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SEMINÁRIO CHUVAS E DESASTRES URBANOS - SEMINÁRIO CHUVAS E DESASTRES URBANOS ENCHENTES URBANAS: NECESSIDADE DE UMA ARTICULAÇÃO GOVERNAMENTAL Eng. Mário Cicareli Pinheiro POTAMOS Engenharia e Hidrologia Ltda. [email protected]

Mário Cicareli (Potamos engenharia)

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Enchentes urbanas: necessidade de uma articulação governamental.

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SEMINÁRIO CHUVAS

E DESASTRES URBANOS

- SEMINÁRIO CHUVAS E DESASTRES URBANOS –

ENCHENTES URBANAS: NECESSIDADE DE

UMA ARTICULAÇÃO GOVERNAMENTAL

Eng. Mário Cicareli Pinheiro

POTAMOS Engenharia e Hidrologia Ltda.

[email protected]

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E DESASTRES URBANOS

OS MITOS E VERDADES A RESPEITO DAS CAUSAS E

SOLUÇÕES PARA AS ENCHENTES URBANAS

OS MITOS

Medidas não-estruturais como única medida viável;

Canhão hidráulico e as obras de macrodrenagem;

Operação das barragens como causa das enchentes;

O remanso de reservatórios causa enchentes a montante;

Preservação das matas ciliares;

O assoreamento dos cursos de água;

As bacias de rejeitos das mineradoras;

Os cursos de água urbanos devem ser mantidos em leito natural;

Construção de barraginhas.

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E DESASTRES URBANOS

OS MITOS E VERDADES A RESPEITO DAS CAUSAS E

SOLUÇÕES PARA AS ENCHENTES URBANAS

AS VERDADES

As enchentes são fenômenos naturais;

Os efeitos nocivos das enchentes resultam da ocupação das áreas de risco hidrológico;

A importância dos estudos de diagnóstico antes de serem iniciados os projetos ou as obras;

Os municípios têm buscado soluções isoladas para os seus problemas;

Não existe assoreamento nos cursos de água por conta do equilíbrio entre descargas sólidas e líquidas;

A importância da combinação de medidas estruturais e não-estruturais;

Para as “barraginhas” terem efeito de controle de cheias os volumes acumulados devem ser superiores a 20 mm nas áreas urbanas e a 100 mm nas grandes bacias.

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LINHA DO TEMPO DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL

1775: Estados Unidos criam o U.S. Army Corps of Engineers;

1820: surgem as primeiras ferrovias na Inglaterra;

1850: Halfeld inicia estudos para a navegação do rio São Francisco;

1855: Cristiano Otoni elabora o I Plano Ferroviário do Brasil;

1855: saneamento da cidade do Rio de Janeiro;

1889: a malha ferroviária brasileira alcança 9355 km;

1897: construção da primeira usina hidrelétrica nos EUA;

1897: construção da primeira usina hidrelétrica no Brasil;

1915: a malha ferroviária brasileira alcança 26.642 km;

1925: início da construção de rodovias no Brasil;

1927: ocorrência de grandes enchentes nos EUA;

1927: EUA promulgam o “Flood Control Act”;

1929: depressão econômica nos EUA;

1931: criação do TVA – Tennessee Valley Authority;

1934: promulgação do Código de Águas no Brasil;

1946: criação do DNOS – Departamento Nacional de Obras de Saneamento;

1946: criação da CVSF – Companhia Vale do São Francisco;

1950: início da expansão das rodovias;

1950: início da construção das grandes usinas hidrelétricas;

1950: início da implantação das medidas não-estruturais para controle de cheias nos EUA.

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LINHA DO TEMPO DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL

1960: início do Projeto CANANBRA – Inventário Hidrelétrico;

1967: mudança do nome CVSF para SUVALE;

1970: desativação maciça da malha ferroviária;

1973: início do projeto da UHE Itaipu;

1974: mudança do nome SUVALE para CODEVASF;

1977: início da operação dos reservatórios das usinas hidrelétricas com a finalidade de controle de cheias;

1979: grande enchente nos vales dos rios São Francisco e Doce;

1980: Grupo Interministerial de Trabalho para Realizar Estudos para a Prevenção e o Controle das Enchentes (Rio Doce e Rio São Francisco);

1980: DNOS projeta e constrói diques nas cidades de Pirapora, Januária;

1981: criação da CPI para investigar as causas das enchentes no rio São Francisco;

1987: promulgação da Constituição da República;

1990: extinção do DNOS e PORTOBRÁS;

1995: tentativa de retomar a navegação fluvial no rio São Francisco;

1997: promulgação da Lei Federal 9433 instituindo a Política Nacional de Recursos Hídricos.

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LINHA DO TEMPO DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL

2000: criação da ANA – Agência Nacional de Águas;

2000: início do crescimento da economia mundial;

2003: problemas políticos desarticulam a AHSFRA – Administração da Hidrovia do São Francisco;

2011: evento catastrófico na Serra Fluminense;

2012: enchentes generalizadas em Minas Gerais;

2012: Minas Gerais não apresenta um plano articulado para o controle e a prevenção de cheias no Estado;

2012: a malha ferroviária brasileira é de 28.000 km, basicamente a mesma planejada na época do Segundo Império.

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ALGUMAS ENCHENTES EM MINAS GERAIS

1942: bacias dos rios Grande e São Francisco;

1949: bacia do rio São Francisco;

1957: cidades do Sul de Minas;

1979: bacias dos rios Doce e São Francisco;

1980: bacias dos rios São Francisco e Grande;

1982: bacia do rio São Francisco;

1983: bacia do rio São Francisco;

1985: bacias dos rios Grande e São Francisco;

1992: bacia do rio Grande;

1997: bacias do rio Doce e Alto São Francisco;

2000: bacia do rio Sapucaí;

2003: cidade de Ponte Nova;

2004: cidades de Ponte Nova e Caratinga;

2007: cidade de Muriaé;

2008: Zona da Mata e bacia do Alto São Francisco;

2012: Estado de Minas Gerais.

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E DESASTRES URBANOS RISCO INTRÍNSECO DA PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO

– TR variando de 2 a 5 anos

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CIDADE EM PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO

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E DESASTRES URBANOS

CONCEITOS DE CURSO DE ÁGUA NATURAL

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E DESASTRES URBANOS

EQUILÍBRIO MORFODINÂMICO DOS CURSOS DE ÁGUA

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EQUILÍBRIO MORFODINÂMICO – CASO DE APARECIDA DE

GOIÂNIA

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CASO APARECIDA DE GOIÂNIA

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EROSÃO EM LEITOS FLUVIAIS URBANOS

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CONCEITOS DE OBRAS DE CONTROLE DE CHEIAS

EM ÁREAS URBANAS

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CASO DA CIDADE DE LONDRINA

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CASOS PRÁTICOS: MEDIDAS COMBINADAS

Av. Nossa Senhora da Piedade em Belo Horizonte

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CASOS PRÁTICOS: MEDIDAS COMBINADAS

Parque Ribeirão Ipanema em Ipatinga-MG

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CASOS PRÁTICOS: OBRAS EXISTENTES Bacia de Detenção em Uberaba

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DESORDEM INSTITUCIONAL

As enchentes são percebidas inicialmente pelas municipalidades

Administração Pública Municipal;

Os municípios não têm quadros técnicos para diagnosticar o problema;

Surgem as interpretações equivocadas por meio dos mitos;

As soluções para o controle de cheias podem ter abrangência além das fronteiras municipais;

A Administração Pública Estadual não possui planos consistentes para solucionar o problema;

As soluções para o controle de cheias podem ter abrangência além das fronteiras estaduais;

A Administração Pública Federal não possui planos consistentes para solucionar o problema;

Surgem liberações de verbas para obras sem projetos;

O encaminhamento do problema é feito sob o foco exclusivamente político;

As equipes técnicas dos órgãos encarregados de aprovação dos projetos fazem análises criteriosas;

Os trabalhos são interrompidos pela dificuldade de execução de projetos.

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OPINIÕES: “Aspectos Institucionais do Controle das Inundações

Urbanas”, Carlos E. M. Tucci

Caracterização das inundações: enchentes em áreas ribeirinhas e enchentes

devido à urbanização;

O processo crescente de urbanização e o impacto crescente da cidade no escoamento;

No Brasil, não existe nenhum programa sistemático de controle de enchentes que envolva seus diferentes aspectos. O que se observa são ações isoladas por parte de algumas cidades;

Falta de conhecimento sobre controle de enchentes por parte dos planejadores urbanos;

Desorganização, nos níveis federal e estaduais, sobre controle de enchentes;

Falta de educação da população sobre controle de enchentes.

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OPINIÕES: “Fundamentos para a Gestão de Recursos Hídricos”,

Flávio Terra Barth e Cid Tomanik Pompeu

Aspectos institucionais e jurídicos pertinentes aos recursos hídricos no Brasil;

Importância de integrar os planos globais e setoriais de aproveitamento e controle dos recursos hídricos;

A participação do público em geral na gestão dos recursos hídricos deve ser uma das formas de viabilização política na gestão desses recursos; entretanto, essa participação deverá ser, preferencialmente, sob modos de informação e consulta, sem que a Administração Pública decline do seu dever de decidir entre alternativas.

Nos maiores centros urbanos do País, a Administração Pública tem extrema dificuldade de disciplinar e controlar o uso do solo e a construção de edificações. As leis de parcelamento sofrem grandes pressões para serem mudadas, e os Legislativos, frequentemente, fazem as mudanças sem as devidas considerações técnicas, levando em conta mais os aspectos políticos.

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EXEMPLOS DE PRECONCEITOS E DE LACUNA INSTITUCIONAL

O projeto de controle de cheias indeferido por causa do preconceito do

“Canhão Hidráulico”;

A cidade A e o PAC;

A cidade B e o PAC;

A cidade C e o zoneamento da planície de inundação a jusante da usina hidrelétrica;

A cidade D e o zoneamento da planície de inundação a jusante da usina hidrelétrica;

A atuação do Ministério Público com a enchente na cidade D;

O debate na Câmara dos Vereadores da cidade E;

A cidade F e a interferência das obras de mineração;

O projeto da cidade G feito por uma empresa de mineração e a imperiosa necessidade de integração em toda a bacia hidrográfica;

A destinação de grandes verbas para as obras de dragagem, sem o devido diagnóstico do problema;

O problema da cidade H sendo atribuído à operação de usinas a fio-d’água e ao remanso do reservatório de jusante;

A dificuldade conceitual de estabelecer o conceito de preservação de fundos de vale na capital estadual;

O conflito entre os Governos Estadual e Federal no caso das enchentes na bacia do rio X.

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ALGUNS CRÉDITOS

PDMAT – Plano Diretor de Macro Drenagem do Alto Tietê;

Planos e projetos do DAEE-SP;

O trabalho nacional da Defesa Civil;

Os sistemas de alerta operados pela ANA e CPRM;

A operação dos reservatórios do setor elétrico;

O diagnóstico e o planejamento da cidade de Passos-MG (caso de município sem interligação hidráulica);

O plano de controle de cheias das bacias dos rios Pomba e Muriaé (ANA);

O caso bem sucedido do entendimento do Ministério Público no caso da cidade de Ponte Nova;

Os trabalhos do Banco Mundial: Uberaba e Betim.

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RECOMENDAÇÕES

Para os municípios: elaborar planos de drenagem urbana e mapeamento das

planícies de inundação;

Para os municípios: elaborar estudos de diagnóstico do problema das enchentes, com alternativas conceituais de soluções;

Para o Governo Estadual: elaborar um Plano Global de Controle de Cheias e estabelecer uma base para assessorar os municípios em termos técnicos e de orientação na busca de recursos;

Para o Governo Federal: cessar a liberação de verbas e programas sem os devidos respaldos em planos e programas;

Para o Governo Federal: organizar as articulações entre a ANA, a Secretaria de Recursos Hídricos e o Ministério das Cidades.