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Mutismo Seletivo ALUNOS: Aline Garcia, Karyne Camargo, Mirele Schuler, Mônica Zwetsch, Rafael Paris, Mateus Dorneles. Seminário de Enfermagem Neuropsiquiátrica Prof. Enfermeira Jaqueline Almeida

Mutismo Seletivo

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Mutismo SeletivoALUNOS: Aline Garcia, Karyne Camargo, Mirele Schuler, Mônica Zwetsch, Rafael Paris, Mateus Dorneles.

Seminário de Enfermagem Neuropsiquiátrica

Prof. Enfermeira Jaqueline Almeida

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Crianças muito quietas, que na escola falam pouco com os colegas e têm dificuldade para responder às perguntas do professor, costumam ser classificadas de tímidas. As crianças com esse perfil podem, na verdade, sofrer de um distúrbio de fundo emocional: o o mutismo seletivomutismo seletivo. Em casa essas crianças conversam normalmente com os pais e brincam com os irmãos, entretanto, quando um adulto de fora do círculo familiar ou outra criança estranha lhes dirige a palavra, elas permanecem mudas. Em raras excessões acomete também os adultos.

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Introdução

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Conceito

Mutismo é a perda da fala por transtornos psicológicos, diferentemente de Mudez ou Afonia, que indica incapacidade total ou parcial de produzir a fala(parte física).Seletivo porque acaba selecionando, ou seja, separando e escolhendo com quem vai falar.

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Contexto Familiar:- Superproteção familiar.- Falta de estimulação linguística. - Exigência dos pais. - Transtorno familiar. - Transtorno Fóbico.

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Etiologia

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Contexto Pessoal:- Características de Personalidade.- Dificuldades na fala.- Problemas na dentição.

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Etiologia

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Etiologia

Contexto Escolar:- Bilinguismo mal integrado.- Exigência em excesso.- Não interação.

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EtiologiaA causa mais provável e mais frequente, é a que está associada com um elevado nível de ansiedade, que pode ser por predisposição genética e assim associado-se com maior atividade na amígdala amígdala cerebelosacerebelosa. O mutismo em qualquer paciente, também pode indicar algum tipo de transtorno de comunicação, tartamudez, dificuldade auditiva, transtorno de aprendizagem, transtorno de adaptação ou de separação, autismo, depressão nervosa ou estar associado a outro transtorno de ansiedade.

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A prevalência encontrada é de 0,3 a 0,8 em 1.000 crianças. É mais frequente em meninas. Pela baixa prevalência, pode ser encontrado em menos de 1% da população psiquiátrica. Já o Mutismo Transitório, que acontece quando a criança entra na escola, atinge 7 em cada mil crianças, o que é diferente do mutismo seletivo, já que há o medo do novo e do desconhecido. Porém o Mutismo Seletivo, está acontecendo muito antes da escola ou irá se tornar visível no momento da interação docente-aluno.

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Epidemiologia

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A OMS define o mutismo seletivo levando em consideração os seguintes itens:

A. Não falar em situações sociais específicas (onde há expectativa para que fale, ex. escola), apesar de falar em outras situações.

B. Interfere no desempenho escolar e/ou ocupacional e/ou na comunicação social.

C. Duração mínima de 1 mês (não limitado ao 1º mês de escola).

D. O fato de não falar, não é devido à falta de conhecimento, mas ao não sentir-se à vontade com a língua falada ou ao momento(ex. criança que mora em um país e se muda para outro com cultura totalmente diferente).

E. Não é devido a um Transtorno de Comunicação (ex. gagueira) e não ocorre durante uma psicose.

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Epidemiologia

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DiagnósticoAo contrário de boa parte das dignosticadas com autismo,crianças com mutismo seletivo gostamgostam da comunicação, porém há como por exemplo, dificuldade de olhar olho no olho, expressão facial pouco expressiva, certa imobilidade psicomotora fora do ambiente familiar.Entretanto, o paciente mutista seletivo, pode encontrar-se nervoso quando em situações sociais mais ansiosas. Alguns pacientes podem retrair-se quando algum adulto tenta se aproximar, ou quando fisicamente tocados, podem exibir formas diferentes de linguagem corporal.

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As características comportamentais observadas pelos psicopedagogos sobre o núcleo familiar, em casos de mutismo seletivo, seriam: comportamento de superproteção familiar, conflitos psicológicos não resolvidos, traumas anteriores envolvendo perda por mortes, separação, pouco envolvimento paterno ou materno, excessiva dependência dos pais pelo fato de não falar. Entretanto, tais características resultam de poucas pesquisas realizadas e não devem ainda serem tidas como condições absolutas.Alguns pontos que devem ser entendidos em relação ao mutismo seletivo:

• Estas crianças entendem o idioma falado e têm a habilidade para falar normalmente..• Em casos típicos, eles falam com os pais e selecionam outras pessoas com as quais irão manter contato verbal. • Às vezes, eles não falam com certos indivíduos do circulo familiar. 

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Diagnóstico

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Diagnóstico• A maioria não consegue falar na escola, e em outras situações longe do convívio familiar. • A maioria aprende, sem maiores problemas, aquilo que é adequado para sua idade escolar. 

• Muitos participam de atividades não verbais, especialmente em locais onde tem dificuldade em verbalizar.

• O comportamento retraído não é geralmente óbvio, até que, a criança comece frequentar a escola. • Estas crianças podem responder, ou fazer suas necessidades conhecidas, acenando com a cabeça, apontando, ou permanecendo imóveis até que alguém "adivinhe" o que eles querem.

• A maioria destas crianças expressa um grande desejo para falar em todas as situações, mas é incapaz devido à ansiedade, medo, timidez e embaraço. • Às vezes, a criança é vista como tímida, supondo que, a timidez é temporária e será superada.

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Nenhuma dessas condições apresenta o padrão característico do mutismo seletivo :-Retardo Mental.-Transtornos invasivos do desenvolvimento (ex. Autismo, Síndrome de Asperger).-Transtornos de expressão da linguagem.-Fobia social.-Depressão.-Transtorno de ajustamento.-Condições orgânicas (drogas, transtornos neurológicos).

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Diag. Diferencial

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Pode durar apenas alguns meses ou muitos anosPode durar apenas alguns meses ou muitos anos. Não necessariamente desaparece com a idade, podendo agravar e permanecer por anos sem tratamento. Quanto mais persistir, mais provável que se acumule com outros transtornos ansiosos, emocionais, do desenvolvimento e de aprendizagem.Em geral o mutismo seletivo não está associado com a dificuldade de aprendizagem, mas consequentemente, programas da instrução especial devem ser considerados cautelosamente. Por outro lado, no país, não há nenhum programa de instrução especial nas escolas públicas disponíveis para estas crianças. Quando indicados, programas individuais precisariam ser projetados individualmente, mesmo que por pais, professores ou profissionais psicopedagogos.

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Prognóstico

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Evolução

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Não existem muitas referências e orientações para o tratamento do mutismo seletivo. Talvez pelo fato da criança com mutismo seletivo não perturbar ninguém e passar por quietinha, ao contrário da criança hiperativa, cujo comportamento agitado chama a atenção de todo mundo, seu tratamento tem sido protelado e sua importância tem sido minimizada.As modificações comportamentais são as medidas mais promissoras. A psicoterapia e a terapia da fala também são importantes, já a psicofarmacologia é bastante restrita nesses casos, muitas vezes atuando somente em outros estados emocionais associados, sejam como comorbidade, sejam conseqüências da discriminação da auto-estima.

A terapia cognitivo-comportamental tem bons resultados, assim como a Musicoterapia com diversas técnicas como ludoterapia, treino comportamental e psicoeducacional incluindo o uso de outros meios de comunicação (telefone, gestos, escrita, desenhos...), reforço positivo dos comportamentos desejados, inclusão da escola e dos pais na terapia e praticando em ambientes seguros no ritmo do paciente o que ele precisa fazer em outros ambientes mais hostis. A terapia varia bastante dependendo do terapeuta e da gravidade do caso e há pouca literatura em português sobre o tema. Em inglês existe uma ONG americana especializada no assunto, com várias pesquisas na área.

Psiquiatras costumam receitar remédios para transtornos de ansiedade e depressão (ISRS ou ansiolíticos) para minimizar os sintomas e facilitar o tratamento.

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Tratamento

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• A criança não deve ser forçada a falar;

• Os pais devem elaborar inicialmente formas alternativas de comunicação através de símbolos, gestos ou cartões;

• Não devem permitir que outras pessoas respondam pelo filho(a);

• Solicitar gradualmente a exposição oral da criança;

• ReforçarReforçar a criança todas as vezes que houver um aumento no comportamento verbal da criança. O tipo de reforço precisa ser de preferência da criança (elogios, abraços, doces preferidos…);

• Encorajá-las sempre que possível, fazer pequenas solicitações ou cumprimentos a pessoas estranhas. Ex. ir comprar pão, comprar jornal…;

• Evitar que seu filho seja o centro das atenções;

• Identificar a compatibilidade com algum amigo para jogar e brincar com a criança algumas vezes dentro e fora de casa;

• Utilizar a dessensibilização sistemática. Por exemplo, usar um reforço quando a criança sussurrar uma palavra e gradualmente aumentar a exposição até a criança dizer uma palavra em volume normal para algum estranho;

• Planejar passeios em família fora de casaPlanejar passeios em família fora de casa.

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Precauções

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Precauções• Permitir que a criança se comunique não-verbalmente no início, para depois utilizar a comunicação

oral;

• Não permitir que outros amigos respondam pelo aluno;

• Se possível colocar as mesas em forma de grupos;

• Reforçar positivamente interações sociais faladas ou não;

• O tipo de reforço precisa ser  significativo para a criança (elogios escritos, verbal…);

• Reforçar qualquer tentativa de enfrentamento de situações interpessoais e ir ampliando progressivamente as exigências;

• Encorajá-las sempre que possível, fazer pequenas solicitações ou cumprimentos a pessoas estranhas. Ex. pegar ou entregar material fora de sala;pegar ou entregar material fora de sala;

• Iniciar conversas fora da presença de outros alunos, devem tentar também, não colocar a criança como sendo o centro das atenções, pois isso aumenta a ansiedade da criança;

• Não estabelecer comparações com outros companheiros;

• Não permitir que os demais colegas o insultem, intimidem ou riem dele(a);

• Estimular e envolver os colegas para que o ajudem e para que participem nas sessões de intervenção;

• O aluno não deve ter métodos de avaliação diferente da turma.

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Testemunho“No começo do ano conheci um aluno que apresentava sintomas do mutismo. Sem conhecê-lo direito, pedi que fosse na frente da sala para servir de exemplo para o restante da turma, quando pedi para fazer a leitura de sua atividade, quase deu lhe um ataque! Não conseguia nem respirar. Não forcei, voltou para seu lugar até ficar mais calmo. Com o tempo fui elogiando todo os textos, pois ele escreve muito bem, no dia (01/03), percebi que ele começou a ter mais segurança nas minhas aulas, tanto que fez uma pergunta em público. Fiquei muito feliz, os colegas perceberam a evolução e não fizeram nenhum comentário na frente dele. Aconselho aos professores que identifiquem as qualidades desses alunos e foquem nelas, quando eles sentirem segurança, as coisas acontecem naturalmente.”

Prof. De História do

Sesi, Joubert Morais

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Testemunho“Maria Eduarda é o nome da minha filha. Hoje ela tem 7 anos e completa 8 em novembro, o diagnóstico do mutismo seletivo veio quando ela tinha 4 anos, com a psicóloga, logo que perdeu sua mãe.Minha filha conversa somente, comigo hoje sou “mãe e pai dela”, fala com seu irmão e sua avó, já com restante da família se nega conversar.A suspeita começou quando ela tinha 3 anos em 2012, quando resolvi sair de uma empresa na qual eu trabalhava a 10 anos, em seguida resolvi fazer faculdade de pedagogia, logo resolvi dar aula e consegui um emprego na escola onde minha filha estudava. Lá eu descobri que ela não falava com ninguém, entrei em desespero, mas os médicos diziam ser normal. Mas eu já sabia que não era.Dai em diante estou aqui na luta como muitas outras mães e pais, esperando que sua filha converse como outras crianças.Não é fácil, explicar para as pessoas algo que eles não entendem sobre sua filha ou filho sobre o “Mutismo Seletivo”.Um episódio que aconteceu dia 20-08-2015 com minha filha, cheguei na escola ela estava chorando de dores de estômago, e a professora desesperada, e dizia: ‘Pai ela está chorando e não fala, assim fica difícil, só entendi que ela sente dores no estômago’. Eu disse à professora: “É que ela quer algo e não consegue se expressar, e ela sente dores no estômago de puro nervosismo...” Mas no final ela só queria ir apenas no banheiro.Foi um dia triste, ao ver minha filha precisando de ajuda e eu longe dela.”

Paulo Eduardo,

Pedagogo e Pai

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Os profissionais pedagógicos e professores necessitam modificar suas estratégias típicas da avaliação ao trabalhar com estas crianças. Pelo fato delas não podem verbalizar, as avaliações não refletirão os verdadeiros níveis do QI, ou do potencial intelectual. Para que essas crianças não sejam colocadas em níveis educacionais impróprios, os avaliadores necessitam ser cautelosos.Já os pais devem prestar a atenção sem excesso ao seus filhos, além de adquirir estratégias de adptação com os mesmos. Devem levar seus filhos(as) para um acompanhamento psicológico, fisioterápico e educativo.Nós profissionais da saúde devemos estar atentos às crianças que passarem por nossos plantões. Auxiliar os pais ou parentes ao acolhimento da orientação e promovendo maior saúde a vida de nossos pacientes.

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Conclusão

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• Daniela Menicalli. O TRANSTORNO MUTISMO SELETIVO E LUDOTERAPIA. ARGUMENTO Daniela Menicalli. O TRANSTORNO MUTISMO SELETIVO E LUDOTERAPIA. ARGUMENTO IV 8 Out/02.IV 8 Out/02.

• Omdal, 2007. "Can adults who have recovered from selective mutism in childhood Omdal, 2007. "Can adults who have recovered from selective mutism in childhood and adolescence tell us anything about the nature of the condition and/or recovery and adolescence tell us anything about the nature of the condition and/or recovery from it?" from it?"

• European Journal of Special Needs Education Vol. 22 No. 3. European Journal of Special Needs Education Vol. 22 No. 3. http://www.comportal.com.br/index.php?http://www.comportal.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=77&Itemid=78.option=com_content&view=article&id=77&Itemid=78.

• http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-08-17/gata-ajuda-menino-com-mutismo-http://saude.ig.com.br/minhasaude/2012-08-17/gata-ajuda-menino-com-mutismo-seletivo-a-se-comunicar-com-o-mundo.html.seletivo-a-se-comunicar-com-o-mundo.html.

• http://www.selectivemutism.org/resources/library/SM%20General%20Information/SMhttp://www.selectivemutism.org/resources/library/SM%20General%20Information/SM%20Described.pdf.%20Described.pdf.

• http://www.selectivemutism.org/faq/faqs/when-do-i-need-to-seek-professional-help-http://www.selectivemutism.org/faq/faqs/when-do-i-need-to-seek-professional-help-for-my-child.for-my-child.http://www.selectivemutism.org/faq/faqs/what-about-adults-what-are-the-long-term-http://www.selectivemutism.org/faq/faqs/what-about-adults-what-are-the-long-term-effects-of-sm.effects-of-sm.

• http://www.selectivemutism.org/resources/library/SM%20General%20Information/SMhttp://www.selectivemutism.org/resources/library/SM%20General%20Information/SM%20Described.pdf.%20Described.pdf.

• http://www.abpbrasil.org.br/medicos/publicacoes/revista/arquivos/http://www.abpbrasil.org.br/medicos/publicacoes/revista/arquivos/Artigo_Original_4.pdf.Artigo_Original_4.pdf.

• http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/this_world/7336053.stm.http://news.bbc.co.uk/2/hi/programmes/this_world/7336053.stm.

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Referências