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O Alterense CDU Alter do Chão | Distribuição Gratuita | Trimestral | Abril a Junho de 2014 | N.º 3 93.º Aniversário do PCP CDU Realizou-se no dia 5 de Abril, na Freguesia de Seda com a presença de vários militantes e amigos, o almoço comemorativo do 93º aniversário do PCP. O almoço, além de evocar a história do partido na sua luta pela liberdade do povo português e a sua contribuição para a instauração da democracia em 25 de Abril de 1974, foi aproveitado para comentar e discutir a situação política do país e o impacto sócio-económico que as medidas de austeridade impostas pelo governo estão a ter na vida dos portugueses. Depois do almoço, que contou com a presença do Diogo Júlio em representação da DORPOR e de quase todos os eleitos da CDU nos órgãos autárquicos, fez-se a apresentação de O Alterense nº 2. Nesta apresentação foram explicadas e justificadas aos militantes as várias tomadas de posição que os eleitos da CDU foram tomando nos órgãos a que pertencem. Seguiu-se um debate franco e aberto no qual vários camaradas e amigos usaram da palavra para tecerem comentários, alguns bastante críticos, à situação política, económica e social do concelho de Alter do Chão. Casa do Povo de Seda

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O Alterense CDU Alter do Chão | Distribuição Gratuita | Trimestral | Abril a Junho de 2014 | N.º 3

93.º Aniversário do PCP

CDU

Realizou-se no dia 5 de Abril, na Freguesia de Seda com a presença de vários militantes e amigos, o almoço comemorativo do 93º aniversário do PCP. O almoço, além de evocar a história do partido na sua luta pela liberdade do povo português e a sua contribuição para a instauração da democracia em 25 de Abril de 1974, foi aproveitado para comentar e discutir a

situação política do país e o impacto sócio-económico que as medidas de austeridade impostas pelo governo estão a ter na vida dos portugueses. Depois do almoço, que contou com a presença do Diogo Júlio em representação da DORPOR e de quase todos os eleitos da CDU nos órgãos autárquicos, fez-se a apresentação de O Alterense nº 2. Nesta apresentação foram explicadas e

justificadas aos militantes as várias tomadas de posição que os eleitos da CDU foram tomando nos órgãos a que pertencem. Seguiu-se um debate franco e aberto no qual vários camaradas e amigos usaram da palavra para tecerem comentários, alguns bastante críticos, à situação política, económica e social do concelho de Alter do Chão.

Casa do Povo de Seda

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Comemorações de Abril e Maio Na cerimónia alusiva ao 25 de Abril que se realizou na freguesia de Seda, o Presidente da Junta, Mário Mendes, fez um discurso muito incisivo, vivo e fortemente centrado na Liberdade que Abril nos legou. Sr. Presidente da Camara Municipal de Alter do Chão, Sr. Presidente da Banda Municipal de Alter do Chão, Sr. Maestro da Banda Munici-pal de Alter do Chão, Elementos da Banda Municipal de Alter do Chão, Minhas Senhoras e meus Senhores O 25 de Abril de 1974 está gravado na memória, não só daqueles que o viveram, como também daqueles que sentiram o renascer de uma nova esperança, depois de um período de escuridão que apagou Portugal e sacrificou o seu povo durante 48 anos. A liberdade, a democracia e o desenvolvimento, constituem o vitorioso resultado da revolução de Abril. A liberdade é tão essencial como o ar que respiramos povoa o nosso dia-a-dia. Não pode-mos, no entanto, ignorar que pairam hoje fortes

ameaças à liberdade que é de todos e não apenas de alguns. É a liberdade que está em causa quando os nossos concidadãos passam por inúmeras dificul-dades e não conseguem inclusive obter os rendi-mentos indispensáveis à alimentação da sua família. É a liberdade que está em causa quan-do se assiste a uma degradação dos cuidados de saúde prestados à população, em consequência de uma política irresponsável de cortes cegos no Serviço Nacional de Saúde. É a liberdade que está em causa quando grupos cada vez maiores se deparam com situações de desemprego de longa duração. E é também a liberdade que está em causa quando os nossos jovens, que são dos mais preparados de sempre, não encontram qualquer alternativa de emprego em Portugal e são obriga-dos a emigrar. Não podemos perder de vista que a liberdade não está adquirida definitivamente, especialmen-te quando o Governo de Portugal se preocupa principalmente em proteger os grupos mais fortes e maltrata constantemente a maioria da popula-ção do nosso país. Felizmente, com o 25 de Abril, foi instituído o poder local democrático. Os responsáveis são eleitos periodicamente pelos eleitores de cada concelho. Mas, também esta

conquista está ameaçada, porque reduzem cada vez mais a autonomia local e consequentemente a margem de liberdade na ação dos órgãos autár-quicos, eleitos pelo povo. É essencial ter especial atenção a estes perigos e que, na medida das nossas competências, persistamos numa luta constante e conjunta para a preservação do poder local e democrático. O concelho de Alter do Chão e particularmente a freguesia de Seda, mudaram muito desde o dia 25 de Abril de 1974. A mudança sentida a todos os níveis foi fruto, em primeiro lugar, do trabalho e sacrifício de todos os que cá nasceram e também de todos os que fizeram de Seda a sua terra. A alteração substancial ocorrida neste período – 40 anos – não foi obra exclusiva de uma pessoa ou organização. Todos contribuí-ram, na medida das suas responsabilidades, para que Seda de 2014 seja muito diferente – para melhor – de Seda de 1974. Centremos os nossos esforços no futuro da nossa terra. Estou certo que todos saberemos honrar a liberdade e a democracia que a revolução de 25 de Abril de 1974 nos trouxe.

Viva o 25 de Abril. Viva a liberdade

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Reunião de Câmara

Na passagem dos 40 anos do 25 de Abril de 1974, que instituiu e consagrou o Poder Local democrático, realizaram-se por todo o país cerimónias alusivas à Revolução dos Cravos. Alter do Chão foi excepção. Em Alter do Chão, o mês de Abril, com algumas honrosas excep-ções (feira do livro e jogos tradicionais), foi dedicado, com um forte patrocínio e apoio da Câmara Municipal, quase exclusivamente aos cavalos e aos toiros, seguramente importantes para a terra, como se mais nada de importante se celebrasse neste mês. A Agenda Cultural para o mês de Abril remete apenas para uma arruada pelas freguesias do concelho no dia 25, com a Banda Muni-cipal. Há mesmo um programa ou cartaz que fala de celebrações e que incorpora as arruadas, uma tourada e um concurso de rafeiros, como se estes eventos tivessem algo a ver com a Revolução dos Cravos. Lamento profundamente que a Câmara Municipal de Alter do Chão não tenha organizado qualquer cerimónia oficial relaciona-da com Abril. Não é apenas com umas “arruadas” dadas pela Banda Municipal Alterense e com discursos ocasionais e não anunciados nas freguesias que se celebra Abril. O facto de não ter sido prevista qualquer cerimónia evocativa de Abril levou-me a não ter participa-do e a não ter pactuado com qualquer evento organizado ou patro-cinado pela Câmara Municipal. O Poder Local democrático só exis-te porque houve Abril.

E Abril merece muito mais.

II.ª Assembleia Municipal

No dia 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas devolveu ao povo português a liberdade há muito esperada e deseja-da. A Revolução dos Cravos, um acto de emancipação social e nacional, constituiu dos acontecimentos mais marcantes da história de Portu-gal, pelas transformações sociais que originou e pela importância que teve na vida dos portugueses. O Poder Local democrático é uma das grandes conquistas de Abril que vai resistindo e que demonstra bem a ligação entre o povo e as suas instituições locais. A crise económica e social atirou milhares de portugueses para o desemprego, o que levou ao empobrecimento generalizado da po-pulação. Portugal tornou-se um estado mais desigual. No ano em que se comemoram os 40 anos da Revolução de Abril, Portugal vive um dos períodos mais difíceis desde a queda do fas-cismo e da ditadura. No entanto, a esperança de continuar Abril permanece bem viva em cada português e merece ser renovada em cada acto. O 1º de Maio é igualmente um data importante para milhões de portugueses. Vamos todos celebrar Maio para continuar Abril. A Assembleia Municipal de Alter do Chão, reunida em sessão ordi-nária a 17 de Abril de 2014, saúda o 25 de Abril e exorta toda a população a participar, por todo o país, nas cerimónias comemorati-vas dos 40 anos do 25 de Abril.

Na Assembleia Municipal, que teve lugar no dia 17 de Abril, a CDU apresentou a seguinte Moção que foi aprova-da por unanimidade.

Na reunião de Câmara de 2 de Maio, o vereador da CDU fez a seguinte declaração sobre o comportamento da Câ-mara Municipal de Alter do Chão e o 25 Abril:

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Senhor Secretário de Estado, Senhores autarcas, Senhores convidados, Caros habitantes do concelho de Alter do Chão

As recentes eleições europeias mostraram, claramente e uma vez mais, a triste realidade existente nos concelhos do interior, nomeadamente as do Alto Alentejo, isto é, a impressionante falta de população. O despovoamento do interior, e em particular do Norte Alen-tejano, que vem crescendo ao longo do tempo não mostra si-nais de inversão. No concelho de Alter do Chão existem apenas 5 mesas de voto, 3 das quais, as das freguesias, estas com menos de 500 eleitores cada (Seda 318, Chança 427, Cunheira 310) e duas, na sede do concelho, respectivamente com 982 e 983 eleitores per-fazendo um total de 3 022 eleitores. Significa que desde as autár-quicas até às europeias, o concelho de Alter do Chão, em 6 me-ses, perdeu 59 eleitores. Porque está isto a acontecer? O que têm feito os governantes e o poder central? Como chegámos aqui? Passados 40 anos sobre a Revolução de Abril, que deu ao povo português a liberdade de poder decidir, mudar e construir o seu futuro, o Poder Local democrático é uma das poucas conquis-tas que ainda vai resistindo aos ataques ferozes dos vários gover-nos que têm passado e nada têm feito para inverter esta situa-ção. A transferência de obrigações do Poder Central para o Poder Local sem as devidas compensações financeiras e humanas tem dificultado em muito a vida das autarquias A lei dos compromissos tem sido um garrote permanente para as actividades das autarquias que não representam mais do que 0,85% da totalidade da dívida pública. A pseudo reforma das autarquias locais com extinção de fre-guesias, contrariando a vontade das populações, não veio contri-buir, em nada, para inverter esta situação de desertificação e abandono em que se encontra o interior, antes pelo contrário, veio dificultar o contato, das populações, com os seus repre-sentantes locais e o aumento das deslocações para os grandes centros populacionais. Esta pseudo reforma volta a estar na ordem do dia e o poder central pretende pô-la em prática com a chamada reforma do estado, “Um estado melhor”, (será?) documento este, aprovado em conselho de ministros do passado dia 8 de Maio. Este documento volta a referir a agregação de municípios, a descentralização e transferência de competências como a educa-ção, serviços locais de saúde, contratos de desenvolvimento e inclusão social, cultura, participação na rede de atendimento público dos serviços do Estado, transportes e policiamento de trânsito sem aumento de despesa pública Por outro lado nada refere relativamente às compensações financeiras para o Poder Local. Esperamos que os responsáveis, maioritários, do Município não assistam a esta situação como se nada lhes diga respeito, numa atitude seguidista para com os partidos a que pertencem e que irão lesar os direitos das populações que os elegeram. Onde estão os grandes ou pequenos investimentos públicos no Alto Alentejo? Onde está a barragem do Pisão, há muito

anunciada e prometida, obra de importância capital para Alter do Chão e para o distrito de Portalegre. Onde está a industriali-zação? Onde está a criação de empregos? Ora, o que se tem visto e o que se anuncia é o encerramento de mais pequenas empresas, o fecho deliberado de mais escolas, de estações de correios, de repartições de finanças, de tribunais, de estabelecimentos hospitalares, de caminhos de ferro e outros serviços púbicos o que só vem contribuir, ainda mais, para que o distrito de Portalegre e o concelho de Alter do Chão, fiquem cada vez mais envelhecidos, despovoados e isolados. Olhan-do para a nossa Zona Industrial percebe-se bem do que se está a falar. Combater esta situação tem-se revelado extremamente difícil. Até no que se refere à Coudelaria, ex libris de Alter do Chão, o que se anuncia no Documento de Estratégia Orçamental (DEO 2014-2018) são medidas de caracter pontual para o lançamento de concessões turísticas relativas à Companhia das Lezírias e Coudelaria de Alter. Para o Hospital de Portalegre prevê-se a perda de algumas valências e para a gestão dos resíduos está em curso a privati-zação da EGF ( a VALNOR é uma empresa do grupo), empre-sa pública que dá lucro e como tal é preciso entregá-la ao capital privado. Como se a sanha privatizadora deste Governo já tivesse resolvido alguns dos graves problemas que o país atra-vessa e tem para resolver. Os programas, de duração limitada para ocupação da popula-ção, financiados pela Segurança Social e pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional ou outras instituições de caracter cívico ou social, nos quais se gastam muitos milhões de euros para dar algum rendimento às pessoas, não são mais do que serviços de caridadezinha que servem apenas para que, nas estatísticas, o desemprego apareça como tendo diminuído e para que se tenha a sensação de que a população está ocupada a trabalhar. Assistimos hoje aos mais violentos ataques a tudo o que Abril nos trouxe. À destruição da Escola Pública, ao Serviço Nacional de Saúde, aos ataques à administração pública, aos cortes nas pensões, ao estado social e à contratação colectiva, sendo que estas medidas não são admissíveis. A CDU denuncia estes ataques e está, e estará, sempre ao lado da população na defesa dos seus legítimos interesses e aspira-ções. A CDU não se limita a denunciar e criticar o que, do seu ponto de vista, está errado. A CDU é uma força política que pugna pelo desenvolvimento económico, social e cultural do concelho de Alter do Chão e por isso apresenta propostas que, em seu entender, melhor servem os interesses do concelho. Foi assim para as Grandes Opções do Plano, para a reabilitação da Coudelaria e para a vida diária da autarquia. E, assim será.

Não nos calaremos. Pelos ideais de Abril A luta continua!

Os eleitos da CDU nas Assembleias Municipal e de Freguesia, na Câmara Municipal e nas Juntas de Freguesia Alter do Chão, 29 de Maio de 2014

Intervenção da CDU no Dia do Município

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Mosaico/Casa de Medusa A CDU propôs a criação de um Grupo de Trabalho para acompanhar o projecto de execução da cobertura da Casa de Me-dusa. Este GT deverá iniciar as suas fun-ções antes do início destes trabalhos exi-gentes e complexos.

Estrada para Alter Pedroso

O caminho público que liga a Alter Pe-droso e que foi reparado pelo Exército com o apoio da CMAC encontra-se inter-rompido, com cancelas, em 3 locais. A CDU apresentou uma proposta para que a Câmara identificasse e notificasse o proprietário dos terrenos confinantes para que este proceda à remoção das cancelas para que o referido caminho se torne efectivamente público.

Realizaram-se no dia 25 de Maio, as elei-ções para o Parlamento Europeu. Os 21 deputados a que Portugal tem direito ficaram assim distribuídos: PS 8, PSD/CDS 7, CDU 3, MPT 2 e BE 1. A abs-tenção foi de 66,1%, a maior de sempre, talvez porque os cidadãos se sentem, de alguma forma, afastados e desiludidos com a União Europeia e não entendem ser chamados apenas a votar para o Parla-mento. Os cidadãos devem, igualmente e

Eleições Europeias

Associação do Espaço e do Pa-trimónio Popular - ALDRABA

Realizou-se a 7 e 8 de Junho, promovido pela CDU e com o apoio da CMAC, o XXV encontro da Associação do Espaço e do Património Popular - ALDRABA. A Aldraba visitou os principais monumen-tos e esteve numa sessão de divulgação cultural muito viva e concorrida na qual participaram as principais Associações de Cultura e Recreio de Alter do Chão.

sempre, estar envolvidos aprovações dos tratados europeus (Maastricht, Lisboa, Nice, etc.) e ratificar com o seu voto a adesão dos respectivos países a esses con-vénios internacionais. O concelho de Alter do Chão seguiu a tendência nacio-nal, apresentando os seguintes resultados PS (410) 35,56%, PSD/CDS (275) 23,85%, CDU (269) 23,33%, MPT (43) 3,73% e BE (24) 2,08%. A abstenção (1868) foi de 61,83%.

Homenagem aos Presidentes da Assembleia Municipal de Alter Chão

A CDU entendeu por bem homenagear todos os cidadãos que, por eleição, exer-ceram as funções da presidente da As-sembleia Municipal de Alter do Chão e, nesse sentido, apresentou em reunião de Câmara uma proposta que foi aprovada por unanimidade. Essa homenagem reali-zou-se no dia do Município, 29 de Maio.