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Aula 06 Direito Ambiental p/ XX Exame de Ordem - OAB Professor: Rosenval Júnior

DIREITO AMBIENTAL AULA 06

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Direito Ambiental p/ XX Exame de Ordem - OAB

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AULA 06 – Novo Código Florestal

SUMÁRIO PÁGINA

Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012) 2

Lista de questões 50

Questões comentadas 60

Raio X para o Exame de Ordem:

Questão 24 – FGV – Obrigação propter rem.

Questão 25 – FGV - Obrigação propter rem.

Questão 26 – FGV – Reserva Legal

Questão 27 – FGV – APP + Responsabilidade Ambiental

Questão 28 – FGV – Reserva Legal e Obrigação propter rem.

Questão 29 – FGV – APP e Obrigação propter rem.

Pessoal,

O Código Florestal é extremamente extenso e complexo. No

entanto, há 3 tópicos que devem ser o foco do estudo de vocês: Área de

Preservação Permanente (APP); Reserva Legal; Responsabilidade

propter rem. Esses temas já foram cobrados no Exame de Ordem. Um

tema ainda não cobrado, mas que pode aparecer é o CAR (Cadastro

Ambiental Rural).

Bons estudos!!!

Prof. Rosenval Jr.

[email protected]

Periscope: @Rosenval

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Novo Código Florestal (Lei 12.651, de 25 de maio de 2012)

Um pequeno histórico

O primeiro Código Florestal foi criado em 1934, durante a era

Vargas. Em 1965, durante a ditadura militar, tivemos a edição de um

novo Código, que foi revogado pelo atual (Lei 12.651/12).

O principal objetivo do Código era regulamentar a exploração de

terras no país e estabelecer as áreas que deveriam ser preservadas.

Durante todo esse tempo que esteve em vigor passou por

diversas mudanças para atender a novos interesses e exigências.

Ambientalistas, ruralistas, pesquisadores e estudiosos concordavam

que o Código precisa ser revisto. E isso foi feito.

Para os ruralistas, o Código Florestal, que estava em vigor, tornava

inviável o desenvolvimento da agropecuária. Por outro lado, os

ambientalistas e a maior parte dos estudiosos defendiam a tese de que o

problema era a falta de eficiência no campo e por isso não haveria a

necessidade de exploração de novas terras.

Com a proposta do novo Código, várias polêmicas surgiram. Sendo

que o cerne de todo o debate foram as áreas de preservação

permanente; as reservas legais; onde, quem e em quais circunstâncias

essas áreas poderiam ser exploradas ou ocupadas; as formas de

recomposição das áreas degradadas; e qual seriam as punições para

quem havia desmatado e se haveria anistia.

Mesmo depois de aprovado, as polêmicas, debates e dúvidas

continuam. O que faz desse assunto um tema muito importante para

vocês!

Depois desse resumo dos fatos, vamos aos dispositivos da nova lei.

Pessoal, antes de iniciarmos o estudo da norma é interessante ter

uma noção do todo. Primeiro vamos ter a visão da floresta, depois iremos

ver cada árvore.

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O código disciplina, dentre outros, os seguintes temas:

Princípios;

Conceitos;

Áreas de Preservação Permanente (APP);

Áreas de Uso Restrito;

Uso Ecologicamente Sustentável dos Apicuns e

Salgados;

Reserva Legal (RL);

Regime de Proteção das Áreas Verdes Urbanas;

Supressão de Vegetação para Uso Alternativo do Solo;

Cadastro Ambiental Rural (CAR);

Exploração Florestal;

Controle de Origem Florestal e DOF;

Proibição do Uso de Fogo e do Controle dos Incêndios;

Programa de Apoio e Incentivo à Preservação e

Recuperação do Meio Ambiente;

Controle do Desmatamento;

Agricultura Familiar;

Áreas Consolidadas em Áreas de Preservação

Permanente e em Áreas de Reserva Legal.

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Princípios

O Código Florestal estabelece normas gerais sobre a proteção da

vegetação, áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva

Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o

controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos

incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o

alcance de seus objetivos.

Tendo como objetivo o desenvolvimento sustentável, o Novo

Código atenderá aos seguintes princípios:

I - afirmação do compromisso soberano do Brasil com a

preservação das suas florestas e demais formas de vegetação nativa,

bem como da biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da

integridade do sistema climático, para o bem estar das gerações

presentes e futuras;

II - reafirmação da importância da função estratégica da

atividade agropecuária e do papel das florestas e demais formas

de vegetação nativa na sustentabilidade, no crescimento econômico, na

melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do

País nos mercados nacional e internacional de alimentos e bioenergia;

III - ação governamental de proteção e uso sustentável de

florestas, consagrando o compromisso do País com a compatibilização e

harmonização entre o uso produtivo da terra e a preservação da água, do

solo e da vegetação;

IV - responsabilidade comum da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios, em colaboração com a sociedade civil, na

criação de políticas para a preservação e restauração da vegetação nativa

e de suas funções ecológicas e sociais nas áreas urbanas e rurais;

V - fomento à pesquisa científica e tecnológica na busca da

inovação para o uso sustentável do solo e da água, a recuperação e a

preservação das florestas e demais formas de vegetação nativa;

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VI - criação e mobilização de incentivos econômicos para

fomentar a preservação e a recuperação da vegetação nativa e para

promover o desenvolvimento de atividades produtivas

sustentáveis.

As florestas existentes no território nacional e as demais formas

de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem,

são bens de interesse comum a todos os habitantes do País,

exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a

legislação em geral e especialmente o Código Florestal estabelecem.

A aquisição de um imóvel com passivo ambiental responsabilizará o

novo proprietário, ainda que este não tenha dado causa ao dano, pois as

obrigações previstas no Código Florestal têm natureza real e são

transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de

transferência de domínio ou posse do imóvel rural (Obrigação propter

rem).

Assim, a obrigação de recuperação ambiental recai sobre o

proprietário independentemente de este ter dado causa. Não importa a

priori quem causou o dano. Exemplo, José compra uma fazenda com a

mata ciliar do rio que corta a propriedade desmatada. Nesse caso, José

terá a obrigação de recompor a área desmatada, mesmo já tendo

adquirido a propriedade com a APP sem a cobertura florestal.

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Áreas de Preservação Permanente

Área de Preservação Permanente - APP é uma área protegida,

coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e

assegurar o bem-estar das populações humanas.

Atentem para esse detalhe: é a área que é de preservação

permanente. Ela pode estar ou não coberta por vegetação nativa. O

entorno de uma nascente num raio mínimo de 50 metros é área de

preservação permanente. Pode não ter uma árvore sequer e ainda assim

continuará sendo APP. As margens dos rios devem ser preservadas como

área de preservação permanente, ainda que não tenham cobertura

vegetal.

Essas áreas são protegidas, pois são sensíveis, mais vulneráveis a

deslizamentos, erosão, enchentes e por isso precisam ter o seu uso

regulado.

Basta lembrarmos dos deslizamentos que aconteceram, acontecem,

e continuarão acontecendo em Santa Catarina, Rio de Janeiro,

principalmente na região serrana.

Qual o motivo desses desastres? Casas construídas em encostas,

em topo de morros, áreas desmatadas. E as enchentes? As matas ciliares

em áreas urbanas praticamente não existem. Imóveis são construídos nas

beiras dos rios, cursos d' águas são alterados, há pouco investimento em

infraestrutura, em gestão de resíduos. As áreas florestadas são reduzidas,

está virando tudo concreto, o que diminui a infiltração e aumenta a

velocidade do escoamento superficial.

Vamos agora estudar essas áreas. Em prova é muito comum

perguntarem quais são as APPs. As mais cobradas, sem dúvida, são as

matas ciliares (faixas marginas dos cursos d'água) e seus limites.

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Primeiro iremos estudar as APPs do art. 4º do Código Florestal, com

incidência ex lege e natureza jurídica de limitação de uso ao direito de

propriedade.

Delimitação das Áreas de Preservação Permanente

Topo de morros, montes, montanhas e serras

Encostas

Nascentes/olhos d’água

Mata Ciliar

Restinga

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Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas

rurais ou urbanas:

I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e

intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do

leito regular, em largura mínima de:

30 metros, para os cursos d’água de menos de 10 metros de

largura;

50 metros, para os cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros

de largura;

100 metros, para os cursos d’água que tenham de 50 a 200

metros de largura;

200 metros, para os cursos d’água que tenham de 200 a 600

metros de largura;

500 metros, para os cursos d’água que tenham largura superior

a 600 metros.

*Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do

curso d’água durante o ano.

A área de preservação permanente é uma área protegida em zona

rural ou urbana!!!

E por que eu chamo atenção para esse detalhe? Porque uma das

diferenças entre APP e RL é justamente essa.

APP é área protegida em zona rural ou urbana. Já a Reserva

Legal é apenas em zona rural!

Um outro detalhe, é que as dimensões exigidas pelo novo código

florestal são as mesmas exigidas pelo código revogado, no entanto, agora

a linha inicial de demarcação foi modificada.

Vou explicar, o antigo código previa que a mata ciliar seria fixada

(delimitada) desde o nível mais alto, ou seja, o nível alcançado na

ocorrência de cheias. Já o novo Código prevê que a margem a ser

protegida será fixada e medida desde a borda da calha do leito regular.

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Isso acarreta uma redução da proteção ambiental, uma vez que

agora não é levada em conta a ocorrência de cheias sazonais, que no

caso dos rios da Amazônia pode deixar áreas extensas desprotegidas.

Neste ponto temos um retrocesso da proteção das margens dos rios.

II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas NATURAIS, em faixa

com largura mínima de:

100 metros, em zonas RURAIS.

Exceção: Corpo d’água com até 20 hectares de superfície

deverá ter APP de 50 metros;

30 metros, em zonas URBANAS.

Resumindo, temos que em lagos e lagoas NATURAIS a faixa de

proteção terá largura mínima de:

Em áreas RURAIS: 100 m para corpo d’ água ACIMA de 20

hectares de superfície e 50 m para corpo d’ água com ATÉ 20

hectares de superfície.

Em áreas URBANAS: 30 m

Exemplo de APP

Rio com menos de 10 m de

largura

No mínio 30 m de mata ciliar No mínimo 30 m de mata ciliar

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Consequências da retirada da mata ciliar: assoreamento do rio,

erosão, perda de habitats.

ATENÇÃO! Nos imóveis rurais com até 15 módulos fiscais é

admitida nas faixas marginais de qualquer curso d’água NATURAL e

Mata ciliar preservada

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nas áreas no entorno dos lagos e lagoas NATURAIS a prática da

aquicultura e a infraestrutura física diretamente a ela associada, desde

que:

I - sejam adotadas práticas sustentáveis de manejo de solo e água e

de recursos hídricos, garantindo sua qualidade e quantidade, de acordo

com norma dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;

II - esteja de acordo com os respectivos planos de bacia ou planos de

gestão de recursos hídricos;

III - seja realizado o licenciamento pelo órgão ambiental competente;

IV - o imóvel esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural - CAR.

V – não implique novas supressões de vegetação nativa.

III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais,

decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais,

na faixa definida na licença ambiental do empreendimento.

Notem que os reservatórios de água ARTIFICIAIS também são

protegidos pelo Código Florestal.

Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de

reservatórios artificiais de água que não decorram de barramento ou

represamento de cursos d’água naturais.

Nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície

inferior a 1 hectare, fica dispensada a reserva da faixa de

proteção, vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo

autorização do órgão ambiental competente do Sistema Nacional do Meio

Ambiente - Sisnama.

Na implantação de reservatório d’água artificial destinado a geração

de energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição,

desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo

empreendedor das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu

entorno, conforme estabelecido no licenciamento ambiental, observando-

se a faixa mínima de 30 metros e máxima de 100 metros em área rural, e

a faixa mínima de 15 metros e máxima de 30 metros em área urbana.

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Nesse caso, o empreendedor, no âmbito do licenciamento

ambiental, elaborará Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno

do Reservatório, em conformidade com termo de referência expedido pelo

órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama, não

podendo o uso exceder a 10% do total da Área de Preservação

Permanente.

O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de

Reservatório Artificial, para os empreendimentos licitados a partir da

vigência do novo Código Florestal, deverá ser apresentado ao órgão

ambiental concomitantemente com o Plano Básico Ambiental e aprovado

até o início da operação do empreendimento, não constituindo a sua

ausência impedimento para a expedição da licença de instalação.

IV – as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água

perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de

50 (cinquenta) metros.

*Nascente é o afloramento natural do lençol freático que

apresenta perenidade e dá início a um curso d’água.

*Olho d’água é o afloramento natural do lençol freático, mesmo

que intermitente.

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Aqui gostaria de ressaltar que a proteção é para o entorno das

nascentes e dos olhos de água PERENES. No artigo que foi vetado

não havia essa exigência.

V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°,

equivalente a 100% na linha de maior declive.

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VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de

mangues.

*Restinga é o depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma

geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se

encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com

cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos,

dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional,

estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado.

VII - os manguezais, em toda a sua extensão.

*Manguezal é o ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos

baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou

arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural

conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos

limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da

costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina.

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VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura

do relevo, em faixa nunca inferior a 100 metros em projeções

horizontais.

Pessoal, a linha de ruptura do relevo está representada em amarelo

e a faixa de APP está em vermelho, devendo ser de no mínimo 100 m.

Faixa nunca inferior a 100 metros

Linha de ruptura do relevo

100 m

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IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com altura

mínima de 100 metros e inclinação média maior que 25°, as áreas

delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços)

da altura mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta

definida pelo plano horizontal determinado por planície ou espelho

d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela cota do ponto de sela

mais próximo da elevação.

X - as áreas em altitude superior a 1.800 metros, qualquer que seja

a vegetação;

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XI – em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal, com

largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço

permanentemente brejoso e encharcado.

*Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos

hidromórficos, usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa -

buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de

espécies arbustivo-herbáceas.

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APP por ato do Poder Público

Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando

declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder

Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de

vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades:

I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e

deslizamentos de terra e de rocha;

II - proteger as restingas ou veredas;

III - proteger várzeas;

IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de

extinção;

V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico,

cultural ou histórico;

VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

VII - assegurar condições de bem-estar público;

VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das

autoridades militares.

IX – proteger áreas úmidas, especialmente as de importância

internacional. (*áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres

cobertas de forma periódica por águas, cobertas originalmente por

florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à inundação.)

Dessa forma, um decreto do Presidente da República, do

Governador ou do Prefeito pode criar uma nova APP nos casos

especificados acima.

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Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente

A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá

ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer

título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. Em regra,

não será possível a supressão de vegetação nessas áreas.

Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de

Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a

qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação,

ressalvados os usos autorizados previstos no Código Florestal. Essa

obrigação tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de

transferência de domínio ou posse do imóvel rural (Obrigação propter

rem).

No caso de supressão não autorizada de vegetação realizada

após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão de novas

autorizações de supressão de vegetação enquanto não se

promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos

autorizados previstos no Código Florestal.

CURIOSIDADE! A adoção da data de 22 de julho de 2008 como

marco para definir área rural consolidada coincide com a publicação do

Decreto 6.514/2008, que dispõe sobre as infrações e sanções

administrativas ao meio ambiente.

Interessante é que chegou a ser apresentada emenda na Comissão

de Constituição, Justiça e Cidadania para alterar o marco temporal para

2001, por causa da Medida Provisória 2.166-67/2001, mas a proposta foi

rejeitada.

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UTILIDADE PÚBLICA:

a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;

b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços

públicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário

aos parcelamentos de solo urbano aprovados pelos Municípios,

saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações,

radiodifusão, instalações necessárias à realização de competições

esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como

mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro

e cascalho;

c) atividades e obras de defesa civil;

d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na

proteção das funções ambientais referidas às Áreas de preservação

A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP somenteocorrerá nas hipóteses previstas no

Código Florestal de:

Utilidade pública

Interesse social

Baixo impacto

ambiental

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permanente;

e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e

motivadas em procedimento administrativo próprio, quando

inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento

proposto, definidas em ato do Chefe do Poder EXECUTIVO

FEDERAL.

Observem o absurdo que estão permitindo com o novo Código

Florestal. Agora é possível, por exemplo, o desmatamento de uma área

de preservação permanente para a construção de um estádio de futebol

ou de instalações como as que estão sendo erguidas para as Olimpíadas

no Rio de Janeiro. Tudo sob o argumento de serem instalações

necessárias à realização de competições esportivas estaduais, nacionais

ou internacionais, afinal são casos de utilidade pública.

INTERESSE SOCIAL:

a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da

vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo,

controle da erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com

espécies nativas;

b) a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena

propriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades

tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal

existente e não prejudique a função ambiental da área;

c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes,

lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas

urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições

estabelecidas nesta Lei;

d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados

predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas

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consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei no 11.977,

de 7 de julho de 2009 (Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV e a

regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas

urbanas);

e) implantação de instalações necessárias à captação e condução

de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos

são partes integrantes e essenciais da atividade;

f) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e

cascalho, outorgadas pela autoridade competente;

g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e

motivadas em procedimento administrativo próprio, quando

inexistir alternativa técnica e locacional à atividade proposta,

definidas em ato do Chefe do Poder EXECUTIVO FEDERAL.

ATIVIDADES EVENTUAIS OU DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL:

a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e

pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso d’água, ao

acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de

produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável;

b) implantação de instalações necessárias à captação e condução

de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do

direito de uso da água, quando couber;

c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo;

d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno

ancoradouro;

e) construção de moradia de agricultores familiares,

remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações

extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o

abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos

moradores;

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f) construção e manutenção de cercas na propriedade;

g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados

outros requisitos previstos na legislação aplicável;

h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e

produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a

legislação específica de acesso a recursos genéticos;

i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes,

castanhas e outros produtos vegetais, desde que não implique

supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da

área;

j) exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável,

comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não

madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa

existente nem prejudiquem a função ambiental da área;

k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como

eventuais e de baixo impacto ambiental em ato do Conselho

Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos

Estaduais de Meio Ambiente; (Quando aparecer algum órgão do

SISNAMA podem ficar ligados, pois na prova os examinadores adoram

trocar os nomes. Vão dizer aqui que é o Ibama, o MMA...Não caiam

nesse tipo de pegadinha!)

A supressão de vegetação nativa protetora de restingas,

dunas e nascentes somente poderá ser autorizada em caso de

utilidade pública.

Mnemônico:

RE DU NA

supressão

SOMENTE

em caso de

UTILIDADE PÚBLICA!

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ATENÇÃO! EXCEÇÃO! A intervenção ou a supressão de

vegetação nativa em restingas e manguezais poderá ser

autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica

do manguezal esteja comprometida, para execução de obras

habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de

regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas

consolidadas ocupadas por população de baixa renda.

Vejam aqui outro absurdo, uma vez que o Poder Público prefere

executar obras nesses ecossistemas frágeis e já comprometidos a fazer a

sua recuperação ambiental.

É DISPENSADA a autorização do órgão ambiental

competente para a execução, em caráter de urgência, de

atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa

civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas

urbanas.

É PERMITIDO o acesso de pessoas e animais às Áreas de

Preservação Permanente para obtenção de água e para realização de

atividades de baixo impacto ambiental.

Áreas de Uso Restrito

Nos pantanais e planícies pantaneiras é permitida a

exploração ecologicamente sustentável, devendo-se considerar as

recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa, ficando novas

supressões de vegetação nativa para uso alternativo do solo

condicionadas à autorização do órgão estadual do meio ambiente.

Em áreas de inclinação entre 25° e 45°, serão permitidos o

manejo florestal sustentável e o exercício de atividades

agrossilvipastoris, bem como a manutenção da infraestrutura física

associada ao desenvolvimento das atividades, observadas boas

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práticas agronômicas, sendo vedada a conversão de novas áreas,

excetuadas as hipóteses de utilidade pública e interesse social.

Uso Ecologicamente Sustentável dos Apicuns e Salgados

A Zona Costeira é patrimônio nacional, nos termos do § 4o do

art. 225 da Constituição, devendo sua ocupação e exploração se

dar de modo ecologicamente sustentável.

Galera, aqui o Código Florestal apenas ratificou o disposto na

CF/88. Lembrando que segundo a Constituição são PATRIMÔNIO

NACIONAL: a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a

Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira, e sua

utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a

preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos

naturais.

Antes de falarmos dos Apicuns e Salgados, é importante dizer que o

Código Florestal não os lista como APPs, mas exige que o uso dessas

áreas seja feito de forma ecologicamente sustentável.

Admitido manejo florestal sustentável

Admitido manejo florestal sustentável

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Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de

carcinicultura e salinas, desde que observados os seguintes

requisitos:

I - área total ocupada em cada Estado não superior a 10% dessa

modalidade de fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% no

restante do País, excluídas as ocupações consolidadas que atendam ao

disposto no § 6º do art. 11-A;

Resumindo:

Área total ocupada com a atividade em cada Estado:

10% dos apicuns e salgados se for no Bioma Amazônico.

35% dos apicuns e salgados se for no restante do País.

II - salvaguarda da absoluta integridade dos manguezais

arbustivos e dos processos ecológicos essenciais a eles associados,

bem como da sua produtividade biológica e condição de berçário de

recursos pesqueiros;

III - licenciamento da atividade e das instalações pelo órgão

ambiental estadual, cientificado o Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama e, no caso de uso

de terrenos de marinha ou outros bens da União, realizada regularização

prévia da titulação perante a União;

IV - recolhimento, tratamento e disposição adequados dos

efluentes e resíduos;

V - garantia da manutenção da qualidade da água e do solo,

respeitadas as Áreas de Preservação Permanente; e

V - respeito às atividades tradicionais de sobrevivência das

comunidades locais.

*Carcinicultura é a criação de camarão. Essa atividade pode

causar significativos impactos ambientais. Carcinicultura, seus impactos e

a aplicação do princípio da precaução já foram objetos de cobrança do

Cespe/UNB na prova discursiva de Analista Ambiental do MMA.

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*Salgado ou marismas tropicais hipersalinos: áreas situadas

em regiões com frequências de inundações intermediárias entre marés de

sizígias e de quadratura, com solos cuja salinidade varia entre 100 (cem)

e 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), onde pode ocorrer a

presença de vegetação herbácea específica.

*Apicum: áreas de solos hipersalinos (elevada salinidade) situadas

nas regiões entremarés superiores, inundadas apenas pelas marés de

sizígias, que apresentam salinidade superior a 150 partes por 1.000,

desprovidas de vegetação vascular.

A licença ambiental será de 5 anos, renovável apenas se o

empreendedor cumprir as exigências da legislação ambiental e do

próprio licenciamento, mediante comprovação anual inclusive por mídia

fotográfica.

São sujeitos à apresentação de Estudo Prévio de Impacto

Ambiental EPIA e Relatório de Impacto Ambiental RIMA os novos

empreendimentos:

I com área superior a 50 hectares, vedada a fragmentação do projeto

para ocultar ou camuflar seu porte;

II com área de até 50 hectares, se potencialmente causadores de

significativa degradação do meio ambiente; ou

III localizados em região com adensamento de empreendimentos

de carcinicultura ou salinas cujo impacto afete áreas comuns.

O órgão licenciador competente, mediante decisão motivada,

poderá, sem prejuízo das sanções administrativas, civis e penais

cabíveis, bem como do dever de recuperar os danos ambientais

causados, alterar as condicionantes e as medidas de controle e

adequação, quando ocorrer:

I - descumprimento ou cumprimento inadequado das condicionantes ou

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medidas de controle previstas no licenciamento, ou desobediência às

normas aplicáveis;

II - fornecimento de informação falsa, dúbia ou enganosa, inclusive por

omissão, em qualquer fase do licenciamento ou período de validade da

licença; ou

III - superveniência de informações sobre riscos ao meio ambiente ou à

saúde pública.

A ampliação da ocupação de apicuns e salgados respeitará o

Zoneamento Ecológico-Econômico da Zona Costeira - ZEEZOC.

É assegurada a regularização das atividades e empreendimentos

de carcinicultura e salinas cuja ocupação e implantação tenham ocorrido

antes de 22 de julho de 2008, desde que o empreendedor, pessoa física

ou jurídica, comprove sua localização em apicum ou salgado e se

obrigue, por termo de compromisso, a proteger a integridade dos

manguezais arbustivos adjacentes.

É vedada a manutenção, licenciamento ou regularização, em

qualquer hipótese ou forma, de ocupação ou exploração irregular em

apicum ou salgado, ressalvadas as exceções previstas no próprio Código.

Área de Reserva Legal

Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade

ou posse rural com a função de assegurar o uso econômico de modo

sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a

conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a

conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna

silvestre e da flora nativa.

Importante frisar que a Reserva Legal é exigida em propriedades ou

posses rurais. Já as Áreas de Preservação Permanentes devem ser

mantidas tanto em áreas rurais quanto urbanas.

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ATENÇÃO! É muito comum questões com os percentuais mínimos

da Reserva Legal. Logo, memorizem os percentuais mínimos.

Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de

vegetação nativa, a título de Reserva Legal, sem prejuízo da

aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente,

observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do

imóvel:

I - localizado na Amazônia Legal:

Obs.: O percentual de Reserva Legal em imóvel situado em área de

formações florestais, de cerrado ou de campos gerais na Amazônia Legal

será definido considerando separadamente os índices.

Imóvel situado em área de florestas

Imóvel situado em área de cerrado

Imóvel situado em área de campos gerais;

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II - localizado nas demais regiões do País:

*Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima,

Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do

paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano

de 44° W, do Estado do Maranhão.

Independentemente do Bioma, desde que não seja na Amazônia Legal.

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ATENÇÃO!

De acordo com o art. 68 do Código, os proprietários ou possuidores

de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa

respeitando os percentuais de Reserva Legal previstos pela legislação em

vigor à época em que ocorreu a supressão são dispensados de promover

a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais

exigidos.

Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais poderão provar

essas situações consolidadas por documentos tais como a descrição de

fatos históricos de ocupação da região, registros de comercialização,

dados agropecuários da atividade, contratos e documentos bancários

relativos à produção, e por todos os outros meios de prova em direito

admitidos.

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Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia

Legal, e seus herdeiros necessários que possuam índice de Reserva Legal

maior que 50% de cobertura florestal e não realizaram a supressão da

vegetação nos percentuais previstos pela legislação em vigor à época

poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal também para fins de

constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Ambiental - CRA e

outros instrumentos congêneres previstos no Código Florestal.

Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título,

inclusive para assentamentos pelo Programa de Reforma Agrária, será

considerada, para delimitação da área de Reserva Legal a área do

imóvel antes do fracionamento.

Prestem atenção no INCLUSIVE para assentamentos pelo Programa

de Reforma Agrária. A prova pode vir com um "exceto", "exclusive".

Fiquem ligados!

O percentual de Reserva Legal em imóvel situado em área de

formações florestais, de cerrado ou de campos gerais na Amazônia Legal

será definido considerando separadamente os índices.

No caso de imóvel localizado em floresta na Amazônia Legal, o

poder público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50%, para

fins de recomposição, quando o Município tiver mais de 50% da área

ocupada por unidades de conservação da natureza de domínio público e

por terras indígenas homologadas.

Ainda em imóvel localizado em floresta na Amazônia Legal, o poder

público estadual, ouvido o Conselho Estadual de Meio Ambiente,

poderá reduzir a Reserva Legal para até 50%, quando o Estado tiver

Zoneamento Ecológico-Econômico aprovado e mais de 65% do seu

território ocupado por unidades de conservação da natureza de domínio

público, devidamente regularizadas, e por terras indígenas homologadas.

Os empreendimentos de abastecimento público de água e

tratamento de esgoto não estão sujeitos à constituição de Reserva

Legal.

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Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou

desapropriadas:

por detentor de concessão, permissão ou autorização para

exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais

funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica,

subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de

distribuição de energia elétrica.

com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de

rodovias e ferrovias.

Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico -

ZEE estadual, realizado segundo metodologia unificada, o poder

público federal poderá:

I - reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante

recomposição, regeneração ou compensação da Reserva Legal de imóveis

com área rural consolidada, situados em área de floresta localizada na

Amazônia Legal, para até 50% da propriedade, excluídas as áreas

prioritárias para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos e

os corredores ecológicos.

II - ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% dos percentuais

previstos nesta Lei, para cumprimento de metas nacionais de proteção à

biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito estufa.

A localização da área de Reserva Legal no imóvel rural deverá levar

em consideração os seguintes estudos e critérios:

I - o plano de bacia hidrográfica;

II - o Zoneamento Ecológico-Econômico;

III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal,

com Área de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou

com outra área legalmente protegida;

IV - as áreas de maior importância para a conservação da

biodiversidade; e

V - as áreas de maior fragilidade ambiental.

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O órgão estadual integrante do Sisnama ou instituição por ele

habilitada deverá aprovar a localização da Reserva Legal após a inclusão

do imóvel no CAR.

Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente

no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que:

I - não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do

solo;

II - a área a ser computada esteja conservada ou em processo de

recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual

integrante do Sisnama; e

III - o proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no

Cadastro Ambiental Rural - CAR, nos termos da Lei 12.651/12.

O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal

conservada e inscrita no Cadastro Ambiental Rural - CAR cuja área

ultrapasse o mínimo exigido por lei, poderá utilizar a área excedente

para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva

Ambiental e outros instrumentos congêneres previstos no Código

Florestal.

*Cota de Reserva Ambiental - CRA, título nominativo

representativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo

de recuperação: I - sob regime de servidão ambiental; II -

correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre

a vegetação que exceder os percentuais exigidos no art. 12 do Código

Florestal; III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio

Natural - RPPN; IV - existente em propriedade rural localizada no interior

de Unidade de Conservação de domínio público que ainda não tenha sido

desapropriada.

*Servidão Ambiental: Instrumento pelo qual o proprietário ou

possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, por instrumento

público ou particular ou por termo administrativo firmado perante órgão

integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de

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parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais

existentes. A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob

servidão ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a

Reserva Legal.

Obs.: A servidão ambiental é disciplinada pela Lei 6.938/81 (Política

Nacional do Meio Ambiente).

Poderá ser instituído Reserva Legal em regime de condomínio ou

coletiva entre propriedades rurais, respeitado o percentual exigido em

relação a cada imóvel, mediante a aprovação do órgão competente do

Sisnama.

Regime de Proteção da Reserva Legal

A Reserva Legal deve ser conservada com cobertura de

vegetação nativa pelo proprietário do imóvel rural, possuidor ou

ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou

privado.

Admite-se a exploração econômica da Reserva Legal

mediante manejo sustentável, previamente aprovado pelo órgão

competente do Sisnama, de acordo com as seguintes modalidades de

práticas de exploração seletiva:

manejo sustentável SEM propósito comercial para consumo na

propriedade e

manejo sustentável para exploração florestal COM propósito

comercial.

O manejo sustentável para exploração florestal eventual SEM

propósito comercial, para consumo no próprio imóvel, independe de

autorização dos órgãos competentes, devendo apenas ser

declarados previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração

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e o volume explorado, limitada a exploração anual a 20 metros cúbicos.

O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal

COM propósito comercial depende de autorização do órgão

competente e deverá atender as seguintes diretrizes e orientações:

I - não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a

conservação da vegetação nativa da área;

II - assegurar a manutenção da diversidade das espécies;

III - conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas

que favoreçam a regeneração de espécies nativas.

É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como

frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar:

I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos

específicos, quando houver;

II - a época de maturação dos frutos e sementes;

III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de

indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas,

cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes.

Para fins de manejo de Reserva Legal na pequena propriedade ou

posse rural familiar, os órgãos integrantes do Sisnama deverão

estabelecer procedimentos simplificados de elaboração, análise e

aprovação de tais planos de manejo.

É obrigatória a suspensão imediata das atividades em Área

de Reserva Legal desmatada irregularmente após 22 de julho de

2008.

A inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural - CAR é

condição obrigatória para a adesão ao Programa de Regularização

Ambiental - PRA.

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Com base no requerimento de adesão ao PRA, o órgão competente

integrante do Sisnama convocará o proprietário ou possuidor para assinar

o termo de compromisso, que constituirá título executivo extrajudicial.

A partir da assinatura do termo de compromisso, serão suspensas

as sanções decorrentes das infrações. Cumpridas as obrigações

estabelecidas no PRA ou no termo de compromisso para a regularização

ambiental, nos prazos e condições neles estabelecidos, as multas serão

consideradas como convertidas em serviços de preservação, melhoria e

recuperação da qualidade do meio ambiente, regularizando o uso de

áreas rurais consolidadas conforme definido no PRA.

A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão

ambiental competente por meio de inscrição no Cadastro

Ambiental Rural - CAR sendo vedada a alteração de sua

destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de

desmembramento, com as exceções previstas na Lei 12.651/12.

Exploração Florestal de acordo com o Novo Código Florestal

A exploração de florestas nativas e formações sucessoras, de

domínio público ou privado, ressalvados os casos previstos nos arts.

21, 23 e 24 do Código Florestal, dependerá de licenciamento pelo

órgão competente do Sisnama, mediante aprovação prévia de

Plano de Manejo Florestal Sustentável – PMFS, que contemple

técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo

compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea

forme.

Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS

O PMFS atenderá os seguintes fundamentos técnicos e científicos:

I - caracterização dos meios físico e biológico;

II - determinação do estoque existente;

III - intensidade de exploração compatível com a capacidade de suporte

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ambiental da floresta;

IV - ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do

volume de produto extraído da floresta;

V - promoção da regeneração natural da floresta;

VI - adoção de sistema silvicultural adequado;

VII - adoção de sistema de exploração adequado;

VIII - monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente;

IX - adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais.

A aprovação do PMFS pelo órgão competente do Sisnama confere

ao seu detentor a licença ambiental para a prática do manejo florestal

sustentável, não se aplicando outras etapas de licenciamento ambiental.

PMFS aprovado é a licença que autoriza a exploração florestas nativas e

formações sucessoras, de domínio público ou privado.

O detentor do PMFS encaminhará relatório anual ao órgão

ambiental competente com as informações sobre toda a área de manejo

florestal sustentável e a descrição das atividades realizadas.

O PMFS será submetido a vistorias técnicas para fiscalizar as

operações e atividades desenvolvidas na área de manejo.

Para fins de manejo florestal na pequena propriedade ou posse

rural familiar, os órgãos do Sisnama deverão estabelecer

procedimentos simplificados de elaboração, análise e aprovação dos

referidos PMFS. Para a pequena propriedade ou posse rural familiar há um

procedimento simplificado tanto para o PMFS quanto para o PRAD.

Compete ao órgão federal de meio ambiente a aprovação de

PMFS incidentes em florestas públicas de domínio da União.

São isentos de PMFS:

I - a supressão de florestas e formações sucessoras para uso alternativo

do solo (Entende-se por uso alternativo do solo a substituição de

florestas e formações sucessoras por outras coberturas do solo, tais

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como projetos de assentamento para reforma agrária, agropecuários,

industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de

transporte.);

II - o manejo e a exploração de florestas plantadas localizadas fora das

Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal;

III - a exploração florestal não comercial realizada na pequena

propriedade ou posse rural familiar ou por populações tradicionais.

As pessoas físicas ou jurídicas que utilizam matéria-prima

florestal em suas atividades devem suprir-se de recursos

oriundos de:

florestas plantadas;

PMFS de floresta nativa aprovado pelo órgão competente do

Sisnama;

supressão de vegetação nativa autorizada pelo órgão competente

do Sisnama;

outras formas de biomassa florestal definidas pelo órgão

competente do Sisnama.

São obrigadas à REPOSIÇÃO FLORESTAL as pessoas físicas ou

jurídicas que utilizam matéria-prima florestal oriunda de supressão

de vegetação nativa ou que detenham autorização para supressão de

vegetação nativa.

É isento da obrigatoriedade da reposição florestal aquele que

utilize:

I - costaneiras, aparas, cavacos ou outros resíduos provenientes da

atividade industrial

II - matéria-prima florestal:

a) oriunda de PMFS;

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b) oriunda de floresta plantada;

c) não madeireira.

A isenção da obrigatoriedade da reposição florestal não desobriga o

interessado da comprovação perante a autoridade competente da origem

do recurso florestal utilizado.

A reposição florestal será efetivada no Estado de origem da

matéria-prima utilizada, mediante o plantio de espécies

preferencialmente nativas, conforme determinações do órgão

competente do Sisnama. Eu considero mais um retrocesso, afinal a

reposição aplica-se aos casos de supressão de vegetação nativa. Mas, o

novo Código Florestal exige que essa reposição seja realizada mediante o

plantio de espécies PREFERENCIALMENTE nativas. Na prova podem

afirmar que é obrigatoriamente, o que tornaria a afirmativa

errada!

As empresas industriais que utilizam grande quantidade de

matéria-prima florestal são obrigadas a elaborar e implementar

Plano de Suprimento Sustentável - PSS, a ser submetido à aprovação

do órgão competente do Sisnama. O PSS assegurará produção

equivalente ao consumo de matéria-prima florestal pela atividade

industrial.

O PSS de empresas siderúrgicas, metalúrgicas ou outras que

consumam grandes quantidades de carvão vegetal ou lenha

estabelecerá a utilização exclusiva de matéria-prima oriunda de

florestas plantadas ou de PMFS e será parte integrante do

processo de licenciamento ambiental do empreendimento.

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Controle da Origem dos Produtos Florestais de acordo com o novo

Código Florestal

O controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos

ou subprodutos florestais incluirá sistema nacional que integre os dados

dos diferentes entes federativos, coordenado, fiscalizado e

regulamentado pelo órgão federal competente do SISNAMA

(IBAMA).

Os dados do sistema serão disponibilizados para acesso público por

meio da rede mundial de computadores, cabendo ao órgão federal

coordenador do sistema fornecer os programas de informática a serem

utilizados e definir o prazo para integração dos dados e as informações

que deverão ser aportadas ao sistema nacional.

Não é exigida autorização prévia para o plantio ou o

reflorestamento com espécies florestais nativas (ex: Araucária) ou

exóticas (ex.: Eucalipto), desde que observadas as limitações e

condições previstas no Código Florestal, devendo ser informados ao órgão

competente, no prazo de até 1 ano, para fins de controle de origem.

É livre a extração de lenha e demais produtos de florestas

plantadas desde que NÃO estejam em APP (Área de Preservação

Permanente) e RL (Reserva Legal).

O corte ou a exploração de espécies nativas plantadas em

área de uso alternativo do solo serão permitidos

independentemente de autorização prévia, devendo o plantio ou

reflorestamento estar previamente cadastrado no órgão ambiental

competente e a exploração ser previamente declarada nele para fins de

controle de origem.

O órgão federal coordenador do sistema nacional poderá bloquear a

emissão de Documento de Origem Florestal - DOF dos entes

federativos não integrados ao sistema e fiscalizar os dados e relatórios

respectivos.

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O transporte, por qualquer meio, e o armazenamento de

madeira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos florestais

oriundos de florestas de espécies nativas, para fins comerciais ou

industriais, requerem licença do órgão competente do Sisnama.

A licença será formalizada por meio da emissão do DOF, que

deverá acompanhar o material até o beneficiamento final.

Para a emissão do DOF, a pessoa física ou jurídica responsável

deverá estar registrada no Cadastro Técnico Federal de Atividades

Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos

Ambientais, previsto no art. 17 da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981.

Quem receber ou adquirir, para fins comerciais ou

industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos ou subprodutos de

florestas de espécies nativas é obrigado a exigir a apresentação do

DOF e munir-se da via que deverá acompanhar o material até o

beneficiamento final.

No DOF deverão constar a especificação do material, sua volumetria

e dados sobre sua origem e destino.

O COMÉRCIO de plantas VIVAS e outros produtos oriundos

da FLORA NATIVA dependerá de licença do órgão ESTADUAL

competente do Sisnama e de registro no Cadastro Técnico Federal de

Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos

Ambientais, previsto no art. 17 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de

1981, sem prejuízo de outras exigências cabíveis.

A EXPORTAÇÃO de plantas vivas e outros produtos da flora

dependerá de licença do órgão FEDERAL competente do Sisnama.

Pessoal, notem que o comércio de plantas vivas e outros

produtos oriundos da FLORA NATIVA dependerá de licença do

órgão ESTADUAL e a exportação de plantas vivas dependerá de

licença do órgão FEDERAL!

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Controle do Desmatamento

O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do

desmatamento em desacordo com o disposto no Código Florestal, deverá

embargar a obra ou atividade que deu causa ao uso alternativo do solo,

como medida administrativa voltada a impedir a continuidade do dano

ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à

recuperação da área degradada.

O embargo restringe-se aos locais onde efetivamente

ocorreu o desmatamento ilegal, não alcançando as atividades de

subsistência ou as demais atividades realizadas no imóvel não

relacionadas com a infração.

Cadastro Ambiental Rural (CAR)

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um registro público

eletrônico nacional, no âmbito do Sistema Nacional de Informação

sobre Meio Ambiente - SINIMA, obrigatório para todos os imóveis

rurais (posses e propriedades rurais), com a finalidade de integrar as

informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base

de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e

econômico e combate ao desmatamento.

A inscrição do imóvel rural no CAR tem natureza declaratória e

permanente, devendo ser realizada preferencialmente junto ao órgão

ambiental municipal ou estadual competente do Sistema Nacional do Meio

Ambiente - SISNAMA. De acordo com o Decreto 8.235, de 2014, a

inscrição no CAR será realizada por meio do Sistema de Cadastro

Ambiental Rural – Sicar, sistema eletrônico de âmbito nacional

destinado ao gerenciamento de informações ambientais dos

imóveis rurais.

O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no

Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da

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publicação do Código Florestal e o registro no CAR, o proprietário ou

possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade

deste ato.

O cadastramento não será considerado título para fins de

reconhecimento do direito de propriedade ou posse, tampouco elimina a

necessidade de cumprimento do disposto no art. 2o da Lei no 10.267, de

28 de agosto de 2001.

Realizada a inscrição no CAR, os proprietários ou os possuidores de

imóveis rurais com passivo ambiental relativo às Áreas de Preservação

Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito poderão proceder à

regularização ambiental mediante adesão aos Programas de

Regularização Ambiental dos Estados e do Distrito Federal – PRA.

A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante

lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da

área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao

registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a

legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor.

Importante mencionar que após 5 anos da data da publicação do

Código Florestal, as instituições financeiras só concederão crédito

agrícola, em qualquer de suas modalidades, para proprietários de imóveis

rurais que estejam inscritos no CAR.

Supressão de Vegetação para Uso Alternativo do Solo

A supressão de vegetação nativa para uso alternativo do

solo, tanto de domínio público como de domínio privado,

dependerá do cadastramento do imóvel no CAR e de prévia

autorização do órgão estadual competente do Sisnama.

*Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e

formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades

agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de

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mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de

ocupação humana.

No caso de reposição florestal, deverão ser priorizados

projetos que contemplem a utilização de espécies NATIVAS do

MESMO BIOMA onde ocorreu a supressão. Pessoal, notem que

deverão ser priorizados! Não é obrigatório!

Nas áreas passíveis de uso alternativo do solo, a supressão

de vegetação que abrigue espécie da flora ou da fauna ameaçada

de extinção, segundo lista oficial publicada pelos órgãos federal

ou estadual ou municipal do Sisnama, ou espécies migratórias,

dependerá da adoção de medidas compensatórias e mitigadoras

que assegurem a conservação da espécie.

NÃO é permitida a conversão de vegetação nativa para uso

alternativo do solo no imóvel rural que possuir área abandonada.

Cota de Reserva Ambiental - CRA

É um título nominativo representativo de área com vegetação

nativa, existente ou em processo de recuperação:

I - sob regime de servidão ambiental;

II - correspondente à área de Reserva Legal instituída

voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais

exigidos pelo Código Florestal;

III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio

Natural - RPPN;

IV - existente em propriedade rural localizada no interior de

Unidade de Conservação de domínio público que ainda não tenha

sido desapropriada.

A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa

localizada em área de RPPN instituída em sobreposição à Reserva Legal

do imóvel.

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A Cota de Reserva Florestal - CRF emitida nos termos do art. 44-B

da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965, passa a ser considerada,

pelo efeito do novo Código Florestal, como Cota de Reserva Ambiental.

O vínculo de área à CRA será averbado na matrícula do respectivo

imóvel no registro de imóveis competente.

O órgão federal pode delegar ao órgão estadual competente

atribuições para emissão, cancelamento e transferência da CRA,

assegurada a implementação de sistema único de controle.

Cada CRA corresponderá a 1 hectare:

I - de área com vegetação nativa primária ou com vegetação

secundária em qualquer estágio de regeneração ou recomposição;

II - de áreas de recomposição mediante reflorestamento com espécies

nativas.

O estágio sucessional ou o tempo de recomposição ou regeneração

da vegetação nativa será avaliado pelo órgão ambiental estadual

competente com base em declaração do proprietário e vistoria de campo.

A CRA não poderá ser emitida pelo órgão ambiental competente

quando a regeneração ou recomposição da área forem improváveis ou

inviáveis.

A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa

física ou a pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo

assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente.

A CRA só pode ser utilizada para compensar Reserva Legal

de imóvel rural situado no mesmo bioma da área à qual o título

está vinculado.

A CRA só pode ser utilizada para fins de compensação de Reserva

Legal se respeitados os seguintes requisitos:

As áreas a serem utilizadas para compensação deverão:

I - ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser

compensada;

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II - estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a

ser compensada;

III - se fora do Estado, estar localizadas em áreas identificadas

como prioritárias pela União ou pelos Estados.

A utilização de CRA para compensação da Reserva Legal será

averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a área vinculada ao

título e na do imóvel beneficiário da compensação.

Cabe ao proprietário do imóvel rural em que se situa a área

vinculada à CRA a responsabilidade plena pela manutenção das condições

de conservação da vegetação nativa da área que deu origem ao título.

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Resumo sobre APP e RL

APP RL

Artigos 4º e 6º da Lei 12.651/12.

Artigo 12 da Lei 12.651/12.

Área urbana ou rural Área rural

REGRA GERAL: A intervenção ou a

supressão de vegetação nativa em

Área de Preservação Permanente

somente ocorrerá nas hipóteses de

utilidade pública, de interesse

social ou de baixo impacto

ambiental previstas no Código

Florestal.

A supressão de vegetação nativa

protetora de nascentes, dunas e

restingas somente poderá ser

autorizada em caso de utilidade

pública.

REGRA GERAL: Admite-se a

exploração sob manejo florestal

sustentável, previamente aprovado

pelo órgão competente do Sisnama.

É livre a coleta de produtos

florestais não madeireiros, tais

como frutos, cipós, folhas e

sementes, devendo-se observar os

critérios definidos no Código

Florestal.

Não há um percentual mínimo,

pois a delimitação depende do

caso concreto.

Exemplos:

*Matas ciliares (de 30 – 500

metros). A faixa marginal depende

da largura do curso d’ água.

*Áreas no entorno das nascentes e

dos olhos d’água perenes,

qualquer que seja sua situação

topográfica, no raio mínimo de 50

metros.

* as restingas, como fixadoras de

Há percentuais mínimos em

relação à área do imóvel:

I - localizado na Amazônia Legal:

a) 80%, no imóvel situado em

área de florestas;

b) 35%, no imóvel situado em

área de cerrado;

c) 20%, no imóvel situado em área

de campos gerais;

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dunas ou estabilizadoras de

mangues.

*os manguezais, em toda a sua

extensão.

*as áreas em altitude superior a

1.800 metros, qualquer que seja a

vegetação.

II - localizado nas demais regiões

do País: 20%.

A área de Reserva Legal deverá ser

registrada no órgão ambiental

competente por meio de inscrição

no CAR (Cadastro Ambiental Rural).

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Lista de Questões (As questões comentadas estão na sequência)

Julgue os itens abaixo como certo ou errado:

1 – (Questão elaborada pelo autor)

Consideram-se Áreas de Preservação Permanente, em zonas

rurais ou urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água

natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a

borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 metros,

para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura.

2 – (Questão elaborada pelo autor)

As áreas de preservação permanente são áreas protegidas,

coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade

geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e

flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações

humanas.

3 – (Questão elaborada pelo autor)

Ato do Chefe do Poder Executivo pode estabelecer áreas de

preservação permanente.

4 – (Questão elaborada pelo autor)

A Reserva Legal é uma área localizada em uma propriedade rural

ou urbana com a função de assegurar o uso econômico de modo

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sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a

conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover

a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção

de fauna silvestre e da flora nativa.

5 – (Questão elaborada pelo autor)

Os deveres associados às Áreas de Preservação Permanente

(APP) e à Reserva Legal (RL) têm natureza de obrigação propter

rem, isto é, aderem ao título de domínio ou posse.

6 - (Questão elaborada pelo autor)

O entorno de reservatórios d'água artificiais não recebem

proteção de acordo com o novo Código Florestal.

7 - (Questão elaborada pelo autor)

A reserva legal na Caatinga equivale a 20% da propriedade rural.

8 - (Questão elaborada pelo autor)

80% do imóvel situado em área de florestas localizado na

Amazônia Legal devem ser preservados como reserva legal.

9 - (Questão elaborada pelo autor)

É admitido o manejo florestal sustentável da vegetação da

Reserva Legal, de acordo com as diretrizes e orientações do

Código Florestal em vigor.

10 – (Questão elaborada pelo autor)

É possível que em uma propriedade não exista Área de

Preservação Permanente.

11 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

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Com base na Lei n.º 12.651/2012, considera­se área rural

consolidada aquela com ocupação antrópica preexistente a 22 de

julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades

agrossilvopastoris, admitida, neste último caso, a adoção do

regime de pousio.

12 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

Considera­se como interesse social o manejo agroflorestal

sustentável, consistente na administração da vegetação natural

para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais.

13 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

A utilização e a exploração da vegetação de forma contrária à

mencionada lei configura uso irregular da propriedade, com

possibilidade de responsabilidades civil, penal e administrativa.

14 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

A reserva legal consiste em área localizada no interior de uma

propriedade ou posse, com a função de assegurar, entre outras

funções, o uso econômico sustentável dos recursos naturais.

15 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

Tício adquiriu imóvel de Paulo, mediante registro no Registro de

Imóveis e atendimento de todas as formalidades legais.

Posteriormente, constatado que a área estava contaminada com

metais pesados, o Ministério Público promoveu ação civil pública

em face de Tício. Nesse caso, de acordo com o entendimento

uniforme do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que

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considerando que se cuida de obrigação propter rem, Tício assume

o ônus de manter a preservação, sendo possível impor obrigação

de fazer consistente na recomposição da área e/ou indenização.

16 - (CESPE / UnB – Consultor Legislativo Área XI – Câmara dos

Deputados - 2014)

A Construção de obras de infraestrutura destinadas às concessões

públicas, como uma barragem para a exploração de potencial

hidrelétrico, pode ser considerada como atividade de utilidade

pública para fins de supressão de vegetação nativa em APP.

17 - (CESPE / UnB– Técnico Bancário – BASA – 2012)

Entre as novidades do Código Florestal, a única elogiada pelos

movimentos ecológicos é a que elimina a necessidade de

manutenção de áreas de reserva legal na Amazônia.

18 - (CESPE / UnB – Técnico Bancário – BASA – 2012)

A presidenta Dilma Rousseff, além de vetar diversos pontos do

novo Código Florestal, apresentou medida provisória com diversas

propostas de modificação no texto aprovado pelo Congresso

Nacional.

19 - (CESPE / UnB – Técnico Bancário – BASA – 2012)

Depois da aprovação do novo Código Florestal pelo Congresso

Nacional, houve diversas manifestações, principalmente de

ambientalistas. Nessas manifestações, reivindicou-se o veto

integral ao texto.

20 - (CESPE / UnB – Técnico Bancário – BASA – 2012)

O motivo principal para a edição do novo Código Florestal foi a

obsolescência do texto anterior, que não sofria alterações desde

sua edição, na época dos governos militares.

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21 - (CESPE / UnB – Defensoria Pública do TO – 2013)

A área de preservação permanente é a que se localiza no interior

de uma propriedade ou posse rural, devendo ser mantida a sua

cobertura vegetal nativa, por ser ela necessária ao abrigo e

proteção da fauna e flora nativas, à conservação da biodiversidade

e à reabilitação dos processos ecológicos.

22 - (CESPE / UnB – Promotor de Justiça - MPE/AC - 2014)

Permite-se o acesso de pessoas às áreas de preservação

permanente para a obtenção de água e para o exercício de

atividades de exploração agroflorestal sustentável de baixo ou

médio impacto ao meio ambiente.

23 - (CESPE / UnB – Consultor Legislativo Área XI – Câmara dos

Deputados - 2014)

A APP, em zonas rurais ou urbanas, compreende tanto a

vegetação existente em áreas públicas, quanto a vegetação de

áreas privadas.

24 - (FGV-2011-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-V)

João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado

pelo rio formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação

civil pública proposta pelo município de belas veredas, que o

responsabiliza civilmente por ter cometido corte raso na mata

ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi

cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já praticava o

plantio de milho no local.

Em razão do exposto, é correto afirmar que

(a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como

não há nexo de causalidade entre a ação do novo proprietário e o

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corte raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e

João não será obrigado a reparar o dano.

(b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve

em cinco anos por força da lei 9.873/99. Logo, João não será

obrigado a reparar o dano.

(c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá

mais utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização,

a ser paga pelo poder público, por força do princípio do protetor-

recebedor.

(d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem;

sendo obrigação de conservação, é automaticamente transferida

do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.

25 - (FGV – X EXAME UNIFICADO – OAB - 28 / 04 /2013)

João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural já

degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para

consumo próprio. Alguns meses depois, ele é notificado pela

autoridade ambiental local de que a área é de preservação

permanente.

Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

A) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não

tendo sido responsável por sua degradação, uma vez que se trata

de obrigação propter rem.

B) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso

soubesse do dano ambiental cometido pelo antigo proprietário,

em homenagem ao princípio da boa-fé.

C) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário,

causador do dano, uma vez que João não pode ser

responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.

D) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João,

mas da Administração Pública, em razão da omissão na

fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade.

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26 - (FGV-2014-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XIV)

A definição dos espaços territoriais especialmente protegidos é

fundamental para a manutenção dos processos ecológicos.

Sobre o instituto da reserva legal, de acordo com o novo Código

Florestal (lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.

a) pode ser instituído em área rural ou urbana, desde que

necessário à reabilitação dos processos ecológicos.

b) incide apenas sobre imóveis rurais, e sua área deve ser

mantida sem prejuízo da aplicação das normas sobre as áreas de

preservação permanente.

c) foi restringida, de acordo com a lei n. 12.651/2012, às

propriedades abrangidas por unidades de conservação.

d) incide apenas sobre imóveis públicos, consistindo em área

protegida para a preservação da estabilidade geológica e da

biodiversidade.

27 - (FGV-2014-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XV)

No curso de obra pública, a administração pública causa dano em

local compreendido por área de preservação permanente. Sobre o

caso apresentado, assinale a opção que indica de quem é a

responsabilidade ambiental.

a) em se tratando de área de preservação permanente, que

legalmente é de domínio público, o ente só responde pelos danos

ambientais nos casos de atuação com dolo ou grave.

b) em se tratando de área de preservação permanente, a

administração pública responderá de forma objetiva pelos danos

causados ao meio ambiente, independentemente das

responsabilidades administrativa e penal.

c) em se tratando de dano ambiental com área de preservação

permanente, a administração pública não tem responsabilidade,

sob pena de confusão, recaindo sobre o agente público causador

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do dano, independentemente das responsabilidades

administrativa e penal.

d) trata-se de caso de responsabilidade subjetiva solidária de

todos aqueles que contribuíram para a prática do dano, inclusive

do agente público que determinou a prática do ato.

28 - (FGV-2015-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XVI)

Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal

em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o

instituto da Reserva Legal, de acordo com a disciplina do Novo

Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), assinale a afirmativa

correta.

A) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do

Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR),

compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo.

B) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o

adquirente não tem o dever de recompor a área de Reserva Legal,

mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da

obrigação.

C) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva

Legal, conduta tipificada como crime pelo Novo Código Florestal

(Lei nº 12.651/2012).

D) A área compreendida pela Reserva Legal é considerada

Unidade de Conservação de Uso Sustentável, admitindo

exploração somente se inserida no plano de manejo instituído

pelo Poder Público.

29 - (FGV-2015-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XVIII)

João acaba de adquirir dois imóveis, sendo um localizado em área

urbana e outro, em área rural. Por ocasião da aquisição de ambos

os imóveis, João foi alertado pelos alienantes de que os imóveis

contemplavam áreas de preservação permanente (APP) e de que,

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por tal razão, ele deveria buscar uma orientação mais

especializada, caso desejasse nelas intervir.

Considerando a disciplina legal das áreas de preservação

permanente (APP), bem como as possíveis preocupações gerais

de João, assinale a afirmativa correta.

a) as APPs não são passíveis de intervenção e utilização, salvo

decisão administrativa em sentido contrário de órgão estadual

integrante do sistema nacional de meio ambiente – SISNAMA,

uma vez que não há preceitos legais abstratamente prevendo

exceções à sua preservação absoluta e integral.

b) as hipóteses legais de APP, com o advento do denominado

“novo código florestal” – lei nº 12.651/2012 –, foram abolidas em

âmbito federal, subsistindo apenas nos casos em que os estados e

municípios assim as exijam legalmente.

c) as APPs são espaços territoriais especialmente protegidos,

comportando exceções legais para fins de intervenção, sendo

certo que os estados e os municípios podem prever outras

hipóteses de APP além daquelas dispostas em normas gerais,

inclusive em suas constituições estaduais e leis orgânicas, sendo

que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a

obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título

de promover a sua recomposição, obrigação esta de natureza

propter rem.

d) as APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às

áreas urbanas, sendo certo que a lei federal nº 12.651/2012

(“novo código florestal”), apesar de ter trazido significativas

mudanças no seu regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais

com mais de 100 hectares.

30 - (Vunesp – Engenheiro Ambiental – Prefeitura de Presidente

Prudente – 2016)

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De acordo com o Novo Código Florestal, assinale a alternativa que

apresenta uma definição correta.

(A) Manejo sustentável: administração da vegetação natural para

a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais,

respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema

objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou

alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras

ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a

utilização de outros bens e serviços. (B) Uso alternativo do solo:

área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a

função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a

estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico

de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das

populações humanas.

(C) Área de preservação permanente (APP): substituição de

vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas

do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e

transmissão de energia, de mineração e de transporte,

assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana.

(D) Reserva legal: área de imóvel rural com ocupação antrópica

preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias

ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a

adoção do regime de pousio.

(E) Área rural consolidada: área localizada no interior de uma

propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso

econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel

rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos

ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem

como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa.

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Questões COMENTADAS sobre o Novo Código Florestal (Lei

12.651/2012)

Julgue os itens abaixo como certo ou errado:

1 – (Questão elaborada pelo autor)

Consideram-se Áreas de Preservação Permanente, em zonas

rurais ou urbanas, as faixas marginais de qualquer curso d’água

natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a

borda da calha do leito regular, em largura mínima de 30 metros,

para os cursos d’água de menos de 10 metros de largura.

Certo. Art. 4º, I, a do Código Florestal.

2 – (Questão elaborada pelo autor)

As áreas de preservação permanente são áreas protegidas,

coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade

geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e

flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações

humanas.

Certo. Art. 3º, II do Código Florestal.

3 – (Questão elaborada pelo autor)

Ato do Chefe do Poder Executivo pode estabelecer áreas de

preservação permanente.

Certo. Art. 6º do Código Florestal.

4 – (Questão elaborada pelo autor)

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A Reserva Legal é uma área localizada em uma propriedade rural

ou urbana com a função de assegurar o uso econômico de modo

sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a

conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover

a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção

de fauna silvestre e da flora nativa.

Errado. Art. 3º, III do Código Florestal. A reserva legal é uma área

localizada no interior de uma propriedade ou posse rural.

5 – (Questão elaborada pelo autor)

Os deveres associados às Áreas de Preservação Permanente

(APP) e à Reserva Legal (RL) têm natureza de obrigação propter

rem, isto é, aderem ao título de domínio ou posse.

Certo. Art. 2º, § 2º e Art. 7º, § 1º e 2º do Código Florestal. As

obrigações previstas no Código Florestal têm natureza real e são

transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência

de domínio ou posse do imóvel rural (Obrigação propter rem).

6 - (Questão elaborada pelo autor)

O entorno de reservatórios d'água artificiais não recebem

proteção de acordo com o novo Código Florestal.

Errado. Art. 4º, III; Art. 5º; e Art. 62 do Código Florestal.

7 - (Questão elaborada pelo autor)

A reserva legal na Caatinga equivale a 20% da propriedade rural.

Certo. Art. 12, II do Código Florestal.

8 - (Questão elaborada pelo autor)

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80% do imóvel situado em área de florestas localizado na

Amazônia Legal devem ser preservados como reserva legal.

Certo. Art. 12, I, a do Código Florestal.

9 - (Questão elaborada pelo autor)

É admitido o manejo florestal sustentável da vegetação da

Reserva Legal, de acordo com as diretrizes e orientações do

Código Florestal em vigor.

Certo. Artigos 20, 22 e 23 do Código Florestal.

10 – (Questão elaborada pelo autor)

É possível que em uma propriedade não exista Área de

Preservação Permanente.

Certo. Sim, é possível caso não haja nenhuma área a ser protegida

conforme disposto no art. 4º ou 6º do Código Florestal.

11 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

Com base na Lei n.º 12.651/2012, considera­se área rural

consolidada aquela com ocupação antrópica preexistente a 22 de

julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades

agrossilvopastoris, admitida, neste último caso, a adoção do

regime de pousio.

Certo. Art. 3º, IV, Lei 12.651/2012. Para os efeitos desta Lei, entende-se

por área rural consolidada aquela com ocupação antrópica preexistente a

22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades

agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de

pousio.

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12 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

Considera­se como interesse social o manejo agroflorestal

sustentável, consistente na administração da vegetação natural

para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais.

Errado. De fato, o manejo sustentável é a administração da vegetação

natural para a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais,

respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do

manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização

de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e

subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços.

No entanto, essa atividade não se enquadra como caso de interesse

social.

Interesse social seria a exploração agroflorestal sustentável

praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por

povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a

cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área.

É considerada atividade eventual ou de baixo impacto ambiental a

exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável,

comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não

madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa

existente nem prejudiquem a função ambiental da área.

13 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

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A utilização e a exploração da vegetação de forma contrária à

mencionada lei configura uso irregular da propriedade, com

possibilidade de responsabilidades civil, penal e administrativa.

Certo. Consoante o caput art. 2º do novo Código Florestal temos que as

florestas existentes no território nacional e as demais formas de

vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem,

são bens de interesse comum a todos os habitantes do País,

exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a

legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem.

Ainda no mesmo artigo, em seu § 1º , o Código Florestal dispõe que na

utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões contrárias

às disposições desta Lei são consideradas uso irregular da

propriedade, aplicando-se o procedimento sumário previsto no inciso II

do art. 275 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de

Processo Civil, sem prejuízo da responsabilidade civil, nos termos do § 1º

do art. 14 da Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e das sanções

administrativas, civis e penais.

14 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

A reserva legal consiste em área localizada no interior de uma

propriedade ou posse, com a função de assegurar, entre outras

funções, o uso econômico sustentável dos recursos naturais.

Errado. O item parece simples, mas muitos erraram essa questão.

Vejamos...

Eu disse e repeti algumas vezes: RL é em área RURAL! Já a APP é em

área rural e urbana.

Mas, professor não fica subentendido que é propriedade rural? Não! Tem

propriedade em área urbana, oras! Do jeito que está na questão pode ser

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em meio rural e/ou urbano, uma vez que o item não especificou. Por isso,

está errado!

O examinador é tão cruel que depois de “uso econômico sustentável

dos recursos naturais” ainda omitiu “do imóvel rural” para não dar

nenhuma pista ao candidato sobre a casca de banana.

Alguém vai errar isso em uma prova? Pelo amor de Deus, hein?!

Para fixar:

Reserva Legal é a área localizada no interior de uma propriedade ou

posse RURAL, com a função de assegurar o uso econômico de

modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a

conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a

conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna

silvestre e da flora nativa.

15 - (Concurso para Ingresso na Magistratura de Carreira do

Estado do Rio de Janeiro – 2012)

Tício adquiriu imóvel de Paulo, mediante registro no Registro de

Imóveis e atendimento de todas as formalidades legais.

Posteriormente, constatado que a área estava contaminada com

metais pesados, o Ministério Público promoveu ação civil pública

em face de Tício. Nesse caso, de acordo com o entendimento

uniforme do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar que

considerando que se cuida de obrigação propter rem, Tício assume

o ônus de manter a preservação, sendo possível impor obrigação

de fazer consistente na recomposição da área e/ou indenização.

Certo. Perfeito! Nem precisa conhecer as decisões do STJ. O código

florestal deixa claro no art. 2º,§ 2º, que as obrigações previstas nesta Lei

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têm natureza real e são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza,

no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural.

Essa é a Obrigação propter rem, o que significa dizer que as

obrigações aderem ao título e se transferem ao futuro proprietário.

De acordo com reiteradas decisões do STJ, a obrigação de

conservação é automaticamente transferida do alienante ao adquirente,

independentemente deste último ter responsabilidade pelo dano

ambiental.

O Ministro Herman Benjamin, no REsp nº 650728/SC,

brilhantemente pontuou que “as obrigações ambientais derivadas do

depósito ilegal de lixo ou resíduos no solo são de natureza propter rem, o

que significa dizer que aderem ao título e se transferem ao futuro

proprietário, prescindindo-se de debate sobre a boa ou má-fé do

adquirente, pois não se está no âmbito da responsabilidade subjetiva,

baseada em culpa. Para o fim de apuração do nexo de causalidade no

dano ambiental, equiparam-se quem faz, quem não faz quando deveria

fazer, quem deixa fazer, quem não se importa que façam, quem financia

para que façam, e quem se beneficia quando outros fazem. Constatado o

nexo causal entre a ação e a omissão das recorrentes com o dano

ambiental em questão, surge, objetivamente, o dever de promover a

recuperação da área afetada e indenizar eventuais danos remanescentes,

na forma do art. 14, § 1°, da Lei 6.938/81.”

16 - (CESPE / UnB – Consultor Legislativo Área XI – Câmara dos

Deputados - 2014)

A Construção de obras de infraestrutura destinadas às concessões

públicas, como uma barragem para a exploração de potencial

hidrelétrico, pode ser considerada como atividade de utilidade

pública para fins de supressão de vegetação nativa em APP.

Certo. É de utilidade pública, consoante dispõe o Código Florestal, obra

de infraestrutura destinada às concessões e aos serviços públicos de

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energia. Ainda de acordo com o Código Florestal, a intervenção ou a

supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente

somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social

ou de baixo impacto ambiental.

17 - (CESPE / UnB– Técnico Bancário – BASA – 2012)

Entre as novidades do Código Florestal, a única elogiada pelos

movimentos ecológicos é a que elimina a necessidade de

manutenção de áreas de reserva legal na Amazônia.

Errado. Como os ambientalistas iriam elogiar um código que viesse a

prever a eliminação da necessidade de manutenção de RL?

Independentemente do Bioma, as reservas legais são de extrema

importância não só para assegurar a proteção ambiental, como também o

uso sustentável.

Cabe dizer, que o código NÃO eliminou a obrigação de manutenção dos

percentuais mínimos de RL.

18 - (CESPE / UnB – Técnico Bancário – BASA – 2012)

A presidenta Dilma Rousseff, além de vetar diversos pontos do

novo Código Florestal, apresentou medida provisória com diversas

propostas de modificação no texto aprovado pelo Congresso

Nacional.

Certo. MP que foi convertida na lei 12.727, de 17 de outubro de 2012.

Certamente vocês acompanharam essa novela pelos noticiários.

19 - (CESPE / UnB – Técnico Bancário – BASA – 2012)

Depois da aprovação do novo Código Florestal pelo Congresso

Nacional, houve diversas manifestações, principalmente de

ambientalistas. Nessas manifestações, reivindicou-se o veto

integral ao texto.

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Certo. Houve até o movimento “VETA TUDO, DILMA”.

20 - (CESPE / UnB – Técnico Bancário – BASA – 2012)

O motivo principal para a edição do novo Código Florestal foi a

obsolescência do texto anterior, que não sofria alterações desde

sua edição, na época dos governos militares.

Errado. O código poderia até estar, em alguns pontos, obsoleto. Mas, é

errado dizer que não sofreu alterações desde a sua edição, pois foram

várias as modificações enquanto esteve em vigor.

21 - (CESPE / UnB – Defensoria Pública do TO – 2013)

A área de preservação permanente é a que se localiza no interior

de uma propriedade ou posse rural, devendo ser mantida a sua

cobertura vegetal nativa, por ser ela necessária ao abrigo e

proteção da fauna e flora nativas, à conservação da biodiversidade

e à reabilitação dos processos ecológicos.

Errado. Art. 3o, II e III do Código Florestal.

Para os efeitos desta Lei, entende-se por:

II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida,

coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e

assegurar o bem-estar das populações humanas;

III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma

propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a

função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos

naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos

processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem

como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.

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22 - (CESPE / UnB – Promotor de Justiça - MPE/AC - 2014)

Permite-se o acesso de pessoas às áreas de preservação

permanente para a obtenção de água e para o exercício de

atividades de exploração agroflorestal sustentável de baixo ou

médio impacto ao meio ambiente.

Errado. De acordo com o art. 9o do Código Florestal, é permitido o acesso

de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção

de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. O

item fica errado, pois a Banca incluiu as atividades de médio impacto ao

meio ambiente, enquanto o Código Florestal permite apenas atividades de

baixo impacto ambiental.

23 - (CESPE / UnB – Consultor Legislativo Área XI – Câmara dos

Deputados - 2014)

A APP, em zonas rurais ou urbanas, compreende tanto a

vegetação existente em áreas públicas, quanto a vegetação de

áreas privadas.

Certo. As Áreas de Preservação Permanente são espaços territoriais

especialmente protegidos, podendo ser públicas ou privadas, urbanas ou

rurais, cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e

assegurar o bem-estar das populações humanas.

24 - (FGV-2011-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-V)

João adquiriu em maio de 2000 um imóvel em área rural, banhado

pelo rio formoso. Em 2010, foi citado para responder a uma ação

civil pública proposta pelo município de belas veredas, que o

responsabiliza civilmente por ter cometido corte raso na mata

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ciliar da propriedade. João alega que o desmatamento foi

cometido pelo antigo proprietário da fazenda, que já praticava o

plantio de milho no local.

Em razão do exposto, é correto afirmar que

(a) a responsabilidade por dano ambiental é objetiva, mas, como

não há nexo de causalidade entre a ação do novo proprietário e o

corte raso na área, verifica-se a excludente de responsabilidade, e

João não será obrigado a reparar o dano.

(b) a responsabilidade civil por dano ambiental difuso prescreve

em cinco anos por força da lei 9.873/99. Logo, João não será

obrigado a reparar o dano.

(c) João será obrigado a recuperar a área, mas, como não poderá

mais utilizá-la para o plantio do milho, terá direito a indenização,

a ser paga pelo poder público, por força do princípio do protetor-

recebedor.

(d) a manutenção de área de mata ciliar é obrigação propter rem;

sendo obrigação de conservação, é automaticamente transferida

do alienante ao adquirente. Logo, João terá que reparar a área.

Gabarito: Letra D.

A responsabilidade por dano ambiental é objetiva! Conforme

dispõe a Lei 6.938/81, em seu art. 14, § 1º, o poluidor obrigado,

independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os

danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua

atividade.

A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem,

sendo assim o proprietário rural, ainda que não seja ele o responsável por

eventuais desmatamentos anteriores, deverá recuperar a área, uma vez

que a responsabilidade acompanha a coisa.

A obrigação propter rem é uma relação entre o atual proprietário do

bem e a obrigação decorrente da existência da coisa. A obrigação é

imposta ao titular adquirente da coisa, que assume todas as obrigações e

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ônus de recuperar a área degradada, ou seja, assume o passivo

ambiental.

Em outras palavras, a obrigação propter rem recai sobre uma

pessoa em razão da sua qualidade de proprietário ou de titular de um

direito real sobre um bem, sem prejuízo da solidariedade entre os vários

causadores do dano. Desse modo, compete ao novo proprietário ou

possuidor assumir os ônus de manter a preservação, tornando-se

responsável pela recuperação/reparação, mesmo que não tenha

contribuído para o dano ambiental causado. Com efeito, o STJ decidiu que

o “novo proprietário assume o ônus de manter a preservação, tornando-

se responsável pela reposição, mesmo que não tenha contribuído para o

desmatamento”. Assim, a obrigação de reparar o dano ambiental pode

“ser imediatamente exigível do proprietário atual, independentemente de

qualquer indagação a respeito de boa-fé do adquirente ou de outro nexo

causal que não o que se estabelece pela titularidade do domínio”.

De acordo com o STJ, “descabe falar em culpa ou nexo causal,

como fatores determinantes do dever de recuperar a vegetação nativa e

averbar a Reserva Legal por parte do proprietário ou possuidor, antigo ou

novo, mesmo se o imóvel já estava desmatado quando de sua aquisição.

Sendo a hipótese de obrigação propter rem, desarrazoado perquirir quem

causou o dano ambiental in casu, se o atual proprietário ou os anteriores,

ou a culpabilidade de quem o fez ou deixou de fazer.”

Os entendimentos doutrinários, bem como a jurisprudência

consolidada a respeito, foram objeto de expressa incorporação no novo

Código Florestal (Lei n.º 12.651/2012), nos termos de seu art. 2º, § 2º,

que assim dispõe “As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e

são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de

transferência de domínio ou posse do imóvel rural”.

25 - (FGV – X EXAME UNIFICADO – OAB - 28 / 04 /2013)

João, militante ambientalista, adquire chácara em área rural já

degradada, com o objetivo de cultivar alimentos orgânicos para

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consumo próprio. Alguns meses depois, ele é notificado pela

autoridade ambiental local de que a área é de preservação

permanente.

Sobre o caso, assinale a afirmativa correta.

A) João é responsável pela regeneração da área, mesmo não

tendo sido responsável por sua degradação, uma vez que se trata

de obrigação propter rem.

B) João somente teria a obrigação de regenerar a área caso

soubesse do dano ambiental cometido pelo antigo proprietário,

em homenagem ao princípio da boa-fé.

C) O único responsável pelo dano é o antigo proprietário,

causador do dano, uma vez que João não pode ser

responsabilizado por ato ilícito que não cometeu.

D) Não há responsabilidade do antigo proprietário ou de João,

mas da Administração Pública, em razão da omissão na

fiscalização ambiental quando da transmissão da propriedade.

Gabarito: Letra A.

Questão com mesmo fundamento que a anterior. Até o nosso

personagem é o mesmo: “João”. Quanta criatividade do nosso

Examinador...rs

A obrigação propter rem recai sobre uma pessoa em razão da sua

qualidade de proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem.

Desse modo, compete ao novo proprietário ou possuidor assumir os ônus

de manter a preservação, tornando-se responsável pela

recuperação/reparação, mesmo que não tenha contribuído para o dano

ambiental causado. Com efeito, o STJ decidiu que o “novo proprietário

assume o ônus de manter a preservação, tornando-se responsável pela

reposição, mesmo que não tenha contribuído para o desmatamento”.

Assim, a obrigação de reparar o dano ambiental pode “ser

imediatamente exigível do proprietário atual, independentemente de

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qualquer indagação a respeito de boa-fé do adquirente ou de outro nexo

causal que não o que se estabelece pela titularidade do domínio”.

De acordo com o STJ, “descabe falar em culpa ou nexo causal,

como fatores determinantes do dever de recuperar a vegetação nativa e

averbar a Reserva Legal por parte do proprietário ou possuidor, antigo ou

novo, mesmo se o imóvel já estava desmatado quando de sua aquisição.

Sendo a hipótese de obrigação propter rem, desarrazoado perquirir quem

causou o dano ambiental in casu, se o atual proprietário ou os anteriores,

ou a culpabilidade de quem o fez ou deixou de fazer.”

Os entendimentos doutrinários, bem como a jurisprudência

consolidada a respeito, foram objeto de expressa incorporação no novo

Código Florestal (Lei n.º 12.651/2012), nos termos de seu art. 2º, § 2º,

que assim dispõe “As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e

são transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de

transferência de domínio ou posse do imóvel rural”.

26 - (FGV-2014-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XIV)

A definição dos espaços territoriais especialmente protegidos é

fundamental para a manutenção dos processos ecológicos.

Sobre o instituto da reserva legal, de acordo com o novo Código

Florestal (lei n. 12.651/2012), assinale a afirmativa correta.

a) pode ser instituído em área rural ou urbana, desde que

necessário à reabilitação dos processos ecológicos.

b) incide apenas sobre imóveis rurais, e sua área deve ser

mantida sem prejuízo da aplicação das normas sobre as áreas de

preservação permanente.

c) foi restringida, de acordo com a lei n. 12.651/2012, às

propriedades abrangidas por unidades de conservação.

d) incide apenas sobre imóveis públicos, consistindo em área

protegida para a preservação da estabilidade geológica e da

biodiversidade.

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Gabarito: Letra B.

A – Errada. Apenas a propriedade ou posse rural terá reserva legal.

Conforme o artigo 3ª, III, do Código Florestal, reserva legal é uma área

localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a

função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos

naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos

processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem

como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.

B – Certo. O art. 12, do Código Florestal estabelece que todo imóvel

rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a

título de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre

as Áreas de Preservação Permanente

C – Errado. De acordo com o art. 12, do Código Florestal, TODO o

imóvel rural deve apresentar Reserva Legal.

D – Errado. De acordo com o art. 12, do Código Florestal, TODO o

imóvel rural deve apresentar Reserva Legal. O imóvel pode ser público ou

privado.

27 - (FGV-2014-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XV)

No curso de obra pública, a administração pública causa dano em

local compreendido por área de preservação permanente. Sobre o

caso apresentado, assinale a opção que indica de quem é a

responsabilidade ambiental.

a) em se tratando de área de preservação permanente, que

legalmente é de domínio público, o ente só responde pelos danos

ambientais nos casos de atuação com dolo ou grave.

b) em se tratando de área de preservação permanente, a

administração pública responderá de forma objetiva pelos danos

causados ao meio ambiente, independentemente das

responsabilidades administrativa e penal.

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c) em se tratando de dano ambiental com área de preservação

permanente, a administração pública não tem responsabilidade,

sob pena de confusão, recaindo sobre o agente público causador

do dano, independentemente das responsabilidades

administrativa e penal.

d) trata-se de caso de responsabilidade subjetiva solidária de

todos aqueles que contribuíram para a prática do dano, inclusive

do agente público que determinou a prática do ato.

Gabarito: Letra B.

A - Errado. A responsabilidade da Administração tem previsão no art. 37,

§6o, da Constituição Federal. A responsabilidade por dano ambiental é

objetiva, ou seja, independe da existência de culpa.

B - Certo. Há uma tríplice responsabilização: administrativa, civil e penal.

De acordo com o artigo225, § 3º, da CF/88, as condutas e atividades

consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas

físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

C - Errado. É dever da Administração Pública proteger o meio ambiente.

É responsabilidade da Administração todo dano causado por seus agentes

no desempenho da sua função ou em razão do cargo que eles ocupam.

D - Errado. A responsabilidade é da entidade que o agente causador do

dano estiver vinculado. Ademais, a responsabilidade por danos ambientais

é objetiva, ou seja, independe da comprovação de culpa.

28 - (FGV-2015-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XVI)

Hugo, proprietário de imóvel rural, tem instituída Reserva Legal

em parte de seu imóvel. Sobre a hipótese, considerando o

instituto da Reserva Legal, de acordo com a disciplina do Novo

Código Florestal (Lei nº 12.651/2012), assinale a afirmativa

correta.

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A) As áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do

Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR),

compreendendo esta uma função extrafiscal do tributo.

B) Caso Hugo transmita onerosamente a propriedade, o

adquirente não tem o dever de recompor a área de Reserva Legal,

mesmo que averbada, tendo em vista o caráter personalíssimo da

obrigação.

C) Hugo não pode explorar economicamente a área de Reserva

Legal, conduta tipificada como crime pelo Novo Código Florestal

(Lei nº 12.651/2012).

D) A área compreendida pela Reserva Legal é considerada

Unidade de Conservação de Uso Sustentável, admitindo

exploração somente se inserida no plano de manejo instituído

pelo Poder Público.

Gabarito: Letra A.

A – Certo. O contribuinte deve verificar como área tributável, a área total

do imóvel, subtraindo-se as Áreas de Preservação Permanente e de

Reserva Legal, previstas no Código Florestal (Lei 12.651/12).

De acordo com o artigo 41, do Código Florestal, há dedução das

Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito da

base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR.

B – Errado. A recomposição da área é obrigação "propter rem".

C – Errado. A Reserva Legal pode ser explorada por intermédio de

manejo sustentável, em que serão adotadas práticas de exploração

seletiva. Além disso, é livre nessas áreas a coleta de produtos florestais

não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se

observar as disposições do artigo 21, do Código Florestal.

D – Errado. Reserva Legal não se confunde com Unidade de

Conservação! Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal são

espaços territoriais especialmente protegidos pelo Código Florestal (Lei

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12.651/12). Unidades de Conservação são espaços territoriais

especialmente protegidos pela Lei 9.985/00, que trata do Sistema

Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Nós temos dois grupos de unidades de conservação: Proteção

Integral e Uso Sustentável. Cada grupo é divido em categorias.

O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas

seguintes categorias de unidade de conservação: Estação Ecológica;

Reserva Biológica; Parque Nacional; Monumento Natural; e Refúgio de

Vida Silvestre.

Já no grupo das Unidades de Uso Sustentável, temos as seguintes

categorias de unidade de conservação: Área de Proteção Ambiental; Área

de Relevante Interesse Ecológico; Floresta Nacional; Reserva Extrativista;

Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e Reserva

Particular do Patrimônio Natural.

Vejam que não há APP e Reserva Legal em nenhum dos dois grupos

de unidades de conservação.

29 - (FGV-2015-OAB-EXAME-DE-ORDEM-UNIFICADO-XVIII)

João acaba de adquirir dois imóveis, sendo um localizado em área

urbana e outro, em área rural. Por ocasião da aquisição de ambos

os imóveis, João foi alertado pelos alienantes de que os imóveis

contemplavam áreas de preservação permanente (APP) e de que,

por tal razão, ele deveria buscar uma orientação mais

especializada, caso desejasse nelas intervir.

Considerando a disciplina legal das áreas de preservação

permanente (APP), bem como as possíveis preocupações gerais

de João, assinale a afirmativa correta.

a) as APPs não são passíveis de intervenção e utilização, salvo

decisão administrativa em sentido contrário de órgão estadual

integrante do sistema nacional de meio ambiente – SISNAMA,

uma vez que não há preceitos legais abstratamente prevendo

exceções à sua preservação absoluta e integral.

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b) as hipóteses legais de APP, com o advento do denominado

“novo código florestal” – lei nº 12.651/2012 –, foram abolidas em

âmbito federal, subsistindo apenas nos casos em que os estados e

municípios assim as exijam legalmente.

c) as APPs são espaços territoriais especialmente protegidos,

comportando exceções legais para fins de intervenção, sendo

certo que os estados e os municípios podem prever outras

hipóteses de APP além daquelas dispostas em normas gerais,

inclusive em suas constituições estaduais e leis orgânicas, sendo

que a supressão irregular da vegetação nela situada gera a

obrigação do proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título

de promover a sua recomposição, obrigação esta de natureza

propter rem.

d) as APPs, assim como as reservas legais, não se aplicam às

áreas urbanas, sendo certo que a lei federal nº 12.651/2012

(“novo código florestal”), apesar de ter trazido significativas

mudanças no seu regime, garantiu as APPs para os imóveis rurais

com mais de 100 hectares.

Gabarito: Letra C.

A - Errado. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área

de Preservação Permanente pode ocorrer sim, nas hipóteses de utilidade

pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental. Lembrando

que a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e

restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.

B - Errado. Risível! Um dos temas mais polêmicos do novo código foram

as disposições sobre as APPs. Lógico que elas não foram abolidas! Item

absurdo.

C - Certo. Sim. As APPs são espaços territoriais especialmente

protegidos, assim como, por exemplo, as Reservas Legais, e as Unidades

de Conservação também são. Espaço territorial especialmente protegido é

o gênero, o termo mais amplo, o hiperônimo.

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As obrigações previstas no código florestal têm natureza real e são

transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência

de domínio ou posse do imóvel rural. É a obrigação propter rem, ou seja,

aquela que recai sobre uma pessoa em razão da sua qualidade de

proprietário ou de titular de um direito real sobre um bem.

A obrigação propter rem segue o bem ou a coisa, passando do

antigo proprietário ao novo. A obrigação propter rem é transmitida

juntamente com a propriedade, e o seu cumprimento é da

responsabilidade do titular, independentemente de ter origem anterior à

transmissão do domínio.

Além disso, todos os entes da federação podem ter normas sobre

florestas.

D - Errado. ATENÇÃO!

APP (Área de Preservação Permanente) é uma área protegida

em imóvel rural e urbano.

Reserva Legal é uma área localizada no interior de uma

propriedade ou posse rural.

Logo, o item está errado, pois APP aplica-se sim às áreas urbanas.

30 - (Vunesp – Engenheiro Ambiental – Prefeitura de Presidente

Prudente – 2016)

De acordo com o Novo Código Florestal, assinale a alternativa que

apresenta uma definição correta.

(A) Manejo sustentável: administração da vegetação natural para

a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais,

respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema

objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou

alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras

ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a

utilização de outros bens e serviços. (B) Uso alternativo do solo:

área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a

função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a

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estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico

de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das

populações humanas.

(C) Área de preservação permanente (APP): substituição de

vegetação nativa e formações sucessoras por outras coberturas

do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e

transmissão de energia, de mineração e de transporte,

assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana.

(D) Reserva legal: área de imóvel rural com ocupação antrópica

preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias

ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a

adoção do regime de pousio.

(E) Área rural consolidada: área localizada no interior de uma

propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso

econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel

rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos

ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem

como o abrigo e a proteção da fauna silvestre e da flora nativa.

Gabarito: Letra A.

Questão muito simples, que se limitou a trocar os conceitos.

Confira abaixo o correto, conforme artigo 3º, do Código Florestal:

Letra A - Manejo sustentável: administração da vegetação natural para

a obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-

se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e

considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de

múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e

subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços.

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Letra B - Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e

formações sucessoras por outras coberturas do solo, como atividades

agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de

mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de

ocupação humana;

Letra C - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida,

coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de

preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a

biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e

assegurar o bem-estar das populações humanas;

Letra D - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade

ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de

assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do

imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos

ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o

abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;

Letra E - Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação

antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações,

benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso,

a adoção do regime de pousio.

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Gabarito da lista de questões comentadas:

1C 2C 3C 4E 5C 6E 7C 8C 9C 10C 11C 12E 13C 14E 15C 16C 17E 18C 19C 20E 21E 22E 23C 24D 25A 26B 27B 28A 29C 30A

Atenção! Quando cito (novo) código florestal, refiro-me à Lei

12.651, de 25 de maio de 2012, com as atualizações da Lei nº

12.727, de 17 de outubro de 2012

Grande abraço e bons estudos!

Rosenval Jr.

[email protected]

"Não procure desculpas para fraquejar.

Encontre motivos para se fortalecer!"

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