MULHERES ARTEIRAS, ATITUDES QUE FAZEM A DIFERENÇA!Na década de 90, a reestruturação positiva aliada à terceirização presente no processo de globalização somada ao enxugamento do Estado gerou questões de desemprego, alterando consideravelmente o cenário do trabalho no Brasil.

E com a formação desta “lacuna” criada, surgem as iniciativas desenvolvidas pelas ONGs visando o enfrentamento do desemprego, da pobreza e da desigualdade social.

Não se trata de uma organização não governamental, mas quando a sociedade se mobiliza para ajudar àqueles menos favorecidos, surgem belos resultados. Ao invés do “apartheid” econômico-social  moradores do Condomínio  Ubá V (classe média alta) em Pendotiba, Niterói, vizinhos de uma comunidade de baixa renda, se mobilizaram para a promoção de cursos de capacitação para as mulheres da comunidade do morro da  Cocada, no ano de 2006.

No ano seguinte já estava formada a primeira turma de artesãs  que mais tarde constituíram a "Mulheres

Arteiras Cooperativa de Artesanato" cujos produtos fabricados utilizam matérias recicláveis:

        garrafas pets se transformam em pufes, sacolas ecológicas para carro confeccionadas com algodão cru dentre outros.

A comercialização e venda destes artesanatos ajudam a gerar renda a dezenas de pessoas de comunidades pobres do bairro do Badu.

Pela qualidade de seus produtos tem participado de diversas exposições, dando a oportunidade a diversas pessoas de se integrarem no mercado de trabalho e geração de renda.

São ações assistenciais de cidadãos comuns para atender as necessidades de sobrevivência, dignidade, melhor qualidade de vida e integração ao universo do trabalho que contribuem para que possamos transformar a sociedade em que vivemos, além de serem criados vínculos fraternos entre comunidades economicamente opostas.

Abaixo, transcrevemos a filosofia dos moradores do Condomínio Ubá V:

“A Ação Comunitária Ubá 5 é um trabalho de voluntariado que tenta resgatar o que há de melhor no significado original da palavra "vizinhos". Quando alguém fala em "vizinho" lembramos, no máximo, do morador do apartamento ou da casa ao lado da nossa, do qual muitas vezes sequer sabemos o nome. Embora esse fato seja muito triste não é o pior de tudo. Pior é não nos darmos conta de que, não obstante os muros e grades que eventualmente nos separem de outras comunidades, delas somos vizinhos, delas dependemos, assim como elas dependem de nós, pois somos seres da mesma essência, frutos da mesma sociedade, com os mesmos tipos de defeitos, qualidades e necessidades.Sermos providos de maiores recursos não nos torna melhores nem piores, mas oferece-nos uma oportunidade de compartilhá-los e descobrir o quanto isso é gratificante. Não se trata de caridade, mas de solidariedade e responsabilidade social. Ao participarmos desse tipo de ação social nos aproximamos de nossos vizinhos, tanto daqueles que moram na casa em frente, ou no apartamento ao lado, quanto dos menos providos de recursos, que moram do outro lado do muro ou do outro lado das grades, mas que não deixam de ser nossos vizinhos. E o que fazer para resgatar o significado da palavra "vizinhos", no contexto de uma ação de solidariedade? Será que todos tem algo para doar? Ao longo do tempo descobrimos que, mais do que bens materiais, porém sem deixar de incluí-los, a doação que permanece é "doar o seu tempo", a sua atenção, o seu interesse. Você se importa? Se a resposta é "sim!" você tem alguma coisa para doar e muito para receber. Conheça o nosso trabalho e junte-se a nós e aos nossos vizinhos!”

Leia mais sobre o trabalho acessandohttp://www.jorgereis.com/Uba5/inicio.html

“Trabalho é quando alguém tem um propósito naquilo que faz com metas bem definidas de onde quer chegar e acredita no seu ofício como a forma mais nobre para melhorar a vida das pessoas e o mundo.” 

Mulheres Arteiras Cooperativa de Artesanatohttp://www.mulheresarteiras.com.br/    Foto: Site Mulheres Arteiras

Ana Porto/Sergio Honorato