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UM PASSO RUMO À CIDADANIA Romildo Jônatas Feitosa Santos

DIREITOS HUMANOS: UM PASSO RUMO À CIDADANIA

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UM PASSO RUMO À CIDADANIA

Romildo Jônatas Feitosa Santos

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1. Magna Charta Libertatum (Inglaterra -1215)

2. Habeas Corpus Act (Inglaterra – 1689)

3.Declaração Universal dos Direitos do Homem e do cidadão (França- 1789)

4.Declaração de independência dos Estados Unidos da América (EUA-1776)

5. Constituição mexicana de 1919

6.Consituição de Weimar (Alemanha- 1919)

7. Declaração Universal de Direitos Humanos (ONU – 1948)

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MARCOS HISTÓRICA NA CRIAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

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Tal classificação foi criada pelo ilustre professor Polonês Karel

Wazack em 1955, em discurso proferido na universidade de Sorbonne em Paris

Em analogia ao que foi proclamado pela Revolução Francesa, o referido professor criou a ideia de que os direitos humanos se consolidam em gerações ou dimensões

1ª geração _ Direito à liberdade (Direito Constitucional)

2ª geração – Direito à igualdade (Direito eleitoral e administrativo)

3ª geração –Direito à fraternidade (Direito Previdenciário e direito do trabalho)

4 º geração – direitos difusos e coletivos (direito ambiental, direitos humanos, direito sanitário, direito educacional)

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Dimensões ou gerações de Direitos Humanos

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1. Imprescritibilidade

2. Inalienabilidade

3. irrenunciabilidade

4. Inviolabilidade

5. Universalidade

6. Efetividade

7. Interpendência

8.Complementaridade

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Características gerais dos direitos humanos

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Os direitos humanos fundamentais constituem direitos transindividuais de natureza coletiva, uma vez que tratam-se de direitos cujo objeto jurídicos é indivisível e nos quais os titulares estão ligados por uma situação fática.

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1. A inquisição medieval (1214 – 1815)

2. O genocídio e o etnocídio dos povos americanos (1492 até os dias atuais)

3. A escravidão do negro africano (1415 a 1898)

4. O genocídio do povo armênio(1914- 1918);

5. O holocausto judeu(1939-1945);

6. A guerra do Vietnã(1965 -1975);

7.A guerra da Bósnia (1992 a 1994)

8. A guerra na Síria (2011 até os dias atuais)

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Violações de direitos humanos em nível mundial

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1. Discriminação racial dos afrodescendentes;

2. Genocídio e etnocídio dos povos ameríndios;

3. Abandono das populações marginalizadas,

4. Massacres cometidos pela agentes do Estado e por criminosos;

5. Sistema carcerário ;

6. Deficiência nas políticas públicas para tratamento de dependentes químicos;

7. péssimas condições de saúde pública

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Violações de Direito humanos no Brasil

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1. Sentido político (Carl Schmitt): sob esse prisma, a

constituição representa uma manifestação de poder estatal (decisão politica fundamental)

2. Sentido Sociológico (Ferdinand Lassale):A constituição deve ser vista como a soma dos fatores reais de poder dentro da sociedade

3. Sentido Lógico jurídico ou jurídico positivo (Hans Kelsen) : A constituição deve ser interpretada como Lex Legum, ou seja, a lei maior, fundamento de existência, validade e eficácia de um sistema jurídico.

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A Constituição como garantidora do DHF em seus vários aspectos

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A constituição como centro do sistema normativo

Constituição Federal

Direito penal

•Direito processual

Direitos Difusos e coletivos

Direito civil

Direito Humanos

Direito Internacional

Direito do Consumidor

Direito previdenciário

Direito ambiental

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O modelo normativo Kelseniano A pirâmide normativa de Hans Kelsen (Áustria -1920)

Nesse modelo a constituição é vista como fundamento de existencia, de validade e de eficácia das demais normas do ordenamento jurídico.

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A Alemanha Nazista (1933-1945) Paradigma de violação de Direitos humanos

1. Extermínio em massa de 6 milhões de Judeus nos campos de

Concentração: 2. Construção dos campos de concentração e de trabalhos forçados de :

Dachau, Saschahausen, Madjaynek, Auschwitz-Birkenau, Bergen-Belsen, Treblinka, Sobibor , Belzec , Oraniemburg e Terezín.

3. Esterilização forçada de 200 mil alemães considerado inferiores 4. Assassinato de 1,5 milhão de ciganos (etnia Romani) no campo de

Belzec 5. Assassinato em massa de civis no leste Europeu, especialmente na

Ucrânia e na Rússia (Einsatzgruppen) 6. Bombardeio de área civis em toda a Europa (Blitzkrieg) 7. Milhões de trabalhadores deportados da França e da Polônia 8. Assassinato por inanição de prisioneiros soviéticos 9. Tortura e assassinato de homossexuais, comunistas, maçons,

testemunhas de Jeová e de intelectuais democratas 10. Seres humanos como cobaias de laboratório

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A Alemanha após 1946 (governo de Konrad Adenauer) A Nova Alemanha como um paradigma de respeito aos direitos

humanos 1. Criação do Bundsverfassunggericht – (BVG) ( Supremo Tribunal consitucional alemão; 2. Reconhecimento da dignidade da pessoa humana como origem e destino de todas as norma do Direito 3. Reconhecimento da diversidade como fundamento da democracia 4. Reconhecimento do pluralismo político como meio de expressão da vontade popular (Volkgeist) 5. Reconhecimento das minorias como parte inerente e fundamental para a consolidação de um sociedade fraterna e sem preconceitos 6. Garantia de direitos invioláveis como a vida, a liberdade e ao patrimônio de todos os cidadãos 7. Garantia de que todos os cidadão podem questionar a validade, legalidade e a moralidade das leis e dos atos infralegais 8. Reconhecimento da legitimidade do cidadão como sujeito apto a questionar até mesmo a constitucionalidade das leis 9. Criação de políticas afirmativas para os menos favorecidos

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A Declaração universal dos Direitos Humanos (princípios consagrados)

1. Dignidade da pessoa humana; 2. Respeito às diversidades política, econômica, cultural,

religiosa e sexual; 3. Respeito à propriedade; 4. Vedação de cancelamento de nacionalidade; 5. Vedação de proibição de exercício de cargos, empregos ou

funções em função de características subjetivas; 6. Concessão de asilo político; 7. Busca pela solução pacífica de conflitos; 8. Proibição de penas de caráter cruel, infamante ou

degradante 9. Promoção de politicas públicas estatais que promovam a

dignidade da pessoa humana nos âmbitos da saúde, educação e segurança.

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1. Direitos individuais e coletivos (art. 5º) ;

2. Direitos Sociais (art. 6º, 7º, 8º 9º, 10 e 11);

3. Direitos de nacionalidade (art. 12, 13 );

4. Direitos políticos;(art.14)

5. Direitos relacionados à existência, a organização, e à participação em partidos políticos.(art.15, 16 e 17)

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Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado,

garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

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A saúde como um direito humano fundamental

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Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde

integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

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Das ações e serviços relativos à saúde

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1. Cada vez mais se destaca o surgimentos de organizações do

Terceiro Setor que lutam pela efetivação de Direitos Humanos relativos à saúde, podendo ser citadas as Organizações Sociais (OS) as Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPS), as Organizações não governamentais (ONGS) e pessoas jurídicas de direito privado como fundações e associações.

2. Tais entidades possuem personalidade jurídica própria e possuem capacidade processual, ou seja, podem figurar no pólo ativo de um relação de direito processual

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Dos mecanismos de controle e participação popular no sistema único de saúde

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Mandado de Segurança

1. Conceito : trata-se de remédio constitucional que tutela direito liquido e certo, não amparado por Habeas Corpus ou Habeas Data, desde que a autoridade coatora (responsável pela ilegalidade ou abuso de poder) for agente público ou pessoa jurídica no exercício de poder público

2. Previsão legal: art. 5º, inciso LXIX da CF e lei 12.016/09

3. Foro competente: é determinado pelo foro competente para julgar a autoridade coatora

4 características: Trata-se de ação de caráter cível, devendo a prova ser documental ou documentada e deve ser pré-constituída, uma vez que não há dilação probatória.

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Remédios constitucionais para efetivar o direito à saúde

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A ação popular está prevista no art. 5º inciso LXXIII

Art. 5ºLXXIII – Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência

Características: trata-se de ação de legitimidade ativa muito ampla, podendo ser interposto por qualquer cidadão. É ação de caráter sincrético, posto que é ação de conhecimento e executiva.

Foro competente : o foro competente para julgar será o do responsável pelo ato lesivo caso possua foro por prerrogativa de função. Caso contrário, será o foro do domicilio do autor da ação.

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Ação popular

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Lei de iniciativa popular

1. Conceito : Lei de iniciativa popular é mecanismo de participação proativa

por meio do qual, qualquer cidadão brasileiro está legitimado a ingressar com projeto de iniciativa de lei, que deve tramitar no Congresso Nacional em dois turnos de votação

2. Previsão legal : art. 14 incisos I, II e III da CF/88. 3. Requisitos: Segundo o artigo 61, §2 da Constituição brasileira de 1988, regulamentado pela lei 9 709 de 1998[1], é permitida a apresentação de projetos de lei pelos poderes Legislativo,Executivo e pela iniciativa popular. Neste último caso, a constituição exige como procedimento a adesão mínima de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídos por pelo menos 5 unidades federativas e no mínimo 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades. Como segundo o TSE o número de eleitores do Brasil em julho de 2010 era de 135,8 milhões[2], o número mínimo de assinaturas para um projeto de iniciativa popular seria, portanto, 1,36 milhão.

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1. Previsão legal: A previsão legal está na lei 7347/85, 2. Conceito: consiste em ação que visa à defesa de direitos e interesses difusos e coletivos, entres eles o direito à: l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. V - por infração da ordem econômica; VI - à ordem urbanística. VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. VIII – ao patrimônio público e social.

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1. O plebiscito e o referendo estão previstos como meios de

participação popular no art. 5º da CF/88 e foram positivados por meio da lei 8.6024/93

2. Conceitos: ambos consistem em formas consultas à população, constituindo mecanismo de participação democrática direta

Diferenças : o plebiscito é anterior à votação da matéria em âmbito legislativo e o referendo é posterior à aprovação da matéria em âmbito legislativo.

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Plebiscito e referendo

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1. O que são ações afirmativas? Entende-se por ações afirmativas o conjunto de medidas especiais

voltadas a grupos discriminados e vitimados pela exclusão social ocorridos no passado ou no presente.

2. Qual o objetivo das ações afirmativas? O objetivo das ações afirmativas é eliminar as desigualdades e

segregações, de forma que não se mantenham grupos elitizados e grupos marginalizados na sociedade, ou seja, busca-se uma composição diversificada onde não haja o predomínio de raças, etnias, religiões, gênero, etc.

3. Como são feitas as ações afirmativas? Por meio de políticas que propiciem uma maior participação destes

grupos discriminados na educação, na saúde, no emprego, na aquisição de bens materiais, em redes de proteção social e de reconhecimento cultural.

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Ações afirmativas

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4. Quais as ações afirmativas existentes no Brasil? Muitas ações afirmativas já foram e são feitas no Brasil, podemos citar: aumento da participação dos grupos discriminados em determinadas áreas de emprego ou no acesso à educação por meio de cotas; concessão de bolsas de estudo; prioridade em empréstimos e contratos públicos; distribuição de terras e moradias; medidas de proteção diferenciada para grupos ameaçados, etc.. 5. Ações afirmativas são políticas anti-discriminatórias? Não. As ações afirmativas são preventivas e reparadoras no sentido de favorecer indivíduos que historicamente são discriminados. As políticas anti-discriminatórias são apenas formas de reprimir os discriminadores ou de conscientizar aqueles que possam vir a discriminar

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AÇÕES AFIRMATIVAS PREVISTAS NO ESTATUTO DA IGUALDADAE RACIAL QUE PROMOVEM A SAÚDE

Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômicas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos. § 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde (SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da população negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições públicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração direta e indireta. § 2o O poder público garantirá que o segmento da população negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem discriminação. Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra nas instâncias de participação e controle social do SUS; II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saúde da população negra; III - desenvolvimento de processos de informação, comunicação e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades da população negra.

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Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnicas e o combate à discriminação nas instituições e serviços do SUS; II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados desagregados por cor, etnia e gênero; III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo e saúde da população negra; IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos processos de formação e educação permanente dos trabalhadores da saúde; V - a inclusão da temática saúde da população negra nos processos de formação política das lideranças de movimentos sociais para o exercício da participação e controle social no SUS. Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanescentes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condições ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e nutricional e na atenção integral à saúde.

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A judicialização da saúde

Em Judicialização da Saúde, estuda-se o posicionamento da Justiça mediante o conflito entre cidadão e Estado e as premissas para se compreender o que pode ser objeto de ação judicial. Em seguida, a partir dos indicadores de demandas judiciais e de seu impacto no cenário da judicialização, analisar-se a atuação do Judiciário no enfrentamento dessas questões. Verifica-se ainda o modo pelo qual as demandas judiciais desestruturam a organização do SUS bem como as falhas do SUS e os interesses de mercado impactam na construção da saúde pública.