20

Click here to load reader

A Obsessão Que Queremos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A obsessão que queremos - Apresentação do autor Luiz Gonzaga Pinheiro - Editora EME

Citation preview

Page 1: A Obsessão Que Queremos

A raposa

Page 2: A Obsessão Que Queremos

Do Livro: Diário de um DoutrinadorAutor: Luiz Gonzaga Pinheiro

Page 3: A Obsessão Que Queremos

No longo capítulo das deformações perispirituais, tenho observado aberrações as mais grotescas. Gorilas, ursos, morcegos..., a “fauna” é numerosa e a crueldade dos hipnotizadores mais extensa ainda.

Page 4: A Obsessão Que Queremos

Estes, cegos dominando cegos, criam verdadeiras cidades no espaço, utilizam tecnologia avançada, constroem códigos de tortura em nome da justiça, como se fossem deuses que a tudo podem decidir.

Page 5: A Obsessão Que Queremos

Todavia, Deus não necessita de malfeitores para que a sua lei se imponha. Torturados em si mesmos, tudo fazem para esquecer seus dramas íntimos, tentando a fuga pela auto-hipnose, até que as grades da lei os tolhem, ocasião em que se sentem vulneráveis e frágeis como realmente são.

Page 6: A Obsessão Que Queremos

Uma dessa legiões detinha em seu poder uma mulher que precisava ser resgatada, e fomos convocados para a tarefa.

Page 7: A Obsessão Que Queremos

Tibiriçá de um lado, médium desdobrado de outro, não demorou para que a mulher aparecesse, hipnotizada e transformada em grande raposa. Não conseguiu dizer uma única palavra; fazia gesto tentando nos arranhar e farejava o ar como para sentir a presença de inimigos.

Page 8: A Obsessão Que Queremos

Comecei o delicado trabalho de resgatar sua identidade, despertando-a do processo hipnótico que sofrera e a deixara convencida de que era uma verdadeira raposa.

Page 9: A Obsessão Que Queremos

Concentrei todas as minhas energias no “choque anímico” que lhe ministrei e disse-lhe segurando seu rosto: “Mulher!Vou contar até tres.Quando eu bater em sua testa,você precisa acordar.”E assim o fiz.

Page 10: A Obsessão Que Queremos

Ela deu um grito de pavor, quis conversar, mas voltou à condição anterior. As impressões, bem trabalhadas em sua mente, pareciam estar profundamente alojadas, exigindo um esforço de guerra para o descondicionamento.

Page 11: A Obsessão Que Queremos

Voltei à carga. “Mulher! Olhe para mim! Esqueça tudo que você já ouviu na vida. Nesse instante só existe no mundo a minha voz.” Molhei a mão em uma jarra contendo água, que estava ao lado, e lancei algumas gotas sobre o seu rosto.

Page 12: A Obsessão Que Queremos

Então ela despertou desesperada, exigindo força redobrada para mantê-la sentada e escutar a minha voz, que aos poucos a fez adormecer.

Page 13: A Obsessão Que Queremos

Fora enquanto encarnada uma mulher bonita, que desfizera vários lares. Costumava conquistar homens casados, prometendo-lhes amor eterno e destroçava-lhes os lares deixando-os na miséria, arrependidos, apressando-lhes o estágio no corpo pelas garras do remorso e até do suicídio.

Page 14: A Obsessão Que Queremos

As mulheres de sua região apelidaram-na de “raposa”, e tudo faziam para manter seus maridos afastados daquela insaciável figura.

Page 15: A Obsessão Que Queremos

Ela gostou do apelido: era uma “raposa” mesmo. Sagaz, fascinadora, irresistível. Foi aos poucos interiorizando aquela figura, sentindo-se à própria, selecionando o próximo galo para atacar.

Page 16: A Obsessão Que Queremos

Mas veio a velhice. As vibrações de ódio das esposas abandonadas fizeram um efeito devastador. O desencarne fora doloroso e solitário. No além-túmulo, esperavam-na algumas entidades rancorosas que a encaminharam aos “vingadores”, onde demorou-se em largos suplícios, culminando na deformação perispiritual que apresentava.

Page 17: A Obsessão Que Queremos

O remorso era a sua marca identificativa. Chorou bastante relatando o seu drama e depois partiu para as estações de tratamento, onde deveria educar-se visando reencarnar junto àqueles a quem prejudicara, ocasião em que deveria amá-los com renúncia e sacrifício na condição de mãe.

Page 18: A Obsessão Que Queremos

- Não se esqueça de escrever a minha história. Quem sabe se um dia, atravessando o vale da sombra e da morte, eu não tenha chance de ler sobre a minha desgraça?

- Mas se o Senhor for o seu pastor nada lhe faltará.

E partiu para a colheita dos seus frutos.

Page 19: A Obsessão Que Queremos

Formatação: Castro Neto

Música: Edelweiss

Page 20: A Obsessão Que Queremos

F i m