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Ano 16 Nº 143 Março / 2013 m 1911, um incêndio des- truiu uma fábrica em Nova EYork matando 146 traba- lhadores, entre eles, 125 mulheres. Esse dia ficou conhecido no ima- ginário feminista como a consa- gração do Dia da Mulher. De fato, o Dia Internacional da Mulher já havia sido proposto no ano anterior na II Conferência In- ternacional de Mulheres Socialis- tas. Posteriormente, em 1917, a Publicação do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Paracambi, Itaguaí, Belford Roxo, Queimados, Japeri e Seropédica. Estabilidade vale para quem engravi- da no aviso prévio PÁGINA 2 8 de Março Dia de Luta da Mulher Trabalhadora data entrou definitivamente pro calendário quando um protesto de operárias russas em 8 de março, contra a fome e contra a Primeira Guerra Mundial desencadeou a ‘Revolução de Fevereiro’, primeira fase da Revolução Russa. Muitos exemplos nos mostram como o 8 de março, originalmente, foi um dia pensado para comemo- rar e lutar, contra a opressão ma- chista e dos patrões. Dia de Luta da Mulher Trabalhadora Bloco ‘Fecha a Loja e Vem’ empolga comerciários PÁGINA 2 PÁGINA 3 PÁGINA 3 Hoje ainda podemos ver as mu- lheres à frente das lutas da classe trabalhadora e contra o machismo: Na luta por moradia de Pinheiri- nho em São José dos Campos. A mulher jovem foi fundamental no Impeachment do ex-presidente Collor. Nos anos 80 estiveram à frente da luta da categoria comer- ciária pela semana inglesa. Outros inúmeros exemplos poderiam ser dados. Hoje, temos uma mulher como presidente do Brasil, mas infeliz- mente não podemos ver melhoria na vida das mulheres. A Lei Maria da Penha, grande esperança do fim da agressão à mulher, é sempre descumprida e o governo ainda não destina verbas adequadas para o seu cumprimento. A história já mostra que só a luta das mulheres pode dar fim à opressão e exploração! Inscreva-se para o 7º Campeonato de Futebol PÁGINA 2 PÁGINA 2 Legendas: 1 - Mulher jovem no Fora Collor (1992). 2 - Mulheres no protesto ‘Marcha das Vadias’. 3 - Marcha pró-Palestina conta com apoio feminino. 4 - Mulheres no início do século XX exigem direito à voto nos EUA. 5 - A revolucionária Clara Zetkin discursa para trabalhadores alemães na década de 1930. 6 - Mulheres na revolução egípcia (2011). 7 - Mulher do campo em marcha do MST.

Jornal dos Comerciários - Nº 143

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Jornal do Sindicato dos Comerciários de nova Iguaçu e Região, Nº 143, Março de 2013

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Page 1: Jornal dos Comerciários - Nº 143

Ano 16 Nº 143 Março / 2013

m 1911, um incêndio des-truiu uma fábrica em Nova EYork matando 146 traba-

lhadores, entre eles, 125 mulheres. Esse dia ficou conhecido no ima-ginário feminista como a consa-gração do Dia da Mulher.

De fato, o Dia Internacional da Mulher já havia sido proposto no ano anterior na II Conferência In-ternacional de Mulheres Socialis-tas. Posteriormente, em 1917, a

Publicação do Sindicato dos

Trabalhadores no Comércio de Nova Iguaçu, Mesquita,

Nilópolis, Paracambi, Itaguaí, Belford

Roxo, Queimados, Japeri e Seropédica.

Estabilidade vale para

quem engravi-da no aviso

prévioPÁGINA 2

8 de MarçoDia de Luta da Mulher

Trabalhadora

data entrou definitivamente pro calendário quando um protesto de operárias russas em 8 de março, contra a fome e contra a Primeira Guerra Mundial desencadeou a ‘Revolução de Fevereiro’, primeira fase da Revolução Russa.

Muitos exemplos nos mostram como o 8 de março, originalmente, foi um dia pensado para comemo-rar e lutar, contra a opressão ma-chista e dos patrões.

Dia de Luta da Mulher Trabalhadora

Bloco ‘Fecha a Loja e Vem’

empolga comerciários

PÁGINA 2 PÁGINA 3PÁGINA 3

Hoje ainda podemos ver as mu-lheres à frente das lutas da classe trabalhadora e contra o machismo: Na luta por moradia de Pinheiri-nho em São José dos Campos. A mulher jovem foi fundamental no Impeachment do ex-presidente Collor. Nos anos 80 estiveram à frente da luta da categoria comer-ciária pela semana inglesa. Outros inúmeros exemplos poderiam ser dados.

Hoje, temos uma mulher como presidente do Brasil, mas infeliz-mente não podemos ver melhoria na vida das mulheres. A Lei Maria da Penha, grande esperança do fim da agressão à mulher, é sempre descumprida e o governo ainda não destina verbas adequadas para o seu cumprimento.

A história já mostra que só a luta das mulheres pode dar fim à opressão e exploração!

Inscreva-se para o 7º

Campeonato de Futebol

PÁGINA 2PÁGINA 2

Legendas: 1 - Mulher jovem no Fora Collor (1992). 2 - Mulheres no protesto ‘Marcha das Vadias’. 3 - Marcha pró-Palestina conta com apoio feminino. 4 - Mulheres no início do século XX exigem direito à voto nos EUA. 5 - A revolucionária Clara Zetkin discursa para trabalhadores alemães na década de 1930. 6 - Mulheres na revolução egípcia (2011). 7 - Mulher do campo em marcha do MST.

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Jornal dos Comerciários Março 2013

TST decide que estabilidade vale para quem engravida durante o aviso prévioNo dia 6 de fevereiro o Tribu-

nal Superior do Trabalho (TST) decidiu que as mulheres que en-gravidarem durante o aviso pré-vio também têm o direito à esta-bilidade, até o quinto mês após o parto. Com a decisão, a estabili-dade que era garantida somente à quem está em contrato regular de trabalho, passa a valer também para quem cumpre aviso prévio, ou seja, quem já foi demitido ou pediu demissão.

Antes, aquelas que queriam correr atrás desse direito tinham que enfrentar uma longa batalha judicial, e com o risco de perder. Agora a decisão do Supremo abre um precedente para as mulheres que estão, ou que venham a estar nessa situação.

Vergonhosa foi a declaração de representante da Fecomércio (fe-deração dos sindicatos dos pa-trões) que falou que a decisão vai ‘dificultar a contratação de mu-

Supermercado Valeri de Vila

Emil (Mesquita)Os trabalhadores não têm hora para sair. Tem apenas 15 minutos de almoço, e não recebem o pagamento das horas extras. Para completar, ainda têm que dobrar duas vezes por semana. É brinca-deira!

JURÍDICO

Jornal de responsabilidade da diretoria colegiada do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Nova Iguaçu, Nilópolis, Paracambi, Itaguaí, Belford Roxo, Queimados, Japeri, Seropédica, e Mesquita. Conselho Editorial: Gabriel Silva, Marcelo Baena, Marileide Costa, Renato Gomes, Zé Roberto; Redação, diagramação e projeto gráfico: Raphael Botelho; Fotos: Paulo Santos;

FILIADO À CSP-CONLUTAS

www.sindconir.org.br

Sede: Rua Dr. Barros Júnior, 408/412Centro - Nova Iguaçu - RJ

TELs./FAX: 2768-9297 / 2767-5130 / 2767-8232

[email protected]

ITAGUAÍ: Avenida Paulo de Frontin, 72/202;Tel. (21) 2687-7729

NILÓPOLIS: Rua Prof. G. Alfredo Filgueiras, 18, Sala 407-A; Tel. 2791-9271

BELFORD ROXO: Praça Getulio Vargas, 112 Ap 201 - Centro; Tel. 2663-1904

QUEIMADOS: Avenida Irmãos Guinle, 901/214; Tel. 2665-3093

SUBSEDES:

DENÚNCIAS

Ponto Frio (Nova Iguaçu)

Está com problemas na rede elétrica do refeitório. A esca-da da área interna não tem iluminação, perigo constan-te de acidentes. Todo o teto da loja com infiltrações – perigo de queda. E pratica o arredondamento de 100 reais no salário, o que é proibido.

Casas Bahia (em frente à

Veplan)Está com uma infestação de ratos, o que ameaça a saúde de trabalhadores e clientes!

Confira os Cipeiros eleitos no mês de FevereiroSAÚDE & SEGURANÇA

Ricardo Eletro (Nova Iguaçu,

Otávio Tarquino)

Segundo piso da loja está impraticável. Não tem ven-tilação, e com o forte calor, o andar vira um inferno! A si-tuação ainda é muito pior no estoque. E quando tem água para beber, é quente. Além da prática ilegal do banco de horas já que horas extras tem que ser pagas em dinheiro. Isso sim é viver no inferno!

SINDICATO

Vem aí o 7º Campeonato de Futebol

Chegou a hora! desde 1º de mar-ço já estão abertas as inscrições para o 7º Campeonato de Futebol do Sindicato. Disputarão as pri-meiras 16 equipes que se inscreve-rem. As fichas de inscrição podem ser impressas pelo site do sindica-

to: www.sindconir.org.br ou adquiridas na sede e sub-sedes, e entregues a partir desta data. Venha participar deste dis-putado campeonato e garantir a sua foto entre os campeões.

lheres’. Ou seja, na busca inces-sante por lucro, os patrões tratam o trabalhador como um número, e não como um ser humano.

Dia 07 - Grippon(Belford Roxo)

Flávio e Fabiane.

Dia 08 - Grippon (Queimados)

Gelcinéia e Letícia.

Dia 18 - Prezunic (Nilópolis)

Rodrigo, Elisbam,Catia e Sandro.

Dia 19 - Vianense 16(Nilópolis)

Amaerci e Jozileide.

Dia 21 - Lojas Americanas

(Nova Iguaçu)

Não foi possível verif icar até o fechamento desta edição.

Dia 28 - Grippon(Nova Iguaçu)

Não foi possível verif icar até o fechamento desta edição.

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Março 2013 Jornal dos Comerciários

Bloco de Carnaval ‘Fecha a Loja e Vem’ sai no carnaval de Nova Iguaçu

SINDICATO

carnaval 2013 foi mais um que contou com o desfile do bloco ‘Fecha a Loja e Vem’! O bloco o

que é composto por comerciários, saiu pelas ruas do Centro de Nova Iguaçu na noite de Sexta feira, dia 8 de fevereiro.

O Sindicato por meio desta vem lembrar aos comerciários de que no mês de ABRIL de 2013 o convênio com a Clínica CIMENI será encerrado. Fique atento!

ATENÇÃO:---------------------------------------------------------------

Fim do contrato com a Clínica CIMENI

Mercado Jr. (Nova Iguaçu)

Não tem água pra beber, re-feitório sem higiene e ainda rola solto o assédio moral.

DENÚNCIAS

Marisa (Queimados)

Rachaduras no teto e nas pa-redes causam apreensão em todos, além dos trabalhado-res operadores de caixa e re-cebimento de cartão, esta-rem sendo obrigados a trabalhar em pé.

Riachuelo(Top Shopping, Nova Iguaçu)

Operadores de caixa tem que fazer panfletagem, e muitas outras coisas fora de suas atribuições. Também não fornece os três uniformes, como é garantido na conven-ção coletiva.

Supermarket (Miguel Couto)Os trabalhadores do depósi-to recebem abaixo do piso, ou seja menos que R$730. E niguém desta empresa rece-be os três uniformes garanti-do pela convenção. Isso é um absurdo!

Renúncia do Papa expõe crise no VaticanoINTERNACIONAL

o dia 13 de fevereiro o Papa Ben-to XVI surpreendeu o mundo Ncom a notícia de que iria renun-

ciar ao papado. A última vez que aconte-ceu tal gesto foi a 600 anos, o que nos dá uma dimensão do impacto e importância desta renúncia.

Muito além de um líder religioso, o Papa é um chefe de Estado (o Vaticano) e uma figura que influencia a opinião e comportamento de milhões de pessoas ao redor do mundo. Por isso, suas ações estão pra muito além do plano religioso, afetam a sociedade como um todo.

Por isso sua renúncia vem sendo vista como uma indicação de uma crise instala-da na cúpula da Igreja Católica, que apos-tou num Papa mais conservador para re-cuperar sua influência que vem se redu-zindo cada vez mais, principalmente na Europa, onde uma chuva de denúncias de pedofilia envolvendo padres abalou mais

Todos os anos há o concurso pra escolha da marchinha do bloco. Esse ano o vencedor foi o Zé Panqueca, com a marchinha ‘Tchau, tchau patrão’.

Com alegria e irreverência, o bloco contou a realidade do trabalhador

comerciário. O Sindicato aproveita para parabenizar a Inocentes de Belford Roxo pelo desfile no grupo especial, a Beija Flor de Nilópolis, e é claro a grande campeã Vila Isabel.

ainda uma Igreja já fragilizada.Para tentar recompor seus fiéis, Bento

XVI foi bem conservador: Condenou o casamento entre homosexuais, o uso da camisinha, e protegeu setores de ultra-direita. Tudo isso, não foi o suficiente para salvar a Igreja dessa crise de descrédito.

Uma semana antes do Papa anunciar que iria deixar seu posto, Vincento Paglia, o responsável pelo ministério da Família do Vaticano encorajou o casamento ho-mosexual na esfera civil. Tal atitude vai contra a que Bento XVI vinha adotando, e suscita o debate: Será que alguns setores da Igreja estão pressionando para que ela seja menos conservadora e mais aber-ta? Será que a renúncia do Papa significa o seu desagravo com estes setores?

A religião vem sendo o pretexto com que setores conservadores no Brasil justificam seu preconceito. É muito difícil esperar uma posição mais moderna e

contra as opressões vinda da Igreja, mas certamente essa crise expõe como o preconceito é algo ultrapassado.

A religião não é e não pode ser uma justificativa para o preconceito e para a opressão.

C&A, Leader Magazine e Nalin

As operadoras de caixa, rece-bimento de cartão e fatura, quando tem cadeira, não podem sentar. A alegação, é que ao sentar o trabalho “fica lento”. Isso vai acabar! é um direito destes setores traba-lharem sentados.

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Jornal dos Comerciários Março 2013

Texto de Marcelo Baena

Ser mulher e lésbica é travar uma guerra a cada dia. Elas ousaram e se rebelaram contra o ma-chismo e o sistema socio-econômico que privile-gia o homem e toda uma cultura discriminatória. A opressão é mais forte quando se é mulher, lés-bica, negra e pobre. Cerca de 60% das mulheres lésbicas já sofreram algum tipo de violência. Esse quadro é resultado da ausência de leis específicas que reconheçam seus direitos. Exigimos a aprovação do Projeto de Lei 122 que criminaliza a homofobia imediatamente. Os governos são homofóbicos e omissos, e devem ser respon-sabilizados, pois “nunca antes na história desse país” morreram tantos homossexuais e a homo-fobia foi promovida com tanta liberdade. Devemos nos somar na luta, na resistência e no combate à toda forma de opressão. Manifes-tamos total repúdio à toda forma de homofobia e parabenizamos todas às mulheres independente de sua identidade sexual.

Criminalizar a homofobia também é lutar contra o machismo

OPRESSÕES

As mulheres ao longo da história brigaram muito para terem seus direitos reconhecidos. Neste 8 de março de 2013, Dia da Mulher, precisamos fazer um balanço: O direito das mulheres vem sendo respeitado? Fomos ao Top Shopping de Nova Iguaçu ver o que as comérciárias acham.

NA PONTA DA LÍNGUA

Você acha que o direito das mulheres está sendo respeitado?

Priscila,Ponto Frio.

Acho que sim, mas precisa de muita coisa ainda, principalmente na área da saúde.

Alessandra,Di Santinni.

Não. Por exemplo a Lei Maria da Penha, que não é respeitada. Só é falada, bem falada mas não resolve muita coisa.

Lidiane,Leader.

Eu acho que está sendo res-peitado por que antes não tinha, não era respeitado mesmo, as mu-lheres não tinham oportunidade como têm agora.

Jaqueline, Casa & Vídeo.

Texto de Marileide Costa

A violência contra a mulher acontece de várias formas. Além da mais conhecida, que deixa marcas na pele e na alma para toda vida, tem aquela agressão que é disfarçada de “brincadeira de briga”. É o famoso tapinha de amor, e que, portanto, não dói. Será mesmo? Não dá pra comparar um tapa de homem com um tapa de uma mulher, já que o homem fisicamente é mais forte. Além das situa-ções humilhantes como as piadinhas e comentários machistas, inclusive no local de trabalho; as religiões ao longo da história colocam as mulheres sempre para ser vir em todos os sentidos, reforçando assim a idéia de que o homem pode tudo sempre. As mulheres não devem se calar diante do machismo, até porque a história mostra que a submissão não faz, nunca fez e nunca fará parte da nossa vida. Temos que seguir firmes na nossa luta para garantir os nossos direitos e avançar nas conquistas. A Lei Maria da Penha é insuficien-te, pois está aumentando o número de mulheres vítimas de violência, e não existem delegacias da mulher, nem casa abrigo para as vítimas.

Estamos comemorando o Dia Internacional das Mulheres e precisamos combater além do machismo, também o racismo que bate forte também nas mulheres negras.

A mulher negra amarga uma dura realidade, o mito da democracia racial. O capitalismo aprofunda a desigualdade para baratear a mão de obra, nos dividindo para lucrar mais.

A violência doméstica é maior com as mulheres negras, e a Lei Maria da Penha não é suficiente.

A telenovela fala do tráfico de mulheres, mas diferente da ficção a verdade é que a maioria das escravas traficadas são negras e pobres, que na sua maioria já sofreu algum tipo de violência. Agora com a Copa do Mundo e as Olimpíadas a tendência é au-mentar os pacotes de turismo de exploração sexual incluindo as ditas “mulatas brasileiras”, reforçando a idéia, de que as mulheres negras brasileiras possibili-tam sexo fácil, barato e disponível.

É preciso dizer não, e lutar todo dia contra o racismo e o machismo.

A Violência começa com pequenos gestos

O racismo bate forte na mulher negraTexto de Renato Gomes

Não, não acho. Hoje em dia nem todas as maternidades estão preparadas para poder receber as mães durante a gestação, pré natal, que é uma coisa que tem que ser efetuado por lei.