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bb5e5a01-2121-41f1-b3a9-476e74a0ddb7 Relatório do FMI incluiu propostas do CDSPP para a área social Governo fala em “debate nacional” e PS em eleições | 280 mil podem ficar sem abono de família | Juncker propõe reajustamento, Portas “aplaude” | CGD tenta escapar a cortes salariais impostos pelo Governo | Os “pressupostos errados” do FMI Destaque, 2 a 5, Economia, 16, e Opinião Após duas recusas, Protecção de Dados autorizou a gravação de imagens no protesto dos estivadores de 29 de Novembro p6 Em entrevista, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, diz que é preciso assegurar mais justiça social p18 Validada gravação de imagens feita pela PSP em protesto “A estabilização da Europa é do interesse da Alemanha” 2013 TARANTINO ESCREVE COM SANGUE A PALAVRA RENTRÉE RELATÓRIO DO FMI PASSA A SER A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA O INIMIGO PÚBLICO Ano XXIII | n.º 8311 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos SEX 11 JAN 2013 EDIÇÃO LISBOA QUE VALORES PARA 2013? JOÃO MAGUEIJO O SENTIMENTO DE UM PAÍS TRAÍDO, VENDIDO A UMA IDEOLOGIA QUESTIONÁVEL Portugal, 12/13 HOJE Mário Soares Mémorias do Portugal Futuro, DVD 5 Por + 5,90€ ? NTO DE O A UMA L

"Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

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Relatório do FMI incluiu propostas do CDS!PP para a área socialGoverno fala em “debate nacional” e PS em eleições | 280 mil podem fi car sem abono de família | Juncker propõe reajustamento, Portas “aplaude” | CGD tenta escapar a cortes salariais impostos pelo Governo | Os “pressupostos errados” do FMI Destaque, 2 a 5, Economia, 16, e Opinião

Após duas recusas, Protecção de Dados autorizou a gravação de imagens no protesto dos estivadores de 29 de Novembro p6

Em entrevista, o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, diz que é preciso assegurar mais justiça social p18

Validada gravação de imagens feita pela PSP em protesto

“A estabilização da Europa é do interesse da Alemanha”

2013 TARANTINO ESCREVE COM SANGUE A PALAVRA RENTRÉE

RELATÓRIO DO FMI PASSA A SER A CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICAO INIMIGO PÚBLICO

Ano XXIII | n.º 8311 | 1,60! | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

SEX 11 JAN 2013EDIÇÃO LISBOA

QUE VALORES PARA 2013?JOÃO MAGUEIJO O SENTIMENTO DE UM PAÍS TRAÍDO, VENDIDO A UMA IDEOLOGIA QUESTIONÁVELPortugal, 12/13

HOJE Mário Soares Mémorias do Portugal Futuro, DVD 5 Por + 5,90!

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O A UMAL

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Algumas das medidas propos-tas no relatório do FMI fo-ram incluídas no documen-to por infl uência do CDS. É o caso da convergência entre o subsistema da ADSE

e o Serviço Nacional de Saúde, bem como da aproximação entre o siste-ma de pensões do sector público e do sector privado. Nas bancadas da maioria, o alvo de quase toda a ira não é tanto o conteúdo do relatório, mas sim a forma como o Governo tem gerido politicamente um processo tão delicado como o corte de quatro mil milhões de euros na despesa. Alguns deputados pedem em voz baixinha o que Carlos Carreiras, dirigente do PSD, pediu em voz alta: a demissão de Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro.

Paulo Portas, líder do CDS e minis-tro de Estado e dos Negócios Estran-geiros, já tinha apontado caminhos para a redução da despesa estru-tural do Estado: contratualizações na saúde e na educação, um tecto

máximo nas prestações sociais que cada benefi ciário pode receber, a convergência do subsistema de saú-de dos funcionários públicos (ADSE) com o Serviço Nacional de Saúde, e a aproximação entre o sistema de pensões e reformas do sector públi-co e do sector privado. As propostas constam do relatório do FMI elabora-do a pedido do Governo português para concretizar o corte de despesa estrutural do Estado em quatro mil milhões de euros.

O PÚBLICO sabe que os centristas fi zeram um “grande esforço” para incluir propostas de corte de despe-sa que fossem viáveis, sobretudo na área social. Há outras sugestões que o CDS afasta por chocarem com a Constituição ou até com as suas ban-deiras, como é o caso da fusão das forças de segurança.

“O relatório tem coisas boas e ou-tras que não dá para fazer”, afi rma o deputado do CDS Adolfo Mesqui-ta Nunes, que tem dado a cara em defesa do corte da despesa do Esta-do. Já Nuno Melo, vice-presidente, aponta outras críticas: “Os cortes de pensões não são cortes de despesa

reacção do Governo — desencade-aram uma tempestade política. O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, reite-rou ontem a sua indignação pelas declarações de Carlos Moedas ao elogiar o relatório. “Eu, enquanto social-democrata, não gostei de ver um secretário de Estado de um Go-verno liderado pelo meu partido... e confesso que, do ponto de vista sim-bólico, também me chocou porque havia um sorriso nos lábios”, disse Carreiras, depois de ter escrito na sua página de Facebook que Moedas “deveria abandonar as funções go-vernativas e assumir que aspira a ser consultor técnico”. No Parlamento, estas declarações fi zeram eco en-tre os deputados da maioria, mas não se ouviram alto por lealdade ao primeiro-ministro.

Questionado sobre estas declara-ções, o secretário de Estado da Pre-sidência do Conselho de Ministros, Marques Guedes, recusou comentar directamente, mas respondeu saber de “declarações, umas excessivas, outras acaloradas, outras até a roçar o absurdo”.

CORTES NA DESPESA

Relatório do FMI inclui medidas sugeridas pelo CDS"PP

Na área social, o FMI acolheu propostas dos centristas para reduzir a despesa. Nas bancadas do PSD e do CDS ninguém esconde que o relatório tem aspectos positivos, mas baixinho condenam a gestão política do Governo

So!ia Rodriguesestrutural”. Mas o dirigente critica sobretudo a contradição de uma or-ganização que apresenta um relató-rio com doses de “pura austeridade”, dias depois de ter assumido erros nas consequências da austeridade.

Entre os centristas há, no entan-to, a convicção de que é muito difícil avançar para uma verdadeira refor-ma do Estado sem tocar nas pensões. E também alinham pelo discurso do primeiro-ministro, Passos Coelho, quando afi rmou que muitas das re-formas, sobretudo as mais altas, não correspondem à carreira contributi-va dos trabalhadores.

Na bancada do PSD, o relatório do FMI também tem virtudes e defeitos. “Algumas medidas estão enquadra-das, outras estão desenquadradas da realidade”, afi rma Luís Menezes, vi-ce-presidente da bancada. Um exem-plo de uma conclusão desadaptada é o do rácio elevado de polícias. “Mas esqueceram-se de que em Portugal só há 4% de civis a fazer trabalho ad-ministrativo na polícia, enquanto a média europeia está entre 17 e 24%”, aponta Luís Menezes.

A divulgação do relatório — e a

PS aconselha “coragem”

José Junqueiro já o havia feito de manhã, no !inal da reunião do grupo parlamentar. Insistiu, horas

mais tarde, em plenário, quando as bancadas da oposição aproveitaram o período das declarações políticas para debater o relatório do FMI.

De forma indirecta, o “vice” da bancada socialista aconselhou a maioria a levar a votos as propostas avançadas ontem pelo FMI. “Um primeiro-ministro que se honra, que tem um programa de Governo, deve executar esse programa de Governo. Mas não acha, senhora deputada, que o Governo, ao apresentar com este relatório um outro programa de Governo, ao apresentá-lo nas costas dos portugueses, não acha que este primeiro-ministro voluntariamente se deveria

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RUI GAUDENCIO

a Passos para ir a votos, BE e PCP falaram em crime e cobardia

submeter ao sufrágio universal para ver se as pessoas queriam ou não aprovar estas medidas?”, questionou José Junqueiro após uma intervenção da bloquista Catarina Martins.

E foi em Ferreira do Alentejo, no distrito de Beja, durante uma visita a uma das maiores empresas mundiais no sector do azeite, que o secretário-geral, António José Seguro, aproveitou o relatório para apresentar o Governo como “isolado e cada vez mais afastado dos portugueses”. E que já nem era capaz de evitar dissensões internas – como no caso do relatório – revelando ser um factor de instabilidade” em Portugal, tendo “di!iculdades em apresentar propostas estratégicas”.

Da parte do Governo, foi o secretário de Estado da Presidência, Marques Guedes, a reagir às críticas. “Não é momento de estar a responder a essas questões”, disse, acrescentando que o “debate nacional sobre as funções do Estado” pode vir a levar a outras medidas “no plano dos recursos humanos”.

Mas o debate parlamentar aqueceu mesmo com a bloquista Catarina Martins. “Esta maioria que detesta a Constituição, a

mesma Constituição que garante a democracia que lhe permitiu tornar-se Governo, é criminosa e cobarde. É

criminosa porque destrói o país. É uma mistura explosiva de fanatismo e irresponsabilidade”, acusou a líder do BE, gerando a revolta dos

dois partidos de direita.

O social-democrata Luís Menezes pediu a palavra para a!irmar que “o regimento diz escrupulosamente que a utilização de expressões injuriosas” no Parlamento deveria “ser sancionada”. Como Assunção Esteves lhe respondeu que a linguagem forte fazia parte das regras do jogo, os dois partidos optaram por não responder à deputada do BE.

O PCP preferiu chamar ladrões a outros. Ainda sobre o FMI, e a propósito da insustentabilidade da segurança social, António Filipe acusou o Governo de permitir tudo ao sistema !inanceiro e nada aos trabalhadores. Para o Governo, sustentou o deputado, “sustentáveis são os crimes dos banqueiros, insustentáveis são as reformas, os salários”.Nuno Sá Lourenço

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, aproveitou as declarações do presi-dente do Eurogrupo para vincar uma das posições

defendidas pelo CDS há já alguns meses: “Quem é cumpridor merece ser reconhecido por isso”.

O presidente do Eurogrupo, Je-an-Claude Juncker, disse ontem ter proposto, “no caso de Portugal, um reajustamento no que toca às condi-ções fi nanceiras e orçamentais que acompanham o ajustamento”, defen-dendo que os países que cumprem os objectivos com que se comprome-teram devem ser recompensados. Juncker respondia precisamente a perguntas dos eurodeputados Diogo Feio (CDS) e Elisa Ferreira (PS).

Paulo Portas não quis deixar de sublinhar a resposta do presidente do Eurogrupo, durante uma visita ofi cial a Paris, a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius. “É uma atitude de vida, e, portanto, também de polí-tica”. Quem é “cumpridor”, defen-deu, “merece ser reconhecido por isso”, disse o líder do CDS.

Já em Lisboa, o secretário de Es-tado da Presidência do Conselho de Ministros, Luís Marques Guedes, considerou que as declarações de Juncker se “encaixam” nas atitudes do Governo”. No fi nal do Conselho de Ministros, Marques Guedes foi questionado sobre a possibilidade de esse “reajustamento” implicar mais tempo e mais dinheiro para Portugal cumprir o seu Programa de Assistên-cia Económica e Financeira. Sem res-ponder directamente a essa questão, o governante afi rmou que a postura do Governo tem sido a de “cumprir os seus compromissos” e de procu-rar o reconhecimento internacional desse mesmo cumprimento”. “Por-tanto, as declarações do presidente do Eurogrupo são declarações que se encaixam perfeitamente naquela que tem sido a postura do Governo, a atitude do Governo”, disse, citado pela Agência Lusa.

Portas sublinha flexibilidade manifestada por Juncker para países cumpridores

O presidente do Eurogrupo disse ter “muitas interrogações sobre o ritmo de ajustamento que tem sido aplicado a alguns países da zona eu-ro” e defendeu um sistema de re-compensa para os países europeus que estão a cumprir os objectivos com que se comprometeram, dando como exemplo Portugal. No seu en-tender, “um país que cumpre, actu-almente, não é recompensado”.

Questionado, depois, pelo euro-deputado do CDS-PP Diogo Feio, so-bre quais as possíveis recompensas para os países cumpridores, o pre-sidente do Eurogrupo escusou-se a dar uma resposta. “Não vou dizer que compensações deverão ser atri-buídas aos Estados-membros que tenham cumprido, como a Grécia e Portugal fazem, os programas de austeridade”, disse, reiterando que, “se as orientações europeias forem seguidas, poder-se-ão compensar os esforços de todos aqueles que cumprem os programas”.

A mesma ideia tem vindo a ser defendida publicamente por diri-gentes do CDS. Diogo Feio já tinha questionado sobre o mesmo assunto o presidente do Banco Central Eu-ropeu, Mario Draghi, e os ministros das Finanças alemão e francês.

No início de Dezembro, o eurode-putado centrista publicou um arti-go de opinião no Expresso intitulado “Onde estão as cenouras?” em que defendia que Portugal tinha de ser recompensado por estar a cumprir o programa de assistência fi nanceira.

So!ia Rodrigues

Jean-Claude Juncker

Carlos Moedas, secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, no Parlamento

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CORTES NA DESPESA

Onde estão os “pressupostos errados” no relatório do FMI

Um documento “desonesto”, a!irma reitor da UL

“Desonesto.” É assim que o reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, classi!ica o relatório do

FMI sobre os cortes da despesa pública. Em entrevista ao PÚBLICO, que será publicada no domingo, Nóvoa sustenta a sua a!irmação frisando que os autores do relatório fazem o que na universidade se ensina os alunos a não fazer: “Partir de um preconceito, de uma teoria, e depois mobilizar os números para a defender.”

No relatório do FMI apenas “põem os dados que lhes interessam e quando isso não acontece não os citam e isso é completamente inaceitável”, a!irma Nóvoa, que dá como exemplo o facto de se defender ali um aumento das propinas do ensino superior sem que se apresente qualquer quadro comparativo dos valores que são cobrados no espaço europeu. E isso acontece, acrescenta, “porque as propinas que se cobram em Portugal são já das mais altas da Europa”.

O relatório do FMI no que respeita à Educação parte do pressuposto de que o investimento público feito no sector não tem, por comparação com outros países europeus, o retorno devido, nomeadamente no que respeita aos resultados e quali!icações dos alunos. No documento avança-se que em percentagem do produto interno bruto (PIB) a despesa na Educação representava, em 2010, 6,2%. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística nesse ano a Educação representava 5% do PIB, contra uma média de 5,5% na União Europeia. No ano passado, devido aos cortes efectuados no sector, baixou para 3,8%.

Para apoiar a ideia de que não existe uma correlação entre o montante da despesa

e a e!iciência do sistema educativo, os técnicos do FMI citam dois estudos elaborados com base nos resultados obtidos por Portugal nos testes PISA de 2000 e de 2003. Estes testes, elaborados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, têm como objectivo medir a literacia dos jovens de 15 anos em leitura, matemática e ciências. Naqueles anos Portugal !icou na cauda dos países da OCDE, mas na último edição do PISA, realizada em 2009, os alunos portugueses conseguiram aproximar-se da média dos países da organização, facto que não é mencionado pelo FMI.

Para reduzir a despesa na Educação, o FMI propõe uma redução suplementar de 50 a 60 mil lugares de professores e pessoal não docente. Só esse corte, acrescenta-se, levaria a que o rácio professor/aluno existente em Portugal se aproximasse da média europeia. No ensino secundário, por exemplo, o rácio é de 7,5 contra uma média da OCDE de 13,8.

Outra das soluções apresentadas pelo FMI é a da aplicação da fórmula seguida na Suécia ou na Holanda, onde o Estado garante o !inanciamento do aluno, independentemente de a escolha recair sobre o ensino público ou privado. Em abono desta solução, o relatório do FMI indica que nos dois estudos sobre o custo médio por aluno realizados recentemente, um

pelo Tribunal de Contas, outro por um grupo de trabalho designado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), conclui-se que o ensino sai mais barato nos colégios com contratos de associação do que nas escolas públicas. Estes colégios são !inanciados pelo Estado para garantir ensino gratuito aos seus alunos. O relatório do FMI ignora, contudo, uma das principais conclusões do estudo elaborado pelo grupo de trabalho designado pelo MEC: a de que no ensino básico — onde se concentram mais de 80% dos contratos de associação — o custo médio por turma nestes colégios é superior em quase 19 mil euros ao registado nas escolas públicas. No relatório refere-se apenas as conclusões obtidas para o secundário, um nível minoritário nos contratos de associação, onde um estudante custará cerca de menos 50 euros.

O MEC já prometeu para o Verão um novo mapa dos colégios com contratos de associação. Segundo a OCDE, ainda antes dos cortes na Educação, o custo médio por aluno em Portugal continuava abaixo da média dos países da organização. Clara Viana

Opção é cortar abono a 280 mil bene!iciários

O Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que se reduza o número das pessoas que têm direito

ao abono de família, eliminando o actual 3.º escalão deste apoio. Esta é uma das “opções” possíveis para melhorar a relação custos-e!icácia das prestações sociais com as quais (sem contar com pensões) Portugal já gasta menos do que a média da União Europeia (UE).

Actualmente, agregados familiares com rendimentos de 5869" a 8803"/ano ainda têm direito a abono de família. Se

esta proposta avançar, deixam de ter. O que resultará, na contas do FMI, numa redução de 280 mil bene!iciários, o equivalente a 20,5% do total no !inal de 2011, e numa poupança de 89 milhões de euros.

O FMI não esquece que já foram introduzidas mudanças no abono — que resultaram numa redução de 467 mil bene!iciários só entre 2010 e 2011, de acordo com a estatísticas da Segurança Social. Mas os peritos entendem que, como o apoio ainda abrange agregados que ganham mais do que o salário mínimo, “pode justi!icar-se” reduzir mais a abrangência da medida.

O relatório lembra que o actual Governo não tem previsto até ao momento mudar os critérios de elegibilidade do abono, em parte por causa das baixas taxas de natalidade do país. Mas sustenta que está por provar que os apoios às famílias, em dinheiro, aumentem as taxas de fecundidade. “Têm pouco ou nenhum impacto.” Uma família do 3.º escalão recebe, por um !ilho, cerca de 26"/mês.

Os peritos também propõem que os estudantes universitários deixem de estar abrangidos. Argumentam que já bene!iciam de um ensino superior “!inanciado pelo Governo”.

Outras prestações, para além das pensões, são passadas em revista, caso do subsídio de desemprego, rendimento social de inserção e subsídio por morte — se for eliminado poupam-se

115 milhões. Propõe-se tectos máximos nos subsídios dados às famílias, nomeadamente quando recebem apoios de diferentes fontes, para evitar que deixem de procurar trabalho. E diz-se que o subsídio de desemprego português não é favorável aos mais jovens, bene!icia os mais velhos, oferece montantes “relativamente elevados” e tem uma duração “bastante longa”, apesar das recentes mudanças que o encurtaram. Isto cria “um forte desincentivo ao regresso ao trabalho”. Sugere-se, por isso, menos tempo de subsídio — se ao !im de dez meses no desemprego todos passassem a receber o subsídio social (entre 335" e 419") a poupança seria de 300 milhões a 600 milhões de euros por ano. Parte do que se pouparia poderia usar-se para apoiar mais “desempregados jovens”.

Os dados do Eurostat mostram que Portugal já gasta menos do que a UE nas chamadas “prestações familiares” — 1,4% do PIB contra 2,3%. E que o mesmo se passa, se se analisar o conjunto de todas as prestações, excepto pensões — 2,09% contra 2,24%.

O PÚBLICO sabe que no Ministério da Segurança Social o relatório inicial do FMI foi recebido com surpresa, devido a alguns “pressupostos errados”, expressão usada pelo ministro anteontem, quando foi tornado público o documento. O primeiro relatório dizia, por exemplo, que o sistema de pensões era “generoso”, o que não colhe junto da equipa liderada por Pedro Mota Soares. Admite-se na Praça de Londres que a complexidade do sistema português terá confundido os autores do estudo, e que poderá ter sido tida em conta a média de pensões da função pública (1300") e não a do sector privado (400"). Na versão !inal, essa referência desapareceu. Mas mantiveram-se outras, também erradas, como considerar que Portugal tem o segundo prazo mais longo de atribuição do subsídio de

Mota Soares falou de “pressupostos errados” no relatório. O PÚBLICO foi ver que dados apresenta o FMI so

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | DESTAQUE | 5

Mudar. Refundar.

Quando algo está mal, parecem ser boas ideias. Encontrar dinâmicas de mudança para superar o

marasmo, a eventual estagnação ou decadência. Buscam-se novos caminhos, novas soluções, analisa-se a realidade com o rigor possível e defi nem-se modelos alternativos de agir, de governar.

Mas… o momento que estramos a viver em Portugal, em particular na Educação, é diferente.

Muita coisa corre(u) menos bem na Educação em Portugal nas últimas décadas, com o pretexto da necessidade de mudança e em nome da racionalização, da efi ciência, da modernização, da efi cácia fi nanceira. Avaliação de escolas e docentes, concentração escolar, contração curricular, uniformização do modelo de gestão, tudo surgiu com o pretexto de trazer mudanças positivas para o sector, assumindo um seu mau desempenho a partir de indicadores recolhidos de forma selectiva e divulgados de forma pouco transparente.

A favorecer a sensação de maleita genética nacional, tornou-se recorrente o apelo a um “novo paradigma” que trouxesse sucesso, se possível medido em ciclos eleitorais, com medidas destinadas ao curto prazo e para consumo imediato. Esqueceu-se que em Educação as mudanças sustentadas só se conseguem no tempo médio-longo, não existindo a possibilidade de sucessivos saltos quânticos.

Mudar, mudar, mudar.Viver de epifenómenos.Cada governo, cada ministro,

o mesmo desígnio: mudar. Estudar o estudado, apresentar “novas” soluções porque as antigas “falharam”. Sem qualquer avaliação séria das medidas anteriores. Mudar a gestão,

mudar a avaliação, mudar o modelo de carreira, mudar os concursos, mudar o regime disciplinar, mudar os professores. Tudo dentro da escola, a grande instituição contemporânea de engenharia social no remoinho de uma sociedade em fragmentação.

Até que… por fi m os resultados começam a surgir. A partir da base, do 1º ciclo, os nossos alunos começam a ter um desempenho acima da média e bem acima do expectável, se atendermos ao contexto social, cultural e económico do país e das famílias. Os recentes resultados dos testes PIRLS e TIMMS são claros… no médio prazo o desempenho dos alunos portugueses foi dos que mais cresceram a nível internacional desde 1995.

Quando seria recomendável prudência e o estudo rigoroso do que está a funcionar e do que falhou, eis que surge novo ímpeto transformador, arrasador, demolidor. De novo a vontade de mudar, de recuperar o “tudo está mal” e, com meros propósitos de amputação orçamental com montantes por demonstrar e de reorientação dos fl uxos fi nanceiros para novos nichos de interesses, voltamos à espiral comunicacional em torno da necessidade de mudar, refundar.

O estudo atribuído ao FMI e apresentado esta semana como um diagnóstico “bem feito” da situação, com um amplo menu de opções”, é apenas uma peça desajeitada de uma manobra comunicacional de manipulação, distorção e truncagem dos dados disponíveis sobre o desempenho do sistema educativo português.

Educação: o menu encomendado ao FMI

Opinião Paulo Guinote

desemprego da Europa, o que já não é verdade desde 2011. Andreia Sanches/Leonete Botelho

Dados na Saúde desactualizados

Na Saúde, alguns dos dados que servem de base às considerações e sugestões dos especialistas

do FMI estão completamente desactualizados. O relatório do FMI destaca, logo à partida, que, “entre as economias desenvolvidas, Portugal assistiu a um dos maiores crescimentos na despesa pública com a Saúde nas últimas três décadas”, mas cita dados com mais de cinco anos (2008) . Nesse ano, frisa, o gasto público representava “cerca de 7% do PIB”, o que colocava Portugal na média dos países com economias

desenvolvidas, em contraponto com a despesa “inferior a 4% do PIB”, no início dos anos 80 do século XX, quando o país estava no !im da tabela das economias desenvolvidas, a este nível.

O problema é que os especialistas do FMI não levam em conta os sucessivos cortes veri!icados nos últimos dois anos na despesa pública. Para se ter uma ideia da magnitude dos cortes efectuados, basta consultar o resumo sobre a situação !inanceira do Serviço Nacional da Saúde (SNS) divulgado pelo ministro Paulo

Macedo no !inal do ano passado, no Parlamento. De acordo com as contas do ministério, a despesa do SNS em percentagem do PIB baixou de 5,6%, em 2010, para 5,2%, em 2010, e 4,9% (valor previsto), no ano passado. “A contracção da despesa já está a ultrapassar os limites de segurança. Há níveis mínimos de qualidade e de acesso”, defende, a propósito, Adalberto Campos Fernandes, administrador hospitalar e professor da Escola Nacional de Saúde Pública.

Além disso, a OCDE tem dados mais recentes, de 2010, que apontam já para uma desaceleração substancial do aumento da factura. De acordo com o último relatório da organização, o crescimento dos gastos baixou substancialmente em 2010, e nesse ano a despesa pública com a Saúde representava “65,8% do total, menos do que a média da OCDE (72,2)”. A OCDE nota também que, apesar de dedicar ao sector da saúde uma percentagem relativamente elevada do PIB, Portugal gastou em 2010 “apenas” 2728 dólares per capita (ajustado à paridade do poder de compra), bem abaixo da média da organização (3 268 dólares).

Outra “preocupação central” dos peritos do FMI prende-se com os gastos com as horas extraordinárias, particularmente com os médicos, que aí vão buscar “cerca de um terço” do seu rendimento. Desde que Paulo Macedo assumiu a pasta da Saúde, os cortes nas horas extraordinárias sucederam-se e, no ano passado, o governante chegou a um acordo (que entrou em vigor este mês) com os sindicatos, o qual implica que, na prática, uma parte deste problema !ique resolvido, uma vez que muitos médicos passam de um horário de 35 para 40 horas semanais e fazem 18 horas em vez das anteriores 12 nos serviços de urgência, que são os grandes consumidores de horas extraordinárias. Alexandra Campos

Fazem-se cálculos a partir de dados desactualizados, omitem-se conclusões de estudos incómodos (sobre o custo por turma no ensino básico), seleciona-se a informação desejada e afasta-se a que infi rma as opções que se querem validar desde o momento da encomenda. Na área da Educação, este estudo do FMI contém demasiados equívocos em meras 11 páginas. Há quadros com números que não coincidem com os de outros (quadros 6.1 e 6.3), fazem-se cálculos errados de forma incompreensível (como a afi rmação de que existe um professor por cada 25 portugueses em idade activa), dissimula-se informação relevante em notas de rodapé, transpira-se amadorismo e conveniência no menu das propostas, decalcadas de agendas de nichos de interesses no mercado da Educação.

Um objectivo é esconder que, fruto de um trabalho pouco visível no curto prazo, que resiste à desorientação legislativa, a Educação em Portugal vai recuperando do seu endémico atraso e começa a estar bem posicionada nos estudos comparativos internacionais. Mas, como não podem reclamar esses resultados como seus, os governantes do momento preferem ocultá-los e fazem encomendas à medida das suas agendas e preconceitos.

Contra esta encenação é indispensável informar. Com rigor.

Professor do ensino básico. Doutorado em História da Educação

NUNO FERREIRA SANTOSbre Educação, Saúde e protecção social

89milhões de euros é quando o FMI diz que se poupará no abono de família, com a redução proposta de 280 mil bene!iciários

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6 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

Protecção de dados valida gravação de imagens feita pela PSP em protesto

DANIEL ROCHA

As imagens em causa foram obtidas pela PSP na manifestação dos estivadores de 29 de Novembro que terminou junto ao Parlamento

Depois de recusar duas vezes vali-dar a utilização de câmaras de vídeo portáteis pela PSP em dois protestos realizados em Outubro e em Setem-bro, a Comissão Nacional de Protec-ção de Dados (CNPD) autorizou a gravação de imagens feita na mani-festação dos estivadores no passado dia 29 de Novembro, o que permi-tirá a sua utilização como meio de prova em tribunal. Desta vez, a PSP pediu a autorização para utilizar as câmaras de vídeo na véspera do pro-testo, tendo a comissão validado a utilização, num parecer datado de 11 de Dezembro, publicado esta se-mana no site da instituição.

Num tom menos crítico do que nos outros dois pareceres, a CNPD não deixa de apontar “defi ciências” à fundamentação da urgência do pe-dido, que excepcionalmente pode ser feito até 48 horas após a utiliza-ção das câmaras. “Apesar da funda-mentação apresentada manter algu-mas defi ciências ou incompletudes já apontadas pela CNPD [nos dois pareceres já referidos], é do conhe-cimento geral que se tem verifi cado um incremento de incidentes e ac-tos violentos no contexto das mani-festações, o que, aliado ao disposto nos pontos 6 e 10 da fundamentação agora em apreço, indicia a existência de razões objectivas para o recurso a um procedimento urgente desta natureza”, lê-se no parecer.

E acrescenta-se: “Não obstante, reitera-se o entendimento da CNPD de que o emprego, em muitos pon-tos da fundamentação, de formas genéricas e vagas, muitas vezes correspondendo à simples trans-crição de fundamentos legais, sem um mínimo de concretização, para o efeito de justifi car a autorização provisória da utilização de câmaras móveis, não revela nem densifi ca quelquer risco especial ou urgente que possa justifi car a sua utilização ou o recurso a um procedimento urgente”.

Parece ter havido uma aproxima-ção entre a posição da CNPD e a do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que afi rmou no Par-lamento, em Novembro, que as for-ças de segurança iam continuar a utilizar câmaras de vídeo portáteis

que estes possam decidir de forma “esclarecida” como querem exer-cer o direito à manifestação. Sem precisar como deve ser feita essa informação, a comissão entende que a simples circunstância dos agentes estarem munidos de câma-ras não é “bastante”, realçando ser “imperioso equacionar formas mais adequadas de realizar o direito de informação”.

Quanto à utilização do som, a co-missão diz que o equipamento usa-

para monitorizar as manifestações sempre que necessário e repetiu que não iria fundamentar essa utilização junto da comissão por isso implicar a quebra de informação sigilosa pro-tegida por lei.

Instado duas vezes por uma depu-tada do Bloco de Esquerda a preci-sar qual a norma que o impedia de transmitir informações reservadas à CNPD, que por lei tem que dar um parecer sobre a utilização de câma-ras de vídeo portáteis pelas forças de segurança, Miguel Macedo não respondeu. O Bloco pediu ontem a audição urgente do ministro da Ad-ministração Interna no Parlamento, na sequência do parecer do Conse-lho Consultivo da Procuradoria-Ge-ral da República (PGR) que conside-rou que “não é admissível” o pedido de imagens não-editadas relativa-mente aos incidentes ocorridos ao início da noite de 14 de Novembro,

do permite a gravação de voz, mas conclui que o mesmo não poderá ser utilizado. “Não tendo a captação do som sido objecto de autorização, não pode o responsável tratar tal dado pessoal (voz), caso tenha sido captado”, lê-se no parecer.

A PSP utilizou câmaras portáteis para monitorizar a vigília realizada durante o Conselho de Estado, que decorreu em Outubro em frente ao Palácio de Belém, e a manifestação de 29 de Setembro organizada pe-la CGTP contra as medidas de aus-teridade, tendo, no entendimento da CNPD, violado a lei que regula a gravação de imagens pelas forças de segurança em locais públicos. Isso impediu que as imagens fos-sem usadas como meio de prova em processos-crime, o que já po-derá acontecer com as gravações do protesto dos estivadores. Sem o som das imagens.

Vídeos podem ser usados como prova em tribunal. CNPD recusa utilização do som feito nas gravações e continua a queixar-se das defi ciências de fundamentação na urgência dos pedidos

Manifestações Mariana Oliveira

48Só excepcionalmente é que os pedidos à CNPD para a captação de imagens podem ser feitos depois de ter ocorrido a acção, dispondo as autoridades de 48 horas para o fazer.

dia da última greve geral, feito pe-la PSP à RTP. O BE defende que há “necessidade do Parlamento ouvir o ministro que tutela as forças de segurança, no sentido de avaliar o procedimento em apreciação, ma-téria tanto mais pertinente quanto está em equação a revisão do qua-dro legal das mesmas”.

O documento da PGR diz que a única coisa permitida às forças de segurança é, se tiverem “fundado re-ceio” de que as imagens possam ser eliminadas ou alteradas, dar uma ordem ao meio de comunicação social para preservar esses dados, que poderão ser depois solicitados por magistrados, no âmbito de um processo-crime. Já na decisão da CNPD adverte-se ainda o Ministé-rio da Administração Interna de que a utilização de dispositivos móveis de videovigilância tem que ser in-formada aos manifestantes, para

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | PORTUGAL | 7

Cavaco recebeu o presidente e juízes do Tribunal Constitucional

“Oferecendo o merecimento dos au-tos.” Quer isto dizer que a presiden-te da Assembleia da República, As-sunção Esteves, respondeu ontem às duas notifi cações do Tribunal Cons-titucional (TC) sobre os pedidos de fi scalização sucessiva ao Orçamento do Estado para 2013, prescindindo do direito de o Parlamento se pro-nunciar sobre a matéria.

Conforme o PÚBLICO noticiou, As-sunção Esteves recebeu na terça-feira a notifi cação do TC para, querendo, o Parlamento se pronunciar sobre os pedidos feitos pelo PCP, BE e PEV e pelo provedor de Justiça. E já na sex-ta-feira passada tinha sido enviada no-tifi cação idêntica relativa aos pedidos do Presidente da República e do PS.

Mas ontem, dois dias depois da última notifi cação e dispondo de um prazo de 30 dias para decidir, a presidente da AR prescindiu de exer-cer o direito de pronúncia sobre o conteúdo das diversas normas que serão fi scalizadas com a resposta “oferecendo o merecimento dos autos”. A mesma resposta já tinha sido dada por Assunção Esteves em 2012 quando estava em causa o cor-te dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos e pensio-nistas. O TC viria depois a proferir um acórdão em que considerava as normas inconstitucionais. O proces-so agora desencadeado por Cavaco

Parlamento abdica de responder ao Constitucional

Silva volta assim à secretária do juiz presidente do TC, Sousa Ribeiro, que nos próximos dias se deve preparar para elaborar um memorando em que formulará as questões às quais o TC deve responder. Nesse memoran-do, que é sujeito a debate, fi ca fi xada a orientação do tribunal. O processo é depois distribuído a um juiz relator, que prepara um projecto de acórdão.

Questionado pelo PÚBLICO sobre uma previsão para a produção do acórdão, o TC respondeu que “não é possível nem adequado avançar agora com uma estimativa precisa de quando será proferido”. A lei não es-tipula um prazo para o TC se pronun-ciar sobre pedidos de fi scalização su-cessiva. Mas apesar de não haver um calendário para a decisão, o processo está, desde o primeiro pedido feito pelo Presidente a 2 de Janeiro, a ser célere. Nem o TC nem o Parlamento esgotaram os prazos que a lei pre-vê para as várias fases processuais.

A fi scalização volta agora ao TC, onde os juízes decidirão sobre a constitucionalidade da suspensão do pagamento do subsídio de férias a trabalhadores, reformados e aposen-tados, o novo imposto de solidarieda-de, os escalões de IRS e a sobretaxa de 3,5%, assim como mudanças nas horas extraordinárias e nos subsídios de doença e de desemprego. Ontem, Cavaco recebeu o presidente e outros juízes do TC para cumprimentos de Ano Novo. O encontro durou cerca de 15 minutos e não teve declarações à saída. Em Belém estiveram também o presidente do Supremo Adminis-trativo, do Tribunal de Contas e a procuradora-geral da República.

O presidente do TC decidiu, en-tretanto, incorporar os quatro pedi-dos de fi scalização do OE num único processo.

DANIEL ROCHA

Orçamento do Estado Rita Brandão GuerraAssunção Esteves remeteu o processo de volta ao tribunal. Segue-se um memorando até ao projecto de acórdão

José Matos Rosa é o presidente da 10.ª comissão de inquérito

“Que esta comissão seja tão efi ciente que outra não lhe suceda.” Foi este o desejo que, ontem, Assunção Es-teves, presidente da Assembleia da República, formulou na tomada de posse da 10.ª comissão parlamentar de inquérito a Camarate, cuja presi-dência recaiu em José Matos Rosa, secretário-geral do PSD.

Assunção Esteves manifestou, também, “que nunca é tarde de mais para se conhecer os factos”. Nesta 10.ª comissão, relativa à que-da em 4 de Dezembro de 1980, no bairro de Camarate, nos arredores de Lisboa, do Cessna em que viaja-vam o primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, a sua companheira, a editora Snu Abecassis, o ministro da Defesa Nacional Adelino Ama-ro da Costa e a sua mulher, Maria Manuela, o chefe de gabinete de Sá Carneiro, António Patrício Gouveia, e os dois pilotos, os deputados re-tomam o trabalho anterior.

“A perspectiva que o PSD tem é que esta comissão de inquérito ve-nha fechar um ciclo histórico rela-tivamente à tragédia de Camarate e possa encerrar defi nitivamente para a história do país a verdade do que aconteceu em Camarate”, afi rmou, ontem, o deputado Miguel Santos, coordenador dos deputados da ban-cada “laranja” na comissão.

Assunção Estevesdeseja que 10.ª comissão a Camarate seja a última

O seu homólogo do CDS, José Ri-beiro e Castro, destacou “que des-de 1991 a Assembleia da República estabeleceu que Camarate aconte-ceu por um atentado.” Ribeiro e Castro assinalou “que o processo [de investigação] foi mal conduzi-do pela Justiça”. E concluiu: “Agora trata-se de saber os motivos, quem foi o alvo e os autores materiais e morais.”

Na agenda dos deputados estão audições não concluídas na an-terior comissão, cujos trabalhos foram interrompidos devido ao chumbo do PEC IV e à queda do Governo de José Sócrates, entre as quais a do ex-Presidente da Repú-blica general Ramalho Eanes e do antigo procurador-geral da Repú-blica Cunha Rodrigues.

Ramalho Eanes já quis prestar esclarecimentos sobre o Fundo de Defesa Militar do Ultramar (FDMU), destinado a fi nanciar a compra de armamento e de material de guer-ra para a Guerra Colonial. Eanes, enquanto Presidente da Repúbli-ca, mandou encerrar o FDMU. Se-gundo Freitas do Amaral, autor do livro Camarate, o ministro da Defe-sa Amaro da Costa investigava este fundo quando morreu. No rol dos depoimentos da anterior comis-são constava, ainda, uma audição a Marcelo Rebelo de Sousa.

Por outro lado, os deputados es-tão interessados nas recentes decla-rações de Farinha Simões, que, em Abril do ano passado, revelou ter si-do quadro da CIA até 1988. Simões, num texto a que chamou “confi s-são”, diz ter sido o organizador do atentado que levou à morte os ocu-pantes do Cessna no princípio da noite de 4 de Dezembro de 1980. Justifi cou as suas declarações por agora não correr o risco de ser julga-do, devido à prescrição do crime, e por já não estar sujeito ao sigilo que a CIA impõe aos seus agentes.

Também José Esteves, ex-segu-rança do CDS e antigo activista do MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal, grupo de extrema-direita nos anos de 1975/76), admitiu ter sido ele a fa-bricar a bomba que defl agrou na aeronave. Para, segundo disse, pregar um susto ao general Soares Carneiro, o candidato presidencial apoiado pelo PSD e CDS nas elei-ções de Dezembro de 1980.

Por fi m, a comissão vai analisar nova documentação, de movimen-tos e manifestos de carga de navios relacionados com o tráfi co de ar-mas para o Irão nos anos 1980.

Parlamento Nuno RibeiroOs trabalhos dos 17 parlamentares de todas as bancadas serão presididos pelo deputado do PSD José Matos Rosa

Breves

Por criticar uma obra

Entidade das Contas

PSD"Madeira expulsa militante e vereador por delito de opinião

Partidos vão ter contas mais transparentes

O conselho de jurisdição do PSD!Madeira decidiu, por unanimidade, expulsar Henrique Costa Neves, militante e vereador do Ambiente na Câmara do Funchal, por injuriar Alberto João Jardim e outros militantes, todos membros do Governo Regional. Em causa estão declarações proferidas por Costa Neves em Setembro contra a obra em curso nas fozes das ribeiras de Santa Luzia e João Gomes, incluindo um cais acostável no aterro junto ao cais. “Prevejo que esta obra não vai resultar. O Funchal "icará afectado irreversivelmente. Depois vai acontecer o costume: ninguém é responsabilizado, ninguém é demitido, ninguém é preso”, disse, recordando o parecer desfavorável da autarquia. T. de N.

As contas dos partidos políticos e das campanhas eleitorais vão passar a ser apresentadas de acordo com um novo regime contabilístico, ontem publicado em Diário da República. “Os partidos vão apresentar de forma mais pormenorizada as receitas e as despesas, o que torna as contas bastante mais transparentes”, disse a presidente da Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, Margarida Salema. Até 2010, os partidos seguiam o Plano O"icial de Contabilidade, substituído então pelo Sistema de Normalização Contabilística. O novo modelo “toma como matriz contabilística o sistema usado para as entidades do sector não lucrativo com as adaptações exigidas pela lei de "inanciamento partidário”.

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Ainda a medida não estava aprova-da no Parlamento e já o Governo a invocava no Diário da República. On-tem, um dia depois de a Assembleia da República ter aprovado na espe-cialidade o pagamento de metade dos subsídios de férias e de Natal em duodécimos, um decreto-lei do Ministério da Solidariedade e Segu-rança Social era publicado dando como garantida a sua aprovação.

No decreto-lei 3/2013, aprovado em Conselho de Ministros a 20 de Dezembro, promulgado por Cavaco Silva a 8 de Janeiro e ontem publi-cado em Diário da República, o Go-verno regulamentava o regime de pagamento do montante adicional das pensões de invalidez, velhice e sobrevivência, a ser processado também por duodécimos.

O problema está no preâmbulo, em que se lê que a “actual situação fi nanceira do país determina que durante esse ano [2013], os sub-sídios de férias e Natal dos traba-lhadores do sector privado sejam pagos em duodécimos, como forma de atenuar o impacte de subida de impostos”.

O texto legislativo assinado por Passos Coelho, Vítor Gaspar e Mota Soares ainda no ano passado des-considerava assim o Parlamento, que nessa data não havia ainda se-quer debatido e votado o assunto. O pagamento em duodécimos só foi aprovado na generalidade a 27 de Dezembro, ontem na especiali-dade e hoje será votado em votação fi nal global. E o decreto em causa foi publicado no dia em que a maio-ria discutia ainda a proposta com os parceiros sociais na Assembleia da República.

Duodécimos em FevereiroOs pensionistas vão começar a re-ceber os duodécimos do subsídio de Natal em Fevereiro, anunciou ontem a edição on-line do Jornal de Negócios, citando os ministérios das Finanças e da Segurança Social. “Serão pagos os duodécimos em Fe-vereiro, com retroactivos a Janeiro, se for o caso”, dizem os ministérios em nota conjunta.

O diploma que alarga o pagamen-to do subsídio de Natal em duodéci-mos aos pensionistas da segurança social e da Caixa Geral de Aposen-tações foi publicado em Diário da República ontem, com entrada em vigor hoje.

Governo assumiu duodécimos antes da AR

OrçamentoNuno Sá Lourenço

ADRIANO MIRANDA

Depois de ter anunciado que !icaria no Governo, Marco António abre um problema a Menezes em Gaia

Marco António Costa contrariou a vontade de Luís Filipe Menezes e não pretende ser candidato à presi-dência da Câmara de Gaia. Ontem, no PSD-Porto havia dúvidas sobre as verdadeiras razões que levaram o se-cretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social a afastar-se da ocorrida autárquica. E algumas vozes sociais-democratas não demoraram a dizer que o ex-líder da distrital do Porto não ia a Gaia porque havia no partido quem defendesse a sua inte-gração na lista de Menezes à Câma-ra do Porto, uma possibilidade que fontes próximas do actual secretário de Estado afastaram por completo, frisando que, para Marco António, o percurso autárquico está defi nitiva-mente encerrado.

Anteontem, quando anunciou que não seria candidato, o ex-vice-presidente de Menezes declarou que tinha sido “sensível às preocupações manifestadas pelo senhor primeiro-ministro, bem como aos apelos de várias personalidades do sector so-

Marco António também não integrará a lista de Menezes como número dois

cial e solidário”. Citado pela agência Lusa, o governante sublinhava ainda ter “subjugado” a sua “vontade pes-soal ao sentido de responsabilidade nacional que se impõe no presente momento”.

A decisão foi conhecida depois de uma reunião, em Lisboa, em que esteve presente o líder do partido, Pedro Passos Coelho, Marco Antó-nio Costa, Luís Filipe Menezes e o vice-presidente do PSD, Jorge Mo-reira da Silva. Uma hora depois de Marco António ter comunicado a sua decisão, Menezes garantia “não ter havido qualquer interferência”, no-meadamente “do primeiro-ministro” ou dele próprio. As declarações do candidato do PSD à Câmara do Porto suscitaram dúvidas. “Foi uma con-tra-declaração, tratou-se de um in-cidente de percurso que não vamos valorizar”, declarou ao PÚBLICO fonte da direcção social-democrata portuense. A distrital do PSD ponde-rou tomar uma posição, mas, ao fi m da tarde, o líder deste órgão, Virgílio Macedo, informava que, afi nal, não seria emitido nenhum comunicado para “não alimentar especulações”.

Candidato até ao fi m do mêsCom Marco António fora da corrida, Menezes terá agora de encontrar um candidato para lhe suceder. E ontem o ainda presidente da Câmara de Gaia, que preside à concelhia social-demo-crata, assegurava que o candidato se-

rá encontrado “até ao fi nal do mês”. À partida há dois candidatos: José

Guilherme Aguiar, ex-vereador, e Fir-mino Pereira, vice-presidente da Câ-mara de Gaia. Há precisamente um mês, Firmino Pereira afi rmava que se o ex-vice-presidente regressasse a Gaia para se candidatar “o Governo fi caria sem um agente político muito importante”.

José Guilherme Aguiar, que já presidiu à Junta de Freguesia de Arcozelo, renovou ontem em de-clarações ao PÚBLICO a sua dispo-nibilidade para avançar. “Há mui-to tempo que demonstrei a minha disponibilidade e a minha afectivi-dade para ser candidato e vou man-ter-me sereno e tranquilo à espera de uma decisão, que compete ao doutor Luís Filipe Menezes, que há dezasseis anos é o líder em Gaia.”

A lei de limitação de mandatos, que ainda esta semana foi esgrimi-da por Rui Rio, é uma questão que estará, segundo fontes do PSD, a sus-citar alguma apreensão na direcção do partido, particularmente depois de o provedor de Justiça ter conside-rado que “existem na actual ordem jurídica instrumentos perfeitamente aptos para que na próxima eleição autárquica haja uniformidade de cri-tério na interpretação e aplicação da norma em causa (...), não sendo im-periosa ou necessária qualquer cla-rifi cação por novo acto de vontade parlamentar”.

Câmara do PortoMargarida GomesDistrital do Porto do PSD recuou na intenção de emitir um comunicado para responder a Luís Filipe Menezes

A Telecinco, uma das duas candida-tas ao concurso da licença do quinto canal em sinal digital que tinha sido chumbada pela ERC, desistiu do pro-cesso em tribunal. A extinção formal da instância foi entregue no Tribu-nal da Relação de Lisboa há cerca de duas semanas. Para esta desistência, pesou o facto de o processo ir perder, já em Fevereiro, a isenção de custas judiciais, justifi cou ao PÚBLICO Ri-cardo Correia Afonso, advogado da Telecinco. “Não havia qualquer ideia de quando o processo poderia ser resolvido”, acrescentou.

Mas por detrás da decisão dos pro-motores da Telecinco, entre os quais se encontram os antigos jornalistas David Borges e Emídio Rangel — Car-los Pinto Coelho, entretanto falecido, era o porta-voz —, está também o de-salento pelo arrastar da situação. “De que vale ter hoje uma frequência de televisão digital terrestre? Nada. Era vantajoso na altura, com o processo todo da migração”, diz ao PÚBLICO o antigo director-geral da SIC.

A ERC chumbou as candidaturas da Telecinco e da Zon em Abril de 2009 por falta de qualidade, e ambas recorreram para tribunal. A Telecin-co interpôs uma providência caute-lar, a que o tribunal deu razão, e pro-cessou depois a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) por ter sido excluída, congelando a possível reabertura do concurso. O processo arrasta-se há quase quatro anos, e “inviabilizou o aparecimento de uma nova televisão privada”, aponta Ran-gel que acredita ainda haver merca-do. “Foi um lamentável erro da ERC e do Governo, uma deslealdade”, cri-tica o antigo jornalista, acreditando que a Telecinco foi excluída porque “a licença estava destinada à Zon”.

A Zon também recorreu para tribu-nal da decisão da ERC. Questionado pelo PÚBLICO, o porta-voz da em-presa não quis comentar a decisão da Telecinco nem o desenvolvimento do processo judicial.

Contactado, o gabinete do minis-tro que tutela a comunicação social, Miguel Relvas, não quis comentar, por enquanto, o que pretende fazer em relação a esta quinta licença.

Telecinco desiste de processo do quinto canal

TelevisãoMaria LopesAtribuição da quinta frequência estava em tribunal há três anos, depois de a ERC ter recusado as duas candidaturas

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | PORTUGAL | 9

Negócios associados à compra dos submarinos valiam 1200 milhões

O antigo presidente da Comissão Permanente de Contrapartidas Rui Neves afi rmou ontem em tribunal que quando começou a dirigir esta entidade encarregada de fi scalizar negócios do Estado de 1200 milhões de euros não lhe foi entregue a do-cumentação deixada pelos seus an-tecessores.

Rui Neves tomou posse em Maio de 2005, altura em que já se encon-travam em curso projectos do sec-tor das componentes de automóveis que constituíam parte das contra-partidas de negócio pela compra de dois submarinos pelo Estado português a um consórcio alemão. À comissão cabia acompanhar e fi scalizar estes projectos, que pre-viam a transferência de tecnologia das empresas germânicas do sector automóvel para as suas fornecedo-ras portuguesas.

Mas se já anteontem outra teste-munha — Rui Felizardo, da agência de inovação Inteli — tinha declarado aos juízes que a comissão não pos-suía os meios humanos necessários para levar a bom porto semelhante tarefa, ontem foi a vez de o seu res-ponsável entre 2005 e 2007 pôr a nu mais fragilidades do sistema. “Quan-do tomei posse, não havia papéis. Só em Setembro [quatro meses mais tarde] é que me foram entregues os arquivos da comissão. Mas eram ar-

Cidadãos entregam providência cautelar para tentar travar fecho da MAC

quivos históricos, não havia claims, que deviam estar no Ministério da Defesa”, recordou. As claims, ou claim forms, são os formulários que demonstram o cumprimento da ope-ração de contrapartidas, assinados pelo adjudicatário e pelo benefi ci-ário da operação. Se a Volkswagen encomendasse, por exemplo, com-ponentes à Autoeuropa através do consórcio alemão dos submarinos, o negócio daí resultante poderia ser considerado uma contrapartida e, como tal, objecto de um destes for-mulários, que cabia à comissão apro-var e depois descontar na garantia bancária apresentada pelo consór-cio alemão. Acontece que, segundo o Ministério Público, muitos destes formulários continham informação falsa. Objectivo: convencer o Estado de que os negócios efectuados cum-priam as condições exigidas nas con-trapartidas, legitimando pagamentos de comissões.

Já em 2010 Rui Neves tinha dito no Tribunal de Instrução Criminal que a maioria da documentação que recebeu depois de tomar posse veio do escritório do advogado Sérvulo Correia. O seu antecessor, Brandão Rodrigues, tinha tornado o jurista “depositário” da papelada. A Sér-vulo Correia & Associados prestou consultoria jurídica ao Estado nos dossiers de contrapartidas e foi um dos escritórios alvo de buscas pelo Ministério Público.

O antigo presidente da comissão lamenta que os projectos das contra-partidas com mais interesse tecno-lógico “nunca tenham arrancado”, pelo menos no seu tempo. São dez as pessoas que neste julgamento se sentam no banco dos réus, acusadas de burla qualifi cada e falsifi cação de documentos.

DANIEL ROCHA

ContrapartidasAna HenriquesDocumentos relacionados com negócio dos submarinos andaram de um lado para o outro, contou Rui Neves

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Um grupo de cidadãos que inclui o antigo ministro da Saúde Antó-nio Correia de Campos e o bas-tonário da Ordem dos Médicos avançou com uma providência cautelar para tentar travar o fe-cho da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, previsto para Março. A acção foi entregue no Tribunal Administrativo e Fis-cal, segundo noticiou ontem a TVI.

A acção judicial é subscrita por um total de 31 pessoas, em que se incluem o psiquiatra Daniel Sam-

Presidente da comissão garante só ter tido acesso a alguns documentos quatro meses depois de tomar posse

paio, antigos directores clínicos e directores de serviço da MAC e ou-tros profi ssionais, como médicos, enfermeiros e assistentes sociais.

Na base da providência cautelar, sustentam os subscritores da acção, está a falta de condições no Hospital D. Estefânia, que daqui a dois me-ses começa a receber os primeiros serviços ainda a funcionar na MAC. Em alternativa, propõem que a ma-ternidade continue a funcionar tal como está até à construção do futu-ro Hospital Oriental de Lisboa, com abertura prevista para 2016 e onde a maternidade acabará por ser inte-grada juntamente com os serviços do D. Estefânia e de outros cinco hospitais de Lisboa.

Contactado pelo PÚBLICO, Cor-reia de Campos (que, quando era ministro, fechou várias maternida-des de norte a sul do país) alegou que é apenas testemunha na acção e que desconhece quem são os seus

SaúdeTiago Luz Pedro

primeiros proponentes. Já o Ministé-rio da Saúde (MS) recusou comentar por não ter conhecimento da quei-xa. Na providência cautelar, segun-do a TVI, são visados o conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), em que a MAC está integrada, e o MS.

Apesar de ser a maior materni-dade do país (com perto de cinco mil nascimentos/ano), a MAC tem encerramento previsto para Março, com a saída da ginecologia e obs-tetrícia e dos cuidados intensivos neonatais para o D. Estefânia. O MS justifi cou a opção com a redu-ção do número de partos e por não fazer sentido mantê-la como uni-dade monovalente e desagregada de outras especialidades médicas.

Desde Abril de 2012, quando o Governo tornou ofi cial o fecho, foram organizadas várias mani-festações de protesto contra a de-cisão.

Acção popular contra o fecho da Maternidade Alfredo da Costa é subscrita por 31 pessoas, incluindo Correia de Campos

Número Nacional/Chamada Local

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10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013RUI GAUDÊNCIO

Autoridade do Medicamento diz que fármacos para a hepatite C estão disponíveis nos hospitais do SNS

O presidente do conselho de ad-ministração (CA) do Hospital de S. João, no Porto, continua debaixo de fogo. Desta vez as críticas têm a as-sinatura do Sindicato dos Médicos do Norte (SMN), que acusou António Ferreira de ter proferido “declara-ções alarmistas” que “mancharam a imagem da instituição e do Serviço Nacional de Saúde [SNS] junto da opinião pública”.

“Os médicos do Hospital de S. João esperavam certamente do doutor António Ferreira informações mais rigorosas e um maior reconhecimen-to do trabalho da maioria dos profi s-sionais ao longo do seu mandato”, afi rma o SMN em comunicado.

Esta semana no programa Olhos nos Olhos da TVI 24, o médico admi-tiu a “redução de 20% dos recursos humanos do hospital, se tivesse os restantes profi ssionais em dedicação exclusiva e se pudesse pagar inten-sivos”. O administrador considera que a unidade que dirige poderia prescindir de mais de mil profi ssio-nais com a mudança de algumas re-gras, como os restantes trabalhado-res passarem a trabalhar em regime de exclusividade e com contratos de 40 horas semanais.

O SMN analisou atentamente as declarações e considerou que An-tónio Ferreira demonstrou “falta de objectividade” e “vaidade de ‘administrador bem sucedido’”, evidenciando “uma certa colagem ao poder (...)”. Segundo o comuni-cado, o presidente do CA do S. João “enredou-se em elucubrações sobre um possível sobredimensionamento dos recursos do hospital que, procu-rando ignorar a realidade concreta da política de saúde que tem sido implementada pelos diferentes go-vernos, só veio adensar as legítimas preocupações de todos os grupos profi ssionais da instituição”.

No Hospital de S. João trabalham 5600 profi ssionais e destes apenas 188 têm dedicação exclusiva ao hospital, sendo todos médicos, segundo informação avançada ao PÚBLICO pelo gabinete de comu-nicação daquele estabelecimento hospitalar.

A Autoridade Nacional do Medica-mento (Infarmed) garante que não “existe qualquer evidência” de que o acesso a medicamentos para a he-patite C esteja a ser limitado nos hos-pitais, como denunciou o bastonário da Ordem dos Médicos.

Num debate que teve lugar anteon-tem à noite na Ordem dos Médicos, o bastonário, José Manuel Silva, as-segurou que são várias as situações de clínicos proibidos de prescrever alguns medicamentos por serem mais caros, nomeadamente os an-tivirais.

No debate, cujo tema era preci-samente o racionamento e a racio-nalização no âmbito do Serviço Na-cional de Saúde (SNS), o bastonário apontou como exemplo os fármacos para a hepatite C, que estarão a ser usados de forma diferente consoante o hospital em que o doente está a ser acompanhado.

Num comunicado, o Infarmed diz que, apesar de o bastonário não ter referido nomes de medicamentos, é

Sindicato médico acusagestor ‘de manchar SNS’

Infarmed garante que não há limitação de medicamentos

possível inferir que são dois fármacos para a hepatite C, o Boceprovir e Te-lepravir. Este organismo que regula o sector insiste que ambos estão dispo-níveis nos hospitais do Serviço Nacio-nal de Saúde, mas que, enquanto se encontram em fase de avaliação pré-via, necessitam de uma “autorização de utilização excepcional (AUE), por doente, solicitada ao Infarmed pelos hospitais, sob iniciativa do médico, nomeadamente nas situações em que não existem alternativas terapêuticas e o doente corra risco de vida ou de sofrer complicações graves”.

De acordo com o Infarmed, entre 2011 e 2012, foram 18 as unidades hospitalares a solicitar a utilização de ambos os medicamentos, e, ao todo, foram 137 os doentes a receber esta medicação, pelo que não se pode dizer que o acesso “se encontre limi-tado aos cidadãos que deles possam necessitar nos hospitais do SNS”.

Ministério desconhece casosTambém o Ministério da Saúde dis-se desconhecer quaisquer casos de proibição de prescrição de medica-mentos nos hospitais do SNS, pedin-do esclarecimentos a José Manuel Sil-va e garantindo que não “deixará de averiguar as situações e de agir em conformidade”.

Num comunicado citado pela Lu-sa, a tutela diz que, “dada a gravidade das suas declarações, o Ministério da Saúde aguarda que o sr. bastonário

esclareça com rigor em que hospi-tais, com que médicos, para que pa-tologias concretas e envolvendo que medicamentos os casos apontados genericamente estarão, supostamen-te, a ocorrer”.

O secretário de Estado e adjunto da Saúde garantiu ontem também que o Ministério da Saúde não pugna pelo racionamento de medicamen-tos e que os portugueses terão acesso aos fármacos “mais indicados para a sua situação específi ca”. “Não há ins-truções de qualquer tipo que levem à racionalização dos medicamentos”, asseverou Leal da Costa, falando à agência Lusa à margem do debate sobre a proposta de lei que regula-menta as terapêuticas não conven-cionais”.

Uma realidade desmentida on-tem no Parlamento pelo hepatolo-gista Rui Tato Marinho, do colégio da subespecialidade de Hepatologia da Ordem dos Médicos. O médico do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, já tinha uma audiência marcada com os partidos, tendo reconhecido que a capacidade de o médico prescre-ver medicamentos mais caros está nas mãos das várias administrações. “Conheço muito bem os hepatologis-tas do país e sei que eles não conse-guem fazer os medicamentos, por-que são caros. Curam a doença, mas não conseguem prescrever, porque as administrações não autorizam”, disse, citado pela TSF.

Saúde Romana Borja-Santos

Hospital de S. JoãoMargarida Gomes

Breves

Saúde

Até aos 17 anos

Maternidade

Autoridades registam62 rupturas de implantes mamários

Enfermeiros pedem isenção nas taxas moderadoras

Mais dois hospitais aderem ao projecto Nascer Cidadão

O Infarmed registou rupturas de 62 implantes mamários da marca Poly Implant Prothese (PIP), em 52 mulheres, estando a acompanhar os casos, informou ontem este organismo do Ministério da Saúde. Os problemas com estes implantes devem-se ao silicone que foi utilizado, o qual não estava licenciado para este "im, provocando um escândalo sanitário, tendo em conta a utilização dos PIP por milhares de mulheres em vários países.

A Ordem dos Enfermeiros (OE)anunciou ontem ter solicitado à tutela a isenção de taxas moderadoras a crianças e jovens até aos 17 anos para “reduzir desigualdades e garantir uma sociedade mais justa e saudável”. Para o bastonário Germano Couto, o ministro da Saúde “será sensível aos argumentos da OE”, pelo que espera “que possa dar resposta positiva a uma proposta que visa reduzir desigualdades”.

Os hospitais da Luz e do SAMS, em Lisboa, juntam-se a partir de hoje às unidades de saúde que aderiram ao projecto Nascer Cidadão, que permite o registo electrónico dos bebés nas maternidades logo após o nascimento. Desde que o projecto foi lançado, em Março de 2007, já foram registados nos hospitais 391.799 bebés, o que corresponde a 90% do total de crianças nascidas em Portugal desde essa altura.

Autoridade do medicamento e ministério negam racionamento denunciado pelo bastonário da Ordem dos Médicos

Sindicato dos Médicos do Norte fala de declarações alarmistas e diz que António Ferreira evidencia uma certa colagem ao poder

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | PORTUGAL | 11

A oposição lançou ontem no Parla-mento fortes críticas ao Governo, acusando-o de “fi ngir” que está a regulamentar as terapêuticas não convencionais. “Para que serve es-ta proposta de lei se o Governo adia para mais tarde as portarias?”, ques-tionou o PCP, para o qual o diploma ontem apresentado pelo secretário de Estado e adjunto da Saúde, Fer-nando Leal da Costa, é um exemplo de que o Governo anda a “brincar com a vida das pessoas”. A propos-ta de lei regulamenta uma legislação com quase dez anos, que reconheceu como terapêuticas não convencionais a acupunctura, a homeopatia, a oste-opatia, a naturopatia, a fi toterapia e a quiropraxia. O diploma defi ne que quem pretenda praticar estas tera-pêuticas não convencionais deve ter uma formação de nível superior.

A ordem de abate do cão que atacou um menino de 18 meses no domingo, em Beja, e que viria a morrer no hos-pital na terça-feira, está a gerar uma onda de protesto na Internet. Qua-se 15 mil pessoas já assinaram uma petição online contra a sentença de morte do Zico.

A petição, dirigida ao canil de Beja e à veterinária municipal, tem como objectivo “lutar contra o abate do cão Zico” e “de todos os outros Zicos es-palhados pelo país”. Para os subscri-tores do documento (14.800 pesso-

Medicina não convencionalainda não tem portarias

Quase 15 mil pessoas contra abate do cão que matou bebé de 18 meses em Beja

as às 18h de ontem), “um cão que nunca fez mal durante oito anos e atacou é porque teve algum motivo”.

O menino de 18 meses foi ataca-do no domingo ao fi nal da tarde, pelo cão da família, um cruzado de pitbull, raça considerada potencial-mente perigosa. Foi transportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde deu entrada com um traumatismo cranioencefálico grave, com o crânio esmagado e com massa encefálica arrancada, segundo fonte hospitalar. O menino não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 00h de terça-feira. A autópsia, reali-zada na quarta-feira, concluiu que a morte se fi cou a dever aos ferimentos provocados pela mordedura do cão, segundo disse ao PÚBLICO fonte do Instituto de Medicina Legal.

O animal pertence a um tio do me-nino, que vive na mesma casa com os pais e os avós da vítima, num apar-tamento no bairro social conhecido

por “Texas”, em Beja. Na segunda-feira, o avô da criança, Jacinto Janei-ro, explicou aos jornalistas que o cão estava “às escuras” na cozinha quan-do o menino foi àquela divisão e lhe “caiu em cima”, o que terá originado um ataque do animal.

Mas a explicação não convence os subscritores da petição. “Nestes casos há que investigar o que causou a reac-ção do cão (foi provocado, não está a ser bem tratado, etc.) e pode optar-se pela reabilitação/treino do cão!”, lê-se no documento. “Eles também me-recem uma segunda oportunidade!”

A associação Animal também já

Saúde

Petição que está a circular na Internet pede “uma segunda oportunidade” para o cão que atacou bebé

desencadeou os procedimentos judi-ciais para evitar o abate. “A criança e o cão são os dois inocentes desta his-tória. Ao que se sabe, a criança não morreu de mordeduras do cão e, de resto, as circunstâncias em que tudo aconteceu são pouco claras: o tutor do cão diz que a criança tropeçou no animal numa divisão às escuras, mas parece-me que toda a situação doméstica evidencia que houve ali negligência”, afi rmou ao PÚBLICO Rita Silva, presidente da Animal.

A ideia de que a criança não terá morrido devido ao ataque do cão co-meça a tomar forma nas redes sociais e na Internet, mas contradiz as infor-mações prestadas ao PÚBLICO pelo hospital e pelo Instituto de Medicina Legal. A decisão de abater o animal partiu da veterinária municipal, Lin-da Rosa, que ordenou que o animal fosse enviado para o canil municipal e, como está determinado na lei, fos-se abatido oito dias depois.

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O ano passado registaram-se 37 casos de ataques de cães perigosos a pessoas

SegurançaMarisa Soares e Natália Faria

OS IMPROVÁVEIS, COM JOANA SANTOS

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12 | PORTUGAL | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

QUE VALORES PARA 2013?

A expressão não é original, mas o plágio é deliberado. Quando Josef Skvorecky escreveu o livro A Re-pública das Putas, havia na então Checoslováquia o sentimento de um país traído, entregue ou ven-dido a uma ideologia questionável, por uma classe dominante corrupta e por políticos que eram de facto putas, metafórica e literalmente. No caso de Portugal não houve tan-ques a entrar pelo país e a ideologia a que fomos vendidos será a outra, supostamente oposta. Mas de resto a história é tal e qual, especialmen-te no que diz respeito à qualidade e moralidade dos políticos.

E o pior é que paga o justo pelo pecador, ou pelo menos há pecado-res, a nível mundial, que não paga-ram nada. Até isto se resolver não me parece que faça grande sentido ser optimista, ou fi losofar sobre o estado das letras e das ciências. An-tes falar de tourada.

Ainda deve haver por aí quem se lembre da Dona Branca, a autode-nominada banqueira do povo. Para quem não sabe, era uma senhora que mais não fazia que comprar e vender dinheiro, fazê-lo circular, o que lhe era levado de novo era usado para pagar juros chorudos aos que já lá estavam, e cada vez havia mais. Ela arrecadava uma co-missão, a coisa foi crescendo até que um dia PUM, foi tudo pelos ares. Recordo-me de uma Dona Ar-minda, que lavava as escadas lá do prédio, que perdeu as poupanças todas nestas andanças, ainda me lembro da senhora a chorar muito, faz-me lembrar o Portugal de hoje.

A República das Putas

O livro de Skvorecky e o tempo da invasão da Checoslováquia pelas tropas soviéticas são o ponto de partida para João Magueijo lembrar o “sentimento de um país traído, entregue ou vendido a uma ideologia questionável” e o valor dominante do dinheiro hoje. “Antes falar de tourada”, escreve o autor, no âmbito da série especial sobre os valores humanos

Ensaio (10)João Magueijo

E a Dona Branca inevitavelmente foi dar com os costados na prisão, coitada da senhora, estava muito avançada para a época, se fosse hoje davam-lhe um bónus de mi-lhões, e teria uma posição de topo na Wall Street.

Não sejamos hipócritas, já todos recorremos aos bancos, e houve tempos em que o mundo das fi -nanças fazia algum sentido. Preci-sava-se de algo agora, a ser pago com dinheiro que se iria ganhar mais tarde, os bancos tratavam da necessária máquina do tempo fi nanceira. Em Itália vai-se a uma terriola qualquer, e lá há-de estar a Caixa Agrícola de Montemerdini, ou lá o que for: emprestava para se comprar os adubos, as sementes, as alfaias, e quando se fazia a colhei-ta pagava-se, fi cava tudo contente, belos tempos.

Eram tempos em que o capitalis-mo tinha um lado quase bom, ou pelos menos paternalista. Claro

que a pobreza era extrema, e dei-xa lá as coisas correrem mal e logo se via quem passava fome. Mas o capital nesses tempos era usado para produzir riqueza real, e o sis-tema fi nanceiro apoiava o processo, conduzia a coisas que se viam, que resultavam em produtos tangíveis e reais.

O capitalismo de hoje é bem mais tenebroso. Os jogos financeiros contemporâneos são tão abstractos e auto-referenciais que trocando a coisa por miúdos mais não são do que comprar e vender dinhei-ro, como fazia a Dona Branca. Por razões que nunca entendi, muitas das galinhas dos ovos de ouro, em Londres e Nova Iorque, são físicos teóricos e matemáticos falhados, ex-colegas meus em alguns casos. Temos tido acesas discussões, mas numa coisa concordamos: a teoria do caos e o Lema de Ito que se li-xe, aquilo é simplesmente jogar na lotaria. Como é que trocar acções

Os usurários mundiais nem sequer construíram túneis inúteis: construíram castelos de valores inexistentes, que continuam a alimentar a ganância. Até isto se resolver falemos de tourada, porque não faz sentido discutir o estado da sociedade, e o demais, em 2013

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | PORTUGAL | 13MIGUEL MANSO

por computador ao microssegun-do, como se tem vindo a propor, pode corresponder a alguma ope-ração económica real? Aquilo é verdadeiramente a Dona Branca: uma pescadinha de rabo na boca fi -nanceira, “fi nanciar o fi nanciamen-to das fi nanças fi nanciadas”, num jogo bem enterrado no umbigo da Wall Street e da City de Londres, um totoloto mundial mas com um belo seguro contra perdas: quando se ganha, ganham eles; quando se perde ,pagamos todos, em cascata. E é aí que entram as tais putas, es-pecifi camente as nacionais.

Ao longo dos anos vimos o país a endividar-se com coisas que eram precisas e coisas que não eram. Tínhamos um serviço nacional de saúde do terceiro mundo e uma ta-xa de mortalidade infantil a condi-zer, analfabetismo e subdesenvol-vimento a níveis do Subsara... e as coisas mudaram dramaticamente nos últimos 20 anos. Saí de Portu-

gal em 1989 e sempre que voltava via algo de novo que era genuina-mente preciso: portos para pesca-dores, estradas ao nível europeu, uma enorme expansão do ensino, etc., etc. E claro que tudo isto custa dinheiro, mas podia argumentar-se que se a Europa não queria ter um país do terceiro mundo no seu seio que o pagasse.

Mas onde a porca torce o rabo é que se via também uma orgia de infra-estruturas desnecessárias: tú-neis nas entranhas da Madeira que levavam a lado nenhum, estradas em duplicado nos cus de judas re-gionais, coisas tão ridículas que davam vontade de rir. Foram-se fazendo obras públicas comple-tamente faraónicas, de novo-rico que não sabe o que há-de fazer ao dinheiro. Tornava-se óbvio que se construíam infra-estruturas, não para preparar o futuro, mas sim para alimentar o presente, numa cumplicidade corrupta entre Esta-

do e empresas privadas, em que o último elo da cadeia era o mundo das fi nanças internacionais. E esses andavam entretidos com os seus jo-gos de totoloto, e quando a bolha rebentou lixou-se o proverbial me-xilhão, tradução, nós.

Como Skvorecky notava, as “pu-tas” que tinham antes vendido o seu país aos nazis eram as mesmas que agora acolhiam os soviéticos (e mais tarde, muito depois de o livro ser publicado, acolheriam o capitalismo selvagem, sem que ele o soubesse). O mesmo se passa no nosso caso: não tenham dúvidas de que em tem-pos de fascismo os nossos primei-ros-ministros teriam sido rapazes de sucesso. Mas de certa forma estamos a bater no ceguinho. Se eles (e nós, por extensão) fi zeram fi guras tristes e agora estamos a pagar por isso, houve quem fez pior e se está ago-ra a rir. Os usurários mundiais nem sequer construíram túneis inúteis: construíram castelos de valores ine-xistentes, que continuam a crescer e a alimentar a sua ganância. Até isto se resolver falemos de tourada, por-que não faz muito sentido discutir o estado da nossa sociedade, e o de-mais, em 2013.

Aliás, parece-me que a nossa so-ciedade estaria muito bem, muito obrigado, se não fosse este “peque-no detalhe” político e fi nanceiro. Por exemplo: a sociedade portu-guesa é muito mais sã do que a in-glesa. Na Inglaterra, quem abre a boca inevitavelmente vomita uma etiqueta de classe social autenti-cada. Os famosos sotaques britâ-nicos fornecem informações pre-cisas sobre a classe, uma pena não se ensinar isto nas aulas de inglês do secundário que cá se apanham. E este simples facto cria uma qua-se ausência de mobilidade e inte-racção entre as classes; pior, torna as pessoas em estereótipos da sua classe social. Por exemplo, a classe operária inglesa força-se a seguir um cliché de ignorância e estupi-dez, atitudes racistas e xenófobas, contra a cultura e a educação. A sua imagem de marca é falar com erros de gramática que em Portugal só um atrasado mental cometeria... assim as classes superiores os têm vindo a controlar.

Nada disto se passa em Portugal (e já agora na Grécia, onde se en-contram camponeses analfabetos a pagar a educação dos fi lhos em Cambridge). Ainda fui daqueles que tiveram de ir fazer a inspecção para a tropa, estava já então em Inglater-ra, e o que mais me impressionou

foi que entre os 500 “mancebos” de pirilau de fora que lá estavam, não se sabia de que classe era quem (tirando os casos extremos de dois grosseiríssimos labregos e de um pretendente à coroa). Ora na Ingla-terra nada disto seria assim, e com graves consequências: ao contrário de Inglaterra, se há cultura e identi-dade neste país, elas residem preci-samente na classe trabalhadora. E diria que é este o maior potencial de Portugal: temos uma sociedade muito mais saudável, em termos de identidade e de classe, apesar de todos os problemas com que nos deparamos.

Sim, éramos um país de pobres que passou temporariamente a um país de novos-ricos. Mas agora so-mos um país de novos-pobres: miú-dos cheios de talento desemprega-dos há dois anos, pessoal de ponta a emigrar para o estrangeiro, mé-dicos educados cá a colmatarem as faltas de sistema de saúde inglês... um desperdício óbvio de uma ge-ração. Em vez de usarmos estas fontes de rendimento, deixámos os tanques fi nanceiros entrar pelo país, para aumentar os impostos e baixar os salários, já de si entre os mais baixos da Europa.

Não sei se haverá soluções mila-grosas, mas uma quebra total com o que se tem vindo a fazer é evi-dentemente necessária. Lembro-me de uma senhora perguntar a um médico meu amigo se podia usar água benta para a sua enfermidade. O médico respondeu-lhe que sim, mas que a fervesse primeiro. Não me parece que doses sucessivas de banha da cobra sejam a solução dos nossos males. Muita da nossa dívida, e consequente austeridade, não é legítima, em perfeita analo-gia com as dívidas contraídas pelas prostitutas, e que as mantêm nas malhas dos seus donos. Se a nível mundial algo tem de ser feito para refrear os chulos fi nanceiros, a ní-vel nacional um corte com o pas-sado seria um primeiro passo. Ou então que se dê o Prémio Nobel da Economia à Dona Branca. E viva a República das Putas.

* Físico teórico do ImperialCollege, em Londres

Amanhã, Ana Luísa Amaral

Ao contrário de Inglaterra, se há cultura e identidade neste país, elas residem na classe trabalhadora. E diria que é este o maior potencial de Portugal: temos uma sociedade muito mais saudável, em termos de identidade e de classe, apesar de todos os problemas

Esta série tem o apoio de:

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14 | LOCAL | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

Estação Arqueológica de Pisões está abandonada desde Abril e foi assaltada

Câmara de Beja, em conjunto com a Universidade de Évora, vai apresentar uma candidatura a fundos europeus para obter verbas destinadas a recuperar a estação. Autarquia admite reabertura em Fevereiro

ANTONIO CARRAPATO

Os vestígios da antiga villa romana estão abandonados desde Abril do ano passado (foto de arquivo)

Uma das mais importantes villas romanas do Sul do país, a estação arqueológica de Pisões, a cerca de seis quilómetros da cidade de Beja, está sem vigilância desde Abril de 2012 e o seu centro de interpretação foi recentemente assaltado. As insta-lações fi caram sem janelas e portas e sem as respectivas aduelas — tudo em alumínio.

A denúncia desta situação foi feita pelos vereadores da CDU no execu-tivo municipal de Beja, depois de terem visitado o local, na passada quarta-feira, para se inteirarem do estado em que se encontra o patri-mónio arqueológico ali descober-to em 1967, durante a execução de trabalhos agrícolas. Um dos vere-adores, Miguel Ramalho, referiu a existência de marcas de um rodado de viatura do exterior para o inte-rior da zona classifi cada, cercada por uma rede metálica que se en-contra cortada.

Tanto as instalações do centro in-terpretativo como os diversos ele-mentos expostos da villa romana encontram-se num “estado deplo-rável”, salientou o autarca da CDU, frisando que, “aparentemente”, a arqueóloga da Direcção Regional da Cultura do Alentejo que acom-panhou a visita não deu conta de outros furtos no conjunto de estru-turas arqueológicas que foram sen-do escavadas desde 1967.

Os vestígios arqueológicos ali existentes pertencem à residência dos proprietários de um latifúndio romano. A casa tinha mais de qua-renta divisões ricamente decoradas e centradas num peristilo (galeria formada por colunas). Na decora-ção destacam-se os mosaicos, que, dada a sua continuada exposição às intempéries, acabaram por perder parte da beleza cromática que ti-nham na altura da sua descoberta.

Alguns dos muros do complexo ameaçam ruir se não forem efectua-das “intervenções urgentes”, adian-tam os autarcas da CDU, acusando a Câmara de Beja, a Universidade de Évora e a Direcção Regional de Cultura do Alentejo de se terem “demitido das suas responsabili-dades”. Segundo garantem, a esta-ção arqueológica encontra-se ago-

ra “ao abandono e vandalizada”.No local, o PÚBLICO observou,

entretanto, vacas a pastar no inte-rior da estação arqueológica e ca-valos junto à barragem construída durante o período romano.

Uma semana depois da visita dos vereadores da CDU à villa romana, o presidente da Câmara de Beja, Jorge Pulido Valente, divulgou um comu-nicado onde diz que se reuniu ante-ontem com responsáveis da Univer-sidade de Évora para “poder resol-ver com a maior brevidade possível” os problemas existentes em Pisões. O autarca esclarece que a Univer-sidade de Évora é proprietária dos terrenos onde se encontra a villa e que esta entidade “vai assumir todo o trabalho científi co” no local.

Para obter os financiamentos necessários às “intervenções indis-pensáveis e de médio prazo”, acres-centa, vai ser apresentada uma can-

didatura conjunta ao QREN ou ao programa Proder.

Por outro lado, vai ser celebrado um protocolo com a Universidade e a Direcção-Geral de Cultura, es-perando a câmara que até ao fi nal desta semana possa estar seleccio-nado um casal para tomar conta da estação arqueológica. O autarca admite que Pisões possa abrir ao público já em Fevereiro, após a re-cuperação da casa que vai albergar o casal e a limpeza e manutenção do espaço.

Miguel Ramalho critica a opção que foi tomada para manter o sítio sob vigilância. “É uma solução vo-luntarista”, que não tem em conta as exigências que o património arque-ológico de Pisões requer, frisando a necessidade de ali colocar alguém com conhecimentos adequados pa-ra informar e esclarecer os visitantes do sítio.

Património Carlos Dias

A casa de um latifundiário

Parte urbana de uma exploração agrícola

As primeiras escavações efectuadas por Fernando Nunes Ribeiro, logo que a villa romana de Pisões foi

descoberta em 1967, revelaram a existência de importantes vestígios de uma grande exploração agrícola da época romana. Contudo, o que foi posto a descoberto corresponde à parte urbana. As áreas que poderão estar directamente relacionadas com a exploração agrícola encontram-se ainda por escavar. Novas escavações, realizadas por Miguel Serra em 2007, permitiram entretanto

localizar vestígios arqueológicos “a cerca de 100 metros do núcleo central da villa actualmente conhecida”. Miguel Serra frisa que este facto pode signi!icar uma “ocupação anterior” ou “muito possivelmente” a existência de “uma parte anexa da villa”. A algumas dezenas de metros ainda é visível a barragem que alimentaria a parte urbana, bem como a actividade agrícola e pecuária. Teria uma albufeira com cerca de 340 metros de comprimento e armazenaria 28.000 metros cúbicos de água. C.D.

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | 15

A empresa intermunicipal Tratolixo, que gere a recolha e tratamento de resíduos dos concelhos de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra anunciou on-tem que pediu a intervenção judicial para avançar com um plano de revi-talização que resolva os seus proble-mas fi nanceiros.

“Antes que algum credor pedisse a insolvência da empresa, a Tratolixo pediu um plano de revitalização para conseguir sentar-se à mesa com os credores, designadamente a banca, para encontrar uma solução para as dívidas muito signifi cativas que tem”, afi rmou à Lusa o presidente do con-selho de administração da empresa, Domingos Saraiva. Para preparar o Plano Especial de Revitalização, o Tribunal do Comércio nomeou, na segunda-feira, o administrador ju-dicial Salvado Martinho.

Domingos Saraiva explicou que o principal problema “é fi nanceiro e de fi nanciamento”, motivo pelo qual os bancos suspenderam o fi nanciamen-to à construção da Central de Gestão Anaerobia da Abrunheira (Mafra). A nova central representa um investi-mento de cem milhões de euros e o corte do fi nanciamento levou à pa-ragem das obras — o que obriga as câmaras a transportarem diariamen-te grandes quantidades de resíduos para aterros situados a dezenas de quilómetros de distância. A empre-sa possui uma dívida de 130 milhões de euros, concentrada no BPI, BCP, Caixa Geral de Depósitos e Banco Espírito Santo. Segundo o gestor, a Tratolixo já tinha 70 milhões de eu-ros de dívida em 2006, porque “não refl ectiu os custos de exploração na tarifa cobrada aos consumidores”. Domingos Saraiva disse ainda que es-tão assegurados os 270 postos de tra-balho. Numa nota ontem divulgada, a administração (em funções desde 2007) afi rma que as difi culdades da empresa se devem, “fundamental-mente”, à “intransigência” da banca que, em Dezembro de 2011, cortou “defi nitivamente” os fi nanciamentos que deviam estar a ajudá-la a “recu-perar dos efeitos de vários anos de gestão imprudente”. O corte do fi -nanciamento ocorreu em consequên-cia do incumprimento da Tratolixo.

A Câmara de Elvas decidiu passar a fornecer o jantar a 540 alunos do 1.º ciclo e jardins-de-infância do conce-lho que já tinham direito a almoço e lanche na escola.

Apesar da substancial melhoria pa-ra o bem-estar das crianças que uma refeição quente ao almoço já propor-cionava, Rondão de Almeida, pre-sidente da autarquia, concluiu que era preciso fazer mais alguma coisa, depois de constatar que o almoço era, para muitas delas, a única refei-ção completa a que tinham acesso.

A refeição será entregue nas esco-las que as crianças frequentam entre as 17h e as 17h30, a partir do dia 18. O autarca precisou que os alunos benefi ciados com mais este reforço alimentar (os que pertencem aos es-calões A e B dos subsídios) poderão levar para casa sopa, prato de carne ou peixe, assim como fruta e pão. “As crianças passam a ter as duas refeições normais, o mais elementar direito que deve assistir a qualquer cidadão”, diz Rondão de Almeida.

Os pais terão de se deslocar à es-cola frequentada pelas crianças e levar a refeição para casa. “Estou convicto de que pela quantidade atribuída a cada criança, a refeição até poderá dar para mais do que uma pessoa”, adianta, escusando-se a falar sobre os encargos que es-ta medida trará à autarquia. Apesar disso, afi rmou que o município tem verbas sufi cientes para “fazer face a 24 programas na vertente social”.

De acordo com o autarca, a câ-mara “mantém os investimentos que programou” e “não aumen-ta os impostos aos contribuin-tes”, além de não dever “um cêntimo a nenhuma empresa”.

Ontem à noite, o executivo mu-nicipal reuniu-se no cineteatro lo-cal com os pais e encarregados de educação dos alunos carenciados do pré-escolar e do 1.º ciclo para que fi cassem a conhecer as condi-ções em que vai ser prestado este novo apoio alimentar. A decisão, que foi aprovada pelo executivo municipal na passada quarta-feira, vai ser votada pela assembleia mu-nicipal na próxima quarta-feira.

Tratolixo recorreu ao tribunal para evitar falência

Câmara dá almoço e jantar a 540 crianças

Ambiente ElvasCarlos Dias

Administração da empresa quer apresentar plano de revitalização e acusa a banca de “intransigência” por ter cortado o crédito

A partir da próxima sexta-feira, os pais das crianças mais necessitadas do concelho vão poder ir buscar o jantar à escola

Breves

Lisboa

Óbidos

Elvas

Tribunal de Contas critica gestores da Parque Expo-Gestão

GNR vai para uma escola porque não há verba para o quartel

Arrombaram porta de um banco mas o cofre estava vazio

O Tribunal de Contas (TC) entende que o passivo de quase 24 milhões de euros que a empresa pública Parque Expo-Gestão Urbana tinha em 2011 resulta da “actuação inadequada” dos gestores desta subsidiária do grupo Parque Expo. O dé"ice, diz o TC, teve origem no facto de a gestão urbana do Parque das Nações ter sido assumida pela empresa (até este mês) sem a participação dos municípios de Lisboa e de Loures.

Uma antiga escola primária de Óbidos vai ser transformada em quartel da GNR, uma vez que a construção de novas instalações, negociada com o Governo em 2009, não vai avançar por falta de verba. O vice-presidente da câmara disse à Lusa que foi informado de que o “compromisso escrito” de 2009 não vai por diante porque não há dinheiro, razão pela qual a autarquia propôs “a passagem do efectivo para a antiga escola”.

Um grupo de homens encapuzados tentou assaltar ontem, de madrugada, uma dependência bancária em Santa Eulália, no concelho de Elvas, mas não foi levado dinheiro porque o cofre estava vazio. Os assaltantes arrombaram a porta principal, com um pé de cabra, não havendo registo do furto de qualquer objecto. Fugiram numa viatura ligeira de mercadorias furtada em Elvas.

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Page 16: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

16 | ECONOMIA | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

Administração da CGD volta a pedir excepção aos cortes salariais em 2013

FILIPE ARRUDA

Representantes dos trabalhadores da CGD já tinham sido recebidos no Ministério das Finanças no !inal de 2012 para discutir este tema

Apesar de o Orçamento do Estado para este ano ter eliminado os regi-mes de excepção aos cortes salariais aplicados aos trabalhadores do Esta-do, a administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já fez chegar ao Ministério das Finanças uma carta na qual pede que o banco público seja isentado dessa regra. O grupo solicitou à tutela o mesmo regime de que usufruiu em 2011 e 2012 e que lhe permitiu encontrar alternativas às reduções dos vencimentos-base.

Na missiva, a administração pede para não aplicar as normas inscritas no Orçamento do Estado (OE), que obrigam todas as empresas públicas a manter os cortes nas remunerações (que variam entre 3,5 e 10%), isen-tando os trabalhadores que ganham menos de 1500 euros brutos. A ges-tão do banco justifi ca o pedido com o facto de ter seguido um caminho alternativo no passado, tendo obtido sempre aprovação das Finanças.

Mas, ao contrário do que aconte-ceu em 2011 e 2012, o OE para es-te ano eliminou a possibilidade de haver excepções às reduções sala-riais. Na versão inicial do documen-to, ainda constava a hipótese de as empresas públicas em situação de concorrência efectuarem adapta-ções, desde que a massa salarial fos-se reduzida em 5%. No entanto, a lei acabou por chegar ao Parlamento (e por ser aprovada) sem essa alínea.

O fi m das adaptações, o nome que tem sido usado pelo Governo e que constava nos dois últimos OE, foi rei-terado posteriormente pelo Minis-tério das Finanças. Em meados de Novembro, a tutela de Vítor Gaspar confi rmou, numa resposta à Lusa, que “os regimes de adaptações (...) não se aplicam em 2013”.

Ainda assim, a CGD decidiu tentar. Isto depois de a comissão de traba-lhadores (CT) do banco público ter sido recebida nas Finanças, no fi nal do ano passado, para discutir o tema. Nesse encontro, o Governo transmi-tiu aos representantes dos trabalha-dores que teria de ser a administra-ção do banco a tomar uma posição sobre o tema. E foi o que aconteceu, com o envio da carta à tutela.

O PÚBLICO contactou a CGD para confi rmar a existência da missiva,

excepção e, por isso, não deverá autorizar o pedido.

Mas, caso tal aconteça, ainda será necessário perceber como é que o grupo, que emprega cerca de dez mil trabalhadores, irá adaptar-se à nova realidade. É que, apesar de não ter aplicado os cortes salariais impostos em 2011 e 2012 às restantes empresas do Estado e à função pública, isso não signifi cou que mantivesse os ven-cimentos intactos. As remunerações variáveis (como os prémios de de-sempenho) foram afectadas.

A CT está preocupada com o facto de os trabalhadores serem penaliza-dos com um duplo corte, somando as reduções do passado às que o OE para 2013 obriga. Para resolver esta situação, a CGD teria de devolver o que retirou em 2011 e 2012 para apli-car agora os cortes entre 3,5 e 10%.

“Não faz sentido que se altere o regime porque isso implica que se

tenha de reverter o que foi feito pa-ra não haver uma duplicação dos cortes”, afi rmou Palmira Real, da CT, acrescentando que “os traba-lhadores do grupo têm sido muito penalizados” pelas medidas de aus-teridade impostas pelo Governo.

Além da situação da CGD, ainda está por resolver outro caso difícil. Trata-se da TAP, que também bene-fi ciou dos regimes de excepção em 2011 e 2012 e que, tal como banco público, perdeu agora essa possibi-lidade. O problema não se colocaria se a transportadora aérea do Estado tivesse sido vendida a Germán Efro-movich, mas, com o chumbo da pri-vatização, os trabalhadores fi carão sujeitos às regras do OE.

Contactada, a companhia de avia-ção não quis fazer comentários so-bre o tema. O PÚBLICO sabe que, dentro do Governo, a questão ainda não começou a ser analisada.

O Orçamento do Estado eliminou os regimes de excepção nas empresas públicas, mas a gestão do banco já enviou carta às Finanças a pedir para manter o mesmo benefício de que usufruiu nos últimos dois anos

Empresas públicasRaquel Almeida Correia

mas o banco respondeu apenas que “cumprirá o normativo aplicável”, remetendo mais esclarecimentos para a tutela. Já o Ministério das Fi-nanças não respondeu até ao fecho desta edição. Apenas a CT, que esta-rá hoje reunida com a administração para falar sobre este assunto, con-fi rmou o envio da carta. “Sabemos que enviaram uma nota para o mi-nistério, à qual não tivemos acesso”, afi rmou Palmira Areal.

Finanças devem recusarO PÚBLICO sabe que a tutela ainda não respondeu à carta da adminis-tração da CGD. Questionado, o Mi-nistério das Finanças também não esclareceu que posição irá tomar em relação ao pedido do banco. Tudo indica que, desta vez, a decisão será diferente da tomada nos dois últi-mos anos. O Governo quer efecti-vamente acabar com os regimes de

O Ministério das Finanças ainda não respondeu ao pedido da CGD, mas tudo indica que desta vez o Governo não irá aprovar o regime de excepção autorizado em 2011 e 2012

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | ECONOMIA | 17

MIGUEL MANSO

O laboratório faz investigação nas áreas da energia e geologia

Uma auditoria interna do Ministé-rio da Economia e do Emprego à despesa com dinheiro público do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) coloca em causa uma série de actos do actual con-selho directivo. Entre os principais pontos, o documento revela que a promoção excepcional de 15 traba-lhadores confi gurou um “acto invá-lido” da gestão, a par de “anoma-lias” detectadas no uso de viaturas afectas ao conselho directivo e no recurso ao fundo de maneio.

A auditoria ao laboratório do Es-tado responsável pela investigação e desenvolvimento tecnológico nas áreas da energia e geologia, e a que preside Teresa Ponce de Leão, de-correu em Setembro passado. O ob-jectivo foi o controlo das despesas relacionadas com fundo de maneio, deslocações e utilização de viaturas ofi ciais – despesas de funcionamen-to fi nanciadas com dinheiro público. Face às conclusões da investigação, que incidiu sobre os anos de 2009, 2010 e 2011, decorre agora o prazo de 60 dias para contraditório, se-gundo o Ministério da Economia, em resposta ao PÚBLICO.

Em despacho publicado em Diário da República de 11 de Novembro de 2011, o conselho directivo reconheceu a 15 trabalhadores o “mérito excep-cional” pelo seu desempenho, tendo-lhes “concedido o direito a promoção na carreira, independentemente de concurso”. A decisão, de acordo com o mesmo despacho, já tinha sido to-mada em Março de 2010 e com efei-tos retroactivos a Junho de 2009. De acordo com a auditoria, o assunto foi entretanto levado à Secretaria-Geral do Ministério da Economia, a qual concluiu, em parecer, que o referido despacho “confi gura um acto inváli-do, por vício de nulidade”.

O ministério não comenta o vício de nulidade em causa neste acto. “O processo está a seguir os trâmites normais de um processo de audito-ria interna, que se realizam regular-mente às tuteladas pelo Ministério”, responde o gabinete do ministro.

Teresa Ponce de Leão escusa-se

Auditoria ao LNEG visou promoções e despesas de representação da direcção

feriados e férias, para as quais “não são apresentadas justifi cações fac-tualmente comprovadas para a sua ocorrência e que permitam estabe-lecer uma correspondência entre as deslocações e os respectivos mem-bros”. É assinalado o caso da presi-dente com despesas de combustível em Espanha em 2010 e 2011 em perí-odos de férias ou em fi ns-de-semana antes ou depois das férias.

O documento indica ainda que algumas despesas de representa-ção da direcção, nomeadamente viagens e refeições, que careciam de justifi cação foram entretanto re-gularizadas. No sumário executivo do documento, parte do documento a que o PÚBLICO teve acesso, não é referido o total de devoluções.

No ponto relativo ao fundo de ma-neio para pagamento de despesas de funcionamento, a auditoria alerta para “algumas anomalias” que esta-rão em rectifi cação, nomeadamen-te o recurso a este mecanismo para pagar despesas regulares, apresen-tação de valores incorrectos e infor-mação incompleta.

O conselho directivo é composto por três elementos: a presidente, Ponce de Leão, e dois vogais, Hel-der Perdigão Gonçalves e Mário Ma-chado Leite.

O LNEG contava em 2012 com 471 trabalhadores, dos quais 382 com vínculo à função pública, 82 bolseiros e os restantes sete com avenças, segundo o plano de acti-vidades de 2012. O orçamento de funcionamento no ano passado foi de 23,4 milhões de euros, dos quais 11,9 milhões de euros vieram do Or-çamento de Estado.

A auditoria decorreu dois meses depois da entrada em vigor da nova lei orgânica do LNEG.

também, em resposta ao PÚBLICO, a comentar este e os outros temas da auditoria, alegando tratar-se de “questões que estão em sede de contraditório”. No entanto, con-sidera que os diversos pontos em causa “foram alvo de explicação e justifi cação, devidamente funda-mentadas,” e que garantirão “uma clarificação no relatório final”.

No uso das viaturas afectas à di-recção, os auditores detectaram “não existir qualquer controlo inter-no sobre a [respectiva] utilização”. Recomendam ainda que o LNEG acabe com a existência de vários cartões de abastecimento de com-bustível “pessoais” e de “empresa” por viatura e que passe a associar-se apenas um cartão de abastecimento de combustível por carro, “de modo a permitir um efectivo controlo dos gastos da frota”.

O relatório especifi ca despesas com combustível, portagens e es-tacionamento dos carros do con-selho directivo em fi ns-de-semana,

Estado Lurdes FerreiraPresidente do conselho directivo diz que pontos “foram alvo de explicação e justificação, devidamente fundamentadas” e que relatório final clarificará

15Um total de 15 trabalhadores foram alvo de uma promoção excepcional, mas esse acto foi considerado como tendo “vício de nulidade”

23,4O orçamento de funcionamento do laboratório do Estado para o ano de 2012 ascendeu a 23,4 milhões de euros

O Conselho de Ministros aprovou ontem uma alteração ao regime de cessação dos contratos de aquisição de energia (CAE) no que diz respeito às compensações pagas na cessação antecipada, que permite uma pou-pança na ordem dos 200 milhões de euros.

De acordo com o secretário de Es-tado da Energia, Artur Trindade, a poupança de 200 milhões de euros é conseguida com a redução dos en-cargos com a compensação atribuí-da aos produtores de electricidade (no caso de ontem à EDP Produção) pela cessação antecipada dos con-tratos. A decisão de ontem insere-se num pacote mais vasto, que reduzi-rá, na globalidade, os encargos em cerca de 2 mil milhões de euros.

A medida ontem aprovada per-mite poupanças anuais na ordem dos 14 milhões de euros e estende-se até 2027, esclareceu ainda Artur Trindade, que esteve presente na conferência de imprensa no fi nal do Conselho de Ministros.

O corte nas chamadas “rendas excessivas” na energia decorre de um compromisso no âmbito do pro-grama de assistência externa a Por-tugal com a intenção de aliviar os custos de produção de electricidade e eliminar até 2020 um défi ce tari-fário estimado em 3,7 mil milhões de euros, impedindo que as tarifas tenham uma subida exponencial.

Governo altera regime dos contratos de energia e poupa 200 milhões de euros

“O impacto desta redução de cus-tos na vida dos cidadãos é conside-rável”, sublinhou Artur Trindade. “Portugal conseguiu garantir que a subida tarifária que observámos no início deste mês é a menor dos últimos oito anos e, caso não fossem tomadas estas medidas, a variação tarifária que teríamos obtido não teria sido de 2,8%, mas superior a 11%”, concretizou o governante.

Os cortes efectuados seguem-se aos decididos anteriormente na co-geração, na garantia de potên-cia — que inclui centrais térmicas e hídricas —, na energia eólica, nas mini-hídricas, e nos restantes sub-sistemas de produção do sistema eléctrico nacional.

O montante da redução de cus-tos ontem anunciado é, por outro lado, “exactamente o mesmo do que aquele que foi previsto em Maio” úl-timo, quando o plano de redução de custos foi lançado pelo Governo.

“O plano está a ser cumprido à risca neste caso, a redução efectiva é idêntica à redução estimada”; no ca-so da energia eólica, na co-geração e na garantia de potência, o Gover-no afi rma ter obtido “uma redução superior àquela que foi inicialmente estimada”.

O Governo autorizou ainda a ex-clusão do regime fl orestal parcial de uma área de cerca de 462 mil metros quadrados, situada no concelho de Melgaço.

Esta exclusão possibilita viabilizar uma unidade operativa de planea-mento e gestão que permitirá ad-quirir novos equipamentos, com potencial turístico e perspectivas de fomento da instalação de activi-dades de carácter desportivo e de lazer relacionados com as condições naturais da zona.

A medida aprovada ontem pelo executivo permite poupar 14 milhões de euros por ano num período que irá até 2017

RAQUEL ESPERANÇA

Redução da compensação aos produtores vai poupar 200 milhões

Conselho de Ministros

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O alemão Martin Schulz, de 57 anos, iniciou ontem à noite a primeira visita ofi cial a Portugal a convite da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves. Terá hoje encontros com o primeiro-ministro, ministro das Finanças, Presidente da República, presidente da AR e os presidentes dos grupos parlamentares, a par do presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do escritor António Lobo Antunes. Schulz visitará ainda a associação Cais e terá encontros com estudantes e recém-licenciados.Dada a difi culdade de Portugal cumprir o programa de ajustamento, apesar dos esforços e sacrifícios assumidos pela população, pensa que o programa deveria ser fl exibilizado em termos de calendários ou de objectivos para o tornar menos doloroso?É difícil responder, porque quero observar a realidade do país e debater com os responsáveis nacionais antes de avaliar o impacto das medidas adoptadas por Portugal. Essa é precisamente uma das razões da minha deslocação a Portugal.Que tipo de mensagem pretende enviar aos portugueses? Antes de mais que é preciso que haja justiça social, o que signifi ca que os fortes devem contribuir mais do que os fracos, e que os que provocaram esta crise – sobretudo os grandes bancos, seguros e fundos de investimento – contribuam para a resolver. É por essa razão que o PE considera a taxa sobre as transacções fi nanceiras como um elemento importante para, por um lado, melhorar as receitas dos Estados-membros da zona euro, e, por outro, assegurar a justiça social. Segundo, a disciplina orçamental é necessária, mas tem de ser acompanhada de investimentos no crescimento económico e na luta contra o desemprego, sobretudo dos jovens, como condição para uma retoma da

“A estabilização da Europa é do interesse da Alemanha”

Martin Schulz O presidente do Parlamento Europeu, que ontem iniciou uma visita a Portugal, vai passar a mensagem de que é preciso mais justiça social e que a resolução da crise deve ser feita por quem a provocou

JEAN#MARC LOOS$REUTERS

economia. É por isso que espero que Portugal permaneça fi el à ideia de que o orçamento europeu tem de assegurar a capacidade de investimento dos Estados-membros no quadro da política de coesão, nas infra-estruturas, no desenvolvimento rural ou na investigação.Como é que o orçamento europeu, sendo tão limitado [135 mil milhões de euros anuais para toda a UE], pode ajudar Portugal a crescer no actual contexto de austeridade?Não concordo, o orçamento europeu não é certamente sufi ciente para, sozinho, criar crescimento num país como Portugal, mas pode ter uma contribuição importante, nomeadamente pelo facto de

assegurar durante sete anos os investimentos nos sectores que mencionei [no contexto dos quadros orçamentais plurianuais que os governos europeus estão actualmente a negociar para o período de 2014 a 2020]. Estes fundos funcionam como um ponto de arranque dos investimentos e de atracção de capitais privados para as regiões rurais ou em desenvolvimento, para as infra-estruturas ferroviárias, rodoviárias, portuárias ou aéreas ou para o desenvolvimento das conexões de banda larga em regiões desfavorecidas, incluindo em Portugal. O grande problema das pequenas e médias empresas (PME) – que são as principais criadoras de emprego – em países como Portugal ou Grécia não é a falta de projectos, porque há imensas ideias, mas o acesso ao crédito. Agora que os mercados fi nanceiros estão mais calmos, quais são os próximos desafi os que a zona euro enfrenta? A zona euro vai ter de ser mais corajosa e dizer que o crescimento é possível. O capital mais importante é a confi ança da população. Temos uma perspectiva de confi ança dos investidores de que a zona euro permaneça estável. Temos uma moeda muito

concebido por académicos alemães para ajudar os Estados a reduzir a dívida pública associado, ou não, à emissão comum de alguns títulos de dívida]. Os eurobonds não vão acontecer, mas porque não criar um “fundo de redenção” que permita fi nanciar as dívidas soberanas em condições muito melhores do que hoje? Desta forma, os benefícios resultantes da redução da dívida por via de medidas de rigor orçamental poderiam ser investidos na economia, em vez de serem usados para pagar juros. Terceiro, se a Europa tiver um pouco mais de imaginação, poderá promover um verdadeiro relançamento económico. Por exemplo, o Norte de África está num processo de transformação global com necessidades de investimento na gestão da água, na agricultura, em infra-estruturas, nos sistemas de saúde, o que poderia mobilizar os conhecimentos, produtos e a cooperação dos países europeus do Mediterrâneo, incluindo Portugal. Como é que vê a subida do sentimento antialemão no Sul da Europa, incluindo a representação de Angela Merkel com bigodes de Hitler? Sente-se ofendido?É absolutamente injustifi cado e inaceitável, recuso terminantemente que se compare uma chanceler democraticamente eleita com Adolf Hitler. A Alemanha é uma nação solidária que garante cerca de 400 mil milhões de euros para a estabilização do euro. Mas é verdade que nós, alemães, temos de nos colocar a questão de saber por que é que as pessoas nos outros países não nos vêem como solidários mas como invasores. Na Alemanha, há um debate que apresenta a nossa solidariedade como um acto de caridade. Internamente, os alemães deveriam começar a debater o facto de que a estabilização do euro não é apenas uma questão de solidariedade mas igualmente do interesse da Alemanha. O mercado interno europeu é a base das exportações alemãs, por isso a estabilização da Europa é do interesse da Alemanha.

“A disciplina orçamental é necessária, mas tem de ser acompanhada de investimentos no crescimento e na luta contra o desemprego”

Entrevista Isabel Arriaga e Cunha, Bruxelas

estável relativamente às outras moedas. O que a Europa tem é um sistema político instável, que a leva a debater constantemente sobre os problemas administrativos, de governação ou de redução das despesas, em vez de debater estratégias comuns para reequilibrar os desequilíbrios macroeconómicos, como, por exemplo, o facto de a Alemanha não pagar nada pela dívida soberana, quando outros têm de pagar 6%. O que precisamos é de uma coordenação mais efi caz do desenvolvimento económico na Europa, e isso quer dizer que é preciso dizer aos agentes económicos: “Invistam na Europa, a Europa é sufi cientemente estável para vos garantir lucros sobre o vosso investimento.” O que signifi ca, em concreto, “coordenação mais efi caz do desenvolvimento económico”?Primeiro, é preciso construir uma união bancária de forma a que sejam os bancos, e não os Estados, a garantir os depósitos e a assegurar eventuais reforços de capital dos bancos. Segundo, sempre defendi a criação de eurobonds [emissão comum de dívida dos países do euro para baixar os juros] ou de um “fundo de redenção” [mecanismo

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DANIEL ROLAND$AFP

Optimismo no arranque do novo ano de Mario Draghi

O Banco Central Europeu (BCE) sur-preendeu ontem os mercados, não pela decisão de manter as taxas de referência inalteradas, o que era mais do que aguardado, mas pela men-sagem moderadamente optimista do presidente da instituição, Mario Draghi. Depois da conferência de imprensa que se seguiu à reunião do conselho de governadores, reali-zada ao início da tarde, os juros das dívidas soberanas dos países periféri-cos inverteram a tendência de subida que registavam e desceram signifi ca-tivamente até ao fi nal do dia.

Os juros da dívida portuguesa a dez anos desceram ontem para 6,2%, mínimo desde que o país está sob ajuda fi nanceira. Também em Espanha, que ontem realizou uma emissão com forte procura e queda de juros, registou uma forte correc-ção após as declarações Draghi.

No encontro com jornalistas, o pre-sidente do BCE sustentou a decisão de manutenção das taxas pela evolução, dentro do previsto, de um conjunto de indicadores económicos, desig-nadamente o da infl ação, que, como previsto, deverá fi car abaixo dos 2% em 2013. Novidade foi o facto de o presidente da instituição ter destaca-do um conjunto de factores que estão a evoluir de forma positiva, que dão esperanças ao BCE de que as econo-mias da zona euro comecem a registar “uma recuperação gradual” em 2013.

Entre as melhorias referidas pe-lo chefe máximo do BCE estão as quedas dos juros da dívida sobera-na dos países periféricos, a descida dos preços dos seguros contra risco

Expectativas moderadamente optimistas do BCE bem recebidas nos mercados

nuar, o presidente do BCE destacou o da criação de um supervisor ban-cário único, que é positivo, mas que deve ser complementado.

Apesar de admitir que “a retoma do crescimento deve surgir na parte fi nal deste ano”, o responsável tam-bém alertou que “a persistente in-certeza vai continuar a pesar sobre a actividade económica”. E deixou claro qual deve ser a acção dos gover-nos: “Os progressos conseguidos nos juros das obrigações devem ser re-forçados com medidas para reduzir mais os desequilíbrios”, afi rmou.

A decisão do BCE de manter a taxa de referência no mínimo histórico de 0,75% não foi unânime, confi rmou o presidente, justifi cando a divisão com o facto de a “normalização” nos mercados fi nanceiros ainda não ser visível na economia real e de as pers-pectivas continuarem débeis.

Num universo de 55 economis-tas sondados pela Bloomberg, 50 apontavam para a manutenção das taxas, apesar de o BCE ter admitido, no fi nal do ano passado, que poderia reduzir ainda mais os juros se os indi-cadores económicos continuassem a degradar-se. Pelo menos por agora, essa possibilidade foi adiada.

de incumprimento da dívida sobe-rana (credit default swaps), a subida nas bolsas, melhorias nos fl uxos de capital, défi ces externos mais bai-xos e um aumento dos depósitos, que diminuem a dependência de fi nanciamento dos bancos junto do BCE. Apesar da quantidade de sinais positivos, Mario Draghi deixou claro que as melhorias ainda não passaram

para a economia real, mas que isso “é uma questão de tempo”, desde que não se descore a vertente das reformas estruturais.

“Temos sinais de que a fragmen-tação no mercado monetário está a reduzir-se, mas isto tudo ainda não encontrou o caminho para a econo-mia real, e a economia real continua a estar fraca”, afi rmou Mario Draghi. Entre as reformas que devem conti-

Política monetáriaRosa Soares Banco Central manteve taxas inalteradas e deixou mensagem positiva, mas com a preocupação de não travar reformas estruturais

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Ele há coincidências. No dia em que Portugal fi cou a saber do Relatório do FMI (Repensar o Estado-Opções de Reforma Selectiva da Despesa) morreu o Nobel da Economia James Buchanan, citado logo a abrir esse mesmo relatório. Buchanan foi uma das maiores infl uências nas fi nanças públicas da segunda metade do século XX a par de Richard Musgrave. Corporizaram duas visões distintas do Estado e do processo político. Quando Buchanan (e Tullock) publicou o seu Calculus of Consent (1962), a visão dominante nas fi nanças públicas era a de que os governos eram “ditadores” benevolentes que promoviam exclusivamente o bem-estar social. A mensagem de Buchanan, e da teoria da escolha pública, da qual foi o principal mentor, era outra “Os economistas devem deixar de fornecer conselhos sobre políticas como se fossem empregados de um déspota benevolente e deveriam olhar para a estrutura na qual as decisões políticas são tomadas” (1). Enquanto para Musgrave as funções do Estado eram sobretudo ultrapassar os fracassos de mercado (quer na afectação de recursos quer na estabilização macroeconómica) e promover a justiça social (através da função redistribuição), Buchanan e a teoria da escolha pública deram importância aos fracassos dos governos. Foi com eles que aprendemos sobre os problemas da burocracia e de orçamentos eventualmente excessivos (Niskanen), as teorias dos grupos de interesse distributivos (Olson), a potencial captura das entidades reguladoras pelas empresas que deveriam regular (Stigler). Hoje,

qualquer abordagem séria de fi nanças públicas considera quer os fracassos do mercado quer os do governo. Obviamente que quem olha sobretudo para os primeiros vê maior necessidade de um Estado mais interventivo e quem olha para os segundos quer limitar a acção e a dimensão do Estado. O mérito adicional de Buchanan foi a sua abordagem sobre a “economia política constitucional” na linha contratualista (também de Rawls) de pensar a Constituição como um contrato voluntariamente aceite pelas partes em condições de incerteza. E sobre isto e sobre a dívida diz “é quase impossível construir um cálculo contratual em que representantes de gerações diferentes concordassem em permitir que as maiorias

[políticas] de uma geração fi nanciassem bens de consumo corrente dessa geração, através da emissão de dívida pública que implica a imposição de percas de utilidade [leia-se bem-estar] em gerações futuras de contribuintes” (1). A necessidade de avaliar e ponderar a questão constitucional e o “contrato social” intergeracional é um dos grandes legados de Buchanan e é o inevitável debate que temos a fazer entre nós, que o FMI não aborda (e ainda bem).

(1) Buchanan, J. (1986), Lição em Memória de Alfred Nobel (tradução nossa).

* Membro da comissão executiva da European Public Choice Society (1998"2001)

O legado de James M. Buchanan

MemóriaPaulo Trigo Pereira

0,75%O conselho de governadores do Banco Central Europeu optou, sem unanimidade, por manter a principal taxa de referência em 0,75%

Buchanan foi uma das maiores in"luências nas "inanças públicas na 2.ª metade do século XX

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Dispensas incidem mais sobre a área de vendas e de logística

A Sumol+Compal vai despedir 70 pessoas, tendo anunciado a decisão ontem aos representantes dos tra-balhadores. A reestruturação, que avançará em breve, já foi confi rma-da ao PÚBLICO por fonte ofi cial da empresa.

As 70 pessoas abrangidas traba-lham, sobretudo, nas áreas de ven-das e logística em todo o país e não no centro produtivo da empresa. O processo de despedimento avança-rá até fi nais de Abril. Esta decisão foi precipitada pelo actual contexto económico, que teve impactos ne-gativos no consumo interno, bem como pelo agravamento do impos-to sobre o valor acrescentado (IVA). Estes factores têm penalizado o de-sempenho do grupo nos últimos dois anos. A Sumol e a Compal fun-diram-se em 2009.

Nos primeiros nove meses de 2012, as vendas em Portugal caíram 14,6%, para 161,4 milhões de euros. A fac-turação global, que inclui as vendas para o estrangeiro, decresceu 10,3%, para 217,1 milhões de euros.

“Perante o actual cenário de crise, a empresa decidiu avançar com um processo de reestrutura-ção que passará pela alteração do seu modelo organizacional e pelo reajuste de diversos processos, o que implica a redução de cerca de 70 postos de trabalho”, diz a em-

Sumol+Compal vai despedir 70 trabalhadores

presa, num comunicado oficial.Fernando Guerra, da direcção

do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Ali-mentação, Bebidas e Tabaco (Sin-tab), disse ao PÚBLICO que os traba-lhadores estiveram a ser chamados durante o dia de ontem a reuniões com a direcção da empresa. O sin-dicato vai pedir relatórios sobre os armazéns e outros estabelecimentos da empresa que irão sofrer reduções de pessoal.

Anteontem, a Sumol pedira uma reunião com urgência ao Sintab. On-tem pela manhã, às 8h30, o sindica-to e a comissão sindical fi caram a par do despedimento. Para já, serão agendados plenários.

A empresa garante que vai dar “condições indemnizatórias acima do mínimo legal” e contratou uma empresa de outplacement para apoiar a reintegração destes traba-lhadores no mercado de trabalho.

José Paulo Machado, director de Pessoas, Comunicação e Susten-tabilidade da Sumol+Compal, diz que o processo tem como objecti-vo “levar a empresa a ajustar-se aos novos desafi os que tem pela frente, dotando-a dos recursos e estrutura organizativa necessários para uma operação mais efi ciente”.

O grupo fi cará, agora, com cerca de 1200 trabalhadores.

DANIEL ROCHA

Indústria alimentarAna Rute SilvaRedução do consumo e aumento do IVA precipitam a decisão. Empresa promete indemnizações acima dos valores mínimos

CIP pretende despedimentos ainda mais baratos

O representante da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Gregó-rio Novo, defendeu ontem a redução das compensações por despedimen-to para um número inferior a 12 dias por cada ano de trabalho e reivindi-cou a criação do Fundo de Compen-sação apenas quando as empresas tiverem equilíbrio fi nanceiro.

“Os 12 dias era o leque que estava desenhado no memorando de en-tendimento — de 8 a 12 — e optou-se pela ponta máxima, quando o ex-pectável era que, eventualmente, se devesse ter optado por um número situado entre o mínimo e o máxi-mo”, afi rmou Gregório Novo, de-pois de uma reunião conjunta com os grupos parlamentares do PSD e do CDS-PP, no Parlamento. Segun-do o representante dos patrões, “foi com uma expectativa gorada que a CIP viu o Governo colocar-se no pa-tamar superior desse leque”, disse citado pela Lusa.

O Governo entregou, na quarta-feira, no Parlamento, uma propos-ta de lei que prevê a redução das compensações por despedimento para 12 dias de trabalho/ano, para entrarem em vigor já em 2013.

De acordo com o documento, aprovado em Conselho de Minis-tros a 27 de Dezembro, a proposta de lei introduz uma nova alteração do Código do Trabalho, ajustando

CIP defende indemnizações por despedimento abaixo dos 12 dias/ano

o valor da compensação devida em caso de cessação do contrato de tra-balho para os 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano trabalhado.

Estas alterações visam “concluir o processo de revisão da legislação la-boral previsto no memorando de en-tendimento” com a troika, defi nindo “um valor para a compensação por contrato de trabalho que correspon-da à média da União Europeia, sal-vaguardando ainda as expectativas dos trabalhadores”.

No entanto, e para cumprir o acordo tripartido assinado entre o executivo e os parceiros sociais, à excepção da CGTP, em Janeiro de 2012, as partes comprometeram-se a criar um fundo de compensação em caso de despedimento em simultâ-neo com as novas regras de redução de indemnizações.

Embora dizendo que a CIP está empenhada em cumprir o “Com-promisso para o Crescimento com-petitividade e Emprego”, Gregório Novo entende que esta não é altura para “a entrega de dinheiro a fundo perdido”. “As empresas atravessam um momento em que não têm di-nheiro para este tipo de afectações. Se as empresas nesta altura fossem forçadas a fazer este tipo de afec-tação de dinheiro, não o tendo, o que fi caria efectivamente posto em causa seriam os salários e os paga-mento a fornecedores”, sublinhou o representante patronal.

E concluiu: “O que é absoluta-mente necessário é que quaisquer encargos que venham a ser directa-mente imputados às empresas espe-rem por um momento em que estas encontrem um quadro [fi nanceiro] diferente no país”.

A confederação patronal contesta a criação imediata do Fundo de Compensação, dada a situação financeira frágil das empresas

Breves

Arrendamento

Distribuição

Procedimento Especial de Despejo já está regulamentado

Vendas da Jerónimo Martins acima dos 10 mil milhões de euros

As portarias que regulamentam o Procedimento Especial de Despejo e "ixam o quadro de pessoal do Balcão Nacional do Arrendamento (BNA) foram ontem publicadas em Diário da República. Os dois diplomas, que o Ministério da Justiça tinha garantido que seriam publicadas esta semana, entram em vigor a partir de hoje. Criado no âmbito da lei das rendas, o BNA funcionará em moldes electrónicos, no endereço www.bna.mj.pt, que ontem apresentava a informação de “brevemente disponível”. O BNA corresponde a uma secretaria judicial, criada no Porto, mas de âmbito nacional, com um quadro de 11 funcionários.

O grupo Jerónimo Martins ultrapassou, em 2012, a barreira dos 10 mil milhões de euros de facturação. No ano passado, a dona do Pingo Doce, fechou contas com vendas de 10,876 mil milhões de euros em Portugal e na Polónia. O crescimento da facturação foi de 11,5%, se dele for “excluído o efeito cambial negativo da desvalorização do zloty” (a moeda polaca), a"irma a Jerónimo Martins no comunicado colocado no sítio da CMVM. Numa perspectiva like for like (sem aquele efeito), o aumento é ligeiramente inferior (10,5%). Este desempenho, sublinha a JM, foi conseguido “num ano em que a contracção do mercado se tornou particularmente difícil em Portugal e em que, na Polónia, se registou uma desaceleração do crescimento económico.”

ADRIANO MIRANDA

10,3%A facturação global da empresa, que inclui as vendas para o estrangeiro, caiu 10,3% nos primeiros nove meses de 2012, para 217,1 milhões de euros

Trabalho

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | ECONOMIA | 21

Bolsas

PSI"20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012

PSI 20 INDEX 1,29 6090,640 575754438 6028,090 6099,200 6009,180 3,46 7,70ALTRI SGPS SA #0,35 1,703 309029 1,710 1,719 1,689 2,89 7,24BANIF SA #2,083 0,141 4173208 0,145 0,146 0,140 #8,28 #3,42BPI 8,81 1,285 8345305 1,190 1,298 1,190 19,29 36,27BCP 4,65 0,090 472389138 0,086 0,090 0,084 11,69 20,00BES 4,55 1,150 71249369 1,109 1,165 1,088 15,91 28,49COFINA SGPS 2,71 0,607 241247 0,590 0,625 0,585 #1,34 3,06EDP 0,55 2,368 4735194 2,359 2,370 2,345 0,21 3,41EDP RENOVÁVEIS 0,73 4,160 382812 4,120 4,178 4,069 2 4,16ESFG 3,2 5,490 429943 5,330 5,565 5,330 0 3,98GALP ENERGIA 0,62 12,145 2654867 12,110 12,490 12,110 #1,19 3,27J. MARTINS SGPS 0,79 14,680 578363 14,620 14,680 14,440 #2,28 0,55MOTA ENGIL 0,79 1,914 850275 1,890 1,915 1,850 17,22 22,14PT 1,18 4,200 4181414 4,165 4,220 4,139 8,78 12,03PORTUCEL 0,27 2,557 529686 2,550 2,560 2,535 9,49 12,15REN 0,79 2,159 121908 2,141 2,160 2,140 1,61 5,06SEMAPA 1,64 6,495 45470 6,400 6,497 6,400 9,79 14,15SONAECOM SGPS 0,27 1,485 745821 1,480 1,498 1,478 #0,87 0,27SONAE INDÚSTRIA #0,36 0,548 503390 0,557 0,557 0,540 10,22 12,07SONAE 0 0,744 2639457 0,744 0,749 0,737 3,05 8,30ZON MULTIMÉDIA #0,66 3,150 648542 3,170 3,181 3,100 4,31 6,06

O DIA NOS MERCADOS

AcçõesPSI20Euro Stoxx 50

Variação dos índices face à sessão anterior

Divisas Valor por euroDiário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 472.389.138BES 71.249.369BPI 8.345.305EDP 4.735.194PT 4.181.414

BPI 8,81%BCP 4,65%BES 4,55%

Sonae Indústria -0,36%ZON -0,66%Banif -2,083%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

6,00

6,75

7,50

8,25

9,00

1,32540,821

116,892,6928

1,2112

0,19%0,325%

115,221675,94

3,593%6,314%

1,29%0,07%

2350

2450

2550

2650

2750

5100

5350

5600

5850

6100

0,250

0,325

0,400

0,475

0,550

MANDEL NGAN$AFP

Lew (à esquerda) não merece as graças dos republicanos

O anúncio, ontem, de que Jacob Lew será o secretário do Departamento do Tesouro durante a segunda presi-dência de Barack Obama não deixou Washington a coçar a cabeça. Lew, um judeu ortodoxo de 57 anos com óculos à Harry Potter, era o nome esperado para substituir Timothy Geithner.

A escolha confi rma a tendência de Obama para confi ar num círculo restrito de conselheiros para faze-rem parte do seu executivo: Lew tem estado na Casa Branca desde 2010, primeiro como director do gabinete de orçamento e, no último ano, co-mo chefe de gabinete do Presiden-te americano. No início da semana, Obama nomeou outro membro do seu círculo de conselheiros próxi-mos, John Brennan, para dirigir a CIA.

Enquanto secretário do Tesouro, Jacob Lew será o principal conse-lheiro económico do Presidente e terá um papel activo na formulação das políticas fi scais e económicas do país. Ele também será o princi-pal representante da Administração americana em questões relacionadas com a crise da dívida europeia.

Depois de quatro anos dominados por uma crise fi nanceira global, a es-colha de Lew assinala que o foco da Administração Obama, neste mo-mento, são as batalhas orçamentais com a oposição no Congresso.

Se Lew for confi rmado pelo Sena-do, o seu primeiro teste pode ser já no próximo mês, quando o Congres-so e a Casa Branca vão defrontar-se novamente a propósito do aumento do limite da dívida americana. Esse aumento tem de ser aprovado pelo Congresso, e a Casa Branca diz que isso não deve ser sujeito a negocia-ções porque, no passado, foi sem-pre aprovado, de forma rotineira, ao passo que os republicanos dizem que só apoiam o aumento da dívida se o Presidente concordar em fazer cortes na despesa, em particular na Segurança Social e no sistema de saúde para idosos, o Medicare.

A última vez que Congresso e Ca-sa Branca se defrontaram por causa

Barack Obama escolhe o seu chefe de gabinete para liderar a economia

Que o Presidente tenha escolhi-do a mesma pessoa para negociar com os republicanos nos próximos confrontos sobre o orçamento quer dizer — pelo menos é essa a interpre-tação da imprensa americana — que Obama pretende bater-se vigorosa-mente pela sua agenda económica no segundo mandato.

Lew é um veterano com experi-ência em guerras orçamentais nou-tras administrações. A sua carreira em Washington começou ao lado do speaker democrata Tip O’Neill, que em 1983 forjou um acordo com o seu arqui-rival republicano, o Presidente Reagan, para manter o sistema de Segurança Social solvente. A solução foi aumentar impostos e eliminar be-nefícios. O sucesso do acordo teve a ver com a forma como cada um dos partidos o “vendeu” ao seu eleito-rado: os democratas chamaram-lhe um aumento de impostos, enquanto os republicanos focaram o corte de benefícios. Essa negociação terá sido instrutiva para Jacob Lew, que perce-beu a importância de os dois lados encontrarem algo que lhes permita clamar vitória. A única questão é co-mo é que isso se faz, 30 anos depois, quando os dois partidos estão ainda mais afastados um do outro.

do limite da dívida, em 2011, ele foi aumentado à última hora, depois de um longo e agoniante impasse que levou à primeira desvalorização da nota de crédito (rating) americana na História dos Estados Unidos e que adiou as decisões mais difíceis sobre o orçamento do país para mais tarde. As batalhas que a Casa Bran-ca e os republicanos têm disputado desde as eleições de Novembro — o chamado “precipício orçamental”, que consiste em cortes substanciais e automáticos na despesa pública que podem ter um efeito danoso na eco-nomia — são heranças do falhanço das negociações em 2011.

Enquanto budget director, Jacob Lew foi o principal representante da Casa Branca nessas negociações. Em The Price of Politics, o seu livro sobre as negociações falhadas de 2011, Bob Woodward relata que, a certa altura, o líder dos republicanos no Congres-so, o speaker John Boehner, pediu a Obama para enviar outro negociador que não Jacob Lew. Numa entrevista, Boehner disse que Lew não estava aberto a compromissos. “Jack Lew disse ‘não’ 999 mil vezes. Até que eu pedi ao Presidente para excluí-lo das negociações. Não preciso de alguém que só sabe dizer ‘não’.”

Estados UnidosKathleen Gomes, WashingtonConforme esperado, o Presidente designou alguém do seu círculo mais restrito para a secretaria do Tesouro

Page 22: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

22 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

José Ramos-Horta sabe que tem pela frente uma “missão complexa”: representar o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, num país com um historial de violência político-militar, governado por um poder saído de um golpe. “Será preciso um esforço hercúleo [para] conseguir melhorar a situação na Guiné-Bissau”, considera. De passagem por Lisboa, adverte que não se devem esperar “milagres” da missão que inicia em Fevereiro. Mas o Nobel da Paz e ex-Presidente de Timor-Leste, 63 anos, promete “fazer tudo” para que “não haja medos ou razões para medos, [para] que as pessoas possam dormir tranquilamente nas suas casas”. “Creio que se a ONU conseguir fazer só isto, e se fi zer só isto, já contribuiu bastante.”Já disse que é uma “missão difícil”. Pode explicar porquê? É complexa. Todos os relatórios que temos visto apontam o país como ponto de trânsito da droga da América Latina para a Europa, o que torna a situação extremamente complexa. Complexa já era. Tem que ver com o papel dos militares em todo este historial infi ndável de confl ito, mas também a incapacidade dos políticos de encontrarem um consenso e um road map para a estabilização.Que contributo pode dar?Eu sempre disse [que] a ONU só pode ajudar quem quer ser ajudado. Pode ter sucesso só quando os actores nacionais revelam boa vontade, determinação em porem de lado as diferenças. É incontornável. Um relatório do secretário-geral diz que o tráfi co se agravou desde o golpe de Abril, que terá apoio das Forças Armadas e das elites políticas. Há um historial de violência político-militar. Violações de direitos humanos.

Por onde é que se começa?O chefe do Estado-Maior [António Indjai] negou o seu envolvimento no negócio da droga e pediu ajuda para combater o fenómeno. A ser assim vamos mobilizar recursos para que as autoridades, em parceria com quem de direito, a UE, os EUA, comecem a evitar que [o país] seja ponto de passagem da droga. Parto do princípio de que se autoridades negam o envolvimento e [dizem que] estão dispostas a cooperar, vamos aceitar o desafi o. [E] ao mesmo tempo trabalhar com eles para a modernização das Forças Armadas. A Guiné não enfrenta qualquer ameaça convencional externa, enfrenta problemas de lei e ordem de natureza interna, um deles tem dimensão externa – a droga. As Forças Armadas devem ser redimensionadas para outras tarefas que podem ser patrulha naval, protecção das costas contra pesca ilegal, uso abusivo das águas pelo cartel da droga. Mas, ao mesmo tempo – porque não? – terem forças para missões de paz.Disse que a chefi a militar nega envolvimento no tráfi co, mas há o relatório. Vai confrontar os militares com essa acusação?O meu estilo nunca é de confrontação. A não ser in extremis. Não havendo uma situação de guerra, não estando a decorrer um genocídio e violações fl agrantes, sistemáticas, generalizadas, de direitos humanos …Há denúncias de violações de direitos humanos.Sim, sim, existem violações dos direitos humanos. Mas não do género do que está a acontecer na Síria ou do Ruanda. Malgrado os relatórios inquietantes sobre direitos humanos, a realidade é que a situação não está num ponto em que o Conselho de Segurança vá querer intervir para além do que está a fazer. Será preciso um esforço hercúleo [para] melhorar a situação e sensibilizar quem de direito para ajudar a Guiné-Bissau. Por isso, a melhor estratégia não é

confrontar, é dialogar.Vai ter como interlocutor um poder que não é reconhecido. Não se sente desconfortável?Algumas vezes, o Papa visitou regimes totalitários. E, quando se criticava, o Vaticano respondia que Sua Santidade procura visitar países em difi culdades para melhorar a situação. O secretário-geral ou os seus representantes especiais não querem comparar-se ao Papa, mas a ONU deve estar onde é necessário, mesmo quando o regime não é reconhecido, porque para além do regime estão pessoas, seres humanos.Mas não é confortável.Não vou viver na mesma casa que as pessoas acusadas de tráfi co ou violação de direitos humanos. Vou, no dia-a-dia, tentar fazer tudo para melhorar a vida do cidadão guineense, [para] que não haja medos, [para] que as pessoas possam dormir tranquilamente, [para que] não haja ninguém que

lhes vá bater à porta à noite, retirá-los de casa, impedi-los de circular nas ruas ou de entrar e sair do país. Se a ONU conseguir fazer só isto, e se fi zer só isto, já contribuiu bastante. Eu não espero milagres ou soluções óptimas. Vou fazer o melhor em nome do secretário-geral, em nome do Conselho de Segurança: criar condições para que a paz, a estabilidade e a democracia venham a prevalecer. Acredito que é possível.O primeiro-ministro eleito e derrubado, Carlos Gomes Júnior, pode protagonizar uma solução?Cabe ao partido, o PAIGC [Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde], cabe ao eleitorado, determinarem. E cabe a ele próprio. Eu dialogarei com todos. Ouvi dizer que vai haver um congresso extraordinário, em que decidirão a liderança que vai participar nas eleições de Abril.É o prazo anunciado pelo poder saído do golpe. Será exequível?

Em Bissau “não espero milagres, vou fazer o melhor possível”

Tinha deixado a Presidência e pensava noutros desafi os quando surgiu o convite para ser o representante dosecretário-geral da ONU. Aceitou porque essa é uma missão “prioritária e urgente”

EntrevistaJoão Manuel Rocha TextoEnric Vives Rubio Fotogra!ia

“A ONU só pode ajudar quem quer ser ajudado. Pode ter sucesso só quando os actores nacionais revelam boa vontade”

“Vou criar condições para que a paz e a democracia prevaleçam”

Page 23: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | MUNDO | 23

Não sei, tenho dúvidas. O que é importante é que as eleições se realizem o mais rápido possível, mas sem pressas excessivas. Tem de haver condições razoáveis de recenseamento eleitoral, mas, acima de tudo, um clima de total abertura para que todos os partidos possam concorrer. Timor está a entrar numa nova fase com a saída da ONU. É tempo de caminhar sozinho?Sem dúvida. As condições políticas e fi nanceiras existem, logo signifi ca conseguirmos talvez [concretizar] as nossas ambições: eliminar a pobreza, o analfabetismo, a malária, a dengue, a tuberculose, a subnutrição infantil nos próximos cinco anos. O país está em boas mãos, de dois grandes heróis, reais, não fi ctícios: [o Presidente] Taur Matan Ruak e [o primeiro-ministro] Xanana Gusmão.

Sakine Cansiz, fundadora do PKK

Três mulheres, mortas como se ti-vessem sido executadas, no chão de uma organização curda em Paris, entre uma mercearia bengali e uma loja de telemóveis, perto da Gare du Nord. Ajuste de contas interno ou acção para fazer descarrilar as con-servações de em curso entre as au-toridades turcas e o Partido dos Tra-balhadores do Curdistão (PKK), que pareceram ter tido desenvolvimen-tos inéditos na última semana?

As vítimas eram Sakine Cansiz, uma das fundadoras do PKK, Fidan Dogan, a presidente da organização onde foram encontradas, o Instituto Curdo de Paris (na porta não havia qualquer sinal que identifi casse este instituto), e Leyla Soylemez, descrita como “jovem activista”.

A polícia parisiense disse que po-dia apenas declarar que se tratava de um triplo homicídio. O ministro francês do Interior, Manuel Valls, visitou o local e disse que se tratou “sem dúvida de uma execução”, “um crime muito grave, inaceitá-vel”. A unidade antiterrorismo da polícia foi encarregada pelo caso.

Vozes curdas na Turquia vieram, umas após outras, dizer que se tra-tou de uma sabotagem deliberada das conversações de paz entre as autoridades turcas e o movimento cuja insurreição provocou mais de 40 mil mortos desde 1984.

“Estes assassínios acontecem num momento crucial. Continua a haver operações militares [contra o PKK] e as conversações [com o líder Abdullah Öcalan] continuam”, co-mentou Mehmet Ali Ertas, activis-ta e jornalista na agência noticiosa pró-curda DIHA em Diyarbakir (Cur-distão turco), citado pelo Guardian. “Parece que alguém quer prejudicar a possibilidade de um processo de paz, alguém quer criar caos.”

Ihsan Kacar, da Associação de Direitos Humanos de Istambul, or-ganização não-governamental que se dedica à promoção dos direitos humanos na Turquia, nota que a reacção às notícias da existência de um processo de paz foram muito po-sitivas na Turquia (algo que, subli-nham analistas, não teria acontecido há poucos anos) e que essa reacção

O assassínio de três activistas curdas em Paris ameaça di"icultar conversações de paz

poderá agora mudar. “Estava com muitas esperanças nas conversações, mas depois de ler sobre os assassí-nios em Paris, estas esperanças fo-ram destroçadas”, comentou.

O vice-presidente do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), no poder na Turquia, avançou a hipó-tese de o crime de Paris ter sido um “ajuste de contas” das diferentes fac-ções do PKK. “É sabido que existem divisões e clivagens no seio do mo-vimento”, declarou Hüseiyn Celik. É certo que o PKK tem um historial de execuções internas.

O líder do partido pró-curdo BPD reagiu contra as declarações de o responsável do AKP: “O que me pergunto, face a tal afi rmação, é se aqueles que se apressam a encontrar justifi cações não serão os que estão por trás dos planos para este massa-

cre. Será essa a razão da sua pressa?”A Turquia acusa frequentemente

a França (assim como a Alemanha e a Holanda, onde há muitos curdos turcos) de não extraditarem curdos procurados e de permitirem activi-dades ilegais que fi nanciam depois a guerrilha curda. A polícia france-sa, lembra o diário britânico The Telegraph, detém ocasionalmente curdos suspeitos de fi nanciarem ile-galmente o PKK.

Conversações inéditasCerto é que os assassínios aconte-

cem depois de relatos de vários avan-ços em conversações entre respon-sáveis turcos e a liderança do PKK. Sinal de avanços foi a visita de dois deputados curdos a Öcalan, detido desde 1999 na ilha de Imrali depois de ter sido capturado no Quénia.

Os media turcos falavam de um plano em quatro passos para o desar-mamento do PKK em troca de mais direitos para a minoria curda (cerca de 20% da população da Turquia, 75 milhões), incluindo reformas que removessem os actuais obstáculos à educação em curdo e uma defi ni-ção etnicamente neutra da cidadania turca, assim como o fortalecimento do poder local.

As conversações tiveram o be-neplácito do partido da oposição CHP em Ancara, mas oposição dos nacionalistas do MHP. “O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan ul-trapassou o limite e atirou a âncora do Governo no porto sangrento do terrorismo separatista”, disse Devlet Bahceli, o líder do partido.

Em 2012 o nível de violência re-lacionado com o confl ito curdo su-biu, após o falhanço de conversações secretas em 2009, nota a emissora alemã Deutsche Welle. As forças de segurança turcas dizem ter morto, no ano passado, 1450 guerrilheiros curdos.

Nos cálculos do Governo de Anca-ra para voltar a conversações com os curdos não estarão alheios os desenvolvimentos no Iraque, com os curdos a terem cada vez mais po-der e a colaborarem em negócios de petróleo com a Turquia, e a situação na Síria, em que os curdos sírios to-maram cinta de algumas zonas na fronteira na guerra contra o regime de Bashar al-Assad.

No plano interno, em 2014 há elei-ções presidenciais em que pela pri-meira vez o líder do país vai ser elei-to directamente pelo povo. Erdogan tem sido grande defensor da ideia de um sistema mais presidencialista e deverá esperar ser eleito.

TurquiaMaria João GuimarãesCrime acontece num momento de avanço inédito nas negociações entre Ancara e o PKK

40mil mortos é o número estimado das vítimas do con!lito dos curdos na Turquia. O PKK age sobretudo no Sudeste do país, embora os seus ataques já tenham acontecido também em cidades noutras zonas

1450As forças de segurança turcas dizem que mataram 1450 guerrilheiros curdos durante o ano passado, quando houve um pico de violência relacionado com a insurreição curda após um falhanço de conversações secretas iniciadas em 2009

Ver vídeo emwww.publico.pt

Um aluno do liceu San Joaquin Val-ley, a cerca de 190 quilómetros de Los Angeles, Califórnia, foi ferido ontem num ataque a tiro. A polícia deteve um suspeito pelo ataque, se-gundo responsáveis citados pelos media norte-americanos.

Isto acontece quando o vice-pre-sidente Joe Biden anunciou que vê um consenso emergente sobre al-gumas regras de controlo de armas, como a verifi cação de antecedentes de quem quer comprar uma arma ou a proibição de certo tipo de mu-nições. Biden deverá entregar as recomendações de um grupo de estudo, formado na sequência do massacre de Sandy Hook, ao Presi-dente, Barack Obama, na próxima terça-feira.

O ataque de ontem ocorreu às 9 da manhã, hora local, no liceu de Taft Union, uma comunidade rural e petrolífera do estado da Califórnia, segundo a descrição do Washington Post. O aluno atingido foi transportado por helicóptero para um hospital em Bakersfi eld, a maior cidade nas redondezas. Não havia informação sobre o estado da vítima, nem mais informações sobre o sucedido, depois de relatos anteriores nos media falarem de dois feridos.

Um porta-voz das forças de se-gurança locais disse que o suspeito seria também um aluno, e que uma espingarda tipo shotgun teria sido a arma do ataque.

Uma estação de televisão local, a KERO-TV, disse ter recebido tele-fonemas de pessoas que estavam dentro da escola e se esconderam em armários durante o ataque.

Os Estados Unidos fi caram em choque com o último grande tiro-teio num estabelecimento de ensi-no, em Newtown, Connecticut, em que morreram 20 crianças de seis e sete anos. Barack Obama encar-regou Biden de dirigir um grupo de estudo para sugerir modos de controlar armas nos EUA, onde o direito à posse é assegurado pela Constituição.

Biden, que se reunia ontem com representantes do lobby pró-armas NRA, comentou que era “surpreen-dente a recorrência de sugestões para verifi cação universal de ante-cedentes” de quem queira comprar uma arma. Assim, o grupo deverá focar-se em modos de “fortalecer estas verifi cações”, cita o Washing-ton Post.

Um aluno ferido por tiro em liceu da Califórnia

Estados Unidos

Page 24: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

24 | MUNDO | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

Multidão em Caracas substituiu Hugo Chávez na tomada de posse

RAUL ARBOLEDA$AFP

“Uh, ah, Chávez no se va!”, cantou a multidão no dia em que o Presidente falhou a sua tomada de posse

As ruas de Caracas encheram-se on-tem de apoiantes do Presidente ree-leito Hugo Chávez, impedido de to-mar posse para um quarto mandato consecutivo, conforme previsto, de-pois de uma série de “graves compli-cações” pós-cirúrgicas o obrigarem a permanecer em Cuba, onde vem realizando tratamentos oncológicos.

“Todos somos Chávez”, gritaram os milhares que participaram numa marcha em honra do Presidente, hospitalizado desde meados de De-zembro para uma quarta operação a um cancro na região pélvica (o tipo de cancro e o prognóstico permane-cem envoltos em segredo). A última actualização do boletim clínico de Chávez remonta a segunda-feira. “Está a ser tratado a uma insufi ci-ência respiratória e encontra-se es-tável”, informou o ministro da Co-municação, Ernesto Villegas.

A Assembleia Nacional e o Supre-mo Tribunal de Justiça venezuelanos já tinham considerado que a ceri-mónia de posse era uma mera for-malidade, entendendo que o facto de Chávez suceder a si próprio – tal como o vice-presidente, Nicolás Ma-duro, e o resto do executivo – garan-tia a “continuidade administrativa” do Governo. A cerimónia, “neces-sária mas não determinante”, nas palavras da juíza presidente do Su-premo, poderá ser realizada numa outra data – quando a saúde de Chá-vez melhorar e lhe permitir viajar de regresso ao país, esclareceu Luisa Estella Morales.

A ausência do Comandante, fi gura omnipresente da vida política e so-cial da Venezuela desde a sua eleição em 1999, poderia ter ensombrado a festa ou atirado o país para a in-certeza e crise. No entanto, em vez de exibir fragilidades ou divisões no círculo do poder, o dia da tomada de posse que não aconteceu foi mais uma apoteótica manifestação do al-cance do chavismo. “Uh, ah, Chávez no se va!”, cantou a multidão.

“Infelizmente Chávez não pode estar aqui hoje, mas ele é e será sem-pre o nosso líder. Por isso viemos até aqui para o representar”, esclareceu Marcelo Villegas, um professor cita-do pela AP. Elio Silva, membro do grupo de rebeldes Tupamaro, via-

bido por Hugo Chávez, e que prevê que os países da OPEC estabeleçam condições preferenciais na venda de petróleo aos seus aliados.

Projecto para cumprirNoel Marquéz, um dos organizado-res da marcha em honra de Chávez, insistia à BBC Mundo que a multidão nas ruas era a prova de que o projec-to político proposto pelo Presiden-te – o seu chamado “plano nacional bolivariano” – é para cumprir. Em declarações à AP, o historiador vene-zuelano Elias Pino Iturrieta, estima-va que se tratava da “primeira pági-na do primeiro capítulo do chavismo sem Chávez” – foi seguramente a pri-meira vez que um Presidente falhou a sua própria tomada de posse.

Além de um “sinal para a direita” de que o povo está por trás do novo Governo, Noel Marquéz explicava que a manifestação em Caracas “en-viava para todo o mundo uma men-

jou cinco horas para participar na marcha da capital. “Chávez agora é uma ideologia”, explicou.

Dignitários da América Latina e Caraíbas foram até Caracas para par-ticipar nos vários actos ofi ciais que assinalaram a entrada em funções do novo Governo. Os presidentes da Bolívia, Nicarágua e Uruguai, e representantes da Argentina, Para-guai e até do Suriname, assistiram à tomada de posse do executivo, e reuniram-se com o vice-presidente, Nicolás Maduro, que lhes agradeceu o apoio: “Neste difícil momento his-tórico é que vemos quem são os nos-sos irmãos e amigos verdadeiros.”

E para demonstrar que o Governo não está letárgico, Maduro (que Chá-vez designou como o seu herdeiro político antes de partir para Cuba) autorizou que as câmaras da tele-visão seguissem a reunião em que debateu com os visitantes estrangei-ros o programa Petrocaribe conce-

sagem de tranquilidade e harmonia, e mostrava que os venezuelanos são um povo pacífi co que luta pela jus-tiça social”.

A oposição interna, que exigira a intervenção do Supremo para resolver o impasse da ausência do Presidente, terá concluído que não valia a pena questionar a decisão do tribunal ou pôr em causa a legitimi-dade política de Hugo Chávez, que venceu com mais de 54% dos votos as eleições de Outubro.

“O tribunal deu uma interpreta-ção para resolver o problema do Go-verno, mas o Presidente é Chávez”, declarou Henrique Capriles, o go-vernador de Miranda que concorreu contra o Comandante. Em conferên-cia de imprensa, deputados do bloco parlamentar Alternativa Democrá-tica criticaram a decisão do Supre-mo e convocaram uma manifestação para dia 23 de Janeiro, em defesa da democracia e da Constituição.

O Presidente reeleito permanece em Cuba, com uma insufi ciência respiratória. Supremo Tribunal de Justiça considerou investidura uma mera formalidade e autorizou novo mandato do Governo

VenezuelaRita Siza

O historiador venezuelano Elias Pino Iturrieta estima que se trata da “primeira página do primeiro capítulo do chavismo sem Chávez”

Page 25: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | MUNDO | 25

Muita fruta e legumes não se vendem na Europa por causa da aparência

Líder conservador promete de!inir a sua política europeia

Cerca de metade da comida produzi-da no mundo todos os anos vai para o lixo. Um estudo divulgado ontem revela que 30 a 50% dos alimentos disponíveis não são consumidos, o que se traduz no desperdício de 1,2 mil milhões a dois mil milhões de toneladas de comida. E o problema tende a agravar-se.

O documento intitulado Global Food; Waste not, Want not (Alimentos Globais; Não desperdice, Não queira), elaborado pelo Institution of Mecha-nical Engineers, uma organização do Reino Unido que representa enge-nheiros industriais, aponta moti-vos para o desperdício: condições desadequadas de armazenamento e transporte, adopção de prazos de validade demasiado apertados, ou promoções que encorajam os consu-midores a comprar em excesso.

Outro problema é a preferência dos supermercados por alimentos “perfeitos” em termos de formato, cor e tamanho. O estudo refere que 30% das frutas e legumes plantados no Reino Unido não chegam a ser colhidos, por causa da aparência.

Os números apurados pela institui-ção estão em linha com os dados da FAO (Food and Agriculture Organi-zation, das Nações Unidas), segundo os quais os países industrializados deitam fora um terço da comida dis-ponível, todos os anos. Isto equivale

Metade da comida produzida todos os anos vai para o lixo

a 1,3 mil milhões de toneladas, segun-do a FAO, sufi cientes para alimentar as 868 milhões de pessoas que todos os dias vão dormir com fome. Só em Portugal, é desperdiçado um milhão de toneladas de alimentos por ano (17% do que é produzido pelo país), de acordo com as conclusões do PER-DA - Projecto de Estudo e Refl exão sobre Desperdício Alimentar, apre-sentadas em Dezembro.

O estudo ontem divulgado lembra que as previsões da ONU apontam para um aumento da população mundial até 2075, de três mil milhões de pessoas. Nesse ano, haverá 9,5 mil milhões de bocas para alimentar. “A quantidade de comida desperdiçada no mundo é assombrosa. Esta comi-da poderia ser usada para alimentar a crescente população mundial, além dos que estão a passar fome”, subli-nha em comunicado o director do departamento de Energia e Ambien-te da organização, Tim Fox.

O desperdício de alimentos envol-ve também o gasto desnecessário dos recursos usados na sua produção, como a água, os terrenos, a energia. O documento conclui que cerca de 550 mil milhões de metros cúbicos de água são usados anualmente na produção de alimentos que vão para o lixo. E as previsões não são anima-doras: o consumo de água no mundo chegará aos 13.000 mil milhões de metros cúbicos por ano em 2050, de-vido ao crescimento da procura de alimentos — sobretudo de carne, que exige mais água do que os vegetais no processo de produção. Este valor representa até 3,5 vezes o total de água consumido actualmente.

Por isso, os autores do documen-to recomendam que sejam tomadas medidas urgentes para inverter este cenário.

MUKESH GUPTA$REUTERS

Somam-se os avisos feitos ao pri-meiro-ministro britânico, David Cameron, para a situação delicada em que colocará o Reino Unido se insistir em renegociar os termos da adesão à União Europeia. Depois dos alertas de dirigentes europeus, um responsável da Administração norte-americana deu a entender que a “re-lação especial” entre os dois países pode perder importância se Londres desistir de ter “uma voz forte dentro da União Europeia”.

O aviso de Philip Gordon, secretá-rio adjunto do Departamento de Es-tado para os Assuntos Europeus, foi feito durante uma visita a Londres em vésperas do discurso em que o líder conservador promete defi nir a sua política europeia. A intervenção tem sido antecedida por um aceso debate entre aqueles (a começar pe-lo cada vez mais eurocéptico Partido Conservador) que pedem a Cameron um referendo para decidir se o Reino Unido deve permanecer na UE, e os que avisam que o país perderá infl u-ência se sair da comunidade.

Desde que chegou ao poder, em 2010, Cameron repete que quer re-ver a relação com Bruxelas, “repa-triando” poderes cedidos a Bruxelas e excluindo-se de algumas políticas até agora comuns. Essa revisão, tem dito com insistência, pode acontecer no âmbito de uma renegociação dos

EUA avisam aliados britânicos que devem ter uma “voz forte” na UE

tratados destinada a reforçar a inte-gração dos países da zona euro – um reforço de coesão que Londres diz ser necessário para resolver a crise, mas do qual se quer distanciar.

A intenção de Cameron é que, concluído esse processo, os britâ-nicos sejam chamados a pronunciar-se sobre os novos termos da adesão que, para alguns dirigentes conser-vadores, como o mayor de Londres, Boris Johnson, poderia limitar-se à participação no mercado único.

Questionado sobre este cenário, Philip Gordon alertou que “os refe-rendos têm muitas vezes posto os países a olhar para dentro”, numa al-tura em que seria aconselhável a UE concentrar-se nos desafi os globais. O responsável sublinhou que Londres será sempre um aliado, mas avisou que para os EUA é importante “uma UE unida, que fale a uma só voz e esteja concentrada nos interesses” que são comuns aos dois lados do Atlântico. “Queremos ver o Reino Unido com uma voz forte nessa UE. É esse o interesse americano.”

Um porta-voz de Downing Street limitou-se a elogiar o destaque dado por Gordon à necessidade de a UE ultrapassar a actual discussão inter-na. Mas outros conservadores não esconderam o seu desagrado com o aviso, interpretado como um cla-ro sinal do desagrado com que Wa-shington tem assistido ao reforço do eurocepticismo britânico – as sonda-gens indicam que cresce o número dos eleitores dispostos a votar a favor da saída da UE. “É demasiado tarde para dizermos que não vamos rea-lizar um referendo porque os EUA não querem”, disse à BBC Richard Ottaway, presidente da comissão de Assuntos Externos do Parlamento, considerando ponto assente que a consulta será realizada se os con-servadores vencerem as próximas legislativas, previstas para 2015.

Também na quarta-feira, dez dos maiores empresários britânicos lem-braram o primeiro-ministro que revi-são das relações com a UE “poria em risco o lugar do Reino Unido enquan-to membro e criaria uma prejudicial incerteza para as empresas”.

Já ontem, um dos principais alia-dos políticos da chanceler alemã, Angela Merkel, disse que Londres não pode “chantagear os outros Es-tados” para os forçar a uma renego-ciação. Gunther Krichbaum avisou ainda que Cameron não tem forma de controlar o desfecho de um refe-rendo e que a eventual saída da UE representaria um “desastre econó-mico” para o país.

DiplomaciaAna Fonseca Pereira

Desperdício alimentarMarisa Soares

Planos de Cameron para revisão das relações com a UE criticados por alto responsável americano

Aumento da população mundial, que deverá chegar aos 9,5 mil milhões em 2075, faz temer um agravamento do problema

Breves

Violação em Nova Deli

Visita do presidente do Google

Advogado diz que suspeitos foram torturados na prisão

Norte-coreanos “têm de poder utilizar a Internet”

O advogado que representa três dos cinco acusados pelo rapto, violação e homicídio de uma estudante de Medicina de Nova Deli diz que os seus clientes foram torturados na prisão e coagidos a admitir a culpa pelos crimes. Manohar Lal Sharma, responsável pela defesa do motorista do autocarro, Ram Singh, bem como do seu irmão Mukesh Singh e de Akshay Thakur, disse que um deles foi torturado durante dez dias.“Os seus depoimentos foram todos feitos sob pressão. E as provas foram todas manipuladas para acalmar a fúria e a raiva da opinião pública”, argumentou o advogado antes da segunda audiência do julgamento, uma sessão breve com o tribunal suspender os trabalhos até segunda-feira, para ter tempo de rever a acusação.

Numa visita à Coreia do Norte, o presidente do Google, Eric Schmidt, alertou o país para a necessidade de uma maior abertura no acesso à Internet. “Enquanto o mundo está cada vez mais ligado, a decisão [da Coreia do Norte] de se manter virtualmente isolada vai afectar fortemente o seu mundo físico e o crescimento económico”, disse Schmidt em Pequim, à chegada da visita de quatro dias, que fez com o ex-governador do Novo México, Bill Richardson.O regime “tem de tornar possível que as pessoas usem a Internet”, defendeu Schmidt. O acesso à Internet (só há uma rede interna) está reservado a uma pequena elite. “A Internet é importante para o bem-estar da população da Coreia do Norte”, disse Richardson.

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26 | CIÊNCIA | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

GONÇALO M. ROSA

MADALENA MADEIRA

No cimo da serra da Estrela já não se ouve o coaxar do sapo-parteiro

O fungo dani!ica a pele do sapo-parteiro (em cima) e nos locais mais altos da serra da Estrela, como a lagoa dos Cântaros (ao lado), houve uma grande mortandade deste anfíbio nos últimos anos

O alerta foi dado em 2009. Ibone An-za passeava-se na serra da Estrela e, numa das zonas do planalto superior, a investigadora do Instituto de Inves-tigação de Recursos Cinegéticos, na Cidade Real, em Espanha, encontrou sapos-parteiros mortos junto a uma lagoa. Quando se analisaram os ca-dáveres, descobriu-se que estavam infectados com um fungo que causa uma doença — a quitridiomicose — que é responsável pelo declínio de muitas espécies de anfíbios.

Nos dois anos seguintes, Gonça-lo M. Rosa andou a contar sapos-parteiros na serra da Estrela, num projecto para avaliar o impacto da infecção. Os resultados mostraram um cenário negro: houve uma di-minuição de 67% de sapos-parteiros acima dos 1200 metros de altitude, conclui o estudo agora publicado na revista Animal Conservation por uma equipa internacional. É a primeira vez que se documenta em Portugal o declínio de uma espécie de anfíbio devido a esta doença.

Em poucos anos, o sapo-parteiro deixou de se ouvir durante a época de acasalamento, quando os ma-chos faziam as suas vocalizações. Nem sequer se encontram sinais da praga. “Não tenho visto grande mortalidade porque simplesmente já não há indivíduos. Está-se ali com o camaroeiro, à procura de girinos, e não se encontra nada”, diz Gonça-lo M. Rosa, doutorando do Instituto Durrell da Conservação e Ecologia na Universidade de Kent, no Reino Unido, e no Centro de Biologia Am-biental da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). “O sapo-parteiro pode desaparecer desta região.”

O Alytes obstetricans, o nome cien-tífi co do sapo-parteiro-comum, exis-te na Região Centro e Norte de Por-tugal. Passa a sua vida adulta longe da água, escondido nas rochas. Na serra da Estrela, a espécie reproduz-se a partir da Primavera. Depois, os machos transportam os ovos — daí o nome de sapo-parteiro —, e só quan-do os girinos estão prestes a sair dos ovos é que os machos os libertam para a água. Quando, fi nalmente, se completa a metamorfose, os ani-mais saltam para terra.

ratina na boca, e é lá que o fungo se instala. Depois da metamorfose, cresce para a pele.

“A pele do sapo-parteiro fi ca com uma vermelhidão na zona ventral — barriga e pernas. Os animais come-çam a largar pele com muita frequên-cia e em grande quantidade, o que não é saudável”, explica o biólogo. “O fungo começa a causar buracos na epiderme e provoca uma pertur-bação da função da pele.” No caso dos anfíbios, há uma boa parte da respiração que é cutânea e fi ca com-prometida com a doença. O animal fi ca prostrado e morre.

Regresso em MaioDurante a década de 1990 Pedro Moreira (FCUL) e José Conde (Cen-tro de Interpretação da Serra da Estrela) — outros autores do estudo actual — analisaram a abundância do sapo-parteiro na serra da Estrela. No caso dos girinos, contabilizaram-nos e, nos indivíduos já metamorfosea-dos, avaliaram a sua presença.

Em 2010 e 2011, a equipa voltou aos mesmos locais: riachos, tanques, lagoas e represas acima dos 600 me-tros de altitude. O objectivo era ter uma comparação da evolução da es-pécie. Depois, avaliou-se a presença do fungo em sapos-parteiros vivos, mortos e em girinos.

Pensa-se que o fungo está mais ac-tivo durante mais tempo em tempe-raturas baixas e o resultado da mo-nitorização revelou-se desastroso para os habitats acima dos 1200 me-tros. A equipa concluiu que o sapo-parteiro “desapareceu de 67% dos pontos onde foi encontrado no pas-sado, a reprodução está limitada a 16% dos locais e as larvas são menos abundantes e estão muito infectadas pelo” fungo. A altitudes mais baixas, o fungo está presente, mas não exis-te esta mortalidade.

Gonçalo M. Rosa vai voltar à serra em Maio. A seca prolongada de 2012 confundiu a altura de reprodução dos anfíbios e o biólogo não sabe o que o espera no campo. Ao mesmo tempo, tornou-se num detective. Es-tá à caça de espécimes de anfíbios da serra da Estrela que museus portu-gueses e internacionais possam ter recolhido no passado para tentar saber mais sobre o agente da quitri-diomicose. Não se sabe “se o fungo chegou recentemente ou já lá estava há dezenas ou centenas de anos”.

Em poucos anos, os sapos-parteiros desapareceram da maioria dos locais onde habitavam, a altitudes acima dos 1200 metros. A causa deste declínio é um fungo que tem afectado espécies de anfíbios em todo o mundo

BiodiversidadeNicolau Ferreira

“A Ibone viu os indivíduos mortos depois de terem terminado a meta-morfose”, diz o investigador de 29 anos. Foi na água que apanharam a infecção. Ainda ninguém sabe a 100% de onde emergiu o fungo Batracho-chytrium dendrobatidis. Pensa-se que a doença provém de África e terá sido transportada para o resto do mundo com grande ajuda do homem.

Até ao início da década de 1990, não havia registos de mortes. Mas subitamente começaram a aparecer relatos do fungo em todos os conti-

nentes. O primeiro foi na Austrália, em 1993. Hoje, já infectou mais de 508 espécies, ameaçando de extin-ção 30% dos anfíbios e acelerando o declínio geral deste grupo de verte-brados que, antes, já tinha de lidar com a redução drástica do habitat e a poluição. Mas não se sabe há quan-to tempo é que o fungo já estava na natureza.

Na Península Ibérica, foi identifi -cado pela primeira vez o fungo no sapo-parteiro-comum na serra de Guadamarra, em Espanha, em 1997,

por Jaime Bosch, do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid, um dos autores do novo estudo.

“A quitridiomicose está associada aos insectos e esta é a primeira espé-cie descrita a infectar vertebrados”, explica Gonçalo M. Rosa. O estádio adulto deste fungo lança células mi-croscópicas com fl agelo, que nadam na água e se agarram a superfícies vivas com queratina. A queratina é uma proteína que está na pele dos mamíferos e na dos anfíbios. Os gi-rinos do sapo-parteiro só têm que-

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28 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

Daniel-Day Lewis, o favorito, por Lincoln, 12 nomeações

A Vida de Pi, de Ang Lee: 11 nomeações

Emmanuelle Riva, candidata a melhor actriz por Amor, de Haneke, !ilme que entra em força na corrida

As Bestas do Sul Selvagem, de Benh Zeitlin, o sucesso indie americano do ano, obteve quatro citações

Óscares 2013 favorecem Spielberg, Ang Lee e Michael Haneke

É o regresso do grande circo dos Óscares. Anunciadas ontem de ma-drugada pela actriz Emma Stone e por Seth MacFarlane — o criador de Ted e da série Family Guy, que irá apresentar a cerimónia de entrega a 24 de Fevereiro —, as nomeações para os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográfi cas de Hollywood colocam à cabeça do pelotão Lincoln e A Vida de Pi, e surpreendem ao dar seis citações a Amor — mais do que aos novos fi l-mes de Quentin Tarantino, Kathryn Bigelow ou Paul Thomas Anderson. De fora das categorias mais fortes fi caram os fi lmes mais controver-sos de entre os que se alinharam este ano. Os membros da Academia preferiram, em vez da escravatura de Django Libertado ou da caça a Osama bin Laden de 00h30 A Hora Negra, a nobreza histórica de Lin-coln e a fábula mística de A Vida de Pi, que lideram a lista em número de citações.

Sem surpresas, a biografi a de Abraham Lincoln dirigida por Ste-ven Spielberg (estreia em Portugal a 31 de Janeiro) obteve 12 nomeações em praticamente todas as princi-pais categorias, artísticas e técni-cas, com Daniel Day-Lewis a partir favorito na sua quinta nomeação para o Óscar de melhor actor (ven-ceu por duas vezes, em O Meu Pé Esquerdo e Haverá Sangue). Lincoln recebeu ainda menções para Spiel-berg, Sally Field e Tommy Lee Jones como actriz e actor secundários, e para o dramaturgo Tony Kushner (Anjos na América) pelo argumento adaptado.

A adaptação por Ang Lee do best-seller de Yann Martel sobre o único sobrevivente de um naufrágio em alto mar vem no encalço de Lincoln. A Vida de Pi recebeu 11 nomeações, maioritariamente nas categorias técnicas, mas incluindo melhor fi l-me, realizador e argumento adapta-do. É a terceira nomeação para Lee, que venceu em 2006 com O Segredo de Brokeback Mountain.

Era de esperar o resultado forte da adaptação pelo inglês Tom Hoo-per da peça musical Os Miseráveis;

Nomeações passam ao lado das controvérsias de Django Libertado e 00h30 A Hora Negra

as previsões confi rmaram-se, com oito nomeações, entre as quais me-lhor fi lme, melhor actor (Hugh Ja-ckman) e melhor actriz secundária (Anne Hathaway).

Mas o “empate”, com as mesmas oito nomeações, de Guia para Um Final Feliz, comédia de David O. Russell (The Fighter – Último Round), apanhou muitos de surpresa. A his-tória de um romance truculento en-tre um doente bipolar e uma viúva é o único fi lme a “fazer o pleno” em todas as categorias “nobres”: fi l-me, realizador e actores principais e secundários ( Jennifer Lawrence, Bradley Cooper, Jacki Weaver e Ro-bert de Niro). Segue-se Argo, de Ben A! eck, a história verídica da fuga de Teerão de seis diplomatas ame-ricanos em plena crise dos reféns, com seis nomeações, entre as quais melhor fi lme e actor secundário pa-ra Alan Arkin.

Surpresa maior, contudo, é a força com que Amor, do austríaco Michael Haneke, entrou na corrida. Esperava-se que o vencedor da Pal-ma de Ouro de Cannes fosse citado para melhor fi lme estrangeiro. É-o de facto — ao lado de No, do chileno Pablo Larraín (Tony Manero), do dinamarquês A Royal A! air, do ca-nadiano War Witch e do norueguês Kon-Tiki. Mas Amor entra igualmen-

CinemaJorge Mourinha

Sem surpresas, a biografi a de Abraham Lincoln dirigida por Steven Spielberg obteve 12 nomeações em praticamente todas as principais categorias, com Daniel Day-Lewis a partir favorito na sua quinta nomeação para o Óscar de melhor actor

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | CULTURA | 29

Emma Stone e Seth MacFarlane, que irá apresentar a cerimónia dos Óscares a 24 de Fevereiro

Os nomeadosFilme00h30 A Hora NegraAmorArgoAs Bestas do Sul SelvagemDjango LibertadoGuia para Um Final FelizLincolnOs MiseráveisA Vida de Pi

ActorBradley Cooper, Guia para Um Final FelizDaniel Day-Lewis, LincolnDenzel Washington, Decisão de RiscoHugh Jackman, Os MiseráveisJoaquin Phoenix, O Mentor

ActrizEmmanuelle Riva, AmorJennifer Lawrence, Guia para Um Final FelizJessica Chastain, 00h30 A Hora NegraNaomi Watts, O ImpossívelQuvenzhané Wallis, As Bestas do Sul Selvagemi

Actor secundárioAlan Arkin, ArgoChristoph Waltz, Django LibertadoPhilip Seymour Hoffman, O MentorRobert de Niro, Guia para Um Final FelizTommy Lee Jones, Lincoln

Actriz secundáriaAmy Adams, O MentorAnne Hathaway, Os MiseráveisHelen Hunt, Seis SessõesJacki Weaver, Guia para Um Final FelizSally Field, Lincoln

RealizadorAng Lee, A Vida de PiBenh Zeitlin, As Bestas do Sul SelvagemDavid O. Russell, Guia para Um Final FelizMichael Haneke, AmorSteven Spielberg, Lincoln

te na corrida principal com cinco outras nomeações, e mais fortes que as de Argo: realizador, argu-mento original, melhor filme e melhor actriz para a veterana Em-manuelle Riva, 89 anos de idade.

Muito, aliás, se falou de o “acaso” — sublinhado por Emma Stone na apresentação dos nomeados — ter juntado este ano as actrizes mais jovem e mais idosa jamais nomea-das para o galardão. A mais jovem é Quvenzhané Wallis, de nove anos, “heroína” de As Bestas do Sul Sel-vagem, de Benh Zeitlin (estreia em

Fevereiro), o sucesso independen-te americano do ano, que obteve quatro citações — as outras sendo melhor fi lme, melhor realizador e melhor argumento adaptado.

Para lá de Riva, Wallis e Jennifer Lawrence, as outras candidatas a melhor actriz são Naomi Watts (por O Impossível, de Juan Antonio Bayo-na — estreia a 24 de Janeiro) e Jessi-ca Chastain (00h30 A Hora Negra de Kathryn Bigelow — estreia a 17 de Ja-neiro). Para melhor actor, além de Cooper, Day-Lewis e Jackman, es-tão nomeados Denzel Washington

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(Decisão de Risco, de Robert Zeme-ckis) e Joaquin Phoenix (O Mentor, de Paul Thomas Anderson — estreia a 7 de Fevereiro).

00h30 A Hora Negra e O Mentor são, a par de Django Libertado de Quentin Tarantino (estreia a 24 de Janeiro), os grandes “perdedores” destas nomeações. O Mentor, que deixou críticos e público perplexos desde a sua estreia em Veneza 2012, recebeu apenas nomeações para os seus três actores principais — Phoe-nix, Philip Seymour Ho" man (actor secundário) e Amy Adams (actriz secundária).

00h30 A Hora Negra, actualmen-te no centro de uma controvérsia política à volta da sua descrição dos programas de tortura da CIA, recebeu citações para a actriz Jes-sica Chastain, para o argumentista Mark Boal, para fi lme e para mon-tagem, mas Kathryn Bigelow (me-

lhor realizadora em 2009 por Esta-do de Guerra) não foi nomeada na categoria de realização. Tal como Quentin Tarantino, que vê Django Libertado nomeado para melhor fi lme, argumento e fotografi a, e Christoph Waltz para melhor actor secundário (depois de ter vencido por Sacanas sem Lei), mas sem que ele próprio seja candidato enquan-to realizador.

De salientar que é raro que a es-tatueta de melhor fi lme seja entre-gue a um fi lme cujo realizador não esteja nomeado. Para lá de 00h30 A Hora Negra e Django Libertado, também Argo e Os Miseráveis rece-beram citações para melhor fi lme mas não para melhor realizador, dando a entender não partirem fa-voritos ao prémio máximo.

A 24 de Fevereiro próximo saber-se-ão os vencedores. Até lá, os da-dos estão lançados.

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30 | CULTURA | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

No dia em que completou 87 anos, Júlio Pomar recebeu fi nalmente a prenda que lhe estava prometida desde 2000 pela Câmara Municipal de Lisboa (CML), através do então presidente, João Soares: um espaço para instalar um atelier-museu de-dicado à sua obra. Depois de anos de complicações e burocracias, avanços e paragens, a obra de re-construção do velho armazém na Rua do Vale, perto de São Bento, as-sinada pelo arquitecto Álvaro Siza, está concluída e abre portas já em Abril. Ontem foi por isso dia de se celebrar. “Finalmente está feito.”

Chama-se Rua do Vale mas podia bem ser a Rua Júlio Pomar. É uma rua estreita, com passeios apertados e de apenas um sentido. Típico bair-ro lisboeta, onde já é habitual ver o pintor. É aqui que vive e é aqui que trabalha, ou não fosse o atelier em sua casa. E agora é também aqui que a sua obra vai passar a estar exposta, no número 7 dessa rua, no Atelier-Museu Júlio Pomar.

A longa fachada branca com vá-rias janelas serve quase de caixa-forte do que o interior guarda. Lá

De armazém a atelier-museu, a prenda que Pomar recebeu com doze anos de atraso

está habituado”, conta Siza, expli-cando que o pintor em nada interfe-riu na projecção da obra. Se alguma infl uência existiu na idealização do espaço foi a amizade entre os dois, que “deu um ar de felicidade ao inte-rior”. “Isto assim como está é o que faz mais sentido”, garante o pintor, não escondendo a gratidão também perante António Costa, o actual pre-sidente da câmara.

“Porque é que uma ideia leva 12 anos a ser concretizada?”, questio-na-se Costa, que entregou simbolica-mente a chave do edifício a Pomar, que imediatamente fez questão de a passar a Sara Antónia Matos, a directora do Atelier-Museu. “Não é óbvio que um barracão que estava abandonado devia ser transformado em algo como aquilo que temos aqui hoje? Não é óbvio que é um privilégio para Lisboa ter no seu território uma obra de Siza? Não é óbvio que Júlio Pomar é um artista extraordinário?”, continua o presidente, queixando-se da regulamentação “muito pesada e que complica muito”. Por tudo isto, a obra, paga na sua totalidade pela câmara, fi cou em cerca de 900 mil euros, valor que podia ter sido mais baixo se se tivesse levado menos tem-po, explica Costa.

Nas paredes, para já está apenas um quadro, Praça do Comércio, de 2007. A escolha é simbólica, explica a directora. Além de ter sido a última doação à fundação, apenas há dias, foi a mulher do pintor que ofereceu. “Agora é preciso que chegue Abril para o espaço ganhar vida.”

dentro, num espaço pensado e pro-jectado por Álvaro Siza, estará todo o espólio do pintor pertencente à Fundação Júlio Pomar. Entre pintu-ras, desenhos, gravuras e esculturas, quase 400 obras. Já há exposições programadas e também colabora-ções institucionais, com museus e universidades, em curso. Em Abril vamos saber mais, porque ontem o dia foi de festa. Pomar fez anos e as obras acabaram.

“É um presente de amigos”, diz, não poupando elogios a Siza, arqui-tecto que escolheu para este projec-to. “Este espaço parece-me magnífi -co, parece-me uma grande lição dada pelo Siza, que é o menos fantasista dos arquitectos que conheço, tudo o que ele faz é pensado e sentido”, acrescenta, lamentando no entan-to as burocracias e problemas que a obra levantou ao longo do tempo e que levou a constantes adiamentos.

Uma obra que levou 12 anos Desde que João Soares deliberou que o edifício seria para Júlio Pomar que mais três presidentes (Carmona Ro-drigues, Santana Lopes e António Costa) passaram pela CML, tal foi a quantidade de avanços e recuos. O projecto inicial, que seria a criação de um atelier, foi abandonado à me-dida que os anos foram passando. Hoje, Pomar tem um museu. “Por-que tem mais lógica”, diz. “O que não quer dizer que não faça os seus desenhitos, mas acredito que traba-lhará muito melhor, no seu atelier mesmo aqui em frente e ao qual já

ArtesCláudia CarvalhoFoi ontem apresentado à imprensa o Atelier-Museu Júlio Pomar, onde a sua obra será exposta. Espaço abre ao público em Abril

RUI GAUDÊNCIO

O pintor Júlio Pomar (à esquerda) com o arquitecto Álvaro Siza durante a visita ao atelier

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32 PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013CLASSIFICADOS Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30De seg a sex das 09H às 19HSábado 11H às 17H

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Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Processo: 886/09.3T2SNT

Execução Ordinária

ANÚNCIOExequente: Bolsimo - Gestão de Activos S.A.Executado: Mário João Pinto Paiva e outro(s)...Correm éditos de 20 dias para citação dos credores desconhecidos que gozem de garantia real sobre os bens penhorados ao(s) executado(s) abaixo indicados, para reclamarem o pagamento dos respetivos créditos pelo produto de tais bens, no prazo de 15 dias, fi ndo o dos éditos, que se começará a contar da segunda e última publicação do presente anúncio.Bens penhorados:TIPO DE BEM: ImóvelREGISTO: 649ART. MATRICIAL: 6913.ºDESCRIÇÃO: Fração autónoma designada pela letra G a que corresponde uma habita-ção no 1.º andar, Frente, com arrecadação na cave, do prédio urbano em regime de pro-priedade horizontal, sito na Praceta Carlos Pinhão, n.º 7, no Casal de São José, Lote 21, Freguesia de Algueirão - Mem Martins, Con-celho de Sintra, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o N.º 649, e inscrito na respectiva matriz predial sob o art.º 6913.º, da referida freguesia.PENHORADO A:EXECUTADO: Mário João Pinto Paiva. Do-cumentes de identifi cação: BI - 11211538, NIF - 210916966. Endereço: Bairro da Quinta da Lage Rua C, n.º 6, Falagueira, 2700-694 AmadoraFIEL DEPOSITÁRIO: João Gonçalves Bor-regana. Documentos de identifi cação: BI - 2417929, NIF - 110361393. Endereço: Rua Professor Dr. Jorge Mineiro, 19 - 1.º Esq.º Queluz de Baixo, 2745-573 BarcarenaN/Referência: 19824662Sintra, 18/12/2012

O Juiz de DireitoDr. João Paulo Raposo

A Ofi cial de JustiçaMaria da Graça Rodrigues

Público, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE OEIRAS

3.º Juízo Competência CívelProcesso: 9670/12.6TBOER

ANÚNCIOReforma de DocumentosRequerente: Locarent Companhia Portuguesa Aluguer Viaturas, SARequerido: Med First, LdaConvida-se o detentor do título Con-trato-Quadro n.º 43476, bem como dos Contratos de AOV das viaturas, abaixo identifi cadas que se presume perdido ou desaparecido na locali-dade de Porto Salvo - Lagoas Park, Edifício 11, 3.º Piso, 2740-244 Porto Salvo, a apresentá-lo na secretaria deste Tribunal, até à conferência de interessados, que se realizará no dia 28-01-2013, pelas 15:00 horas.VIATURAS:Marca ALFA ROMEO, modelo Alfa Giullieta Diesel (191), versão 1.6 JTD Distinctive 5P (105 cv), com a renda mensal de !: 499,04 (IVA incluído);Marca FORD, modelo Fiesta Van Diesel, versão 1.4 TDCI 3P (70 cv), com a renda mensal de !: 350,67 (IVA incluído);Marca FORD, modelo Fiesta Van Diesel, versão 1.4 TDCI 3P (70 cv), com a renda mensal de !: 350,67 (IVA incluído);Marca VOLVO, modelo XC60 Diesel, versão 2.0 D3 Geatronic 5P (163 cv), com a renda mensal de !: 1.052,60 (IVA incluído).N/ Referência: 11551344Oeiras, 02-01-2013.

A Juíza de DireitoDr.ª Ausenda Brás Moreira Pires

A Ofi cial de JustiçaMaria Filomena F. Quintas

Público, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DE LOURES3.º Juízo Cível

Processo n.º 4092/08.6TCLRS

ANÚNCIOAção Esp. Cump. Obrig. DL 269/98 (Supe-rior Alçada 1.ª lnst.ª)Autor: Optimus - Telecomunicações, S.A.Ré: Bárbara Severo GuerreiroFica a Ré, Bárbara Severo Guerreiro, com última residência conhecida na Rua 20 de Dezembro, n.º 6 - Lj., 1685-607 Caneças, para contestar, querendo, no prazo de 20 dias contados da data da publicação do último anúncio, a ação acima identifi cada, com a advertência de que na falta de con-testação poderá ser conferida força execu-tiva à petição. Fica ainda advertido de que as provas devem ser oferecidas na audi-ência de julgamento, podendo apresentar até 5 testemunhas e que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.O pedido consiste no pagamento de ! 5.463,58, proveniente de contrato, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Se-cretaria, à disposição do citando.Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.N/Referência: 15827297Loures, 04-01-2013

O Juiz de Direito - Dr. Dias CoelhoA Ofi cial de Justiça - Cristina Coelho

e SousaPúblico, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

ANÚNCIOProcesso: 7283/10.6TBSTBExequente: Caixa Geral de Depó-sitos, S.A.Executadas: Balbina Baltazar dos Santos e Milene Viegas de SousaVenda mediante propostas em carta fechadaNos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 19 de Fevereiro de 2013, pelas 14:30 horas, neste Tribunal para a abertura de propostas, que até esse momento sejam entregues na referida Vara de Competência Mista, do Tribunal Judicial de Setúbal, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma designada pela letra F-3, correspondente ao segundo andar F, do prédio urbano, sito em Rua do Moinho, n.º 2 e 4, freguesia de Setúbal (S. Sebastião), concelho de Setúbal, descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Setúbal, sob a

fi cha 2864/19920402-F-3, da fre-guesia de Setúbal (S. Sebastião), e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o art.º 9860.O bem será adjudicado a quem melhor preço oferecer, acima de 85% do valor-base de 56.000,00 euros (cinquenta e seis mil eu-ros), ou seja, 47.600,00 euros (quarenta e sete mil e seiscentos euros).É fi el depositária a executada Balbina Baltazar dos Santos, que a pedido o deve mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) jun-tar à sua proposta, como cau-ção, cheque visado, à ordem da Agente de Execução, no montan-te correspondente a 5% do valor anunciado para a venda.

A Agente de ExecuçãoCremilde Pinto

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel.: 212532702 Fax.: 212552353E-mail: [email protected]

Público, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBALVara de Competência MistaCREMILDE PINTO

Agente de ExecuçãoCédula 2639

MensagensANA MASSAGISTADIPLOMADA - 27A,bonita, simpática.Massage relax, body.7Rios - 10/22h.Telm: 96 688 17 14

ANÚNCIOHELENA CHAGAS

Agente de ExecuçãoCédula 2621

Processo: 20782/10.0YYLSBExequente: Caixa Geral de Depósi-tos, S.A.Executado: Filipe Sérgio Gomes AlfaiateVenda mediante propostas em carta fechadaNos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 31 de Janeiro de 2013, pelas 09:30 horas, neste Tribunal para a abertura de pro-postas, que até esse momento sejam entregues na referida 1.ª Secção, do 1.º Juízo, dos Juízos de Execução de Lisboa, pelos interessados na com-pra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma designada pela le-tra F, correspondente ao segundo an-dar esquerdo, do prédio urbano, des-tinado a habitação, sito em Avenida Sacadura Cabral, n.º 16, freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Lisboa, sob a fi cha 3165/20021120-F, da freguesia de São Sebastião da Pedreira, e inscrito na respectiva matriz predial

urbana sob o art.º 733 da Freguesia de São João de Deus.O bem será adjudicado a quem me-lhor preço oferecer, acima de 70% do valor-base de 169.300,00 euros (cento e sessenta e nove mil e tre-zentos euros) ou seja, 118.510,00 euros (cento e dezoito mil quinhentos e dez euros).É fi el depositário o executado Filipe Sérgio Gomes Alfaiate, que a pedido o deve mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem da Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda.Encontra-se pendente decisão de oposição à execução apresentada pelo executado.

A Agente de ExecuçãoHelena Chagas

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel. 212532702 Fax 212552353

Público, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

JUÍZOS DE EXECUÇÃO DE LISBOA1.º Juízo - 1.ª Secção

Agente de Execução, Alexandra Gomes CP 4009, com endereço profi ssional em Rua D. Sancho I, n.º 17 A/B, 2800-712 AlmadaNos termos do disposto no artigo 890.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda dos bens adiante designados:Bens em VendaTIPO DE BEM: Imóvel - Prédio MistoARTIGO MATRICIAL: Urbano n.º 8752; rústico n.º 161, secção n.º E Serviço de Finanças de Setúbal 2DESCRIÇÃO: VERBA 1: Prédio misto com-posto por parcela de terreno de cultura hortícola de regadio, com árvores de fruto, vinha e casa de arrecadação de alfaias agrícolas, sito em Picheleiro, freguesia de S. Lourenço, distrito e concelho de Setú-bal, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob o artigo 161 Secção n.º E e matriz predial urbana sob o artigo 8752 do Serviço de Finanças de Setúbal 2 e descri-to na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o número 2691.PENHORADOS EM: 15-03-2011INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:

EXECUTADO: Manuel Clemente Leal Silva, portador do NIF: 112.915.272 e BI 4562665, com residência na Rua Rogério Figueiroa, Rego 20, 2565-001 Turcifal.MODALIDADE DA VENDA:Venda mediante propostas em carta fe-chada, a serem entregues na Secretaria do supra-mencionado Tribunal, pelos in-teressados na compra, fi cando como data fi xada para abertura das propostas o dia 22 de Janeiro de 2013, pelas 10.00 horas.VALOR-BASEVERBA 1: Serão aceites propostas iguais ou superiores a 70% do valor de 184.822,51 !.A sentença que se executa está pendente de recurso ordinário: NãoEstá pendente oposição à execução: NãoEstá pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente graduação de créditos: Não

A Agente de Execução Alexandra Gomes

Rua D. Sancho I, n.º 17 A/B - 2800-712 AlmadaE-mail: [email protected].: 210 833 058- Fax: 212 743 259Público, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

Alexandra GomesAgente de Execução

CPN 4009

TRIBUNAL JUDICIAL DE SETÚBALVara de Competência Mista

ANÚNCIO DE VENDA

Processo n.º 3582/10.5TBSTBExecução Comum (Sol. Execução)

Ref. Interna: PE/510/2010Exequente: Banco Espírito Santo, S.A., Sociedade Aberta

Executado(s): Manuel Clemente Leal Silva e outros

JUÍZOS CÍVEIS DE JUÍZOS CÍVEIS DE LISBOA (6.º A 8.º)LISBOA (6.º A 8.º)

8.º Juízo CíbvelProcesso n.º 2430/11.3YXLSB

ANÚNCIODespejo (Sumario)Autor: Imocrescente - Fundo de In-vestimento FechadoRéu: Fernando Joalheiro, Lda.Nos autos acima identifi cados. cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citandoRéu: Fernando Joalheiro, Lda., NIF: 501993665, domicílio: Rua dos Fan-queiros, 122, 3.º Esquerdo, 1100-232 Lisboa, com última residência conhe-cida na(s) morada(s) indicada(s) para no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar; queren-do, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a con-fi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es), podendo no mesmo prazo deduzir em reconvenção o seu direito a indemnização e/ou benfeitorias, e que em substância o pedido consis-te, em ser decretada a resolução do contrato de arrendamento e imediato despejo da ré do locado e ainda no pagamento de ! 19.439,21, acres-cidos de juros, tudo como melhor consta do duplicado da petição ini-cial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigatória a constituição de mandatário judicial.N/Referência: 12282480Lisboa, 20-12-2012

O Juiz de DireitoDr. Virgílio Augusto Meireles

O Ofi cial de JustiçaJosé Joaquim Conceição

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TRIBUNAL DE FAMÍLIAE MENORES E DE

COMARCA DE CASCAIS1.º Juízo Cível

Processo: 2314/12.8TJLSB

ANÚNCIODespejo (Sumário)Autor: Companhia de Seguros Tranquilidade, S.A.Ré: Isabel Itella MouraNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publica-ção do anúncio, citando:Ré: Isabel Itella Moura, NIF - 250821761, domicílio: Rua Frederico Arouca, 45 - 1.º, Loja 1, 2750-355 CASCAIS, com últi-ma residência conhecida na(s) morada(s) indicada(s) para, no pra-zo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, contestar, querendo, a ação, com a cominação de que a falta de contestação importa a confi ssão dos factos articulados pelo(s) autor(es), podendo no mes-mo prazo deduzir em reconveção o seu direito a indemnização e/ou benfeitorias, e que em substância o pedido consiste em ser decretada a resolução do contrato de arrenda-mento existente entre a autora e a ré, e o despejo imediato da ré do local arrendado, tudo como melhor consta do duplicado da petição ini-cial que se encontra nesta Secreta-ria, à disposição do citando.Fica advertido de que é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial.N/ Referência: 10722131Cascais, 19-12-2012.

A Juíza de DireitoDr.ª Maria Madalena Martins Lopes

A Ofi cial de JustiçaMaria da Conceição Bicho

Público, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

Instituto Politécnico de Coimbra

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Nos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando a ausente Yara Patrícia Teixeira Santos, com a última residência conhecida na Rua Capi-tão Salgueiro Maia, n.º 10 - 2.ª Cv C, Mem Martins, para no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, proceder à entrega do bem objecto da presente execução, ou deduzir oposição.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos documentos estão à sua disposição na secretaria dos Juízos de Execução de Lisboa.Findo esse prazo, e caso não se oponha à execução no prazo indicado e não proceda à entrega voluntária do bem objecto da presente execução, seguem-se os termos do artigo 930.º do C.P.C. É ainda advertida:- Que o prazo acima indicado suspende-se, no entanto, durante as férias judiciais e que terminando em dia que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu tempo para o primeiro dia útil seguinte.- Que é obrigatória a constituição de mandatário judicial, nos termos do art.º 60.º do CPC.- Sendo requerido nos Serviços de Segurança Social o benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citan-do, juntar aos presentes autos, no prazo da oposição, documento com-provativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompida até notifi cação da decisão do apoio judiciário (n.º 4 e 5 do art.º 25.º) da Lei n.º 30 E/2000, de 20/12).Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.Foram afi xados editais na Junta de Freguesia de Algueirão - Mem Mar-tins, na Comarca da Grande Lisboa - Noroeste Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2 e na porta do prédio.

O Agente de Execução - Hélder RodriguesAv. 5 de Outubro, 156 - 3.º, 1050-062 LISBOATelf. 21 848 12 29 - Fax 21 315 73 63 - e.mail: [email protected]ário de atendimento: Dias úteis das 9.00 às 11.00hPúblico, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

Comarca da Grande Lisboa- Noroeste Sintra

Juízo de Execução - Juiz 2

EDITALCITAÇÃO AUSENTE EM PARTE INCERTA

(ARTIGOS 244.º E 248.º C.P.C.)

HÉLDER RODRIGUESAgente de Execução

Cédula n.º 3268

Processo: 16226/12.1T2SNTProcesso ExecutivoExecução Comum (Sol. Execução)Referência Interna: PE/160/2012

Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executada: Yara Patrícia Teixeira Santos

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE

COMARCA DE LOURES1.º Juízo Família e Menores

Processo: 4091/05.0TCLRS-BAlteração da Regulação das Responsabilidades Parentais

ANÚNCIORequerente: Ana Maria São Marcos Jorge BrandãoRequerido: José Manuel Rodrigues BrandãoNos autos acima identifi cados, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anún-cio, citando o(a) requerido(a) Requeri-do: José Manuel Rodrigues Brandão, fi lho(a) de Manuel Brandão e de Alzira Rodrigues, nascido(a) em 11-10-1963, freguesia de Távora (São Vicente) (Ar-cos de Valdevez), nacional de Portugal, BI - 11236008, domicílio: Lugar da Igre-ja, n.º 21, Távora de S. Vicente, 4970-635 Távora de S. Vicente, com última re-sidência conhecida na morada indicada para no prazo de 10 dias, decorrido que seja o dos éditos alegar o que tiver por conveniente, nos termos do disposto no art.º 182.º n.º 3 da OTM, tudo como melhor consta do duplicado da petição inicial que se encontra nesta Secretaria, à disposição do citando.Terminando o prazo em dia que os tri-bunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte.Fica advertido(a) de que não é obrigató-ria a constituição de mandatário judicial, salvo na fase de recurso.N/ Referência: 15756353Loures, 19/12/2013

O Juiz de DireitoDr. José António Fachadas Aresta Moita

A Ofi cial de JustiçaMaria Adelaide N. Almeida

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ADMISSÃO DE PESSOAL MÉDICO O Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E, torna público a abertura de processo de recrutamento de médicos que tenham concluído o respetivo internato médico, e obtido o grau de especialista na correspondente área profi ssional de especialização na 2.ª época de 2012, para celebração de contrato individual de trabalho por tempo indeterminado, ao abrigo do Código de Trabalho, em regime horário de trabalho de 40 horas semanais, para as seguintes especialidades e números de vagas: Anestesiologia – 1 vaga; Cirurgia geral – 2 vagas; Ginecologia/obstetrícia – 2 vagas; Medicina física e reabilitação – 1 vaga; Medicina interna – 3 vagas; Neurologia – 1 vaga; Oftalmologia – 1 vaga; Ortopedia – 1 vaga; Pediatria – 3 vagas; Psiquiatria – 1 vaga.

APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS E PRAZOS:As candidaturas deverão ser formalizadas mediante requerimento individual dirigido ao Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, e entregues no Serviço de Gestão de Recursos Humanos, no período das 09.00h às 12.00h e das 14.00h às 16.30H, ou enviadas pelo correio para Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E. – Sítio do Poço Seco - 8500-338 Portimão, com aviso de receção.A publicação integral dos procedimentos concursais foi efetuada nos Diários da República, 2.ª série, n.º 4 e n.º 5, de 7 e 8 de janeiro de 2013, respetivamente. Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, E.P.E. 10 de janeiro de 2013

O VOGAL DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃODr. Francisco José de Matos Viegas Gouveia Coutinho

SetúbalMaria Isabel Guerreiro

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Page 33: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

33PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 CLASSIFICADOS

CITAÇÃO DE AUSENTE EM PARTE INCERTA(artigos 244.º e 248.º do CPC)

A CITARCustódio José Neto Flamínio e Eliana Chulu Coimbra Flamionio, por si e na qualidade de legal represen-tante da Sociedade Lenhasul - Comércio de Madeiras e Cortiças, Lda.Processo: 148/09.6TBMMNAv. Gago Coutinho, Palácio da Justiça - 7050-101 Montemor-o-NovoExecução para pagamento de quantia certa sob a forma comumValor: ! 29.453,77Exequente: Banco Espírito Santo, S.A., Socieda-de AbertaExecutados: Custódio José Flamínio e outro(s)...OBJECTO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃONos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss. do Código de Processo Civil (CPC), cor-rem éditos de 30 (trinta) dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(s) ausente(s) Custódio José Neto Flamínio e Eliana Chu-lu Coimbra Flamionio, por si e na qualidade de legal representante da Sociedade Lenhasul - Comércio de Madeiras e Cortiças, Lda., com última residência conhecida na Praça Cândido dos Reis, Lote 15 em Vendas Novas, para no prazo de 20 (vinte) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ou deduzir oposição à execução e à penhora supra-referenciada, e no mesmo prazo à penhora, nos termos do art.º 813.º, n.º 1 e 2 do CPCP.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos documentos encontram-se à disposição do citando no escritório do signatário indicado em rodapé.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. e tendo em consideração o valor do processo, para deduzir oposição é obrigatória a constituição de Advogado.COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução e/ou à penhora no prazo supra-indicado ou não pagar ou caucionar a quantia exequenda, seguem-se os termos do artigo 832.º do CPC, sendo promovida a penhora dos bens necessários para garantir o pagamento da quantia exequenda, acrescido de 20%, nos termos do dispos-to no n.º 3 do artigo 821.º do CPC.PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOSPoderá efectuar o pagamento da quantia exequenda mediante o levantamento de guia de depósito junto do escritório do signatário nos dias e horas constan-tes do rodapé.Pode igualmente solicitar, a qualquer momento, na secretaria do Tribunal supra-referido, ainda que verbalmente, guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não estejam solvidos pelo produto da venda ou adjudi-cação de bens.À quantia exequenda acrescem, além dos juros calcu-lados nos termos do pedido, a taxa de justiça devida e os honorários do solicitador de execução, que nesta data ascendem a ! 1.600,00.Após a realização da penhora o valor dos honorários e despesas sofrerá agravamento, de acordo com a tabela publicada em anexo à Portaria n.º 708/2003, de 04.08.2003.Editais legais encontram-se afi xados na porta do último domicílio conhecido do citando, na Junta de Freguesia respectiva e no Tribunal Judicial da co-marca da última residência do citando. São também publicados dois anúncios consecutivos no jornal Público. Os prazos começam a contar da publicação do último anúncio.

O Agente de Execução - Manuel Vaz de São PayoRua Bernardim Ribeiro, n.º 20 - 2.º 1150-071 Lisboa.Tlfs. 21 314 03 63. Fax: 21 357 01 [email protected]úblico, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

Manuel Vaz de São PayoAgente de Execução

Cédula 3611

TRIBUNAL JUDICIAL DE MONTEMOR-O-NOVO

1.º Juízo Cível

EDITALProcesso 26741/09.9T2SNTExequente: Caixa Geral de Depósi-tos, S.A.Executados: Maria José Nobre Fer-nandes Soares e Pedro Manuel Bas-tos Rodrigues SoaresVenda mediante propostas em carta fechadaNos autos acima identifi cados, encontra-se designado o dia 05 de Março de 2013, pelas 09.30 horas, neste Tribunal para a abertura de pro-postas que até esse momento sejam entregues no referido Juiz 1, do Juízo de Execução, da Comarca da Gran-de Lisboa - Noroeste - Sintra, pelos interessados na compra do seguinte bem imóvel:Fracção autónoma, designada pela letra G, correspondente ao terceiro andar direito, com sótão para arru-mos e despensa, e um lugar de es-tacionamento no rés-do-chão com a letra G, do prédio urbano, destinado a habitação, sito em Rua Dr. Domin-gos Machado Pereira, n.º 3 e 3-A, fre-guesia e concelho de Mafra, descrito na Conservatória do Registo Predial

de Mafra, sob a fi cha 4876/20030306-G, da freguesia de Mafra, e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o art.º 8726.O bem será adjudicado a quem me-lhor preço oferecer, acima de 85% do valor-base de 121.000,00 euros (cen-to e vinte e um mil euros), ou seja, 102.850,00 euros (cento e dois mil e oitocentos e cinquentas euros).São fi éis depositários os executados Maria José Nobre Fernandes Soares e Pedro Manuel Bastos Rodrigues Soares, que a pedido o devem mostrar.O(s) proponente(s) deve(m) juntar à sua proposta, como caução, cheque visado, à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 5% do valor anunciado para a venda.

O Agente de ExecuçãoJosé Maria Soares

Rua Alberto Serpa, 19-A2855-126 St.ª Marta do PinhalTel.: 212532702 Fax.: 212552353E-mail: [email protected]úblico, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

JOSÉ MARIA SOARESAgente de Execução

Cédula 2616

COMARCA DA GRANDE LISBOA- NOROESTE - SINTRA

JUÍZO DE EXECUÇÃO - JUIZ 1

A abertura ao diálogo social, a defesa da participação dos trabalhadores na empresa, a renovação das relações de trabalho e o empenhamento refl exivo no desenvolvimento de novos temas e abordagens ao fenómeno do trabalho marcaram, entre outros ideais, a personalidade de Agostinho Roseta. Por Despacho ministerial, foi instituído em 2000 o Prémio Agostinho Roseta, que pretende homenagear pessoas singulares e colectivas que, em cada ano, mais se tenham distinguido na implementação e difusão de boas práticas em domínios relevantes para a melhoria e dignifi cação do trabalho, e das condições em que é prestado, e para o incremento do diálogo social, ou na realização de estudos e trabalhos de investigação sobre estas matérias.

O Prémio Agostinho Roseta destina-se a homenagear as pessoas singulares e colectivas que, em cada ano, mais se tenham distinguido na implementação e difusão de boas práticas em domínios relevantes para:

• a melhoria e dignifi cação do trabalho• a melhoria das condições em que o trabalho é prestado• o incremento do diálogo social

ou na realização de estudos e trabalhos de investigação sobre estas matérias.BOAS PRÁTICAS - Boas práticas nos domínios de participação dos trabalhadores nas empresas, qualifi cação dos recursos humanos, inovação organizacional, segurança e higiene no trabalho, contratação colectiva, concertação social e cidadania empresarial.ESTUDOS E INVESTIGAÇÃO - Estudos e trabalhos de investigação no âmbito das relações laborais, segurança e higiene no trabalho, participação dos trabalhadores nas empresas, concertação social, sindicalismo e associativismo, emprego e formação profi ssional e conciliação da vida profi ssional e familiar.A cada uma das categorias do Prémio, respectivamente “BOAS PRÁTICAS” e “ESTUDOS E INVESTIGAÇÃO”, será atribuída uma prestação pecuniária no montante de ! 12 500.As candidaturas ao Prémio deverão ser entregues a partir de 1 de Dezembro até 15 de Janeiro de 2013 nas cinco Delegações Regionais do Instituto do Emprego e Formação Profi ssional.Para mais informações, consultar o Regulamento do Prémio Agostinho Roseta, e as fi chas de candidatura disponíveis no site www.iefp.pt ou as Delegações Regionais do IEFP, IP:

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO P R É M I O A G O S T I N H O R O S E T A

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Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Rua Engº Ezequiel Campos, 488 Av. Fernão de Magalhães, 660 R. das Picoas, 14 4149-004 Porto 3000-174 Coimbra 1069-003 Lisboa Tel.: 22 615 92 00 Tel.: 239 86 08 00 Tel.: 21 356 38 01/3 Fax: 22 617 15 13 Fax: 239 86 08 01 Fax: 21 354 05 39 Alentejo Algarve R. do Menino Jesus, 47, 49 e 51 R. Dr. Cândido Guerreiro, 45 - 1º - Edifício Nascente 7000-952 Évora 8000-318 Faro Tel.: 266 760 500 Tel.: 289 80 36 56 Fax: 266 760 523 Fax: 289 82 47 61

EDITALCITAÇÃO DE AUSENTE EM PARTE INCERTA

(Artigos 244.º e 248.º do CPC)

ANA MARIA SILVA RUCHAAgente de Execução

Cédula 2769

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALENQUER2.º Juízo

Proc. 583/06.1TBALQ - Avenida 25 de Abril - AlenquerExecução para pagamento de quantia certa sob a forma comum

Valor: ! 1.689,32Exequente(s): SECIL BETÃO, INDÚSTRIAS DE BETÃO, S.A.

Executado(s): DEMOL & CONSTROI CONSTRUÇÕES, UNIPESSOAL, LDA.

A CITAR: DANIEL MONTEIRO HENRIQUES na qualidade de representante legal de Demol & Constroi Construções, Unipessoal, Lda.OBJECTO E FUNDAMENTAÇÃO DA CITAÇÃO.Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 248.º e ss. do Código de Processo Civil (CPC), correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data da afi xação dos editais, ci-tando o ausente Daniel Monteiro Henriques na qualidade de representante legal de Demol & Constroi Construções, Uni-pessoal, Lda., com última residência conhecida no Casal do Mato Santo, s/n, Antas, na freguesia de Carnota, concelho e comarca de Alenquer, nos termos do artigo 833.º n.º 5 do CPC, para no prazo de 10 (dez) dias, decorrido que seja o dos éditos, opor-se à execução, pagar ou indicar bens para penhora, com a advertência das consequências de uma de-claração falsa ou de falta de declaração, nos termos do n.º 7 do artigo 833.º do CPC, ou seja, se não indicar quaisquer bens à penhora e posteriormente se verifi que que tenha bens penhoráveis, fi ca sujeito a sanção pecuniária compul-sória, no montante de 1% da dívida ao mês, desde a data da omissão até à data da descoberta dos bens.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos docu-mentos encontram-se à disposição do citando na secretaria do 2.º Juízo do Tribunal Judicial de Alenquer ou no escritório da Agente de Execução indicado em rodapé.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do CPC é obrigatória a constituição de Advogado quando o valor da execução seja superior à alçada do tribunal de primeira Instância (5.000,00 euros).

COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução consideram-se confes-sados os factos constantes do requerimento executivo, seguindo-se os ulteriores termos do processo.PAGAMENTO, DESPESAS E HONORARIOSPoderá efectuar o pagamento da quantia exequenda me-diante o levantamento de guia de depósito do escritório da signatária nos dias e horas constantes do rodapé.Pode igualmente solicitar, a qualquer momento, na secreta-ria do tribunal, ainda que, verbalmente, guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não estejam solvidos pelo produto da venda ou adju-dicação de bens.À quantia exequenda acrescem, para além dos juros cal-culados nos termos do pedido, a taxa de justiça inicial no montante de ! 22,25 e os honorários e despesas do Agente de Execução, que nesta data ascendem a ! 400,00.Este edital encontra-se afi xado na porta do último domicílio conhecido do citando, na Junta de Freguesia respectiva e no Tribunal Judicial da Comarca da última residência do citan-do. São também publicados dois anúncios consecutivos no jornal Público. Os prazos começam a contar da publicação do último anúncio.

A Agente de Execução - Ana Maria Silva RuchaLargo José Vaz Monteiro, n.º 1, r/c Esq. - 2630-248ARRUDA DOS VINHO - Telf. 263 978 086 - Fax. 263 978 652E-mail: [email protected]ário de Atendimento: Dias úteis - das 16h às 18hPúblico, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

VENDA DE IMÓVELAnúncio de Venda por Proposta em Carta Fechada

O Administrador de Insolvência vai proceder à venda, na modalidade de proposta em carta fechada, nos termos das disposições do CPC, do bem imóvel constante da verba única do Auto de Arrolamento e de Apreensão de Bem Imóvel de 24 de Setembro de 2012, junto aos autos do Processo 339/12.2TBNZR - Secção Única do Tribunal Judicial da Nazaré nos quais foi declarada a insolvência de Elísia Maria Piló Vasco Soares e Álvaro José Batalha Soares, titulares dos NIF 196788749/206181469, respecti-vamente.As propostas, devidamente identifi cadas com nome, NIF/NIPC, endereço, telefone e fax do(s) proponente(s) e com o nr do processo de insolvência, deverão ser dirigidas ao Administrador de Insolvência até às 17 horas do dia 21 de Janeiro de 2013 ou recepcionadas até esse mesmo dia e hora no seu escritório sito na Rua Pedro Homem Mello, 55, 8.º, 4150-599 Porto.Naquele mesmo dia e hora, no escritório do Administrador Insolvência, serão abertas as propostas recebidas sendo o bem adjudicado à melhor proposta, que exceda o valor mínimo adiante indicado, nos termos das disposições legais.O bem à venda pode ser visto pelos interessados, mediante marcação prévia com o Administrador da Insolvência, Dr. Fernando Silva e Sousa, através dos telefones 226171446 e 917222221 ou do fax 226171563 e do e-mail [email protected] a descrição do bem imóvel que será vendido no estado físico e legal em que se encontra, livre pessoas, ónus e encargos:Verba ÚnicaFracção autónoma, designada pela letra “H”, destinada a habitação, correspondente ao primeiro andar, Corpo A, designado pela porta 4, de tipologia T3, com garagem n.º 22, situada na cave, identifi cada com a mesma letra da fracção, no prédio urbano, constituído sob o regime de propriedade horizontal, sito na R. Forno da Cal, Edifício D, Fuas BI A, Sítio, 2450-065 Nazaré, inscrito na matriz predial urbana sob o art.º 8733 e descrito na CRP Nazaré sob o art.º 1796.O valor mínimo para a venda é de 70.000,00 euros (setenta mil euros).As ofertas de valor inferior ao indicado serão registadas para posterior apreciação/decisão.Os proponentes devem juntar às suas propostas, como caução, um che-que visado à ordem da Massa Insolvente de Elísia Maria Piló Vasco Soa-res e Álvaro José Batalha Soares, no montante correspondente a 20% do valor proposto ou garantia bancária no mesmo valor.

Fernando Silva e Sousa, Administrador de InsolvênciaRua Pedro Homem Mello, 55, 8.º, 4150-590 Porto

T. 226171446 ou 917222221 - F. [email protected]

Público, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

Processo n.º 437/05.9TBSTCFAZ-SE SABER que nos autos acima identifi cados se encontra designa-do o dia 21 de JANEIRO DE 2013, pelas 14,00 horas, no Tribunal acima identifi cado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do seguinte bem :- Fracção autónoma destinada a habitação, em duplex, integrando no 1.º piso (3.º no prédio em propriedade horizontal em que se insere) sala comum, cozinha, lavabo, corredor, varanda e escadas de acesso ao piso superior e neste, 2.º piso da fracção e 4.º do imóvel, três quartos, (sendo dois com roupeiro), arrecadação, casa de banho e corredor, sito no Bair-ro do Pinhal, Bloco B 4, 3.º e 4.º pisos em Santo André, em DIREITO DE SUPERFÍCIE;- Descrito na Conservatória do Registo Predial de Santiago do Cacém sob o n.º 605/19890306-T e inscrito na matriz predial urbana da Freguesia de Santo André pelo Art.º 2494 - fracção TO bem pertence a Rui Manuel Santos Carneiro Carvas e Ana Isabel Mendes Guerreiro José.VALOR-BASE: 75.000,00 !Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 52.500,00 !, correspondente a 70% do Valor-Base.Santiago do Cacém, 2012-11-06

O Solicitador de ExecuçãoLuís da Silveira

Público, 11/01/2013 - 2.ª Pub.

Luís da SilveiraSolicitador de Execução

Céd. Prof. 2734

COMARCA DE ALENTEJO LITORAL SANTIAGO DO CACÉMJuízo Grande Instância Cível - Juiz 1

Acção Executiva

ANÚNCIO

SINDICATO DOS TRABALHADORES DO MUNICÍPIO DE LISBOA(STML)

ASSEMBLEIA GERAL

CONVOCATÓRIANos termos do disposto no Art.º 47.º, alínea j), e Art.º 48.º, alínea a), e do ponto 2 do Art.º 50.º con-voca-se a Assembleia Geral Ordinária do STML, para reunir na sua sede em Lisboa, no dia 24 de Janeiro de 2013 pelas 17H00, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

- Discussão e Aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para o ano de 2013, apresentados pela Direção do STML.

Lisboa, 10 de Janeiro de 2013

O Presidente da Mesa da Assembleia GeralLibério Violante Domingues

Nota: A Proposta de Plano de Atividades e Orçamento para 2013, pode ser solicitado pelos sócios do STML, na sede do Sindicato, durante o horário normal de funcionamento, das 9H30 à 17H30.

RUI FREITAS RODRIGUES, Presidente do Conselho de De-ontologia do Porto da Ordem dos Advogados Portugueses, em cumprimento do disposto nos artigos n.ºs 137.º e 169.º do Estatuto da Ordem dos Advogados, aprovado pela Lei 15/2005, de 26 de janeiro; Faz saber publicamente que, por Acórdão do Conselho de Deontologia do Porto de 23 de março de 2012, ratifi cado, nos termos do disposto no artigo 135.º, n.º 2 do EOA, por Acórdão da 2.ª Secção do Conselho Superior da Ordem dos Advogados Portugueses, de 06 de julho de 2012, foi aplicada ao Sr. Dr. Albano José Rocha Teixeira, que usa o nome abrevia-do de Albano Rocha Teixeira, Advogado inscrito pela Comarca do Porto, portador da cédula profi ssional n.º 1942-P, a pena dis-ciplinar de Expulsão, por violação do disposto nos artigos n.ºs 83.º, n.º 1 e 2, 85 n.º 2, al. a), 86.º al. a), 92.º e 96.º, n.º 1 e 2, todos do Estatuto da Ordem dos Advogados em vigor.O cumprimento da presente pena teve o seu início em 18 de de-zembro de 2012, que foi o dia seguinte àquele em que o aludido Acórdão do Conselho de Deontologia do Porto, ratifi cado nos termos legais pelo Acórdão do Conselho Superior, formou caso resolvido na ordem jurídica interna da Ordem dos Advogados.Porto, 9 de janeiro de 2013Rui Freitas RodriguesPresidente do Conselho de DeontologiaMargarida SantosDiretora de Serviços

ORDEM DOS ADVOGADOSCONSELHO DE DEONTOLOGIA DO PORTO

EDITAL

Faz-se saber que nos autos identifi cados, encontra-se designado o dia 22 de Ja-neiro de 2013, pelas 09.30h no Tribunal de Família e Menores e de Comarca de Cascais, 3.º Juízo Cível para a abertura de propostas, que sejam entregues até ao momento, na Secretaria do Tribunal, pelos interessados na compra do se-guinte bem:Imóvel destinado a habitação, composto por T2, descrito na 1.ª CRP de Cascais, fi cha n.º 1356, fracção “G” artigo matricial n.º 14715, freguesia de S. Domingos de Rana, Iocalizado na Estrada José Justino Anjos, n.º 445, 2.º Drt., 2785-001 S. Do-mingos de Rana.O bem pertence a Maria de Fátima Ferrei-ra Duarte Simões, solteira e maior, com última morada conhecida na Rua Manuel de Arriaga, n.º 186, 2.º Drt., 2785-153 Terras de Polima.Valor-base do bem: 65.887,82 !Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 46.121,47 !, corres-pondente a 70% do valor-base, os pro-ponentes devem juntar à sua proposta,

como caução, um cheque visado ou ga-rantia bancária no valor de 13.177,56 !, (correspondente a 20% do valor-base do bem) à ordem do Agente de Execução.É fi el depositário, que o deve mostrar, a pedido a Agente de Execução Maria Emí-lia Catrau, CP 2865, com domicílio profi s-sional na Av. Defensores de Chaves, n.º 23, 5.º Esq.º, 1000-110 Lisboa.Mais se informa que foram reclamados créditos e graduados da seguinte forma:A) As custas saem precípuas do produto dos bens penhoradosB) Do remanescente pagar-se-ão:1.º O crédito reclamado pelo BES SA no valor de 92.242,95 !2.º A quantia exequenda.

A Agente de ExecuçãoMaria Emília Catrau

Av. Defensores de Chaves, 23 - 5.º Esq.º1000-110 LisboaTelef. 217155256 - Fax 217155258e.mail: [email protected] úteis das 14h00 às 16h00Público, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

EDITALProcesso n.º 5302/06.0TBCSC

Acção Executiva sob a forma de processo comumExequente: Condomínio do Prédio sito em Terras de Polima, Lote 24

Executada: Maria de Fátima Ferreira Duarte SimõesValor da Acção: 1.213,70 !

PE 189/2006Credor Reclamante: Banco Espírito Santo, SA

Maria Emília CatrauAgente de Execução

Cédula 2865

TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE TRIBUNAL DE FAMÍLIA E MENORES E DE COMARCA DE CASCAIS - 3.º COMARCA DE CASCAIS - 3.º Juízo CívelJuízo Cível

Agente de Execução, Alexandra Gomes CP 4009, com endereço profi ssional Rua D. Sancho I, n.º 17 A/B, 2800-712 AlmadaNos termos do disposto no artigo 890.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda dos bens adiante designados:Bens em VendaTIPO DE BEM: Imóvel ARTIGO MATRICIAL: 1130, Urbano - Servi-ço de Finanças de Almada 2DESCRIÇÃO: VERBA 1: FRACÇÃO AU-TÓNOMA DESTINADA A HABITAÇÃO DESIGNADA PELA LETRA “E”, EM RE-GIME DE PROPRIEDADE HORIZONTAL, SITO NA RUA DO JARDIM PÚBLICO, N.º 3, 2.º ESQUERDO, FREGUESIA DO FEI-JÓ, CONCELHO DE ALMADA, DESCRITO NA 2.ª CONSERVATÓRIA DO REGISTO PREDIAL DE ALMADA SOB O N.º 1802, INSCRITO NA RESPECTIVA MATRIZ SOB O ARTIGO 1130.PENHORADOS EM: 2011-02-25INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM:EXECUTADO: Nuno Miguel Pinheiro Go-mes, NIF: 207.779.724, com residência Rua da Esperança, n.º 30, r/c Esquerdo, 2735-742, Cacém.

EXECUTADA: Ana Raquel Fidalga An-tunes dos Santos Pinheiro Gomes, NIF: 221.374.175, com residência Rua da Es-perança, n.º 30, r/c Esquerdo, 2735-742, Cacém.MODALIDADE DA VENDA:Venda mediante proposta em carta fecha-da, a serem entregues na Secretaria do su-pra-mencionado Tribunal, pelos interessa-dos na compra, fi cando designado como data para abertura das propostas o dia 24 de Janeiro de 2013, pelas 14.30 horas.VALOR-BASE:VERBA 1: Serão aceites propostas iguais ou superiores a 70% do valor de 75.600,00 !, nomeadamente 52.920,00 euros.A sentença que se executa está pendente de recurso ordinário: NãoEstá pendente oposição à execução: NãoEstá pendente oposição à penhora: NãoEstá pendente a graduação de créditos: Não

A Agente de Execução Alexandra Gomes

Rua D. Sancho I, n.º 17 A/B - 2800-712 AlmadaE-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259Público, 11/01/2013 - 1.ª Pub.

Alexandra GomesAgente de Execução

CPN 4009

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALMADA3.º Juízo Competência Cível

ANÚNCIO DE VENDA

Processo n.º 5097/10.2TBALMExecução Comum (Sol. Execução)

Ref. Interna: PE/930/2010Exequente: Banco Santander Totta, SA

Executado(s): Ana Raquel Fidalgo Antunes dos Santos Pinheiro Gomes e outros…

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34 | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

FICARCINEMA TulpanTítulo original: TulpanDe: Sergei DvortsevoyCom: Askhat Kuchinchirekov, Samal Eslyamova, Ondas Besikbasov, Tolepbergen BaisakalovRUS/ALE/CAZ/ITA/POL/SUI, 2008, 99 min.RTP2, 00h04Nas estepes do Cazaquistão vive o jovem Asa (Askhat Kuchinchirekov) com a sua irmã Samal (Samal Eslyamova) e o seu cunhado Ondas (Ondas Besikbasov). Ondas é um homem duro, cuja vida como pastor o tornou solitário e de poucas falas. Já Asa é delicado e sonhador e, recém-regressado da Marinha russa, tenta reencontrar o seu lugar dentro da comunidade cazaque: ser pastor e casar com uma mulher que o ame e cuide dele para o resto da sua vida. Mas, para que isso seja possível, terá de conquistar a simpatia de Tulpan, a única rapariga disponível de toda a planície. Porém, o amor entre os dois parece não querer acontecer e o jovem vai ter de encontrar uma outra maneira de encontrar a felicidade... Primeira longa-metragem de fi cção do veterano documentarista Sergei Dvortsevoy, Tulpan venceu o prémio Un Certain Regard na edição de 2008 do Festival de Cannes.

Os Descendentes [The Descendants]TVC1HD, 21h30No Havai, Matt King (George Clooney) vê a sua mulher fi car em estado vegetativo após um acidente de barco e tudo parece perder o sentido. Em desespero e sem saber o que fazer, decide investir e melhorar a relação com as fi lhas Scottie (Amara Miller) e Alexandra (Shailene Woodley). Tudo ganha novos contornos quando Alexandra lhe revela que, na altura do acidente, a sua mãe mantinha uma relação extraconjugal. Perturbado, Matt decide conhecer o amante da esposa e parte à sua procura com ambas as fi lhas. Assim, numa viagem que dura uma semana, o que poderia vir a destruir aquela família acabará por ser o elo de ligação que lhes faltava. Uma comédia dramática realizada por

Alexander Payne (As Confi ssões de Schmidt, Sideways), baseada na primeira obra da escritora Kaui Hart Hemming, com argumento consagrado por um Óscar. Cine Curtas: BarbaTVC2HD, 21h30Uma entrevista e a exibição de uma curta dão a conhecer os novos talentos do cinema português. Desta vez o destaque vai para o trabalho de Paulo Abreu: Barba. Uma comunidade numa era pré-civilizacional em que se inserem um chico-esperto, um sonhador, um simplório e um preguiçoso. Com André Gil Mata, Frederico Lobo, Jorge Quintela, Pedro Bastos. Kalifornia [Kalifornia]TVC2HD, 22h00Brian (David Duchovny) e Carrie (Michelle Forbes), um escritor e uma fotógrafa, viajam para a Califórnia para começar uma nova vida. Brian aproveita para escrever um livro sobre a rota dos assassinos em série, visitando os diferentes lugares onde foram cometidos os crimes. A Carrie

cabe captar as imagens. Para dividir os gastos, põem um anúncio para encontrar dois companheiros de viagem, ao qual respondem Early (Brad Pitt) e a sua namorada Adele ( Juliette Lewis). Mas depressa Brian e Carrie compreendem o erro que cometeram... De Dominic Sena.

London Boulevard - Crime e Redenção [London Boulevard]TVC4HD, 23h00Depois de cumprida a pena a que foi condenado, Mitchell (Colin Farrell) decide regressar à vida real e mudar o seu modo de vida. Assim, acaba por conhecer Charlotte (Keira Knightley), uma actriz de cinema com algumas difi culdades em lidar com a fama e com a perseguição dos paparazzi. Sentindo-se atraído pela sua beleza e vulnerabilidade, aceita trabalhar como seu guarda-costas. Mas, apesar das suas boas intenções, a vida em

liberdade não promete grandes facilidades, pois,Mitchel ainda não conseguiu romper com o seu passado criminoso. Realizado por William Monahan.

Anónimo [Anonymous]TVC1HD, 23h30De William Shakespeare (1564-1616) chegaram até aos dias de hoje 38 peças de teatro, 154

sonetos, dois longos poemas narrativos

e vários outros

poemas, que o tornaram no escritor mais lido de todos os tempos. Mas, desde o século XVIII, é discutida a verdadeira autoria da obra que lhe foi atribuída. Um tema explorado no fi lme de Roland Emmerich com argumento de John Orlo" . Grito de Revolta [Basketball Diaries]TVC3HD, 23h35Um fi lme quase desconhecido

mas que, tal como o livro homónimo de

Jim Carrol em que se baseou, alcançou um estatuto de culto. Uma

história autobiográfi ca de desencanto sobre quatro

adolescentes marginais e a sua relação com as drogas reúne Leonardo DiCaprio (antes de Titanic) e Mark Wahlberg (antes de Boogie Nights). DiCaprio é Jim Carroll, o poeta e músico irlandês que passou a sua adolescência em Nova Iorque, viciado em heroína. De Scott Kalvert, conta também com Lorraine Bracco, Marilyn Sokol e James Madio no elenco.

Tulpan

Os mais vistos da TVQuarta-feira, 9

FONTE: CAEM

TVITVISICTVISIC

18,816,616,515,715,4

Aud.% Share37,731,831,331,632,8

RTP12:SICTVICabo

12,8%%2,9

22,527,8

22,4

Futebol - Taça Da LigaFutebol - Flash InterviewDancin' DaysSecret Story - DiárioGabriela

00prida a ondenado,

Farrell) decidereal e mudar

vida. Assim, ecer Charlotte

y), uma actriz de umas difi culdadesfama e com as paparazzi.aídoe,

da-esar

poemas narrativos e vários outros

Um fi lme quamli

histórde desencan

adolescentesrelação com Leonardo DiTitanic) e Made Boogie NigCarroll, o poque passou aNova Iorque,De Scott Kalvcom LorrainSokol e JameAndebol: Campeonato do Mundo

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | 35

DESPORTOAndebol: Campeonato do MundoSPTV2, 17h30Arranca o 23.º Campeonato do Mundo em andebol masculino, que se realiza, até dia 27, em Espanha, sem a presença portuguesa. São quatro grupos com seis equipas cada: o grupo A joga em Granollers (Barcelona), o B em Sevilha, o C em Saragoça e o D em Madrid. Hoje, jogo do Grupo D: Espanha x Argélia (18h; repete-se às 22h). A campeã em título, a França, do Grupo A, entra em acção amanhã contra a Tunísia (SPTV4, 19h45).

MÚSICAFlo Rida MTV Portugal, 23h50O MTV World Stage apresenta desta vez o concerto de Flo Rida, músico hip hop norte-americano, ao vivo no Il-Fosos Square, em Malta.

DOCUMENTÁRIOSDesa!io Abaixo de Zero – Fúria ao VolanteHistória, 23h35Este episódio apresenta as aventuras de Hugh e Rick que entram no interior do Canadá e de Alex que pode fi car preso no meio do nada, uma vez que a estrada está inundada. Mas também mostra a tensão entre Dave e Troy e a missão de resgate de Lisa Kelly.

Piratas Ecológicos: Corrida Para Salvar VidasDiscovery, 22h55O 6.º episódio da 4.ª temporada deste documentário mostra como a marinha neozelandesa faz um contacto de emergência com Steve Irwin e os Sea Shepherds, que se arriscam numa missão para ajudar a encontrar cinco noruegueses desaparecidos.

Portugueses pelo MundoRTP1, 22h45Neste episódio, que faz um cruzamento entre o documentário e o programa de viagens turístico, viaja-se até Beirute, a capital do Líbano, para acompanhar quatro portugueses que aprenderam a

viver num local, à primeira vista, tão diferente das suas origens. Descobre-se uma sociedade que combina as tradições mais antigas com o ritmo e modernidade das grandes capitais.

SÉRIESEm ContactoFOX, 22h22

Dois episódios seguidos (15 e 16) da 2.ª temporada. No primeiro, Melinda faz um discurso em Grandview High. Enquanto está na escola, vê um grupo de cheerleaders que está a viver acontecimentos estranhos à medida que as semifi nais se aproximam. Melinda descobre que uma animadora morreu e não consegue passar para o outro lado. No episódio seguinte, Melinda vai com Delia a uma ourivesaria para ir buscar o seu anel de noivado, mas acabam no meio de um assalto à mão armada. Mais tarde, o espírito do joalheiro entra em contacto com Melinda para o ajudar a resolver o problema. Era Uma VezAXN, 21h30Mais um episódio da 2.ª temporada deste conto de fadas moderno que conta os estranhos acontecimentos dos seus personagens adaptados de contos infantis, como a Branca de Neve, o Príncipe Encantado, a Bela e o Monstro ou o Capitão Gancho, que lutam contra o feitiço malvado. Poderão os moradores de Storybrooke fi nalmente entrar no mundo real?

RTP106.30 Bom Dia Portugal 10.00 Praça da Alegria - Directo 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Vidas em Jogo 15.15 Portugal no Coração 18.00 Portugal em Directo 19.09 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.04 Sexta às 9 - Directo 21.34 Decisão Final 22.35 Portugueses Pelo Mundo - Beirute 23.18 Filme: Pesadelo em Elm Street - De Michael Bay e Samuel Bayer 00.59 Filme: Golpe ao Amanhecer - Acção com Steven Seagel 02.35 RTP Artes

RTP207.00 Zig Zag 14.00 Ei-los Que Partem - História da Emigração Portuguesa 14.46 No Dia Em Que... 15.43 Tintim Por Tintim 15.51 National Geographic: Mama Twiga no Jardim do Éden 16.43 Zig Zag 18.00 A Fé dos Homens 18.33 No Meio do Nada 18.55 Ligados à Terra 19.19 A Entrevista de Maria Flor Pedroso 19.52 Zig Zag 21.07 National Geographic: Luzes! Câmara! Leões! 22.00 Hoje 22.39 Tempo Final - 2 episódios 00.04 Filme: Tulpan - De Sergei Dvortsevoy 01.44 A Entrevista de Maria Flor Pedroso 02.17 Euronews

SIC07.00 Edição da Manhã 08.35 Cartas da Maya - O Dilema 10.10 Querida Júlia 13.00 Primeiro Jornal 14.40 Vingança 15.45 Boa Tarde 18.30 Fina Estampa 20.00 Jornal da Noite 21.35 Dancin´ Days 22.30 Gabriela 23.15 Avenida Brasil 23.50 Páginas da Vida 00.55 C.S.I. Las Vegas 01.40 Investigação Criminal Los Angeles 02.35 Volante 03.00 Podia Acabar o Mundo

TVI 06.30 Diário da Manhã 10.10 Você na TV! - Directo 13.00 Jornal da Uma 14.45 Tempo de Viver 16.00 A Tarde é Sua - Directo 18.30 Doida Por Ti 20.00 Jornal das 8 21.15 Euromilhões 21.30 Secret Story - Desa!io Final - Diário 22.33 Louco Amor 00.00 Doce Tentação 00.35 Secret Story - Desa!io Final - Extra 02.00 Dr. House 03.36 Amanhecer

TVC1 10.30 Bem-Vindo a Cedar Rapids 11.55 Anónimo 14.00 Red Dog 15.30 Chefes Intragáveis 17.05 Um Ano de Cão 18.30 Rebelde e Com Muito Prazer 20.00 Bem-Vindo a Cedar Rapids 21.30 Os Descendentes 23.30 Anónimo 1.40 Red Dog 3.15 Chefes Intragáveis

FOX MOVIES11.35 Coyote Bar 13.13 Bem-Vindo a Casa Roscoe Jenkins 15.04 Noiva Em Fuga 16.57 Jovens em Delírio 18.33 Meninas de Calendário 20.18 O Quinteto da Morte 22.00 O Rochedo 0.13 Assassinos 2.23 Passadores

HOLLYWOOD12.10 É a Vida 14.00 Chaplin 16.20 Mamma Mia! 18.10 Três Homens e Um Bebé 19.50 Shrek o Terceiro 21.30 Aeroplano II: A Loucura Continua 23.05 60 Segundos 1.05 A Janela Secreta 2.40 Puro Sangue

AXN13.49 Alvo Humano 14.39 A Firma 15.29 C.S.I. Nova Iorque 16.19 C.S.I. Nova Iorque 17.09 Alvo Humano 18.00 Alvo Humano 18.50 A Firma 19.44 O Mentalista 20.36 Jogo de Audazes 21.30 Era Uma Vez 22.26 Castle 23.20 A Firma 0.15 Alvo Humano 1.10 Alerta Cobra

AXN BLACK13.37 Sobrenatural 14.22 A Mesquita da Pradaria 15.12 Filme: Amigos com Dinheiro 16.40 Sobrenatural 17.25 Chuck 18.12 A Rainha das Sombras 19.00 Torchwood 19.53 Rituais Assassinos 20.43 A Mesquita da Pradaria 21.35 Inadaptados 22.29 Filme: Corrupção - A Lei das Ruas 0.09 Inadaptados 1.03 A Rainha das Sombras 1.51 Nazismo os Anos de Pesadelo

AXN WHITE13.31 Gossip Girl 14.16 Las Vegas 15.01 Filme: A Idade da Inocência 17.16 Dois Homens e Meio 17.39 Mágoas de Grandeza 18.28 Gossip Girl 19.17 Dois Homens e Meio 19.44 Dois Homens e Meio 20.11 Las Vegas 21.00 As Ginastas 21.50 Filme: Outra Questão de Nervos 23.27 As Ginastas 0.17 Smash 1.07 Las Vegas 1.53 O Grande Desa!io Ásia

FOX 13.20 American Dad 14.04 Family Guy 14.27 Os Simpson 15.13 Casos Arquivados 16.01 Hawai Força Especial 17.31 Investigação Criminal: Los Angeles 19.05 Family Guy 19.52 American Dad 20.17 Os Simpson 21.06 Foi Assim Que Aconteceu 21.30 Casos Arquivados 22.22 Em Contacto 0.00 Casos Arquivados 0.51 Em Contacto

FOX LIFE13.30 Clínica Privada 14.15 Jane by Design 15.00 Body of Proof 15.45 Donas de Casa Desesperadas 16.30 Hope & Faith 16.52 Raising Hope 17.14 Uma Família Muito Moderna 17.37 Masterchef USA 18.23 Jane by Design 19.06 Clínica Privada 19.51 Uma Família Muito Moderna 20.38 Medium 21.25 So You Think You Can Dance 23.05 The Glee Project 23.55 Jane by Design 0.42 Medium 1.28 Mais Vale juntos

DISNEY15.20 Casper – O Fantasminha 15.45 Rekkit Rabbit 16.10 Timon e Pumba 17.00 Phineas e Ferb 17.50 Videoclip 17.55 Shake It Up 18.45 Minnie & You 18.47 Shake It Up 19.10 A.N.T. Farm - Escola de Talentos 19.35 Boa Sorte, Charlie! 20.00 Descobrir Pete

DISCOVERY18.20 Pesca Radical: Decisões !inais 19.10 O Segredo das Coisas 20.05 Trabalho Sujo: Oleador de Teleféricos 21.00 Trabalho Sujo: Realojamento Animal 22.00 À Pesca de Ouro 22.55 Piratas Ecológicos: Corrida Para Salvar Vidas 23.45 Caçadores de Leilões 0.10 Caçadores de Leilões 0.35 Top Gear

HISTÓRIA 15.20 Caçadores do Pântano: Arvoredo de Ciprestes 16.10 Alienígenas: Os Mundos Perdidos 17.00 O Universo: Ciência, Realidade Ou Ficção 17.50 Pesca Selvagem: O Torneio de Okie 18.40 O Universo: A Energia 19.30 Alienígenas: Armas Fatais 20.20 Eurásia: A Rota da Seda 21.10 Os Antigos Astrónomos de Tombuctu 22.00 As Estradas dos Himalaias: À Beira da Cornija 22.45 As Estradas dos Andes: A Subida dos Novatos 23.35 Desa!io Abaixo de Zero: Fúria ao Volante 0.25 O Preço da História: Tatuagens

ODISSEIA16.00 O Poder da Terra: Atmosfera 17.00 Órbita, a Viagem da Terra: A Traslação 18.00 As Entranhas do Vulcão: Vulcanólogos 19.00 Home, História de uma Viagem: Ep. 1 20.00 Bebidas do Mundo: As Bebidas Gasosas 21.00 O Lugar Mais Quente do Mundo: Ep. 1 22.00 Semenya, Competir como Mulher 23.00 A América em Horário Nobre: O Homem da Casa 0.00 Materiais de Última Geração: O Mais Pequeno

Televisã[email protected]@publico.pt

RTP1, 23.18 Pesadelo em Elm StreetRTP1Pesa

Page 36: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

36 | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

SAIRCINEMALisboaCastello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789Guia para um Final Feliz M12. Sala 1 - 14h, 16h30, 19h, 21h30; Os Miseráveis M12. Sala 2 - 12h40, 15h40, 18h40, 21h40 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Jack Reacher M12. Sala 1 - 21h35, 00h10; Os Miseráveis M12. Sala 2 - 13h30, 15h20, 18h25, 21h25, 23h55; Hotel Transilvânia M6. VIP 2 - 13h20 (V.Port.); Zambézia M6. Sala 3 - 19h30; Decisão de Risco M16. VIP 4 - 13h25, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; A Origem dos Guardiões M6. Sala 5 - 13h40, 15h45; A Origem dos Guardiões M6. Sala 5 - 13h40, 15h45 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 5 - 17h50, 23h50; Argo M12. Sala 6 - 19h20; Cloud Atlas M12. Sala 6 - 21h40; Sininho O Segredo das Fadas M4. Sala 6 - 13h35 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 15h20, 17h30 (V.Port.), 00h30; A Vida de Pi M12. Sala 7 - 13h35, 16h10, 18h45, 21h50; Aristides de Sousa Mendes, O Cônsul de Bordéus M16. Sala 8 - 19h50; Anna Karenina M12. Sala 8 - 21h20; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 8 - 16h30, 21h50 CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045A Advogada M12. Sala 1 - 13h15; A Vida de Pi M12. Sala 1 - 00h25; Os Miseráveis M12. Sala 1 - 15h20, 18h20, 21h20; Mostra de Cinema de Hong Kong Sala 2 - 19h, 21h45; A Vida de Pi M12. Sala 2 - 13h30; Guia para um Final Feliz M12. Sala 2 - 00h15; Zambézia M6. Sala 2 - 16h05 (V.Port.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 3 - 23h55; Guia para um Final Feliz M12. Sala 3 - 13h35, 15h55, 18h40, 21h35; Anna Karenina M12. Sala 4 - 16h20, 18h50; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 21h30; Os Miseráveis M12. Sala 4 - 13h20, 00h05; Os Miseráveis M12. Sala 4 - 00h05 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Johnny Guitar M12. Sala Félix Ribeiro - 15h30; Maria Papoila Sala Félix Ribeiro - 19h; Lightning Over Water Sala Félix Ribeiro - 21h30; O Caminho da Força e da Beleza Sala Luís de Pina - 19h30; O Filho Pródigo Sala Luís de Pina - 22hEspaço NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Tabu M12. Sala 1 - 21h30 Medeia Fonte NovaEst. Ben!ica, 503. T. 217145088Decisão de Risco M16. Sala 1 - 14h20, 18h15, 21h45; Os Miseráveis M12. Sala 2 - 14h30, 18h, 21h30; Amor M12. Sala 3 - 17h, 19h30, 22h; Hotel Transilvânia M6. Sala 3 - 14h10 (V.P.) Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Holy Motors M16. Sala 1 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 00h15; Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Pela Estrada Fora M16. Sala 3 - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72. T. 213142223Os Miseráveis M12. Sala 1 - 12h30, 15h40, 18h50, 22h; Guia para um Final Feliz M12. Sala 2 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h45, 00h20; Amor M12. Sala 3 - 14h, 16h30, 19h, 21h45, 00h30; Decisão de Risco M16. Sala 3 - 13h20, 16h, 18h40, 21h30, 00h10 UCI Cinemas - El Corte InglésAv. Ant. Aug. Aguiar, 31. T. 707232221007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 21h20, 00h20; Também a Chuva M12. Sala 1 - 19h; Jack Reacher M12. Sala 2 - 14h, 16h35,

19h10, 21h50, 00h30; Cloud Atlas M12. Sala 3 - 15h, 18h30, 22h; Argo M12. Sala 4 - 19h30, 22, 00h30; Zambézia M6. Sala 4 - 13h45, 17h35 (V.Port./2D), 15h40 (V.Port./3D); Anna Karenina M12. Sala 5 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30; O Hobbit M12. Sala 6 - 14h30, 18h (2D), 21h30 (3D); As Voltas da Vida M12. Sala 7 - 19h10; The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. Sala 7 - 14h10, 16h45, 21h40, 00h10; Amor M12. Sala 8 - 14h, 16h35, 19h10, 21h45; Pela Estrada Fora M16. Sala 8 - 00h25; Os Miseráveis M12. Sala 9 - 14h30, 18h, 21h10, 00h05; Perto de Mim M12. Sala 10 - 14h15, 16h50, 19h15, 21h40, 00h05; A Vida de Pi M12. Sala 11 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h30; Decisão de Risco M16. Sala 12 - 15h15, 18h15, 21h30, 00h20; Guia para um Final Feliz M12. Sala 13 - 14h, 16h30, 19h05, 21h45, 00h25; Vertigo - A Mulher Que Viveu Duas Vezes M16. Sala 14 - 14h, 16h35, 19h15, 21h55, 00h30 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996O Hobbit M12. 16h50, 20h30, 00h05 (3D/48fps); A Vida de Pi M12. 16h, 18h50, 21h40, 00h25; Decisão de Risco M16. 17h, 21h20, 00h20; Guia para um Final Feliz M12. 15h45, 18h30, 21h10, 24h; Mata-os Suavemente M12. 21h50, 00h10; O Hobbit M12. 17h10, 21h25 ; Jack Reacher M12. 17h, 21h20, 00h15; Os Miseráveis M12. 16h40, 21h, 00h20; Zambézia M6. 15h50, 18h (V.P./3D); Manolete M12. 16h30, 19h, 21h40, 23h50; The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. 15h50, 18h20, 21h10, 23h40; Eu, Alex Cross M12. 16h20, 18h40, 21h35, 23h55; Hotel Transilvânia M6. 15h40, 18h10 (V.P./3D); Enquanto Dormes M16. 21h45, 24h ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996A Vida de Pi M12. 13h, 15h40, 18h30, 21h20, 22h10, 24h; Os Miseráveis M12. 13h50, 17h30, 21h, 00h15; Anna Karenina M12. 12h50, 15h30, 18h20, 21h10, 00h10 ; O Hobbit M12. 17h, 20h40, 24h; Sammy 2 M4. 14h (V.Port.); O Meu Pior Pesadelo M12. 13h10, 15h50, 19h20, 21h50, 00h30; The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. 13h30,16h10,19h, 21h30, 00h20; Guia para um Final Feliz M12. 13h20, 16h, 18h50, 21h40, 00h25 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996Manolete M12. 13h, 15h25, 18h, 21h35, 23h50; A Vida de Pi M12. 12h50, 15h45, 18h30, 21h25, 00h10 (3D); Eu, Alex Cross M12. 18h05, 21h40, 00h05; Hotel Transilvânia M6. 13h15, 15h50 (V.P./3D); Decisão de Risco M16. 13h20, 16h30, 21h10, 00h15; Amanhecer Parte 2 M12. 21h05, 23h40; A Origem dos Guardiões M6. 13h15 (V.P.); Anna Karenina M12. 15h40, 18h35, 21h30, 00h35; O HobbitM12. 13h30, 17h10, 20h50, 00h25; Jack Reacher M12. 12h40, 15h30, 18h25, 21h20, 00h20 ; Guia para um Final Feliz M12. 12h45, 15h35, 18h20, 21h15, 24h; Os Miseráveis M12. 13h35, 17h, 21h, 00h30; Zambézia 3h10, 15h20, 17h50 (V.P./3D) ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Decisão de Risco M16. 13h, 15h45, 18h25, 21h40, 00h10; Guia para um Final Feliz M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h25; O HobbitM12. 17h20, 21h, 00h20 (3D/48fps); Jack Reacher M12. 12h50, 15h35, 18h20, 21h15, 24h; Os Miseráveis M12. 13h30, 17h30, 21h10, 00h30; Zambézia M6. 13h10, 15h20 (V.Port./3D); Hotel Transilvânia M6. 13h20 (V.Port.); A Vida de Pi M12. 15h20, 18h10, 21h20, 23h50 (3D)

Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal T. 16996Manolete M12. 12h55, 15h15, 17h40, 21h45,

Decisão de RiscoDe Robert Zemeckis. Com Nadine Velazquez, Denzel Washington, Carter Cabassa. EUA. 2012. 138m. Drama. M16. Whip Whitaker é um experiente piloto que, quando o avião onde segue perde a direcção, consegue evitar o pior, poupando os passageiros a uma morte certa. Após o acidente, ele é internado num hospital e recebido como um herói. Porém, depois de análises de rotina durante o internamento, descobre-se que, para além de álcool no sangue, tinha também níveis elevados de cocaína. Com uma nação chocada e indignada com aquele que julgavam ser a representação do herói americano, Whip vê o seu passado analisado à lupa por pessoas ansiosas por um escândalo.

Guia para um Final FelizDe David O. Russell. Com Robert De Niro, Bradley Cooper, Jennifer Lawrence. EUA. 2012. 122m. Drama, Comédia. M12. Após passar algum tempo internado numa clinica psiquiátrica, Pat pretende começar tudo de novo e remediar os erros do passado. Assim, ao mesmo tempo que decide voltar para casa dos pais e tentar uma reaproximação, vai fazer de tudo para se reconciliar com a ex-mulher. Porém, os seus planos caem por terra no momento em que conhece Ti" any, uma rapariga problemática que luta contra os seus próprios demónios e que se esforça por superar a recente morte do companheiro. Assim, duas almas torturadas e com pouca esperança no

futuro acabam por se tornar na inspiração um do outro.

ManoleteDe Menno Meyjes. Com Adrien Brody, Penélope Cruz, Nacho Aldeguer. ESP/GB. 2008. 92m. Drama, Romance. M12. Adrian Brody é Manuel Rodríguez, um dos maiores toureiros espanhóis da década de 40 que fi cou conhecido como Manolete É um homem tímido, de rosto trágico, parco em palavras. Lupe Sino é uma mulher bela, com um passado obscuro. Até então o único sonho de Manolete era triunfar em todas as corridas. Quando Lupe entra pela sua vida adentro, ele apaixona-se e remete o êxito para segundo plano. Esta é a sua história de amor.

Perto de MimDe Lance Daly. Com Orlando Bloom, Riley Keough, Taraji P. Henson. EUA. 2011. 91m. Drama, Thriller. M12. Martin Blake é um jovem médico que ambiciona impressionar toda a gente e provar o seu valor. Certo dia conhece uma paciente de 18 anos com problemas renais com quem cria uma relação especial. Receoso de que a recuperação da rapariga signifi que o seu afastamento, decide prolongar o internamento de todas as maneiras possíveis. Porém, se ao princípio ele sentia ter a situação controlada, rapidamente tudo sai do seu controlo. E é então que, encurralado e sem opções, o médico acaba por seguir numa direcção impossível, encobrindo os seus crimes com outros crimes.

Em [email protected]

24h; Eu, Alex Cross M12. 13h, 15h30, 18h, 21h10, 23h35; 007 Skyfall M12. 21h, 00h10; Argo M12. 21h05, 23h50; Amanhecer Parte 2 M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h05, 23h45; Cloud Atlas M12. 22h; A Origem dos Guardiões M6. 13h30, 16h, 18h20 (V.P.); Anna Karenina M12. 12h35, 15h15, 17h50, 21h15, 23h55; O Hobbit M12. 13h20, 17h30, 22h10; Hotel Transilvânia M6. 13h40, 16h, 18h25 (V.P.); A Vida de Pi M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; Jack Reacher M12. 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. 13h05, 15h55, 18h35, 21h05, 23h40; Decisão de Risco M16. 13h30, 17h15, 21h10, 00h10; Guia para um Final Feliz M12. 13h10,16h50, 21h20, 00h05; Os Miseráveis M12. 13h, 17h, 21h, 00h20; Zambézia M6. 13h40, 16h15, 18h50 (V.P./3D)

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030Mata-os Suavemente M12. VIP Light - 00h35; Sininho M4. VIP Light - 13h35 (V.Port.); Os Miseráveis M12. VIP Light - 15h20, 18h25, 21h25; Decisão de Risco M16. VIP 1 - 13h20, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; A Vida de Pi M12. Sala 3 - 13h30, 16h05, 18h40, 21h35, 00h10 (3D); Amanhecer Parte 2 M12. Sala 4 - 16h15, 21h50; O Hobbit M12. Sala 4 - 18h30, 00h05; Os Miseráveis M12. Sala 4 - 13h20; Eu, Alex Cross M12. Sala 5 - 13h35, 21h55; O Hobbit M12. Sala 5 - 15h35; Os Miseráveis M12. Sala 5 - 23h55; A Advogada M12. Sala 6 - 19h20; Cloud Atlas M12. Sala 6 - 21h20; Anna Karenina M12. Sala 6 - 00h35; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 13h20, 15h20, 17h20 (V.Port.); Guia para um Final Feliz M12. Sala 7 - 13h25, 15h50, 18h35, 21h30, 24h; O Hobbit M12. Sala 8 - 21h40; Zambézia M6. Sala 8 - 13h40, 15h40, 17h35, 19h30 (V.Port.); Eu, Alex Cross M12. Sala 10 - 15h25, 00h30; 007 Skyfall M12. Sala 10 - 21h50; Argo M12. Sala 10 - 19h30; A Advogada M12. Sala 10 - 17h25; Hotel Transilvânia M6. Sala 10 - 13h25 (V.Port./3D); Jack Reacher M12. Sala 10 - 13h40, 16h10, 18h45, 21h35, 00h15 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, Venteira. T. 707232221Cloud Atlas M12. Sala 1 - 23h40; Hotel Transilvânia M6. Sala 1 - 14h10, 16h20, 18h45, 21h10 (V.Port.); Decisão de Risco M16. Sala 2 - 15h, 18h15, 21h30, 00h20; O Hobbit M12. Sala 3 - 14h30, 21h45 (2D), 18h (3D); Os Miseráveis M12. Sala 4 - 14h20, 17h30, 21h10, 00h15; Força Ralph M6. Sala 5 - 16h25 (V.Port.); Sininho M4. Sala 5 - 14h15 (V.Port.); The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. Sala 5 - 19h, 21h25, 23h45; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 18h20, 21h20, 00h10; A Origem dos Guardiões M6. Sala 6 - 13h45 (V.Port./3D), 16h15 (V.Port./2D); Guia para um Final Feliz M12. Sala 7 - 14h, 16h30, 19h10, 21h40, 00h15; Jack Reacher M12. Sala 8 - 13h45, 16h25, 19h05, 21h45, 00h25; A Saga Twilight: Amanhecer Parte 2 M12. Sala 9 - 23h50; Zambézia M6. Sala 9 - 14h15, 16h30 (V.Port./2D), 16h20, 21h15 (V.Port./3D); A Vida de Pi M12. Sala 10 - 14h, 16h35, 19h15, 21h50, 00h20 (3D); Eu, Alex Cross M12. Sala 11 - 13h50, 16h15, 19h, 21h45, 00h10

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroCampo das Cordoarias. T. 760789789Decisão de Risco M16. Sala 1 - 15h30, 18h20, 21h30, 00h20; Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 17h20 (V.P.); Jack Reacher M12. Sala 2 - 15h20, 18h10, 21h10, 23h45; A Vida de Pi M12. Sala 3 - 15h50, 18h30; Os Miseráveis M12. Sala 4 - 15h40, 18h40, 21h40

Decisão de Risco

Page 37: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | 37

O ritual de pôr o disco no prato, o som da agulha, a cerimónia de parar para escutar, a paixão de coleccionar, o prazer de fruir de um som tão maior do que a música comprimida... O vinil "icou guardado no coração de muitos melómanos. E está a ser (re)descoberto por outros tantos. Entre hoje e domingo, o Clube Ferroviário (Lisboa) abre

as portas a todos. Na Feira dos Amigos do Vinyl é possível vender, trocar, comprar ou simplesmente conhecer, em convívio com lojistas especializados que também se ocupam das bandas sonoras dos dias. A entrada é livre das 10h e às 22h. A partir desta hora, sexta e sábado, um bilhete de 6# dá direito a concertos e rotações manipuladas por DJ.

Amantes do vinil no Clube Ferroviário

Cascais

Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789Os Miseráveis M12. Sala 1 - 15h40, 18h40, 21h40; Paraíso a Oeste M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h10; A Vida de Pi M12. Sala 3 - 15h30, 18h30, 21h30; O Hobbit M12. Sala 4 - 16h, 21h; Jack Reacher M12. Sala 5 - 15h50, 18h30, 21h20 ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996O Hobbit M12. 13h30, 17h30, 22h; Jack Reacher M12. 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h15; Decisão de Risco M16. 12h30, 15h25, 18h25, 21h30, 00h25; Os Miseráveis M12. 13h20, 17h, 21h, 00h25; Hotel Transilvânia M6. 13h10, 15h20, 18h (V.Port.); A Vida de Pi M12. 18h10, 21h05, 23h55 (3D); The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. 21h15, 23h40; Guia para um Final Feliz M12. 12h40, 15h30, 18h20, 21h10, 24h; Zambézia M6. 13h, 15h50 (V.Port./3D)

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Os Miseráveis M12. Sala 1 - 15h05, 18h20, 21h30; O Hobbit M12. Sala 2 - 21h10; Zambézia M6. Sala 2 - 15h50, 17h50 (V.P.); Guia para um Final Feliz M12. Sala 3 - 15h50, 18h30, 21h20, 00h05; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 15h55, 18h40, 21h25, 23h55; Jack Reacher M12. Sala 5 - 18h35, 21h20, 24h

Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653Os Miseráveis M12. 15h30, 21h30; Guia para um Final Feliz M12. 15h45, 21h45

Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643Decisão de Risco M16. VIP - 16h15, 19h, 21h45, 00h30; A Vida de Pi M12. Sala 1 - 16h20, 18h55, 21h55, 00h30 (3D); Os Miseráveis M12. Sala 2 - 15h40, 18h40, 21h40; Jack Reacher M12. Sala 3 - 16h35, 19h05, 21h35, 00h05; Cloud Atlas M12. Sala 4 - 21h25; Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 19h25 (3D); Zambézia M6. Sala 4 - 15h40, 17h40 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 5 - 00h20; Anna Karenina M12. Sala 5 - 15h30, 19h20, 21h50; Decisão de Risco M16. Sala 5 - 21h45; O Hobbit M12. Sala 6 - 17h50, 21h20 (3D); Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 15h50 (V.Port.); 007 Skyfall M12. Sala 7 - 21h20; Argo M12. Sala 7 - 18h45; O Hobbit M12. Sala 7 - 15h20, 24h Castello Lopes - Fórum SintraLoja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Anna Karenina M12. Sala 1 - 21h35, 00h15; Zambézia M6. Sala 1 - 15h20, 17h25, 19h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 2 - 15h30, 18h10, 21h, 23h50; Os Miseráveis M12. Sala 3 - 15h40, 18h40, 21h40; Decisão de Risco M16. Sala 4 - 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; Jack Reacher M12. Sala 5 - 15h50, 18h50, 21h30, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 6 - 21h10; Hotel Transilvânia M6. Sala 6 - 13h, 15h, 17h, 19h (V.Port.); Guia para um Final Feliz M12. Sala 7 - 16h10, 18h50, 21h50, 00h20

Leiria Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789

Mata-os Suavemente M12. Sala 1 - 21h, 23h30; Zambézia M6. Sala 1 - 13h15, 15h, 17h, 19h15 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 2 - 13h20, 16h10, 19h, 21h50, 00h20; O Hobbit M12. Sala 3 - 14h40, 18h, 21h20; O Hobbit M12. Sala 4 - 12h50; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 16h, 18h50, 21h15, 23h50; Jack Reacher M12. Sala 5 - 12h55, 15h30, 18h10, 21h10, 24h; Os Miseráveis M12. Sala 6 - 12h40, 15h40, 18h40, 21h40; Decisão de Risco M16. Sala 7 - 13h, 15h50, 18h30, 21h30, 00h10 CinemaCity LeiriaRua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071Os Miseráveis M12. Sala 1 - 15h20, 18h20, 21h20, 00h20; Eu, Alex Cross M12. Sala 2 - 21h50; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 23h50; Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 15h30, 17h30 (V.Port.); Hotel Transilvânia M6. Sala 2 - 19h30 (V.Port./3D); Eu, Alex Cross M12. Sala 3 - 15h25, 17h25, 19h25; O Hobbit M12. Sala 3 - 21h25; Decisão de Risco M16. Sala 4 - 16h15, 19h, 21h45, 00h30; Jack Reacher M12. Sala 5 - 16h20, 18h50, 21h30, 00h10; Eu, Alex Cross M12. Sala 6 - 00h30; O Hobbit M12. Sala 6 - 18h35; A Vida de Pi M12. Sala 6 - 16h, 21h55 (3D); Cloud Atlas M12. Sala 7 - 23h55; Zambézia M6. Sala 7 - 15h55, 21h35 (V.Port.), 17h45, 19h35 (V.Port./3D)

Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003 - Centro Comercial Loures Shopping. T. 760789789Anna Karenina M12. Sala 1 - 21h25, 00h15; Zambézia M6. Sala 1 - 13h, 15h20, 17h25, 19h25 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 2 - 14h40, 18h10, 21h40; Jack Reacher M12. Sala 3 - 13h05, 15h50, 18h25, 21h15, 24h; Os Miseráveis M12. Sala 4 - 12h40, 15h45, 18h45, 21h45; Guia para um Final Feliz M12. Sala 5 - 13h10, 16h10, 18h50, 21h30, 00h05; Decisão de Risco M16. Sala 6 - 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; O Hobbit M12. Sala 7 - 12h45; A Vida de Pi M12. Sala 7 - 16h, 18h35, 21h10, 23h50

Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 20h50, 00h15; Hotel Transilvânia M6. 15h20, 18h10 (V.Port.); A Vida de Pi M12. 21h15, 23h55; Jack Reacher M12. 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Decisão de Risco M16. 15h45, 18h40, 21h35, 00h30; Os Miseráveis M12. 15h, 18h, 21h10, 00h15; Zambézia M6. 15h40, 18h20 (V.Port.)

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996The Paperboy - Um Rapaz do Sul M16. 21h20, 24h; Os Miseráveis M12. 13h30, 17h15, 21h05, 00h15; Zambézia M6. 13h10, 15h20, 17h30 (V.P.); O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 16h10, 21h, 00h25; Hotel Transilvânia M6. 13h20 (V.P.); A Vida de Pi M12. 13h, 15h50, 18h40, 21h40, 00h25; Jack Reacher M12. 12h45, 15h45, 18h45, 21h35, 00h20; Decisão de Risco M16. 12h35, 15h30, 18h30, 21h30, 00h30; Guia para um Final Feliz M12. 12h55, 15h40, 18h25, 21h15, 00h10

Mira"lores ZON Lusomundo Dolce Vita Mira!loresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAA Vida de Pi M12. 21h10, 00h10; Jack Reacher M12. 15h20, 18h10, 21h20, 00h20; Guia para um Final Feliz M12. 15h30, 18h20,

21h30, 00h30 ; Os Miseráveis M12. 15h, 18h30, 22h; Zambézia M6. 15h10, 18h (V.P.)

Pombal PombalcinePombal Shopping, R. Sta Luzia. T. 236218801Silent Hill: Revelation 3D M16. Sala 1 - 21h30

Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220Jack Reacher M12. Sala 2 - 13h, 15h50, 18h35, 21h20, 24h; Decisão de Risco M16. Sala 3 - 12h50, 15h30, 18h20, 21h30, 00h15

Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Os Miseráveis 17h30, 21h05, 00h30; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 21h, 00h25; Hotel Transilvânia M6. 16h15, 18h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. 15h30, 18h15, 21h15, 24h; Jack Reacher M12. 15h50, 18h50, 21h45, 00h35; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. 21h, 00h25; A Vida de Pi M12. 15h50, 18h30, 21h20, 24h; Jack Reacher M12. 15h35, 18h25, 21h15, 00h05; Decisão de Risco M16. 15h40, 18h35, 21h30, 00h25; Guia para um Final Feliz M12. 16h, 18h45, 21h30, 00h15; Os Miseráveis M12. 14h45, 18h, 21h10, 00h25; Zambézia M6. 15h, 17h 19h (V.Port.)

Torre da Marinha Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789Decisão de Risco M16. Sala 1 - 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; Os Miseráveis M12. Sala 2 - 15h30, 18h40, 21h40; Jack Reacher M12. Sala 3 - 15h35, 18h20, 21h, 23h40; Guia para um Final Feliz M12. Sala 4 - 15h20, 18h10, 21h30, 00h05; Mata-os Suavemente M12. Sala 5 - 21h50, 00h20; Zambézia M6. Sala 5 - 15h10, 17h10, 19h10 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 6 - 15h50, 18h50, 21h25, 24h; O Hobbit: Uma Viagem Inesperada M12. Sala 7 - 16h, 21h10

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789O Hobbit M12. Sala 1 - 15h50, 21h; A Vida de Pi M12. Sala 2 - 15h30, 18h20, 21h30, 24h; Decisão de Risco M16. Sala 3 - 16h10,

18h50, 21h30, 00h10; Os Miseráveis M12. Sala 4 - 15h40, 18h40, 21h40; Cloud Atlas M12. Sala 5 - 16h20, 21h10; Jack Reacher M12. Sala 6 - 16h, 18h30, 21h20, 23h50

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446Bellamy M12. Sala 1 - 21h30 Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Os Miseráveis M12. Sala 1 - 15h10, 18h20, 21h30; Cloud Atlas M12. Sala 2 - 15h, 18h10, 21h20; Jack Reacher M12. Sala 3 - 16h, 18h50, 21h40; A Vida de Pi M12. Sala 4 - 15h20, 18h20, 21h10

Tomar Cine-Teatro Paraíso - TomarRua Infantaria, 15. T. 249329190O Hobbit M12. 21h30

Faro SBC"International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212A Origem dos Guardiões M6. Sala 1 - 13h30 (V.Port.); Jack Reacher M12. Sala 1 - 15h45, 18h30, 21h15, 24h; O Hobbit M12. Sala 2 - 14h45, 18h05, 21h25; Os Miseráveis M12. Sala 3 - 15h10, 18h25, 21h40; Anna Karenina M12. Sala 4 - 18h40; O Hobbit M12. Sala 4 - 21h25; Hotel Transilvânia M6. Sala 4 - 14h30, 16h35 (V.Port.); Anna Karenina M12. Sala 5 - 21h, 23h45; A Vida de Pi M12. Sala 5 - 18h30; Zambézia M6. Sala 5 - 13h40, 15h20, 16h55 (V.Port.); Guia para um Final Feliz M12. Sala 6 - 12h30, 15h25, 18h20, 21h30, 00h25; 007 Skyfall M12. Sala 8 - 18h10; Força Ralph M6. Sala 8 - 12h30 (V.Port.); Cloud Atlas M12. Sala 8 - 14h50, 21h05; Sammy 2 M4. Sala 9 - 13h30 (V.Port.); A Vida de Pi M12. Sala 9 - 15h40, 18h25, 21h20, 00h05

Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEstrada Nac. 125 - Vale Verde. T. 760789789A Vida de Pi M12. Sala 1 - 13h15, 15h55, 18h45, 21h30, 24h (3D); O Hobbit M12. Sala 2 - 21h15; Zambézia M6. Sala 2 - 13h, 15h05, 17h10, 19h15 (V.P.); Amanhecer Parte 2 M12. Sala 3 - 21h05, 23h30; O Hobbit M12. Sala 3 - 13h05, 16h25; Jack Reacher M12. Sala 4 - 13h10, 15h50, 18h35, 21h10, 23h50; 007

Skyfall M12. Sala 5 - 12h50, 15h45, 18h30, 21h20, 00h30; Anna Karenina M12. Sala 6 - 12h55, 15h30, 18h10, 21h, 23h40; Guia para um Final Feliz M12. Sala 7 - 13h20, 16h, 18h50, 21h35, 00h05; Decisão de Risco M16. Sala 8 - 12h45, 15h35, 18h25, 21h25, 00h15; Os Miseráveis M12. Sala 9 - 12h40, 15h40, 18h40, 21h40

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332Mais Um Dia Feliz M12. Sala 1 - 19h, 21h30, 23h45; Zambézia Sala 1 - 15h15, 17h (V.P.); Os Miseráveis M12. Sala 2 - 15h, 18h15, 21h30; Jack Reacher M12. Sala 3 - 15h, 18h15, 21h30

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888Decisão de Risco M16. Sala 1 - 15h30, 18h, 21h30, 24h; Zambézia M6. Sala 2 - 14h, 15h45, 18h15 (V.Port.), 20h (V.Port./3D)

TEATROLisboaBiblioteca Municipal Orlando RibeiroEstrada de Telheiras, 146. T. 217549030 Grande Tributo a Pessoas Com Gonçalo Puga. De 4/1 a 11/1. 6ª às 21h30. M/16. Casino LisboaAlameda dos Oceanos. T. 218929000 Lar, Doce Lar Enc. António Pires. De 27/12 a 3/2. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12.MOB Lisboa Travessa da QueimadaO Contrabaixo Grupo: Visões Úteis. Enc. Ana Vitorino, Carlos Costa, Catarina Martins, Pedro Carreira. Dia 11/1 às 22h30.Teatro AbertoPraça de Espanha. T. 213880089 Há Muitas Razões Para Uma Pessoa Querer Ser Bonita Enc. João Lourenço. De 21/12 a 31/3. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 A 20 de Novembro Com João Pedro Mamede. De 9/1 a 19/1. 4ª às 21h. 5ª a Sáb às 19h. M/16. Palácio do Fim Enc. Pedro Carraca. De 9/1 a 23/2. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/16. Teatro do BairroR. Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Nano T Enc. Alexandre Lemos. De 11/1 a 12/1. 6ª e Sáb às 21h. M/12. Teatro Maria VitóriaAv. Liberdade (Parque Mayer). T. 213461740 Humor com Humor se Paga Enc. Mário Rainho. A partir de 1/11. 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h30 e 21h30. Dom às 16h30. M/12. Teatro MeridionalRua do Açúcar, 64. T. 218689245 Por Causa da Muralha, Nem Sempre se Consegue Ver a Lua Grupo: Teatro Meridional. Enc. Miguel Seabra. De 9/1 a 3/2. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 O Grande Salão Enc. Martim Pedroso. De 19/12 a 12/1. 4ª a Sáb às 23h30. M/12. Teatro Municipal Maria MatosA. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Os Dias São Connosco Enc. Raquel Castro. De 10/1 a 16/1. 3ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 M!Show Enc. Marcantonio Del Carlo. De 10/1 a 3/2. 4ª a Sáb às 21h15. Dom às 16h15.

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Amor mmmmm mmmmm mmmmm

Anna Karenina mmmmm mmmmm mmmmm

Decisão de Risco mmmmm – –Entre Irmãs mmmmm – mmmmm

Jack Reacher mmmmm mmmmm mmmmm

Guia para um "inal feliz mmmmm mmmmm –Holy Motors mmmmm mmmmm mmmmm

Os Miseráveis A A mmmmm

Um Rapaz do Sul mmmmm – mmmmm

Vertigo mmmmm mmmmm mmmmm

Page 38: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

38 | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

SAIRTeatro PoliteamaR. Portas de Santo Antão, 109. T. 213405700 Uma Noite em Casa de Amália De Filipe La Féria. De 5/7 a 31/1. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 17h e 21h30. Dom às 17h. Teatro RápidoRua Serpa Pinto, 14. T. 213479138 Bolas de Neve Enc. Bernardo Gomes de Almeida. De 3/1 a 30/1. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h, 18h25, 18h50, 19h15, 19h40 e 20h05 (na Sala 1). M/12. Duração: 15m. Diagonais Com Cátia Terrinca, Francisco Sousa. De 3/1 a 31/1. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h20, 18h45, 19h10, 19h35, 20h, 20h25 (na Sala 4). M/12. Duração: 15m. Pode Beijar a Noiva Enc. Tiago Torres da Silva. De 3/1 a 30/1. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h15, 18h40, 19h05, 19h30, 19h55 e 20h20 (na Sala 3). M/12. Duração: 15m. Professor Roberto Enc. Susana Vitorino. De 3/1 a 31/1. 2ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom às 18h05, 18h30, 18h55, 19h20, 19h45 e 20h10 (na Sala 2). M/16.Teatro TurimEstrada de Ben!ica, 723A. T. 217606666 A Culpa Enc. Peter Pina. De 10/1 a 20/1. 5ª a Dom às 21h30. M/16. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A. T. 213538586 Humorista Gourmet Com António Lopes, Nuno Trindade. De 4/1 a 25/1. 6ª às 23h45 (no Átrio). Stand-up. Inf: 961829000. Isto É Que Me Dói! Enc. Francisco Nicholson. De 2/1 a 31/3. 4ª, 5ª e 6ª às 21h30. Sáb às 16h e 21h30. Dom às 16h. M/12. Teatro-Estúdio Mário ViegasLargo do Picadeiro. T. 213257641 Corações em Festa Enc. Juvenal Garcês. De 11/1 a 25/1. 6ª às 21h. M/12. Duração: 80m.

AlmadaTeatro Municipal Joaquim BeniteAvenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Timão de Atenas Comp. de Teatro de Almada. Enc. Joaquim Benite com Rodrigo Francisco. De 9/1 a 3/2. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h (na Sala Principal). M/12.

Olival BastoCentro Cultural da MalapostaRua Angola. T. 219383100 Do Céu Caiu um Anjinho Grupo: Centro Dramático de Viana. Enc. Fernando Gomes. De 11/1 a 10/2. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.

SetúbalFórum Municipal Luísa TodiAv. Luísa Todi, 65. T. 265522127 Luísa Todi - O Musical Grupo: Teatro de Animação de Setúbal. De 10/1 a 13/1. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12. Duração: 90m.

EXPOSIÇÕESLisboa3 + 1 Arte ContemporâneaRua António Maria Cardoso, 31. T. 210170765 Plateia dos Mundos De Álvaro Brito. De 6/12 a 12/1. 3ª a Sáb das 14h às 20h.Alecrim 50R. do Alecrim, 48"50. T. 213465258 O lugar mais perto/The nearest place De Luísa Jacinto. De 29/11 a 26/1. 3ª a 6ª das 11h às 19h. Sáb das 11h às 14h.Appleton SquareRua Acácio Paiva, 27 - r/c. T. 210993660 Erosion De Mónica de Miranda. De 10/1 a 9/2. 3ª a Sáb das 15h às 20h.Arquivo Fotográ!icoRua da Palma, 246. T. 218844060

Sérgio Taborda - Trabalhos em Vídeo De 4/1 a 12/1. 3ª a Sáb das 13h às 20h. Sessões dia 11 Janeiro às 21h30, dia 12 Janeiro às 18h. Galeria RattonR. Academia das Ciências, 2C. T. 213460948 Alguém disse De Maria Beatriz. De 22/10 a 11/1. 2ª a 6ª das 15h às 19h30. Galeria São MamedeRua da Escola Politécnica, 167. T. 213973255 Óleos de Pequeno Formato De Armanda Passos. De 22/11 a 15/1. 2ª a 6ª das 11h às 20h. Sáb das 11h às 19h. Pintura. Galeria ValbomAvenida Conde Valbom, 89. T. 217801110 Década De João Vieira. De 17/11 a 31/1. 2ª a Sáb das 13h às 19h30. Pintura. Galeria Zé dos BoisR. Barroca, 59 - Bairro Alto. T. 213430205 Tem calma o teu país está a desaparecer De Gabriel Abrantes, Tiago Baptista, Mattia Denisse, Alexandre Estrela, João Maria Gusmão + Pedro Paiva, Eduardo Guerra + Miguel Ferrão, Sílvia Prudêncio, Alexandre Rendeiro, Rigo 23, entre outros. De 19/10 a 26/1. 4ª, 5ª e 6ª das 18h às 23h. Sáb das 15h às 23h.GiefarteRua Arrábida, 54B. T. 213880381 Auto-Retrato De Graça Pereira Coutinho. De 4/12 a 6/2. 2ª a 6ª das 11h às 14h e das 15h às 20h. Outros. Goethe-InstitutCp. Mártires Pátria, 37. T. 218824510 À la recherche du temps perdu De Gabriel Barbi, Manuel da Costa Cabral, Lourdes Castro + Manuel Zimbro, Hubert Fichte, Arne Kaiser, Maria Lusitano-Santos, Leonore Mau, Erich Reischke, Rui Silveira, Leila Tschopp, Heimo Zobernig. De 7/12 a 31/1. 2ª a 6ª das 08h às 20h. Sáb das 09h às 17h30.In!lux Contemporary ArtR. Fernando Vaz, 20 B. T. 918501234 There is one in all of us De Gonçalo MAR. De 24/11 a 26/1. 5ª a Sáb das 14h às 18h.Institut Français du PortugalAv. Luís Bívar, 91. T. 213111400 Fernando Lopes-Graça: Melodias Rústicas Portuguesas De Patrick Devresse. De 9/1 a 9/2. 2ª a 6ª das 08h30 às 21h. Sáb das 08h30 às 13h. Fotogra!ia. Jardim Botânico de Lisboa Rua da Escola Politécnica, 58. T. 213921800 Adaptações Botânicas De 22/10 a 31/12. Todos os dias das 09h às 18h. Botânica. As Plantas do Tempo dos Dinossáurios A partir de 23/11. Todos os dias das 09h às 18h. Botânica.Lisboa Story Centre Terreiro do Paço, T. 916440827 Memórias da Cidade A partir de 11/9. Todos os dias das 10h às 20h (últ. admissão às 19h).MNAC - Museu do ChiadoRua Serpa Pinto, 4. T. 213432148 Are you still awake? De João Pedro Vale, Hugo Canoilas, João Tabarra, Alexandre Estrela, Julião Sarmento, Ana Hatherly, Mauro Cerqueira, entre outros. De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Fotogra!ia. Mosteiro dos JerónimosPç. Império. T. 213620034 Alexandre Herculano - Guardar a Memória - Viver a História A partir de 17/12. 3ª a Dom das 10h às 17h. Um Lugar no Tempo A partir de 16/12. 3ª a Dom das 10h às 17h.

MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Interiores: 100 anos de Arquitectura de Interiores em Portugal De 20/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Made In Portugal - Iberomoldes De 13/12 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Nacional e Ultramarino. BNU e a Arquitectura do Poder: entre o Moderno e o Antigo De 13/12 a 28/4. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu Banco de PortugalAvenida Almirante Reis, 71. T. 213130650 O Dinheiro no Ocidente Peninsular do Artigo Padrão ao Euro A partir de 15/11. 2ª a 6ª das 10h às 12h e das 14h às 16h.Museu Colecção BerardoPraça do Império - CCB. T. 213612878 Da Solidão do Lugar a um Horizonte de Fugas De Douglas Gordon, Ângela Ferreira, Miguel Palma, Eugenio Dittborn, Caetano Dias, João Tabarra, Augusto Alves da Silva, Justine Triet, Jimmie Durham. De 19/12 a 28/4. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). Exposição Permanente do Museu Colecção Berardo (1960!2010) De Vito Acconci, Carl Andre, Alan Charlton, Louise Bourgeois, José Pedro Croft, Antony Gormley, Jeff Koons, Allan McCollum, Gerhard Richter, Cindy Sherman, William Wegman, entre outros. A partir de 9/11. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30). O Museu em Montagem De Rodrigo Bettencourt da Câmara. De 31/10 a 24/2. Todos os dias das 10h às 19h (última admissão às 18h30).Museu da Cidade de LisboaCampo Grande, 245. T. 217513200 A"inal era uma Borboleta De João Queiroz. De 24/11 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Azul dos Ventos De Arthur Bispo do Rosário. De 17/11 a 3/2. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Hidrolis - Causas e Consequências do Plano de Aproveitamento Hidroeléctrico dos Vales de Lisboa De Samuel Alcobia. De 6/12 a 18/2. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h. Lisboa 1755. A Cidade à Beira do Terramoto - Reconstituição virtual da Lisboa pré-pombalina A partir de 25/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h.Museu da ElectricidadeAv. Brasília - Edif. Central Tejo. T. 210028190 Riso. Uma Exposição a Sério De Alberto Pimenta, Bordalo Pinheiro, Barbara Kruger, Cindy Sherman, Cruzeiro Seixas, Emmerico Nunes, Joana Vasconcelos, José Cardoso Pires, Luís de Sttau Monteiro, Pablo Picasso, Pieter Brueghel II - O Jovem, Sara e André, Vieira da Silva, entre outros. De 19/10 a 17/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Un Certain Malaise De 29/11 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h.Museu da FarmáciaRua Marechal Saldanha, 1. T. 213400680 Día de Muertos. Ontem e Hoje - do México Pré-Hispânico ao México Actual De 6/11 a 26/1. 2ª a 6ª das 10h às 18h.Museu da MarionetaRua da Esperança, 146. T. 213942810 Marionetas A partir de 7/11. 3ª a Dom das 10h às 13h e das 14h às 18h (última admissão às 12h30 e 17h30).Museu das ComunicaçõesRua do Instituto Industrial, 16. T. 213935000 Casa do Futuro A partir de 1/3. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb às 16h. FPC Future Labs 4.0: O futuro é in"inito De 18/5 a 30/4. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 14h às 18h. Mala Posta A partir de 1/12. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb

SAIRN 38° 42’ 47.5” W 9° 8’ 43.75’’ De Cláudia Damas.De 13/12 a 15/2. 2ª a Sáb das 10h às 19h.Baginski Galeria/ProjectosR. Capitão Leitão, 51/53. T. 213970719 Say what you have to say, put it on the table and walk away... and see what it does De Lúcia Prancha, Sara Nunes Fernandes, Sérgio Carronha.Até 12/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h. Super"icial Exercises De José Carlos Martinat. De 21/11 a 12/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h.Caroline Pagès GalleryR. Ten. Ferreira Durão, 12 - 1D. T. 213873376 Ocidente De Maria Condado. De 6/12 a 19/1. 2ª a Sáb das 15h às 20h. Pintura. Carpe Diem Arte e PesquisaR. de O Século, 79. T. 211924175 Bairro Alto: Mutações e Convivências Pací"icas De 15/12 a 15/2. 4ª a Sáb das 13h às 19h. Cruzada De Cinthia Marcelle. De 20/10 a 29/1. 4ª a Sáb das 14h às 19h. Lar, Doce, Lar... De Cristina Ataíde. De 20/10 a 26/1. 4ª a Sáb das 13h às 19h. Once Upon a Time De Mónica de Miranda. De 20/10 a 26/1. 4ª a Sáb das 13h às 19h.Pintura Descolada De Rosana Ricalde, Felipe Barbosa. De 20/10 a 26/1. 4ª a Sáb das 13h às 19h. Variações da Fé De Hélène Veiga Gomes. De 20/10 a 26/1. 4ª a Sáb das 13h às 19h.Casa-Museu da Fundação António Medeiros e AlmeidaRua Rosa Araújo, 41. T. 213547892 Peças com história... A partir de 25/3. 2ª a 6ª das 13h às 17h30. Sáb das 10h às 17h30.Centro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Júlio Pomar: Estudos para O Romance de Camilo de Aquilino Ribeiro De 22/10 a 19/1. Todos os dias das 14h30 às 18h30. O Ser Urbano - Nos Caminhos de Nuno Portas De 7/12 a 24/2. 3ª a Dom das 10h às 18h. Chiado 8 - Arte ContemporâneaLargo do Chiado, 8. T. 213237335 Preto e Branco De Pedro Sousa Vieira. De 30/11 a 15/2. 2ª a 6ª das 12h às 20h.Convento da TrindadeRua Nova da Trindade, 20. Pureza De Álvaro Siza, João Luis Carrilho da Graça, Fernando Brizio, Miguel Vieira Baptista, Joana Vasconcelos, João Louro, Ricardo Mealha, Jorge Silva. De 13/12 a 13/1. 3ª a Dom das 12h às 20h.Ermida de Nossa Senhora da ConceiçãoTravessa do Marta Pinto, 12. T. 213637700 Manuel Amado na Ermida De 17/11 a 13/1. 3ª a 6ª das 11h às 17h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Pintura. Espaço Tranquilidade - Projectos EspeciaisR. Rodrigues Sampaio, 95. T. 213503500 Ropes De João Grama. De 13/12 a 22/2. 3ª a 6ª das 12h30 às 19h. Fotogra!ia. Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 100 Obras, 10 Anos: Uma Selecção da Colecção da Fundação PLMJ De Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, João Louro, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Rui Chafes. De 27/9 a 27/1. 4ª a Dom das 10h às 18h.Fundação Carmona e CostaEd de Espanha - R. Soeiro Pereira Gomes L1 - 6º A/C/D. T. 217803003 Debaixo das pedras da calçada, a praia! De Jorge Queiroz. De 20/10 a 2/2. 4ª a Sáb das 15h às 20h. Desenho. Fundação e Museu Calouste GulbenkianAvenida de Berna, 45A. T. 217823000 As Idades do Mar De Francesco Guardi, Turner, Friedrich, Monet, De Chirico, Amadeo de Souza-Cardoso, Vieira da Silva, Sousa Lopes, Noronha da Costa, António Carneiro, João Vaz, entre outros. De 25/10 a 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Um Chá para Alice De Lisbeth Zwerger, Dusan Kallay, Anthony Browne, Chiara Carrer, Anne

Herbauts, Nicole Claveloux, Teresa Lima, entre outros. De 31/10 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h.Fundação José SaramagoRua dos Bacalhoeiros. T. 218802040 José Saramago: a Semente e os Frutos A partir de 13/6. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 10h às 14h. Documental, Biográ!ico, Outros. Fundação Mário SoaresR. S. Bento, 160. T. 213964179 Século XX português: Os Caminhos da Democracia A partir de 1/1. 3ª a 6ª das 10h às 12h30 e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h.Galeria 36Rua S. Filipe Nery, 36. T. 918972966 Pedro Chorão De 8/1 a 25/2. 2ª a Sáb das 16h às 19h30. Pintura. Galeria Belo-GalstererR. Castilho 71, RC, Esq. T. 213815891 Ar De Miguel Branco. De 29/11 a 26/1. 3ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 10h às 16h (parte I). Endgame De Mel O’ Callaghan. De 29/11 a 16/3. 3ª a 6ª das 12h às 19h. Sáb das 10h às 16h.Galeria BozartR. Escola politécnica, 4 R/C. T. 213432516 Ocupações De Filipe Branquinho. De 10/1 a 23/2. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Fotogra!ia. Galeria Carlos ParedesR. Gonçalves Crespo, 62. T. 213594453 Luzia Maria Martins: Uma Mulher no Teatro e no Mundo De 10/1 a 22/2. 2ª a 6ª das 08h30 às 19h. Documental. Galeria de Pintura do Rei D. Luís ICalçada da Ajuda. T. 213633917 Viacrucis - A Paixão de Cristo De Fernando Botero. De 14/11 a 27/1. 2ª, 3ª, 5ª, 6ª e Dom das 11h às 18h (últ. admissão às 17h15). Sáb das 11h às 20h (últ. admissão às 19h15).Galeria DiferençaRua São Filipe Neri, 42 - Cave. T. 213832193 30 x 30 De Albertina Sousa, André Ruivo, Coca Froes David, José David, Nuno Teotónio Pereira, Patrícia Felix, Paulo Lourenço, Teresa Lacerda, entre outros. De 15/11 a 12/1. 3ª a 6ª das 14h às 19h. Sáb das 15h às 20h.Galeria Filomena SoaresRua da Manutenção, 80. T. 218624122 Jacqueline Kennedy Onassis: A Commercial Exhibition De Jan De Cock. De 15/11 a 12/1. 3ª a Sáb das 10h às 20h. Escultura. Galeria Graça BrandãoR. Caetanos, 26A (Bairro Alto). T. 213469183 Monkey Trip De Gonçalo Pena. De 23/11 a 26/1. 3ª a Sáb das 12h às 20h. Desenho. Galeria João Esteves de OliveiraRua Ivens, 38. T. 213259940 Esquissos de Uma Vida De 22/11 a 18/1. 2ª das 15h às 19h30. 3ª a 6ª das 11h às 19h30. Sáb das 11h às 13h30 e das 15h às 19h30. Desenho. Galeria MøblerR. Nova da Piedade, 49. Houdini De Bráulio Amado. De 28/12 a 19/1. 5ª a Sáb das 10h30 às 19h30. PMA De Bráulio Amado, Pedro Geraldes, Ricardo Filho de Jose!ina. De 28/12 a 19/1. 5ª a Sáb das 10h30 às 19h30. Fotogra!ia. Galeria Pedro CeraRua do Patrocínio, 67E. T. 218162032 Now Honey Play Me Close Like Sugar Play Toast De Tamar Halpern. De 30/11 a 26/1. 3ª a 6ª das 10h às 13h30 e das 14h30 às 19h. Sáb das 14h30 às 19h. Fotogra!ia. Galeria Quadrado Azul - LisboaLargo dos Stephens, 4. T. 213476280

Ivan Smagghe no Lux

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | 39

SAIRdas 14h às 18h. Vencer a Distância - Cinco Séculos de Comunicações em Portugal A partir de 2/5. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb das 14h às 18h.Museu de São RoqueLgo Trindade Coelho (antiga Casa Professa da Companhia de Jesus). T. 213235065 Exposição Permanente - Museu de São Roque A partir de 20/12. 3ª, 4ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 5ª das 14h às 21h.Museu do CombatenteForte do Bom Sucesso. T. 213017225 A História da Aviação Militar A partir de 16/10. Todos os dias das 10h às 17h. Guerra do Ultramar - 50 anos depois A partir de 11/2. 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 17h. O Combatente Português do Século XX A partir de 10/12. Todos os dias das 10h às 17h. Panos d’Obra De Manuela Jardim. De 18/12 a 28/2. Todos os dias das 10h às 17h.Museu do FadoLargo do Chafariz de Dentro, 1. T. 218823470 Com esta Voz me Visto. O Fado e a Moda De 22/11 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h45). Fado De 14/8 a 31/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Museu do Fado (1998!2008) De José Malhoa, Rafael Bordalo Pinheiro, Constantino Fernandes, Cândido da Costa Pinto, Arnaldo Louro de Almeida, João Vieira, Júlio Pomar, entre outros. A partir de 2/10. 3ª a Dom das 10h às 18h. Museu do OrienteAv. Brasília - Doca de Alcântara Norte. T. 213585200 Deuses da Ásia A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito 18h às 22h). O Chá. De Oriente para Ocidente De 8/6 a 31/3. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. 6ª das 10h às 22h (entrada gratuita a partir das 18h). Presença Portuguesa na Ásia. O Coleccionismo de arte do Extremo Oriente A partir de 9/5. 3ª, 4ª, 5ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (última admissão 17h30). 6ª das 10h às 22h (última admissão 21h30) (gratuito das 18h às 22h).Museu Nacional de Arte AntigaRua das Janelas Verdes, 1249 (Palácio Alvor). T. 213912800 A Arquitectura Imaginária. Pintura, Escultura, Artes Decorativas De 1/12 a 30/3. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Da Ideia à Forma. Desenhos de escultura em Portugal (séculos XVII a XIX) De 16/10 a 13/1. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.Museu Nacional de História NaturalR. Escola Politécnica, 56/58. T. 213921800 A Aventura da Terra: um Planeta em Evolução A partir de 19/11. 3ª a 6ª das 10h às 17h (última admissão às 16h). Sáb e Dom das 11h às 18h (última admissão às 17h). Allosaurus: Um Dinossáurio, Dois Continentes? De 6/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Faites vos jeux, rien ne va plus De Pires Vieira. De 3/1 a 27/1. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Formas & Fórmulas De 1/6 a 28/4. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Jóias da Terra - O Minério da Panasqueira A partir de 1/8. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Memória da Politécnica: Quatro Séculos de Educação, Ciência e Cultura De 17/4 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Memórias da

Museu de Arte Sacra de Grândola (Igreja de São Sebastião)Rua General Humberto Delgado. T. 269442234 Exposição Permanente A partir de 23/8. Todos os dias das 10h às 13h e das 14h30 às 18h. Pintura, Escultura.

SesimbraMuseu Municipal de SesimbraNúcleo da Torre NovaCastelo de Sesimbra. T. 212288206 Castelo de Sesimbra/História dos Castelos em Portugal A partir de 27/9. Todos os dias das 09h às 17h. Permanente.

SetúbalMAEDS - Museu de Arqueologia e Etnogra!ia do Distrito de SetúbalAvenida Luísa Todi, 162. T. 265239365 Arqueologia Regional A partir de 2/10. 3ª a Sáb das 09h às 12h30 e das 14h às 17h30. Arqueologia. Permanente.

MÚSICALisboaCais da Matinha - Armazém AJ23 Rua da Cintura do Porto de Lisboa. K11 - Bass Expedition Hoje às 23h. 11.º aniversário Kalimodjo. Com Friction & MC Linguistics, Calyx & Teebee, Enei, Nokin, Molin, C#Netik, Noleaf, Groovekid, Sebastião Delerue b2b Realphase. Câmara Municipal de LisboaPraça do Município . T. 213236200 Solistas da Metropolitana Com Bertrand Raoulx (fagote), Peter Flanagan (violoncelo). Hoje às 13h. Casa Fernando PessoaRua Coelho da Rocha, 16. T. 213913270 Solistas da Metropolitana Com Anzhela Akopyan (violino), Daniela Radu (violino), Savka Konjikusic (piano). Hoje às 18h30. Casa Museu Dr. Anastácio GonçalvesAvenida 5 de Outubro, 6/8. T. 213540823 Solistas da Metropolitana Com Carlos Damas (violino), Jian Hong (violoncelo). Hoje às 19h. Clube FerroviárioR. de Santa Apolónia, 59. T. 218153196 Feira dos Amigos do Vinyl Hoje às 18h. Com Vinyl Lovers DJ Set (18h-22h), Katabatic (22h), DJ Miguel Sá (24h), Alexandre Barbosa (02h). Escola Secundária de Luís de CamõesPç. José Fontana. T. 213190380 Solistas da Metropolitana Com Nuno Inácio (!lauta), Ana Cláudia Serrão (violoncelo), Anna Tomasik (piano). Hoje às 19h (concerto Antena 2, comentado por André Cunha Leal). Espaço Brasil (Lx Factory)Rua Rodrigues de Faria, 103. T. 213143399 Alceu Valença Até 12/1. 5ª a Sáb às 22h30. Hot Clube de PortugalPraça da Alegria, 48. T. 213619740

Carlos Bica & Azul Com Carlos Bica (contrabaixo), Frank Möbus (guitarra eléctrica), Jim Black (bateria e percussão). De 10/1 a 12/1. 5ª a Sáb às 23h. Ler Devagar (LX Factory)R. Rodrigues Faria, 103. T. 213259992 Duo Contrasti Com Diana Tzonkova (violino), Ercole de Conca (contrabaixo). Hoje às 21h30. Lux FrágilAv. Infante D. Henrique. T. 218820890 James Holden & Ivan Smagghe + SwitchSt(d)ance + Leonaldo de Almeida + Dexter Hoje às 23h. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Sir Scratch + Mirror People & Granada Hoje às 24h. Com Bob da Rage Sense, Sam The Kid, Kacetado, Tamin, NBC, Luanda Cozetti, Dino, Brain e Filipe Gonçalves. Ritz ClubeRua da Glória, 57. T. 937900346 Crise Total + Simbiose + Acromaníacos + Albert Fish + Dr. Bifes & Os Psicopratas + DJ Billy Hoje às 22h.

AmadoraEspaço Cultural Recreios da AmadoraAvenida Santos Mattos, 2. T. 214369055 José Barros e Navegante Hoje às 21h30 (M/4).

BejaTeatro Municipal Pax-JúliaLargo de São João. T. 284315090 Conservatório Regional do Baixo Alentejo Hoje às 21h30 (Concerto de Reis).

LeiriaTeatro Miguel Franco (Centro Cultural de Leiria)Largo de Santana. T. 244839680 Norberto Lobo Hoje às 21h30 (M/3).

SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 Secret Lie Hoje às 22h.

VilamouraCasino de VilamouraPç. do Casino de Vilamoura. T. 289310000 Fernando Tordo Hoje às 20h30.

DANÇALisboaCentro Cultural de BelémPraça do Império. T. 707303000 Someone Else Ago Com Luís Malaquias, Renato Gomes. Coreog. Bruno Duarte. De 11/1 a 12/1. 6ª às 21h. Sáb às 19h. M/12.CulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Fuga Sem Fim Coreog. Victor Hugo Pontes. De 10/1 a 11/1. 6ª e Sáb às 21h30. M/12.Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Estado de Excepção Coreog. Rui Horta. De 10/1 a 13/1. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30.

SAIRPolitécnica - Quatro séculos de Educação, Ciência e Cultura De 16/2 a 31/12. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h. Selos da Natureza De Pedro Salgado. De 24/11 a 31/1. 3ª a 6ª das 10h às 17h. Sáb e Dom das 11h às 18h.Museu Nacional do AzulejoRua Madre de Deus, 4. T. 218100340 Da Flandres. Os azulejos encomendados por D. Teodósio I, 5º Duque de Bragança De 23/10 a 8/3. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Exposição Permanente A partir de 1/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30). Três Estrelas e Um Menino De Del!im Manuel. De 8/12 a 12/1. 3ª a Dom das 10h às 18h (última admissão às 17h30).Museu Nacional do TrajeLargo Júlio Castilho. T. 217567620 Pele sobre Pele De 24/2 a 30/5. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h. Núcleo Museológico do Castelo S. JorgeCastelo de São Jorge. T. 218800620 Núcleo Museológico A partir de 18/12. Todos os dias das 09h às 18h (últ. admissão às 17h30). Oceanário de LisboaEsplanada Dom Carlos I. T. 218917002 Tartarugas Marinhas. A Viagem De 7/4 a 1/4. Todos os dias das 10h às 19h.Pavilhão do Conhecimento - Ciência VivaAlameda dos Oceanos. T. 218917100 A Casa Inacabada 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h.A Ciência que Muda o Mundo De 18/10 a 30/8. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h. Explora 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h.T.Rex - Quando as Galinhas Tinham Dentes De 15/10 a 1/8. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h. Vê, Faz, Aprende! 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 11h às 19h.Perve Galeria de AlfamaR. Escolas Gerais, 17/19/23. T. 218822607 Lusophonies | Lusofonias De Albino Moura, António Quadros, Cruzeiro Seixas, Márcia Matonse, Shikhani, Isabella Carvalho, Malangatana, Mário Cesariny, entre outros. De 29/11 a 12/1. 2ª a Sáb das 14h às 20h. RossioExpresso 40 anos Até 20/1. Todos os dias 24h. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 Portinari e Cavalcanti no D. Maria II De Cândido Torquato Portinari, Emílio Di Cavalcanti, Nuno San Payo, Floriano Araújo Teixeira, Thomaz de Mello (TOM), Carybé. De 30/10 a 28/7. 2ª das 18h30 às 19h30 Visitas guiadas (marcação prévia 24h antes). 3ª a Sáb das 15h às 18h (ou 30min antes do espectáculo). Pintura. Marcações para as visitas guiadas: [email protected] Terreiro das MissasAv. da Brasília (junto à Estação Fluvial). Gigantes da Idade do Gelo De 10/11 a 3/2. 2ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb, Dom e feriados das 10h às 20h.Vera Cortês - Agência de ArteAvenida 24 de Julho, 54 - 1ºE. T. 213950177 The American Sunset De 22/11 a 19/1. 3ª a Sáb das 14h às 19h.

AlgésCentro de Arte Manuel de BritoAlameda Hermano Patrone T. 214111400 Colecção Manuel de Brito De Eduardo Viana, Almada Negreiros, Carlos Botelho, Noronha da Costa, Julião Sarmento, Joana

Vasconcelos, Francisco Vidal, entre outros. A partir de 29/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Hortus Botanicus De Eduardo Viana, Joaquim Rodrigo, António Pedro, Menez, Toshimitsu Imai, entre outros. De 11/10 a 10/2. 3ª a Dom das 10h às 18h (encerra às 00h na última 6ª do mês).

AlmadaCasa da Cerca Centro de Arte ContemporâneaRua da Cerca. T. 212724950 A Ciência do Desenho De Alexandre Farto, Catarina Patrício, David Oliveira, Paula Rego, Pedro Gomes, Ricardo Leite, Rui Macedo. De 13/10 a 20/1. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 13h às 18h.

CascaisCasa das Histórias - Paula RegoAvenida da República, 300. T. 214826970 Maria João Worm - A Fonte das Palavras De 13/12 a 17/1. Todos os dias das 10h às 18h (encerra 25/12 e 1/1). Pintura, Gravura. Centro Cultural de CascaisAv. Rei Humberto II de Itália. T. 214848900 Charles Landseer De 20/9 a 27/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura.

Cova da PiedadeMuseu da Cidade de AlmadaPraça João Raimundo. T. 212734030 Brincadeiras dos Nossos Avós Até 30/5. 3ª a Sáb das 10h às 13h e das 14h às 18h.

ElvasMuseu de Arte Contemporânea de ElvasRua da Cadeia. T. 268637150 Traços, Pontos e Linhas - Desenhos da colecção António Cachola De Adriana Molder, Rui Sanches, entre outros. De 13/10 a 24/2. 3ª das 14h30 às 18h. 4ª a Dom das 10h às 13h e das 14h30 às 18h. Desenho, Escultura.

EstorilGaleria de Arte do Casino do EstorilPraça José Teodoro dos Santos. T. 214667700 XXVI Salão de Outono - Homenagem a Jorge Amado De Abílio Febra, Albino Moura, Ana Cristina Dias, Armanda Passos, Carlos Ramos, Diogo Navarro, Gabriel Seixas, Ivald Granato, Mário Vinte e Um, Moisés Preto Paulo, entre outros. De 24/11 a 15/1. Todos os dias das 15h às 01h.

GrândolaBiblioteca Municipal de GrândolaR. José Pereira Barradas. T. 269450080 Al Berto - Poeta de Sines, Homem do Mundo: Doze Moradas de Silêncio De 23/11 a 14/1. 2ª das 13h às 19h. 3ª a 6ª das 09h às 19h. Sáb das 10h às 13h.

Fuga sem Fimna Culturgest

DR

Por motivos técnicos, a edição de hoje não inclui farmácias de serviço. Logo que possível voltaremos a disponibilizar este conteúdo

Page 40: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

40 | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

JOGOSCRUZADAS 8311

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

16º

Viana do Castelo

Braga5º 13º

Porto6º 13º

Vila Real3º 9º

5º 13º

Bragança1º 8º

Guarda1º 7º

Penhas Douradas0º 7º

Viseu5º 10º

Aveiro6º 14º

Coimbra7º 13º

Leiria5º 15º

Santarém7º 13º

Portalegre6º 11º

Lisboa8º 14º

Setúbal6º 15º Évora

7º 14º

Beja8º 15º

Castelo Branco4º 11º

Sines10º 16º

Sagres10º 17º

Faro9º 17º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

11º 16º

11º

Flores

Terceira12º 17º

12º 18º

15º 20º

12º 16º

16º

17º

07h54

Nova

17h35

19h4411 Jan.

1-1,5m

3m

16º

3m

20º1-1,5m

18º2,5-3m

02h03 3,614h33 3,5

08h19 0,420h36 0,5

01h39 3,614h09 3,5

07h56 0,620h11 0,6

01h46 3,514h13 3,4

07h52 0,520h07 0,5

2,5-3,5m

2,5-3,5m

4m

15º

16º

17º

Horizontais: 1. Morno. Fileiras. 2. Trouxa. Canal subterrâneo (minas). 3. Criatura. País da América do Sul. 4. Atilho. Estremecer de entusiasmo. 5. Ulceração nos dentes e ossos, e que os destrói pro-gressivamente. Cingir. 6. Contracção de “a” com “o”. Esquecimento. 7. Grão de milho ou de qualquer cereal (prov.). Abreviatura de manuscrito. 8. Nome da letra H. Pequena bigorna de aço, sem hastes. Despidos. 9. Submeter a teste. Sem mistura. 10. Seguir até. Rubor con-gestivo da pele, habitualmente tempo-rário. 11. Desejo de dormir. Fita de pano grosseiro.

Verticais: 1. Unidade de peso que tem valor monetário na China. Trincheira formada por troncos de árvores. 2. Relativo a uma raça ou a um povo. Crio. 3. Conversa !iada (pop.). Fluido aerifor-me. 4. Caminhai. Grande porção (pop.). Pre!ixo (Deus). 5. Contracção da prep. “de” com o pron. dem. “o”. Ornar com !iletes. 6. Livro que contém a parte do ofício divino cuja recitação é obriga-tória diariamente para os sacerdotes católicos. 7. Centésima parte do hec-tare. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares. A tua pessoa. 8. Guarnecido de arame. Antiga forma de por (arcaico). 9. Filiado da extinta Mocidade Portuguesa, dos sete aos dez anos. Divindade mitológica. 10. Actuara. Relativo a muro. 11. Cloreto de sódio. Da Rússia.

Depois do problema resolvido encon-tre o título de uma obra de Agustina Bessa-Luís (3 palavras).

Solução do problema anterior:Horizontais: 1. Pesa. Barra. 2. Partir. Tear. 3. Algo. Amaina. 4. Uh. Pita. NEM. 5. TAP. Norma. 6. Cri. Cora. 7. Impor. NS. 8. Barrir. Fado. 9. Are. Gadiçar. 10. Nédio. Enodo. 11. Imenso. Arar.Verticais: 1. Pauta. Bani. 2. PALHA. Harém. 3. Erg. PC. Rede. 4. STOP. Rir. In. 5. Ai. INIMIGOS. 6. Rato. Pra. 7. Marco. DE. 8. Ata. Mor!ina. 9. Reinar. Açor. 10. Rane. Andada. 11. Arame. Soror.Provérbio: Inimigos nem de palha.

Oeste Norte Este Sul 1STpasso 2! passo 2"passo 3ST Todos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge.Carteio: Saída: 3". O jogador em Este joga o 9 de ouros. Sabendo que os ad-versários saem às quartas, como carte-aria este jogo?Solução: A saída indica que Oeste de-verá ter quatro cartas ou cinco cartas de ouros, dependendo se tem ou não na sua posse o 2 de ouros. Se os ouros estiverem divididos 4#3, o melhor que há a fazer é dar um golpe em branco a paus, para mais tarde bater o Ás e o Rei. Se os paus estiverem 3#2 as nove !icarão garantidas, caso contrário teremos ainda um último recurso: as copas 3#3. Mas se Oeste tiver cinco cartas de ouros, já não será possível recorrer ao golpe em branco a paus, pois a defesa poderia nessa altura encaixar quatro vazas a ouros e mais uma a paus, para um cabide. O que decidir então? A resposta é simples: voltamos a jogar ou-ros! Suponhamos que Oeste encaixa apenas três vazas a ouros, con!irmando que tinha apenas quatro cartas, então po-demos recorrer ao plano inicial: golpe em branco a paus. Se Oeste tirar quatro vazas a ouros (tinha cinco de inicio), como é o

Dador: SulVul: Todos

Problema 4610 Di!iculdade: fácil

Problema 4611 Di!iculdade: muito difícil

Solução do problema 4608

Solução do problema 4609

NORTE# A74$ AQ64" 654! 642

SUL# K3$ K52" QJ10! AK753

OESTE# J952$ 103" AK832! J9

ESTE# Q1086$ J987" 97! Q108

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

caso presente, !icaremos a oito cartas do !im, tendo baldado dois paus do morto e dois da nossa mão. Oeste sai de mão num qualquer naipe, mas agora ainda temos uma hipótese suplementar à distribuição 3#3 do naipe de copas: O jogador em Este estar comprido a paus e a copas. Tudo o que há a fazer neste momento é encaixar Ás e Rei de espadas, o que guarda Este? Está apertado, pois em três voltas de ou-ros já fora obrigado a livrar-se de três es-padas (se baldar de outro naipe, então os paus ou as copas !icam automaticamen-te apurados), e agora é forçado a baldar mais uma vez, seja qual for a balda a nona vaza surgirá, quer sob a forma da quarta carta de copas, quer o terceiro pau. Por último, se Oeste decidir não encaixar os seus ouros até ao !im, então tudo o que há a fazer é jogar paus do morto em direção à nossa mão e esperar que aconteça uma de duas coisas: a Dama de paus em Este, que assim que aparecer deixamos fazer, ou três cartas de paus em Este, que !icará em mão na terceira ronda do naipe e não terá mais ouros para jogar.Oeste Norte Este Sul 1!X passo 1# passo?O que marca com a seguinte mão?#AQ97 $AQ98 "AK32 !9

Resposta: Esta mão já se pode classi!icar como pertencendo ao segundo grupo de mãos que dobra de chamada, o grupo das mãos com mais de 17 pontos. Saltar para partida (ou marcar o splinter em 4 paus) seria precipitado, pois o parceiro pode ter uma mão miserável com ape-nas quatro cartas de espadas. Até o salto para 3 espadas pode ser demasiado, mas nada se pode fazer relativamente a isso. Essa é a voz correta para esta mão, que diz essencialmente: “parceiro, marque a partida se tiver na sua mão duas ou três cartas úteis”. A boa voz: 3 espadas.

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | 41

PESSOASO clã Elton John ganha mais um membroCumprindo o que já tinha dito — não queria ter um só "ilho — Elton John (e o seu marido, David Furnish) aumentou a família dando um irmão/irmã a Zachary, que nasceu na Califórnia em 2010 e no dia de Natal. O “expediente” foi o mesmo: uma barriga de aluguer. Diz o New York Post que o casal recorreu à mesma mulher que deu à luz Zachary, usando aquela máxima “Em equipa que ganha não se mexe”. A identidade da mulher permanece desconhecida, assim como ainda não se sabe o sexo e o nome do bebé. O bebé que Zachary “pode levar para a escola e com quem pode brincar”, sonhava o cantor numa entrevista recente. A decisão de recorrer a este método surgiu após a frustrante tentativa de adoptar um órfão que conheceram em 2009 na Ucrânia. As autoridades recusaram na altura, já que se exigia que a dupla estivesse casada, não reconhecendo a união entre Elton John, de 65 anos, e David Furnish, de 48. Como mais vale tarde do que nunca, Elton John cumpre duas vezes um desejo. “Muda qualquer um. É maravilhoso. Arrependo-me um pouco de não o ter tentado antes.”

HOJE FAZEM ANOS

Rita Blanco, actriz, 50; António Homem Cardoso, fotógrafo, 68; Bryan Robson, treinador e ex-futebolista, 56; Jason Connery, actor, 50; Mary J. Blige, cantora, 42; Mitchell Ryan, actor, 79; Rod Taylor, actor, 83; Vicki Peterson, música, ex-Bangles, 53

PAUL HACKETT$REUTERS

Se Kate tiver uma filha, ela será princesa

Máxima é a princesa “tonta das peles”

Antecipando-se ao Governo, a rainha de Inglaterra decidiu acabar com a discriminação que pesava sobre as mulheres da família real — o documento com data de 31 de Dezembro, só conhecido anteontem, determina que “todos os fi lhos do fi lho mais velho do príncipe de Gales merecerão o título de príncipe ou princesa”. Isso quer dizer que, se Kate tiver uma menina, ela será uma princesa, algo que não acontecia desde 1917, por decreto de Jorge V, avô de Isabel II — o título de princesa era reservado em exclusivo para os descendentes directos do rei ou da rainha.

As associações protectoras dos direitos dos animais não perdem uma oportunidade, sempre que ela surge, para chamarem a atenção de quem não os respeita. A princesa Máxima da Holanda foi o alvo mais recente da ira de uma fundação protectora dos animais, a Bon vood Dieren, de Amesterdão. Apesar de ser a princesa mais popular do país, Máxima foi nomeada “a tonta das peles do ano 2012”. Porquê? Por causa do anoraque com pêlo de guaxinim que vestiu (juntamente com a fi lha mais velha) em Novembro para receber o Pai Natal.

Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas

entado antes.

Page 42: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

42 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

FRANCISCO LEONG$AFP

Segundo melhor ataque testa segunda melhor defesa da Europa dos grandes

Cardozo é o melhor marcador da Liga portuguesa

O momento de forma que Benfi -ca e FC Porto atravessam permite antever um clássico de redobrado interesse, no domingo. Os dois pri-meiros classifi cados do campeona-to português travam, no Estádio da Luz, um braço-de-ferro pela li-derança, com o estatuto de domi-nadores incontestáveis da prova. A boa prestação dos dois rivais, de resto, também impressiona quando olhamos além-fronteiras, mais con-cretamente para as cinco grandes Ligas europeias. Neste contexto, en-contrar-se-ão em Lisboa o segundo melhor ataque e a segunda melhor defesa dos principais campeonatos do continente.

No Benfi ca de Jorge Jesus, é o ins-tinto goleador que sobressai. Com 35 golos marcados em 13 partidas, os “encarnados” apresentam uma média de 2,7 golos/jogo, marca só ultrapassada pelo Barcelona entre as Ligas dos Big Five (Espanha, In-glaterra, Itália, Alemanha e França). Os catalães, com 61 golos em 18 en-contros, marcam 3,4 vezes por jogo, destacando-se largamente da con-corrência. Logo atrás das “águias”, surgem Manchester United e Bayern Munique, ambos com 2,6.

A qualidade do ataque do Benfi -ca (Cardozo tem 13 golos, Lima 7 e Rodrigo 5 no campeonato) tem me-recido elogios nos últimos meses. Valdés, guarda-redes do Barcelona, destacou, em Outubro passado, a facilidade dos “encarnados” em che-garem à área adversária, enquanto o treinador da Académica, Pedro Ema-nuel, só para citar o exemplo mais recente, pôs a tónica na riqueza do plantel à disposição de Jesus.

Dito, antigo jogador de Benfi ca (54 jogos no campeonato entre 1986 e 1988) e FC Porto (13 encontros em 1988-89), também destaca a dinâ-mica atacante dos “encarnados”. “O Benfi ca pratica um futebol mais entusiasmante e, normalmente, precisa de pouco tempo para criar perigo. O FC Porto tem um futebol mais elaborado, que precisa de mais tempo e mais espaço para chegar à área adversária”, analisa, citado pela agência Lusa.

Os “dragões” podem até ter uma média de golos inferior à do rival

(2,3 por jogo), mas a equação inver-te-se se o assunto for consistência defensiva. Quando comparada com as cinco principais Ligas europeias, a defesa do FC Porto é a segunda me-nos batida, com seis golos sofridos em 12 jogos, o que perfaz uma média de 0,5 (contra 0,7 das “águias”). Me-lhor só mesmo o Bayern Munique, líder da Bundesliga, com 0,4.

Olhanense, Rio Ave, Estoril e Aca-démica, por esta ordem, são as qua-tro equipas que podem orgulhar-se de terem marcado um golo a Helton no presente campeonato, enquan-to o Gil Vicente foi o único a deixar o FC Porto a zero no marcador, no empate que marcou a jornada inau-gural da competição.

E se os “azuis e brancos” têm co-mo regra marcar fora de portas, o Benfi ca também tem por hábito fac-turar no Estádio da Luz. Em 2012-13, os “encarnados” nunca fi zeram menos de dois golos no seu recinto, num percurso de 13 jornadas sem-pre a marcar (16 golos dentro de portas, 19 fora).

Também por isso, Maniche antevê “um jogo bastante equilibrado, co-mo são todos entre o Benfi ca e o FC Porto”. “Ambas as equipas têm exce-lentes jogadores e são bem orienta-das. Estão a passar um grande mo-mento de forma, por isso adivinha-se um jogo ainda mais difícil para ambos”, disse Maniche à Lusa, ele que representou também os dois emblemas entre 1999 e 2002.

Sete excepções à regraUm embate entre Benfi ca e FC Porto é igualmente sinónimo de golos. Nas 78 ocasiões em que se defrontaram em Lisboa para o campeonato, só em sete os espectadores deixaram o recinto sem assistir a qualquer golo (a última delas aconteceu em 2001-02). No total, foram aponta-dos 239 nos clássicos disputados na capital, ou seja, 3,1 golos por jogo, em média.

“As duas equipas estão num mo-mento de forma muito bom”, reco-nhece Pepe, central do Real Madrid, em declarações à Antena 1. “O FC Porto consegue manter todos os anos um nível muito elevado e o Benfi ca este ano conseguiu equili-brar um pouco mais o campeona-to”, avalia o jogador que, ao serviço dos “dragões”, experimentou os três resultados possíveis na Luz.

Entre os principais campeonatos, só o Barcelona supera o Benfi ca em média de golos marcados e apenas o Bayern Munique bate o FC Porto em média de golos sofridos. Há um clássico muito equilibrado na calha

FutebolNuno Sousa

Números

6 Número de golos sofridos pelo FC Porto em 12 jogos no campeonato (média de 0,5). O Shakhtar Donetsk, líder da Liga ucraniana, apresenta a mesma média, enquanto o Bayern Munique supera-a: 0,4.

61 golos foram apontados pelo Barcelona na Liga espanhola (média de 3,4 por jogo). Fora dos principais campeonatos, o PSV é a equipa que está mais perto deste valor, com 60 golos e uma média de 3,3.

4 Total de equipas, entre os 12 campeonatos mais importantes da Europa, que ainda não sofreram derrotas na competição: Olympiakos, Ben!ica, FC Porto e Barcelona.

13 pontos é a diferença entre o primeiro e o segundo da Liga ucraniana, Shakhtar (51) e Dnipro (38), a maior no topo dos 12 principais campeonatos. Ben!ica e FC Porto (um jogo a menos) estão separados por três.

3 Óscar Cardozo, o melhor marcador da Liga, com 13 golos, soma mais golos do que três clubes: Marítimo (11), Sporting (11) e Gil Vicente (12).

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | DESPORTO | 43

Elias já deixou o Sporting

Foi um tiro que saiu pela cula-tra. No Verão de 2011, o Sporting apostou forte na contratação do médio Elias ao Atlético de Madrid, que custou 8,8 milhões de euros, embora dias depois os “leões” ti-vessem vendido 50% do passe do atleta por 3,3 milhões. O contrato tinha a duração de cinco tempora-das, mas a permanência do inter-nacional brasileiro em Alvalade foi bem mais curta. Apenas um ano e meio depois, Elias acaba de ser emprestado ao Flamengo por um ano, fi cando o emblema do Rio de

Em ano e meio, Elias passou de contratação de luxo do Sporting a jogador emprestado

Janeiro com opção de compra do passe.

O Sporting consegue, desta for-ma, ver-se livre de um dos jogado-res que mais pesavam na folha sa-larial do clube. Pelo menos durante um ano, os “leões” não pagarão os cerca de 1,3 milhões de euros que Elias custava à tesouraria “leoni-na”, já que o Flamengo assumirá a totalidade do salário do atleta.

Elias chegou a Alvalade com o rótulo de craque. Internacional brasileiro por 13 ocasiões, o médio ainda teve algum protagonismo na sua primeira época no Sporting, realizando 35 jogos e cinco golos. Chegou mesmo a envergar a bra-çadeira de capitão de equipa. Só que, nesta temporada, a sua im-portância reduziu-se, tendo ape-nas realizado 16 jogos e apontado só um golo.

O salário elevado que auferia e a má época desportiva dos

Futebol

Uma das mais caras contratações de sempre dos “leões” foi cedida por um ano ao Flamengo, que fica com opção de compra

“leões” (eliminados de todas as competições e em maus lençóis no campeonato) tornaram-no dis-pensável.

Se Elias está de saída, Miguel Lopes, o mais recente reforço do Sporting, já se treinou ontem em Alcochete. E tudo indica que o defesa lateral direito possa estar já na lista de convocados para o jogo de domingo, no terreno do Olhanense (18h, SPTV1).

No meio da má temporada que os adeptos “leoninos” têm vivido, pelo menos ontem surgiu uma no-tícia moralizadora. É que, segundo as contas da Federação de História e Estatística do Futebol (IFFHS), a equipa do Sporting terminou 2012 como a mais bem classifi cada en-tre as portuguesas, ocupando o 69.º posto de um ranking liderado pelo Barcelona. Atrás dos “leões” surge depois o FC Porto (82.º) e o Benfi ca (94.º).

O Barcelona confi rmou ontem, com uma goleada sobre o Córdoba (5-0), a presença nos quartos-de-fi nal da Taça do Rei 2012-13. Depois de um triunfo por 0-2 na primeira mão, os catalães resolveram a eliminatória ainda na primeira parte.

Nem foi preciso Lionel Messi sair do banco. Aos 17’, Thiago Alcânta-ra inaugurou o marcador, que seria ampliado por David Villa aos 21’ e aos 26’. Com 3-0 ao intervalo, os blaugrana tiraram o pé do acelera-dor no segundo tempo. Ainda assim, depois de já ter desperdiçado duas boas ocasiões, Alexis Sánchez ainda foi a tempo de fazer o 4-0 e o 5-0.

Nos quartos-de-fi nal, o Barcelona vai defrontar o Málaga, o Real Ma-drid o Valência, o Saragoça joga com o Sevilha e o Atlético com o Bétis.

Barcelona atropela Córdoba na Taça do Rei

Futebol internacional Nuno Sousa

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44 | DESPORTO | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

O pó foi uma das di!iculdades do dia na etapa de ontem do Dakar

Em dia de aniversário da sua mu-lher, o algarvio Ruben Faria tentou dedicar-lhe a vitória na sexta etapa do Dakar, mas acabou em segundo lugar, atrás de Chaleco Lopez, des-cendo uma posição na classifi cação geral — é agora quinto. A correr em “casa”, o chileno foi o mais rápido no deserto de Atacama, onde o fran-cês Cyril Despres encerrou o pódio, alcançando o segundo lugar numa categoria de motos que continua li-derada por Olivier Pain, agora bem mais pressionado.

“Sabia que era a primeira etapa disputada num terreno duro e queria aproveitar. Saí da 13.ª posição e ten-tei correr o mais depressa possível, mas tive de ir mais devagar devido ao pó [levantado pelos concorrentes que partiram à sua frente]”, contou Ruben Faria no fi nal da etapa, em declarações ao site ofi cial do Dakar. “Na segunda parte [da etapa] con-segui um bom ritmo e podia recu-perar. Hoje [ontem] gostaria de ter ganho, porque era o aniversário da minha mulher e queria dedicar-lhe a vitória...”

O piloto da Yamaha referiu ainda que, durante a primeira das duas es-peciais do dia [troços cronometra-dos, numa distância total de 411 qui-lómetros], foi ultrapassado pelo por-tuguês Paulo Gonçalves. O piloto da Husqvarna, que tem estado em bom nível neste Dakar (tendo alcançado o segundo lugar na terceira etapa), chegou a estar ontem nos primeiros lugares, mas foi obrigado a parar de-vido a uma avaria, acabando por ter-minar na 67.ª posição. Perdeu mais de uma hora para o vencedor.

Já Hélder Rodrigues continua a subir na classifi cação, mas ainda sem corresponder às expectativas geradas antes do início da prova. O principal piloto ofi cial da Honda terminou o dia na sétima posição, subindo ao nono lugar da geral. Aca-bou por perder tempo para Cyril Des-pres, vencedor de quatro edições do Dakar (incluindo a do ano passado) e principal candidato a um quinto troféu, mas recuperou mais de 30 se-gundos para o líder da prova, Olivier Pain. O francês da Yamaha manteve o

Ruben Faria termina etapa em segundo mas desce para quinto na classi"icação geral

Rali Dakar 2013Paulo CuradoHélder Rodrigues acabou em sétimo nas motos e subiu ao nono lugar, enquanto Carlos Sousa já é nono classificado nos carros

FREDERIC LE FLOC’H$AFP

comando, apesar de ter terminado a sexta etapa na nona posição. Despres subiu à segunda posição da geral (ul-trapassando o seu compatriota David Casteau).

Em relação aos restantes partici-pantes portugueses nas duas rodas, Mário Patrão foi 22.º (43.º da geral), enquanto Bianchi Prata (que perdeu cinco horas na quinta etapa, após uma avaria, fi cando relegado para os últimos lugares da geral), termi-nou na 50.ª posição.

Dois mortos em acidenteNos carros, Carlos Sousa foi 12.º e su-biu ao nono lugar da geral, enquan-to o espanhol Carlos Sainz desistiu devido a uma avaria no seu buggy. A etapa foi ganha pelo buggy do qa-tari Nasser Al-Attiyah, que diminuiu drasticamente a distância para o lí-der da categoria, o francês Stéphane Peterhanselm, que foi segundo.

A sexta etapa acabou por ser mar-cada pela notícia de um acidente de viação grave, envolvendo um carro de assistência do Dakar e dois táxis, provocando duas vítimas mortais e 11 feridos.

CLASSIFICAÇÕESCARROS

MOTOS

6.ª Etapa (Arica-Calama, especial 438km)1. Nasser Al-Attiyah (Buggy) 3h32m08s2. Stéphane Peterhansel (Mini) a 8m36s3. Robby Gordon (Hummer) 13m52s(...)12. Carlos Sousa (Great Wall) 35m25s

Geral1. Stéphane Peterhansel (Mini) 14h36m16s2. Nasser Al-Attiyah (Buggy) a 1m18s3. Giniel de Villiers (Toyota) 42m31s(...)9. Carlos Sousa (Great Wall) 2h02m55s

6.ª Etapa (Arica-Calama, especial 438km)1. Francisco Chaleco Lopez (KTM) 3h36m21s2. Ruben Faria (KTM) a 2m34s3. Cyril Depres (KTM) 03m48s(...)7. Hélder Rodrigues (Honda) 06m58s22. Mário Patrão (Suzuki) 22m31s50. Bianchi Prata (Husqvarna) 55m46s67. Paulo Gonçalves (Husqvarna) 1h06m42s

Geral1. Olivier Pain (Yamaha) 15h35m23s3. Cyril Depres (KTM) 2m22s2. David Casteau (Yamaha) a 4m48s(...)5. Ruben Faria (KTM) 8m35s9. Hélder Rodrigues (Honda) 25m23s27. Paulo Gonçalves (Husqvarna) 1h29m14s43. Mário Patrão (Suzuki) 3h03m45s(). Bianchi Prata (Husqvarna) não disponível

Tal como em tantas outras disciplinas e/ou competições, existe um lado que toda gente conhece e reconhece sem difi culdade e uma outra face da corrida que está em permanência num backstage. Como piloto dou um valor especial às pessoas que estão nos bastidores, porque sei da importância que têm e sinto na pele o resultado do trabalho que desenvolvem. Numa corrida como o Dakar o trabalho desses “anónimos” assume um papel ainda mais importante e, neste plano, falo dos “outros” elementos das equipas de ponta, mas também daqueles que suportam a participação das formações privadas, de recursos muito mais limitados. As minhas participações no Dakar, quer em África quer na América do Sul, permitiram-me apreciar e compreender melhor o que se passa no resto da caravana e valorizar ainda mais, por exemplo, o piloto de moto ou carro, que, acabada a etapa, tem de agarrar na caixa de ferramentas para ter a sua “montada” pronta para a etapa seguinte. E tantas vezes esse trabalho durou até à hora de partida da especial seguinte… Mesmo que tal não se passe com os próprios pilotos, essa tarefa será certamente dos seus (ou apenas seu!) mecânicos, que fazem das tripas coração desmontando e montando peças, refazendo ou mesmo construindo algumas, na esperança de que o seu esforço seja premiado com o roncar do motor no arranque para mais um dia de corrida. Piloto de todo-o-terreno

Bastidores… Esquecidos e ostracizados

CrónicaMiguel Barbosa

Breves

Ténis

Golfe

Maria João Koehler e Michelle Brito vencem na Austrália

Falsa partida para Ricardo Santos na África do Sul

Maria João Koehler e Michelle Brito estrearam-se a ganhar no Open da Austrália. Na primeira das três rondas de quali"icação para o quadro principal, Koehler (128.ª) derrotou a norte-americana Chiara Scholl (172.ª), com os parciais de 6!3, 6!1, em somente 58 minutos. “Estou muito contente por ter conseguido vencer este primeiro desa"io. Apesar de não ter feito um jogo incrível, foi mais uma excelente oportunidade para me adaptar às condições do torneio, mas agora em ambiente de competição a sério”, disse Koehler, que vai defrontar a australiana Tammi Patterson, (575.ª). Michelle Brito (130.ª) levou menos cinco minutos para vencer, com um duplo 6!1, a australiana Azra Hadzic (440.ª). A segunda adversária de Michelle é a romena Cristina Mitu (196.ª).

Ricardo Santos teve ontem uma mau começo de época no European Tour, com uma volta inaugural de 76 pancadas no Volvo Golf Champions, a que correspondeu o 31.º lugar entre 33 participantes. Debaixo de ventos fortes no campo do Durban Country Club (par 72), África do Sul, o português decepcionou com um duplo bogey no buraco 5 e um triplo no 7. De resto, marcou três birdies e dois bogeys. O líder é o tailandês Thongchai Jaidee, autor de um 65 que lhe deu uma vantagem de três pancadas sobre os sul-africanos Ernie Els e Louis Oosthuizen. Dotado com 2 milhões de euros em prémios, o Volvo Golf Champions é reservados aos vencedores do circuito em 2012.

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PASCAL GUYOT$AFP

O “penta” pode ser da França e de mais ninguém

Numa modalidade marcada pelo equilíbrio entre as grandes selecções e em que um punhado de remates falhados pode ditar a diferença en-tre subir ou não ao pódio, o percur-so da França nos últimos anos tem sido brilhante. A selecção orienta-da por Claude Onesta está, de resto, em condições de alcançar dois feitos inéditos na história do Campeona-to do Mundo de Andebol, cuja mais recente edição começará hoje com uma partida entre a anifi triã Espa-nha e a Argélia. Se conquistar a me-dalha de ouro, a França tornar-se-á a primeira nação com cinco títulos mundiais e também a primeira a ob-ter três seguidos.

A Espanha, a Dinamarca e a Cro-ácia são, à partida, os principais pretendentes a roubar o título aos gauleses, mas também a Polónia, a Hungria, a Sérvia ou a Alemanha poderão ter uma palavra a dizer na corrida às meias-fi nais. Destronar a França, contudo, não tem sido fácil. O conjunto de jogadores mais vence-dor do andebol francês (Karabatic, Narcisse, Abalo, Omeyer, Guigou, Fernandez, os irmãos Gille ou o especialista defensivo Dinart...) só não conquistou um dos seis títulos disputados desde Agosto de 2008.

Nikola Karabatic é uma das coqueluches da França e do torneio

Se defender o seu título com sucesso, a selecção dominadora da modalidade nos últimos anos fará história. Campeonato do Mundo arranca hoje com um jogo de outra das favoritas, a anfi triã Espanha

AndebolManuel Assunção

QUATRO FIGURAS DAS QUATRO SELECÇÕES FAVORITAS

Domagoj Duvnjak (Croácia)A ausência de Ivano Balic aumenta a responsabilidade do central croata, que em 2009 saiu do RK Zagreb para o

Hamburgo a troco de 1,1 milhões de euros, uma das transferências mais caras da história do andebol. Nos Jogos de Londres, foi decisivo para a medalha de bronze da Croácia, pois foi o jogador com mais assistências da competição e igualmente o melhor marcador da sua selecção (e o 7.º entre todas as nações). O ponta Ivan Cupic, jogador que perdeu parte de um dedo num treino em 2008, deve

voltar a ser um dos melhores concretizadores croatas.

Mikkel Hansen (Dinamarca)Em segundo na votação do melhor do mundo em 2012 !icou Mikkel Hansen, que no ano anterior

tinha !icado em primeiro. O antecessor de Narcisse, que curiosamente também representa o milionário Paris Saint-Germain, tem sido um dos goleadores mais produtivos das últimas grandes competições. Conhecido como “Martelo”, o lateral esquerdo de 25 anos terminou no comando da lista

dos marcadores na última edição do Mundial, prova em que a Dinamarca só foi travada na !inal, pela França, e após prolongamento. Um ano depois, Hansen liderou a sua selecção ao triunfo no Euro 2012, no qual foi o terceiro jogador com mais golos e assistências.

Daniel Narcisse (França)Nikola Karabatic, considerado o melhor jogador francês dos últimos anos e um dos melhores do

mundo, voltará a ser uma peça-chave dos bicampeões olímpicos e mundiais, mas só um dos

atletas presentes em Espanha pode vangloriar-se do estatuto de melhor do planeta. Daniel Narcisse, um lateral esquerdo que também pode ocupar as duas outras posições da primeira linha, foi eleito há dias o melhor andebolista de 2012, a cereja no topo do bolo de um ano magní!ico do jogador conhecido pela alcunha de “Air France” devido ao seu poder de elevação. Além da vitória nos Jogos Olímpicos, Narcisse (33 anos), transferido recentemente para o Paris Saint-Germain, ganhou tudo o que podia vencer pelo seu anterior clube, o Kiel, em 2011#12: campeonato e Taça da Alemanha e Liga dos Campeões.

Julen Aguinagalde (Espanha)Segundo a opinião de Valero Rivera, o seleccionador espanhol, é o melhor pivot do mundo no ataque.

A capacidade do jogador do Atlético Madrid de concretizar as jogadas ofensivas ou de criar espaços para as entradas dos colegas são as principais qualidades que o !izeram ser eleito, na última temporada, melhor jogador do campeonato espanhol, um dos mais fortes do mundo. O atleta basco foi um dos candidatos ao prémio de melhor do mundo, terminando em 3.º, a par de Filip Jicha e Kim Andersson.

Desde então, a única mancha no currículo foi o Euro 2012, no qual obteve a sua pior prestação (11.ª) nos últimos 20 anos. Mas a ideia de que esse resultado poderia sinalizar o declínio do poderio da França foi desmentida alguns meses depois, nos Jogos de Londres. O andebol gaulês voltou a vencer, conquis-

Os 24 participantes

Grupo AFrança, Alemanha, Argentina, Tunísia, Montenegro, BrasilGrupo BDinamarca, Macedónia, Islândia, Qatar, Rússia, ChileGrupo CSérvia, Eslovénia, Polónia, Coreia do Sul, Bielorrússia, Arábia SauditaGrupo DEspanha, Croácia, Hungria, Argélia, Egipto, Austrália

tando a 5.ª medalha de ouro (duas mundiais, duas olímpicas e uma eu-ropeia) em quatro anos.

A Suécia e a Roménia também podem orgulhar-se de ter no seu currículo quatro vitórias em Mun-diais, mas, ao contrário da França, não conseguiram o apuramento para a prova que vai ser organiza-

da pela primeira vez pela Espanha, que espera que jogar em casa fun-cione como vantagem para chegar ao segundo título do seu historial. “A equipa tem a força, o coração, a qualidade e a ilusão para poder con-seguir o título”, referiu o seleccio-nador espanhol, Valero Rivera, que tentará conquistar o troféu na fi nal,

em Barcelona. Um dos convocados do técnico da nação organizadora é curiosamente o seu fi lho, o ponta esquerda Valero Rivera. Tal como várias das selecções apuradas, a Es-panha tem algumas baixas devido a lesão.

Portugal, cuja última participa-ção numa fase fi nal de uma grande competição aconteceu em 2006, no Campeonato da Europa, é outra das selecções ausentes. A selecção portuguesa já participou por três vezes em Mundiais: em 1997, no Ja-pão, foi 19.ª; em 2001, em França, melhorou três posições; e em 2003, enquanto país anfi trião, terminou no 12.º lugar.

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ESPAÇOPÚBLICOEDITORIAL

A crise e a questão dos direitos

Um parecer assinado pela procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, proibindo as forças de segurança de terem acesso, sem autorização judicial, às imagens em

bruto recolhidas pelas televisões em acções de protesto veio clarifi car um problema que nunca devia ter existido. O que estava em causa na questão que levou à demissão do director de Informação da RTP, Nuno Santos, era a protecção dos direitos dos jornalistas e do direito de manifestação. O parecer veio dizer-nos que a contestação motivada pela crise não justifi ca, de modo algum, situações de excepção em relação à lei. É algo que devia ser óbvio. Não o sendo, foi importante que quem de direito repusesse as coisas no seu devido lugar.

Mas uma outra decisão, esta da Comissão

A recolha de imagens em acções de protesto não pode sobrepor-se ao direito de manifestação

Nacional de Protecção de Dados (CNPD), legitimando um pedido de urgência para o uso de imagens captadas pelas forças de segurança, neste caso numa manifestação de estivadores, em 29 de Novembro último, foi no sentido oposto ao do parecer da procuradora-geral. Antes, tinham sido recusados outros pedidos que permitissem o uso legal de imagens obtidas com carácter de urgência, isto é, sem autorização prévia da CNPD. Ora esta mudança de posição fragiliza o direito à liberdade de expressão e de manifestação, que as decisões anteriores protegiam. E a CNPD fá-lo, mesmo reconhecendo “defi ciências e incompletudes” na fundamentação do pedido, quando essas mesmas defi ciências tinham sido antes razão sufi ciente para uma decisão negativa. Este caso acontece quando não se verifi ca em Portugal nenhuma situação de violência generalizada associada à contestação política e social. A ânsia securitária que parece ter tomada conta das autoridades não tem bases, ameaça direitos e pode servir para potenciar uma violência que não pode ser tolerada, mas até aqui tem sido excepcional e localizada.

Solidariedade europeia

Oainda presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, defendeu ontem que Portugal devia ser recompensado pela forma como está a aplicar o memorando da

troika com uma suavização deste. O Governo apressou-se a apanhar a boleia e a dizer que foi o bom cumprimento do programa de ajustamento que reforçou a credibilidade do país. O que, sendo certo, não se traduziu em nada. A Grécia não cumpriu, e tem benefi ciado de condições especiais. Portugal está a cumprir e o Governo tem rejeitado qualquer mudança das regras do jogo. A solidariedade europeia tornou-se um recurso escasso e tudo poderia ser diferente se visões como a de Juncker fossem as dominantes. Não é o caso. E, em Portugal, ao mesmo tempo, estamos a dar voltas à cabeça com um relatório draconiano do FMI. Quando o que precisávamos era de usar essa credibilidade para ajustar o memorando à realidade. E dar uma chance ao país.

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográ!ica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA PerguntasO “relatório” tornado público na 4.ª-feira, de um modo bastante insólito, vai ser tema para muitos dias na comunicação social. Não faltarão comentadores esmiuçando os vários cortes, os inteligentes acima da média a chamarem burros aos portugueses por se assustarem com os caminhos ali traçados, etc.

Eu apenas gostava que o Governo respondesse a várias perguntas: quem mandou fazer este relatório? Porque foi feito fora do nosso país? Porque não foi apresentada versão em português? Não há em Portugal técnicos habilitados para o fazerem? Quanto custaram estas setenta páginas? Quem vai pagar? Quem forneceu os dados sobre Portugal?

Quando as más decisões dos governantes começarem a ser pagas por quem as tomou, talvez comecem a ter cuidado com as

As cartas destinadas a esta secção devem indicar o nome e a morada do autor, bem como um número telefónico de contacto. O PÚBLICO reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos não solicitados e não prestará informação postal sobre eles.Email: [email protected]

Contactos do provedor do LeitorEmail: [email protected]: 210 111 000

decisões que tomam e comecem a ouvir e a estudar as muitas propostas alternativas que têm chegado ao Parlamento feitas por portugueses.Maria Clotilde Moreira, Algés

O FMI e suas contradiçõesAs propostas do FMI divulgadas são chocantes. Foram pedidas pelo Governo, desorientado com a nova dívida dos 4500 milhões, e chocam-se com declarações repetidas da sr.ª Lagarde, de que se está a exagerar na austeridade.

O Governo vai apreciá-las e até fi m Fevereiro apresentará a sua decisão ao Parlamento. Ora, há que acabar com a importância dada servilmente aos três funcionários (troika) que nos visitam regularmente com intervenções públicas constantes.

Maria João Rodrigues, assessora

da UE e fi gura experiente e respeitável, já aconselhou várias vezes a que os nossos dirigentes de topo se avistem urgentemente com os responsáveis máximos do FMI e UE, não apenas com esses três funcionários.

É de facto premente que se arrepie caminho, a começar por aí. Austeridade já chega!António Catita, Lisboa Quem nasceu moedas não chegará nunca a notasSalvo honrosas excepções, de cada vez que um membro do Governo fala, sai asneira e da grossa. A última foi expressa pelo secretário de Estado Carlos Moedas, considerando o relatório do FMI como um documento muito bem feito, muito bem trabalhado e muito completo. Classifi car desta forma um documento que

propõe o corte até 120 mil postos de trabalho na função pública, 20% nas pensões, no subsídio de desemprego, aumento de taxas moderadoras, etc., só pode estar a brincar com o zé-povinho ou, então, não estar no seu perfeito juízo. Já não há paciência para aturar governantes destes. Na realidade, “quem nasceu moedas não chegará nunca a notas”. Jorge Morais, Porto

PUBLICO ERROUAo contrário do que se escreveu no artigo “Não estamos interessados em fazer rankings”, na edição de 9 de Janeiro, foi o Instituto Português do Livro e da Leitura que em 1987 elaborou e lançou o Programa da Rede de Bibliotecas Públicas e não a antiga Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB), que só foi criada em 2007.

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A Primavera indiana e Jyoti Singh Pandey

Se é uma ilusão pensar que as leis mudam a realidade, também é verdade que sem se mudar as leis difi cilmente se mudará a realidade.

Dois recentes acontecimentos trágicos deste mundo globalizado em que vivemos obrigam-nos a pensar na relação entre

a realidade social e a lei. Quer a brutal violação colectiva e assassinato de Jyoti Singh Pandey, uma jovem estudante indiana, num autocarro em Nova Deli, quer o alucinante morticínio de vinte crianças e seis adultos em Sandy Hook, para além de serem crimes hediondos cometidos por pessoas concretas, são, também, manifestações de realidades sociais mais vastas que existem, antes, durante e depois da prática dos crimes concretos.

Claro que relativamente ao assassínio das crianças norte-americanas de cinco e seis anos se pode dizer que o acto em si é um acto tresloucado, de um desequilibrado mental e que não é consequência ou resulta do liberalismo norte-americano em relação à posse de armas. Na verdade, não está provado que maiores restrições à venda de armas teriam, de alguma forma, evitado o que aconteceu em Sandy Hook ou o que virá a acontecer dentro de algum tempo em alguma outra pequena ou grande cidade norte-americana. Pode até dizer-se que era o destino daquelas crianças ou que tinha chegado a sua hora. E pode até defender-se a posição da National Rifl e Association, que entende que a uma pessoa má armada, só há que contrapor uma pessoa boa armada, que a enfrente.

E, no entanto, ao tomarmos conhecimento da forma como a mãe do assassino o treinou no uso de armas ou das declarações de um médico legista sobre a forma como foram mortas as

crianças — à queima-roupa, todas elas com múltiplos tiros, uma delas com 11 tiros no corpo, dado o assassino ter utilizado uma arma semiautomática preparada para disparar com grande rapidez e com balas expansíveis dentro do corpo das vítimas de forma a infl igir o máximo de danos possível — não podemos deixar de sentir que, para além da loucura do assassino, temos a loucura de uma sociedade que permite e glorifi ca a posse individual de armas.

O mesmo se pode pensar e dizer relativamente à forma como foi violada e brutalmente espancada a jovem indiana que veio a morrer em Singapura. Para além das violações sucessivas, com violentas agressões com uma barra de ferro, tudo o mais que se veio a saber sobre estes crimes e a realidade social envolvente é profundamente chocante e revelador de uma cultura sinistra. As declarações do jovem namorado da vítima sobre a forma como foram lançados, à noite, do autocarro para a rua, despidos e violentamente maltratados, e como durante mais de 20 minutos ninguém os ajudou, nem sequer para lhes dar roupa para os cobrir, apesar dos seus lancinantes pedidos de ajuda ou, ainda, o facto de as carrinhas da polícia só terem chegado ao local cerca de 45 minutos depois e nada terem feito, durante um largo período de tempo, por estarem a discutir qual das esquadras seria a competente para tomar conta da ocorrência, diz-nos muito sobre a sociedade indiana. E a posteriori, as imensas reacções e manifestações populares de indignação tornaram ainda mais visível o carácter profundamente machista e opressivo da sociedade indiana.

Depois deste crime, outros factos e outros crimes do mesmo tipo foram conhecidos, revelando um padrão de comportamentos verdadeiramente sinistro: desde violações nas próprias esquadras da polícia — entre 2002 e 2010, 45 mulheres foram violadas pela polícia, segundo a organização Asian Center for Human Rights — até declarações públicas

de responsáveis políticos e policiais culpabilizando as mulheres vítimas de violação pelo facto de andarem à noite na rua e não se darem ao respeito.

A pouca censurabilidade social dos crimes sexuais por parte de largos sectores da sociedade indiana permite, por exemplo, que, segundo refere a National Election Watch, dois membros do Parlamento nacional e seis membros de assembleias legislativas estaduais estejam acusados de violação e 36 outros estejam acusados de crimes menos graves contra

mulheres. Todos os partidos, mesmo os mais importantes, costumam apresentar candidatos a deputados acusados de violação e de outros crimes sexuais.

A magnitude das reacções ocorridas na Índia alimentam a esperança e o desejo de que a morte de Jyoti Singh Pandey não seja em vão, tal como não o foi a morte do jovem tunisino Mohamed Bouazizi, que, ao imolar-se, foi um factor decisivo

no eclodir da Primavera árabe. Na Índia, o que está em causa não é o derrube de uma tirania política, mas de uma tirania cultural, em que a mulher é um objecto que, naturalmente, não é dono do seu próprio corpo. Uma luta que, para bem de todos nós, não só não pode ter tréguas mas como tem de ganhar, cada dia, mais consciências.

Advogado. Escreve à [email protected]

Na Índia é aceitável os partidos apresentarem candidatos a deputados acusados de violação

Francisco Teixeira da MotaEscrever direito

Abaixo o malandrinho

Rogo uma praga sobre o arroz malandrinho. É difícil fazer um bom arroz seco, julgando as quantidades de água, arroz e ingredientes para fi car saboroso sem enjoar.

No Porto, é exemplar o arroz de polvo da Casa Aleixo. Sabe mais a polvo do que o próprio polvo, mas é seco, como

tendem a ser os arrozes do Norte, com os gloriosos arrozes feitos no forno à frente. Mesmo depois de terem proibido o barro, os minhotos arranjaram maneira de lhes conferir o sabor de outrora.

Na zona de Lisboa, um dos grandes arrozes secos é o arroz de berbigão do Restaurante Beira-Mar, em Cascais. É sequíssimo, está cheio de berbigões e, tendo aproveitado sabiamente a água dos berbigões, sabe mais a berbigão do que o próprio berbigão.

Menciono estas duas excepções para denunciar a preguiça dos arrozes caldosos ditos malandrinhos porque não é preciso medir a quantidade de água e porque imitam os gostos dos espanhóis. Já não era fácil, era eu miúdo, arranjar um arroz de mariscos frescos (vivos vinte minutos antes) que não estivesse mergulhado em sopa.

Hoje já é difícil pedir um simples arroz de tomate que não venha inundado, a ferver, cheio de azeite e de água. Volta sempre para a cozinha o excesso de líquido que foi irresponsavelmente acrescentado à partida.

Os portugueses comem mais arroz, por cabeça, do que a grande maioria dos países asiáticos. É, talvez, por ser assim que acompanhamos a batata frita: erradamente. Mas, mesmo assim, seco. E com alma.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

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Hoje é a minha vez de pressionar o Tribunal Constitucional

O mês das romarias costuma ser Agosto, mas a tradição já não é o que era. Este ano a época das romarias mudou-se para Janeiro e todas convergiram para o Palácio Ratton, onde mora o Tribunal Constitucional. Não se desse a circunstância de a casa da democracia, a Assembleia

da República, fi car uns quarteirões mais abaixo, e até pensaríamos que a política em Portugal se fazia exclusivamente por ali, num recanto da Rua do Século, não longe da praça a que deram o nome de Príncipe Real.

Não exagero. Quem tivesse chegado há pouco a Portugal e seguisse o carrossel de notícias, comentários e debates poderia facilmente chegar a algumas conclusões insusceptíveis de contestação. A primeira seria a que o Orçamento é inconstitucional. Todos, “unanimemente”, o afi rmam, todos, “unanimemente”, o reclamam. A segunda, a de que em Portugal se estaria a preparar uma campanha contra o primado da lei — uns fá-lo-iam em nome da maioria existente no Parlamento, outros em nome da emergência económica. E a terceira que o nosso futuro, o futuro do Governo e o futuro da troika repousariam em exclusivo nos ombros de uma mão-cheia de juízes, sendo dever de todos os cidadãos e responsáveis políticos absterem-se de os pressionar. Discordo, ponto por ponto, desta “narrativa” — como está na moda dizer — que nos querem impor.

Começo pelo fi m. Os juízes do Tribunal Constitucional são titulares de um órgão de soberania e as suas decisões em consciência não os libertam das responsabilidades que têm perante o povo português. Não estão por isso imunes a críticas, nem podem esperar que os cidadãos fi quem em

silêncio, enquanto meditam. Tal como não podem ignorar as consequências das suas decisões. Parece-me de resto bastante pertinente que o tribunal considere as condições de governabilidade no quadro desta Constituição, com ou sem crise.

Não tenho qualquer problema em invocar a responsabilidade dos juízes, porque penso que, tal como em 2012, a sua decisão é muito mais política do que jurídica. A

norma constitucional que estará no centro da sua avaliação é a relativa ao princípio da igualdade, uma norma universal e que mesmo os que criticam a actual Constituição — como eu critico — só podem defender. O problema não esteve na norma, esteve na interpretação que os juízes fi zeram dela.

É fácil aplicar a norma da igualdade em situações de fl agrante desigualdade. Se o Orçamento estipulasse que os cidadãos de olhos azuis benefi ciavam de isenções fi scais e os que medissem mais de 1,80 metros pagariam uma sobretaxa, não haveria dúvidas sobre o carácter arbitrário dessa norma. Mas não é isso que está em causa. O que o TC terá de voltar a avaliar é se a distribuição de sacrifícios obedece ou não a princípios de equidade. Isso implica comparar valores diferentes: por exemplo, como avalio o valor da segurança no emprego dos funcionários públicos, por comparação com os trabalhadores do sector privado, quando decido cortes salariais? E que peso atribuo às diferenças nos horários de trabalho?

Fazer esta avaliação não deriva apenas da letra da Constituição, implica fazer uma avaliação política de medidas políticas e orçamentais. Foi isso que o TC avaliou em Julho passado, e avaliou mal. Não contesto que um tribunal como o TC faça avaliações políticas, pois também se espera dele que avalie como é que a letra da lei fundamental se vai adaptando à evolução dos tempos. Outros tribunais o têm feito com grande solenidade e consequências muito duradouras, entre eles se destacando o Supremo Tribunal dos Estados Unidos, e isso sempre os colocou no coração das controvérsias políticas sem

que uma multidão de indignados, uns recentes, outros eternos, se pusessem a gritar em defesa do “império da lei”.

O que o espectáculo dos últimos dias nos mostra até é o contrário, pois não têm faltado romeiros apostados em transferir para o Palácio Ratton as batalhas políticas que têm por palco de excelência São Bento. Neste ponto concordo com Marinho Pinto, o bastonário dos advogados, que, mesmo sendo contra o conteúdo do Orçamento, entende, e bem, que

o Constitucional não deve ser transformado numa espécie de segunda câmara, num Senado improvisado, no fundo numa instância de recurso do Parlamento. Ou seja, mais do que corrermos o risco de uma judicialização da política, as romarias à Rua do Século revelam antes uma tentativa de instrumentalização política dos juízes. É também sobre isso que eles terão de meditar e ajuizar.

No meio do nevoeiro criado por tantos pedidos de fi scalização tentou-se criar uma imagem de convergência e unanimidade, quando um pouco mais de atenção e de rigor revelaria o contrário. É curioso, por exemplo, notar que o Presidente suscitou a questão do corte de um subsídio,

quando o ano passado não levantou o problema do corte de dois subsídios. Onde está a coerência? Já o Bloco e o PCP querem declarar a inconstitucionalidade do corte de um subsídio e, ao mesmo tempo, a inconstitucionalidade da sobretaxa de 3,5% no IRS que se destina a compensar a ausência de corte do outro subsídio. E o provedor de Justiça, autor do mais patético dos pedidos, considerou que ao cortar apenas um subsídios aos funcionários públicos já se estava a cumprir o princípio da igualdade, mas não se estaria ao cortar 90% de um subsídio aos pensionistas. Importa-se de repetir?

Chamar a atenção para estas contradições contrariaria a narrativa dominante, e esta é a de que o Orçamento é inconstitucional. Em termos políticos, esta narrativa — retomada agora para vetar intelectualmente a discussão sobre o relatório do FMI — reduz a discussão pública à sua caricatura. Em termos democráticos, este falso unanimismo ignora o pluralismo

Antes das propostas, o FMI mostrou-nos um Estado ine!iciente e com políticas sociais iníquas. Mas o país em estado de negação nem quis ouvir

existente na sociedade, mesmo entre os constitucionalistas. No essencial, evita discutir o mais importante: tendo de existir sacrifícios, quais são os sectores mais débeis que devem ser protegidos? No meio da vozearia, só se ouvem os sectores mais protegidos e que se sentem postos em causa.

Talvez por isso, e também porque não sou constitucionalista, não posso deixar de chamar a atenção para a tomada de posição de Vital Moreira, alguém que é tão pai da Constituição como o omnipresente Jorge Miranda. No seu blogue, o eurodeputado do PS veio dizer que não partilha “dos argumentos que têm sido enunciados para defender a inconstitucionalidade”. Sublinho apenas um dos seus pontos, que me parece central para se poder avaliar a questão da igualdade: “O elo mais fraco na actual situação de crise não são os funcionários públicos nem os reformados (ressalvadas as pensões mais baixas), mas sim os trabalhadores do sector privado, com os salários relativamente mais baixos, aliás, a passarem por reduções nominais (o que não sucede com os demais), e com o elevado risco de desemprego e de perda absoluta de rendimentos.”

Mas, para além deste tipo de argumentos, que são a essência da discussão, julgo que não se deve recear lembrar aos juízes do Constitucional as suas responsabilidades. É isso uma pressão? Porventura, mas legítima e democrática. Eu assumo-a por inteiro.

P.S. - O relatório do FMI merece ser lido não apenas pelo que propõe, mas sobretudo pelo retrato que faz do país. É um retrato cruel, que mostra um Estado que gasta de mais para os serviços que presta, que falha na promoção da equidade e que está capturado por interesses particulares. Nada de substancialmente novo, pois muito do que ali vem anda a ser dito há mais de dez anos por muita e boa gente em artigos, entrevistas, congressos, livros. Mas que não podemos ignorar: se “as transferências sociais proporcionam mais benefícios aos que têm mais rendimentos do que aos que têm menos, agravando a desigualdade”, como olhar para o lado? Os remédios, que não têm de ser exactamente os propostos pelo FMI, são hoje muito mais amargos do que teriam sido há cinco ou dez anos. Mesmo assim, porque a discussão se inicia num clima político estragado e com o país a entrar de novo em estado de negação, é provável que nem agora seja possível tomar as melhores medidas correctivas. O que não impede que tentemos debater estas propostas sem nos fi carmos apenas pelas reacções iradas da multidão de corporações que há muito se apoderaram do Estado e agora enchem os noticiários.

Jornalista. Escreve à [email protected]

ENRIC VIVES#RUBIO

Deixemo-nos de hipocrisias: a decisão vai ser política, não jurídica. Por isso devemos discuti-la sem complexos

José Manuel FernandesExtremo Ocidental

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PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013 | 49

NUNO FERREIRA SANTOS

As freguesias de Lisboa e as outras

1. A autonomia das autarquias locais consagrada na Constituição da República tem dimensões que correm o risco de passar despercebidas. É sabido que as autarquias locais, nomeadamente as freguesias e os municípios, não têm um direito individual à existência contra tudo e contra todos, podendo ser extintas ou modifi cadas. Têm, no entanto, o direito a um tratamento respeitoso pelos poderes

públicos que não pode ser entendido como uma mera questão de cortesia mas como uma obrigação constitucional decorrente da autonomia. É a essa luz que deve ser lido o artigo 164.º al. n) da Constituição ao prescrever que a Assembleia da República tem competência exclusiva (reserva absoluta) para legislar em matéria de “criação, extinção e modifi cação de autarquias locais e respectivo regime”. Isto signifi ca desde logo que a extinção e modifi cação de uma autarquia local, ainda que seja uma simples freguesia, tem de ser feita por lei da Assembleia da República e de uma forma clara e expressa. Não é possível, sem ofender a autonomia local, proceder de outro modo.

2. A lei n.º 56/2012, de 8 de Novembro, sobre a reorganização administrativa de Lisboa, respeita inteiramente, neste aspecto, a Constituição e assim o texto da mesma descreve a reconfi guração do mapa de freguesias do concelho lisboeta, indicando as freguesias que se mantêm (artigo 8.º); as que se extinguiram por fusão ( artigo 6.º); as que se criaram partir das extintas (artigo 7.º, n.º 1); e ainda a criação da freguesia do Parque das Nações (artigo 7.º, n.º 2). Finalmente, todas as 24 freguesias resultantes da reforma (anteriormente eram 53) estão devidamente descritas com indicação do nome e dos respectivos limites territoriais (artigo 9.º).

3. Se a reconfi guração do mapa de freguesias do concelho de Lisboa obedeceu à Constituição e utilizou uma boa técnica legislativa já o mesmo não está a suceder com as freguesias do resto do continente, que estão a ter um tratamento muito diferente. Foi há poucos dias (27 de Dezembro) aprovado na Assembleia da República, em plenário na especialidade, um diploma que tem uma estrutura fora do comum. No respectivo texto não se referem as freguesias que se extinguem, as que se mantêm e as que são criadas mas antes se remete tudo isso para dois anexos, dos quais salientamos o anexo I relativo a todo o território continental. Este documento é formado por um conjunto de 5 colunas verticais, indicando para cada município do continente, excepto Lisboa, aquilo que denomina “as freguesias a agregar” (coluna A), “as freguesias criadas por agregação” (coluna B), “as freguesias criadas por alteração de limites territoriais” (coluna C), o “total de freguesias” (coluna D) e a “sede” das freguesias (coluna E). É neste anexo, que preenche mais de 100 páginas do Diário da Assembleia da República, que temos de descobrir as freguesias que se extinguem, as que se mantêm, as que se criam e mesmo aquelas que apenas modifi cam os seus limites territoriais. E essa tarefa não é simples. São mais de 2.000, as freguesias concretamente atingidas por este vendaval legislativo.

4. Meter, como está a fazer o legislador, as mais de

4.000 freguesias do continente numa espécie de folha excel em colunas com título juridicamente defeituoso terá naturalmente de dar maus resultados. Assim, não é de estranhar, por exemplo, que nem no texto legal em preparação, nem nos anexos que o acompanham encontremos várias freguesias actualmente existentes que uma pesquisa mais atenta, feita nos “trabalhos preparatórios” do processo legislativo em curso, mostra que vão ser extintas. Elas pura e simplesmente evaporaram-se…

5. Mas não acabam aqui as diferenças entre o legislador das freguesias de Lisboa e o das outras freguesias que apenas teoricamente é o mesmo. Deixamos de lado o regime especial (lei própria) dado a Lisboa em fl agrante violação da lei n.º 22/2012, de 30 de Maio, que mandava aplicar o mesmo regime a todas as freguesias do país. Queremos salientar antes o facto de as freguesias de Lisboa agora criadas terem cada uma delas, como é natural, uma comissão instaladora. Sempre assim foi. A criação de uma nova autarquia implica a nomeação de uma comissão com a fi nalidade de instalar a nova freguesia nomeadamente no que diz respeito ao seu património, à situação fi nanceira, ao pessoal, aos direitos e obrigações e a todo um conjunto de coisas necessárias para apresentar a nova freguesia ao mundo político-administrativo e prepará-la para as eleições. Mas, por muito estranho que possa parecer, só apenas algumas (poucas) freguesias do resto do continente terão comissões instaladoras. Serão só aquelas que a lei em formação denomina freguesias criadas “por alteração dos limites territoriais”.

6. E, por fi m, sem esgotar todas as diferenças, as freguesias de Lisboa (as novas e as que permanecem) recebem por lei cada uma delas uma quantia que se situa entre mais de um milhão de euros e mais de quatro milhões (artigo 17.º da lei n.º 56/2012). E esta é uma quantia para repetir todos os anos, no Orçamento do Estado, nos termos do n.º 2 do mesmo artigo. Já quanto às outras (ao resto do país) nem pensar. Apenas aquelas freguesias que estão integradas em municípios com assembleias municipais colaborantes (e foram muito poucas), objecto de “agregação”, irão receber, através do Fundo de Financiamento das Freguesias, durante o próximo mandato, mais 15% do que seria normal

7. Dito isto — e apenas uma pequena parte foi dita —, não é seguramente por acaso que Lisboa trata de lembrar aos outros municípios e às outras freguesias que ela é a “capital do Estado” e “sede das instituições do Governo do país” (artigo 2.º). Lisboa, mesmo em termos de autarquias locais, onde a igualdade de tratamento deveria imperar, é outra realidade.

Professor universitário

Debate Autarquias locaisAntónio Cândido de Oliveira

Não é por acaso que Lisboa trata de lembrar aos outros municípios e às outras freguesias que ela é a “capital do Estado” e “sede das instituições do Governo do país”. Lisboa, mesmo em termos de autarquias locais, onde a igualdade de tratamento deveria imperar, é outra realidade

Sanidade

Os números são importantes. Mas ainda mais importante é a realidade. Os números servem para espelhar e simplifi car a realidade. Se em vez de a espelhar a ofuscam tornam-se nocivos. Quando deixamos que os números distorçam a nossa perceção da realidade passamos a viver num mundo fantástico e surreal, não no mundo real. E a isto chama-se insanidade: pensar que o que

é ilusório é real. É sempre com surpresa e admiração que se observa o engenho e arte dos gestores nacionais, públicos e privados, bem como o seu esforço e empenho, em fazer com que os números não refl itam a realidade. Mas o pasmo é maior quando depois se observa que esses mesmos gestores trocam a realidade pela ilusão e começam a trabalhar para a ilusão esquecendo a realidade.

Assim, é insano o gestor que, no fi m do ano, pensa que consegue melhorar a realidade da sua empresa descarregando os seus stocks nos seus canais de distribuição para infl acionar vendas e deste modo “melhorar resultados” e “evitar apertos,” sabendo que dessas “vendas” nunca receberá um cêntimo e que ao “melhorar resultados” irá pagar mais

impostos e ter mais apertos.É insano o político que

pensa que consegue diminuir o defi cit corrente do Estado contabilizando como corrente uma receita extraordinária e não recorrente. Mesmo que Bruxelas deixe, e o número fi que mais bonito, a realidade não se altera. Mas o drama é que, como o número fi ca catita, a realidade é esquecida. Também é insano quem supõe que pode melhorar a realidade económica do país aumentando a despesa pública “porque ela contribui para o PIB”. O PIB é uma medida, útil mas imperfeita, da realidade económica; mas não é a realidade. Pode-se facilmente

aumentar o PIB sem alterar em nada a realidade económica. Como? Transformando, por exemplo, um desempregado em funcionário público, sem lhe dar nada de útil para fazer. O subsídio de desemprego, uma transferência, não é contabilizado no PIB, mas o salário do funcionário público já é. Se o homem receber o mesmo como funcionário que aquilo que recebia como desempregado, o PIB aumenta mas nada se altera na realidade económica, ou no defi cit público, ou no bem-estar do povo. Está-se a atuar ilusoriamente para melhorar a ilusão deixando esquecida a realidade.

A sanidade é o oposto da insanidade. É o esforço por perceber a realidade e atuar sobre ela. Para isso, os números, bem usados, ajudam.

Professor de Finanças, AESE

Pode-se facilmente aumentar o PIB sem alterar em nada a realidade económica

Debate Crise e gestãoJosé Miguel Pinto dos Santos

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50 | INICIATIVAS | PÚBLICO, SEX 11 JAN 2013

Domingo. 17h. A pista de dança está cheia de jovens casais que, unidos num abraço, se deixam embalar pela voz de Françoise Hardy em Tous Les Garçons et Les Filles e, tal como ela, sonham andar pelas ruas de mãos dadas com o seu grande amor. Rapi-damente, o romantismo dá lugar aos ritmos divertidos do yé-yé e todos dançam em fi la Le Locomotion, imi-tando os passos de Sylvie Vartan.

Longe vão os tempos das mati-nés-dançantes e, para muitos, será hoje difícil sequer apontar o nome de um cantor francês de sucesso na actualidade. Mas este cenário era bem dife-rente nas décadas de 60 e 70. Numa altu-ra em que o francês era obrigatório como segunda língua e não constituía o mistério que representa hoje para muitos jovens, a chanson française tinha um lugar de destaque nas nos-sas rádios e nas pre-ferências de quem comprava discos, re-presentando a perfei-ta união entre voz, o ritmo e o coração.

Ainda que, numa análise mais deta-lhada e académica, se possam encontrar as origens da chan-son française nos textos medievais que os trovadores escre-viam e interpretavam expressando quase sempre sentimentos de amor, aqui falamos sobretudo do género mu-sical que nasceu na década de 50 e

Quando a vida era “en rose” na colecção Chanson Française

Tempos houve em que a canção francesa enchia o nosso espectro radiofónico e a cabeça dos nossos jovens de belas estórias de amor. A nova colecção do PÚBLICO presta homenagem a 15 dos maiores cantores franceses de sempre

Além de lhe permitir recordar ou conhecer 15 autores clássicos franceses, o PÚBLICO oferece-lhe a possibilidade de viajar até Paris para melhor vivenciar o espírito da chanson française. Ao todo, serão oferecidas, em parceria com a Air France, quatro viagens duplas a Paris aos leitores do jornal. Duas das viagens serão atribuídas a clientes da loja online do PÚBLICO, enquanto as outras duas se destinam aos leitores mais criativos e empenhados da edição impressa do seu jornal.

Só há duas formas para se tornar um dos vencedores do passatempo e viajar até à Cidade das Luzes embalado pelas vozes dos seus cantores franceses favoritos: a solução é mesmo comprar, seja através da compra online ou em banca.

No caso dos compradores online, as duas viagens serão dadas aos dois clientes da loja.publico.pt que gastem o maior valor em compras entre 15 de Janeiro e 29 de Março de 2013, sendo que uma das compras terá de ser a pré-reserva da colecção completa.

Para quem opte por comprar a colecção em banca, o critério de selecção é a criatividade. Os leitores têm de construir uma Torre Eiffel original que inclua pelo menos cinco das 15 capas da colecção e tirar-lhe uma fotogra!ia. Terão também de recortar cinco das 30 frases sobre a Air France que serão publicadas na contracapa do jornal no decorrer da colecção e enviar tudo para a morada Remessa Livre, n.º 3047, 1301#901 Lisboa. O PÚBLICO e a Air France escolherão em conjunto as duas torres mais originais. Todos os vencedores serão divulgados no jornal de dia 19 de Abril de 2013.

PASSATEMPOVIAJE ATÉ PARIS COM O PÚBLICO

Lojas PÚBLICOLisboaEdifício Diogo Cão – Doca de Alcântara-Norte1350#352 Lisboa (Junto ao Museu do Oriente)Horário: seg. a sex. das 9h às 19h, sáb. das 11h às 17h

Centro Comercial ColomboPiso zero. Horário: seg. a dom., das 10h às 24hAvenida das Índias, junto à Praça Central

Loja online http://loja.publico.pt/

Pontos de Venda EspeciaisSetúbalMaria Isabel GuerreiroRua Bairro Afonso Costa 1 a 52910 – 414 SETÚBALTlf: 265546400

PortoAna Paula S. Pereira /P. HerculanoR. Alexandre Herculano 509 r/c3510#035 ViseuTlf: 232 421 579

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Jacques Brel Volume 1 Quinta-feira, 24 de JaneiroPor apenas + 3,95 eurosRestantes volumes a 6,95 euros

dos como Jacques Brel ou Léo Fér-ré e, posteriormente, com o yé-yé, uma espécie de pastiche do primeiro rock n’roll americano.

A colecção Chanson Française, inédita em português, que o PÚBLI-CO agora edita, é uma oportunida-de única de reencontrar ou desco-brir alguns dos melhores cantores franceses de sempre. Ao todo, são 15 volumes que reúnem os temas mais populares de Jacques Brel, Charles Aznavour, Edith Piaf, Ju-liette Gréco, Mouloudji, Yves Mon-tand, Gilbert Bécaud, Charles Tre-net, Léo Ferré, Georges Brassens, Catherine Sauvage, Francis Lemar-que, Serge Gainsbourg, Barbara e Henri Salvador. Cada volume, cuja capa é da autoria de ilustradores conhecidos como Gonçalo Viana, Alex Gozblau ou André Carrilho, é dedicado a um cantor e o seu book-let traça o seu percurso pessoal e profi ssional, aborda o seu impacto em Portugal e traz uma lista dos álbuns que editou.

O primeiro volume da colecção é dedicado a Jacques Brel e será vendido ao preço especial de 3,95 euros, sendo os restantes comer-cializados a 6,95 euros.

Música

proliferou nas seguintes não só em Europa mas em todo o mundo.

No pós-Segunda Guerra Mundial esta-va reunida uma série de condições que le-varam à proliferação deste género que, tal como o nome indica, se caracterizou so-bretudo por valorizar a língua francesa. Os cabarets e clubes noc-turnos que animavam Paris durante a guer-ra tinham ajudado a criar o mito em torno da figura do cantor capaz de carregar as aspirações, as dores mas também a ale-gria de todo um povo e nomes como Edith Piaf ou Yves Montand tornaram-se conheci-dos em todo o mundo. Mas isto era apenas o princípio.

Fazendo frente ao domínio anglo-saxóni-co, a indústria musical

popular francesa cresceu e impôs-se a partir dos anos 50, primeiro com artistas mais “literários” e politiza-

Page 51: "Publico", 6ª feira, 11 jJaneiro 2012

Passatempocom o apoio:

Lembra-se dos tempos em que a televisão só tinha um canal? Em que as cidades eram vilas maiores e tudo parecia mais simples?

Recorde a banda sonora desses tempos em 15 livros com CD onde pode encontrar canções inesquecíveis que marcaram uma época.

Nos livros, uma biografia de cada artista e uma breve contextualização histórica ajudam a completar esta viagem no tempo.

Para começar, nada melhor do que uma figura maior da chanson française, Jacques Brel. O seu génio criativo e a forma intensa

como interpretava as suas canções tornaram-no num símbolo do seu tempo e numa inf luência inspiradora para muitos outros músicos.

Jacques Brel no volume 1 com capa do consagrado ilustrador português André Carrilho. O início de uma grande colecção.

Música do tempo em que havia tempo para ouvir música

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Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Edifício Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, 1350!352 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050!453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social #50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410!350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgrá"ica - Impressão e Artes Grá"icas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730!053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Dezembro 41.360 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Racionamento denunciado pelo bastonário da Ordem dos Médicos foi negado p10

Entrevista ao representante do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau p22/23

Estão em causa vários actos do actual conselho directivo, que defende decisões p17

Infarmed garante que não há limitação de medicamentos

Ramos Horta: “[Em Bissau] não espero milagres”

Auditoria ao LNEG visou promoções e gastos da direcção

SOBE E DESCEJacob Lew

O chefe de gabinete de Obama foi nomeado pelo Presidente americano

para secretário de Estado do Tesouro, o que signi!ica que é ele que vai liderar a economia do país e as negociações com o Congresso dominado pelos republicanos, os quais têm travado algumas das reformas da Casa Branca. Não agrada aos republicanos e tem fama de intransigente — a sua nomeação, segundo a imprensa americana, quer dizer que Obama pretende bater-se vigorosamente pela sua agenda económica no segundo mandato. (Pág. 21)

Steven Spielberg

Há várias surpresas nas nomeações para os Óscares, sobretudo no

pouco peso atribuído aos !ilmes de Tarantino e Bigelow, mas as escolhas colocam três !ilmes como favoritos aos prémios da Academia. São

eles Lincoln (12 nomeações), de Spielberg, A Vida de Pi (11), de Ang Lee, e Amor (6), de Michael Haneke. Lincoln tem a vantagem de obter nomeações em praticamente todas as principais categorias. (Pág. 28/29)

Mario Draghi

O BCE manteve ontem as taxas de juro inalteradas, mas foram as

declarações do seu presidente que marcaram o dia e animaram os mercados !inanceiros. Draghi referiu alguma esperança de que as economias comecem a registar uma recuperação gradual este ano e destacou algumas melhorias como a queda dos juros da dívida soberana dos países periféricos, o que ajudou a que os juros da dívida portuguesa a 10 anos descessem para 6,2%, mínimo desde que o país está sob ajuda. (Pág. 19)

Elias

O internacional brasileiro chegou ao Sporting naquela que é uma das

transferências mais caras do clube — custou 8,8 milhões de euros —, mas acabou por não compensar tamanho investimento. Ainda realizou uma boa primeira época, mas nesta quase saiu de cena, tornando bem grande o intervalo entre o seu rendimento e o elevado salário. Vai para o Flamengo, poupando o Sporting 1,3 milhões de euros em ordenados. (Pág. 43)

OPINIÃO

Histórias portuguesas

Um discurso atrás de outro, e basta para começar uma interessante polémica entre o Presidente da República e o primeiro-ministro. Com este

ambiente de zaragata e de gritaria, porque não haviam também eles de se juntar à loucura geral. O Presidente da República disse que a economia portuguesa estava em “espiral recessiva”; o primeiro-ministro disse que a economia não estava num “círculo vicioso”; e o

Vasco Pulido Valente

Presidente da República repetiu que, sim senhor, a economia estava em “espiral recessiva”. Claro que seria melhor se os dois cavalheiros se entendessem, pelo menos, na geometria: uma espiral não é um círculo e um círculo não é uma espiral. Os portugueses não deixariam de agradecer um esclarecimento sobre esse ponto básico. Nada ajuda mais do que saber ao certo se caímos dia a dia na miséria por causa de um círculo ou de uma espiral.

O dr. Mário Soares, com a sua autoridade e a sua energia, costuma ameaçar a populaça com três fl agelos: primeiro, com uma insurreição de massa como em Paris em 1792; segundo, com o fi m da “Europa; e, terceiro, com uma guerra europeia. Mas como,

aparentemente, não assustou ninguém, resolveu esta semana ameaçar o pobre do indígena com o apocalipse: a III guerra mundial. O dr. Mário Soares não se deu à excessiva franqueza de informar o indígena entre quem seria essa temível guerra: entre a América e a China? Entre a Rússia e a América? Entre a Rússia e a China? Na sua bem amada “Europa”, não existem com certeza razões de pânico, porque não existe um único exército capaz de combater, uma coisa que faz muito falta numa guerra, mesmo mundial.

Só que os portugueses, quando não conseguem pagar as contas, pensam imediatamente em conquistar um império, de preferência o império que perderam. E, como são modestos, pensaram logo no Brasil. O nosso alto comando congeminou logo uma estratégia irresistível: importar para Portugal a ortografi a brasileira. No momento em que os portugueses escrevessem (o pouco e mal que escrevem) sem consoantes mudas, o Brasil não podia deixar de se render, com uma saudade arrependida e desculpas rasteiras. Mas, como a humanidade é má, em particular no hemisfério sul, o Brasil terminantemente recusou o nosso audacioso “acordo ortográfi co” e deixou Portugal sem consoantes mudas, pendurado numa fantasia ridícula e sem a menor ideia de como vai sair deste sarilho: um estado, de resto, habitual.

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