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CARTA DOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA CIDADE, DO CAMPO E DAS FLORESTAS SOBRE O LIMITE DE 40% NA MEIA-ENTRADA NO ESTATUTO DA JUVENTUDE A JUVENTUDE QUER 100% DE DIREITOS! Ex.ma, Presidenta da República Dilma Roussef, Nós, organizações de jovens da cidade, do campo e das florestas, viemos publicamente nos manifestar sobre o limite de 40% para ingressos com meia-entrada - em eventos culturais, esportivos e cinemas para estudantes e jovens de baixa renda, contida no Estatuto da Juventude (PL 4529/2004) recentemente aprovado no Congresso Nacional que segue para sanção da Presidenta. Após quase 10 anos de tramitação, consideramos que a aprovação e a sanção presidencial do Estatuto da Juventude é fundamental e necessária, pois além de ser uma conquista histórica de toda a juventude brasileira, será um grande passo para a conquista de direitos sociais que possibilitarão para as juventudes mais e melhores condições sociais para a construção de projetos de vida com autonomia e emancipação social. E reconhecemos que no texto aprovado há um conjunto de artigos que auxiliam na promoção de direitos para o conjunto da juventude brasileira. O conjunto das organizações e movimentos sociais que assinam esta Carta construíram, ao longo dos 10 anos de tramitação do Estatuto da Juventude no Congresso, um processo intenso de debates e incidência no sentido de disputar os rumos políticos do Estatuto da Juventude, na perspectiva dele ser um instrumento para a promoção de mais direitos para o conjunto da juventude brasileira, e não para parte dela. Contudo, na leitura que realizamos do Estatuto aprovado, percebemos que a aprovação do Estatuto no seu Artigo 23, em especial no parágrafo 10, que refere-se à meia-entrada em eventos esportivos, culturais e nos cinemas, foi alvo do interesse dos grandes empresários e produtores da cena cultural de massas em articulação com setores do movimento estudantil. Esclarecemos a Presidenta, que esse setor representa apenas uma pequena parte, e não os muitos e grandes grupos sociais do conjunto da juventude brasileira que vivem nas cidades e no campo. Ainda, salientamos que este parágrafo foi incluído por uma emenda durante a votação no plenário sem nenhum diálogo com a sociedade civil. Compreendemos que impor o limite de 40% para a oferta de meia- entrada ataca uma conquista histórica da juventude e do movimento estudantil brasileiro. Além disso, ampliará a exploração exercida pelos grandes empresários e produtores culturais que foram e são historicamente privilegiados com acesso a grandes montantes de verbas públicas, pela Lei Rouanet, por outros meios e privilégios concedidos. Além disso, para nós, compactuar e sancionar com esse limite de 40% na meia-entrada é um ato que agrava a situação das políticas públicas de juventude e da desigualdade social no Brasil. Lembramos que as últimas e imensas manifestações ocorridas em todo o Brasil ocorreram também pela negligência e falta de prioridade nos temas relacionados à juventude brasileira e aos direitos sociais básicos, como a mobilidade e transporte público, a questão das reformas urbana e agrária e a falta de planejamento diante do atual momento demográfico do país, com a maior população em faixa etária jovem da sua história. Por isso, nós reivindicamos o VETO do parágrafo 10, do artigo 23 da PL 4529/2004, pg. 15 : “§ 10. A concessão do benefício da meia-entrada de que trata o caput é limitada a 40% (quarenta por cento) do total de ingressos disponíveis para cada evento”. Ainda, reivindicamos o direito irrestrito a meia-entrada para toda juventude. Ex.ma Presidenta, com essa atitude, acreditamos que o Estatuto da Juventude terá maiores condições de se consolidar como uma carta de direitos, reconhecendo as e os jovens da cidade, do campo e das florestas como sujeitos de direitos.

CARTA DOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA CIDADE E DO CAMPO SOBRE O LIMITE DE 40% NA MEIA-ENTRADA NO ESTATUTO DA JUVENTUDE

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Nós, organizações de jovens da cidade e do campo, viemos publicamente nos manifestar sobre o limite de 40% para ingressos com meia-entrada - em eventos culturais, esportivos e cinemas para estudantes e jovens de baixa renda, contida no Estatuto da Juventude (PL 4529/2004) recentemente aprovado no Congresso Nacional que segue para sanção da Presidenta.

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CARTA DOS MOVIMENTOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS DA CIDADE, DO CAMPO E DAS

FLORESTAS

SOBRE O LIMITE DE 40% NA MEIA-ENTRADA NO ESTATUTO DA JUVENTUDE

A JUVENTUDE QUER 100% DE DIREITOS!

Ex.ma, Presidenta da República Dilma Roussef,

Nós, organizações de jovens da cidade, do campo e das florestas, viemos publicamente nos

manifestar sobre o limite de 40% para ingressos com meia-entrada - em eventos culturais, esportivos e

cinemas para estudantes e jovens de baixa renda, contida no Estatuto da Juventude (PL 4529/2004)

recentemente aprovado no Congresso Nacional que segue para sanção da Presidenta.

Após quase 10 anos de tramitação, consideramos que a aprovação e a sanção presidencial do

Estatuto da Juventude é fundamental e necessária, pois além de ser uma conquista histórica de toda a

juventude brasileira, será um grande passo para a conquista de direitos sociais que possibilitarão para as

juventudes mais e melhores condições sociais para a construção de projetos de vida com autonomia e

emancipação social. E reconhecemos que no texto aprovado há um conjunto de artigos que auxiliam na

promoção de direitos para o conjunto da juventude brasileira.

O conjunto das organizações e movimentos sociais que assinam esta Carta construíram, ao longo

dos 10 anos de tramitação do Estatuto da Juventude no Congresso, um processo intenso de debates e

incidência no sentido de disputar os rumos políticos do Estatuto da Juventude, na perspectiva dele ser um

instrumento para a promoção de mais direitos para o conjunto da juventude brasileira, e não para parte

dela.

Contudo, na leitura que realizamos do Estatuto aprovado, percebemos que a aprovação do Estatuto

no seu Artigo 23, em especial no parágrafo 10, que refere-se à meia-entrada em eventos esportivos,

culturais e nos cinemas, foi alvo do interesse dos grandes empresários e produtores da cena cultural de

massas em articulação com setores do movimento estudantil. Esclarecemos a Presidenta, que esse setor

representa apenas uma pequena parte, e não os muitos e grandes grupos sociais do conjunto da juventude

brasileira que vivem nas cidades e no campo. Ainda, salientamos que este parágrafo foi incluído por uma

emenda durante a votação no plenário sem nenhum diálogo com a sociedade civil.

Compreendemos que impor o limite de 40% para a oferta de meia- entrada ataca uma conquista

histórica da juventude e do movimento estudantil brasileiro. Além disso, ampliará a exploração exercida

pelos grandes empresários e produtores culturais que foram e são historicamente privilegiados com acesso

a grandes montantes de verbas públicas, pela Lei Rouanet, por outros meios e privilégios concedidos.

Além disso, para nós, compactuar e sancionar com esse limite de 40% na meia-entrada é um ato

que agrava a situação das políticas públicas de juventude e da desigualdade social no Brasil. Lembramos

que as últimas e imensas manifestações ocorridas em todo o Brasil ocorreram também pela negligência e

falta de prioridade nos temas relacionados à juventude brasileira e aos direitos sociais básicos, como a

mobilidade e transporte público, a questão das reformas urbana e agrária e a falta de planejamento diante

do atual momento demográfico do país, com a maior população em faixa etária jovem da sua história.

Por isso, nós reivindicamos o VETO do parágrafo 10, do artigo 23 da PL 4529/2004, pg. 15:

“§ 10. A concessão do benefício da meia-entrada de que trata o caput é limitada a 40% (quarenta

por cento) do total de ingressos disponíveis para cada evento”.

Ainda, reivindicamos o direito irrestrito a meia-entrada para toda juventude. Ex.ma Presidenta,

com essa atitude, acreditamos que o Estatuto da Juventude terá maiores condições de se consolidar como

uma carta de direitos, reconhecendo as e os jovens da cidade, do campo e das florestas como sujeitos de

direitos.

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Sendo uma representante do povo e da maioria da população brasileira, temos a certeza que irá

atender a nossa reivindicação de veto. Mais do que sentar à mesa e nos ouvir, o essencial é escutar e dar

respostas efetivas às demandas das organizações e movimentos sociais de todo o país.

NÃO AO LIMITE DE 40% NA MEIA-ENTRADA! VETA DILMA!

Assinam essa carta

ASSOCIAÇÃO DE CULTURA E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO BANTU - ACBANTU

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E

TRANSEXUAIS - ABGLT

ARTICULAÇÃO BRASILEIRA DE LÉSBICAS - ABL

ÁGERE - COOPERAÇÃO EM ADVOCACY

ARCAFAR-SUL - ASSOCIAÇÃO REGIONAL DAS CASAS FAMILIARES RURAIS DO SUL DO

BRASIL

ASSOCIAÇÃO DE JUVENTUDE PELO RESGATE A CULTURA E CIDADANIA – AJURCC

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DA JUVENTUDE RURAL TERRA LIVRE - ANJR TERRA LIVRE

ASSOCIAÇÃO VIVA A CULTURA – AVIVAC

CENTRO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE - CEDAPS

COLETIVO ARTISTICO CUTURAL DO ALTO DO MATHEUS - MULINGA

COLETIVO NACIONAL DE JUVENTUDE NEGRA - ENEGRECER

COMISSÃO PASTORAL DA TERRA - CPT

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA - CONTAG

COIAB - COORDENAÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES INDÍGENAS DA AMAZÔNIA

ESCOLA DE GENTE

FASE - SOLIDARIEDADE E EDUCAÇÃO

FEDERAÇÃO DOS ESTUDANTES DE AGRONOMIA DO BRASIL - FEAB

FEDERAÇÃO DOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA AGRICULTURA FAMILIAR

DA PARAÍBA – FETRAF – PB

FÓRUM DE JUVENTUDES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FÓRUM ECUMÊNICO ACT BRASIL

FÓRUM MUNICIPAL DE JUVENTUDE DE APODI - RN

FÓRUM SOCIAL DE MANGUINHOS

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GRUPO CONEXÃO G

INSTITUTO ALIANÇA

INSTITUTO BRASILEIRO DE ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS - IBASE

INSTITUTO DE JUVENTUDE CONTEMPORÂNEA – IJC

INSTITUTO IMAGEM E CIDADANIA

INSTITUTO JUVENTUDE EM AÇÃO

INSTITUTO PÓLIS

JUVENTUDE DA CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT

JUVENTUDE DA COORDENAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES NEGRAS - JCONEN

JUVENTUDE DO PARTIDO DOS TRABALHADORES – JPT

JUVENTUDE DO PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE - JSOL

JUVENTUDE EXTRATIVISTA DO CONSELHO NACIONAL DAS POPULAÇÕES

EXTRATIVISTAS - CNS

LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE

MOVIMENTO AGROECOLÓGICO - MAE

MOVIMENTO DA MULHER TRABALHADORA RURAL DO NORDESTE – MMTR/ NE

MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS - MMC

MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS - MAB

MOVIMENTO DOS PEQUENOS AGRICULTORES - MPA

MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA - MST

ORGANIZAÇÃO DA JUVENTUDE INDÍGENA POTIGUARA – OJIP

PASTORAL DA JUVENTUDE - PJ

PASTORAL DA JUVENTUDE RURAL - PJR

REDE DE JOVENS DO NORDESTE - RJNE

REDE ECUMÊNICA DA JUVENTUDE - REJU

REDE FALE

RENAJOC - REDE NACIONAL DE ADOLESCENTES E JOVENS COMUNICADORES

REDE NACIONAL DE ADOLESCENTES E JOVENS VIVENDO COM HIV/AIDS

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SERVIÇO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA – SERTA

UNIÃO NACIONAL DAS ESCOLAS FAMÍLIAS AGRÍCOLAS DO BRASIL - UNEFAB

UNIÃO NACIONAL DE COOPERATIVAS DA AGRICULTURA FAMILIAR E ECONOMIA

SOLIDÁRIA - UNICAFES