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EDIÇÃO 7 - PÁSCOA PEDERNEIRAS, 31 DE MARÇO DE 2012 PG 6-6 JP ATÉ NAS POÇAS DE ÁGUA EXISTE BELEZA A SE DESPERTAR Quando detalhes despercebidos nos despertam Outro dia no carro, com minha família, e especialmente meu pequeno filho de três anos, vimos uma pomba ainda viva no asfalto derivada de uma possível bada no muro ao lado ou no próprio vidro de um carro. Paramos o carro e peguei a pomba mostrando a meu filho que estava ferida e estava morrendo, "virando estrelinha". Tal memória ficou em sua cabeçinha e quando passo pela mesma quadra ele diz "Lembra daquele passarinho que virou estrelinha, pai?!!!" Igual ao pingo né? " (Pingo é o ganho de rua adotado também falecido de forma desconhecida por acostumar-se na rua). Passando hoje por uma rua próxima, contemplando o belo sol da manhã e a deixando de lado a "pressa desnecessária", ve a oportunidade de ver um poça no asfalto com água decorrente da chuva de ontem e observar com meu filho pela janela do carro, parado, a pombinha brincar com suas asas na poça, beber e curr o sol da manhã. E disse: "Parece o Rian brincando na piscininha" Ele deu uma risada gostosa imaginando-se na poça. Meu filho ficou deslumbrado e pegamos a máquina fotográfica para rar a foto e esta aí acima. Mostrei a ele e ele disse "Que boninho o pai! " Eu lhe perguntei "Boninho ou bonito?" mencionando sua correção quando o chamo de "boninho". E ele connuou "boninho, eu sou "bonito"”. Na maioria das vezes passamos o carro apressadamente em tudo, o carro “do descanso”, o carro “do trabalho”, o carro “do dinheiro”, o carro “da família”; sem vermos os detalhes pequenos e perfeitos da Natureza nos rodeia. Leandro Campanhã Camara Leandro Campanhã Camara O mair importante de um Projeto é deixá-lo com a caractertística pessoal de seu usuário (proprietário), pois cada casa tem a marca de seu proprietário. Auxiliar o cliente no senho com as condições técnicas e orçamentárias é a função dos profissionais. foto: L.C. Camara A singeleza da perfeição da Natureza nos detalhes O contato direto com a Natureza é muitas vezes o que precisamos SÉRA QUE PRECISAMOS DE TUDO ISSO?!!! Estamos sendo "bombardeados" pelo comércio tecnológico pelos argumentos das necessidades de comodidade, segurança e liberdade. Na era da tecnologia será que precisamos de tudo? O celular que virou uma comodidade nos faz senr extremamente seguros fazendo com que todos possam nos achar, e assim nós mesmos avisar qualquer um de algo inesperado que possa acontecer? E quando estamos no prazer familiar, ou no sossego necessário de reflexão, ele toca e você atende prontamente, interrompendo o que era genuinamente necessário. Uma ligação do orelhão derivada de uma "parada" no caminho, ou uma visita rápida pessoal para conversar é substuída pelo celular. Será que esse "egocentrismo seguro" nos afasta da liberdade e do acaso natural da ajuda do próximo e da sociabilidade necessária (como antes)? Será que nos achamos tão importantes com o celular de plantão 24 horas ? Será que viramos "médicos sociais" de plantão 24 horas? Novos carros com airbag´s laterais, frontais, abs, aceleração, etc. Será que não estamos só focando no perigo, na segurança, e assim esquecemos de pensar na paz e na liberdade? Pois até no imprevisto e no simples é que vemos as maiores felicidades. Um banho refrescante num riacho, as ondas da praia nos levando, o ventos esvoaçando nossos cabelos, o sol irradiando nossa pele de manhã, nosso cachorrinho lando e pulando em nosso colo, o gato que brinca com a bolinha de papel, nossos filhos que mergulham nas fantasias e nas brincadeiras conosco, enfim. Ás vezes já nos bastam. Um Fiat 147, ou um fusquinha, ou uma lambreta não traz a mesma sensação de liberdade e alegria quando do mesmo modo correm como os carros importados ou a moto mais cara? Coloque seu cachorrinho no carro com família e veja quanto melhor é do que um "turbo" ou qualquer outro acessório mais moderno, ou modelo de carro - e sem custo nenhum. A mídia com suas propagandas, novelas, filmes, minisséries, passam a "realização pessoal" na sociedade representada pela felicidade da conquistas dos bens tecnológicos, não exaltando o simples, comum, que nos facina. E o aparelho de GPS? antes buscávamos estudar o trajeto e programando em nossa mente o trajeto nos preocupando com os detalhes da viagem, paisagens. Hoje uma voz nos acompanha (e feminina e sensual) no trajeto inteiro nos rando a atenção das lindas paisagens, da conversa simples. E a ansiedade aumenta quando ela nos diz “curva a direita a 500m”. Fazemos de tudo para não nos perder e quando ficamos perdidos com o “GPS” ficamos indignados pois algo tão tecnológico assim não poderia nos fazer errar. Antes quando nos perdíamos parávamos, pedíamos ajuda, conhecíamos alguém e nhamos o privilégio de saber que alguém por coração nos ajudava. E e outra viagem até encontrávamos essa pessoa que nos ajudava no mesmo local, como um ente familiar, um amigo. Quem não tem orgulho de ajudar alguém perdido? As "televisões cinema" com pagamentos acessíveis possibilitaram que cada cômodo da casa vesse uma TV, vesse na verdade "um apartamento". Além da TV, tem-se DVD, som ambiente, frigobar, escrivaninha. E as relações familiares integradas ficam de lado. Nem mesmo as "briguinhas de discussões" ajudam a compor critérios familiares já não ocorrem. Será que não estamos sendo mergulhados numa era tecnológica do "eu", da segurança, da comodidade e a interavidade, em contraparda a própria liberdade e sociabilidade? Outro dia na recepção de um hospital moderno, ouvi a voz da famosa "mulher do GPS" (voz eletrônica) chamar as pessoas com erros na dicção, pois é claro, é eletrônico. Tive uma profunda reflexão para onde estamos indo. Ao menos ria dos diversos nomes que ele chamava. Será que não estamos virando "ermitões" tecnológicos? Isso sem contar nas empresas, em que cada funcionário é analisado pelos números “resultados” que conquistam, e muitas vezes sendo mais um numero. Até mesmo o "arroz com feijão" faz falta quando os "pratos enfeitados" acontecem no dia a dia.

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Jornal de Pederneiras - Edição 07 - Página 06

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EDIÇÃO 7 - PÁSCOA PEDERNEIRAS, 31 DE MARÇO DE 2012 PG 6-6

JPATÉ NAS POÇAS DE ÁGUA EXISTE BELEZA A SE DESPERTAR

Quando detalhes despercebidos nos despertam

Outro dia no carro, com minha família, e especialmente meu pequeno filho de três anos, vimos uma pomba ainda viva no asfalto derivada de uma possível batida no muro ao lado ou no próprio vidro de um carro. Paramos o carro e peguei a pomba mostrando a meu filho que estava ferida e estava morrendo, "virando estrelinha". Tal memória ficou em sua cabeçinha e quando passo pela mesma quadra ele diz "Lembra daquele passarinho que virou estrelinha, pai?!!!" Igual ao pingo né? " (Pingo é o gatinho de rua adotado também falecido de forma desconhecida por acostumar-se na rua).Passando hoje por uma rua próxima, contemplando o belo sol da manhã e a deixando de lado a "pressa desnecessária", tive a oportunidade de ver um poça no asfalto com água decorrente da chuva de ontem e observar com meu filho pela janela do carro, parado, a pombinha brincar com suas asas na poça, beber e curtir o sol da manhã. E disse: "Parece o Rian brincando na piscininha" Ele deu uma risada gostosa imaginando-se na poça.Meu filho ficou deslumbrado e pegamos a máquina fotográfica para tirar a foto e esta aí acima. Mostrei a ele e ele disse "Que bonitinho o pai! " Eu lhe perguntei "Bonitinho ou bonito?" mencionando sua correção quando o chamo de "bonitinho". E ele continuou "bonitinho, eu sou "bonito"”.Na maioria das vezes passamos o carro apressadamente em tudo, o carro “do descanso”, o carro “do trabalho”, o carro “do dinheiro”, o carro “da família”; sem vermos os detalhes pequenos e perfeitos da Natureza nos rodeia.

Leandro Campanhã Camara Leandro Campanhã Camara

O mair importante de um Projeto é deixá-lo com acaractertística pessoal de seu usuário (proprietário),pois cada casa tem a marca de seu proprietário. Auxiliar o cliente no senho com as condições técnicas e orçamentárias é a função dos profissionais.

foto: L.C. Camara A singeleza da perfeição da Natureza nos detalhes

O contato direto com a Natureza é muitas vezes o que precisamos

SÉRA QUE PRECISAMOS DE TUDO ISSO?!!!Estamos sendo "bombardeados" pelo comércio tecnológico pelos argumentos das necessidades de comodidade, segurança e liberdade.

Na era da tecnologia será que precisamos de tudo?O celular que virou uma comodidade nos faz sentir extremamente seguros fazendo com que todos possam nos achar, e assim nós mesmos avisar qualquer um de algo inesperado que possa acontecer? E quando estamos no prazer familiar, ou no sossego necessário de reflexão, ele toca e você atende prontamente, interrompendo o que era genuinamente necessário.Uma ligação do orelhão derivada de uma "parada" no caminho, ou uma visita rápida pessoal para conversar é substituída pelo celular. Será que esse "egocentrismo seguro" nos afasta da liberdade e do acaso natural da ajuda do próximo e da sociabilidade necessária (como antes)? Será que nos achamos tão importantes com o celular de plantão 24 horas ?Será que viramos "médicos sociais" de plantão 24 horas?Novos carros com airbag´s laterais, frontais, abs, aceleração, etc. Será que não estamos só focando no perigo, na segurança, e assim esquecemos de pensar na paz e na liberdade? Pois até no imprevisto e no simples é que vemos as maiores felicidades. Um banho refrescante num riacho, as ondas da praia nos levando, o ventos esvoaçando nossos cabelos, o sol irradiando nossa pele de manhã, nosso cachorrinho latindo e pulando em nosso colo, o gato que brinca com a bolinha de papel, nossos filhos que mergulham nas fantasias e nas brincadeiras conosco, enfim. Ás vezes já nos bastam.Um Fiat 147, ou um fusquinha, ou uma lambreta não traz a mesma sensação de liberdade e alegria quando do mesmo modo correm como os carros importados ou a moto mais cara? Coloque seu cachorrinho no carro com família e veja quanto melhor é do que um "turbo" ou qualquer outro acessório mais moderno, ou modelo de carro - e sem custo nenhum.A mídia com suas propagandas, novelas, filmes, minisséries, passam a "realização pessoal" na sociedade representada pela felicidade da conquistas dos bens tecnológicos, não exaltando o simples, comum, que nos facina.

E o aparelho de GPS? antes buscávamos estudar o trajeto e programando em nossa mente o trajeto nos preocupando com os detalhes da viagem, paisagens. Hoje uma voz nos acompanha (e feminina e sensual) no trajeto inteiro nos tirando a atenção das lindas paisagens, da conversa simples. E a ansiedade aumenta quando ela nos diz “curva a direita a 500m”.Fazemos de tudo para não nos perder e quando ficamos perdidos com o “GPS” ficamos indignados pois algo tão tecnológico assim não poderia nos fazer errar.Antes quando nos perdíamos

parávamos, pedíamos ajuda, conhecíamos alguém e tínhamos o privilégio de saber que alguém por coração nos ajudava. E e outra viagem até encontrávamos essa pessoa que nos ajudava no mesmo local, como um ente familiar, um amigo. Quem não tem orgulho de ajudar alguém perdido?As "televisões cinema" com pagamentos acessíveis possibilitaram que cada cômodo da casa tivesse uma TV, tivesse na verdade "um apartamento". Além da TV, tem-se DVD, som ambiente, frigobar, escrivaninha. E as relações familiares integradas ficam de lado. Nem mesmo as "briguinhas de discussões" ajudam a compor critérios familiares já não ocorrem.Será que não estamos sendo mergulhados numa era tecnológica do "eu", da segurança, da comodidade e a interatividade, em contrapartida a própria liberdade e sociabilidade?Outro dia na recepção de um hospital moderno, ouvi a voz da famosa "mulher do GPS" (voz eletrônica) chamar as pessoas com erros na dicção, pois é claro, é eletrônico. Tive uma profunda reflexão para onde estamos indo. Ao menos ria dos diversos nomes que ele chamava.Será que não estamos virando "ermitões" tecnológicos? Isso sem contar nas empresas, em que cada funcionário é analisado pelos números “resultados” que conquistam, e muitas vezes sendo mais um numero.Até mesmo o "arroz com feijão" faz falta quando os "pratos enfeitados" acontecem no dia a dia.