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O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS By Fernando Zornitta / Paulo Zornitta O jeito que o Brasil tem sido administrado, em um sistema orientado pela subserviência de todas as forças políticas àquelas que estão momentaneamente no poder e em nome da pretensa “governabilidade” de coalizão, coloca como tem colocado - toda a nação enclausurada a um sistema delegado às pessoas que podem não terem as competências necessárias o que deixa o país sem a possibilidade de auto ajustar-se de acordo com as dinâmicas e variáveis de um planeta em constante mudança e adaptação; colocando o Brasil entre os países com menos chances no sistema global. Assim foi durante toda a gestão do PT nos últimos 13 anos, em que os gestores (oriundos deste loteamento da gestão aos partidos políticos) e instituídos em cargos e funções, ficaram engessados no sistema de governança e gestão distribuídae que atendia a vontade de “poder pelo poder” e se mantiveram através do tênue e fraco fio da política partidária; colocando a nação à disposição e a serviço dos seus correligionários, os quais se trocaram por cargos e benesses; os quais se venderam sem pensar nos danos ao país (e chegou-se ao nível do Mensalãodo pagamento de propina para a compra da consciência em troca de votos dos legisladores e da corrupção a níveis jamais presenciados) Os políticos na administração loteada e seguindo as suas lideranças, chafurdaram na incoerência e na lama sem quaisquer outros compromissos ideológicos ou competências para conduzir ou gerir as nossas instituições; mas seguiram e ainda seguem ocupando milhares de cargos, funções e comandando através dos seus grupos políticos a estrutura e as empresas públicas, para em nome da pretensa governabilidadee do toma lá dá cáe não da eficiente administração, encampar e emperrar através das suas incompetências e gentes - sem qualquer habilidade, todos os escaninhos, cargos, funções, esferas e poderes da nação. Isso visto de fora beira a insanidade, senão à patetice; enquanto uma massa de concidadãos que foram em busca do conhecimento e das competências para poderem contribuir socialmente, ficam oprimidos, são ridicularizados e excluídos; vistos e chamados de “elites”, quando tão somente seguiram o rumo lógico e amplamente papagaiado nos discursos (mas não na prática política) da educação como caminho” para o desenvolvimento e para a conquista das competências (competências estas que regem toda a estrutura da academia e do conhecimento na contemporaneidade e no planeta, mas que não encontra espaço na gestão). Um país que deixa como há décadas vem deixando essa insana forma de pretensa “governabilidade” se estabelecer não tem e nem terá futuro no mundo altamente organizado com bases na competência, inovação e criação. Hoje, nações como o Brasil que segue desse mesmo modo, é vista e usada com há séculos vem sendo - como colônia; colocando-se a serviço e como celeiro para o fornecimento de matérias primas para aqueles países e blocos que usam o conhecimento, as competências e a expertise humana no caminho do seu desenvolvimento. Colônias e quintais facilmente orientáveis por interesses alienígenas que encontram-se há milhares de quilômetros de distância. Assim exportamos água (raridade no planeta), embutida em grãos e em carnes; exportamos florestas e absorvemos e produzimos lixo e tudo que poderia poluir lá fora, mas

O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS

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O BRASIL E A ENGENHARIA REVERSA DO CAOS

By Fernando Zornitta / Paulo Zornitta

O jeito que o Brasil tem sido administrado, em um sistema orientado pela subserviência de todas as

forças políticas àquelas que estão momentaneamente no poder e em nome da pretensa

“governabilidade” de coalizão, coloca – como tem colocado - toda a nação enclausurada a um sistema

delegado às pessoas que podem não terem as competências necessárias – o que deixa o país sem a

possibilidade de auto ajustar-se de acordo com as dinâmicas e variáveis de um planeta em constante

mudança e adaptação; colocando o Brasil entre os países com menos chances no sistema global.

Assim foi durante toda a gestão do PT nos últimos 13 anos, em que os gestores (oriundos deste

loteamento da gestão aos partidos políticos) e instituídos em cargos e funções, ficaram engessados no

“sistema de governança e gestão distribuída” e que atendia a vontade de “poder pelo poder” e se

mantiveram através do tênue e fraco fio da política partidária; colocando a nação à disposição e a

serviço dos seus correligionários, os quais se trocaram por cargos e benesses; os quais se venderam sem

pensar nos danos ao país (e chegou-se ao nível do “Mensalão” – do pagamento de propina para a

compra da consciência em troca de votos dos legisladores e da corrupção a níveis jamais presenciados)

Os políticos na administração loteada e seguindo as suas lideranças, chafurdaram na incoerência e na

lama sem quaisquer outros compromissos ideológicos ou competências para conduzir ou gerir as nossas

instituições; mas seguiram e ainda seguem ocupando milhares de cargos, funções e comandando

através dos seus grupos políticos a estrutura e as empresas públicas, para em nome da pretensa

“governabilidade” e do “toma lá dá cá” e não da eficiente administração, encampar e emperrar através

das suas incompetências e gentes - sem qualquer habilidade, todos os escaninhos, cargos, funções,

esferas e poderes da nação.

Isso visto de fora beira a insanidade, senão à patetice; enquanto uma massa de concidadãos que foram

em busca do conhecimento e das competências para poderem contribuir socialmente, ficam oprimidos,

são ridicularizados e excluídos; vistos e chamados de “elites”, quando tão somente seguiram o rumo

lógico e amplamente papagaiado nos discursos (mas não na prática política) “da educação como

caminho” para o desenvolvimento e para a conquista das competências (competências estas que regem

toda a estrutura da academia e do conhecimento na contemporaneidade e no planeta, mas que não

encontra espaço na gestão).

Um país que deixa – como há décadas vem deixando – essa insana forma de pretensa “governabilidade”

se estabelecer não tem e nem terá futuro no mundo altamente organizado com bases na competência,

inovação e criação.

Hoje, nações como o Brasil – que segue desse mesmo modo, é vista e usada com há séculos vem sendo

- como colônia; colocando-se a serviço e como celeiro para o fornecimento de matérias primas para

aqueles países e blocos que usam o conhecimento, as competências e a expertise humana no caminho

do seu desenvolvimento.

Colônias e quintais facilmente orientáveis por interesses alienígenas que encontram-se há milhares de

quilômetros de distância. Assim exportamos água (raridade no planeta), embutida em grãos e em

carnes; exportamos florestas e absorvemos e produzimos lixo e tudo que poderia poluir lá fora, mas

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que polui cá dentro. Assim aceitamos plantas de indústrias ultrapassadas e danosas ao meio ambiente e

exportamos comodities; produtos primários – como dantes também no Brasil colônia...

Por outro lado, consumimos produtos e tecnologias de ponta; maravilhamo-nos com a inovação e com a

inteligência que vem junto com estes produtos liberados ao consumo e acessível às castas sociais.

Mas o Brasil tem cérebros, inteligência, gênios e muita criatividade e, este potencial sempre consegue

se revelar quando tem uma oportunidade – que cada vez mais ocorre lá fora e nos centros de

excelência; em universidades, institutos de pesquisas e de inovação nos países desenvolvidos.

A hora é de olharmos para o futuro em busca de caminhos - o mesmo que o país precisa enxergar e

decidir sobre a continuidade ou não, desse seu sistema político de privilégios partidários; engessado e

inepto para bem administrar os destinos da nação.

Neste momento, pós-impeachment de um presidente, em que o país retoma os destinos – agora

novamente consubstanciado de antagonismos político-partidários – e aí incluem-se os vários partidos

políticos que passam a ser oposição declarada àqueles novos e recém constituídos e no poder agora (os

quais declaradamente estão sendo por eles chamados de “golpistas”) e, por isso também mais sujeito a

falta de apoios para a pretensa governabilidade.

A nova gestão na Presidência da República, agora e por isso mesmo, tem de mostrar a que veio e ser

eficiente ao estremo, para perenizar-se e possibilitar essa governabilidade. Entretanto, nota-se na

composição de governo anunciada pelo Presidente interino Michel Temer, um loteamento de

ministérios aos partidos e aos políticos tradicionais e “absolutamente nenhum nome que seja oriundo

de outras fontes e vertentes da sociedade” nos 23 ministérios anunciados.

Entretanto, no seu discurso de posse, no dia 12 de maio, o Presidente Temer indicou a intenção de

“união para podermos enfrentar os desafios; um governo de salvação nacional, com partidos e

entidades organizadas”; falou em diálogos e que “individualmente ninguém tem as receitas e que

governo, parlamento e sociedade vão encontrá-las”; vão resgatar a credibilidade do Brasil. Também fala

em incentivar parcerias público-privadas e que o Estado não pode tudo fazer – mas indica que o Estado

deve cuidar da segurança, saúde, educação – o restante conjugado com a iniciativa privada

(empregadores e trabalhadores) e afirma que o “emprego é um bem fundamental”.

A sociedade – na sua concepção, fica excluída da gestão e deve aplaudir os governantes pela boa gestão.

No sentido da reversão e da reengenharia – ou da engenharia reversa do caos, o sistema e o regime

político-presidencialista e multipartidário, têm de se reinventarem e serem oxigenados pelo potencial

endógeno e competências do seu povo, pois sem isso e do mesmo jeito que vem ocorrendo, o Brasil

perderá ainda mais. Perderemos o protagonismo como nação no hemisfério; enfraqueceremos as

nossas forças institucionais, extinguiremos com nossas forças acadêmicas e empresariais e, por fim

sucumbiremos enterrados pela própria ignorância e ineptidão daqueles que teimam em acomodar-se ao

inacomodável e ilógico; seguindo comandados por aqueles que não apresentam as condições básicas e

necessárias para esse entendimento e para tal gestão.

O sentimento da participação cidadã na reestruturação do Brasil, só será incorporada ao sentimento

nacional, se as portas e portões da gestão forem efetivamente abertas ao potencial endógeno – das

competências e da inteligência da nação e não mais fiquem tão somente confinadas e destinadas

àqueles que militam nos partidos políticos e na política-partidária.