidador, através de um portal na Internet, dar suporte a um idoso, recebendo este todo o apoio através de um telemóvel especialmente concebido para este efeito.

Este serviço, que, no final do ano passado, recebeu um prémio das Nações Unidas, vem permitir que, de forma simples, os familiares possam prestar o apoio que anteriormente só grandes instituições, de forma complexa, prestavam.

O serviço possibilita apoios múltiplos: na emergência, na gestão e toma de medicamentos, no controlo de indicadores de saúde, na localização, nas tarefas quotidianas e, até, na simplificação da utilização do próprio telemóvel.

Para quem dá apoio, basta uma simples configuração inicial no portal do serviço na Internet. Depois, apenas necessita de voltar a este portal se algo anormal acontecer à pessoa que está a ser cuidada, para lhe facilitar a feitura das caixas dos medicamentos ou quando existem algumas alterações relevantes que necessitem de ser efectuadas.

Ou seja, o apoio pode ser prestado a partir do conforto de sua casa ou mesmo do seu local de trabalho.

Quem é apoiado vai recebendo todas as instruções num telemóvel, que tem uma utilização muito simplificada, adaptada a este tipo de população. Fisicamente, tem todas as funcionalidades de um telemóvel para séniores: letras e teclas grandes, som alto e compatível com próteses auditivas, tecla de SOS, lanterna,

rádio, etc. Contudo, trata-se de um telemóvel único no mercado, pois apenas este cumpre as normas e mecanismos de segurança deste tipo de indústria. Adicionalmente, é também o único telemóvel para séniores que assegura a segurança do procedimento profissional para emergência e que faz leituras automáticas de indicadores de saúde.

Com este novo serviço, é agora possível ter uma relação mais próxima com os seus pais, assegurando-lhes todo o apoio de que necessitam, sem que tal tenha grande impacto na sua vida, assegurando, ao mesmo tempo, que eles tenham uma vida mais longa e saudável.

Este serviço é distribuído em Portugal pela MEO e por uma empresa especializada no apoio a idosos, a Hopecare.•

SEM ESFORÇO...?

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Edição N.º 1 VIDA-UP

5756 TURISMOTURISMO

Gosto de olhar para o acto de viajar como um exercício de matemática. Ao viajar, somamos experiências e memórias que

enriquecem a nossa história de vida e que, por vezes, deixam marcas inesquecíveis. O contacto com outras culturas, outras pessoas e outros costumes multiplica o nosso conhecimento e a tolerância face às diferenças interpessoais, culturais e religiosas. Viajar constitui ainda uma forma de subtrair a pressão de uma sociedade que, nos dias de hoje, nos imprime elevados níveis de stress e tensão, que, com o tempo, podem condicionar o nosso bem-estar e o da nossa família. E, como seres sociais que somos, uma boa experiência só faz sentido quando a dividimos com aqueles que nos rodeiam, família e amigos, e que dão significado e alimentam a nossa inquietude e insaciável sede de viver muito mais.

Começamos a viver uma viagem muito antes de viajar. A escolha de um destino pode advir dos nossos gostos e preferências, de sugestões que despertam o nosso interesse ou simplesmente da curiosidade natural. Em qualquer dos processos, expectativas e ansiedades são geradas num crescendo que acompanha a procura de informação. Vezes há que, de tanta informação recolhida acerca

de um local ou atracção, quando lá chegamos, ficamos com uma estranha sensação de familiaridade, como se já o tivéssemos visitado antes.

Esta fase de planeamento de uma viagem assume um papel vital na garantia – ou, pelo menos, tentativa – de que a viagem decorre num ambiente confortável e em segurança. Outros há que são adeptos das viagens com um mínimo de preparação, dando margem para o imprevisto e o improviso, mas mesmo estes viajantes têm a sua fase de planeamento prévio, que lhes irá conferir a capacidade de lidar com o factor surpresa.

Para pessoas que, de alguma forma, vêem a sua mobilidade reduzida, planear uma viagem pode não ser uma tarefa tão simples como parece, e por vezes pode mesmo constituir um obstáculo e um factor de desmotivação, que levam a que muitas pessoas não viajem ou viajem menos do que gostariam. Encontrar alojamento que reúna as condições necessárias, transporte que permita as deslocações e autonomia, informação acerca das atracções e locais acessíveis, guias turísticos aptos a responder às necessidades específicas de cada um ou mesmo os procedimentos nos aeroportos são questões nem sempre possíveis de realizar no conforto de nossa casa, nessa imensa janela de informação

MUNDO ACESSÍVELViajar e explorar os mais recônditos locais do Planeta é uma possibilidade acessível a qualquer um. Hoje, tudo se torna possível com a evolução do turismo acessível. A Accessible Portugal é uma agência de turismo dedicada a criar as melhores experiências inclusivas.

Viajar e aceder aos simples prazeres

da vida é hoje uma realidade para

todas as pessoas com mobilidade

reduzida.

que a Internet nos disponibiliza. Recorrer a uma agência de viagens será uma das formas de preparação de uma viagem aconselhadas a pessoas com mobilidade reduzida e existem no mercado agências de viagens especializadas em turismo acessível, também chamado turismo para todos.

Nos dias de hoje, é possível organizar viagens para pessoas com mobilidade reduzida em qualquer ponto do mundo. Existe uma rede de agências especializadas em turismo acessível, capazes de promover umas férias de acordo com as necessidades específicas de cada um.

Em Portugal, a Accessible Portugal é a agência de viagens especializada em organizar viagens para pessoas com mobilidade reduzida. Os seus serviços, direccionados para pessoas sozinhas ou em grupo, permitem organizar todos os serviços necessários a uma experiência de lazer e bem-estar. Alojamento, transporte, ajudas técnicas, passagens aéreas,

passeios e actividades de animação são alguns dos serviços que, totalmente adaptados, estão ao dispor daqueles que querem viver experiências inesquecíveis.

Além dos destinos nacionais, a Accessible Portugal oferece destinos muito variados, desde as grandes cidades europeias (Paris, Barcelona, Veneza e Londres, entre outras) aos destinos mais exóticos (Brasil, Egipto, Turquia, África do Sul e Estados Unidos, entre outros).

Viajar e aceder aos simples prazeres da vida é hoje uma realidade para todas as pessoas com mobilidade reduzida. Em termos gerais, a mobilidade e a acessibilidade dos destinos turísticos mundiais merece, nos dias de hoje, especial atenção por parte das entidades oficiais e agentes directamente ligados ao turismo. A crescente sensibilização para a necessidade de adoptar um desenho universal na concepção das nossas cidades e serviços vem registando, nos últimos anos, avanços significativos na mobilidade e acessibilidade dos espaços públicos e serviços, o que permite uma maior autonomia e liberdade a todos aqueles que, por razões diversas, se vêem limitados no acesso a um direito essencial na condição humana, a igualdade.

Nas próximas edições, falaremos sobre destinos, dicas para viajar, boas práticas, actividades e outros temas úteis para todos aqueles que gostam de viajar.•

consulte: www.accessibleportugal.com

contacte: [email protected]

JOÃO MANHITA PEREIRADirector da Accessible Portugal

Page 29: 1ª Ed Vida-Up

Edição N.º 1 VIDA-UP

59

distribuem geograficamente de Norte a Sul do país.

JOVENS TALENTOS

Na ANDDEMOT, milita um conjunto de jovens talentos, nas modalidades da natação, atletismo e basquetebol em cadeira de rodas. São jovens atletas muito promissores, todos eles já com provas dadas do seu talento e com grande margem de progressão nas suas carreiras.

PATROCÍNIOS

Porque os atletas nos merecem todo o esforço, trabalhamos para conseguir apoios que lhes permitam alimentar o sonho de uma carreira ao mais alto nível em representação de Portugal. Se assim não for, se não conseguirmos patrocínios para apoiar estes jovens talentosos, encontrar-nos-emos perante uma geração de grandes talentos que não conseguem concretizar as suas aspirações e o sonho de mostar todo o seu potencial de grandes atletas.

PROVAS A NECESSITAR DE PATROCÍNIOS

Assim, a ANDDEMOT procura patrocinadores que contribuam para assegurar a participação em provas de âmbito internacional, nas seguintes modalidades:

• Natação: várias provas internacionais, a decorrer em 2014/2015, tendo em vista o acesso aos Paralímpicos Rio 2016.

• Atletismo: diversas provas para obtenção de mínimos de acesso ao Campeonato da Europa 2014 e Paralímpicos Rio 2016.

• Basquetebol em cadeira de rodas: nesta modalidade, o objectivo é conseguir apoios para a realização de estágios e participação em competições, tendo em vista a preparação da Selecção Nacional, com o fim de participar/organizar o Europeu Divisão C, em 2015.

AQUI FICA O NOSSO DESAFIO AOS PATROCINADORES:

Responsabilidade Social partilhada Apoie os Atletas com deficiência motora.•

58 DESPORTO

A Associação Nacional de Desporto para Pessoas

com Deficiência Motora (ANDDEMOT) promove,

desenvolve e apoia a prática desportiva na área

da deficiência motora, privilegiando tanto a

generalização, na vertente recreação/competição, como

forma de bem-estar, saúde, lazer e sociabilização, como a via qualitativa, para acesso à

alta competição.

A ANDDEMOT – Associação Nacional de Desporto para Pessoas com Deficiência Motora foi fundada a 13 de Fevereiro de 1995, tem personalidade jurídica e é uma organização autónoma de âmbito nacional.

A ANDDEMOT representa os interesses, a prática, a gestão e o desenvolvimento do desporto na área da deficiência motora junto de:

• FPDD – Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência

• CPP – Comité Paralímpico de Portugal

• IWAS – International Wheelchair and Amputee Sports

• IWBF EUROPE – International Wheelchair Basketball Federation European

A ANDDEMOT organiza os quadros competitivos nacionais de várias modalidades, contando, para a época de 2013/2014, com cerca de 210 atletas, participantes num conjunto de actividades que se

Rua João Maria Porto, 2 A

Portela de Carnaxide

2790-199 Carnaxide

Tel. 214 177 326

Fax. 214 181 746

e-mail: [email protected]

site: www.anddemot.org.pt

VIVER O DESPORTOAO MAIS ALTO NÍVEL

Page 30: 1ª Ed Vida-Up

Edição N.º 1 VIDA-UP

6160 CULTURA CULTURA

Como nasceu o projecto de tornar acessível o espaço do TNDM II?Os espaços culturais, mesmo tendo como um dos seus objectivos a fidelização dos públicos, foram concebidos, na sua maioria, sem ter em conta o tipo de limitações inerentes aos públicos com necessidades especiais. A nossa primeira motivação foi, pois, a de garantir uma atenção e um investimento na eliminação das barreiras que nos separam destes públicos.

Quais foram as primeiras intervenções realizadas para melhorar as acessibilidades?Desde 2010 que o TNDM II tem vindo a desenvolver o objectivo de tornar o espaço do teatro totalmente acessível a utentes com necessidades especiais. Temos trabalhado no sentido de minimizar ou eliminar barreiras físicas existentes e de promover cada vez melhores acessibilidades. Neste

sentido, foi implementada uma plataforma elevatória, que permite o acesso de espectadores com mobilidade condicionada às salas Garrett e Estúdio, de forma autónoma e sem quaisquer limitações. O TNDM II coloca ainda à disposição dos seus espectadores uma cadeira de rodas recém-adquirida, para apoio a utentes com mobilidade condicionada ou temporariamente limitada. Finalmente, prosseguindo o definido na legislação, foi finalizado o processo de regulamentação de um lugar de estacionamento para os espectadores com mobilidade condicionada que se deslocam ao teatro em viatura própria.

O vosso projecto de requalificação das acessibilidades não se limitou, contudo, aos aspectos da mobilidade…De facto, no seguimento da experiência realizada durante a

carreira do espectáculo Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, em 2012, nomeadamente com a apresentação de duas sessões extra com intérpretes de língua gestual portuguesa (LGP), para grupos escolares de alunos surdos, e dada a receptividade e interesse em abarcar públicos, alargando, assim, a oferta em termos de acessibilidade a outros espectadores, o TNDM II iniciou, na temporada passada, um programa de sessões com interpretação em LGP. Assim, em todos os espectáculos de produção própria e com carreira superior a duas semanas, é agendada uma sessão com interpretação em LGP. Este projecto envolve também o apoio do TNDM II à Federação Portuguesa das Associações de Surdos (FPAS), que garante a realização da interpretação simultânea em LGP.

Após estas intervenções, que feedback têm tido por parte do público?Temos vindo a registar uma afluência crescente destes públicos, que monitorizamos com regularidade. O trabalho que está a ser desenvolvido aponta para um aumento significativo da procura por parte destes espectadores e, mais importante ainda, para a sua fidelização. Foi ainda implementado um preçário de bilheteira que prevê condições especiais de acesso (descontos) para espectadores com necessidades especiais, extensível a um acompanhante.

O Salão Nobre ainda é apenas parcialmente acessível. Como se efectua o acesso a este salão?O Salão Nobre é parcialmente acessível a espectadores com mobilidade condicionada, uma vez que é acessível por elevador, mas a permanência em cadeira de rodas tem de ser realizada numa área sobre-elevada da sala. No entanto,

está previsto um conjunto de novas adequações e medidas neste âmbito, a implementar durante este ano.

E em que consistirão essas novas adequações?Esta nova fase de requalificação foi programada numa perspectiva abrangente e em diversos níveis, a saber: a) Promoção da acessibilidade aos espaços do TNDM II, com a eliminação de barreiras arquitectónicas/obras de adaptação do edifício. Isto inclui a aquisição de uma segunda plataforma elevatória para o Salão Nobre, colocação de corrimãos, elementos antiderrapantes, rampas, etc., em locais de mais difícil acesso. b) Realização de um diagnóstico sobre as acessibilidades do TNDM II num sentido lato, considerando as acessibilidades (físicas e de comunicação), a oferta de programação, a sensibilização de

colaboradores do TNDM II…, tendo como universo de referência os públicos com mobilidade condicionada, cegos e com baixa visão, séniores e surdos. c) Promoção de acções de formação – por exemplo, um colaborador da bilheteira está neste momento a receber formação em LGP – e de sensibilização interna de todos os colaboradores do TNDM II para a temática da inclusão e acessibilidade dos públicos. d) Promoção do acesso online a conteúdos e desenvolvimento de conteúdos acessíveis a espectadores surdos.

De que forma podem os espaços culturais contribuir para o fomento da inclusão social?No caso do TNDM II, a promoção da acessibilidade no espaço físico e virtual é entendida como uma componente fundamental para a igualdade de oportunidades no acesso e para a autonomia, conforto e segurança de todos os espectadores e visitantes. Tratando-se de públicos vulneráveis – espectadores com necessidades especiais, espectadores séniores, desempregados, adultos em percursos de exclusão, crianças e jovens em situação de risco –, a promoção da acessibilidade é encarada como um modo de garantir a igualdade de oportunidades no acesso à oferta teatral (cultural), considerando as vertentes arquitectónica e comunicacional, bem como os conteúdos de programação. Tratando-se de um factor objectivo de qualidade, a promoção da acessibilidade e da inclusão constitui, por outro lado, uma oportunidade de qualificação da oferta. Considerando a importância do teatro na sociedade, o TNDM II tem como prioridade abrir o Teatro à comunidade, atraindo e formando novos públicos, levando a todas as camadas da população actividades culturais e artísticas que elevem os seus padrões de exigência estética e crítica.•

O TNDM II tem como prioridade abrir o Teatro à comunidade, atraindo

e formando novos públicos, levando a todas as camadas da população

actividades culturais e artísticas...

O Teatro Nacional D. Maria II (TNDM II), construído em 1846, está preparado para receber espectadores com mobilidade condicionada,

nomeadamente as salas Garrett e Estúdio, totalmente

acessíveis por elevador ou plataforma elevatória. Em Portugal, o TNDM II constitui um caso de

pioneirismo em matéria de acessibilidade cultural. Como

nota Ana Ascensão, não há espectadores incapacitados – o que existirá são espaços ou serviços incapacitantes.

Por isso, os projectos para a optimização das condições

de acessibilidade do teatro continuam em

desenvolvimento.

TEATRO NACIONAL D. MARIA IIPIONEIRO EM MATÉRIA DE ACESSIBILIDADE CULTURALENTREVISTA | ANA ASCENSÃO, directora de Relações Externas e Frente de CasaPor Alice Lopes da Costa

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Edição N.º 1 VIDA-UP

63PROMO62 PROMO

Eucerin® desenvolveu Aquaphor Pomada Reparadora para a pele irritada e agredida, que actua como uma «segunda pele», exercendo funções de protecção ao mesmo tempo que favorece e promove a regeneração.

A sua fórmula (não comedogénica) não contém perfume, conservantes nem corantes e está especialmente formulada para regenerar a pele e mantê-la suave, saudável e protegida.

Devido às suas características e elevada eficácia, Aquaphor é a pomada reparadora mais recomendada por dermatologistas e pediatras norte-americanos para o cuidado e protecção da pele irritada e agredida.

A pele sensível irrita-se muito facilmente, pelas mais diversas razões.

O caso mais comum é o da pele dos bebés, com o simples roçar da fralda ou a vermelhidão do rosto. No entanto, também a pele dos adultos pode ficar irritada em resultado de diversos factores: atrito com tecidos, exposição a temperaturas extremas ou vento forte (lábios ressequidos, boqueiras, gretas nas mãos), contacto frequente com ambientes húmidos ou secos, medicação e tratamentos a laser, entre outros.

Aquaphor Pomada Aquaphor Pomada Reparadora está formulada para reduzir as irritações e suavizar a pele, promovendo o seu processo de regeneração,

seja qual for a causa da irritação ou a idade do paciente.

Aquaphor Pomada Reparadora – única pomada no mercado que não contém água – é formulada com uma base de hidrocarbonetos, para melhorar a regeneração da pele, criando uma barreira de protecção e um ideal ambiente de cicatrização húmido.

Aquaphor Pomada Reparadora foi formulada apenas com sete ingredientes, para que seja mais facilmente tolerada por todos os tipos de pele. A sua fórmula contém: parafina líquida e cera

microcristalina, que protegem a pele, mantendo o ambiente húmido; pantenol, que deriva da Vitamina B e auxilia a cicatrização e regeneração da pele; glicerina, que mantém a humidade e hidratação da pele; e bisabolol, que deriva da planta camomila e tem propriedades suavizantes, que equilibram e cuidam da pele sensível.

Aquaphor Pomada Reparadora, formulada à base de parafina, é um coadjuvante ideal para reparar a pele irritada e agredida ou com erosões cutâneas superficiais. Ao contrário de outros lubrificantes, cria uma barreira protectora («segunda pele»), que permite a passagem do vapor de água e favorece a hidratação, além de que mantém as enzimas que ajudam a regenerar a pele irritada e agredida.

AQUAPHOR POMADA REPARADORAPromove a regeneração da pele irritada e agredida

A pele é a primeira barreira protectora face às agressões externas. Quando

sofre erosões, perde as suas

funções de defesa, deixando o

organismo indefeso e vulnerável.

Pele irritada e agredida após tratamentos

dermatológicos

Pele irritada e agredida por diferentes tipos de agressões e acidentes

quotidianos

Pele seca após tratamentos de

radiação

Pele comeczemas

Pele extremamente

seca

• Irritações e assaduras por atrito (roupa, sapatos)• Gretas cutâneas (gretas e rugosidades das mãos, cotovelos

e calcanhares, lábios ou mamilos gretados)• Pós-depilações• Pós-tatuagens

• Dermatite da fralda• Dermatite por contacto

• Cicatrizes• Arranhões, vermelhidões, rugosidades

SITUAÇÕES EM QUE AQUAPHOR POMADA REPARADORA É INDICADA

Estudos clínicos comprovam a eficácia de aceleramento no processo de regeneração da pele e garantem a tolerabilidade cutânea de Aquaphor Pomada Regeneradora em pacientes com a pele

extremamente seca, gretada ou irritada.

Aquaphor Pomada Regeneradora 40 gPVP recomendado não vinculativo € 8,59

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Edição N.º 1 VIDA-UP

6564 INTERNACIONALINTERNACIONAL

Mateschitz, fundador da Red Bull. Em 2003, o filho de Kinigadner (foto em destaque) sofreu um trágico acidente de mota que o deixou tetraplégico. Este incidente levou-os a convidar os mais proeminentes cientistas do mundo a deslocarem-se a Salzburg (Áustria), onde residem. Cedo se tornou claro que, ao contrário do senso comum, havia razões legítimas para ter esperança na cura das lesões traumáticas da medula espinal. Descobertas pioneiras foram reveladas, em 1981, pelo Prof. Dr. Sam David e, no início da década de 90, pelo Prof. Dr. Martin Schwab, evidenciando que as células da medula espinal lesionada são capazes de se regenerar após tratamentos específico.

Kinigadner e Mateschitz chegaram à conclusão de que a pesquisa sobre a medula espinal não seria passível de ser autofinanciada – a paralisia não é considerada uma condição muito comum, pelo que investir milhões em investigação para ajudar um número relativamente reduzido de pessoas era considerado um empreendimento sem retorno financeiro.

Este facto conduziu Kinigadner e Mateschitz a criar a fundação de investigação Wings for Life – com o objectivo de descobrir a cura para todas as pessoas com lesão da medula espinal.

WINGS FOR LIFE WORLD RUN

4 de Maio assinalou a estreia do maior evento de corrida alguma vez realizado à escala global: a primeira edição da Wings for Life World Run. Este evento solidário de atletismo envolveu milhares de entusiastas numa corrida simultânea em 35 países (incluindo Portugal), distribuídos pelos cinco continentes. A corrida arrancou no dia 4 de Maio, às 10h da manhã (11h em Portugal Continental), o que significa que, nos diferentes pontos do Globo, os participantes correram em simultâneo, fosse dia ou noite.

O carácter inovador do desafio rompe com tudo o que é conhecido: não há uma meta física nem distâncias pré-definidas para cumprir – cada um corre o que pode. Na verdade, a meta (carro-meta) é que persegue os participantes, 30

minutos após a partida. À medida que são ultrapassados pelo veículo, os atletas vão sendo eliminados, até sobrar apenas um concorrente, que se sagra, assim, vencedor nacional e, possivelmente, global, caso obtenha o melhor tempo registado.

Colin Jackson, verdadeira lenda do atletismo, assume a direcção desportiva internacional da Wings for Life World Run. Em Portugal, esta missão é cumprida por Sérgio Santos, treinador de alta competição de atletismo e triatlo.

Jackson não esconde a sua simpatia pelo lema do evento: correr por aqueles que não podem. Salientou o facto de «sabermos que qualquer um está sujeito a contrair uma lesão na medula espinal, sendo chocante constatar que não existe investimento suficiente na investigação da cura». «Precisamos de captar mais fundos, no sentido de podermos mobilizar os melhores cientistas, para que estes cheguem a um resultado que faça uma diferença real na vida das pessoas que sofrem com este problema», acrescenta.

Correr na Wings For Life World Run significa participar de um evento global único e dar passos preciosos no sentido de encontrar uma cura para as lesões da medula-espinhal. 100% das receitas deste evento revertem a favor da causa defendida pela Wings For Life.•

Na sequência de acidentes da vida quotidiana, como sinistros automóveis ou quedas, três milhões de pessoas dependem hoje de uma cadeira de rodas – por ano, mais de 250 mil pessoas sofrem de lesões na medula espinal, com subsequente paralisia. Sendo uma organização sem fins lucrativos, a Wings For Life depende de patrocínio e de doações para financiar a investigação para a cura de lesões na medula espinal.

Segundo a fundação Wings for Life, o actual diagnóstico de uma paraplegia, após lesão da medula espinal, tornar-se-á algo do passado, já que os cientistas são cada vez mais unânimes a afirmar que as células da medula espinal lesionada são capazes de se regenerar.

As grandes forças por detrás da Wings for Life são os dois ex-campeões mundiais de motocross Heinz Kinigadner e Dietrich

CORRER PELA MAIS AVANÇADA

INVESTIGAÇÃO MUNDIAL

A fundação sem fins lucrativos Wings for Life, destinada à

pesquisa da cura de lesões da medula espinal, iniciou nos

últimos anos um vasto número de projectos promissores,

especialmente no campo da pesquisa básica e pré-clínica.

O próximo passo será transpor estes projectos para estudos

clínicos que conduzam ao tratamento das lesões na

medula espinal.

53%Paraplegia

Paralisia depernas e tronco.

50%Acidentesde estrada

24%Quedas

POR ANO

250.000DE PESSOAS SOFREM

DE LESÕES NA MEDULA ESPINAL

17%Outras causas

6%Desportos

3%Desportos radicais

47%Tetraplegia

Paralisia de braços, pernas e tronco.

As causas principais são os acidentes da vida quotidiana

Pode acontecer com qualquer pessoa

Fonte: Organização Mundial da Saúde, 2013

Page 33: 1ª Ed Vida-Up

66

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Page 34: 1ª Ed Vida-Up

68 PROMO

Saúde sem barreiras geográficas – é a proposta da Hope Care, uma ideia nascida e desenvolvida, em 2010, por José Paulo Carvalho, Pedro Ferreira e Simão Calado, enquanto frequentavam o mesmo MBA, na Escola de Direcção e Negócios (AESE), mais concretamente na cadeira de Novas Aventuras Empresariais (NAVES). Aquilo que poderia ter sido apenas um projecto académico tornou-se, dois anos depois, numa empresa real. Nasceu, assim, uma plataforma capaz de monitorizar sinais vitais à distância e de prestar um serviço de telecuidado, prometendo esta plataforma transformar a sociedade portuguesa no que respeita aos cuidados sociais e de saúde.

Num tempo em que a solidão e o isolamento se tornaram comuns no dia-a-dia de muitos idosos e doentes, as soluções de assistência à distância apresentadas pela Hope Care surgem como um importante auxílio para todos os que se encontram sós ou em situação de dependência, tranquilizando os seus familiares e amigos e permitindo que as instituições prestadoras de cuidados sociais e de saúde desenvolvam um trabalho ainda mais eficaz. Tudo isto por meio de uma tecnologia avançada, que coloca à disposição dos clientes e das instituições equipamentos simples e

rápidos de utilizar, conferindo maior segurança aos vários utilizadores e contribuindo para a tão bem-vinda optimização dos seus recursos.

Um dos serviços que a Hope Care comercializa é o True-Kare, uma inovação ao nível mundial, idealizado por Carlos Azevedo (mentor do serviço) e desenvolvido pela empresa portuguesa Olisipo. O serviço True-Kare foi o vencedor na categoria de «e-Health & Environment», no disputado World Summit Awards 2013 – evento mundial, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), que premeia os melhores conteúdos e aplicações digitais desenvolvidos localmente mas com relevância global. Pensado e desenvolvido para idosos, doentes crónicos e pessoas com necessidades especiais, o serviço True-Kare permite o apoio 24h por dia, sete dias por semana. Em situação de emergência ou necessidade de auxílio, basta o cliente carregar no botão de SOS do seu telemóvel True-Kare para entrar automaticamente em contacto com o call center da Hope Care, onde os especialistas em saúde intervêm de imediato e de acordo com a situação apresentada.

O serviço True-Kare potencia a interligação de três cuidadores

fundamentais: as instituições, a família e o próprio utilizador, pelo que pode ser considerado uma revolução no cuidado colaborativo e em rede.

A centralidade na pessoa, na personalização do cuidado e na colaboração da família ou dos cuidadores que, por exemplo, um idoso requer são pressupostos do trabalho da Hope Care. Com o serviço True-Kare, tudo isto é operacionalizado através de uma plataforma web, onde se efectua todo o controlo da informação, e do terminal móvel do utilizador. Assim, de forma colaborativa, a prestação do cuidado é maximizada, incluindo a intervenção concertada da família e das instituições.•

SAÚDESEM BARREIRAS GEOGRÁFICASA Hope Care alia a mais avançada assistência em cuidados sociais e de saúde aos mais promissores projectos de Ambient Assisted Living – prometendo aumentar o bem-estar das pessoas em situação de dependência, de idosos, de doentes e da própria sociedade no geral.

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