23
PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTAS Processo TCM nº 02282e16 Exercício Financeiro de 2015 Prefeitura Municipal de FEIRA DE SANTANA Gestor: Jose Ronaldo de Carvalho Relator Cons. Mário Negromonte RELATÓRIO / VOTO 1. PRESTAÇÃO DE CONTAS A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, correspondente ao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade do Sr. José Ronaldo de Carvalho, ingressou, eletronicamente, neste Tribunal de Contas dos Municípios, através do sistema e-TCM, em 25 de maio de 2016, em atendimento ao prazo estabelecido no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05, sendo protocolada sob TCM nº 02211e16. As contas do Poder Executivo foram colocadas em disponibilidade pública, para exame e apreciação, juntamente com as contas do Poder Legislativo, pelo período de 60 dias, através do endereço eletrônico http://e.tcm.ba.gov.br/epp/ConsultaPublica/listView.seam ”, cumprindo o estabelecido no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05. Na resposta de diligência anual foi apresentado ato do Poder Legislativo comprobatório da disponibilidade pública das contas anuais. 2. NOTIFICAÇÃO E RESPOSTA DE DILIGÊNCIA ANUAL Na sede deste Tribunal de Contas dos Municípios as contas foram submetidas ao crivo dos setores técnicos, que expediram a Cientificação/Relatório Anual e o Pronunciamento Técnico correspondentes, resultando na notificação do gestor, realizada através do Edital nº 321/2016, publicado no Diário Oficial Eletrônico do TCM/BA em 20 de setembro de 2016, para, respeitado o prazo regimental de 20 (vinte) dias, apresentar os esclarecimentos e documentos que entendesse necessários, sob pena da aplicação de revelia e suas consequências. A notificação sobredita resultou nos documentos nºs 147 a 425 (pasta Defesa à Notificação da UJ), através dos quais o gestor exerceu os seus direitos constitucionais ao contraditório e ampla defesa, preconizados no inciso LV, do art. 5º, da Constituição Federal. Concluída a instrução processual, foram os autos encaminhados ao Ministério Público Especial de Contas, para fins de cumprimento do disposto no inciso II, do art. 5º, da Lei Estadual 12.207/11, resultando na Manifestação MPC 1.285/2016, que opinou pela aprovação com ressalvas das Contas da Prefeitura de Feira de Santana, com aplicação de multa ao gestor, com fulcro no art. 71, II da Lei Complementar nº 06/91, bem como a recomendação de realização de auditoria nos 1

Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

PRESTAÇÃO ANUAL DE CONTASProcesso TCM nº 02282e16Exercício Financeiro de 2015Prefeitura Municipal de FEIRA DE SANTANA Gestor: Jose Ronaldo de CarvalhoRelator Cons. Mário Negromonte

RELATÓRIO / VOTO 1. PRESTAÇÃO DE CONTAS

A prestação de contas da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, correspondenteao exercício financeiro de 2015, de responsabilidade do Sr. José Ronaldo deCarvalho, ingressou, eletronicamente, neste Tribunal de Contas dos Municípios,através do sistema e-TCM, em 25 de maio de 2016, em atendimento ao prazoestabelecido no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05, sendo protocolada sob TCMnº 02211e16.

As contas do Poder Executivo foram colocadas em disponibilidade pública, paraexame e apreciação, juntamente com as contas do Poder Legislativo, pelo períodode 60 dias, através do endereço eletrônico“http://e.tcm.ba.gov.br/epp/ConsultaPublica/listView.seam”, cumprindo oestabelecido no art. 7º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Na resposta de diligência anual foi apresentado ato do Poder Legislativocomprobatório da disponibilidade pública das contas anuais.

2. NOTIFICAÇÃO E RESPOSTA DE DILIGÊNCIA ANUAL

Na sede deste Tribunal de Contas dos Municípios as contas foram submetidas aocrivo dos setores técnicos, que expediram a Cientificação/Relatório Anual e oPronunciamento Técnico correspondentes, resultando na notificação do gestor,realizada através do Edital nº 321/2016, publicado no Diário Oficial Eletrônico doTCM/BA em 20 de setembro de 2016, para, respeitado o prazo regimental de 20(vinte) dias, apresentar os esclarecimentos e documentos que entendessenecessários, sob pena da aplicação de revelia e suas consequências.

A notificação sobredita resultou nos documentos nºs 147 a 425 (pasta Defesa àNotificação da UJ), através dos quais o gestor exerceu os seus direitosconstitucionais ao contraditório e ampla defesa, preconizados no inciso LV, do art.5º, da Constituição Federal.

Concluída a instrução processual, foram os autos encaminhados ao MinistérioPúblico Especial de Contas, para fins de cumprimento do disposto no inciso II, doart. 5º, da Lei Estadual nº 12.207/11, resultando na Manifestação MPC nº1.285/2016, que opinou pela aprovação com ressalvas das Contas da Prefeitura deFeira de Santana, com aplicação de multa ao gestor, com fulcro no art. 71, II da LeiComplementar nº 06/91, bem como a recomendação de realização de auditoria nos

1

Page 2: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

processos licitatórios e seus respectivos contratos que tenham como objeto acontratação de cooperativas de saúde, de profissionais técnicos de saúde oude apoio administrativo na área de saúde, a fim de verificar a efetiva prestaçãodos serviços e se houve sobrepreço nas contratações.

3. ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA

Esteve sob a responsabilidade da 2ª IRCE o acompanhamento da execuçãoorçamentária e da gestão financeira, operacional e patrimonial da PrefeituraMunicipal de Itagimirim, cujo resultado se encontra consubstanciado naCientificação/Relatório Anual, cumprindo registrar as irregularidadesseguintes:

a) ausência de remessa e/ou remessa incorreta, pelo Sistema Integrado deGestão e Auditoria - SIGA, de dados e informações da gestão públicamunicipal, em contrariedade ao estabelecido no art. 2o, da Resolução TCM no

1.282/09;

b) ausência de publicidade de extrato de contrato, resultado e homologação dediversas licitações, em contrariedade às disposições da Constituição Federal eda Lei nº 8.666/93.

c) fragmentação de despesas, por meio das Licitações nºs 94/2015, 97/2015,103/2015, 111/2015, 123/2015 e 124/2015, nos respectivos valores deR$458.864,06, R$129.923,87, R$406.280,00, R$267.484,09, R$936.807,68 eR$870.000,00, não sendo realizado o processo licitatório adequado à espécie.

d) Contratação de pessoal sem concurso público, sendo registrado noRelatório Anual a contratação de cooperativas, por meio dos Certames nºs037/2015, 069/2015 e 070/2015, nos respectivos valores de R$14.933.936,28,R$22.588.344,70 e R$43.000.080,46, promovendo a terceirização dos serviçosde saúde.

Neste ponto, registre-se que as atividades finalísticas devem ser prestadas porservidores de carreira, mediante admissão em concurso público, conformeregra prevista no art. 37, II da Constituição Federal. Ademais, o RelatórioAnual registrou a ausência de justificativa nos processos administrativos dacomprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente ecompatível em características, quantidade e prazos com o objeto da licitação,dentre outras irregularidades formais, de modo que entende esta relatoria poracolher o opinativo do d. Ministério Público Especial de Contas e determinar arealização de auditoria em relação a estes processos licitatórios, bem como osrespectivos contratos, a fim de verificar a efetiva prestação dos serviçoscontratados e compatibilidade dos preços praticados.

e) realização de despesas em valor superior ao estabelecido no Contrato077/2014 e Aditivo nº 015/2015 (Processos de Pagamento nºs 7443/2015,7432/2015, 7433/2015, e 11656/2015).

2

Page 3: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

f) contratação irregular dos serviços de “cobrança bancária pelo prazo de 360dias”, mediante Dispensa de Licitação nº 18/PGM/2015, em contrariedade àdisposições do art. 37, XXI da Constituição Federal e art. 24 da Lei nº8.666/93.

g) não encaminhamento do processo licitatório nº 024/2015, no valor deR$3.217.997,50, e do processo de inexigibilidade de licitação nº 34/PGM/2015,no valor de R$5.724.402,76, à IRCE, em inobservância ao estabelecido naalínea “c”, do inciso 1º, do § 2º, do art. 4º, da Resolução TCM nº 1.060/05.

Ressalte-se que, em relação ao Processo nº 024/2015, não houve a realizaçãode despesas, sendo informado pelo gestor a rescisão do contrato.

4. INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO

O Plano Plurianual – PPA, para o quadriênio de 2014 a 2017, foi instituído me -diante Lei Municipal nº 3.433, de 10/12/2013, em cumprimento ao disposto noart. 165, §1°, da Constituição Federal e no art. 159, §1°da Constituição Esta-dual.

A Lei nº 3457, de 09/06/2014, aprovou as Diretrizes Orçamentárias (LDO) parao exercício financeiro de 2015 e contemplou as prioridades e metas daAdministração Pública Municipal, em cumprimento ao §2º do art. 165 da CRFB,restando comprovada a sua publicação por meio eletrônico em 12/06/2014, noJornal Tribuna Feirense.

A Lei Orçamentária Anual (LOA), nº 3511, de 16/12/2014 estimou a receita efixou a despesa para o exercício financeiro de 2015, no montante deR$1.113.631.517,00, compreendendo os Orçamentos Fiscal e da SeguridadeSocial, nos valores de R$696.877.273,00 e de R$416.754.244,00,respectivamente, cuja publicação foi realizada por meio eletrônico, em19/12/2014.

A Lei Orçamentária autorizou abertura de créditos adicionais suplementaresnos limites e com a utilização dos recursos provenientes de:

a) 80% da anulação parcial ou total das dotações;b) 100% do superávit financeiro;c) 100% do excesso de arrecadação;d) 100% de operações de crédito.

Através do Decreto n.º 9469/2014, foi aprovada a Programação Financeira e oCronograma de Execução Mensal de Desembolso para o exercício de 2015,em cumprimento ao disposto no art. 8º da LRF.

Foi encaminhado o Decreto nº 9.460, de 30/12/2014 (Doc. 148 – pasta Defesaà Notificação da UJ), que aprovou o Quadro de Detalhamento da Despesa(QDD) do Poder Executivo Municipal para o exercício de 2015.

3

Page 4: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

5. ALTERAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

Conforme decretos do Poder Executivo, foram promovidas alteraçõesorçamentárias no montante de R$287.781.043,99, estando esse valordevidamente contabilizado no Demonstrativo de Despesa Consolidado do mêsde dezembro de 2015.

5.1 CRÉDITOS ADICIONAIS SUPLEMENTARES

Conforme somatório dos decretos e dados inseridos no SIGA, foram abertoscréditos adicionais suplementares no montante de R$237.253.945,47, sendoR$224.931.945,47 por anulação de dotação e R$12.322.000,00 por superávitfinanceiro, convergindo com o valor contabilizado no Demonstrativo deDespesa Consolidado do mês de dezembro/2015.

De acordo com o Pronunciamento Técnico os Créditos Suplementares abertospor Superávit Financeiro utilizou como Fonte de Recurso a Fonte 03 –Contribuições para o Regime Próprio de Previdência Social, todavia, apesarde o Gestor não comprovar o superávit financeiro de R$37.991.070,99 em2014, foi observado no Balanço Patrimonial de 2014 do Instituto dePrevidência de Feira de Santana a sua ocorrência.

Ressalte-se que os créditos abertos por essas fontes de recurso estão dentrodo limite estabelecido pela Lei Orçamentária Anual.

5.2 CRÉDITOS ADICIONAIS ESPECIAIS

Conforme somatório dos decretos, foram abertos créditos adicionais especiaispor anulação de dotação no valor de R$16.425.000,00, devidamentecontabilizado no demonstrativo Consolidado de Despesa do mês dedezembro/2015.

Em sua defesa, o Gestor apresentou as Leis nºs 3514/15, 3555/15 e 3566/15(Docs. 149,151 e 152 – pasta Defesa à Notificação da UJ), apontadas comoausentes pelo Pronunciamento Técnico, evidenciando que havia suporte legalpara a abertura de Crédito Adicional Especial por meio dos Decretos nºs9507/15 (R$2.756.000,00) 9649/15(R$650.000,00) e 9716/15(R$9.000,00),respectivamente, em cumprimento ao disposto no art. 167, V, da ConstituiçãoFederal.

5.3 ALTERAÇÕES NO QDD

Diante dos Decretos apresentados, verifica-se que foram promovidasAlterações no Quadro de Detalhamento da Despesa - QDD, no valor deR$34.102.098,52, as quais foram devidamente contabilizadas noDemonstrativo de Despesa Consolidado de dezembro/2015.

6. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4

Page 5: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

6.1 DECLARAÇÃO DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL

Os Demonstrativos Contábeis foram assinados pelo Contabilista Sr. JOAQUIMCOSTA GALVÃO NETO, CRC nº. BA 9103/0, acompanhado da Certidão deRegularidade Profissional (Doc. 154 - Pasta Defesa à Notificação da UJ), ematendimento à Resolução nº 1402/12, do Conselho Federal de Contabilidade.

6.2 CONFRONTO COM AS CONTAS DA CÂMARA

Confrontando os Demonstrativos de Despesa de dezembro de 2015 dosPoderes Executivo e Legislativo, não foram identificadas inconsistências.

6.3 CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS

Os Demonstrativos Contábeis e seus Anexos, que compõem a prestação decontas sob exame foram apresentados de forma consolidada, em cumprimentoao disposto no art. 50, III da LRF.

6.4 CONFRONTO DOS GRUPOS DO DEMONSTRATIVO DAS CONTAS DORAZÃO (DCR) DE DEZEMBRO COM O BALANÇO PATRIMONIAL/2015

Foi encaminhado o Demonstrativo Consolidado das Contas do Razão dedezembro/2015, gerado pelo SIGA, apresentando valores convergentes aosrespectivos saldos registrados no Balanço Patrimonial de 2015.

6.5 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO

Da análise do Balanço Orçamentário, apura-se que do total deR$1.113.631.517,00 estimado para a receita, foi arrecadado o montante deR$957.231.735,53, correspondendo a 85,96% do valor previsto no Orçamento.

A despesa orçamentária foi autorizada em R$1.113.631.517,00 e a despesaefetivamente realizada foi de R$964.000.023,75, equivalente a 86,56% dasautorizações orçamentárias.

Com esses resultados, o Balanço Orçamentário registra um déficit deR$6.768.288,22, evidenciando desequilíbrio nas contas públicas.

Em sede de defesa, o Gestor alegou que “de fato, houve o DéficitOrçamentário no valor de R$6.768.288,22, todavia, do montante deR$964.000.023,75 empenhado no exercício, o total de R$ 67.493.231,36 ficouinscrito em Restos a Pagar não Processados, pois as despesas não foramefetivadas e serão realizadas em 2016, podendo ainda ocorrer seucancelamento via Processo Administrativo no exercício vigente. Excluindo asdespesas não realizadas, obtivemos um SUPERAVIT ORÇAMENTÁRIO DER$60.724.943,14 (Receita arrecadada menos despesa liquidada). SegueBalanço Orçamentário (ANEXO 12 da Lei 4.320164), para constatação dovalor inscrito em RP não processados. (DOC 6).” 5

Page 6: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Quanto ao questionamento relativo à diferença de R$10.249.030,00 do saldoda dotação atualizada informada no Balanço Orçamentário(R$1.125.953.517,00) e àquela registrada no Demonstrativo Consolidado daDespesa do SIGA (R$1.136.202.547,00), o Gestor aduziu que “houve umafalha no somatório no Relatório do sistema SIGA, pois no mesmo o saldofixado na dotação foi R$ 1.113.631.517,00, somando com o total dos CréditosAdicionais de R$253.678.945,47 e dos acréscimos QDD no valor deR$34.102.098,52, deduzindo as Anulações de R$241.356.945,47 eDecréscimos QDD 34.102.098,52, totaliza R$1.125.953.517,00 e nãoR$1.136.202.547,00, ficando de acordo com a dotação atualizada do BalançoOrçamentário. Segue despesa consolidada do SIGA, pra comprovação dadivergência da dotação atualizada. (DOC7).”

6.5.1 DEMONSTRATIVO DE EXECUÇÃO DOS RESTOS A PAGAR

De acordo com o Pronunciamento Técnico foram encaminhados os Anexosreferentes aos restos a pagar processados (R$3.001.261,58) e nãoprocessados (R$24.270.273,22 ), em cumprimento ao estabelecido no MCASP(Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público), e os saldosremanescentes ali registrados corresponderam aos contabilizados no BalançoPatrimonial de 2015, conforme verificado no Demonstrativo da DívidaFlutuante (Pasta UJ, doc. 75 e 99). Todavia, houve registro, no Anexo I doBalanço Orçamentário, de cancelamentos de Restos a Pagar não Processadosde R$18.251.330,29, sem os correspondentes processos administrativos queos justificaram, motivo pelo qual não foram validados nesta análise.

Visando sanar a irregularidade apontada, o gestor declarou apresentar osprocessos administrativos de cancelamentos dos Restos a Pagar NãoProcessados no montante de R$18.251.330,29, sendo R$16.274.907,32 daPrefeitura, R$4.544,63 da Fundação Cultural Egberto Tavares Costa,R$1.970.648,34 da Superintendência Municipal de Trânsito e R$1.230,00 doInstituto de Previdência de Feira de Santana. (DOC 8)

Analisada a matéria, verificou-se que os processos administrativosapresentados (Docs. 160,395,399 e 420 – pasta Defesa à Notificação da UJ),não foram instruídos com a documentação indispensável, bem como nãoapresentam a devida motivação ensejadora das ocorrências, capaz desalvaguardar a administração de futuros impasses judiciais que possam trazerprejuízos ao erário.

Deve, portanto, a competente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar ofato, e, caso seja confirmada a existência de irregularidades, lavrar ocompetente Termo de Ocorrência para definição de responsabilidade.

6.6 BALANÇO FINANCEIRO

As receitas e as despesas foram compostas conforme demonstrados a seguir:

6

Page 7: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

INGRESSOS DISPÊNDIOS

ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

Receita Orçamentária 957.231.735,53 Despesa Orçamentária 964.000.023,75

Transferências Financeiras Recebidas 168.371.991,85 Transferências Financeiras Concedidas

169.630.173,39

Recebimentos Extraorçamentários 113.738.462,15 Pagamentos Extraorçamentários 101.939.555,70

Inscrição de Restos a Pagar Processados 41.858.125,56Pagamentos de Restos a Pagar Processados 25.628.183,74

Inscrição de Restos a Pagar Não Processados

67.493.231,36Pagamento de Restos a Pagar Não Processados

55.217.015,66

Saldo do Período Anterior 113.869.458,30 Saldo para o exercício seguinte 146.148.052,51

TOTAL R$ 1.462.563.004,75 TOTAL R$ 1.462.563.004,75

Foi assinalado pelo Pronunciamento Técnico que “Da análise desteDemonstrativo foi observado que foram considerados como Saldo para oexercício seguinte pelo Gestor, R$146.148.052,51, sendo R$108.110.972,77de saldo em Caixa/Banco e R$38.041.079,74 Demais Créditos e Valores deCurto Prazo.”

Registra, ainda, que “não deveriam ser considerados para fins de apuraçãodas disponibilidades os R$403.299,31 por não se referirem a disponibilidadesem posse do Gestor, e o valor da Carta Fiança de R$31.679.018,74 somentepoderá ser considerado se comprovado pelo Gestor.

Assim como as disponibilidades de R$108.110.972,77, uma vez que não foramcomprovadas pelo Gestor os R$58.692.313,28 desses recursos (somenteforam apresentados os extratos correspondentes a R$58.801.286,05,conforme será destacado no Item 4.7.1.1 deste Relatório).”

Em sua resposta, o Gestor informou que “Concordamos que os valores deR$403299,31 e R$31.679.018,74 não se referem a disponibilidade financeirada Prefeitura, mas sim correspondem a saldos financeiros de Créditos aReceber e Carta Fiança de terceiros, em posse da Prefeitura. Noencerramento do balanço de 2016, vamos segregar as disponibilidadesfinanceiras da Entidade dos Depósitos de terceiros.

Portanto, do total de R$146.148.052,51 de Saldo para o exercício seguinte doBalanço Financeiro, R$38.037.079,74 corresponde a depósitos de terceiros ecréditos a receber que tiveram sua origem através de ingressos extraorçamentárias(...)”.

Prossegue asseverando que a Disponibilidade financeira no montante deR$108.110.972,77 corresponde a “Prefeitura, Fundo de Saúde e Fundo doMeio Ambiente – R$59.839.602,82; Fundação Hospitalar – R$366.020,01;Fundação Cultural – R$362.261,15; Instituto de Previdência –R$37.234.107,35; Superintendência Municipal de Trânsito – R$9.004.914,70;Procon – R$1.304.066,74”, ao tempo em que declara encaminhar osBalancetes das Entidades da Administração Indireta para comprovar osrespectivos saldos.

7

Page 8: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Ao final, informou que “Conforme apontado pela auditora responsável peloexame das contas, do total da disponibilidade financeira da Prefeitura, foicomprovado em extratos bancários o valor de R$58.801.286,05. Estemontante corresponde somente aos saldos bancários da Prefeitura e Fundos.Seguem todos os extratos bancários junto com a conciliação bancária daPrefeitura, Fundo Municipal de Saúde e Fundo Municipal do Meio Ambiente,comprovando a totalidade dos saldos da Administração Direta da Prefeituradisponíveis no DCR. (DOC 10).”

Diante dos esclarecimentos e documentos apresentados pela defesa,verificou-se que o saldo de R$108.110.972,77 registrado no BalançoPatrimonial/2015 na conta “Caixa e Equivalentes de Caixa” corresponde àPrefeitura Municipal e Fundos de Saúde e do Meio Ambiente no valor deR$59.839.602,82, acrescentado das disponibilidades financeiras dasDescentralizadas no total de R$48.271.369,95. Contudo, observa-se doResumo de Conciliação Bancária do sistema SIGA o saldo deR$59.806.300,22, que diverge em R$33.302,60 do valor contabilizado noBalanço Patrimonial/2015.

6.7 BALANÇO PATRIMONIAL

O Balanço Patrimonial da entidade, referente ao exercício financeiro de 2015,apresentou os seguintes valores:

ATIVO PASSIVO

ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual ESPECIFICAÇÃO Exercício Atual

ATIVO CIRCULANTE R$ 172.597.043,25 PASSIVO CIRCULANTE R$ 103.995.088,52

PASSIVO NÃO-CIRCULANTE R$ 389.552.437,29

ATIVO NÃO-CIRCULANTE R$ 551.538.273,11

TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 230.587.790,55

TOTAL R$ 724.135.316,36 TOTAL R$ 724.135.316,36

Anexo 14 da Lei n. 4.320/64

ATIVO FINANCEIRO R$ 146.152.052,51 PASSIVO FINANCEIRO R$ 177.172.547,94

ATIVO PERMANENTE R$ 577.983.263,85 PASSIVO PERMANENTE R$ 408.138.482,45

SALDO PATRIMONIAL R$ 138.824.285,97

Da análise do Balanço Patrimonial/2015, observa-se que o somatório do AtivoFinanceiro e Ativo Permanente (visão Lei 4.320/64) converge com a soma doAtivo Circulante e Ativo Não Circulante (conforme MCASP).

Verifica-se, ainda, que a diferença existente entre o somatório do PassivoFinanceiro e Passivo Permanente (visão Lei 4.320/64) e o somatório doPassivo Circulante e Passivo Não Circulante (conforme MCASP), no valor deR$91.763.504,58, corresponde ao saldo de Restos a Pagar Não Processados,evidenciando consistência na peça contábil.

6.7.1 ATIVO CIRCULANTE

8

Page 9: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

6.7.1.1 SALDO EM CAIXA E EQUIVALENTES

O Termo de Conferência de Caixa e Bancos, lavrado no dia 31/12/2015, porComissão designada pelo Gestor, através do Decreto nº 9.813, de 18/12/2015,informa saldo em Caixa/Banco de R$50.940.444,10, divergindo emR$57.170.528,67 do saldo registrado no Balanço Patrimonial(R$108.110.972,77).

Informa o Pronunciamento Técnico que na apuração dos extratos bancáriosencaminhados foi verificado soma dos saldos nos extratos deR$58.801.286,05, (Pasta UJ, docs. 103 a 107 e 127 a 130), mas semconsiderar os valores em conciliação, em virtude de os mesmos não teremsido especificados e do não encaminhamento da maioria das ConciliaçõesBancárias para análise.

Registra também, que foram identificados nas conciliações de duas contasbancárias, relacionadas abaixo, saídas não contabilizadas de R$18.803,55,devendo o Gestor explicar esta ocorrência.

Em sua defesa, o Gestor declara encaminhar “todos os extratos bancários daPrefeitura e dos Fundos, para comprovar os valores em conciliação. Vide Doc.10.”

No que tange ao questionamento relativo a saída de R$18.803,55 identificadasnas conciliações, a defesa apresenta planilha descrevendo às operações, edeclara encaminhar a documentação comprobatória.

Diante das inconsistências registradas pela área técnica, e das observaçõesrelatadas no item “6.7 – Balanço Financeiro” deste Relatório , deve acompetente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar o fato, e, caso sejaconfirmada a existência de irregularidades, lavrar o competente Termo deOcorrência para definição de responsabilidade.

6.7.1.2 CRÉDITOS A RECEBER

Informa a área técnica que os Créditos a Receber de Curto Prazo sãocompostos por valores inscritos em Dívida Ativa de R$17.349.172,44.

6.7.1.3 DEMAIS CRÉDITOS A CURTO PRAZO

De acordo com o Pronunciamento Técnico o subgrupo “Demais Créditos eValores a Curto Prazo” registra saldo de R$38.041.079,74, sendo Cauções deR$37.041.079,74 e conta de “Responsabilidade” de R$403.299,31, conformeevidenciado no demonstrativo do Ativo Circulante (Pasta UJ, docs. 77 e 108).Contudo, não foram informadas a origem dos registros e das ações que estãosendo implementadas para regularização das contas de responsabilidade(Responsáveis Prefeitura R$4.000,00 e Banco Subaé de R$399.299,31.

Em sua defesa, o Gestor justificou que “com relação ao valor de R$399.299,31da Prefeitura na conta Banco Subaé Brasil, a sua origem decorreu de

9

Page 10: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

pagamentos de tributos municipais por parte dos contribuintes. Ocorre queesse Banco está sob intervenção do Banco Central e o Município estáaguardando sua liquidação para recebimento do seu crédito junto à referidainstituição. Segue último extrato bancário do SUBAÊ BRASIL, emitido em1010312010, comprovando a existência deste valor em aplicações. (DOC 12)”.

Já no que tange ao saldo de R$4.000,00 na conta de Responsabilidades adefesa informou que “a entidade já regularizou R$3.000,00, restante apenasregularizar a conta em nome de LIVIA MARIA SOUZA OLIVEIRA, no valor deR$ 1.000,00, que será resolvido ainda no exercício corrente.”, porém, nãoapresentou qualquer documento sobre o que declara.

Adverte-se à Administração Municipal, para que adote às medidas necessáriaspara regularização da impropriedade apontada, bem como da recuperação dosrecursos ao Tesouro Municipal, sob pena de sua incursão nas sanções legaisprevistas. 6.7.1.4 Estoques

Verifica-se no Balanço Patrimonial que foram registrados a título de Estoqueso valor de R$9.095.818,30.

6.7.2 ATIVO NÃO-CIRCULANTE

6.7.2.1 MOVIMENTAÇÃO DOS BENS PATRIMONIAIS

Conforme Pronunciamento Técnico, os valores registrados a título de BensMóveis e Imóveis de R$307.947.436,50, correspondem aos valores informadosna Relação dos Bens Móveis e Imóveis (Pasta UJ, doc. 101) e dosDemonstrativos dos Bens Móveis e Imóveis (Pasta UJ, docs. 81 e 82).Entretanto, o valor de R$12.121.170,38, declarados pelo Gestor comodecorrentes de aquisições de bens no exercício de 2015 (Pasta UJ, doc. 79 e80), não correspondeu aos dados declarados pelo Gestor no Siga, queregistrou aquisições de bens móveis de R$5.631.424,46 e Imóveis deR$39.840.812,52, devendo o Gestor esclarecer essas divergências.

Em sede de defesa, o Gestor justificou que “o valor de R$12.121.170,38,corresponde ao total de aquisições de bens móveis da Prefeitura, Fundos,Câmara e Entidades da Administração Indireta da Prefeitura, decorrentes deliquidações de empenhos do exercício e de Restos a pagar não processados,assim como o total de bens imóveis incorporados no exercício foi deR$72.472.513,70. Os valores estão de acordo com a Relação dos BensMóveis e Imóveis, dos Demonstrativos dos Bens Móveis e Imóveis em anexo eos saldos finais estão de acordo com os saldos do DCR consolidado do SIGA(fis 52 e 53). (DOC 14).”

Os totais de R$ 5.631.424,46 e R$ 39.840.812,52, que segundo a auditora,foram registrados no sistema SIGA, se referem á incorporação de bens móveise imóveis da unidade gestora da Administração Direta - Prefeitura e Fundos

1

0

Page 11: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

(sem: considerar fundações e autarquias) e decorrentes de empenhosorçamentários, sem considerar as liquidações dos restos a pagar nãoprocessados.”

6.7.2.2 RELAÇÃO DOS BENS PATRIMONIAIS DO EXERCÍCIO

Foi apresentada a relação dos bens adquiridos no exercício, com osrespectivos valores registrados no ativo não circulante, indicando-se o númerodos respectivos tombamentos, porém sem informar a sua alocação, estandoacompanhada da certidão firmada pelo Prefeito, pelo Secretário de Finanças epelo Encarregado do Controle de Patrimônio, contendo o total dos benspatrimoniais de forma segregada, evidenciando o total da depreciação,exaustão e amortização, conforme o caso, atestando que todos os bens domunicípio (ativo não circulante) encontram-se registrados e submetidos aocontrole apropriado, estando, ainda, identificados por plaquetas.

Diante dessas informações, verifica-se o cumprimento parcial do disposto noart. 9º, item 18, da Resolução TCM n. 1.060/05.

Registre-se que a citada relação contabiliza bens adquiridos no total deR$307.947.436,50, que converge com os valores dispostos no Demonstrativodos Bens Patrimoniais.

6.7.2.3 DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

De acordo com a Norma Brasileira de Contabilidade Aplicada ao Setor Público- NBC T 16.9, a “Depreciação” reduz o valor dos bens tangíveis pelo desgasteou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência.

Da análise do Balanço patrimonial do exercício sob exame, verifica-se que aentidade procedeu ao registro da depreciação dos bens móveis e imóveispertencentes à Entidade, no montante de R$29.026.645,85, sendo informadona defesa final, que utilizou-se dos critérios estabelecidos no DecretoMunicipal n° 9.317, de 29 de Agosto de 2014 (Doc. 185 - Pasta Defesa àNotificação da UJ).

6.7.2.4 DÍVIDA ATIVA

Assinala o Pronunciamento Técnico que todo o Ativo Não Circulante écomposto de Dívida Ativa de R$243.590.836,61, que somados às inscriçõesregistradas no Ativo Circulante de R$17.349.172,44, totalizaramR$260.940.009,05, correspondente ao valor registrado no Demonstrativo dadívida ativa tributária e não tributária. Todavia, esse demonstrativo apesar deapresentar o saldo da dívida ativa do exercício anterior, as movimentações deinscrições e baixas do exercício, não as segregou em dependentes eindependentes da execução do orçamento, inobservando o disposto no item40, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05.

1

1

Page 12: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Da análise do Anexo II – Resumo Geral da Receita, verifica-se que noexercício financeiro em exame, houve arrecadação de dívida ativa no valor deR$16.024.626,04, representando apenas 0,07% do saldo do exercício anterior,de R$223.903.349,54, conforme registrado no Balanço Patrimonial de 2014.

Sobre a matéria o Ministério Público Especial de Contas através do ParecerMPC nº 1285/2016 (Doc. 427 - Parecer do Ministério Público), manifestou-seno sentido:

“(...) Diante da irregularidade, o gestor suscitou, em apertadasíntese, que a Prefeitura tem aumentado a arrecadação nosúltimos anos e enumera algumas medidas que estão sendoadotadas para incrementar a arrecadação.

Em que pese os argumentos do gestor, verifica-se que osmesmos não se sustentam por ausência de elementosprobatórios, tendo em vista que não é aceitável que 99,93% dadívida ativa não tenha sido recolhida aos cofres públicos.

É necessário que o gestor, com base no princípio constitucionalda eficiência buscar maior efetividade nas cobrançasadministrativas e judiciais.

Assim, diante da omissão da gestora em comprovar osargumentos trazidos, entende este MPC pelo cabimento deuma reprimenda pecuniária por parte desse Tribunal.

Constata-se, assim, que houve uma insignificante arrecadação dessa receitaao longo do exercício de 2015, evidenciando a necessidade de um maiorempenho do Poder Executivo na adoção de providências visando o aumentoda arrecadação. Salienta-se que a baixa arrecadação dos valores inscritos nadivida ativa, configura a omissão da administração publica municipal norecebimento de seus créditos, podendo inclusive caracterizar a renúncia dereceitas, conforme previsto na Lei complementar nº 101/00.

Ressalta-se, ainda, que a insignificante cobrança da Dívida Ativa, podecaracterizar-se como ato de improbidade administrativa, nos termos do art. 10,inciso X, da Lei 8.429/92.

6.7.3 PASSIVO

Verifica-se o cumprimento do disposto no art. 9º, item 19, da Resolução TCMnº 1.060/05, haja vista o encaminhamento da relação analítica dos elementosque compõem os passivos circulante e não circulante.

Ressalta-se que os valores apresentados na relação supracitada, convergemcom os saldos contabilizados no Balanço Patrimonial/2015: PassivoCirculante (R$103.995.088,52), Passivo Não Circulante (R$389.552.437,29),Passivo Financeiro (R$177.172.547,94) e Passivo Permanente(R$408.138.482,45).

6.7.3.1 PASSIVO CIRCULANTE/FINANCEIRO

1

2

Page 13: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

De acordo com o Pronunciamento Técnico dos valores que integram o PassivoCirculante, R$48.178.347,64 correspondem a Restos a Pagar Processados eR$39.852.955,99 a Consignações e Retenções. Registrou também, que foiapresentada a relação dos Restos a Pagar, que, apesar de estar de acordocom o disposto no item 29, art. 9º, da Resolução TCM n. 1.060/05, apresentasaldo final de R$66.866.841,23, devendo o Gestor explicar a nãocontabilização da diferença de R$18.688.493,59 no Passivo Circulante.

A defesa justificou que “dos valores que integram o Passivo Circulante,R$45.555.800,16 correspondem a Restos a Pagar Processados e não Proces-sados liquidados a pagar; R$18.586.045,16 corresponde aos saldos da DívidaConsolidada vencíveis em 12 meses, R$39.852.955,99 se refere a Consigna-ções e Retenções e R$287,21 se trata de retenções de ISS a pagar, totalizan-do R$103.995.088,52 no Passivo Circulante.”

Por fim, esclareceu que “o valor de R$66.866.841,23, apontado pela Auditoranão procede, pois se refere aos Restos a pagar Processados da Prefeitura eFundos e aos Restos a Pagar não processados dos fundos.”

6.7.3.2 RESTOS A PAGAR X DISPONIBILIDADE FINANCEIRA

Da análise do Balanço Patrimonial, conforme demonstrado no quadro abaixo,ficou evidenciado que não há saldo suficiente para cobrir as despesascompromissadas a pagar no exercício financeiro em exame, contribuindo parao desequilíbrio fiscal da Entidade.

DISCRIMINAÇÃO VALOR(+) Caixa e Bancos* R$ 50.940.444,10(+) Haveres Financeiros 00,00(=) Disponibilidade Financeira R$ 50.940.444,10(-) Consignações e Retenções R$ 39.853.243,20 (-) Restos a Pagar de exercícios anteriores** R$ 46.219.387,08(=) Disponibilidade de Caixa -R$ 35.132.186,18(-) Restos a Pagar do Exercício R$ 109.351.356,92(-) Despesas de Exercícios Anteriores pagas em 2016*** R$ 1.731.053,30(=) Total -R$ 146.214.596,4

Em sua defesa, o gestor se insurgiu contra este apontamento, sustentando, emapertada síntese, que o déficit seria menor do que o assinalado pela áreatécnica.

Contudo, em razão dos registros apontados nos itens “6.7.1.1 SALDO EMCAIXA E EQUIVALENTES” e “6.5.1 DEMONSTRATIVO DE EXECUÇÃO DOSRESTOS A PAGAR” deste Relatório, esta relatoria não acolhe os argumentosapresentados pela defesa.

1

3

Page 14: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

De toda sorte, alerta-se o Gestor para o disposto na Instrução Cameral nº -005/2011-1ª C, instruindo que no exame da Prestação de Contas, seráapurada a disponibilidade financeira para fins de acompanhamento damanutenção do equilíbrio fiscal pelo Município e cumprimento do art. 42 da LeiComplementar nº101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal/LRF, no último anode mandato.

6.7.4 PASSIVO NÃO CIRCULANTE

Foi assinalado pelo Pronunciamento Técnico que no Passivo Não Circulanteforam registradas dívidas de R$389.552.437,29, entretanto no PassivoPermanente houve o registro de R$408.138.482,45, tendo o gestor, em suadefesa, alegado que “O Passivo Permanente é composto por contas da DívidaConsolidada do Passivo Circulante, no valor de R$18.586.045,16 e NãoCirculante, no valor de R$389.552.437,29, totalizando R$408.138.482,45.”

No que tange a diferença de R$250.525.931,49 entre o valor registrado noPassivo Permanente e os registrados nos Demonstrativos da Dívida FundadaInterna e Externa de R$157.612.550,96, o gestor comprovou tratar-se deProvisões Matemáticas Previdenciárias a Longo Prazo, que não compõe aDívida Consolidada do Município.

Quanto ao questionamento sobre a diferença de R$284.174,16 entre o valorapresentado nas certidões de dívidas (R$157.896.825,12) e àquelesevidenciados nos demonstrativos da dívida fundada interna e externa, adefesa justificou “que este valor não se trata de Dívida Fundada, mas sim deparcelas de faturas em aberto da EMBASA do período de 12/2015, conformedocumento em anexo. DCC 20.”, todavia, a referida documentação encontra-se ilegível, razão pela qual permanece a inconsistência assinalada.6.7.4.1 PRECATÓRIOS JUDICIAIS

Verifica-se do Balanço Patrimonial/2015, o registro de precatórios no montantede R$1.142.081,23. Ademais, foi apresentada a relação dos beneficiários emordem cronológica de apresentação, acompanhada dos respectivos valores,em consonância com o que determinam os artigos 30, §7º e 10 da LeiComplementar nº 101/00 (LRF) e o item 39, art. 9º, da Resolução TCM nº1060/05.

6.7.5 DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA

A Dívida Consolidada Líquida do Município foi de R$92.798.569,66,correspondendo a 10,69% da Receita Corrente Líquida de R$867.726.089,21,situando-se, assim, no limite de 1,2 vezes a Receita Corrente Líquida, emcumprimento ao disposto no art. 3º, II, da Resolução n.º 40, de 20/12/2001, doSenado Federal.

6.7.6 AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

1

4

Page 15: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Quanto aos ajustes de exercícios anteriores, as Instruções de ProcedimentosContábeis nº 00 (IPC), da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), estabelecemque:

17. De acordo com a parte II do MCASP, todos os ajustesdecorrentes de omissões e erros de registros ocorridos emanos anteriores ou de mudanças de critérios contábeis deverãoser realizados à conta de ajuste dos exercícios anteriores,pertencente ao patrimônio líquido, e evidenciado em notasexplicativas, de modo a não impactar o resultado do período aque se referem tais ajustes iniciais.

18. Assim, é importante destacar que, primeiramente, o órgãoou a entidade, deve realizar os ajustes necessários para que obalanço patrimonial reflita a realidade dos seus elementospatrimoniais. Além disso, todos esses ajustes efetuadosdeverão ser devidamente evidenciados em notas explicativas.

De acordo com o Pronunciamento Técnico não houve registros de ajustes noexercício.

6.7.7 DEMONSTRATIVO DAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS

Nos termos do art. 104 da Lei 4.320/64, a Demonstração das VariaçõesPatrimoniais evidencia as alterações verificadas no patrimônio, resultantes ouindependentes da execução orçamentária, indicando o resultado patrimonialdo exercício.

As alterações verificadas no patrimônio consistem nas variações quantitativase qualitativas. As variações quantitativas são decorrentes de transações nosetor público que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido. Já as variaçõesqualitativas são decorrentes de transações no setor público que alteram acomposição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido.

O Demonstrativo das Variações Patrimoniais, revela que as VariaçõesPatrimoniais Aumentativas (VPA) importaram em R$2.235.176.387,17 e asVariações Patrimoniais Diminutivas (VPD) em R$1.382.939.400,79, resultandonum superávit de R$852.236.986,38.

Foi questionado pela área técnica a origem e composição da conta “outrasvariações patrimoniais diminutivas e aumentativas”, nos valores respectivos deR$26.254.647,34 e R$2.632.185,84, sem prejuízo do encaminhamento deprocesso administrativo caso se tratar de cancelamento independente daexecução orçamentária, conforme estabelece o art. 9º, item 37, da ResoluçãoTCM nº 1.060/05.

Em sua defesa, o gestor apresentou uma tabela contendo a composição daconta “diversas variações patrimoniais aumentativas e diminutivas”, eacrescentou que “Seguem processos administrativos de Cancelamento daDivida Consolidada - Pasep, no valor de R$ 3.173.086,14 e de Baixa por

1

5

Page 16: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

prescrição da Dívida Ativa Tributária, no valor de R$755.628,28, conformeestabelece o art. 90, item 37, da Resolução TCM n.1.060105. (DOC 21).”

Quanto ao cancelamento da dívida relativa ao PASEP, no valor deR$3.173.086,14, em que pese o encaminhamento do Ofício nº 02/2016,expedido pela Delegacia da Receita Federal (Doc. 422 – pasta Defesa àNotificação da UJ), informando que na documentação encaminhada “houveum equívoco no saldo da alínea “f” (débitos de PASEP). Dessa forma, estamosencaminhando o saldo correto das dívidas desse Município junto à ReceitaFederal do Brasil, referente ao PASEP, em 31/12/2015: Débitos de Pasep =R$10.031.867,2”, não restou comprovado que o saldo informado anteriormenteseria de R$13.204.953,34, o que justificaria a baixa de R$3.173.086,14.

Ademais, a defesa informou a baixa de Dívida Ativa Tributária em razão deprescrição no valor de R$755.628,28 (Doc. 421 – pasta Defesa à Notificaçãoda UJ). Todavia, é de se observar que o procedimento para baixa em valoresque compõem o Ativo Permanente tem rito próprio, que se inicia com aautorização Legislativa, de modo a evitar que se caracterize renúncia dereceita, impondo-se ainda a instauração do competente processoadministrativo, devidamente instruído com a documentação indispensável, oque não foi observado.

Deve, portanto, a competente Diretoria de Controle Externo – DCE, apurar ofato, e, caso seja confirmada a existência de irregularidades, lavrar ocompetente Termo de Ocorrência para definição de responsabilidade.

6.8 PROCEDIMENTOS CONTABEIS

Chama-se atenção que as devidas alterações a serem procedidas no exercício financeiro subsequente, deverão ser apresentadas e demonstradas por meio de documentos hábeis que comprovem a fidelidade das informações e que possam assegurar a veracidade dos atos e fatos contábeis, adotando as medidas necessárias para cumprimento do Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor Público no exercício subsequente, sob pena de repercutir no mérito das contas nos exercícios futuros.

7. OBRIGAÇÕES CONSTITUCIONAIS

7.1 EDUCAÇÃO

Foram aplicados R$213.919.571,17, equivalentes a 27,53% da receitaresultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, namanutenção e desenvolvimento do ensino, em atendimento ao estabelecido noart. 212, da Constituição Federal, que exige a aplicação mínima de 25%.

7.2 FUNDEB

1

6

Page 17: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Foram aplicados R$116.014.162,88, equivalentes a 91,61% dos recursosoriginários do FUNDEB, que totalizaram R$4.752.095,66, na remuneração deprofissionais em efetivo exercício do magistério, em atendimento aoestabelecido no art. 22, da Lei Federal nº 11.494/07, que exige a aplicaçãomínima de 60%.

7.3 PARECER DO CONSELHO DE ACOMPANHAMENTO E CONTROLESOCIAL DO FUNDEB

Foi apresentado o parecer do Conselho de Acompanhamento e ControleSocial do FUNDEB, em observância ao disposto no art. 31 da Resolução TCMnº 1.276/08.

7.4 DESPESAS GLOSADAS NO EXERCÍCIO FINANCEIRO “SUB EXAMEN”

De conformidade com o Relatório de Prestação de Contas Mensal, não foramidentificadas despesas incompatíveis pagas com recursos do FUNDEB.

7.5 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIO(S) FINANCEIRO(S)ANTERIOR(ES)

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercícios fi-nanceiros anteriores.

7.6 APLICAÇÃO MÍNIMA EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

Foram aplicados R$131.758.288,27, equivalentes a 25,15% dos impostos etransferências, que totalizaram R$523.806.246,50, em ações e serviçospúblicos de saúde, em cumprimento ao estabelecido no inciso III, do art. 77, doAto das Disposições Constitucionais Transitórias.

7.7 PARECER DO CONSELHO MUNICIPAL DE SAÚDE

Foi apresentado o parecer do Conselho Municipal de Saúde, em observânciaao estabelecido no art. 13, da Resolução TCM nº 1.277/08.

8. TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS AO PODER LEGISLATIVO

Os duodécimos repassados ao Poder Legislativo Municipal alcançaram aimportância de R$21.336.438,36, em atendimento ao limite estabelecido noart. 29-A, da Constituição Federal.

9. REMUNERAÇÃO DOS AGENTES POLÍTICOS

A Lei Municipal nº 3.335/2012 fixou os subsídios mensais do Prefeito emR$26.723,13, do Vice-Prefeito em R$15.031,76 e dos Secretários Municipaisem R$15.031,76, sendo despendidos com os subsídios anuais do Prefeito o

1

7

Page 18: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

valor de R$ 112.893,34 e ao Vice-Prefeito o valor de R$ 180.381,12,totalizando R$ 293.274,46, atendendo os limites legais.

Em relação à redução do subsídio do Prefeito, foi informado na resposta dadiligência anual que o próprio gestor solicitou a alteração para o valor deR$8.441,00, a partir de fevereiro de 2015.

10. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

10.1 DESPESAS COM PESSOAL

10.1.1 LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSSOAL

As despesas com pessoal alcançaram o percentual de 49,18% da receitacorrente líquida, em atendimento ao limite definido na alínea “b”, do inciso III,do art. 20, da Lei Complementar nº 101/00.

10.1.2 PERCENTUAL DA DESPESA DE PESSOAL POR QUADRIMESTRE

EXERCICIO 1º QUADRIMESTRE 2º QUADRIMESTRE 3º QUADRIMESTRE

2012 ------ ------ 51,32

2013 51,32 50,30 52,48

2014 50,36 50,02 50,78

2015 50,12 51,33 49,18

10.1.3 LIMITE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL REFERENTE AOSQUADRIMESTRES ANTERIORES

Não há pendência de recondução da despesa de pessoal em relação aquadrimestres anteriores.

10.2 RELATÓRIOS RESUMIDOS DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DEGESTÃO FISCAL

10.2.1 PUBLICIDADE

Na resposta de diligência anual foram apresentados os relatórios resumidos daexecução orçamentária correspondentes ao 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º bimestres eos relatórios de gestão fiscal correspondentes ao 1º, 2º e 3º quadrimestres de2015, acompanhados dos demonstrativos com os comprovantes de suadivulgação, em atendimento ao estabelecido nos arts. 6° e 7°, da ResoluçãoTCM n°1.065/05, no art. 52, da Lei Complementar n°101/00 e no § 2°, do art.55, da Lei Complementar n° 101/00.

10.3 AUDIÊNCIAS PÚBLICAS

1

8

Page 19: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

Foram apresentadas as atas das audiências públicas relativas ao 1º, 2º e 3ºquadrimestres de 2015, em observância ao disposto no § 4º, do art. 9º, da LeiComplementar nº 101/00.

10.4 TRANSPARÊNCIA PÚBLICA – LEI COMPLEMENTAR Nº 131/2009

Conforme estabelece o art. 48-A da LRF, incluído pelo art. 2º da LeiComplementar nº 131 de 27/05/2009, os municípios disponibilizarão aqualquer pessoa física ou jurídica o acesso as informações referentes a:

I – despesa: todos os atos praticados pelas unidades gestoras no decorrer daexecução da despesa, no momento de sua realização, com a disponibilizaçãomínima dos dados referentes ao número do correspondente processo, ao bemfornecido ou ao serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária dopagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado;

II – receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita das unidadesgestoras, inclusive referente a recursos extraordinários.

Analisando o sítio oficial da Prefeitura www.sefaz.feiradesantana.ba.gov.br,verifica-se que estas informações foram foram divulgadas, em cumprimentoao dispositivo supracitado.

Cabe destacar, ainda, que o Ministério Público Federal - MPF realizoudiagnóstico para avaliar o ranking nacional da transparência públicadivulgando os resultados no endereço eletrônico“www.rankingdatransparencia.mpf.mp.br”. Assim, consultando-se o mencionado endereço, observou-se que na últimaavaliação ocorrida correspondente ao período de 11/04/16 a 27/05/16, noâmbito do Estado da Bahia, este Município alcançou o ranking de n. 63,sendo-lhe atribuída a nota 6,70.

Alerta-se ao Gestor que, conforme informações do MPF, os municípios comtransparência não satisfatória estarão sujeitos à ação civil pública, podendoser agravada com a suspensão das transferências voluntárias, ação deimprobidade administrativa e representação para a Procuradoria Regional daRepública contra os Gestores.

11. RELATÓRIO ANUAL DE CONTROLE INTERNO

Foi apresentado o relatório anual de controle interno, que não atende àsexigências constantes dos incisos I a IV, do art. 74, da Constituição Federal,dos incisos I a IV, do art. 90, da Constituição do Estado da Bahia e daResolução TCM nº 1.120/05, pelo que se determina ao gestor a imediatacapacitação do responsável pelo controle interno, para que sejam atendidas,em sua totalidade, as exigências das normas regentes do sistema de controleinterno municipal, sob pena da sua incursão nas sanções legais previstas.

1

9

Page 20: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

12. RESOLUÇÕES DO TCM/BA

12.1 ROYALTIES/FUNDO ESPECIAL/COMPENSAÇÕES FINANCEIRAS DERECUROS MINERAIS E HÍDRICOS – RESOLUÇÃO TCM nº 931/04

No exercício em exame, o município recebeu recurso proveniente dosRoyalties/FEP/CFRM/CFRH no montante de R$ 1.360.865,46. ConformeRelatório de Prestação de Contas Mensal, não foram identificadas despesasincompatíveis com a legislação vigente.

12.1.1 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercíciosanteriores.

12.2 CIDE – RESOLUÇÃO TCM nº 1.122/05

No exercício em exame, o município recebeu recurso proveniente daContribuição de Intervenção no Domínio Econômico – CIDE – no montante deR$194.121,98. Conforme Relatório de Prestação de Contas Mensal, nãosendo identificadas despesas incompatíveis com a legislação vigente.

12.2.1 DESPESAS GLOSADAS EM EXERCÍCIOS ANTERIORES

Não existem pendências relacionadas a despesas glosadas em exercíciosanteriores.

12.3 DECLARAÇÃO DE BENS

Consta dos autos a Declaração de Bens Patrimoniais do gestor, ematendimento ao estabelecido no art. 11, da Resolução TCM nº 1.060/05.

13. MULTAS E RESSARCIMENTOS

Assinale-se, por pertinente, que o Município tem obrigação de promover acobrança, inclusive judicialmente, dos débitos impostos pelo TCM, aos seusgestores, ressaltando que respeitantemente às MULTAS dita cobrança TEM deser efetuada ANTES DE VENCIDO O PRAZO PRESCRICIONAL, “SOB PENADE VIOLAÇÃO DO DEVER DE EFICIÊNCIA E DEMAIS NORMAS QUEDISCIPLINAM A RESPONSABILIDADE FISCAL”.

Tendo em vista que as decisões dos Tribunais de Contas impositivas deapenação de multas, ou de ressarcimentos, aos agentes públicos, têm eficáciade título executivo extrajudicial, na forma constitucionalmente prevista, casonão adimplidas voluntariamente, geram créditos públicos executáveisjudicialmente, denominados DÍVIDA ATIVA NÃO TRIBUTÁRIA.

Assim, é dever da administração a cobrança do débito, SOB PENA DE 2

0

Page 21: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

RESPONSABILIDADE DO AGENTE QUE SE OMITIU AO CUMPRIMENTO DESUA OBRIGAÇÃO.

No que concerne, especificamente, às MULTAS, a omissão do gestor que dercausa à sua prescrição resultará em lavratura de TERMO DE OCORRÊNCIApara a fim de ser ressarcido o prejuízo causado ao Município, cujoressarcimento, caso não concretizado, importará em ATO DE IMPROBIDADEADMINISTRATIVA, pelo que este TCM formulará Representação junto àProcuradoria Geral da Justiça.

Na conformidade do Pronunciamento Técnico, existem pendências relativas aonão recolhimento de multas e/ou ressarcimentos impostos a agentes políticosmunicipais.

13.1 MULTAS

Foram apresentados os comprovantes de pagamento das multas aplicadas nosautos dos Processos TCM nºs 0055e16, 0082e16, 03399/13, 03817/15,03964/15, 03998/13, 4020/15, 8008/14, 8083/13, 8587/13, 3998/13, 30555/14,751/14 e 30.200/15 pelo que se determina o encaminhamento dos documentos222 a 261 e 402 da Pasta “defesa à Notificação da UJ” à DCE competentepara análise.

Processo Multado Cargo Vencimento Valor R$

30200-15 JOSÉ RONALDO DE CARVALHO PREFEITO 09/11/2015 R$ 2.000,00

08587-13 JOSÉ RONALDO DE CARVALHO Prefeito 24/01/2016 R$ 800,00

00751-14 JOSÉ RONALDO DE CARVALHO Prefeito 26/06/2016 R$ 500,00

R$ 3.300,00

30452-10 OYAMA DE FIGUEIREDO ex-Presidente da Câmara 12/05/2013 R$ 800,00

04043-12 Antônio Carlos Machado Presidente 08/09/2012 R$ 15.000,00

10172-09 TARCIZO SUZART PIMENTA 01/02/2014 R$ 800,00

03998-13 MARIA DE FÁTIMA FREITAS OLIVEIRA DE JESUS Diretora da FHFS 03/02/2014 R$ 600,00

03999-13 JORGE LUIZ RIBEIRO MARQUES Diretor do Procon 14/04/2014 R$ 1.500,00

08080-13 AUGUSTO CÉZAR PEREIRA ORRICO Diretor da FECT 30/06/2014 R$ 700,00

04000-13 Antônio Carlos Machado Presidente 05/07/2014 R$ 5.000,00

04052-11 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR Prefeito 19/09/2016 R$ 1.500,00

04637-12 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 19/07/2014 R$ 800,00

07509-13 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 28/07/2014 R$ 500,00

09905-11 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 28/07/2014 R$ 300,00

12275-12 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 03/08/2014 R$ 800,00

13563-12 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR Prefeito 11/08/2014 R$ 1.000,00

02930-13 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 30/08/2014 R$ 800,00

03998-13 JAIR SILVA DE JESUS Diretor da FHFS 13/09/2014 R$ 1.000,00

03998-13 JOSÉ LUIZ GUIMARÃES ELPÍDIO Diretor da FHFS 13/09/2014 R$ 600,00

13376-11 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR Prefeito 20/09/2014 R$ 500,00

14082-12 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR Prefeito 15/06/2014 R$ 500,00

13333-11 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR Prefeito 21/08/2014 R$ 500,00

08898-13 Tarcizio Suzart Pimenta Júnior Prefeito 01/02/2015 R$ 7.000,00

2

1

Page 22: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

08008-14 JUSTINIANO OLIVEIRA FRANCA Presidente da Câmara 25/04/2015 R$ 1.000,00

30555-14 Antônio Alcione da Silva Cedraz Presidente 16/05/2015 R$ 500,00

04462-12 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 31/05/2015 R$ 500,00

13568-12 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR Prefeito 13/06/2015 R$ 1.000,00

04001-13 Denilson Santiago Santos Presidente 23/08/2015 R$ 4.500,00

03817-15 Antônio Carlos Daltro Coelho Presidente 13/06/2016 R$ 500,00

04020-15 Suzana Oliveira Ferreira Mendes Presidente 17/03/2016 R$ 1.000,00

03964-15 Antônio Alcione da Silva Cedraz Presidente 20/06/2016 R$ 500,00

30902-14 JOSE ROQUE SANTANA PINHO Superintendente 06/08/2016 R$ 4.000,00

30902-14 FRANCISCO ANTONIO BRITO NOGUEIRA JUNIOR Superintendente 06/08/2016 R$ 8.000,00

00055e16 ANTONIO DALTRO COELHO Presidente 19/09/2016 R$ 1.000,00

00082e16 SUZANA OLIVEIRA FERREIRA MENDES Presidente 09/10/2016 R$ 800,00

13.2 RESSARCIMENTOS

Foram apresentados os comprovantes de pagamento do ressarcimentoimputado nos autos do Processo TCM nº 3399/13, pelo que se determina oencaminhamento do documento 257 da Pasta “defesa à Notificação da UJ” àDCE competente para análise.

Processo Responsável Cargo Venciment

o Valor R$ Observação

07483-12 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR PREFEITO 15/12/2012 R$ 17.987,67

PG. R$1.855,25 EM07/11/13 REF. 1/12. DOCSÀ IRCE EM 26/05/15 PROC06871-15 P/ VERIFICAÇÃO

04043-12 ANTÔNIO CARLOS MACHADO GESTOR 19/08/2012 R$ 32.333,39

08898-13 TARCÍZIO SUZART PIMENTA JÚNIOR PREFEITO 01/02/2015 R$ 81.849,66

03999-13 JORGE LUIZ RIBEIRO MARQUES DIRETOR DO PROCON 14/04/2014 R$ 267,65

PAGO R$270,33 EM04/11/2014 PROC. 06493-16 ENCAMINHADO A IRCEEM 12/07/16 P/VERIFICAÇÃO

13333-11 TARCIZIO SUZART PIMENTA JUNIOR PREFEITO 21/08/2014 R$ 3.000,00

VOTO

Diante do exposto, é de se opinar, com fundamento no inciso II, do art. 40,combinado com o art. 42, da Lei Complementar Estadual nº 06/91, pelaaprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, correspondentes ao exercíciode 2015, de responsabilidade do Sr. José Ronaldo de Carvalho , em razãodas falhas identificadas no Relatório Anual, déficit na execução orçamentáriaconfigurando desequilíbrio das Contas Públicas, baixa cobrança da DívidaAtiva Tributária e inconsistências contábeis, para aplicar a o gestor, comamparo nos incisos II e III, do art. 71, da Lei Complementar Estadual n°06/91,multa no importe de R$4.000,00 (quatro mil reais), devendo ser expedida acompetente Deliberação de Imputação de Débito (D.I.D.), que se constitui emparte integrante do parecer prévio expedido, cujo recolhimento aos cofrespúblicos municipais deverá ocorrer no prazo máximo de 30 (trinta) dias dotrânsito em julgado da decisão, através de cheque do próprio devedor enominais à Prefeitura Municipal, sob pena de adoção das medidas previstas

2

2

Page 23: Relatório do TCM sobre a prestação de contas do Prefeito José Ronaldo

no art. 49, combinado com o art. 74, da Lei Complementar Estadual nº 06/91,com a cobrança judicial dos débitos, considerando que as decisões dostribunais de contas que imputam débito e/ou multa possuem eficácia de títuloexecutivo, nos termos do § 3°, do art. 71, da Constituição Federal, e do § 1°,do art. 91, da Constituição do Estado da Bahia.

Determina-se à DCE competente:

a) a apuração das inconsistências registradas pela área técnica e relatadasno itens “6.5.1 Demonstrativo de Execução dos Restos a Pagar”; “6.7.1.1 –Saldo em Caixa e Equivalentes” e “6.7.7 – Variações Patrimoniais”, desteRelatório, a fim de que, caso seja confirmada a existência de irregularidades,sejam lavrados os devidos Termos de Ocorrência para definição deresponsabilidade do gestor.

b) realização de auditoria no que tange à contratação de cooperativas, pormeio dos Certames nºs 037/2015, 069/2015 e 070/2015, nos respectivosvalores de R$14.933.936,28, R$22.588.344,70 e R$43.000.080,46,promovendo a terceirização dos serviços de saúde, a fim de verificar a efetivaprestação dos serviços contratados e compatibilidade dos preços praticados,conforme destacado no item “3.d” do Relatório.

Determina-se à SGE o encaminhamento dos documentos 222 a 261 e 402 daPasta “defesa à Notificação da UJ”, referente ao pagamento de multas eressarcimentos à DCE competente para análise.

Encaminhe-se cópia do pronunciamento ao Exmº. Sr. Prefeito Municipal, paraseu conhecimento e adoção das providências saneadoras cabíveis.

SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, em 21 de dezembro de 2016.

Cons. Mário Negromonte Relator

Este documento foi assinado digitalmente conforme orienta a resolução TCM nº01300-11. Para verificar a autenticidade deste parecer, consulte o Sistema de Acompanhamento de Contas ou o site do TCM na Internet em www.tcm.ba.gov.br e acesse o formato digital assinado eletronicamente.

2

3