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The New Coreau Arre Egua Times Coreau-CE., 12 de junho de 2012 - Pagina 0 ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ A CRÔNICA DO NOSSO TEMPO Década de 80. Tempo de iniciação. Íamos à missa, depois à pracinha. Ao redor da praça girava um carrossel de moças e rapazes. Eu ficava sentado, escondido por trás da minha timidez de matuto, vindo do Araquém (na verdade, mais do Cigano). No meu medo, pedia que as meninas me olhassem. Mas tinha medos... As amizades foram surgindo e com elas umas saidinhas para os bares e para a discoteca. Vieram os primeiros flertes, molhados de suor. Muito suor! A primeira dança só veio depois dos primeiros tragos. Cachaça, depois cerveja. Tudo isso também com muito medo e pernas bambas! Além do medo de chegar em casa tombando. A dança era acompanhada de música lenta. A solta ainda era coisa de veado! Na lenta a gente podia errar sem ser achincalhado. Uma situação, no entanto, deixava-me em verdadeiro pavor: levar um fora! Não só eu. Meio mundo de gente temia o vexatório fracasso frente às meninas. Surgiram os primeiros namoricos. Primeiro na rua; depois na casa da menina. Mais pavor: medo dos pais. "Como quer namorar, sem nada na vida!" O primeiro emprego na Loja O Vilar me deu liberdade. Saí da bodeguinha da Rua de Baixo. Com o tempo vieram a blusa da mangas compridas, a calça social, o sapato de bico fino e a cara de gente. Gente que poderia namorar na casa de um cidadão. Depois do Normal, de Coreaú, chegou a hora de estudar em Sobral, no Luciano Feijão. Era hora do Quarto Normal. Da Pedagogia. Num curso de mangas curtas. E nem pensava em ser Professor! Primeiros namoros, primeiras decepções. Uma vez me engalfinhei com uma moça em Ubaúna até onze, onze e meia da noite. Ao chegar na sede do município, três, quatro horas da manhã, vi a senhorita pendurada no pescoço de um sujeito desconhecido. Fui pra casa assombrado com o chifre relâmpago. Que decepção! Que traição! Traição que eu, no meu machismo, tantas vezes chancelei. Como era com trair, beijar boca nova e cheirosa! E... fui transferido para o Depósito O Cristino. Por lá passei dois anos. Nos fins de semana uns birinaites. Alguns porres, muita besteira! Mais uns namoricos. Chegou a hora de ir embora pra Maracanaú, uma cidade com uma fama horrorosa de violência. Mais medo. Meu pai era bodegueiro... E se ele se desentendesse com alguém, com sua cabeça grossa de caipira? Cheguei na cidade grande com medo, medo e... esperança. Queria estudar, ser doutor, chegar à UECE, UFC, ter um anel do dedo, ser olhado, observado, imitado, orgulhar meus pais,... Acho que sou filho do medo! Mas minha mãe é a esperança! Esperança, palavra simples e bonita! Isso é um pouco da minha vida, da vida de muitos garotos do meu tempo. De gente do povo! De gente que sofreu, gemeu, sentiu dores, comeu pão dormido, viu a mãe aperreada, levou tombos, foi ridicularizado (um dia um sujeito chegou perto de mim e de outros e atacou, implacável: "Conheço pobre pela catinga!" Todos ouviram. Eu vesti a carapuça. Sozinho!),... Mas venceu! E está aqui, em pé! Escrevinhando e contando lorotas. Lorotas pra vida! E, como num lema politico- partidário: A esperança venceu o medo! João Teles de Aguiar Professor, blogueiro e Escritor Cordelista Free!!! Free!!! Free!!! Free!!! Free!!! Free!!! Free!!! Free!!! Free!!! Uma década de progresso e de “progressos” Pois bem: Até parece que foi ontem. E não é que já se passaram dez anos, desde quando em junho de 2002 circulou levado pelos ventos da primavera vindoura o primeiro jornal verdadeiramente comprometido com o lema “Pra ser sério não precisa ser sisudo!” À época o Reino de Avilâ, já se encontrava à deriva ética, política, social, econômica e moral... Mas a garra e força da tripulação é hérculea, pois mesmo diante das trombetas o mesmo ainda não afundou por todo. Há esperanças. Um fiasco de luz deve surgir no fundo do poço. Tirando o fato de todos possuírem contas no Orkut e no Facebook e conseguirem enviar mensagens de e-mails e sms apesar de continuarem a fazer contas nos dedos, houve involução da evolução. A comunicação não é mais via fumaça, exceto quando a moçada voltada para os novos costumes resolve torrar o “jerson”. Estamos no primeiro mundo. Todos já falam ao celular; aos gritos é claro, mas falam. As vezes estes gritos não é nem por falta de educação é a operadora que não presta mesmo. Oieeeeeeeeee!!! Claro que há alternativas... A cidadania é a mesma... Aviltada pelas consciências voláteis, são entregues a cada dois anos como mercadoria em liquidação, a troco de espelhos e fitinhas. Alguns mais espertos a trocam por melhores posições no jogo dos “nobres”. Dizem que educação, (que já foi inclusive premiada. ) é coisa de primeiro mundo, mas muitos educandos continuam desconhecendo a maneira como se faz um “ó”, mesmo tendo em mãos uma quenga. Na grande arena de interesses vis, gladiadores azuis e incarnados se debatem tentando encontrar suas tábuas de salvação. Cada lado tem em seus mentores os salvadores da da terra. Não lembrando eles que o revezamento do comando “estatelar” é secular e todos não passam de sanguessugas predadoras dos seus próprios defensores. Manuel de Jesus: F r e e ! ! ! ______________________________________________________________________________________________________________________ Uma publicação da “Organizações Arre Égua Ilimitadas!” Fundado em junho de 2002 por Manuel de Jesus e que teve apenas dois números por falta de leitores. Imagine agora com essa “mardita incrusã digitá?” Para você cidadão que ainda não perdeu a capacidade de se indignar, que não acredita em televisão e acha que Orkut e Facebook não farão a grande revolução que o mundo e a nação tanto precisam.

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The New Coreau Arre Egua Times Coreau-CE., 12 de junho de 2012 - Pagina 0________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A CRÔNICA DO NOSSO TEMPO

Década de 80. Tempo de iniciação. Íamos à missa, depois à pracinha. Ao redor da praça girava um carrossel de moças e rapazes. Eu ficava sentado, escondido por trás da minha timidez de matuto, vindo do Araquém (na verdade, mais do Cigano). No meu medo, pedia que as meninas me olhassem. Mas tinha medos... As amizades foram surgindo e com elas umas saidinhas para os bares e para a discoteca. Vieram os primeiros flertes, molhados de suor. Muito suor! A primeira dança só veio depois dos primeiros tragos. Cachaça, depois cerveja. Tudo isso também com muito medo e pernas bambas! Além do medo de chegar em casa tombando. A dança era acompanhada de música lenta. A solta ainda era coisa de veado! Na lenta a gente podia errar sem ser achincalhado. Uma situação, no entanto, deixava-me em verdadeiro pavor: levar um fora! Não só eu. Meio mundo de gente temia o vexatório fracasso frente às meninas. Surgiram os primeiros namoricos. Primeiro na rua; depois na casa da menina. Mais pavor: medo dos pais. "Como quer namorar, sem nada na vida!" O primeiro emprego na Loja O Vilar me deu liberdade. Saí da bodeguinha da Rua de Baixo. Com o tempo vieram a blusa da mangas compridas, a calça social, o sapato de bico fino e a cara de gente. Gente que poderia namorar na casa de um cidadão. Depois do Normal, de Coreaú, chegou a hora de estudar em Sobral, no Luciano Feijão. Era hora do Quarto Normal. Da Pedagogia. Num curso de mangas curtas. E nem pensava em ser Professor!Primeiros namoros, primeiras decepções. Uma vez me engalfinhei com uma moça em Ubaúna até onze, onze e meia da noite. Ao chegar na sede do município, três, quatro horas da

manhã, vi a senhorita pendurada no pescoço de um sujeito desconhecido. Fui pra casa assombrado com o chifre relâmpago. Que decepção! Que traição! Traição que eu, no meu machismo, tantas vezes chancelei. Como era com trair, beijar boca nova e cheirosa! E... fui transferido para o Depósito O Cristino. Por lá passei dois anos. Nos fins de semana uns birinaites. Alguns porres, muita besteira! Mais uns namoricos. Chegou a hora de ir embora pra Maracanaú, uma cidade com uma fama horrorosa de violência. Mais medo. Meu pai era bodegueiro... E se ele se desentendesse com alguém, com sua cabeça grossa de caipira? Cheguei na cidade grande com medo, medo e... esperança. Queria estudar, ser doutor, chegar à UECE, UFC, ter um anel do dedo, ser olhado, observado, imitado, orgulhar meus pais,... Acho que sou filho do medo! Mas minha mãe é a esperança! Esperança, palavra simples e bonita!Isso é um pouco da minha vida, da vida de muitos garotos do meu tempo. De gente do povo! De gente que sofreu, gemeu, sentiu dores, comeu pão dormido, viu a mãe aperreada, levou tombos, foi ridicularizado (um dia um sujeito chegou perto de mim e de outros e atacou, implacável: "Conheço pobre pela catinga!" Todos ouviram. Eu vesti a carapuça. Sozinho!),... Mas venceu! E está aqui, em pé! Escrevinhando e contando lorotas. Lorotas pra vida! E, como num lema politico-partidário: A esperança venceu o medo!João Teles de Aguiar – Professor, blogueiro e Escritor Cordelista

Free!!! Free!!! Free!!!

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Uma década de progresso e de “progressos”

Pois bem: Até parece que foi ontem. E não é que já se passaram dez anos, desde quando em junho de 2002 circulou levado pelos ventos da primavera vindoura o primeiro jornal verdadeiramente comprometido com o lema “Pra ser sério não precisa ser sisudo!” À época o Reino de Avilâ, já se encontrava à deriva ética, política, social, econômica e moral...Mas a garra e força da tripulação é hérculea, pois mesmo diante das trombetas o mesmo ainda não afundou por todo. Há esperanças. Um fiasco de luz deve surgir no fundo do poço. Tirando o fato de todos possuírem contas no Orkut e no Facebook e conseguirem enviar mensagens de e-mails e sms apesar de continuarem a fazer contas nos dedos, houve involução da evolução. A comunicação não é mais via fumaça, exceto quando a moçada voltada para os novos costumes resolve torrar o “jerson”. Estamos no primeiro mundo. Todos já falam ao celular; aos gritos é claro, mas falam. As vezes estes gritos não é nem por falta de educação é a operadora que não presta mesmo. Oieeeeeeeeee!!! Claro que há alternativas...A cidadania é a mesma... Aviltada pelas consciências voláteis, são entregues a cada dois anos como mercadoria em liquidação, a troco de espelhos e fitinhas. Alguns mais espertos a trocam por melhores posições no jogo dos “nobres”.Dizem que educação, (que já foi inclusive premiada. ) é coisa de primeiro mundo, mas muitos educandos continuam desconhecendo a maneira como se faz um “ó”, mesmo tendo em mãos uma quenga. Na grande arena de interesses vis, gladiadores azuis e incarnados se debatem tentando encontrar suas tábuas de salvação. Cada lado tem em seus mentores os salvadores da da terra. Não lembrando eles que o revezamento do comando “estatelar” é secular e todos não passam de sanguessugas predadoras dos seus próprios defensores.Manuel de Jesus:

F r e e ! ! !

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Uma publicação da “Organizações Arre Égua Ilimitadas!”Fundado em junho de 2002 por Manuel de Jesus e que teve apenas dois números por falta de leitores. Imagine agora com essa “mardita incrusã digitá?”

Para você cidadão que ainda não perdeu a capacidade de se indignar, que não acredita em televisão e acha que Orkut e Facebook não farão a grande revolução que o mundo e a nação tanto precisam.

The New Coreau Arre Egua Times Coreau-CE., 12 de junho de 2012 - Pagina 0________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Desorganização de “Classes”Não é de agora que a vida em sociedade exige que grupos afins e idênticos se ajuntem em rumas para defender interesses coletivos. Que classes estão representadas politicamente na cidade de Coreaú? Professores, comerciantes, funcionários públicos, trabalhadores rurais? Tem alguns destes grupos de pessoas membros no legislativo a defender suas causas e interesses? Não é chegada a hora de pensarmos nisso com mais zelo e carinho? Creio que entre mestres docentes lotados tanto em nível de estado como municipal existam próximos de quinhentos. Onde anda o poder de formação política e o idealismo desta gente? Se cada um mudasse de rumo, olhasse para dentro de si, fizesse uma autocrítica e convencesse pelo menos um parente e um de seus alunos já teriam condição de mandar um membro dos seus para a casa do povo. E a classe de trabalhadores rurais? Acho que metade da população de nossa terra pertence a este agrupamento operário. Mais um esforçosinho e era possível até tomarmos a Bastilha. Pensemos nisso então. Ou, melhor que pensar e refletir sobre os nossos rumos é ficar na posição em que Napoleão perdeu a guerra só esperando a artilharia de nossos governantes? Tenho dito... E sempre!!!

Batendo de frente com a vídia do diamante. Dicionário Êpa!

Escola: Oficina de lapidação de mentes.Professor: Operário especialista em lapidação de mentes e que tem seu ofício estendido além das salas de aula, passando pelos lugares onde anda, na rua onde mora e no seu cotidiano como um todo. É para ser o espelho onde reflete a imagem do seu aluno. Por isso é preciso que brilhe. Senão... Aluno: Matéria prima que será utilizada pela escola e professor para criar uma sociedade justa, íntegra, sadia, ética, livre e por aí vai....P.S.: Post-scriptum – Ei! Ei! Não era o significado que ia escrever não. Queria apenas dizer que: Uma, duas, ou mesmo as três coisas aí de cima estão precisando de recall. Doeu?

Classificados Arre Égua!!!Eleitores sem escrúpulos, sem ética e sem compromissos consigo mesmo vendem o voto por cinquenta reais mais uma entrada na principal festa do mês de setembro. Avisa desde já que só aceita pagamento à vista e no dindin.

Procura-se operadora de telefonia que em vez de oferecer o “olho” utilize o som audível para seus clientes se comunicarem. “Cralo” que precisamos de várias opções, duas são pouco...

Meninas bonitas neste mundão de meu Deus desfilam suas belezas na rede social facebook totalmente free. Ao vivo e em cores “desfree”.

PADARIA ESPIRITUALNo final do século XIX, surgiu, em Fortaleza/CE, a Padaria Espiritual, uma agremiação cultural formada por jovens escritores, pintores e músicos. Marcada pela ironia, irreverência e senso crítico, bem como por um sincretismo literário, a Padaria Espiritual se expressava por meio do jornal "O Pão". Os seus membros criticavam as instituições e os valores então vigentes. Para alguns críticos

literários e historiadores, a Padaria Espiritual pode ser considerada um movimento pré-modernista que já apresentava alguns aspectos do Modernismo, que somente apareceria no Brasil quase trinta anos depois, na Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Assim, de certo modo, o Ceará foi pioneiro em desenvolver uma literatura irreverente, "descompromissada" e sincrética.Em Coreaú/CE, no início do século XXI, surgiu e vem-se consolidando a Academia Palmense de Letras APL, com traços pretensamente semelhantes à Padaria Espiritual, além de outros tantos ainda mais pretensiosos. A APL dispõe de 07 (sete) cadeiras, cinco das quais já ocupadas, a de nº 1 pelo presidente e fundador-mor, Manuel de Jesus, a de nº 2 por este que vos escreve co-fundador e a de nº 3 pelo jovem talentoso Benedito Gomes Rodrigues, a de nº 4 pelo poeta cordelista e professor Jõao teles de Aguiar e a de nº 5 pelo professor Fernando Machado de Albuquerque. As outras duas cadeiras serão preenchidas paulatinamente, por eleição do colegiado, pautando-se estritamente pelo mérito dos futuros membros.Os membros atuais da APL, com características inevitavelmente pós-modernas, já vem-se manifestando por meio de "blogs" diversos, e a agremiação poderá contar num futuro próximo com um periódico impresso, quiçá "A Solda", uma saborosa iguaria das padarias palmenses, a depender também de deliberação do colegiado. Aliás, enquanto não vem algo específico da APL, anunciamos com júbilo a edição comemorativa dos 10 (dez) anos de lançamento do The New Coreaú Arre Égua Times, que sai do prelo neste ensolarado dia 11 de junho de 2012,(não saiu!!!) editado por Manuel de Jesus, contando com textos do editor e de alguns

audaciosos colaboradores, além de outras surpresas que podem ser reveladas na virada de cada página.

RECORDAÇÕES DA CASA DOS MORTOS

Enfim, dei por encerrada a leitura de mais uma grande obra: Recordações da Casa dos Mortos, do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Antes mesmo da leitura do livro, já conhecia as suas duas grandes obras-primas: Crime e Castigo (1866) e Os Irmãos Karamazov (1880), escritas em anos posteriores, no mesmo influxo de inspiração que gerou as Recordações, abordando profundamente a temática do cotidiano humano.Assim sendo, não foi tarefa árdua perpassar as 308 páginas do livro, pois além de grande admiradora de Dostoiévski e de alguns outros grandes escritores russos, aprecio a análise profunda que o autor sempre procura fazer de seus personagens, enfatizando suas angústias, mas também a busca contínua de auto-superação.À época, Tolstoi disse que as Recordações da Casa dos Mortos era a mais bela obra da nova literatura.Deixemos os elogios de lado e passemos à análise crítica da obra. Os quatro anos cumprindo pena e submetido a trabalhos forçados na Sibéria serviram de estímulo para que Dostoiévski descrevesse, com extrema autenticidade, as condições de vida no presídio e o caráter dos condenados que ali viviam.Alieksandr Peitróvitch, protagonista e narrador, relata os seus dez anos passados no presídio, submetido a trabalhos forçados. Cada capítulo retrata o cotidiano da prisão, sem manter uma ordem cronológica rigorosa dos fatos. A Casa dos Mortos, nome atribuído pelo narrador ao presídio, abrigava centenas de homens que viviam em péssimas condições de sobrevivência. O autor descreve minuciosamente as precárias instalações, a superlotação das celas, a falta de higiene e alimentação, o clima hostil extremamente gelado, tudo agravado pelo isolamento geográfico da Sibéria. Pessoas com naturezas complexas e diversificadas, crimes hediondos praticados sob diferentes formas o que

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Uma publicação da “Organizações Arre Égua Ilimitadas!”Fundado em junho de 2002 por Manuel de Jesus e que teve apenas dois números por falta de leitores. Imagine agora com essa “mardita incrusã digitá?”

Para você cidadão que ainda não perdeu a capacidade de se indignar, que não acredita em televisão e acha que Orkut e Facebook não farão a grande revolução que o mundo e a nação tanto precisam.

The New Coreau Arre Egua Times Coreau-CE., 12 de junho de 2012 - Pagina 0________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

faz o autor questionar a igualdade de castigos para crimes estruturalmente diferentes, a desumanidade dos trabalhos forçados, atrocidades praticadas pelas autoridades no presídio, castigos corporais, dificuldade nos relacionamentos sociais– o próprio Alieksandr sofre com isso, pois tinha origem nobre, sendo por tal razão odiado pelos demais presidiários. Enfim, a obra mais parece, além de uma autobiografia, o testemunho da decadência do sistema penitenciário russo, não muito diferente do atual modelo brasileiro, ao menos no que concerne a rebeliões e fugas, convertido notoriamente numa "universidade do crime", incapaz de educar e muito menos de regenerar os detentos.Muito mais do que o aspecto sociológico, o autor enfoca uma análise profunda no comportamento dos presidiários do ponto de vista psicológico. Vários presos são citados no livro como "bons", portanto, não merecendo tamanha penalidade. "Uma das características dessa gente é a servidão, deixando-se submeter pelos de natureza mais forte, contentando-se sempre com uma condição de segundo ou até mesmo de terceiro plano, tudo em consequência de sua própria índole."Também há esperança, como se o homem universal almejasse a libertação, com a adaptação do protagonista à vida de recluso e o desejo de que, com o passar dos anos, retornaria livre: "Desde o primeiro dia de reclusão já comecei a sonhar com a liberdade... Cada detento acaba por se considerar na prisão não como morador, e sim como hóspede."No final, terminado o cumprimento da pena, depois de uma análise psicológica dos companheiros e de si mesmo, Alieksandr consegue a tão sonhada liberdade: "Sim, com Deus, liberdade, vida nova, ressurreição dentre os mortos... que inefável momento".Auricélia Souza Fontenele

O LERUÁ DA PALMA

Já não temos quase nada,Tradição quase nenhuma,Salvo réstia de passado,

Relegada e moribunda.Ainda recordo do tempo,Manhã turva de outrora,Ao romper d'aurora gris,De certa Páscoa canora.Cedo que havia desperto,Co' inocência inda pueril.Indaguei curioso da horda,Que cruzara a tarde febril.No sereno da velha Palma,Em meio à missa da Matriz,A horda cruzara altaneira,Co' irresistível força motriz.Recolhida na manhã do dia,A verba da inseparável cana,Partia reluzente de alegria,Da Palma a luzidia caravana.Em busca do pau do JudasSeguia meio-dia ao serrote,Avultando ao final da missa,Sem nada a deter-lhe o trote.Ao chegar deitavam a planta,O "Judas" de cima desciam,Aos poucos surgiam as rodas,As toras de pau se erguiam.Minha mãe então me disse: "Meu filho, tu viste o Leruá.Uma tradição popular primeva,Das poucas que temos no lugar.Nos meus tempos de menina,Já me embalava o entoar:'Sá Chiquinha, Sá Chiquinha,Se a cachorra lhe mordeu,Como eu gostava dela,A dentada não doeu,E tora, tora, Leruá!Vamos torar! Leruá!Pancada dura, Leruá!De marruá! Leruá!Levanta o pau, Leruá!E vamos lá! Leruá!Vicente Chico, Leruá!É o campeão! Leruá!O eterno rei, Leruá!Da tradição! Leruá!Salve o Cachica! Leruá!Não morre não, Leruá!O que nos toca, Leruá!O coração! Leruá!'(...) Leruá!"

BENEDITO TONHO

De que vale uma informação,De periódico distante transcrita?No cenário histórico de exploração,Co' a relevância do mártir não-escrita?A história não se escreve com omissão,Das causas das lutas por mudança.A história revela o cenário em evolução,Ou confronta a reacionária esquivança.Benedito Tonho é o sonho de liberdade.A cobrança dos oprimidos por respeito.A esperança de um mundo de igualdade.A bandeira da luta popular por direito.Salve o Benedito Tonho!Salve o Benedito Dito!

Salve todos os Beneditos!Que lutam por um mundo de sonho!Salve a Palma e seus verdadeiros mitos!

P.S.1: Benedito Tonho é um coreauense morto na comunidade de Queimadas, Distrito de Ubaúna, Coreaú (CE), por conta de conflito de terras, tendo-se convertido num dos símbolos da luta popular por direitos.P.S.2: Benedito Dito é como também é conhecido Benedito Gomes Rodrigues, titular da cadeira nº 3 da Academia Palmense de Letras.Francisco Eliton Meneses

INFORMES SEM MUITA URGÊNCIA!!!Graças à desenfreada especulação imobiliária por que passou a cidade nos últimos dez anos perdemos o contato com o nosso correspondente da Esquina da Fofoca Express. Já a Esquina do Barulho Now apesar de em pleno funcionamento levou nosso correspondente ao fascínio a ponto de o mesmo romper os compromissos com a notícia não mais nos passando informes de interesse da coletividade.

Os benefícios da boa leituraAo  ler,   realizamos um salto  vivencial  de  nossos pensamentos   para   os   dos   autores. Experimentamos, nesse ato, uma parcela de seus sentimentos. Podemos, então, buscar compreender suas   ideias   e   ideais,   vê­los   por   trás   das   letras, viajar nas histórias, idealizar novos mundos com e a partir deles.Raul   Seixas,   sujeito   ousado   em   sua   arte,   faz referência   à   leitura   em   várias   obras,   mas, sobretudo, na intitulada (e famosa) “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, onde se mostra andarilho na História, tendo conhecido, por meio das palavras, Maomé, Moisés, Jesus Cristo, Conde Drácula, Noé e   tantos   outros   personagens   (fictícios   ou   reais) com   os   quais   temos   contato   através   de   livros (sagrados   ou   não).   Quantas   pessoas   nós   só conhecemos pelos relatos, as quais (mesmo vivas) só existem para nós porque nos falaram sobre elas, oral ou textualmente?Não   leiamos,   entretanto,   como   um   exercício mecânico,   sem   sentido   e   desprovido   de   crítica. Antes questionemos e provoquemos. Pessoas que leem,   ora,   amedrontam   os   poderosos,   porque ameaçam   seus   interesses,   são   mais   difíceis   de manipular.   Pessoas   que   leem   devem   usar   os conhecimentos   adquiridos,   as   capacidades desenvolvidas,   para   o   bem­estar   da   sociedade. Doutro   modo,   senão   para   a   Justiça,   fica incompleto (desvirtuado) o sentido da leitura.Em   linhas   introdutórias,   ainda   mal   tracejadas, ouso   lhes   falar,   nesse   tão   gentilmente   cedido espaço.   Nele,   para   além   do   divertimento,   a finalidade clara é contribuir para o enriquecimento cultural de nossa terra. Pode parecer besteira. Mas dessas “besteiras” é que grandes coisas nascem. Se essas palavras servirem para causar um mínimo de inquietação em sua alma, terão cumprido sua função. Benedito Gomes Rodrigues. 

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Uma publicação da “Organizações Arre Égua Ilimitadas!”Fundado em junho de 2002 por Manuel de Jesus e que teve apenas dois números por falta de leitores. Imagine agora com essa “mardita incrusã digitá?”

Para você cidadão que ainda não perdeu a capacidade de se indignar, que não acredita em televisão e acha que Orkut e Facebook não farão a grande revolução que o mundo e a nação tanto precisam.