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Aula 07 Direito Ambiental p/ XX Exame de Ordem - OAB Professor: Rosenval Júnior

DIREITO AMBIENTAL Aula 07

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    Direito Ambiental p/ XX Exame de Ordem - OAB

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    AULA 07 Responsabilidade Ambiental

    SUMRIO PGINA

    Lei 9605/98: Lei de Crimes e Infraes

    Administrativas.

    2

    Questes comentadas 32

    Lista de questes + gabarito 90

    MEMOREX 115

    Raio X para o Exame de Ordem:

    Questo 56 Lei 9.605/98 (Crimes ambientais);

    Questo 57 Lei 9.605/98 (Crimes ambientais);

    Questo 58 Lei 9.605/98 e Dec. 6.514/08;

    Questo 59 - Lei 9.605/98 e responsabilidade para julgamento do

    crimes ambientais;

    Questo 60 - Lei 9.605/98 (Crimes ambientais) e 3, do art. 225,

    da CF/88.

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    CRIMES AMBIENTAIS - LEI 9.605/98

    LEI 9.605/98

    Captulo I Disposies gerais Art. 1 - 5

    Captulo II Da aplicao da pena Art. 6 - 24

    Captulo III Da apreenso do produto e do

    instrumento de infrao

    administrativa ou de crime

    Art. 25

    Captulo IV Da ao e do processo penal Art. 26 - 28

    Captulo V Dos crimes contra o meio

    ambiente

    Art. 29 - 69-A

    Captulo VI Da infrao administrativa Art. 70 - 76

    Captulo VII Da cooperao internacional para

    a preservao do meio ambiente

    Art. 77 - 78

    Captulo VIII Disposies finais Art. 79 - 82

    CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE (Captulo V)

    Seo I Contra a Fauna Art. 29 - 37

    Seo II Contra a Flora Art. 38 - 53

    Seo III Poluio e outros Crimes Ambientais Art. 54 - 61

    Seo IV Contra o Ordenamento Urbano e

    Patrimnio Cultural

    Art. 62 - 65

    Seo V Contra a Administrao Ambiental Art. 66 - 69-A

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    Responsabilidade Ambiental

    A Constituio Federal, em seu art. 225,3, prev a possibilidade

    de responsabilizao da pessoa fsica e jurdica nas esferas penal,

    civil e administrativa.

    As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

    sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais

    e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os

    danos causados. Art. 225,3 da CF/88.

    A Lei 9.605/98 regulamenta a norma constitucional e dispe sobre

    os crimes ambientais e as infraes administrativas. Aplicam-se

    subsidiariamente Lei 9.605/98 as disposies do Cdigo Penal e do Cdigo

    de Processo Penal.

    Responsabilidade

    pessoa fsica e

    pessoa jurdica

    PENAL

    CIVIL

    ADMINISTRATIVA

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    Responsabilidade Penal SUBJETIVA,

    imprescindvel a comprovao do elemento subjetivo da conduta (dolo

    ou culpa). Ou seja, precisa comprovar.

    Responsabilidade Civil OBJETIVA,

    Prescinde da comprovao de culpa, bastando confirmao do dano e do

    nexo causal. Obs.: prescindir no precisar, dispensar.

    Assim, segundo o art. 14, 1 da Lei 6.938/81, o poluidor obrigado,

    independentemente da existncia de culpa, a indenizar ou reparar os

    danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua

    atividade.

    A responsabilidade civil alm de objetiva, segundo o STJ, tambm

    solidria (permite demandar o poluidor direto ou indireto ou, ainda, os

    dois).

    O STJ admite a inverso do nus da prova nas aes de reparao

    dos danos ambientais, dessa forma, pode recair sobre o poluidor o

    nus de provar a inexistncia do dano ou, no caso de existncia, que este

    no foi de sua autoria.

    Por ltimo, cabe salientar que h precedente do STJ de que a

    responsabilidade civil objetiva norteada pela Teoria do Risco

    Integral, em que no se admite a existncia de excludentes do nexo

    causal, como o fato de terceiro, caso fortuito ou a fora maior. Segundo

    essa teoria, o poluidor deve assumir todos os riscos da sua atividade,

    sem exceo!

    O STJ admite, inclusive, de forma excepcional, a dispensa da

    comprovao do nexo causal nos casos de degradao de imvel

    rural. Assim, a obrigao de recuperar a rea de Reserva Legal

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    degradada propter rem, inerente ao ttulo e se transfere ao futuro

    proprietrio. Ou seja, o proprietrio rural deve recuperar a rea de

    Reserva Legal degradada independentemente de ter sido ele ou no o

    responsvel pela degradao. O novo Cdigo Florestal (Lei 12.651/12)

    trouxe expressamente essa disposio em seu art. 2, 2: As

    obrigaes previstas nesta Lei tm natureza real e so transmitidas ao

    sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferncia de domnio ou

    posse do imvel rural.

    Portanto, a responsabilidade de reparao do dano ambiental

    objetiva, solidria e imprescritvel. Esse tem sido o entendimento do

    STJ e do TRF 2 Regio.

    Responsabilidade Administrativa

    Qualquer pessoa, constatando infrao ambiental, poder

    dirigir representao s autoridades competentes para efeito do

    exerccio do seu poder de polcia.

    O poder de polcia a atividade da Administrao que impe

    limites ao exerccio de direitos e liberdades. Em termos bem simples,

    pode ser entendido como toda limitao individual liberdade e

    propriedade em prol do interesse pblico. O mbito de incidncia bem

    amplo, indo desde aspectos clssicos da segurana, at a preservao da

    qualidade do meio ambiente.

    O poder de polcia ambiental o principal instrumento de

    controle para garantir o direito fundamental ao meio ambiente

    ecologicamente equilibrado previsto na CF/88. o dever-poder exercido

    pela administrao pblica operando restries com o objetivo de zelar

    pelo bem estar da sociedade.

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    Teoria Geral dos Crimes Ambientais

    A lei de crimes ambientais adota a teoria monista ou unitria sobre

    o concurso de pessoas, na qual todos os agentes respondem pelo

    mesmo crime, na medida de sua culpabilidade.

    Diretores, gerentes, administradores, membro de conselho de rgo

    tcnico de pessoa jurdica respondem por crimes ambientais tanto por ao

    quanto por omisso (omisso penalmente relevante), de acordo com o

    art. 2 da Lei 9.605/98.

    "Quem, de qualquer forma, concorre para a prtica dos crimes

    previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida

    da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro

    de conselho e de rgo tcnico, o auditor, o gerente, o preposto ou

    mandatrio de pessoa jurdica, que, sabendo da conduta criminosa de

    outrem, deixar de impedir a sua prtica, quando podia agir para

    evit-la." (Art. 2, da Lei 9.605/98)

    Sobre a responsabilidade da pessoa jurdica h trs correntes

    doutrinrias. Entretanto, a teoria mais aceita e adotada pelas bancas de

    concursos a de que a pessoa jurdica pode cometer crime.

    De forma direta, para a prova objetiva de concurso, as pessoas

    jurdicas tm capacidade de culpabilidade e de sano penal.

    Responsabilidade

    Penal Subjetiva

    Civil Objetiva

    AdministrativaObjetiva/Subjetiva (H divergncia na

    Doutrina)

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    Obviamente, no h para a pessoa jurdica pena privativa de liberdade,

    para essas pessoas a Lei 9.605/98 prev outras sanes (Artigos 21, 22,

    23, e 24 da Lei 9.605/98).

    A base para defender a responsabilidade penal das pessoas jurdicas

    est no artigo 225,3 da CF/88 e no artigo 3 da Lei 9.605/98.

    Memorizem, decorem, podem tatuar esses dispositivos no crebro, pois so

    muito recorrentes nas provas de concursos e por isso precisam estar no

    sangue!

    "As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

    sujeitaro os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a sanes penais

    e administrativas, independentemente da obrigao de reparar os

    danos causados." Art. 225, 3 da CF/88.

    "As pessoas jurdicas sero responsabilizadas administrativa,

    civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a

    infrao seja cometida por deciso de seu representante legal ou

    contratual, ou de seu rgo colegiado, no interesse ou benefcio da sua

    entidade." Art. 3, da Lei 9.605/98.

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    Para que haja a responsabilizao penal da pessoa jurdica, o crime

    dever ser cometido no interesse ou benefcio da entidade E por

    deciso de seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo

    colegiado. ATENO! Precisa dessas duas condicionantes para que a

    pessoa jurdica seja responsabilizada.

    A denncia genrica tem sido rejeita pelos Tribunais Superiores nos

    crimes societrios. Assim, para incluir os administradores das pessoas

    jurdicas na denncia necessrio descrever a sua conduta, sob risco de

    inpcia e trancamento da ao.

    O STJ e o STF admitem a responsabilizao penal da pessoa

    jurdica em crimes ambientais.

    ATENO!

    Em 2013, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a

    possibilidade de se processar penalmente uma pessoa jurdica,

    mesmo no havendo ao penal em curso contra pessoa fsica com

    relao ao crime. De acordo com o STF, admissvel a condenao

    de pessoa jurdica pela prtica de crime ambiental, ainda que

    absolvidas as pessoas fsicas ocupantes de cargo de presidncia ou

    de direo do rgo responsvel pela prtica criminosa.

    Em 2015, a Quinta e a Sexta Turma do Superior Tribunal de

    Justia reiteraram o entendimento da Primeira Turma do Supremo

    Tribunal Federal no sentido de que a Constituio (art. 225, 3.)

    no exige a necessidade de dupla imputao das pessoas natural e

    jurdica nos crimes ambientais.

    Dessa forma, possvel a responsabilizao penal da pessoa

    jurdica por delitos ambientais independentemente da

    responsabilizao concomitante da pessoa fsica que agia em seu

    nome.

    PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM MANDADO DE

    SEGURANA. RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURDICA

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    POR CRIME AMBIENTAL: DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAO

    CONCOMITANTE PESSOA FSICA E PESSOA JURDICA.

    1. Conforme orientao da 1 Turma do STF, "O art. 225, 3, da

    Constituio Federal no condiciona a responsabilizao penal da pessoa

    jurdica por crimes ambientais simultnea persecuo penal da pessoa

    fsica em tese responsvel no mbito da empresa. A norma constitucional

    no impe a necessria dupla imputao." (RE 548181, Relatora Min. ROSA

    WEBER, Primeira Turma, julgado em 6/8/2013, acrdo eletrnico DJe-

    213, divulg. 29/10/2014, public. 30/10/2014).

    2. Tem-se, assim, que possvel a responsabilizao penal da pessoa

    jurdica por delitos ambientais independentemente da responsabilizao

    concomitante da pessoa fsica que agia em seu nome. Precedentes desta

    Corte.

    3. A personalidade fictcia atribuda pessoa jurdica no pode servir de

    artifcio para a prtica de condutas esprias por parte das pessoas naturais

    responsveis pela sua conduo.

    4. Recurso ordinrio a que se nega provimento.

    (RMS 39.173/BA, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA,

    QUINTA TURMA, julgado em 06/08/2015, DJe 13/08/2015)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. PLEITO DE

    TRANCAMENTO DA AO PENAL. ALEGAO DE AUSNCIA DE

    JUSTA CAUSA. INPCIA DA DENNCIA. EXORDIAL ACUSATRIA

    QUE ATENDE AO DISPOSTO NO ART. 41 DO CPP. AUSNCIA DE

    NECESSIDADE DA DUPLA IMPUTAO EM CRIMES AMBIENTAIS,

    QUANDO H DENNCIA EM DESFAVOR SOMENTE DA PESSOA

    FSICA. DESPROVIMENTO DO RECURSO.

    Esta Corte pacificou o entendimento de que o trancamento de ao penal

    pela via eleita cabvel apenas quando manifesta a atipicidade da conduta,

    a extino da punibilidade ou a ausncia de provas da existncia do crime

    e de indcios de autoria.

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    2. Devidamente descrito o fato delituoso, com indicao dos indcios de

    materialidade e autoria, no h como trancar a ao penal, em sede de

    habeas corpus, por falta de justa causa ou inpcia da denncia, pois

    plenamente assegurado o amplo exerccio do direito de defesa, em face do

    cumprimento dos requisitos do art. 41 do Cdigo de Processo Penal.

    3. De acordo com o entendimento jurisprudencial sedimentado nesta Corte

    de Justia e no Supremo Tribunal Federal, o ato judicial que recebe a

    denncia, ou seja, aquele a que se faz referncia no art. 396 do Cdigo de

    Processo Penal, por no possuir contedo decisrio, prescinde da motivao

    elencada no art. 93, IX, da Constituio da Repblica (AgRg no HC n.

    256.620/SP, Ministro Og Fernandes, Sexta Turma, DJe 1/7/2013).

    4. A responsabilidade da pessoa fsica que pratica crime ambiental no est

    condicionada concomitante responsabilizao penal da pessoa jurdica,

    sendo possvel o oferecimento da denncia em desfavor daquela, ainda que

    no haja imputao do delito ambiental a esta.

    5. Recurso em habeas corpus improvido.

    (RHC 53.208/SP, Rel. Ministro SEBASTIO REIS JNIOR, SEXTA

    TURMA, julgado em 21/05/2015, DJe 01/06/2015)

    O posicionamento j havia sido externado pela prpria Quinta Turma, em

    obter dictum, como demonstra a seguinte deciso:

    HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINRIO. NO-

    CABIMENTO. PROCESSUAL PENAL. CRIMES DOS ARTS. 54, CAPUT,

    E 60, AMBOS DA LEI N. 9.605/98. TRANCAMENTO DA AO PENAL.

    MEDIDA EXCEPCIONAL. DENNCIA GERAL. POSSIBILIDADE.

    INPCIA NO CONFIGURADA. ATIPICIDADE DA CONDUTA

    ENQUADRADA COMO CRIME DE POLUIO. NECESSIDADE DE

    DILAO PROBATRIA. VIA ELEITA INADEQUADA. EXCLUSO DA

    PESSOA JURDICA DO POLO PASSIVO DA AO PENAL.

    INVIABILIDADE. AUSNCIA DE FLAGRANTE ILEGALIDADE QUE

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    PERMITA A CONCESSO DE ORDEM EX OFFICIO. ORDEM DE HABEAS

    CORPUS NO CONHECIDA.

    1. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal e ambas as Turmas desta

    Corte Superior, aps evoluo jurisprudencial, passaram a no mais admitir

    a impetrao de habeas corpus em substituio ao recurso ordinrio, nas

    hipteses em que esse ltimo cabvel, em razo da competncia do

    Pretrio Excelso e deste Tribunal Superior tratar-se de matria de direito

    estrito, prevista taxativamente na Constituio da Repblica.

    2. Entretanto, a impetrao de writ substitutivo de recurso ordinrio no

    impede a concesso de ordem de habeas corpus de ofcio, em situaes de

    flagrante ilegalidade.

    3. A teor do entendimento desta Corte, possvel o oferecimento de

    denncia geral quando uma mesma conduta imputada a todos os

    acusados e, apesar da aparente unidade de desgnios, no h como

    pormenorizar a atuao de cada um dos agentes na prtica delitiva. No

    caso, a denncia no inepta, mas apenas possui carter geral, e

    tampouco prescinde de um lastro mnimo probatrio capaz de justificar o

    processo criminal. Precedentes.

    4. Nos crimes de autoria coletiva, prescindvel a descrio minuciosa e

    individualizada da ao de cada acusado, bastando a narrativa das

    condutas delituosas e da suposta autoria, com elementos suficientes para

    garantir o direito ampla defesa e ao contraditrio, como verificado na

    hiptese.

    5. "[O]s denunciados causaram poluio em nvel possvel de resultar

    danos sade humana, bem como fizeram funcionar estabelecimento

    potencialmente poluidor contrariando as normas legais e regulamentares

    pertinentes." Tais fatos, em tese, amoldam-se aos tipos penais descritos

    nos arts. 54 e 60, ambos da Lei n. 9.605/98, a evidenciar que a denncia

    atende o disposto no art. 41 do Cdigo do Processo Penal, sendo invivel o

    prematuro encerramento da persecuo penal.

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    6. A alegao de que o crime de poluio no se configurou, ante a falta de

    comprovao de perigo concreto sade humana, esbarra na necessidade

    de dilao probatria, incompatvel com a via estreita do habeas corpus.

    7. A pessoa jurdica tambm denunciada deve permanecer no polo passivo

    da ao penal. Alerte-se, em obiter dictum, que a Primeira Turma do

    Supremo Tribunal Federal reconheceu que a necessidade de dupla

    imputao nos crimes ambientes viola o disposto no art. 225, 3., da

    Constituio Federal (RE 548.818 AgR/PR, 1. Turma, Rel. Min. ROSA

    WEBER, Informativo n. 714/STF).

    8. Ausncia de patente constrangimento ilegal que, eventualmente,

    imponha a concesso de ordem ex officio.

    9. Ordem de habeas corpus no conhecida.

    (HC 248.073/MT, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,

    julgado em 01/04/2014, DJe 10/04/2014)

    Importante destacar que esses julgados demonstram uma mudana

    importante no posicionamento do STJ, tendendo a uma uniformizao e

    consolidao no tratamento do tema.

    Assim, atualmente, tem-se que h uma uniformidade na

    jurisprudncia quanto desnecessidade de aplicao da teoria da dupla

    imputao para fins de responsabilizao penal da pessoa jurdica por

    crimes ambientais.

    No entanto, convm acompanhar a matria, pois o acrdo do STF

    no foi proferido pelo Pleno, mas por rgo fracionrio (Primeira Turma),

    em deciso que no foi unnime.

    Lembrem-se ainda de que a pessoa jurdica somente poder ser

    responsabilizada se presentes dois pressupostos cumulativos:

    1. Que o crime tenha sido cometido por deciso de seu representante

    legal ou contratual, ou de seu rgo colegiado;

    2. Que o crime ambiental tenha se consumado no interesse ou benefcio

    da entidade.

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    A pessoa jurdica poder ser desconsiderada sempre que sua

    personalidade for obstculo ao ressarcimento de prejuzos causados

    qualidade do ambiente, Art. 4 da Lei 9.605/98. (Teoria Menor). Para isso,

    basta a impossibilidade da Pessoa Jurdica de arcar com a reparao

    ambiental. Ateno, pois esse dispositivo muito cobrado em prova!

    A pessoa jurdica constituda ou utilizada,

    preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a

    prtica de crime definido nesta Lei ter decretada sua liquidao

    forada, seu patrimnio ser considerado instrumento do crime e

    como tal perdido em favor do Fundo Penitencirio Nacional (Art. 24 da

    Lei 9.605/98).

    De acordo com o art. 26, a ao penal pblica incondicionada

    nas infraes penais previstas Lei 9.605/98. Embora a Lei 9.605/98

    seja omissa, cabvel a ao privada subsidiria da pblica, quando o

    Ministrio Pblico no oferecer denncia no prazo legal (Art. 5, LIX da

    CF/88). Nos casos dos crimes ambientais, alm de PBLICA a ao penal

    INcondicionada, ou seja, no possui nenhum requisito. Dessa forma, a

    ao pode ser iniciada sem a representao do ofendido (vtima) ou de

    quem tiver qualidade para represent-lo e sem a requisio do Ministro da

    Justia, sendo suficiente a vontade do Ministrio Pblico.

    Assim, na ao penal pblica incondicionada, a ao exercida pelo

    Ministrio Pblico, que representa o Estado, como autor da ao.

    Leiam com especial ateno a jurisprudncia abaixo.

    STF: Crime ambiental: absolvio de pessoa fsica e

    responsabilidade penal de pessoa jurdica

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    admissvel a condenao de pessoa jurdica pela prtica de crime

    ambiental, ainda que absolvidas as pessoas fsicas ocupantes de

    cargo de presidncia ou de direo do rgo responsvel pela

    prtica criminosa. Com base nesse entendimento, a 1 Turma, por

    maioria, conheceu, em parte, de recurso extraordinrio e, nessa parte, deu-

    lhe provimento para cassar o acrdo recorrido. Neste, a imputao aos

    dirigentes responsveis pelas condutas incriminadas (Lei 9.605/98, art. 54)

    teria sido excluda e, por isso, trancada a ao penal relativamente pessoa

    jurdica. Em preliminar, a Turma, por maioria, decidiu no apreciar a

    prescrio da ao penal, porquanto ausentes elementos para sua aferio.

    Pontuou-se que o presente recurso originara-se de mandado de segurana

    impetrado para trancar ao penal em face de responsabilizao, por crime

    ambiental, de pessoa jurdica. Enfatizou-se que a problemtica da

    prescrio no estaria em debate, e apenas fora aventada em razo da

    demora no julgamento. Assinalou-se que caberia ao magistrado, nos autos

    da ao penal, pronunciar-se sobre essa questo. Vencidos os Ministros

    Marco Aurlio e Luiz Fux, que reconheciam a prescrio. O Min. Marco

    Aurlio considerava a data do recebimento da denncia como fator

    interruptivo da prescrio. Destacava que no poderia interpretar a norma

    de modo a prejudicar aquele a quem visaria beneficiar. Consignava que a

    lei no exigiria a publicao da denncia, apenas o seu recebimento e, quer

    considerada a data de seu recebimento ou de sua devoluo ao cartrio, a

    prescrio j teria incidido.

    RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013.

    No mrito, anotou-se que a tese do STJ, no sentido de que a persecuo

    penal dos entes morais somente se poderia ocorrer se houvesse,

    concomitantemente, a descrio e imputao de uma ao humana

    individual, sem o que no seria admissvel a responsabilizao da pessoa

    jurdica, afrontaria o art. 225, 3, da CF. Sublinhou-se que, ao se

    condicionar a imputabilidade da pessoa jurdica da pessoa humana, estar-

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    se-ia quase que a subordinar a responsabilizao jurdico-criminal do ente

    moral efetiva condenao da pessoa fsica. Ressaltou-se que, ainda que

    se conclusse que o legislador ordinrio no estabelecera por completo os

    critrios de imputao da pessoa jurdica por crimes ambientais, no

    haveria como pretender transpor o paradigma de imputao das pessoas

    fsicas aos entes coletivos. Vencidos os Ministros Marco Aurlio e Luiz Fux,

    que negavam provimento ao extraordinrio. Afirmavam que o art. 225,

    3, da CF no teria criado a responsabilidade penal da pessoa jurdica. Para

    o Min. Luiz Fux, a mencionada regra constitucional, ao afirmar que os ilcitos

    ambientais sujeitariam os infratores, pessoas fsicas ou jurdicas, a

    sanes penais e administrativas, teria apenas imposto sanes

    administrativas s pessoas jurdicas. Discorria, ainda, que o art. 5, XLV,

    da CF teria trazido o princpio da pessoalidade da pena, o que vedaria

    qualquer exegese a implicar a responsabilidade penal da pessoa jurdica.

    Por fim, reputava que a pena visaria ressocializao, o que tornaria

    impossvel o seu alcance em relao s pessoas jurdicas.

    RE 548181/PR, rel. Min. Rosa Weber, 6.8.2013.

    DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESNECESSIDADE DE

    DUPLA IMPUTAO EM CRIMES AMBIENTAIS.

    possvel a responsabilizao penal da pessoa jurdica por delitos

    ambientais independentemente da responsabilizao concomitante da

    pessoa fsica que agia em seu nome. Conforme orientao da Primeira

    Turma do STF, "O art. 225, 3, da Constituio Federal no condiciona a

    responsabilizao penal da pessoa jurdica por crimes ambientais

    simultnea persecuo penal da pessoa fsica em tese responsvel no

    mbito da empresa. A norma constitucional no impe a necessria dupla

    imputao" (RE 548.181, Primeira Turma, DJe 29/10/2014). Diante dessa

    interpretao, o STJ modificou sua anterior orientao, de modo a entender

    que possvel a responsabilizao penal da pessoa jurdica por delitos

    ambientais independentemente da responsabilizao concomitante da

    pessoa fsica que agia em seu nome. Precedentes citados: RHC 53.208-SP,

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    Sexta Turma, DJe 1/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe

    10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS

    39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015,

    DJe 13/8/2015. Informativo n. 0566. Perodo: 8 a 20 de agosto de 2015.

    Nos crimes previstos na Lei de Crimes Ambientais, a suspenso

    condicional da pena (sursis) pode ser aplicada nos casos de

    condenao a pena privativa de liberdade no superior a 3 anos (Art.

    16).

    Obs.: CUIDADO! Muitas provas colocam dois anos, pois no Cdigo

    Penal ser cabvel o sursis se a condenao a pena privativa de liberdade

    no for superior a 2 anos, observada outras condies. Ento, ateno, vou

    repetir, segundo a Lei de Crimes ambientais, a suspenso

    condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenao a

    pena privativa de liberdade no superior a 3 anos!

    A multa ser calculada segundo os critrios do Cdigo Penal;

    se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor mximo, poder ser

    aumentada at 3 vezes, tendo em vista o valor da vantagem econmica

    auferida.

    A percia produzida no inqurito civil ou no juzo cvel poder ser

    aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditrio.

    A sentena penal condenatria, sempre que possvel, fixar o valor

    mnimo para reparao dos danos causados pela infrao, considerando os

    prejuzos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente.

    FIXAO DA PENA BASE (Mnemnico: SANGRA)

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    APLICAO DA PENA - DOSIMETRIA DAS SANES (Art. 6)

    Para imposio e gradao da penalidade, a autoridade competente

    observar:

    a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infrao e

    suas consequncias para a sade pblica e para o meio ambiente;

    os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da

    legislao de interesse ambiental;

    a situao econmica do infrator, no caso de multa.

    Fixada a pena base, o juiz analisar as circunstncias atenuantes e

    agravantes. (Mnemnico: BARCOCO)

    ATENUANTES (Art. 14)

    baixo grau de instruo ou escolaridade do agente;

    arrependimento do infrator, manifestado pela espontnea

    reparao do dano, ou limitao significativa da

    degradao ambiental causada;

    comunicao prvia pelo agente do perigo iminente de

    degradao ambiental;

    colaborao com os agentes encarregados da vigilncia e do

    controle ambiental.

    AGRAVANTES (Art. 15)

    I - reincidncia nos crimes de natureza ambiental;

    II - ter o agente cometido a infrao:

    a) para obter vantagem pecuniria;

    b) coagindo outrem para a execuo material da infrao;

    c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a sade

    pblica ou o meio ambiente;

    d) concorrendo para danos propriedade alheia;

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    e) atingindo reas de unidades de conservao ou reas sujeitas,

    por ato do Poder Pblico, a regime especial de uso;

    f) atingindo reas urbanas ou quaisquer assentamentos

    humanos;

    g) em perodo de defeso fauna;

    h) em domingos ou feriados;

    i) noite;

    j) em pocas de seca ou inundaes;

    l) no interior do espao territorial especialmente protegido;

    m) com o emprego de mtodos cruis para abate ou captura de

    animais;

    n) mediante fraude ou abuso de confiana;

    o) mediante abuso do direito de licena, permisso ou

    autorizao ambiental;

    p) no interesse de pessoa jurdica mantida, total ou

    parcialmente, por verbas pblicas ou beneficiada por incentivos

    fiscais;

    q) atingindo espcies ameaadas, listadas em relatrios oficiais

    das autoridades competentes;

    r) facilitada por funcionrio pblico no exerccio de suas funes.

    PENAS APLICVEIS

    Pessoas Fsicas Pessoas Jurdicas

    Privativa de Liberdade

    Restritiva de Direitos

    Multa

    Prestao de Servios Comunidade

    Restritiva de Direitos

    Multa

    PENAS aplicadas s PESSOAS FSICAS

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    Privativas de Liberdade (Deteno/Recluso)

    Restritivas de Direito (Art. 8)

    prestao de servios comunidade;

    interdio temporria de direitos;

    suspenso parcial ou total de atividades;

    prestao pecuniria (+ que 1 salrio e no mximo 360

    salrios);

    recolhimento domiciliar.

    Multa

    Penas Restritivas de Direito da PESSOA FSICA.

    A prestao de servios comunidade consiste na atribuio ao

    condenado de tarefas gratuitas junto a:

    Parques e jardins pblicos e unidades de conservao,

    No caso de dano da coisa particular, pblica ou tombada, na

    restaurao desta, se possvel. (Art. 9)

    As penas de interdio temporria de direito so a proibio de o

    condenado contratar com o Poder Pblico, de receber incentivos

    fiscais ou quaisquer outros benefcios, bem como de participar de

    licitaes, pelo prazo de:

    5 anos, no caso de crimes dolosos,

    3 anos, no de crimes culposos. (Art. 10)

    A suspenso de atividades ser aplicada quando estas no

    estiverem obedecendo s prescries legais. (Art. 11.)

    A prestao pecuniria consiste no pagamento em dinheiro

    vtima ou entidade pblica ou privada com fim social, de

    importncia, fixada pelo juiz, no inferior a 1 salrio mnimo nem

    superior a 360 salrios mnimos. O valor pago ser deduzido do

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    montante de eventual reparao civil a que for condenado o infrator. (Art.

    12.)

    O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso de

    responsabilidade do condenado, que dever, sem vigilncia, trabalhar,

    frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido

    nos dias e horrios de folga em residncia ou em qualquer local destinado

    a sua moradia habitual, conforme estabelecido na sentena condenatria.

    (Art. 13)

    PENAS aplicadas s PESSOAS JURDICAS (Art. 21)

    Prestao de Servios Comunidade (Art. 23)

    custeio de programas e de projetos ambientais;

    execuo de obras de recuperao de reas degradadas;

    manuteno de espaos pblicos;

    contribuies a entidades ambientais ou culturais pblicas.

    Restritivas de Direitos (Art. 22)

    suspenso parcial ou total de atividades;

    interdio temporria de estabelecimento, obra ou

    atividade;

    proibio de contratar com o Poder Pblico, bem como dele

    obter subsdios, subvenes ou doaes (Mx. 10 anos).

    Multa

    Notem que tanto pessoas fsicas quanto pessoas jurdicas possuem

    penas restritivas de direito e multa. Entretanto, nas penas restritivas de

    direito h algumas diferenas. Algumas penas restritivas de direitos so

    diferentes e aplicam-se s Pessoa Jurdica ou s a Pessoa Fsica.

    Observem, tambm, que prestao de servio comunidade um

    tipo de pena restritiva de direito para as pessoas fsicas.

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    As bancas examinadoras misturam as penas, e as questes exigem

    o conhecimento de quais penas so aplicadas s pessoas fsicas ou s

    pessoas jurdicas.

    Penas restritivas de liberdade (recluso/deteno) e a restritiva de

    direito (recolhimento domiciliar) aplicam-se apenas Pessoa Fsica, por

    bvio.

    Por fim, nas infraes administrativas NO cabe nenhuma pena

    restritiva de liberdade. As sanes administrativas so: multa, advertncia,

    suspenso, demolio, embargo, cancelamento, proibio...

    Pessoal, eu sei que para quem nunca estudou essa lei pode ficar meio

    confuso, pode parecer complicado, mas fiquem calmos! Leiam uma vez,

    duas, tentem entender. No final da aula, eu inseri alguns mapas mentais

    sobre as penas, imprimam esses mapas, colem na parede, no espelho do

    banheiro, no guarda-roupa...leiam todos os dias, em poucos minutos

    possvel fazer uma reviso e at o dia da prova j estar tudo memorizado.

    Para as Pessoas Jurdicas a pena de proibio de contratar com o

    Poder Pblico ou receber subsdios, subvenes ou doaes no poder

    exceder o prazo de 10 anos (Art. 22, III e 3).

    J para as Pessoas Fsicas a pena de interdio temporria de

    direito consiste na proibio de o condenado contratar com o Poder Pblico,

    de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefcios, bem como de

    participar de licitaes, pelo prazo de 5 anos para crime doloso e 3 anos

    para crime culposo. (Art. 10).

    O artigo 37 traz as excludentes de ilicitude. Costuma cair muito

    em concurso.

    Tomem nota:

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    NO crime o abate de animal, quando realizado (Art.37):

    I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de

    sua famlia;

    II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ao predatria

    ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente

    autorizado pela autoridade competente;

    IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo

    rgo competente.

    ATENO, pois a Lei n 13.052, de 2014 alterou o art. 25 da Lei

    9.605/98. Verificada a infrao, sero apreendidos seus produtos e

    instrumentos, lavrando-se os respectivos autos.

    Os animais sero prioritariamente libertados em seu habitat ou, sendo

    tal medida invivel ou no recomendvel por questes sanitrias,

    entregues a jardins zoolgicos, fundaes ou entidades assemelhadas, para

    guarda e cuidados sob a responsabilidade de tcnicos habilitados. At que

    os animais sejam entregues a essas instituies, o rgo autuante zelar

    para que eles sejam mantidos em condies adequadas de

    acondicionamento e transporte que garantam o seu bem-estar fsico.

    Tratando-se de produtos perecveis ou madeiras, sero estes avaliados

    e doados a instituies cientficas, hospitalares, penais e outras com fins

    beneficentes.

    Os produtos e subprodutos da fauna no perecveis sero destrudos

    ou doados a instituies cientficas, culturais ou educacionais.

    Os instrumentos utilizados na prtica da infrao sero vendidos,

    garantida a sua descaracterizao por meio da reciclagem.

    Competncia para Julgamento dos Crimes Ambientais

    Em regra, compete Justia Estadual julgar as contravenes e os

    crimes ambientais, exceto se o delito for contra bens, servios ou interesse

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    da Unio, de suas autarquias ou empresas pblicas, pois neste caso ser

    competncia da Justia Federal - art. 109, IV, da CF/88.

    O entendimento predominante na jurisprudncia, do STF e do STJ,

    de que o interesse da Unio para atrair a competncia da Justia Federal

    deve ser direto e especfico.

    Assim, a competncia da Justia Federal s ocorre quando a infrao

    penal praticada em detrimento de bens, servios ou interesses da Unio

    como tal, ou seja, de bens ou servios que possua, ou de seu interesse

    direto e especfico.

    Segundo o STJ so situaes especficas de competncia da Justia

    Federal:

    Delito envolvendo espcies ameaadas de extino, em termos

    oficiais;

    Conduta envolvendo ato de contrabando de animais silvestres, peles

    e couros de anfbios ou rpteis para o exterior;

    Introduo ilegal de espcie extica no pas;

    Pesca predatria no mar territorial;

    Crime contra a fauna perpetrado em parques nacionais, reservas

    ecolgicas; ou reas sujeitas ao eminente domnio da Nao;

    Conduta que ultrapassa os limites de um nico estado ou as fronteiras

    do pas.

    (STJ: CC 34.689 - SP, Relator Min. Gilson Dipp, julgado em

    22/5/2002.)

    Liberao ilegal de organismos geneticamente modificados.

    (STJ: CC 41.301, Relator Min. Gilson Dipp, julgado em 12/5/2004.)

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    Para a incidncia da norma constitucional (art. 109, IV), basta a

    ofensa direta a bens, servios ou interesse da Unio ou de suas entidades

    autrquicas ou empresas pblicas.

    Os bens da Unio esto elencados no art. 20, da Constituio Federal:

    I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos;

    II - as terras devolutas indispensveis defesa das fronteiras, das

    fortificaes e construes militares, das vias federais de comunicao e

    preservao ambiental, definidas em lei;

    III - os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seu

    domnio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros

    pases, ou se estendam a territrio estrangeiro ou dele provenham, bem

    como os terrenos marginais e as praias fluviais;

    IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases; as

    praias martimas; as ilhas ocenicas e as costeiras, excludas, destas, as

    que contenham a sede de Municpios, exceto aquelas reas afetadas ao

    servio pblico e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

    V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econmica

    exclusiva;

    VI - o mar territorial;

    VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

    VIII - os potenciais de energia hidrulica;

    IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

    X - as cavidades naturais subterrneas e os stios arqueolgicos e pr-

    histricos;

    XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios.

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    A floresta Amaznica Brasileira, a Mata Atlntica, a Serra do

    Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira embora sejam

    patrimnio nacional, no se enquadram, por si s, na definio de bens

    da Unio, e por isso compete justia estadual processar e julgar

    contravenes e crimes ambientais nessas reas.

    Portanto, no h que confundir patrimnio nacional com bem (ou

    patrimnio) da Unio.

    Apenas caber justia federal o crime perpetrado em detrimento de

    bens, servios ou interesses diretos e especficos da Unio, ou de suas

    autarquias ou empresas pblicas.

    Aps a edio da Lei 9.605/98, o STJ cancelou a Smula 91, que

    atribua Justia Federal a competncia de processar e julgar os crimes

    praticados contra a fauna.

    Agora, aps o cancelamento da referida Smula, caso no se

    verifique a hiptese do art. 109, IV da CF/88, a competncia para

    processar e julgar tanto os crimes contra a flora quanto contra a

    fauna ser da Justia ESTADUAL.

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    Cooperao Internacional para a Preservao do Meio Ambiente

    Resguardados a soberania nacional, a ordem pblica e os bons

    costumes, o Governo brasileiro prestar, no que concerne ao meio

    ambiente, a necessria cooperao a outro pas, sem qualquer nus,

    quando solicitado para:

    I - produo de prova;

    II - exame de objetos e lugares;

    III - informaes sobre pessoas e coisas;

    IV - presena temporria da pessoa presa, cujas declaraes tenham

    relevncia para a deciso de uma causa;

    V - outras formas de assistncia permitidas pela legislao em vigor ou

    pelos tratados de que o Brasil seja parte.

    Essa solicitao ser dirigida ao Ministrio da Justia, que a

    remeter, quando necessrio, ao rgo judicirio competente para decidir

    a seu respeito, ou a encaminhar autoridade capaz de atend-la.

    Observando a reciprocidade da cooperao internacional, deve ser

    mantido sistema de comunicaes apto a facilitar o intercmbio rpido e

    seguro de informaes com rgos de outros pases.

    Notem que a solicitao dirigida ao Ministrio da Justia. O ilustre

    Examinador pode colocar Ministrio do Meio Ambiente, por exemplo, para

    tentar confundir os desavisados.

    Princpio da Insignificncia (bagatela)

    O princpio da insignificncia, de acordo com o glossrio jurdico do

    STF, tem o sentido de excluir ou de afastar a prpria tipicidade penal, ou

    seja, no considera o ato praticado como um crime, por isso, sua aplicao

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    resulta na absolvio do ru e no apenas na diminuio e substituio da

    pena ou no sua no aplicao.

    Para ser utilizado, faz-se necessria a presena de certos requisitos,

    tais como:

    (a) a mnima ofensividade da conduta do agente,

    (b) a ausncia de periculosidade social da ao,

    (c) o reduzidssimo grau de reprovabilidade do

    comportamento e

    (d) a inexpressividade da leso jurdica provocada.

    Mnemnico para a prova: MARI

    Sua aplicao decorre no sentido de que o direito penal no se deve

    ocupar de condutas que produzam resultado cujo desvalor - por no

    importar em leso significativa a bens jurdicos relevantes - no represente,

    por isso mesmo, prejuzo importante, seja ao titular do bem jurdico

    tutelado, seja integridade da prpria ordem social.

    H controvrsia na sua aplicao no caso de danos ambientais. No

    entanto, no segundo semestre de 2012, o Supremo Tribunal Federal aplicou

    o princpio da insignificncia ou bagatela em um caso de pesca. Abaixo

    colacionamos jurisprudncia do STJ e do STF a respeito do tema.

    Jurisprudncia

    PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA PREDATRIA.

    PEQUENA QUANTIDADE DE PESCADO DEVOLVIDO AO HABITAT NATURAL.

    PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. INAPLICABILIDADE.

    PARTICULARIDADES DO CASO CONCRETO. RELEVNCIA PENAL DA

    CONDUTA. CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE. ESPECIAL RELEVO. ORDEM

    DENEGADA. I. Hiptese em que o paciente foi denunciado como incurso

    nas penas do art. 34, pargrafo nico, II, da Lei 9.605/98, porque teria

    sido flagrado pela Polcia Militar de Proteo Ambiental, praticando pesca

    predatria de camaro, com a utilizao de petrechos proibidos em perodo

    defeso para a fauna aqutica e sem autorizao dos rgos competentes.

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    II. A quantidade de pescado apreendido no desnatura o delito descrito no

    art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a atividade durante o perodo em que a

    pesca seja proibida, exatamente a hiptese dos autos, isto , em poca de

    reproduo da espcie, e com utilizao de petrechos no permitidos. III.

    Paciente que, embora no possua carteira profissional de pescador, faz da

    pesca a sua nica fonte de renda. IV. Para a incidncia do princpio da

    insignificncia devem ser considerados aspectos objetivos referentes

    infrao praticada, assim a mnima ofensividade da conduta do agente, a

    ausncia de periculosidade social da ao, o reduzido grau de

    reprovabilidade do comportamento, bem como a inexpressividade da leso

    jurdica causada (HC 84.412/SP, Rel. Min. Celso de Mello, DJ de

    19/11/2004), que no restou demonstrado in casu. V. A Constituio

    Federal de 1988, consolidando uma tendncia mundial de atribuir maior

    ateno aos interesses difusos, conferiu especial relevo questo

    ambiental, ao elevar o meio-ambiente categoria de bem jurdico tutelado

    autonomamente, destinando um captulo inteiro sua proteo. VI.

    Interesse estatal na repreenso da conduta, em se tratando de delito contra

    o meio-ambiente, dada a sua relevncia penal. VII. Ordem denegada.

    (STJ - HC: 192696 SC 2010/0226460-0, Relator: Ministro GILSON DIPP,

    Data de Julgamento: 17/03/2011, T5 - QUINTA TURMA, Data de

    Publicao: DJe 04/04/2011)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE PESCA EM

    LOCAL PROIBIDO. ART. 34, CAPUT, LEI 9.605/ 1998. PESCA EM LOCAL

    PROIBIDO. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AO PENAL. INCIDNCIA DO

    PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. IRRELEVNCIA PENAL DA CONDUTA.

    RECURSO PROVIDO. 1. Recorrente foi denunciado como incursos nas

    sanes do art. 34, caput, da Lei n. 9.605/1998, porque teria sido, em 20

    de abril de 2012, surpreendido por Policiais Militares do meio ambiente

    pescando em local proibido pela Portaria IEF n. 129, de 10 de setembro

    de 2004, publicado no Dirio do Executivo - Minas Gerais, em 11 de

    setembro de 2004; 2. Nessa ocasio, o Recorrente j havia pescado 10

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    (dez) peixes, conhecidos popularmente como lambari, totalizando 240

    (duzentos e quarenta) gramas de pescado, apreendidos e, posteriormente,

    descartados. 3. A aplicao do princpio da insignificncia nos crimes contra

    o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do fato, restrita

    aos casos onde e a conduta do agente expressa pequena reprovabilidade e

    irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurdico tutelado a

    proteo ao meio ambiente, direito de natureza difusa assegurado pela

    Constituio Federal, que conferiu especial relevo questo ambiental. 4.

    Verifica-se que se insere na concepo doutrinria e jurisprudencial de

    crime de bagatela a conduta do Recorrente, surpreendido em atividade de

    pesca com apenas uma vara de pescar retrtil e 240 (duzentos e quarenta)

    gramas de peixe. 5. Recurso ordinrio provido para, aplicando-se o

    princpio da insignificncia, determinar o trancamento da Ao Penal n.

    0056.12.012562-2.

    (STJ - RHC: 39578 MG 2013/0241325-5, Relator: Ministra LAURITA VAZ,

    Data de Julgamento: 05/11/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de

    Publicao: DJe 19/11/2013)

    RECURSO ORDINRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. CRIME DE PESCA COM

    PETRECHO NO PERMITIDO. ART. 34, PARGRAFO NICO, INCISO II, DA

    LEI N. 9.605/98. PEDIDO DE TRANCAMENTO DA AO PENAL.

    INCIDNCIA DO PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. APLICABILIDADE.

    ANLISE DO CASO CONCRETO. IRRELEVNCIA PENAL DA CONDUTA.

    RECURSO PROVIDO. 1. A aplicao do princpio da insignificncia nos

    crimes contra o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do

    fato, restrita aos casos onde e a conduta do agente expressa pequena

    reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurdico

    tutelado a proteo ao meio ambiente, direito de natureza difusa

    assegurado pela Constituio Federal, que conferiu especial relevo

    questo ambiental. 2. Verifica-se que se insere na concepo doutrinria e

    jurisprudencial de crime de bagatela a conduta do Recorrente - sem

    antecedentes criminais, a quem no se atribuiu a pesca profissional ou

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    reiterao de conduta -, que no ocasionou expressiva leso ao bem

    jurdico tutelado, j que foi apreendido apenas petrecho (rede), sem,

    contudo, nenhum espcime ter sido retirado do local, o que afasta a

    incidncia da norma penal. 3. Recurso ordinrio provido para, aplicando-se

    o princpio da insignificncia, determinar o trancamento da Ao Penal n.

    5003126-41.2012.404.7101 .

    (STJ - RHC: 35122 RS 2013/0004163-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ,

    Data de Julgamento: 26/11/2013, T5 - QUINTA TURMA, Data de

    Publicao: DJe 09/12/2013)

    HABEAS CORPUS. CRIME AMBIENTAL. PESCA EM PERODO PROIBIDO.

    APLICAODO PRINCPIO DA INSIGNIFICNCIA. IMPOSSIBILIDADE.

    ESPECIALREPROVABILIDADE DA CONDUTA NO CASO CONCRETO. HABEAS

    CORPUS DENEGADO. 1. A aplicabilidade do princpio da insignificncia nos

    crimes contra o meio ambiente, reconhecendo-se a atipicidade material do

    fato, restrita aos casos onde e a conduta do agente expressa pequena

    reprovabilidade e irrelevante periculosidade social. Afinal, o bem jurdico

    tutelado a proteo ao meio ambiente, direito de natureza difusa

    assegurado pela Constituio Federal, que conferiu especial relevo

    questo ambiental. 2. No se insere na concepo doutrinria e

    jurisprudencial de crime de bagatela a conduta do Paciente, pescador

    profissional, que foi surpreendido pescando com petrecho proibido em

    poca onde a atividade terminantemente vedada. H de se concluir, como

    decidiram as instncias ordinrias, pela ofensividade da conduta do ru, a

    quem se impe maior respeito legislao ambiental, voltada para

    preservao da matria prima de seu ofcio. 3. E, apesar de terem sido

    apreendidos apenas 05 kg (cinco quilos) de peixe, nos termos da

    jurisprudncia desta Corte Superior: "A quantidade de pescado apreendido

    no desnatura o delito descrito no art. 34 da Lei 9.605/98, que pune a

    atividade durante o perodo em que a pesca seja proibida, exatamente a

    hiptese dos autos, isto , em poca de reproduo da espcie, e com

    utilizao de petrechos no permitidos." (HC 192696/SC, 5. Turma, Rel.

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    Min. GILSON DIPP, DJe de04/04/2011.) 4. Ordem de habeas corpus

    denegada.

    (STJ - HC: 192486 MS 2010/0225552-4, Relator: Ministra LAURITA VAZ,

    Data de Julgamento: 18/09/2012, T5 - QUINTA TURMA, Data de

    Publicao: DJe 26/09/2012)

    AO PENAL. Crime ambiental. Pescador flagrado com doze camares e

    rede de pesca, em desacordo com a Portaria 84/02, do IBAMA. Art. 34,

    pargrafo nico, II, da Lei n 9.605/98. Rei furtivae de valor insignificante.

    Periculosidade no considervel do agente. Crime de bagatela.

    Caracterizao. Aplicao do princpio da insignificncia. Atipicidade

    reconhecida. Absolvio decretada. HC concedido para esse fim. Voto

    vencido. Verificada a objetiva insignificncia jurdica do ato tido por

    delituoso, luz das suas circunstncias, deve o ru, em recurso ou habeas

    corpus, ser absolvido por atipicidade do comportamento.

    (STF - HC: 112563 DF , Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de

    Julgamento: 21/08/2012, Segunda Turma, Data de Publicao: DJe-241

    DIVULG 07-12-2012 PUBLIC 10-12-2012)

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    Questes comentadas

    1 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011)

    As sanes penais aplicveis s pessoas fsicas pela prtica de

    crimes ambientais so as penas restritivas de direitos e multa, mas

    no, as privativas de liberdade.

    Errado.

    As penas aplicadas as pessoas fsicas so:

    privativa de liberdade;

    restritiva de direitos; e

    multa.

    2 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011)

    Por se tratar de ente fictcio, a pessoa jurdica no pode ser sujeito

    ativo dos crimes ambientais.

    Errado.

    Pode sim! Questo mais batida sobre crimes ambientais.

    Sobre a responsabilidade da pessoa jurdica h trs correntes

    doutrinrias. Entretanto, a teoria mais aceita e adotada pelas bancas de

    concursos a de que a pessoa jurdica pode cometer crime, inclusive esse

    tem sido o entendimento do STJ.

    De forma direta, para a prova objetiva de concurso, as pessoas

    jurdicas tm capacidade de culpabilidade e de sano penal. Obviamente,

    no h para a pessoa jurdica pena privativa de liberdade, para essas

    pessoas a Lei 9.605/98 prev outras sanes (Artigos 21, 22, 23, e 24 da

    Lei 9.605/98).

    Afirmem tranquilamente na prova que as pessoas jurdicas podem

    responder por crimes ambientais, com fundamento no art. 3 da Lei

    9.605/98 e no art. 225,3 da CF/88.

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    As pessoas jurdicas sero responsabilizadas administrativa,

    civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a

    infrao seja cometida por deciso de seu representante legal ou

    contratual, ou de seu rgo colegiado, no interesse ou benefcio da sua

    entidade.(Art. 3 da Lei 9.605/98).

    Alm disso, a CF/88 prev a possibilidade de responsabilizao da

    pessoa fsica e jurdica nas esferas administrativa, civil e penal,

    conforme art. 225,3 da CF/88. uma trplice responsabilizao.

    3 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011)

    Incidem nas penas previstas em lei, na medida de sua

    culpabilidade, as pessoas que, tendo conhecimento da conduta

    criminosa de algum contra o ambiente e podendo agir para evit-

    la, deixem de impedir sua prtica.

    Certo.

    Art. 2 da Lei 9.605/98. Omisso penalmente relevante.

    "Quem, de qualquer forma, concorre para a prtica dos crimes previstos

    nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua

    culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho

    e de rgo tcnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatrio de

    pessoa jurdica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de

    impedir a sua prtica, quando podia agir para evit-la."

    4 - (Funiversa - Auditor Fiscal de Atividades Urbanas - Controle

    Ambiental - SEPLAG-DF - 2011)

    Uma madeireira, por deciso unnime de sua diretoria, resolve

    cortar rvores de rea de preservao permanente e vender toda a

    madeira cortada, com obteno de vantagem patrimonial

    incorporada ao patrimnio da empresa.

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    Acerca dessa situao hipottica e com base na proteo penal do

    meio ambiente prevista na Lei n. 9.605/1998, assinale a

    alternativa correta em relao responsabilizao criminal.

    (A) A madeireira no pode ser responsabilizada criminalmente.

    (B) Os diretores da madeireira no podem ser responsabilizados

    criminalmente.

    (C) S a madeireira pode ser responsabilizada criminalmente.

    (D) Tanto a madeireira quanto seus diretores esto amparados por

    lei, pois no h crime ambiental na situao em exame.

    (E) A madeireira e os seus dirigentes podero ser responsabilizados

    criminalmente.

    Gabarito: E.

    Uma vez que a infrao foi cometida por deciso da diretoria e, alm

    disso, a empresa obteve benefcio com o crime, certamente a madeireira e

    os seus dirigentes podero ser responsabilizados, de acordo com os artigos

    2 e 3 da Lei de Crimes Ambientais.

    A empresa e a diretoria responderiam por crime contra a flora,

    conforme disposto no art. 38 da Lei 9.605/98.

    "Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservao

    permanente, mesmo que em formao, ou utiliz-la com infringncia das

    normas de proteo:

    Pena - deteno, de um a trs anos, ou multa, ou ambas as penas

    cumulativamente.

    Pargrafo nico. Se o crime for culposo, a pena ser reduzida

    metade."

    5 - (CESPE - Advogado - AGU - 2009)

    As pessoas fsicas e as jurdicas esto sujeitas s mesmas sanes

    penais decorrentes da prtica de crime ambiental, quais sejam:

    penas privativas de liberdade, restritivas de direito e multas.

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    Errado.

    As penas das pessoas fsicas e das pessoas jurdicas no so iguais,

    por isso o item est errado.

    As penas aplicadas s pessoas fsicas so:

    privativa de liberdade;

    restritiva de direitos; e

    multa.

    J as penas aplicadas s pessoas jurdicas so:

    prestao de servios comunidade;

    restritiva de direitos; e

    multa.

    Para pessoa jurdica NO cabe pena privativa de liberdade!

    6 - (CESPE - Advogado - IBRAM-DF - 2009)

    A pessoa jurdica poder ser responsabilizada penalmente pela

    prtica de crime ambiental, estando sujeita a pena de prestao de

    servios comunidade.

    Certo.

    Art. 21. As penas aplicveis isolada, cumulativa ou alternativamente

    s pessoas jurdicas, de acordo com o disposto no art. 3, so:

    I - multa;

    II - restritivas de direitos;

    III - prestao de servios comunidade.

    7 - (CESPE - Delegado de Polcia - PC-TO - 2008)

    Considere que um fazendeiro, nos limites de sua propriedade rural,

    abata espcime da fauna silvestre brasileira sem autorizao do

    rgo competente, visando proteger seu rebanho da ao

    predatria do animal. Nessa situao, o fato atpico, pois a

    legislao ambiental expressamente prev essa excludente.

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    Errado.

    fato tpico e depende de autorizao da autoridade competente.

    Art. 37. No crime o abate de animal, quando realizado:

    I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de

    sua famlia;

    II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ao predatria

    ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente

    autorizado pela autoridade competente;

    III (VETADO)

    IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo

    rgo competente.

    8 - (CESPE - OAB - Primeira Fase - Jun/2010)

    No constitui crime o abate de animal quando realizado, entre

    outras hipteses, em estado de necessidade, para saciar a fome do

    agente ou de sua famlia.

    Certo. Art. 37 da Lei de crimes ambientais.

    No crime o abate de animal, quando realizado:

    I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou

    de sua famlia;

    II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ao predatria

    ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente

    autorizado pela autoridade competente;

    III (VETADO)

    IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo

    rgo competente.

    9 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011)

    O ato de soltar bales somente se caracteriza como crime contra o

    meio ambiente se, em consequncia da conduta, houver incndio

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    em floresta ou em outras formas de vegetao, em reas urbanas

    ou em qualquer tipo de assentamento humano.

    Errado.

    Fabricar, vender, transportar ou soltar bales que possam provocar

    incndios nas florestas e demais formas de vegetao, em reas urbanas

    ou qualquer tipo de assentamento humano. (Art. 42 da Lei 9.605/98).

    Notem que o tipo penal no exige obrigatoriamente dano, mas sim

    perigo concreto de incndio. A ocorrncia de efetivo incndio indiferente,

    basta que o balo tenha potencialidade de provocar incndio para que o

    delito esteja configurado. um crime ambiental de perigo, o qual no exige

    o efetivo dano, basta a mera ameaa de dano para tipificar o crime.

    Apenas para ilustrar melhor, vejam que, segundo o artigo 52 da Lei

    9.605/98, crime penetrar em Unidades de Conservao conduzindo

    substncias ou instrumentos prprios para caa ou para explorao de

    produtos ou subprodutos florestais, sem licena da autoridade competente.

    Observem que apenas penetrar em UC com as substncias ou

    instrumentos sem a licena j crime. Aqui a Lei busca evitar o dano, seria

    uma aplicao do princpio da preveno.

    10 - (Cespe/UnB - Juiz - TJ-PB - 2011)

    A responsabilidade penal por crimes ambientais est integralmente

    amparada no princpio da culpabilidade; desse modo, os tipos

    penais previstos na lei que dispe sobre os crimes ambientais (Lei

    n. 9.605/1998) s se consumam se os delitos forem praticados

    dolosamente.

    Errado.

    Vrios artigos da Lei de crimes ambientais contemplam a

    modalidade culposa. Entre eles: art. 38; 40; 41; 49; 54; 56; 62; 67;

    68; e 69-A.

    Vejam um exemplo:

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    "Art. 41. Provocar incndio em mata ou floresta:

    Pena - recluso, de dois a quatro anos, e multa.

    Pargrafo nico. Se o crime culposo, a pena de deteno de

    seis meses a um ano, e multa."

    11 - (Cesgranrio - Profissional Junior - Engenharia Ambiental -

    Petrobras Distribuidora - 1/2011)

    Nas Disposies Gerais da Lei no 9.605/1998, faz-se saber que:

    (A) a responsabilidade das pessoas jurdicas no exclui a das

    pessoas fsicas, autoras, coautoras ou participantes do mesmo fato.

    (B) a responsabilidade das pessoas jurdicas exclui a das pessoas

    fsicas, autoras, coautoras ou participantes do mesmo fato.

    (C) nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de seu

    representante contratual, as pessoas jurdicas sero

    responsabilizadas administrativamente apenas.

    (D) nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de seu

    rgo colegiado, as pessoas jurdicas sero responsabilizadas

    civilmente apenas.

    (E) nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de seu

    representante legal, as pessoas jurdicas sero responsabilizadas

    civil e penalmente apenas.

    Gabarito: A

    A - CERTO. Art. 3, nico da Lei 9.605/98

    B - ERRADO. Exatamente o contrrio do que afirma a letra A.

    C - ERRADO. De acordo com Art. 3 da Lei 9.605/98, As pessoas

    jurdicas sero responsabilizadas administrativa, civil e

    penalmente, nos casos em que a infrao seja cometida por deciso de

    seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo colegiado,

    no interesse ou benefcio da sua entidade.

    D - ERRADO. uma trplice responsabilizao: administrativa, civil

    e penal.

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    E - ERRADO. Novamente! Responsabilidade ADMINISTRATIVA, CIVIL

    e PENAL.

    12 - (Cesgranrio - Advogado - INEA - 2008)

    A Lei no 9.605/98 dispe sobre as sanes penais e

    administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio

    ambiente, inclusive aquelas cometidas por pessoas jurdicas. Sobre

    a matria, pode-se afirmar que:

    I - o administrador de pessoa jurdica que, ciente da conduta

    criminosa adotada pela empresa, deixar de impedir a sua prtica,

    quando podia agir para evit-la, incorre nas penalidades cominadas

    referida conduta;

    II - poder ser desconsiderada a pessoa jurdica sempre que sua

    personalidade for obstculo ao ressarcimento de prejuzos

    causados ao meio ambiente;

    III - a pessoa jurdica constituda com o fim de ocultar a prtica de

    crime ambiental pode ter sua liquidao forada decretada;

    IV - a responsabilidade das pessoas jurdicas exclui a das pessoas

    fsicas, autoras da conduta lesiva ao meio ambiente.

    Esto corretas as afirmaes

    (A) I e II, apenas.

    (B) I, II e III, apenas.

    (C) I, II e IV, apenas.

    (D) II, III e IV, apenas.

    (E) I, II, III e IV.

    Gabarito: B

    I - CERTO. O diretor, o administrador, o membro de conselho e de rgo

    tcnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatrio de pessoa jurdica

    que sabem da existncia de um crime e no agem para evit-lo, quando

    podiam, respondem por OMISSO PENALMENTE RELEVANTE. Art. 2 da

    Lei 9.605/98.

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    II - CERTO. Literalidade do art. 4 da Lei 9.605/98.

    III - CERTO. Conforme o art. 24 da Lei 9.605/98, a pessoa jurdica

    constituda ou utilizada, preponderantemente, com o fim de

    permitir, facilitar ou ocultar a prtica de crime definido na Lei de

    crimes ambientais ter decretada sua liquidao forada, seu

    patrimnio ser considerado instrumento do crime e como tal perdido

    em favor do Fundo Penitencirio Nacional.

    IV - ERRADO. A responsabilidade das pessoas jurdicas no exclui a das

    pessoas fsicas, autoras, co-autoras ou partcipes do mesmo fato, art. 3,

    nico da Lei 9.605/98.

    13 - (Cesgranrio - Advogado Jnior - Petrobras - maro/2011)

    Acerca da responsabilidade decorrente de crimes cometidos contra

    o meio ambiente, considere os procedimentos abaixo.

    I - Independente da pena aplicada e do crime cometido, as penas

    privativas de liberdade podero ser substitudas por penas restritivas

    de direitos, caso fique demonstrado que a substituio ser

    suficiente para efeitos de reprovao e preveno do crime.

    II - Para imposio e gradao da penalidade, a autoridade

    competente observar a gravidade do fato, tendo em vista os

    motivos da infrao e suas consequncias para a sade pblica e

    o meio ambiente.

    III - Esto compreendidas, entre as penas restritivas de direito, a

    prestao de servios comunidade e a interdio temporria de

    direitos do infrator.

    IV - Para imposio e gradao da penalidade, no caso de multa,

    a autoridade competente observar a situao econmica do

    infrator.

    So procedimentos previstos nos termos da Lei no 9.605/98:

    (A) I e III, apenas.

    (B) I e IV, apenas.

    (C) I, II e III, apenas.

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    (D) II, III e IV, apenas.

    (E) I, II, III e IV.

    Gabarito: D

    I - ERRADO. Art. 7, I e II da Lei 9.605/98.

    H dois requisitos para substituio das penas privativas de

    liberdade por penas restritivas de direito:

    1 - Tratar-se de crime CULPOSO ou for aplicada pena privativa de

    liberdade inferior a 4 anos.

    2 - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do

    condenado, bem como os motivos e as circunstncias do crime indicarem

    que a substituio seja suficiente para efeitos de reprovao e

    preveno do crime.

    O item est errado ao afirmar que essa substituio independe da

    pena aplicada e do crime praticado. A questo desconsiderou o requisito 1.

    II - CERTO. Art. 6, I, II, III da Lei 9.605/98.

    Para imposio e gradao da penalidade, a autoridade

    competente observar (Art. 6):

    a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infrao e

    suas consequncias para a sade pblica e para o meio ambiente;

    os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da

    legislao de interesse ambiental;

    a situao econmica do infrator, no caso de multa.

    III - CERTO.

    Penas Restritivas de Direito aplicadas s Pessoas Fsicas (Art.

    8)

    prestao de servios comunidade;

    interdio temporria de direitos;

    suspenso parcial ou total de atividades;

    prestao pecuniria (+ que 1 salrio e no mximo 360

    salrios);

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    recolhimento domiciliar.

    IV - CERTO. Conforme art. 6, III da Lei 9.605/98. Veja tabela do item

    II dessa questo.

    14 - (Cesgranrio - Advogado Pleno - Petrobras - Transpetro - 2006)

    Nos termos da Lei no 9.605/98, a autoridade competente para a

    aplicao de penalidade por infrao legislao ambiental dever

    observar, para fins de imposio e gradao da penalidade, os

    seguintes aspectos:

    I - a situao econmica do infrator, no caso de multa;

    II - a nacionalidade do infrator (nacional ou estrangeiro), na

    hiptese de infrao cometida por pessoa jurdica;

    III - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da

    legislao de interesse ambiental;

    IV - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infrao e suas

    consequncias para a sade pblica e para o meio ambiente.

    Esto corretos os aspectos:

    (A) I, II e III, apenas.

    (B) I, II e IV, apenas.

    (C) I, III e IV, apenas.

    (D) II, III e IV, apenas.

    (E) I, II, III e IV.

    Gabarito: C

    O item II est errado, pois a nacionalidade do infrator no levada

    em conta para aplicao da penalidade.

    Para imposio e gradao da penalidade, a autoridade

    competente observar (Art. 6):

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    a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infrao e

    suas consequncias para a sade pblica e para o meio ambiente;

    os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da

    legislao de interesse ambiental;

    a situao econmica do infrator, no caso de multa.

    15 - (Cesgranrio - Especialista em Regulao de Petrleo e

    Derivados, lcool Combustvel e Gs Natural - Especialidade: Meio

    Ambiente - ANP - 2008)

    Sobre as circunstncias que atenuam ou agravam as penas derivadas

    de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, conforme

    disposto pela Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (Lei de

    Crimes Ambientais), uma pena pode ser

    (A) atenuada, caso a poluio no atinja reas de unidades de

    conservao.

    (B) atenuada, caso o acidente ocorra em domingo ou feriado.

    (C) atenuada, caso a infrao cometida pelo agente tenha sido

    facilitada por funcionrio pblico no exerccio de suas funes.

    (D) agravada, caso a infrao ocorra em pocas de seca ou

    inundaes.

    (E) agravada, caso o agente infrator possua baixo grau de instruo

    ou escolaridade.

    Gabarito: D

    A - ERRADO. No atingir UC no circunstncia atenuante, entretanto

    atingir reas de UC ou rea sujeitas, por ato do Poder Pblico, a regime

    especial de uso circunstncia agravante. Art. 15, II, "e" da Lei 9.605/98.

    B - ERRADO. Caso o acidente ocorra em domingos ou feriados ser

    circunstncia agravante. Art. 15, II, "h" da Lei 9.605/98.

    C - ERRADO. Nessa situao ser agravada. Art. 15, II, "r" da Lei

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    9.605/98.

    D - CERTO. Art. 15, II, "j" da Lei 9.605/98

    E - ERRADO. Baixo grau de instruo ou escolaridade do agente

    circunstncia atenuante. Art. 14, I, da Lei 9.605/98.

    16 - (Cesgranrio - Analista Ambiental Jnior Biologia - Petrobras -

    1/2011)

    Entre os avanos trazidos pela Lei de Crimes Ambientais (Lei no

    9.605, de 12 de fevereiro de 1998) est o fato de que se passou a

    tipificar como crime os danos causados ao meio ambiente, com

    penas previstas de priso, ao passo que, anteriormente, esses

    mesmos danos eram classificados como contravenes, passveis

    de sano administrativa.

    Disponvel em:

    . Acesso em: 27 jul. 2011. Adaptado.

    De acordo com a Lei de Crimes Ambientais, uma circunstncia que

    agrava a pena, quando no constitui ou qualifica o crime, a(o)

    (A) comunicao prvia pelo agente do perigo iminente de

    degradao ambiental

    (B) reincidncia nos crimes de natureza ambiental

    (C) colaborao com os agentes encarregados da vigilncia e do

    controle ambiental

    (D) baixo grau de instruo ou escolaridade do agente

    (E) arrependimento do infrator

    Gabarito: B

    Questo exigia apenas bom senso. No havia nem a necessidade de

    conhecer a lei. A nica opo que contm uma circunstncia agravante a

    letra B, conforme art. 15, I da Lei 9.605/98. As demais opes apresentam

    circunstncias atenuantes.

    Afinal, desde quando reincidncia nos crimes de natureza ambiental

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    pode ser atenuante? Mesmo sem conhecer o dispositivo possvel concluir

    que se trata de circunstncia que agrava a pena.

    17 - (Cesgranrio - Engenheiro de Meio Ambiente Jr.- Termoau - 2008)

    A Lei de Crimes Ambientais (Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de

    1998) um instrumento importante para aplicao de penas

    decorrentes de condutas e atividades consideradas lesivas ao meio

    ambiente. De acordo com o disposto nesta Lei,

    (A) as pessoas jurdicas sero responsabilizadas administrativa,

    civil e penalmente, nos casos em que a infrao seja cometida por

    deciso de seu representante legal ou contratual, ou de seu rgo

    colegiado, no interesse ou benefcio da sua entidade, fato que no

    exclui a responsabilidade das pessoas fsicas, autoras, coautoras ou

    partcipes do mesmo fato.

    (B) qualquer pessoa, desde que maior de 21 (vinte e um) anos,

    constatando infrao ambiental, poder dirigir representao s

    autoridades competentes para lavrar auto de infrao ambiental e

    instaurar processo administrativo.

    (C) so consideradas espcimes da fauna silvestre todos aqueles

    pertencentes s espcies nativas, migratrias, aquticas ou

    terrestres, desde que tenham todo o seu ciclo de vida ocorrendo

    dentro dos limites do territrio brasileiro, ou guas jurisdicionais

    brasileiras.

    (D) degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domnio

    pblico ou devolutas, sem autorizao do rgo competente,

    considerado crime mesmo que a conduta praticada seja para a

    subsistncia imediata pessoal do agente ou de sua famlia.

    (E) causar dano direto ou indireto s Unidades de Conservao, tais

    como Reservas Biolgicas, reas de Proteo Ambiental e reas de

    Relevante Interesse Ecolgico, independentemente de sua

    localizao, um exemplo de crime contra a fauna.

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    Gabarito: A

    A - CERTO. Art. 3 caput, nico da Lei 9.605/98.

    B - ERRADO. Art. 70, 1 e 2 da Lei 9.605/98.

    Qualquer pessoa, constatando infrao ambiental, poder

    dirigir representao s autoridades competentes para efeito do

    exerccio do seu poder de polcia.

    O poder de polcia a atividade da Administrao que impe limites

    ao exerccio de direitos e liberdades. Em termos bem simples, pode ser

    entendido como toda limitao individual liberdade e propriedade em

    prol do interesse pblico. O mbito de incidncia bem amplo, indo desde

    aspectos clssicos da segurana de pessoas e bens, e sade, at a

    preservao da qualidade do meio ambiente.

    O poder de polcia ambiental o principal instrumento de controle

    para garantir o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente

    equilibrado previsto na CF/88. o dever-poder exercido pela administrao

    pblica operando restries com o objetivo de zelar pelo bem estar da

    sociedade.

    So autoridades competentes para lavrar auto de infrao

    ambiental e instaurar processo administrativo os funcionrios de

    rgos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente -

    SISNAMA, designados para as atividades de fiscalizao, bem como os

    agentes das Capitanias dos Portos, do Ministrio da Marinha.

    C - ERRADO. Art. 29, 3 da Lei 9.605/98.

    "So espcimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes s

    espcies nativas, migratrias e quaisquer outras, aquticas ou

    terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo

    dentro dos limites do territrio brasileiro, ou guas jurisdicionais

    brasileiras."

    D - ERRADO. Art. 50-A, 1 da Lei 9.605/98.

    No crime a conduta praticada quando necessria subsistncia

    imediata pessoal do agente ou de sua famlia.

    E - ERRADO. Art. 40 da Lei 9.605/98. crime contra a FLORA.

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    18 - (Cesgranrio - Engenheiro de Meio Ambiente - Petrobras -

    maro/2010)

    Uma consulta Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, conhecida

    como Lei de Crimes Ambientais, a qual dispe sobre as sanes

    penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas

    ao meio ambiente, conduz concluso de que a(s)

    (A) responsabilidade das pessoas jurdicas em atos prejudiciais ao

    meio ambiente exclui as pessoas fsicas, autoras, coautoras ou

    partcipes do mesmo fato.

    (B) pena pode ser atenuada por circunstncias como o fato de a

    infrao ter sido cometida em pocas de seca ou de inundaes.

    (C) infrao de matar, perseguir, caar, apanhar ou utilizar

    espcimes da fauna silvestre que estejam em processo de extino

    incorre em pena de deteno de um a cinco anos e de multa,

    acompanhada de servios comunitrios, no caso do espcime no

    estar em extino.

    (D) prestao de servios comunidade uma pena prevista para

    pessoas fsicas, no podendo ser aplicada s pessoas jurdicas,

    salvo em caso de execuo de obras de recuperao de reas

    degradadas.

    (E) penas restritivas de direitos so autnomas e substituem as

    privativas de liberdade em casos como o de crime culposo ou

    quando for aplicada a pena privativa de liberdade inferior a quatro

    anos.

    Gabarito: E

    A - ERRADO. Pargrafo nico do art. 3 da Lei 9.605/98. A

    responsabilidade das pessoas jurdicas no exclui a das pessoas fsicas,

    autoras, co-autoras ou partcipes do mesmo fato.

    B - ERRADO. Essa uma circunstncia agravante. Art. 15, II, "j".

    C - ERRADO.

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    "Art. 29. Matar, perseguir, caar, apanhar, utilizar espcimes da fauna

    silvestre, nativos ou em rota migratria, sem a devida permisso, licena

    ou autorizao da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:

    Pena - deteno de seis meses a um ano, e multa.

    4 A pena aumentada de metade, se o crime praticado:

    I - contra espcie rara ou considerada ameaada de extino, ainda

    que somente no local da infrao."

    D - ERRADO. A prestao de servios comunidade poder ser aplicada

    pessoa jurdica, e de acordo com o art. 23. consistir em:

    I - custeio de programas e de projetos ambientais;

    II - execuo de obras de recuperao de reas degradadas;

    III - manuteno de espaos pblicos;

    IV - contribuies a entidades ambientais ou culturais pblicas.

    E - CERTO. Art. 7, I da Lei 9.605/98.

    19 - (Cesgranrio - Profissional do Meio Ambiente - Transpetro -

    3/2011)

    Cabero ao poder pblico e coletividade, segundo dispe o art.

    225 da Constituio Federal de 1988, a defesa e a preservao

    ambiental para as presentes e futuras geraes. Com o objetivo

    de regulamentar o referido art. 225, entrou em vigor, nos seus

    aspectos penais, a Lei no 9.605/1998, conhecida como a Lei de

    Crimes Ambientais, segundo a qual

    (A) o baixo grau de instruo ou escolaridade do agente e o

    arrependimento do infrator, manifestado pela espontnea

    reparao do dano, so circunstncias que atenuam a pena.

    (B) o indivduo que matar, perseguir, caar, apanhar, utilizar

    espcimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratria, sem a

    devida permisso, licena ou autorizao da autoridade

    competente, sujeita-se pena de recluso de um a cinco anos.

    (C) a responsabilidade das pessoas jurdicas, nos casos de infrao,

    exclui a das pessoas fsicas, autoras, coautoras ou partcipes do

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    mesmo fato, no interesse ou benefcio da sua entidade.

    (D) a autoridade competente no observar a situao econmica

    no caso de multa, para imposio e gradao da penalidade.

    (E) as penas restritivas de direitos so autnomas e no substituem

    as privativas de liberdade quando se tratar de crime culposo.

    Gabarito: A

    A - CERTO. Art. 14, I e II da Lei 9.605/98.

    B - ERRADO. A pena correta para esse crime deteno de seis meses a

    um ano, e multa (Art. 29.)

    C - ERRADO. No exclui!!! Art. 3, nico.

    "A responsabilidade das pessoas jurdicas no exclui a das pessoas fsicas,

    autoras, co-autoras ou partcipes do mesmo fato."

    D - ERRADO. Observar sim! Art. 6, III.

    APLICAO DA PENA (Art. 6)

    Para imposio e gradao da penalidade, a autoridade competente

    observar:

    a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infrao e

    suas consequncias para a sade pblica e para o meio ambiente;

    os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da

    legislao de interesse ambiental;

    a situao econmica do infrator, no caso de multa.