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Informe Jurídico / Junho de 2015
Ajuste Fiscal – IPI – Atacadistas de Cosméticos
Desde o início do ano o Governo Federal vem anunciando uma série de medidas com intuito
de ajustar a arrecadação do governo federal às suas despesas, o que recebeu o nome de
“ajuste fiscal”.
Uma dessas medidas que representam majoração da carga tributária consta do Decreto nº
8.393/2015 que, ao acrescer os produtos nele listados ao Anexo III da Lei nº 7.798/89,
equipara os estabelecimentos atacadistas de cosméticos a estabelecimentos industriais para
fins de incidência do imposto sobre produtos industrializados – IPI.
A alteração em questão passou a produzir efeitos a partir de 1º de maio de 2015, sendo,
contudo, passível de diversos questionamentos quanto à sua legalidade, dentre os quais a falta
de base legal e constitucional para que, via decreto, seja um estabelecimento atacadista
equiparado a judicial para fins de tributação do IPI.
Vale ressaltar que, analisando matéria semelhante, em recentes decisões publicadas em
18/12/2014, a 1ª Seção do STJ (ERESP 1.411.749/PR e ERESP 1.398.721/SC), manifestou-se no
sentido de ser ilegítima a equiparação do importador a estabelecimento industrial para fins de
incidência de IPI na revenda de produtos importados, salvo na hipótese em que o importador
efetivamente realize operações de industrialização, o que justificaria eventual imposição de IPI
na saída da mercadoria.
Desse modo, entendemos que os atacadistas dos produtos mencionados no decreto que não
realizarem qualquer das operações consideradas como industrialização para fins de IPI têm a
possibilidade de questionar a legalidade do mencionado Decreto nas vias judiciais.
Para mais informações, contate um profissional do Frignani Sociedade de Advogados. Eric Marcel Zanata Petry Sócio Tel.: 55 (11) 5053-7472 [email protected]
As informações prestadas por este boletim não se confundem nem podem ser interpretadas como consultoria, serviços legais ou profissionais. O conteúdo deste informativo não considera futuras alterações na Legislação ou Jurisprudência dos Tribunais. É imprescindível que casos concretos sejam objeto de análise específica.