53
SEGURANÇA NO TRABALHO SEGURANÇA NO TRABALHO SEGURANÇA NO TRABALHO SEGURANÇA NO TRABALHO SEGURANÇA NO TRABALHO

01 seguranca no-trabalho

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 01   seguranca no-trabalho

SEGURANÇA NO TRABALHOSEGURANÇA NO TRABALHOSEGURANÇA NO TRABALHOSEGURANÇA NO TRABALHOSEGURANÇA NO TRABALHO

Page 2: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

2

José Fernando Xavier Faraco

Presidente da FIESC Sérgio Roberto Arruda

Diretor Regional do SENAI/SC Antônio José Carradore

Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC Marco Antônio Dociatti

Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC

Page 3: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

3

FIESCFIESC SENAI SENAI

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Departamento Regional de Santa Catarina

SEGURANÇA NO TRABALHO

Florianópolis – 2004

Page 4: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

4

Não pode ser reproduzido, por qualquer meio, sem autorização por escrito do SENAI DR/SC. Equipe Técnica: Organizadores: Clesio Inacio Iraci Borszcz Coordenação: Adriano Fernandes Cardoso Osvair Almeida Matos Roberto Rodrigues de Menezes Junior Produção Gráfica: César Augusto Lopes Júnior Capa: César Augusto Lopes Júnior Solicitação de Apostilas: [email protected]

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Regional de Santa Catarina www.sc.senai.br Rodovia Admar Gonzaga, 2765 – Itacorubi. CEP 88034-001 - Florianópolis - SC Fone: (048) 231-4290 Fax: (048) 234-5222

S491r SENAI. SC. Segurança no Trabalho. Florianópolis: SENAI/SC, 2004. 53 p.

1. Segurança no Trabalho. 2. CIPA. 3. Primeiros Socorros. 4. Incêndio. 5. Segurança no Trabalho – Legislação. 6. Segurança no Trabalho – Normalização.

CDU: 662.76

Page 5: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

5

SUMÁRIO 1 Introdução a Segurança do Trabalho .......................................................................... 6

1.1 As Políticas Devem ser Sustentadas por.............................................................. 6 2 Histórico....................................................................................................................... 9

2.1 Segurança Do Trabalho No Brasil ........................................................................ 9 3 Legislação.................................................................................................................. 11 4 PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais ........................................... 16 5 BS8800...................................................................................................................... 17 6 Acidente e Doenças do Trabalho .............................................................................. 20

6.1 Conseqüências dos Acidentes do Trabalho ....................................................... 21 6.2 Riscos que Podem Influenciar na Produtividade ................................................ 21

7 Riscos Ambientais ..................................................................................................... 23 8 Mapa de Risco........................................................................................................... 27 9 Equipamentos de Segurança .................................................................................... 29 10 Equipamentos de Proteção Individual ..................................................................... 30 10 Equipamentos de Proteção Individual ..................................................................... 31 11 Equipamentos de Proteção Coletiva ....................................................................... 33 12 CIPA ........................................................................................................................ 35 13 Primeiros Socorros .................................................................................................. 37

13.1 Das Diretrizes ................................................................................................... 37 13.2 Atitudes Positivas ............................................................................................. 38 13.3 Primeiros Socorros – Primeiros Passos ........................................................... 39

14 Incêndio ................................................................................................................... 46 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 53

Page 6: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

6

11 IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO AA SSEEGGUURRAANNÇÇAA DDOO TTRRAABBAALLHHOO Segurança do Trabalho é o conjunto de medidas empregadas para prevenir acidentes. Essas medidas são de responsabilidade da empresa, para garantia da segurança e bem-estar de seus empregados. A Segurança do Trabalho acontece quando é eliminado as condições inseguras do ambiente. Isto se dá nas empresas por meio do ensino ou convencimento das pessoas sobre importância da implantação e utilização de medidas de segurança. “A Segurança do Trabalho é tão importante que é imposta por lei, ou seja, existe uma lei que obriga as empresas manterem um setor encarregado pelas medidas necessá-rias à Segurança do Trabalho". Este setor é dividido em dois seguimentos: Engenha-ria de Segurança do Trabalho e a Medicina do Trabalho os quais recebem a designa-ção de SESMT - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, que tem por objetivo a prevenção dos acidentes de trabalho e doenças o-cupacionais nas empresas brasileiras “(SEGURANÇA, 2000)”. Toda empresa deve implantar uma política de segurança. Entende-se por política de segurança as diretrizes de segurança higiene e medicina do trabalho destinadas a garantia da segurança do trabalhor e um bom funcionamento das atividades operacio-nais da empresa. Essa política deve incluir os seguintes aspectos: Critérios de Seleção de Pessoal, sob os pontos de vista profissional e de saúde, bus-cando a melhor adaptação dos indivíduos às atividades que irão executar; Programas de treinamento desde a integração dos novos empregados, e a reciclagem dos mais antigos, até o acompanhamento para aferição dos resultados proporcionados pelo treinamento; Manutenção e posicionamento dos serviços especializados - SESMT com um efetivo profissional e com recursos materiais suficientes, para o desempenho satisfatório de todas as atividades a eles relacionadas; - existência de normas e procedimentos es-pecíficos por escrito, para todas as atividades que os requererem; Desenvolvimento de um sistema de aquisição, distribuição, uso e controle dos equi-pamentos de proteção individual. Desenvolvimento de critérios para que os problemas de Segurança, Higiene Medicina do Trabalho mereçam, dos órgãos técnicos e administrativos competentes, a mesma atenção dispensada aos demais problemas. 11..11 AAss PPoollííttiiccaass DDeevveemm sseerr SSuusstteennttaaddaass ppoorr

• Importância que a direção dá aos esforços em favor do controle de riscos; • Importância primordial que a empresa concede a tudo que se relacione

com a saúde e o bem estar de seus colaboradores; • Interesse da empresa na eficiência e na efetividade das tarefas, de nature-

za prevencionistas; • Importância dada ao controle de riscos, considerando-o como parte inte-

grante de cada tarefa; • Participação direta e apoio efetivo de todos os gerentes e supervisores; • Interesse da empresa em cumprir a legislação específica; • Promoção da prevenção de acidentes na comunidade.

Page 7: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

7

Exemplos de responsabilidades pela segurança do trabalho nas empresas

Cargo Principais Responsabilidades Administração

Fixar uma política prevencionaista, definindo responsabilidades e limite de autoridade de cada um

Gerência

Responsáveis pela manutenção e controle de riscos a fim de garantir a execução dos pro-gramas de segurança

Supervisão da 1ª Linha

Responsável pela implantação e execução de programas prevencionistas

Trabalhadores

O cumprimento das normas e legislação de segurança previstas no regulamento interno de trabalho e as emitidas pelos Serviços Especia-lizados.

CIPA

A Comissão Interna de Prevenção de Aciden-tes, instituída por lei, deve adaptar-se ao Pro-grama de Segurança da empresa, deve ser organizada e supervisionada pelo Serviço de Segurança do Trabalho. Ela deve ser o braço direito da supervisão, nas observações corre-ção de riscos de acidentes, nas áreas de traba-lho.

Page 8: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

8

Serviço Especializado de Segurança do trabalho

Coordenar as atividades de segurança da em-presa, e assessorar os diversos setores no cumprimento do programa estabelecido. Deve-rá, a partir da política da empresa e da legisla-ção em vigor, montar os tópicos do programa para alcançar as metas propostas.

Serviço Especializado de Higiene e Medicina do Trabalho

Zela pela segurança, higiene e medicina do trabalho. Responsável pelo desenvolvimento do programa sanitário da empresa. Deve man-ter estreito relacionamento com o Serviço de segurança, buscando ambos o levantamento e o controle das condições do ambiente c do homem no ambiente

De outros setores técnicos

Contribuir e zelar pelos programas de seguran-ça de trabalho da empresa

(Fonte: Segurança, 2000)

Page 9: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

9

22 HHIISSTTÓÓRRIICCOO A informação mais antiga sobre a preocupação com a segurança do trabalho está re-gistrada num documento egípcio. O papiro Anastacius V fala da preservação da saúde e da vida do trabalhador e descreve as condições de trabalho de um pedreiro. Tam-bém no Egito, no ano 2360 a.C., uma insurreição geral dos trabalhadores, deflagrada nas minas de cobre, evidenciou ao faraó a necessidade de melhorar as condições de vida dos escravos. O Império Romano aprofundou o estudo da proteção médico-legal dos trabalhadores e elaborou leis para sua garantia. Os pioneiros do estabelecimento de medidas de pre-venção de acidentes foram Plínio e Rotário, que pela primeira vez recomendaram o uso de máscaras para evitar que os trabalhadores respirassem poeiras metálicas. As primeiras ordenações aos fabricantes para a adoção de medidas de higiene do trabalho datam da Idade Média. Os levantamentos das doenças profissionais, promo-vidos pelas associações de trabalhadores medievais, tiveram grande influência sobre a segurança do trabalho no Renascimento. Nesse período, destacaram-se Samuel Stockausen como pioneiro da inspeção médica no trabalho e Bernardino Ramazzini como sistematizador de todos os conhecimentos acumulados sobre segurança, que os transmitiu aos responsáveis pelo bem-estar social dos trabalhadores da época na obra intitulada De “morbis artificum” (1760; Sobre as doenças dos trabalhadores). Em 1779, a Academia de Medicina da França já fazia constar em seus anais um traba-lho sobre as causas e prevenção de acidentes. Em Milão, Pietro Verri fundou, no mesmo ano, a primeira sociedade filantrópica, visando ao bem-estar do trabalhador. A revolução industrial criou a necessidade de preservar o potencial humano como forma de garantir a produção. A sistematização dos procedimentos preventivos ocorreu pri-meiro nos Estados Unidos, no início do século XX. Na África, Ásia, Austrália e América Latina os comitês de segurança e higiene nasceram logo após a fundação da Organi-zação Internacional do Trabalho (OIT), em 1919. 22..11 SSeegguurraannççaa DDoo TTrraabbaallhhoo NNoo BBrraassiill Amparada por uma legislação específica a partir de 1944 e contemplada nos direitos sociais constitucionais, a segurança do trabalho no Brasil desdobra-se nas atividades das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA), disseminadas no cenário empresarial, e na fiscalização realizada por funcionários de setores da administração pública. O conhecimento dos níveis de ocorrência de acidentes de trabalho é fator indispensá-vel para a adoção de uma política trabalhista e empresarial que preserve o bem-estar do trabalhador e evite custos e prejuízos aos empresários e às instituições providenci-arias. Um dos mecanismos mais utilizados é a elaboração de estatísticas que, por meio de métodos comparativos, mostram o aumento ou queda dos índices de aciden-tes de trabalho num período e setor de trabalho dados. A organização de estatísticas de acidentes de trabalho foi possível no Brasil a partir do estabelecimento de defini-ções, convenções e regras pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O sistema usual de prevenção de acidentes consiste em investigar os acidentes ocorri-dos para descobrir suas causas, visando a eliminá-las e prevenir novas ocorrências.

Page 10: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

10

Por meio da coleta e análise dos dados estatísticos é possível delinear objetivamente o programa de prevenção de cada empresa. O levantamento dos coeficientes de fre-qüência e de gravidade dos acidentes permite avaliar a eficiência do sistema de pre-venção adotado. Esses coeficientes têm como referência a tabela internacional orga-nizada pela International Association of Industrial Accident (Associação Internacional de Acidentes Industriais). Esses mecanismos técnicos, legais, sociais e jurídicos ainda não foram suficientes para reduzir de forma significativa os níveis de acidentes de trabalho e de doenças profissionais no Brasil que, em comparação com países de instituições mais avança-das, são muito altos e resultam em graves prejuízos humanos, sociais e financeiros. Os acidentes mais freqüentes ocorrem na construção civil, na indústria metalúrgica, na fabricação de móveis, no garimpo e nas atividades agrícolas.

Page 11: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

11

33 LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO No Brasil a Segurança de trabalho são garantidas pelas Normas Regulamentadoras – NR. l As Normas Regulamen-tadoras relativas à segurança e medicina do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. NR´S da Portaria 3.214/78

NR Descrição Alteração

NR 01 Disposições Gerais

Estabelece o campo de aplicação de todas as Normas Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Traba-lho do Trabalho Urbano, bem como os direitos e obriga-ções do Governo, dos empregadores e dos trabalhadoresno tocante a este tema específico. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídi-co à existência desta NR, são os artigos 154 a 159 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

Portaria Nº 13 - 17/09/93

NR 02 Inspeção Prévia

Estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao MTE a realização de inspeção prévia em seus estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 160 da CLT.

Portaria Nº 35 - 28/12/83

NR 03 Embargo ou Interdição

Estabelece as situações em que as empresas se sujei-tam a sofrer paralisação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a serem observados, pela fiscalização trabalhista, na adoção de tais medidas punitivas no tocante à Segurança e a Medi-cina do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 161 da CLT.

Portaria Nº 06 - 09/03/83

NR 04 Serviços Especializados em Engenharia de Se-gurança e em Me-dicina do Trabalho

Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas, que possuam empregados regidos pela CLT, de organizarem e manterem em funcionamento, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Me-dicina do Trabalho – SESMT, com a finalidade de promo-ver a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 162 da CLT.

Portaria Nº 03 - 16/10/99

NR 05 Comissão Interna de Preven-ção de Acidentes -

CIPA

Estabelece a obrigatoriedade das empresas públicas e privadas organizarem e manterem em funcionamento, por estabelecimento, uma comissão constituída exclusi-vamente por empregados com o objetivo de prevenir infortúnios laborais, através da apresentação de suges-tões e recomendações ao empregador para que melhore as condições de trabalho, eliminando as possíveis cau-sas de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá em-basamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 163 a 165 da CLT.

Portaria Nº 04 - 06/10/99 Retificação Portaria nº

08

Page 12: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

12

NR 06 Equipamen-tos de Proteção Individual - EPI

Estabelece e define os tipos de EPI's a que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de res-guardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 166 e 167 da CLT.

Portaria Nº 41 - 20/08/98

NR 07 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupa-

cional

Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implemen-tação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Pro-grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. A fundamen-tação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 168 e 169 da CLT.

Portaria Nº 24 – 29/12/94

NR 08 Edificações

Dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídi-co à existência desta NR, são os artigos 170 a 174 da CLT.

Portaria Nº 12 - 06/06/83

NR 09 Programas de Prevenção de

Riscos Ambientais

Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implemen-tação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Pro-grama de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, vi-sando à preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconheci-mento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a prote-ção do meio ambiente e dos recursos naturais. A funda-mentação legal, ordinária e específica, que dá embasa-mento jurídico à existência desta NR, são os artigos 175 a 178 da CLT.

Portaria Nº 56 - 27/10/98

NR 10 Instalações e Serviços em Ele-

tricidade

Estabelece as condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em instala-ções elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elabo-ração de projetos, execução, operação, manutenção, reforma e ampliação, assim como a segurança de usuá-rios e de terceiros, em quaisquer das fases de geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica, observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas interna-cionais. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 179 a 181 da CLT.

Portaria Nº 12 - 06/06/83

NR 11 - Transporte, Movimentação,

Armazenagem e Manuseio de Mate-

riais

Estabelece os requisitos de segurança a serem observa-dos nos locais de trabalho, no que se refere ao transpor-te, à movimentação, à armazenagem e ao manuseio de materiais, tanto de forma mecânica quanto manual, obje-tivando a prevenção de infortúnios laborais. A fundamen-tação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 182 e 183 da CLT.

Portaria Nº 57 - 29/10/98

Page 13: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

13

NR 12 - Máquinas e Equipamentos

Estabelece as medidas prevencionistas de segurança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de aci-dentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 184 e 186 da CLT.

Portaria Nº 13 - 24/10/94

NR 13 - Caldeiras e Vasos de Pressão

Estabelece todos os requisitos técnicos-legais relativos à instalação, operação e manutenção de caldeiras e vasos de pressão, de modo a se prevenir a ocorrência de aci-dentes do trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 187 e 188 da CLT.

Portaria Nº 23 - 27/12/94

NR 14 - Fornos

Estabelece as recomendações técnicos-legais pertinen-tes à construção, operação e manutenção de fornos in-dustriais nos ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídi-co à existência desta NR, é o artigo 187 da CLT.

Portaria Nº 12 - 06/06/83

NR 15 - Atividades e Operações Insa-

lubres

Descreve as atividades, operações e agentes insalubres, inclusive seus limites de tolerância, definindo, assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores, ensejam a caracterização do exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores de tais exposições nocivas à sua saúde.A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 189 e 192 da CLT.

Portaria Nº 06 - 18/02/2000

NR 16 - Atividades e Operações Peri-

gosas

Regulamenta as atividades e as operações legalmente consideradas perigosas, estipulando as recomendações prevencionistas correspondentes. Especificamente no que diz respeito ao Anexo n° 01: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos, e ao anexo n° 02: Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis, tem a sua exis-tência jurídica assegurada através dos artigos 193 a 197 da CLT.A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à caracterização da ener-gia elétrica como sendo o 3° agente periculoso é a Lei n° 7.369 de 22 de setembro de 1985, que institui o adicional de periculosidade para os profissionais da área de eletri-cidade. A portaria MTE n° 3.393 de 17 de dezembro de 1987, numa atitude casuística e decorrente do famoso acidente com o Césio 137 em Goiânia, veio a enquadrar as radiações ionozantes, que já eram insalubres de grau máximo, como o 4° agente periculoso, sendo controverti-do legalmente tal enquadramento, na medida em que não existe lei autorizadora para tal.

Portaria Nº 25 - 29/01/94

NR 17 Ergonomia

Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptaçào das condições de trabalho às condições psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. A fun-damentação legal, ordinária e específica, que dá emba-samento jurídico à existência desta NR, são os artigos 198 e 199 da CLT.

Portaria Nº 3.751 - 23/11/90

Page 14: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

14

NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indús-tria da Construção

Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de plane-jamento de organização, que objetivem a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segu-rança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil. A fundamen-tação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso I da CLT.

Portaria Nº 63 - 28/12/98

NR 19 Explosivos

Estabelece as disposições regulamentadoras acerca do depósito, manuseio e transporte de explosivos, objeti-vando a proteção da saúde e integridade física dos tra-balhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamen-tação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

Portaria Nº 3.214 - 08/06/78

NR 20 - Líquidos Combustíveis e Inflamáveis

Estabelece as disposições regulamentares acerca do armazenamento, manuseio e transporte de líquidos combustíveis e inflamáveis, objetivando a proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores em seus ambientes de trabalho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso II da CLT.

Portaria Nº 3.214 - 08/06/78

NR 21 - Trabalho a Céu Aberto

Tipifica as medidas prevencionistas relacionadas com a prevenção de acidentes nas atividades desenvolvidas a céu aberto, tais como, em minas ao ar livre e em pedrei-ras. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

Portaria Nº 3.214 - 08/06/78

Portaria Nº 2.037 - 15/12/99

NR 22 - Trabalhos Subterrâneos

Estabelece métodos de segurança a serem observados pelas empresas que desenvolvam trabalhos subterrâ-neos de modo a proporcionar a seus empregados satis-fatórias condições de Segurança e Medicina do Traba-lho. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, são os artigos 293 a 301 e o artigo 200 inciso III, todos da CLT.

Portaria Nº 2.037 - 15/12/99

NR 23 - Proteção Contra Incêndios

Estabelece as medidas de proteção contra Incêndios, estabelece as medidas de proteção contra incêndio que devem dispor os locais de trabalho, visando à prevenção da saúde e da integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá em-basamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso IV da CLT.

Portaria Nº 3.214 - 08/06/78

NR 24 - Condições Sanitárias e de Con-forto nos Locais de Trabalho

Disciplina os preceitos de higiene e de conforto a serem observados nos locais de trabalho, especialmente no que se refere a: banheiros, vestiários, refeitórios, cozi-nhas, alojamentos e água potável, visando a higiene dos locais de trabalho e a proteção à saúde dos trabalhado-res. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

Portaria Nº 13 - 17/09/93

NR 25 - Resíduos Industriais

Estabelece as medidas preventivas a serem observadas, pelas empresas, no destino final a ser dado aos resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho de modo a proteger a saúde e a integridade física dos traba-lhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VII da CLT.

Portaria Nº 3.214 - 08/06/78

Page 15: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

15

NR 26 Sinalização de Segurança

Estabelece a padronização das cores a serem utilizadas como sinalização de segurança nos ambientes de traba-lho, de modo a proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores. A fundamentação legal, ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência desta NR, é o artigo 200 inciso VIII da CLT.

NR 27 - Registro Profissional do Téc-nico de Segurança do Trabalho no Mi-nistério do Trabalho

Estabelece os requisitos a serem satisfeitos pelo profis-sional que desejar exercer as funções de técnico de segurança do trabalho, em especial no que diz respeito ao seu registro profissional como tal, junto ao Ministério do Trabalho. A fundamentação legal, ordinária e especí-fica, tem seu embasamento jurídico assegurado através do artigo 3° da lei n° 7.410 de 27 de novembro de 1985, regulamentado pelo artigo 7° do Decreto n° 92.530 de 9 de abril de 1986.

Portaria Nº 13 - 20/12/95

NR 28 Fiscalização e Penalidades

Estabelece os procedimentos a serem adotados pela fiscalização trabalhista de Segurança e Medicina do Trabalho, tanto no que diz respeito à concessão de pra-zos às empresas para a correção das irregularidades técnicas, como também, no que concerne ao procedi-mento de autuação por infração às Normas Regulamen-tadoras de Segurança e Medicina do Trabalho. A funda-mentação legal, ordinária e específica, tem a sua exis-tência jurídica assegurada, a nível de legislação ordiná-ria, através do artigo 201 da CLT, com as alterações que lhe foram dadas pelo artigo 2° da Lei n° 7.855 de 24 de outubro de 1989, que institui o Bônus do Tesouro Nacio-nal - BTN, como valor monetário a ser utilizado na co-brança de multas, e posteriormente, pelo artigo 1° da Lei n° 8.383 de 30 de dezembro de 1991, especificamente no tocante à instituição da Unidade Fiscal de Referência -UFIR, como valor monetário a ser utilizado na cobrança de multas em substituição ao BTN.

Portaria Nº 3.214 - 08/06/78

NR 29 - Norma Re-gulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuá-rio

Tem por objetivo Regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiro socorros a acidentados e alcançar as melhores condi-ções possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores portuários. As disposições contidas nesta NR aplicam-se aos trabalhadores portuários em operações tanto a bor-do como em terra, assim como aos demais trabalhado-res que exerçam atividades nos portos organizados e instalações portuárias de uso privativo e retroportuárias, situadas dentro ou fora da área do porto organizado. A sua existência jurídica está assegurada em nível de le-gislação ordinária, através da Medida Provisória n° 1.575-6, de 27/11/97, do artigo 200 da CLT, o Decreto n° 99.534, de 19/09/90 que promulga a Convenção n° 152 da OIT.

Portaria Nº 18 - 30/03/98

Page 16: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

16

44 PPPPRRAA -- PPRROOGGRRAAMMAA DDEE PPRREEVVEENNÇÇÃÃOO DDEE RRIISSCCOOSS AAMMBBIIEENNTTAAIISS

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é regulamentado pela NR9, atinge todos os estabelecimentos das empresas que possuam empregados, independente do tamanho e grau de risco, desde que regidos pela CLT. Este programa tem por objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhado-res, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos ris-cos e das necessidades de controle O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá conter, no mínimo, a seguinte estrutura: planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma; estratégia e metodologia de ação; forma do registro, manutenção e divulgação dos dados; periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA. Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma aná-lise global do PPRA para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas: a) antecipação e reconhecimento dos riscos; b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) monitoramento da exposição aos riscos; f) registro e divulgação dos dados. A elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR.

Page 17: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

17

55 BBSS88880000 É uma norma sobre sistema de gestão da Segurança e da Saúde no trabalho. BS significa BRITISH STANDARDS, o órgão britânico encarregado de elaborar as normas técnicas aplicadas naquele país. Nela está contido diretrizes para implantar um sistema de gerenciamento relativo a segurança do trabalho. BS 8800 é norma britânica aprovada na Inglaterra em 1996, aprovada para ser um guia de diretrizes para otimização da gestão de SST (saúde e segurança no trabalho). É um instrumento importante para o engenheiro de segurança e para os profissionais da área ocupacional das empresas, além de colocar a gestão da SST no centro das responsabilidades da administração das organizações. Os objetivos da norma são definir o que fazer e como fazer em relação a SST, além de que sua implementação adequada, possibilitara a redução de riscos, perdas, melhorar o desempenho dos negócios, e atestar a atuação responsável das organizações pe-rante o mercado e a sociedade. Promove a compatibilidade da gestão da SST com outras normas do sistema da quali-dade, tornando sua adequação pela empresa, condição primária para obtenção da certificação ISO 9000; embora sendo a BS-8800 um guia de diretrizes e não uma nor-ma certificável. Perguntas mais frequentes: O que significa obter a certificação da BS8800?

Quando a norma foi concebida, não estava prevista a sua certificação. Mas empresas interessadas em demonstrar ao mercado a sua preocupação com a questão da segurança do trabalho estão buscando a certificação do sistema implantado junto às entidades certificadoras da área da qualidade, de forma similar à certificação pela ISO 9000.

Quais são os requisitos da norma BS8800?

Dentro do parêntese está a relação com a norma ISO 9001 4.0.2 Análise crítica inicial ( - ) 4.1 Política ( 4.1 ) 4.2 Planejamento ( 4.2, 4.4, 4.6, 4.7, 4.8, 4.9, 4.11, 4.12, 4.13, 4.14, 4.15, 4.19 ) 4.3 Implementação e operação: 4.3.1 Estrutura e responsabilidade ( 4.1 ) 4.3.2 Treinamento, conscientização e competência ( 4.18 ) 4.3.3 Comunicações ( - ) 4.3.4 Documentação ( 4.2 ) 4.3.5 Controle de documentos ( 4.5 ) 4.3.6 Controle operacional ( 4.9 ) 4.3.7 Prontidão e resposta para emergências ( - ) 4.4 Verificação e ação corretiva 4.4.1 Monitoramento e mensuração ( - ) 4.4.2 Ação corretiva ( 4.14 ) 4.4.3 Registro ( 4.16 ) 4.4.4 Auditorias ( 4.17 ) 4.5 Análise crítica pela administração ( 4.1 )

Page 18: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

18

Quais são as etapas necessárias para a certificação?

01. Comprometimento da alta administração. É fundamental o comprometimento da direção da empresa. Além dos benefícios e vantagens, a Diretoria deve estar consciente das dificuldades da implantação e do investimento necessário ( tempo das pessoas, recursos financeiros para consultoria, treinamento e certificação ) 02. Seleção e designação formal de um coordenador. O coordenador tem um papel importante no processo. Além de conhecimentos específicos de qualidade, deve Ter carac-terísticas que facilitarão o trabalho como: facilidade de comu-nicação, acesso fácil aos membros da organização, conheci-mento da instituição, etc. 03. Formação do Comitê de coordenação. O Comitê é normalmente formado pela Diretoria, pelos Ge-rentes ou Chefes e pelo Coordenador . Tem como responsa-bilidade a realização da análise crítica periódica do sistema de qualidade implantado. 04. Treinamento. Implantar um processo de qualidade significa mudar a forma de atuação das pessoas. Isso só é conseguido através de um plano de treinamento adequado. 05. Elaboração e divulgação da política de segurança. A Política da Segurança expressa o comprometimento da organização com o processo de segurança do trabalho. A Política é elaborada pelos membros do Comitê. 06. Palestra sobre qualidade para todos os funcionários. É necessário obter a adesão de todos os funcionários. Para isso eles precisam ser informados sobre o processo que está em andamento e receber os conceitos básicos de segurança. 07. Divulgação constante do assunto segurança. É preciso introduzir o assunto Segurança na cultura da orga-nização. Por isso a necessidade de uma divulgação constante do assunto. 08. Estudo de cada um dos requisitos da norma e realização do diagnóstico da empresa em relação ao requisito. É necessário estudá-los, interpretá-los e adaptá-los às neces-sidades da empresa. 09. Plano de trabalho para implantação de cada requisito Para atender aos requisitos da norma BS8800 é necessário uma série de ações. Essas ações envolvem recursos e tem-po. Por isso é necessário um plano de trabalho formal para permitir o acompanhamento da implantação. 10. Formação de grupos de trabalho com a participação dos funcionários para elaborar as instruções de trabalho. A participação dos funcionários é fundamental para que o processo implantado reflita a realidade e possa ser mantido no futuro. É necessário obter o seu comprometimento para que a documentação gerada seja de fato utilizada.

Page 19: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

19

11. Elaboração do manual de segurança. O Manual é um documento que descreve o sistema implanta-do. É muito utilizado nas auditorias e é uma exigência da Norma. 12. Treinamento dos funcionários na documentação. Uma vez elaborados os procedimentos e instruções de traba-lho, é necessário que todos os funcionários sejam treinados a fim de que todas as operações sejam executadas da mesma maneira, assegurando a sua qualidade. 13. Formação dos auditores internos de segurança. Para a manutenção do sistema implantado é necessário um plano de auditorias internas. Para isso precisamos formar os auditores internos. 14. Realização das auditorias internas. As auditorias indicarão pontos do sistema que não estão sen-do seguido e, portanto, precisam ser melhorados. 15. Implantação das ações corretivas para as não conformi-dades. São as ações corretivas que vão introduzir as melhorias no sistema. Sua correta implantação vai melhorar os indicadores da empresa. É o tópico que assegura o retorno do investimento feito através da redução do re-trabalho. 16. Seleção da entidade certificadora. Para escolher a entidade certificadora é necessário identificar a expectativa dos clientes. 17. Realização da pré-auditoria Trata-se de uma avaliação simulada. Tem sido utilizada pela maioria das empresas, com resultados positivos. 18. Realização da auditoria de certificação Nesta auditoria as práticas são comparadas com os padrões estabelecidos na documentação.

Quais os benefícios da implantação da BS8800?

Minimizar os riscos para os trabalhadores e outros Melhorar o desempenho dos negócios Estabelecer uma imagem responsável da organização peran-te o mercado

Como escolher uma entidade certifica-dora?

Recomendamos consultar uma entidade credenciada pelo INMETRO.

Quais os organismos de certificação no Brasil?

No Brasil o INMETRO é o responsável pela fiscalização ( acreditação ) dos organismos certificadores.

(Fonte: QUALITAS. 2000)

Page 20: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

20

66 AACCIIDDEENNTTEE EE DDOOEENNÇÇAASS DDOO TTRRAABBAALLHHOO “Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário” (Art. 131 do Dec. N.2171 de 5 de março de 1997). Lesão corporal - “É qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou grave como a perda de um membro” (Telecurso 2000) Perturbação funcional - Prejuizo ao funcionamento de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão, provocada por uma pancada na cabeça. O acidente de trabalho ocorre no local e durante o trabalho. É considerado como aci-dente do trabalho:

• A doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, constante da relação de que trata o Anexo II do Decreto nº 2.172/97;

• A doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, desde que constante da relação de que trata o Ane-xo II do Decreto nº 2.171/97.

Não são consideradas como doença do trabalho:

• A doença degenerativa; • A inerente a grupo etário; • A que não produz incapacidade laborativa; • A doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região onde ela

se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de exposição ou contato direto determinado Pela natureza do trabalho.

São enquadrados como acidentes trabalhos as seguintes citações: Acidente de trajeto - é o acidente que ocorre no percurso da residência para o traba-lho ou do trabalho para residência. É considerado também, qualquer ocorrência que envolva o trabalhador no trajeto para casa, ou na volta para o trabalho, no horário do almoço. Acidente fora do local e horário de trabalho - é considerado como sendo acidente de trabalho quando o trabalhador sofre algum acidente fora do local e horário de tra-balho, no cumprimento de ordens ou na realização de serviço da empresa. Ato de Terceiro - Um ato de uma outra pessoa pode ser culposo ou doloso. “Será considerado culposo quando a pessoa que deu ensejo ao mesmo não tinha a intenção de que o fato acontecesse. Foi um ato de imprudência, negligência, imperícia que resultou num dano a outrem. Já o ato doloso é consciente, e a pessoa que o pratica age de má fé com a vontade dirigida para obtenção de um resultado criminoso” (SENAI. SP, 2000 p.7)

Page 21: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

21

Força maior - “A caracterização de acidente do trabalho vai tão longe que atinge as lesões oriundas de inundações, incêndios ou qualquer outro motivo de força maior, desde que ocorrido em horário de trabalho” (SENAI. SP, 2000, P.7) 66..11 CCoonnsseeqqüüêênncciiaass ddooss AAcciiddeenntteess ddoo TTrraabbaallhhoo Quando um acidente de trabalho acontece todos sofrem:

• A vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporária ou permanente para o trabalho;

• A família, que tem seu padrão de vida afetado pela falta dos ganhos nor-mais, correndo o risco de cair na marginalidade;

• A empresa, com a perda de mão-de-obra, de material, de equipamentos, de tempo etc.;

• A sociedade, com o número crescente de inválidos e dependentes da pre-vidência social.”(SENAI. SP. 2000)”.

Estamos rodeados de riscos todos os dias. Não só riscos de acidentes, aqueles mais visíveis, que todos conhecem, como cortes, ferimentos provocados por máquinas e equipamentos. Alguns problemas relacionados com o trabalho só vão aparecer a lon-go prazo, como perda da audição, problemas respiratórios e outros. Essa é a diferença entre acidentes no trabalho com lesões imediatas (light) e mediatas — doenças profissionais. É por isso que, ao procurar criar um ambiente mais seguro para o profis-sional, deve-se levar em consideração todas estas possibilidades. 66..22 RRiissccooss qquuee PPooddeemm IInnfflluueenncciiaarr nnaa PPrroodduuttiivviiddaaddee Insalubridade - É no ambiente de trabalho onde existe maior risco de ocorrência de doenças. Por exemplo, os trabalhadores de minas trabalham em um ambiente insalu-bre, pelas partículas tóxicas que respiram todos os dias; os pintores sempre em conta-to com substâncias tóxicas; os operadores de equipamentos com radiação. Outros ambientes insalubres não são tão visíveis. É o caso dos professores: o pó de giz, com o qual estão em contato diário, é insalubre, pois provoca doenças. Riscos de acidentes - São aqueles acidentes que podem ser provocados por ferra-mentas, eletricidade, incêndio, máquinas e equipamentos, armazenamento inadequa-do, ambientes mal iluminados ou ventilados, disposições de móveis e utensílios. L.E.R -- Esta é a sigla para Lesão por Esforços Repetidos. Você utiliza sempre o mesmo músculo, ou então exige mais de uma determinada parte do seu corpo de for-ma contínua, repetitiva ou em ritmo acelerado, provocando lesões. No início, é ape-nas uma dor leve, que some após um período de descanso. Depois, a doença agrava-se. Esse é o caso, por exemplo, de digitadores, que podem desenvolver problemas nos tendões (tenossinovite). Essas lesões podem ser reduzidas com um melhor uso do corpo e dos instrumentos de trabalho. Também é possível ter um ambiente e fer-ramentas mais adequadas. A ciência que estuda essas relações do homem com o trabalho e procura melhorar a qualidade de vida através de alterações no comporta-mento, no meio ambiente ou nas ferramentas, móveis e outros utensílios é a Ergono-mia.

Page 22: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

22

Stress - O stress é uma tentativa do corpo de reagir a uma determinada agressão, que pode ser física ou psicológica. Realizar tarefas repetitivas, enfrentar situações de angústia - seja o cumprimento de metas e prazos, seja o medo de perder o emprego ou por problemas pessoais, tudo isto provoca o stress, que atinge vários níveis. Al-guns sintomas do stress, como falta de concentração e energia, podem ser os fatores que irão provocar graves acidentes de trabalho ou reduzir sensivelmente a sua produ-tividade. Todos esses fatores de risco podem ser reduzidos, com as precauções ade-quadas, uso de equipamentos essenciais e alguns cuidados básicos. É isto que vere-mos a seguir. Fadiga - Fadiga não é preguiça, não é bobagem. É uma doença e uma doença séria, que traz prejuízos a todos. A fadiga é um cansaço que pode ser físico ou mental. A causa está diretamente relacionada com um desequilíbrio durante um tempo prolon-gado: o corpo não consegue atender às exigências que lhe são solicitadas. Esses são alguns dos sintomas da fadiga crônica: instabilidade emocional, irritabilidade, ansieda-de, alterações do sono, palpitações, problemas no estômago, alterações visuais, entre outros. Para tratar a fadiga crônica, é necessário descobrir a causa do problema.

Page 23: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

23

77 RRIISSCCOOSS AAMMBBIIEENNTTAAIISS A NR9 , considera riscos ambientais os agentes físicos, químicos e

biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de

exposição, são capazes de causar danos à saúde do traba-lhador. Os riscos ambientais englobam todos os elementos externos, que podem afetar a saúde do trabalhador. Os riscos ambientais são classificados em: físicos, químicos, biológicos e ergonômicos.

Riscos Físicos - Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anor-mais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som. Os riscos físicos são aqueles provocados por diversas fontes de energia sobre o corpo humano. Ruídos, vibrações, iluminação, radiações, pressão atmosférica, são algumas fontes de energia a que o ser humano está constantemente sendo submetido. Durante a evolução, o organismo desenvolveu-se para suportar determinados níveis de energia. Assim, o ouvido humano, por exemplo, é receptivo a uma freqüência de ondas sonoras. Abaixo, o homem não escuta. Acima, sente dor. Da mesma forma, o olho humano possui sistemas para enxergar bem dentro de determinados limites de iluminação e a pele possui uma resistência específica para proteger todo o corpo de determinadas radiações. Mas o homem agora está exposto a níveis de radiações e temperaturas que antes não enfrentava. Trabalhadores em minas, indústrias de aço, vidro, câmaras frigoríficas, hospitais (raio X), aqueles expostos a ultravioletas, laser ou microondas, ou trabalhadores em ambi-entes externos com alta exposição aos raios solares (agricultores, salva-vidas etc.) estão sujeitos a sofrer doenças decorrentes de radiações e variações de temperatura. Trabalhadores que operam com perfuratrizes automáticas, dirigem tratores e cami-nhões estão sujeitos a doenças do trabalho relacionadas com vibração excessiva. Mergulhadores, pilotos de avião, aqueles que trabalham em túneis ou minas profundas no subsolo sentem os efeitos das variações de pressão atmosférica. Também aqui, é claro, não somente o local de trabalho pode afetar a saúde: a população, como um todo, irá sentir os efeitos radioativos do buraco na camada de Ozônio, dos acidentes nucleares, das alterações de temperatura provocadas pelo desequilíbrio ecológico ou do constante ruído das cidades. Mas existem saídas para você se proteger, em casa e no trabalho. O trabalhador está constantemente sujeito a tensões físicas. As conseqüências estão diretamente relacionadas com o grau dessas tensões, que envolvem fontes luminosas, fontes de vibração, ruídos, variações de temperatura ou de pressão atmosférica. Me-recem destaque as:

Page 24: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

24

Vibração - Os efeitos das vibrações variam conforme a parte do corpo mais afetada. Vibração em todo o corpo ocasiona problemas nos rins e fortes dores na coluna. Vi-brações localizadas nos braços e nas mãos provocam deficiências de circulação e de articulações. Alguns profissionais mais sujeitos a esse tipo de problemas são aqueles que trabalham com perfuratrizes automáticas e na direção de tratores e caminhões. Radiações - As radiações podem provocar queimaduras, conjuntivite (inflamação nos olhos), alguns tipos de câncer, entre outras doenças. Existem vários tipos de radia-ções: ultravioletas, raio X, laser, radiação emitida pela tela do computador, atômica etc. Profissionais atuando na área médica e aqueles constantemente expostos ao ar livre, sem proteção adequada, são os mais sujeitos a contraírem doenças provocadas por radiações. O Ruído - Os problemas auditivos relacionados com segurança e doenças do trabalho já foram estudados nos fascículos anteriores. Vamos relembrar que decibel é a unida-de de medida da intensidade de um ruído. Ruídos constantes e acima da intensidade suportada pelo ser humano provocam efeitos psicológicos, fisiológicos e dificultam a comunicação entre os indivíduos. Pode ocorrer uma surdez parcial ou total, às vezes irreversível. Rádios e televisores em alto volume, várias pessoas falando ao mesmo tempo e o barulho das ruas são ruídos suportáveis. Buzinas estridentes, alto-falantes, descargas livres de automóveis ou máquinas e motores em funcionamento permanen-te causam sérias perturbações. O Frio - Provoca queimaduras, gripes, inflamações das amígdalas e da laringe, algu-mas alergias, congelamento de pés, mãos e problemas circulatórios. Funcionários operando na industrialização de pescados, de alimentos congelados, em frigoríficos etc, são os mais expostos a esse tipo de risco. O Calor - As pessoas que ficam expostas a várias horas de calor excessivo estão su-jeitas aos mais diversos tipos de doenças como: insolação, câimbras e, em alguns casos, catarata. Esses sintomas aparecem em pessoas que trabalham com fundições, siderurgia, indústrias de vidros, construção de estradas etc. Riscos Químicos - Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poei-ras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Os riscos químicos são aqueles causados por substâncias tóxicas, que podem penetrar pela pele, pelas vias respiratórias ou também pela ingestão. Em muitos casos, tais substâncias são essenciais para a produção de alguns bens (tintas, medicamentos, etc.) ou para aumento da produção (caso dos pesticidas e agrotóxicos). Os produtos químicos também são utilizados como combustível e na limpeza em geral. Trabalhado-res em agropecuária e agroindústria, entre outros, estão mais sujeitos a tais riscos, mas o uso inadequado de pesticidas e agrotóxicos contamina animais e plantas que depois serão consumidas pela população. Vazamentos acidentais ou o tratamento inadequado dos resíduos industriais também poluem a terra, o ar e água, provocando o aparecimento de muitas doenças.

Page 25: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

25

Os agentes químicos podem ser encontrados tanto na forma líquida, quanto sólida ou gasosa. Eles possuem a propriedade de envenenar o organismo do homem ou destru-ir funções vitais. Os agentes químicos podem provocar irritações, asfixia, narcotizar uma pessoa ou intoxicá-la. Por exemplo: os metais (cobre e o mercúrio) causam pro-blemas para os rins; o monóxido de carbono compromete as células do coração, o arsênio e o chumbo desencadeiam problemas neurológicos. Tais elementos químicos penetram no corpo do homem por meio da: a respiração Respiração - Essa é a maneira mais fácil de se absorver substâncias tóxicas. Basta apenas entrar em contato com ar contaminado por gases, vapores, névoas, gotículas, fumos, poeiras ou fumaças através da pintura, pulverização, ácidos, fumos de solda e outros. Tais elementos atingem diretamente as vias respiratórias criando casos de asma, bronquites e alteração da capacidade respiratória. Pele - As substâncias tóxicas são absorvidas facilmente pelos poros, entrando na cor-rente sangüínea e ocasionando anemias, alterações nos glóbulos vermelhos e pro-blemas da medula óssea. O chumbo, o mercúrio e o arsênio, quando absorvidos pelo nosso organismo, são logo assimilados pelo fígado. Já o benzeno fixa-se na medula óssea provocando uma possível leucemia. Ingestão - Essa contaminação geralmente ocorre acidentalmente. A contaminação de funcionários através da ingestão é muito rara. Os casos confirmados ocorreram pelo hábito de roer as unhas ou de limpá-las com os dentes: as substâncias estão na su-perfície das mãos, e assim penetram no corpo. A gravidade dos riscos provocados por agentes químicos depende da quantidade e concentração, do tempo de exposição, da sensibilidade do organismo, da toxidez do elemento e da forma ou estado do agente químico. Riscos Biológicos - Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros. O profissional corre riscos biológicos sempre que está sujeito a entrar em contato com seres vivos que poderão provocar doenças. Os tipos de seres vivos que podem ocasionar tais problemas já foram relacionados no fascículo anterior. Eles estão presentes no meio ambiente, e os desequilíbrios existentes podem provocar sua proliferação. Alguns trabalhadores estão mais sujeitos aos riscos biológicos, tais como aqueles envolvidos na coleta e reciclagem de lixo (meio ambiente ideal para proliferação de organismos letais); profissionais da saúde (em contato com doenças infecto-contagiosas), trabalhadores de matadouros, curtumes, ou aqueles em atividades pecuárias (também aqui existe uma concentração maior de elementos vivos que causam doenças). No entanto, os riscos biológicos também podem atingir qualquer um, pela ingestão ou contato com águas contaminadas, esgoto a céu aberto, alimentos deteriorados etc. A quebra do equilíbrio ecológico, com o desaparecimento de determinadas espécies, o aumento ou redução da temperatura, entre outros, ampliam os riscos biológicos.

Page 26: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

26

Riscos ergonômicos - Considera-se riscos ergonômicos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitivi-dade e imposição de rotina intensa. “A disposição correta de máquinas e equipamentos, um modelo correto de móveis, utensílios e instrumentos, adequados ao tipo físico de cada funcionário; o estudo dos movimentos mais ade-quados para executar cada tarefa, a postura, o ritmo, a duração de cada turno, a avaliação dos níveis de ruído, iluminação, tem-peratura e tantos outros - enfim, a ergonomia se preocupa com as relações do homem e do trabalho. A Ergonomia é uma ciência que estuda a adequação das condições de trabalho às características psico-fisiológicas dos trabalhadores. O resultado? Maior conforto, segurança e desempenho eficiente. A legislação trabalhista brasileira já reconhece a importância dessa ciência e dedicou ao tema uma Norma Regulamentadora específica (NR-17). Portanto, aplicar os conhecimentos da ergonomia também é uma forma de prevenir acidentes no trabalho e criar condições mais seguras e saudáveis de vida.” Ricardo Pereira de Mattos, Engenheiro de Segurança, Rio de Janeiro Riscos de Acidentes - São considerados fatores de riscos de acidentes: “falhas de projeto de máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e prédios; deficiências de leiaute; iluminação excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores; probabilidade de incêndio ou explosão; armazenamento inadequado de produtos; presença de animais peçonhentos etc”. (Telecurso 2000).

Page 27: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

27

88 MMAAPPAA DDEE RRIISSCCOO Representação gráfica dos riscos existentes nos diversos locais de trabalho. É elabo-rado pela CIPA que ouve os trabalhadores de todos os setores. É obrigatório a todas as empresas e deve contemplar:

• Grupo a que pertence o risco ; • Número de trabalhadores expostos; • Especificação do agente; • Intensidade de risco.

Seu objetivo é “reunir informações necessárias para que seja estabelecido o diagnós-tico da situação de segurança e saúde no trabalho da empresa, além de possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de informações entre trabalhadores, estimulando a sua participação nas atividades de prevenção e contribuindo para a conscientização a respeito dos riscos no ambiente de trabalho. Pode ajudar a dinimuir a ocorrência de acidentes do trabalho e a incidência de doenças ocupacionais. (SE-NAI. SP) Etapas para elaboração do mapa de risco:

• Conhecimento do processo de trabalho no local analisado que envolve o levantamento de informações sobre os trabalhadores (número, sexo, ida-de, treinamentos profissionais de segurança e saúde e horário de traba-lho); os instrumentos e materiais de trabalhos; as atividades exercidas e o ambiente.

• Identificação dos riscos existente (Tabela I anexo IV da portaria 25 SST, de 29.12.94);

• Identificação das medidas preventivas existentes e verificação de sua efi-cácia: medidas de proteção coletiva, medidas de organização do trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene e conforto (banheiro, lavatórios, vestuários, bebedouros, refeitório e área de lazer).

Identificação dos indicadores de saúde:

• Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos;

• Acidentes de trabalho ocorridos; • Doenças profissionais diagnosticadas; • Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho; • Conhecimento dos levantamentos ambientais já realizados no local.

Elaboração do Mapa de Riscos, sobre o leiaute da empresa, indicando através de cir-culo:

• Grupo a que pertence o risco de acordo com a cor padronizada; • número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado den-

tro do círculo; • A especificação do agente (por exemplo: químico – silica, hexano que deve

ser anotada também dentro do círculo); • A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que

deve ser representada por tamanhos diferentes de círculos.

Page 28: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

28

O mapa em si consiste em uma representação gráfica por meio de círculos de diferen-tes cores e tamanhos: Risco Grave

Risco Médio Risco Pequeno

O tamanho do círculo expressa a gravidade, que é representado por uma cor:

Riscos Cores Agentes físicos Verde Agentes químicos Vermelho Agentes biológicos Marrom Agentes ergonômicos Amarelo Agentes de acidentes Azul

Notas: “Após discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local analisado, de forma clara , visível e de fácil acesso para os trabalhadores”. No caso das empresas da indústria da construção civil, o Mapa de Riscos do estabe-lecimento deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser re-visto sempre que um fato novo e superveniente modificar a situação de riscos estabe-lecida.”(SENAI. SP 1998 p. 34)”.

Page 29: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

29

99 EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOOSS DDEE SSEEGGUURRAANNÇÇAA Para evitar os riscos de acidentes no trabalho e proteger os profissionais, existem várias medidas que podem ser tomadas. Algumas inclusive, são obrigatórias por lei. Um dos mais eficientes meios de proteger a sua vida e evitar doenças ocasionadas por agentes físicos, químicos ou biológicos é utilizando os equipamentos de proteção. Eles estão classificados em Equipamentos de Proteção Individual e Coletivos, e são conhecidos pela sigla EPI - Equipamentos de Proteção Individual e EPC -Equipamentos de Proteção Coletiva, onde estão incluídos os Equipamentos de Emergência, que são acionados na iminência de um acidente ou quando este já ocorreu. É claro que não adianta nada você querer utilizar os equipamentos e a empresa não os fornecer... Da mesma forma, de que adianta a empresa colocar a disposição dos profissionais o que há de mais moderno em segurança no trabalho, se a equipe não utilizar corretamente cada equipamento? Por isso, o mais importante é tornar o uso dos equipamentos um hábito, tal qual tomar banho ou escovar os dentes. Responsabilidades pelos equipamentos de proteção Empregador - É responsável por adquirir o equipamento apropriado para proteger o empregado durante a jornada de trabalho. Também é dever do empregador:

• Treinar e conscientizar o trabalhador quanto à utilização adequada do e-quipamento;

• Tornar obrigatório o seu uso; • Fornecê-lo gratuitamente, ao empregado; • Providenciar a substituição do EPI, quando danificado; • Manter os equipamentos limpos e em boas condições de uso, providenci-

ando, inclusive, a esterilização quando for necessária. Empregado - Cabe ao empregado utilizar o equipamento sempre e de forma correta é o primeiro passo. Mas o profissional também deve:

• Responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI que lhe for confiado; • Comunicar qualquer alteração no EPI que o torne parcial ou totalmente

danificado; • Utilizar o Equipamento de Proteção Individual somente para o fim a que se

destina.

Page 30: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

30

Fabricante - O fabricante é responsável pela qualidade do material: ele realmente deve cumprir aquilo que promete, protegendo o usuário de eventuais danos provoca-dos no ambiente de trabalho. Por isso, os fabricantes de EPI devem ser rigidamente controlados. O Governo Federal, Estadual e Municipal é o responsável pela fiscaliza-ção da qualidade dos equipamentos. É por isso que todas as empresas que produzem Equipamentos de Proteção Individual devem ser devidamente registradas, possuindo um Certificado de Aprovação (CA). O Certificado de Aprovação só é obtido quando: Especifica e descreve o equipamento em detalhes, indica o uso a que se destina e passa nos testes de qualidade e normas técnicas.

Page 31: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

31

1100 EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOOSS DDEE PPRROOTTEEÇÇÃÃOO IINNDDIIVVIIDDUUAALL Considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI todo dispositivo de uso indivi-dual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integri-dade física do trabalhador. Existem diferentes tipos de Equipamentos de Proteção Individual, conforme a parte do corpo que protege. São eles: Proteção para cabeça - Na cabeça, quatro regiões necessitam ser protegidas contra eventuais agressões: o crânio propriamente dito; os olhos; os ouvidos e a região do nariz/boca. Proteger cada uma dessas partes depende do ambiente de trabalho e da profissão ou função que é exercida. O capacete irá proteger de quedas e eventuais impactos de objetos. O protetor auditivo reduz os índices de ruídos, que podem pro-vocar surdez. Confira aqui alguns exemplos de EPIs para a cabeça:

• Capacete; • Turbantes, toucas ou capuz protetor; • Protetor facial contra respingos, • Impacto ou radiações nocivas; • Óculos de segurança contra impacto; • Óculos para soldador - solda a gás; • Óculos para soldador - solda elétrica; • Protetor auditivo - tipo “plug”.

Proteção para os membros superiores - As mãos ficam justamente na parte superi-or do corpo - e são freqüentemente expostas a ferimentos. Afinal de contas, a mão é a mais antiga ferramenta utilizada pelo homem, e ainda hoje é um de nossos principais instrumentos de trabalho. Por isso que é tão freqüente ocorrerem lesões nas mãos. A grande parte dessas lesões pode ser evitada através do uso de luvas. Elas impedem, portanto, um contato direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias corrosivas e irritantes.Exemplos de proteção para os membros superiores:

• luvas reforçadas de couro ou de raspa de couro; • luvas de lona; • luvas impermeáveis (borracha ou plástico); • luvas de amianto (isolam o calor); • luvas de borracha especial (contra eletricidade); • mangas ou mangotes de raspa de couro.

Proteção do Tronco - O tronco pode estar sujeito a inúmeras agressões, tais co-

mo chamas, calor intenso, ácidos, substâncias diversas, metal quente, chispas incandescentes, condições climáticas, entre outros. A proteção do tronco é realizada geralmente com aventais, capas ou coletes, dos mais diversos tipos, conforme a finalidade a que se destinam:

• Aventais de raspa de couro, lona, amianto ou plástico; • Colete sinalizador; • Capas.

Page 32: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

32

Proteção para os membros inferiores - É importante proteger pernas e pés, porque deles depende o equilíbrio do corpo. Cuidando desta parte do corpo, você conseguirá se locomover com mais segurança. Os Equipamentos de Proteção Individual que pro-tegem os membros inferiores ganham dupla importância: proteção direta dos membros inferiores e evitam uma queda que pode ter conseqüências graves. Verifique alguns equipamentos para proteção de pés e pernas:

• Sapato de segurança com biqueira ou palmilha de aço (ou com ambos);

• Sapato de segurança com solado antiderrapante; • Botas de segurança (de couro ou borracha) com cano curto

ou longo; • Perneiras de raspa de couro (normal ou especiais longas); • Polainas.

Proteção das vias respiratórias - Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam afetadas por gases tóxicos, poeira, vapores, neblina (substância que ocorre quando um líquido é remexido ou pulverizado) ou outras substâncias nocivas ao orga-nismo. Algumas doenças que podem ocorrer nas vias respiratórias, caso o trabalha-dor não utilize o Equipamento de Proteção Individual adequado: silicose (geralmente encontrada em trabalhadores de cerâmicas, minerações, pedreiras e metalúrgicas); asbestos (partículas de amianto, que reduzem a capacidade de transferir oxigênio pa-ra o sangue e podem provocar câncer); a chamada doença do pulmão preto (causada por partículas de carvão e que provoca a tuberculose); saturnismo ou plumbose (pro-vocada pelo chumbo: ataca além dos pulmões, o fígado e os rins). Bronquite, resfria-dos crônicos, alergias ou sinusites também podem ser provocadas pela inalação de substâncias tóxicas. A máscara é a peça básica que protege o aparelho respiratório, “filtrando” os elemen-tos prejudiciais ao organismo:

• Máscara semifacial; • Máscara de filtro; • Máscara facial;

Page 33: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

33

1111 EEQQUUIIPPAAMMEENNTTOOSS DDEE PPRROOTTEEÇÇÃÃOO CCOOLLEETTIIVVAA Os Equipamentos de Proteção Coletiva são compartilhados por todos: eles buscam reduzir os riscos que eventualmente cada profissional possa sofrer. Geralmente, tais equipamentos estão voltados principalmente para o ambiente. Podem servir para proteger o trabalhador de agentes físicos (umidade, vibração, radiação, ruído, calor e frio); agentes químicos (substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc.) ou biológicos (bactérias, vírus, parasitas etc.). Os Equipamentos de Proteção Coletiva também funcionam como “barreiras” aos danos provocados por agentes mecânicos. Controle térmico de ar - É realizado através de exaustores, ventiladores, refrigeração e filtros. Possuem múltiplas funções: mantém a temperatura adequada ao corpo hu-mano, evitam a criação de “ar viciado”, o que facilita a transmissão de doenças; purifi-cam o ar de partículas nocivas à saúde. Alguns equipamentos de uso coletivo, no en-tanto, podem ser prejudiciais à saúde: é o caso, por exemplo, das câmaras de refrige-ração na indústria de congelados. Nesse caso, os trabalhadores devem compensar o desequilíbrio térmico através do uso de um equipamento de proteção individual (roupa térmica). Controle de Iluminação - Uma iluminação adequada reduz o cansaço dos profissio-nais, reduz o índice de acidentes permitindo melhor visualização de instrumentos e locais de risco, evita a fadiga visual. Tanto a iluminação natural quanto a artificial de-vem ser consideradas. O controle da iluminação natural começa no estudo do posicio-namento de janelas e outras aberturas externas e continua com o uso de materiais apropriados, que controlam a entrada dos raios solares, tais como: cortinas, veda-luz, vidros especiais, entre outros. A luz artificial deve ser bem distribuída pelo ambiente, na quantidade certa, evitando-se a penumbra ou a iluminação excessiva, que pode ofuscar os olhos ou criar reflexos indesejados. Também o tipo de luminária deve ser estudado. Nesse caso, além dos elementos de segurança no trabalho, deve-se considerar a redução do consumo de energia. Vibrações e Ruídos - Equipamentos defeituosos ou com má calibração, posicionados inadequadamente podem provocar vibrações e ruídos acima dos estipulados pelo fabricante. As vibrações de motosserras, marteletes pneumáticos ou compactadores, entre tantos outros, causam, com o passar do tempo, dores fortes na coluna e proble-mas renais. Os ruídos no ambiente de trabalho são provocados por máquinas, gerado-res, salas acusticamente inadequadas. Coletivamente, o que pode ser realizado para contornar tais problemas é buscar a manutenção constante e preventiva de máquinas e equipamentos, criar ambientes que absorvam as vibrações ao máximo e formem barreiras acústicas para o ruído. Controle de Equipamentos - Uma série de instrumentos de trabalho e equipamentos possuem dispositivos de segurança que impedem seu uso incorreto (o que poderia provocar acidentes com o operador) ou indicam falhas no seu mecanismo. São má-quinas “inteligentes”, que fazem um diagnóstico de si mesmas ou do ambiente - e se recusam a trabalhar enquanto as condições ideais não forem atingidas.

Page 34: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

34

Agentes Tóxicos - Além dos cuidados pessoais e utilização dos equipamentos ade-quados individualmente, também o chuveiro deve ser usado para eliminar eventuais resíduos que podem causar contaminações. As substâncias tóxicas são absorvidas facilmente pelos poros, entrando na corrente sangüínea e ocasionando anemias, alte-rações nos glóbulos vermelhos e problemas na medula óssea. Assim, o chuveiro é um equipamento de uso coletivo extremamente importante, essencial em locais onde o trabalhador encontra-se sujeito a partículas agressivas ao organismo. Organização Espacial - Ordem e limpeza no ambiente de trabalho são essenciais para evitar quedas e outros acidentes, como vazamento de líquidos perigosos, curtos-circuitos etc. Para que todos trabalhem bem, é necessário deixar as passagens livres, sem caixotes ou outros obstáculos nos quais as pessoas possam tropeçar. Um chão sujo de graxa, combustíveis ou substâncias químicas também é motivo para que ocor-ram escorregões e quedas. Elementos como pisos anti-derrapantes, corrimãos, redes, grades, andaimes e placas sinalizadoras são outros Equipamentos de Proteção Cole-tiva que fornecem mais segurança ao trabalhador. A desorganização também contri-bui para baixar a produtividade, pois perde-se muito tempo na procura de peças, ins-trumentos etc. Informação - Informação é um equipamento: o equipamento que está dentro de sua própria cabeça. Não é palpável, você não pode pegar ou tocar. Mas ele existe e pode evitar muitos acidentes. Um grupo de funcionários bem informados trabalha com maior segurança. Informação significa conhecer bem os equipamentos que serão utilizados, significa treinar cada etapa do trabalho, dominar cada tarefa, identificar os riscos exis-tentes e a forma de não se expor a eles. Muitos profissionais têm medo de perguntar ou ler manuais, nem prestam atenção nos avisos sinalizadores, pois não querem pas-sar por ignorantes. No entanto, a sabedoria está justamente em perguntar e estudar sempre, cada vez mais. Profissionais bem-sucedidos sempre estão se atualizando, evitam a rotina e a desatenção. Assim, estão sempre crescendo e galgando novos postos. Extintores de Incêndio e Portas corta-fogo - Existem vários tipos de extintores, cuja utilização depende do agente causador do fogo. As portas corta-fogo permitem a rá-pida saída dos funcionários do local do incêndio e impedem que as chamas se alas-trem para outros ambientes. Alarmes - Alarmes são sinalizadores visuais e ou auditivos que indicam ocorrências fora do comum, típicas de emergências ou a iminência de ocorrer algum acidente. Tais dispositivos podem disparar quando os níveis de temperatura ou fumaça atingirem pontos críticos (eminência ou existência de foco de incêndio); quando os níveis de radiação forem elevados ou quando forem detectadas substâncias tóxicas no meio ambiente. Macas - Com as macas, é possível locomover os acidentados com maior segurança, evitando danos irreversíveis como lesões na coluna cervical.

Page 35: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

35

1122 CCIIPPAA A comissão Interna de Prevenção de Acidentes é regulamenta pela NR5. Seus principais pontos são: Do objetivo - A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. Da constituição - Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, ór-gãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações recrea-tivas, cooperativas, bem como outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. Da organização - A CIPA será composta de representantes do empregador e dos empregados, de acordo com o dimensionamento previsto no Quadro I da NR5, ressal-vadas as alterações disciplinadas em atos normativos para setores econômicos espe-cíficos. Das atribuições - A CIPA terá por atribuição:

• Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;

• Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho;

• Participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;

• Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando a identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;

• Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identifica-das;

• Divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;

• Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e proces-so de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores;

• Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;

• Colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho;

• Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;

Page 36: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

36

• Participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor me-didas de solução dos problemas identificados;

• Requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores;

• Requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; • Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Se-

mana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT; • Participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de

Prevenção da AIDS. Do funcionamento A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com o calendário preestabelecido. As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante o expediente normal da em-presa e em local apropriado. As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes com encaminhamento de cópias para todos os membros. As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos Agentes da Inspeção do Trabalho - AIT. Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quando:

• Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine apli-cação de Medidas corretivas de emergência;

• Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; • Houver solicitação expressa de uma das representações.

Do treinamento - A empresa deverá promover treinamento para os membros da CI-PA, titulares e suplentes, antes da posse. O treinamento para a CIPA deverá contemplar, no mínimo, os seguintes itens:

• Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos ori-ginados do processo produtivo;

• Metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do trabalho; • Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição

aos riscos existentes na empresa; • Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e medi-

das de prevenção; • Noções sobre as legislações trabalhistas e previdenciária relativas à segu-

rança e saúde no trabalho; • Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas de controle dos ris-

cos; • Organização da CIPA e outros assuntos necessários ao exercício das atri-

buições da Comissão. Do processo eleitoral - Compete ao empregador convocar eleições para escolha dos representantes dos empregados na CIPA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias an-tes do término do mandato em curso. Das contratantes e contratadas - Quando se tratar de empreiteiras ou empresas prestadoras de serviços, considera-se estabelecimento, para fins de aplicação desta NR, o local em que seus empregados estiverem exercendo suas atividades.

Page 37: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

37

1133 PPRRIIMMEEIIRROOSS SSOOCCOORRRROOSS “Primeiros socorros são o conjunto de medidas prestadas por pessoa leiga preparada a um acidentado ou alguém acometido de mal súbito (desmaio, infarto, crise epiléptica etc.) no local do acidente, antes que chegue a assitência qualificada” (SENAI. SP, 2000). A responsabilidade pelo desenvolvimento de atividades e aplicação de medidas de primeiros socorros nas empresas é de responsabilidade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO. Este programa tem como objetivo o controle da saúde dos trabalhadores de acordo com os riscos a que estão expostos. É obrigatório a todas as empresa regidas pela CLT, independente do tamanho e grau de risco. Além de ser uma exigência legal pre-vista no artigo 168 da CLT, está respaldada na Convenção 161 da OIT, representados os princípios e riscos normas e técnicos. É disciplinado pela NR-07 onde merecem destaque os seguintes itens: 1133..11 DDaass DDiirreettrriizzeess PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no cam-po da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR. PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho. PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos traba-lhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR. Segundo a NR 7 todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida; manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim. Técnicas e ações de primeiros socorros – emergência Não importa onde você este-ja: em casa, no trabalho, com os amigos, em ambientes abertos ou fechados. Por mais seguro que o lugar seja, um acidente pode acontecer. É claro que existem locais onde os riscos são maiores. Existem situações mais críticas. Há fases da vida em que os índices de acidentes ampliam-se. Conhecendo tais situações, você poderá proteger melhor a si mesmo e também ajudar outras pessoas em situações de emergência. O surgimento das Técnicas de Primeiros Socorros veio justamente atender a essas ne-cessidades. Através de um atendimento imediato e correto, o número de mortes pode-ria ser reduzido, bem como as seqüelas provocadas por um atendimento ineficiente. É na hora de ouro - a p rimeira hora após a ocorrência da - que os rumos da vítima são decididos. Procure manter em casa, no local de trabalho ou em seu veículo material de atendimento para primeiros socorros.

Page 38: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

38

O socorro de emergências inclui três etapas:

• Atendimento no local; • O transporte da vítima até o lugar de atendimento médico especializado

(hospital, pronto-socorro etc.); • O momento de “entrada” no centro médico. É nessa hora que todas as in-

formações são preciosas, ajudando a evitar mortes. Antes de fazer qualquer coisa, você precisa avaliar a situação em que se encontra, com quem pode contar para ajudá-lo e as condições da vítima. Com isso, você evitará se expor a riscos desnecessários ou tomar atitudes erradas. Utilize todos os seus sen-tidos: veja, escute, sinta. Verifique as condições do local: existe perigo iminente de explosões, alagamentos, incêndios, choques elétricos, desmoronamentos? O ambiente está contaminado? O ar é respirável e puro? Você corre algum risco ao fazer o atendimento? Esses dados são importantes para decidir se há necessidade absoluta e imediata de remoção da vítima, ou se o atendimento pode ser feito no próprio local. Providencie isolamento do local com cordões ou faça uma sinalização adequada. Depois de fazer o reconhecimento do local, analise as condições da vítima. Quatro pontos básicos: as vias respiratórias estão desobstruídas? O pescoço está estabiliza-do? A vítima respira? O sangue está circulando? Se não existe respiração nem pulsa-ção, é necessário iniciar imediatamente os procedimentos de ressuscitação (veja nas páginas a seguir). Depois, examine as condições gerais do corpo: conte o número de pulsações e respi-rações por minuto. Verifique a pele, a existência de hemorragias, fraturas ou outras lesões. Confira se a vítima está consciente, inconsciente ou confusa. Se a vítima está consciente, procure informações complementares: o que comeu ou bebeu, o tipo de sangue, se possui alergias, a idade etc. 1133..22 AAttiittuuddeess PPoossiittiivvaass Procure manter a calma e também acalme a vítima. Não entre em pânico. Não sacuda a vítima. No caso de acidentes com múltiplas vítimas, saiba definir quem será atendido primei-ro. Atenda primeiramente quem está inconsciente e com sangramentos abundantes. Procure sempre ajuda, não tente fazer tudo sozinho. Não deixe que curiosos se aglomerem ao redor da vítima, dificultando a circulação do ar. Confira imediatamente o número de pessoas que poderão ajudá-lo. Dê ordens concre-tas e objetivas, com ações específicas para cada um fazer. Determine quem deve chamar uma ambulância, quem deve providenciar panos ou outros equipamentos de emergência, quem irá ajudá-lo no transporte ou ressuscitação, caso sejam necessá-rios. Mesmo que a vítima, após os primeiros socorros aparente estar bem, encaminhe-à para o serviço médico profissional, para uma avaliação completa.

Page 39: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

39

1133..33 PPrriimmeeiirrooss SSooccoorrrrooss –– PPrriimmeeiirrooss PPaassssooss Abra as vias respiratórias: limpe secreções, sangue e retire qualquer objeto para facilitar a respiração. Não mexa na coluna cervical: você pode provocar a morte ou agravar lesões. Boa ventilação: faça respiração boca-a-boca (veja a seguir) até chegada do socorro. Mantenha o pescoço estabilizado. Controle hemorragias e circulação: contenha o sangue apertando os ferimentos com um pano limpo. Caso necessário, faça massagem cardíaca (veja a seguir). Distúrbios Neurológicos: Faça perguntas para descobrir se a pessoa está conscien-te, inconsciente ou confusa. Belisque levemente a pele para conferir as reações. Exposição da Vítima: retire a roupa que não estiver grudada na pele para verificar as condições gerais do corpo. Material de primeiros socorros (O mínimo indispensável): Creme anti-séptico Pomada contra queimaduras Pomada contra picada de insetos Anti-térmico Mercúrio ou mertiolate Gaze Esparadrapo Algodão Ataduras Curativo tipo band-aid Pinças e tesoura Bolsa para gelo ou água quente Água oxigenada 20 volumes Água boricada 3% Álcool filtrado 96o Comprimidos antiácido (sal de frutas) Analgésicos Alfinetes de segurança Telefones de emergência Principais procedimentos de primeiros Socorros Respiração artificial - Deite a vítima de costas. Com uma das mãos na testa e a outra na nuca, flexione a cabeça da vítima para trás. Puxe o queixo para cima, para que a língua não impeça a passagem de ar. Tampe as narinas da vítima. Coloque sua boca com firmeza sobre a sua boca. Sopre até perceber que o peito da vítima está se levantando. Deixe-a soltar o ar livremente. Repita o processo por mais ou menos 15 vezes por minuto.

Page 40: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

40

Massagem cardíaca - Deite a vítima com o peito para cima. Afrouxe todas as roupas. Coloque as mãos abertas, uma sobre a outra, em

cima do peito da vítima, bem no meio dos ossos das costelas. Com os braços retos, faça força pra baixo, em direção à coluna vertebral.

Conte um.

Solte as mãos e deixe que o tórax volte para o lugar normal. Repita a operação. Se você estiver sozinho, a cada 15 segundos pare e faça 2 respirações boca-a-boca. Se contar com mais uma pessoa ajudando, faça 5 compressões e a outra pessoa faz uma respiração. Continue sem parar até a chegada do socorro médico. Não faça esse pro-cedimento em crianças pequenas. Transporte de vítimas - O transporte incorreto agrava a situação. Antes de transportar a vítima, verifique os sinais vitais, se há hemorragia, fratura, queimadura ou outros problemas. Utilize os procedimentos corretos para cada uma dessas situações (veja nas próximas páginas). Depois de realizar o atendimento de emergência, execu-te o transporte conforme o número de pessoas disponíveis para a tarefa. Mantenha o corpo da vítima sempre apoiado e em linha reta. Jamais curve o corpo da vítima. Proteja a cabeça. Jamais puxe pelos lados. Puxe na direção dos pés ou da cabeça. Uma pessoa - Só realize se não houver fraturas e com a pessoa consciente. Coloque o braço da vítima no seu ombro e segure-a pela cintura OU sente a vítima no braço (como se estivesse em uma cadeira) OU coloque-a nas costas. Duas pessoas - Vítima consciente: Cada um abraça a vítima por um lado, com uma mão segurando no pulso e a outra na cintura. A pessoa fica arrastando os pés no chão. Outra opção: fazer uma “cadeirinha” com seus braço, e a vítima apóia-se no pescoço dos socorristas. Vítima inconsciente - Mas sem fraturas na coluna: Um dos socorristas fica atrás da cabeça da vítima e passa os braços por baixo das axilas, cruzando as mãos na altura do peito. O outro fica entre a pernas da vítima. Três pessoas - Vítima inconsciente, sem fratura na coluna. Deite a vítima de costas no chão. Segure com uma mão a cabeça e com a outra as costas. Outra pessoa segu-ra a vítima pelas nádegas e a última as pernas. A vítima deve ser deslocada horizon-talmente. Cuidado para não dobrar a coluna.

Ferimentos - Examine a extensão do ferimento e sua profundidade. Procure socorro médico, principalmente se houver suspeita de hemorra-gia OU se o sangramento não parar em 5 minutos OU se houver algum

objeto no ferimento.

Page 41: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

41

Ferimentos leves: Não toque com dedos, lençóis, toalhas usadas ou outros objetos sujos. Não respire sobre o ferimento, nem coloque a boca nele. Lave com água morna e sabão. Aplique: mertiolato, mercúrio, cromo, iodo ou outro anti-séptico. Ferimentos extensos ou profundos: São ferimentos que danificam a pele, músculos, nervos ou tendões . O socorro varia conforme o local. Cabeça: Não dê bebidas alcoólicas para a vítima. No caso de inconsciência, afrouxe as roupas, coloque a vítima de bruços e agasalhe-a. Pressione o local lesado leve-mente com um pano limpo e utilize esparadrapo ou atadura para estancar a hemorra-gia. Ouvido, boca ou nariz: vire a cabeça da vítima para o lado que estiver sangrando. Abdômen Aberto: Não mexa na vítima pois os órgãos - estômago, intestino e outros - podem estar expostos. Não tente recolocar os órgãos no lugar, apenas cubra-os com uma compressa úmida e prenda firmemente, mas sem apertar. Tórax: Cubra o ferimento, para evitar entrada de ar. Pressione com firmeza o local exposto com um chumaço de pano, gaze ou a própria mão. Enrole o tórax com uma faixa de pano ou um cinto, mas sem prejudicar a respiração. Tipos de Ferimentos Escoriações - Ferimento causado por materiais como vidros, instrumentos afiados (facas, giletes e outros). Sangramento abundante. Perfurações - Provocadas por instrumentos finos e pontiagudos como paus, pregos, agulhas etc. Contusões - A lesão ocorre debaixo da pele, que não se rompe. O local fica dolorido e arroxeado (derrame ou hemorragia interna). Aplique imediatamente compressas com água fria ou gelo. Depois, coloque compressas de água quente. Queimaduras - As queimaduras podem ser provocadas tanto pelo calor, quanto pelo frio, por radiações infravermelhas e ultravioletas, aparelhos e laboratórios, eletricidade, chamas, brasa, gases úmidos e quentes, líquidos ferventes, sólidos superaquecidos ou incandescentes, vapores, metais, ferros e substâncias químicas (soda cáustica, ácidos, nitrato de prata etc.). Graus de queimaduras Primeiro grau - Danos superficiais (pele avermelhada). Segundo Grau - Atinge camadas mais profundas (formação de bolhas) . Terceiro Grau - Atinge o tecido gorduroso, muscular e ósseo (não existe dor: as ter-minações nervosas foram lesadas). É necessário enxerto de pele. A gravidade de uma queimadura não é calculada só pelos graus, mas também pela extensão. Quanto maior a área de pele queimada maior e mais grave é o problema. A chance de infecções e de estado de choque aumentam.

Page 42: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

42

Como proceder em caso de queimaduras: Não coloque pasta de dentes, manteiga, óleos ou quaisquer outras substâncias, so-mente um pano limpo umedecido, para proteger a área do ar. Agentes químicos: Lave a área com água corrente. Remova as roupas atingidas pelo produto. Fogo ou fonte de calor: Se a roupa da vítima estiver pegando fogo, abafe com um cobertor ou manta. Retire a roupa que não estiver grudada ao corpo. Eletricidade: Veja nas próximas páginas, em choques elétricos. Luxações - Estiramentos anormal nos ligamentos das juntas, por causa de uma batida muito forte ou esforço demasiado. Coloque compressas frias ou gelo no local. Imobili-ze a região machucada. Não coloque nada quente sobre a lesão antes de 24 horas, para evitar o inchaço e a dor. Fraturas - Os sintomas são: dor no local fraturado; deformação na região atingida; incapacidade de movimentação do membro; sensação de barulho nas tentativas de movimentação. Fraturas expostas (quando a pele se rompe) - Estanque eventuais hemorragias. Deixe a vítima deitada. Coloque sobre o ferimento um pano ou lenço limpo e prenda-o com uma tira de roupa ou cinto. Impeça o deslocamento das partes quebradas, com o uso de talas (tábua, papelão etc. acolchoado com algum pano). Amarre as talas com alguma tira sem apertar a parte de cima ou de baixo do ferimento. Fraturas fechadas (quando a pele não se rompe) - Deixe o acidentado na posição mais confortável possível. Coloque uma tala de madeira ou qualquer outro material rígido acolchoado com um pano e amarre (veja a cima). Corpos estranhos - Os órgãos mais atingidos por corpos estranhos (formigas, inse-tos, moscas, sementes, areia, poeira, carvão e outros) são os olhos, nariz e ouvidos. Nunca force a retirada, nem utilize alfinete, pinça, palito, arame, grampo ou qualquer outro instrumento que possa agravar a situação. Insetos no ouvido - Deite a vítima de lado com o ouvido afetado para cima. Pingue algumas gotas de azeite ou óleo para imobilizar o inseto. Espere alguns minutos e depois vire a vítima com o ouvido afetado para baixo: retire o inseto, já morto. Nariz - Faça a vítima ficar com a boca fechada e com a narina não afetada tampada com um dos dedos. Expelir o ar pela outra narina, forçando a saída do objeto estra-nho. Olhos - Jamais esfregue o olho ou tente retirar partículas encravadas no globo ocular. Feche os olhos da vítima para que as lágrimas limpem e expulsem o corpo estranho. Puxe a pálpebra superior para baixo, para deslocar a partícula. Depois, pingue água limpa com conta-gotas e peça para a vítima piscar. Se estas duas tentativas falharem, tente encontrar a partícula puxando para baixo a pálpebra inferior e para cima a pál-pebra superior. Após identificar o corpo estranho, retire-o com a ponta úmida de um lenço, suavemente.

Page 43: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

43

Hemorragias - A hemorragia, interna, externa ou mista, é causada pelo rompimento de vasos sanguíneos. As conseqüências variam de acordo com o volume e a veloci-dade com que o sangue se perde. Em quase todos os casos as hemorragias são gra-ves. Sintomas gerais - Se a perda de sangue for grande e rápida a vítima apresentará: palidez, pele fria, unhas e lábios sem cor ou ligeiramente azulados, tonturas, falta de ar, crescente fraqueza, sede, zumbidos no ouvido, suores frios, náuseas e vômitos, língua seca e voz fraca, queda de pressão arterial, batimento cardíaco fraco e rápido, com respiração acelerada e profunda no início passando a lenta e superficial posteri-ormente. Uma hemorragia abundante mata uma pessoa de 3 a 5 minutos. Use uma compressa seca e limpa feita com gaze, pano e, se o caso exigir, até mesmo um lençol. Pressio-ne com firmeza a compressa sobre o ferimento. Amarre a compressa para manter o local ferido bem firme com uma atadura de pano ou gravata. Trauma sem sinais de sangue Sintomas Gerais: Pulso fraco, palidez intensa, mucosas descoloridas, suores abun-dantes, pele fria e tontura (caso a vítima não esteja desmaiada). Deite o acidentado com a cabeça abaixo do resto do corpo, se o trauma não for na cabeça. Coloque uma compressa de gelo no local do ferimento. Cabeça: Coloque em uma posição mais alta que o resto do corpo, para evitar maiores complicações com fraturas no crânio ou derrame cerebral. Estômago: Sintomas: enjôo e náusea seguidos de vômito com sangue. Aplique com-pressas frias ou um saco de gelo sobre o estômago. Nunca dê nada para a vítima por via oral: pode ser fatal! Pulmões: Sintomas: tosse seguida de sangue vermelho brilhante. Deite a vítima com a cabeça mais baixa que o corpo. Não deixe que ela fale. Nasal: Vire a cabeça para trás apertando as narinas por mais ou menos 5 minutos. Caso necessário, coloque um tampão dentro da narina e uma toalha fria em cima do nariz. TTiippooss ddee hheemmoorrrraaggiiaass Artificial - É a mais perigosa. Sinais: Sangue vermelho-vivo, brilhante e claro, esco-ando forte e rápido, exceto em casos onde o ferimento é pequeno e a artéria tenha uma pequena espessura. Hemorragias internas desse tipo são difíceis de identificar. Venosa - Pode ser abundante ou não, depende do tipo de veia atingida. Sinais: san-gue vermelho escuro. Jorro contínuo, embora em pequena quantidade. Veias menores provocam menor pressão de sangue sobre o ferimento. Capilar - Geralmente não é perigosa. Causada por arranhões, esfoladuras etc. O sangue sai em forma de pequenas gotas, em pouca quantidade. A cor varia de verme-lho-claro ao vermelho escuro. O fluxo sanguíneo pára normalmente.

Page 44: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

44

Choques elétricos - Proteja-se durante o socorro: não toque no acidentado sem an-tes desligar ou interromper a corrente elétrica responsável pelo acidente. Se não en-contrar a chave da corrente elétrica ou não puder desligá-la, pegue uma vara, uma corda, ramo seco ou qualquer outro instrumento bem seco para afastar o fio elétrico da vítima. Esse tipo de acidente é seguido de paradas cardíacas e paradas respiratórias, podendo matar em apenas 5 minutos. Envenemamentos Sintomas: Mudanças de cor nos lábios e na boca seguida de dor (queimadura) na garganta e na boca. Aja imediatamente para impedir a absorção pelo organismo. Ten-te obter informações com a própria vítima. Procure indícios de veneno na boca ou frasco de veneno, embrulhos de drogas ou produtos químicos abertos por perto. En-contrando, veja no rótulo o antídoto. Um envenenamento pode ocorrer por ingestão, aspiração ou através da pele. Tipos Por ingestão - Não provoque vômitos - Ingestão de: soda cáustica; removedor de ferrugem; desinfetante sanitário; iodo; querosene; fluídos de isqueiro; gasolina e outras substâncias cáusticas. Não provoque vômitos também se houver inconsciência; con-vulsões; dor forte; sensação de boca queimada. Para provocar vômitos - Dê água morna com sal OU água com sabão OU passe o dedo indicador levemente na garganta da vítima. Repita a operação até o líquido vomi-tado sair limpo. Faça a vítima ingerir leite, batatas amassadas com água ou 4 claras de ovos batidas com um pouco de água. Por aspiração - Não deixe a vítima caminhar. Coloque-a em um local arejado e limpo; agasalhada e quieta. Pela Pele - Retire a roupa para evitar que resíduos do veneno continuem em contato com a pele.Lave rapidamente a pele com bastante água: mangueira; banho de chu-veiro ou torneira. Convulsões - São contrações involuntárias (não dependem da vontade da pessoa) dos músculos, causando movimentos desordenados, acompanhados geralmente de inconsciência. Nunca segure a vítima, não dê tapas, não jogue água. Crianças: se a convulsão for acompanhada de febre alta, mergulhe o corpo da criança em uma banheira ou bacia com água por cerca de 10 minutos. Adultos: Afrouxe a roupa da vítima e retire todos os seus ornamentos (jóias). Coloque a pessoa em um lugar seguro e confortável. Deixe a vítima se bater a vontade; apenas coloque um pedaço de pano entre os dentes para não haver mordidas na língua. Dei-xe a vítima dormir quando a convulsão acabar. Desmaios - Na maioria dos casos são provocados por emoções súbitas, nervosismo, fadiga ou fome, por causa da falta de sangue no cérebro. Sintomas: Palidez; suor forte; respiração e pulso fraco. Solte a roupa da vítima e dei-te-a de costas com a cabeça baixa. Agasalhe a vítima e coloque panos frios na testa e no rosto. Se a pessoa permanecer mais de 2 minutos desmaiada, leve-a ao pronto-socorro.

Page 45: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

45

Estado de choque - O estado de choque pode ser causado por fortes emoções, queimaduras e ferimentos graves e extensos, fraturas, hemorragias, terror, infecção, ataque cardíaco, esmagamentos, choques elétricos, envenenamento por produtos químicos, intoxicação alimentar, dor aguda, exposição a temperaturas extremas (muito frio ou muito calor). Sintomas: Respiração fraca, irregular e rápida; frios seguidos muitas vezes por tremo-res; pulso fraco e rápido; pele fria; palidez; náuseas e vômitos; visão turva. Como proceder? Afrouxe as roupas na região do pescoço, da cintura e do peito e coloque a vítima deitada. Mantenha a respiração estável. Retire dentaduras ou qual-quer outro objeto (caso tenha) da boca. Se a vítima estiver consciente dê -lhe algum líquido (água, chá etc.) para tomar.Vire a cabeça da vítima para o lado se ela estiver vomitando. Mantenha a vítima agasalhada com cobertores ou mantas. Mantenha a cabeça da vítima numa posição mais baixa que o corpo. Caso não haja fraturas, levan-te as pernas.

Page 46: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

46

1144 IINNCCÊÊNNDDIIOO

Um incêndio começa com a combustão de uma substância. Para ocorrer combustão, geralmente é necessário uma fonte de calor e de luz, além de oxigênio. O oxigênio, sozinho, não queima, mas ele é necessário para que a combustão ocorra, pois é através dele que as reações químicas ocorrem

liberando a energia que provoca as chamas. Quando a quantidade de oxigênio é limitada, a combustão é incompleta. Quando exis-te mais oxigênio, a combustão aumenta. Uma combustão muito rápida é chamada de explosão. Uma combustão incompleta provoca grande quantidade de fumaça, que possui partículas muito nocivas à saúde. Uma quantidade de CO (monóxido de car-bono) de 2% mata em uma hora. Com 10%, a morte é imediata. A combustão incom-pleta também gera outros gases venenosos, que se misturam com o ar e tornam-se explosivos. A colocação de placas específicas com dizeres de PERIGO - INFLAMÁ-VEL e PROIBIDO FUMAR reduz as chances de acidentes. O FOGO - Para apagar o início de um incêndio, é necessário primeiro identificar a sua classe. A maneira de controlar o fogo em materiais secos, como madeira, papel e pa-pelão é diferente daquela utilizada para incêndios com líquidos inflamáveis (óleos, graxas, gasolina etc.) ou para incêndios em equipamentos elétricos. Os incêndios podem ser eliminados quando se extingue o calor, o oxigênio ou ambos. Veremos a-gora a classificação dos incêndios.

Classe A - Incêndios em materiais secos combustíveis: tecidos, madeira, papel etc. Nesse caso, procura-se eliminar o calor, utilizando-se grandes quantidades de água ou agentes refrigerantes

Classe B - Incêndios em líquidos inflamáveis: óleos, graxas, gasolina etc. Nesse caso, procura-se eliminar o oxigênio, impedindo que a com-bustão continue ocorrendo. Aqui, utiliza-se o método do abafamento, geralmente com o uso de espumas.

Classe C - Incêndios em equipamentos energizados. Nesse tipo de in-cêndio, procura-se eliminar tanto o calor quanto o oxigênio. A primeira providência é o desligamento da energia elétrica. Depois, é necessário o uso de gases e pós.

Page 47: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

47

Extintores - Existem vários tipos de extintores, e eles devem ser utilizados de forma apropriada, conforme a classe do incêndio: Água Pressurizada - Só deve ser utilizado nos incêndios de classe A (materiais combustíveis).

Gás Carbônico - O Gás Carbônico (CO2) deve ser utiliza-do nas Classe B (líquidos inflamáveis) e C (eletricidade).

Pó Químico - Também é utilizado nas Classe B (líquidos inflamáveis) e C (eletricidade).

Os extintores devem estar em locais visíveis, de fácil acesso e onde exista a menor possibilidade do fogo bloquear o seu acesso. Os extintores não devem ficar nas pare-des das escadas e nem encobertos por pilhas de materiais. Para proteger eficiente-mente a área, devem existir extintores suficientes para que o operador não precise percorrer mais do que 20 metros entre o aparelho e o local mais afastado de seu raio de alcance, no caso de edificações com risco leve. Já no caso de risco médio, essa distância deve ser no máximo de 15 m e em riscos elevados, cai para 10 m. A sinali-zação dos extintores é feita com as cores vermelho e amarela. Há várias situações em que uma combustão pode ocorrer, são elas: Eletricidade - Incêndios podem ser provocados por descargas elétricas de forma es-pontânea e natural (através de relâmpagos) ou por curtos-circuitos ou atritos. A sobre-carga da fiação provoca um superaquecimento, o qual irá iniciar um incêndio. Também as faíscas em decorrência do uso de alguns equipamentos (soldas, por exemplo) po-dem propiciar o início de um incêndio. Gases - Botijões domésticos de gás de cozinha, cilindros de ar comprimido, cilindros de gás também representam um risco que pode provocar incêndios. A armazenagem de tais recipientes e seu transporte devem ser feitos com cuidado. Botijões e cilindros devem ser colocados em local isolado. A vistoria periódica das condições de bujões e cilindros é necessária para prevenir eventuais vazamentos.

Page 48: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

48

Líquidos - Existem vários líquidos que são altamente inflamáveis, como gasolina, ál-cool, nafta, óleos lubrificantes, óleo diesel, petróleo, tintas, solventes e outros. O trans-porte, armazenagem e manuseio de tais líquidos exige cuidados adicionais. Não de-vem ser utilizados fósforos, chamas ou quaisquer outros elementos que possam propiciar o início da combustão. Os equipamentos elétricos existentes nas proximida-des deverão ser blindados e à prova de explosão. Os recipientes dos combustíveis devem ser pintados com tinta que absorva menor quantidade de calor. Sólidos - Existem vários materiais cuja combustão ocorre mais facilmente. No entan-to, os elementos explosivos, tais como pólvora, dinamite, explosivos plásticos etc., são aqueles que exigem maiores cuidados. O depósito, transporte e manuseio de tais elementos também exigem cuidados especiais. Os depósitos devem estar em terreno firme, seco, a salvo de inundações e protegidos de mudanças de temperatura freqüen-tes ou ventos fortes. Os materiais devem ficar isolados do piso e afastados de pare-des e tetos, permitindo boa circulação de ar. A iluminação elétrica nos depósitos deve ser à prova de explosão, com interruptores instalados na parte externa. Combustão espontânea - Os raios solares, incidindo sobre superfícies secas podem gerar combustão. Faça uma experiência simples: coloque uma lente a pequena dis-tância de uma folha de papel em um dia claro. Aos poucos, você verá como a folha irá se tornando amarela, até iniciar-se uma pequena chama. É por isso que locais com materiais de fácil combustão precisam ser bem arejados, com temperatura e ilumina-ção controladas. Os incêndios podem acontecer em qualquer local: em casa, na empresa, no trânsito, na Natureza. Mesmo os incêndios provocados por agentes naturais, como raios, po-dem ser evitados, através do uso de pára-raios. As características dos incêndios em cada ambiente. TTiippooss

Domésticos - Incêndios domésticos são aqueles que ocorrem em uma residência, dentro de sua casa, no seu lar. Eles po-dem ser provocados por vazamentos de gás, problemas elé-tricos, descuidos na cozinha, brincadeiras de criança e cigarro. Todos esses fatores podem ser eliminados com alguns cuida-dos básicos.

Empresariais - Incêndios empresariais são aqueles que ocor-rem nas indústrias, no comércio, enfim, nos locais de trabalho. A gravidade deles está diretamente relacionada com o porte da empresa e com sua área de atividade. Empresas com mai-or número de funcionários e operando com materiais altamen-te inflamáveis representam um risco maior. No entanto, os incêndios no local de trabalho podem ser prevenidos e contro-lados com eficiência, desde que haja uma consciência tanto de patrões quanto de funcionários.

Page 49: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

49

Locais públicos - Incêndios em Igrejas, estádios, centros de convenção, clubes, cinemas e outros possuem características específicas, pois geralmente ocorrem quando existe uma grande concentração de público, o qual não está preparado para enfrentar um incêndio, nem conhece bem o espaço físico onde se encontra (saídas de emergência, por exemplo). O treinamento que os funcionários de uma empresa podem ter não se aplica aqui - daí as conseqüências de muitas mortes provocadas indiretamente pelo incêndio (pisoteamentos, que-das etc.).

Em trânsito - Os incêndios em trânsito são provocados, em geral, por abalroamentos, quando os combustíveis vazam e ocorre uma explosão. O incêndio pode se iniciar também atra-vés de tocos de cigarro jogados por motoristas e pedestres descuidados.

Na natureza - As queimadas podem ocorrer espontaneamente ou provocadas por acidentes (queda de balões, por exemplo). O fogo inicia-se sempre no chão, onde existe um acúmulo de folhas secas e pequenos vegetais que facilmente entram em combustão. As estações mais quentes e sem chuvas repre-sentam um perigo maior. O controle dos incêndios florestais muitas vezes é complicado, pois os locais são de difícil aces-so. Para controlar tais incêndios, procura-se criar barreiras para impedir a expansão do fogo, jogar água por via aérea ou utilizar outros materiais que abafem o fogo, como areia.

Prevenção de Incêndios - A prevenção a incêndios começa na construção de um prédio e não termina nunca, pois deve haver uma contínua vistoria de equipamentos e materiais. Além disso, a prevenção de incêndios também inclui o comportamento ado-tado pelas pessoas, um comportamento que deve visar sempre a segurança. Hábitos e comportamentos serão aprofundados no próximo fascículo. Uma construção inclui três níveis de preocupação: sua estrutura, o que ela contém e a decoração. Muitos itens decorativos são altamente inflamáveis. No entanto, os fabricantes, hoje em dia, estão buscando fornecer aos consumidores informações sobre a resistência dos mate-riais ao fogo, tais como tapetes, cortinas, divisórias etc. Existem casos em que é obri-gatório também a existência de elevadores de emergência (como em hospitais ou edi-ficações com mais de 20 pavimentos), ou dispositivos para ancoragem de cabos de resgate, bem como de pára-raios. Uma construção mais segura inclui equipamentos de proteção contra incêndios, tais como portas corta-fogo, saídas de emergência, escadas de incêndio, passarelas, lo-cais para resgate aéreo, iluminação de emergência, extintores, sprinklers, entre outros.

Page 50: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

50

Sistema de alarme - Os sistemas de alarme podem ser centrais, automáticos ou manuais, sonoros ou visuais. Os alarmes acionados manualmente devem estar localizados nas áreas comuns de acesso ou circulação, próximos aos pontos de fuga ou aos equipamentos de combate a incêndios. No caso de porões, casas de bombas, casas de máquinas, cabines de transformadores, depósitos ou edificações com carga de fogo superior a 120 kg/m2, o sistema deverá ser automatizado através de detetores. Exaustores - O exaustor retira a fumaça e outras impurezas existentes no ambiente. Assim, os focos de incêndio podem ser localizados com mais facilidade e reduz-se a possibilidade de intoxicações. Como a fumaça é mais leve que o ar, os exaustores devem ficar em aberturas localizadas em pontos altos. Somente no caso de gases mais pesados que o ar é que o exaustor deverá ser colocado no chão.

Portas Corta - Fogo - Fabricadas com material não inflamável e resistente ao calor e às chamas, as portas corta-fogo não permitem que um foco de incêndio se propague de um ambiente para outro. As portas corta-fogo devem resistir ao fogo, vedar chamas e gases e isolar termicamente os ambientes. A resistência das portas pode variar de 30 minutos a 120 minutos ao fogo. O fechamento deve ser automático, mas sem travas.

Saídas de Emergências - Devem ser mantidas livres, bem sinalizadas e iluminadas de forma adequada. A largura das saídas de emergência deve ser proporcional ao número de pessoas que por elas transitarem. As portas de acesso devem abrir no sen-tido do fluxo de saída. Devem estar sempre livres e desimpedidas, e bem sinalizadas. Escadas de Incêndio - As escadas podem ser comuns, protegidas, enclausuradas ou enclausuradas à prova de fumaça. Os degraus devem possuir superfície não escorre-gadia e estar em bom estado. Não podem ser em leque. Uma escada comum é aquela construída em concreto armado, e que resiste ao fogo por duas horas. Já uma escada protegida é aquela isolada por paredes resistentes ao fogo, que não possua risco de ser atingida por uma fonte geradora de calor. As portas de acesso devem resistir ao fogo no mínimo por 30 minutos. Uma escada enclausurada vai do último pavimento até o andar de descarga. As paredes que a envolvem devem resistir ao fogo por duas horas e suas portas de acesso devem ser do tipo corta-fogo. As antecâmaras são ventiladas por dutos. Fi-nalmente, as escadas enclausuradas à prova de fumaça são aquelas cujas paredes resistem ao fogo por um período de 4 horas. Todas as escadas devem ter corrimãos contínuos em ambos os lados. O corrimão não pode ser metálico. Cada andar deve ser bem sinalizado. Passarelas - Permitem que as pessoas, no caso de sinistro, passem de uma edifica-ção para um local protegido. O piso deve ser anti-derrapante, devem possuir corri-mãos, cobertura, e iluminação de emergência. Os acessos devem ser ligados ao sis-tema de alarme.

Page 51: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

51

Iluminação de Emergência - A iluminação de emergência

proporciona luz suficiente e adequada para permitir a saída rápida e segura dos ocupantes de uma edificação quando a alimentação

normal é interrompida. Garante a continuação do trabalho na-queles locais onde não pode haver interrupção da iluminação.

As luminárias devem resistir pelo menos uma hora a uma temperatura de 70o C. Não devem provocar ofuscamento (diretamente ou por reflexo). Também não podem reter fumaça, o que iria diminuir o rendimento luminoso. Devem impedir a propagação de chamas e, no caso de combustão, provocar um mínimo de gases tóxicos. Através da iluminação é fácil reconhecer obstáculos (grades, portas, mudanças de direção etc.). Como Agir em Incêndios O primeiro perigo a evitar é o pânico. É normal que as pessoas se assustem, mas ati-tudes precipitadas podem piorar a situação. Para evitar o pânico é necessário treina-mento - teórico e prático. Devem ser realizadas simulações freqüentes, até que a for-ma de agir no caso de um incêndio torne-se rotineira. Essas medidas podem salvar a sua vida: Proteja o corpo. Apesar do calor, procure colocar o maior número de roupas possível, de preferência umedecidas ou molhadas, pois evitará que as chamas atinjam sua pele. Proteja o nariz e a boca, para não inalar a fumaça tóxica. Improvise máscaras com panos. Busque a saída de emergência, com calma, sem correr. O ato de correr faz com que as chamas aumentem. Ande sempre junto à parede. Procure descer até o térreo. Não use elevadores. Não retorne ao local do incêndio até que esse tenha sido controlado. AAbbaannddoonnoo ddoo LLooccaall ddee TTrraabbaallhhoo Pare imediatamente o trabalho. Desligue a energia elétrica, caso não existam ordens em contrário (por exemplo: equi-pamentos que não podem parar). Feche o gás e as chamas abertas, seguindo as instruções de cada equipamento. Coloque tudo que for possível sobre as mesas, para deixar a passagem livre para os outros (por exemplo: bancos, cadeiras, caixotes). Ajude a formar filas, rapidamente, em frente aos corredores e saídas de emergência. Aguarde, em ordem, nas filas, esperando o sinal para prosseguir e ande devagar, em ordem, conforme treinamento. Procure manter um metro de distância entre cada pessoa da fila. Não grite, não faça barulhos desnecessários, não provoque confusões. Não saia da fila. Deixe o prédio seguindo as instruções e os exercícios de treinamento realizados. Não fique nos banheiros ou vestiários. Obedeça rapidamente aos comandos. Participe sempre dos treinamentos. Não se jogue dos andares mais altos.

Page 52: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

52

Resgate e Salvamento - Existem dois tipos de resgate e salvamento: um, quando são utilizados os recursos existentes no próprio local, na própria edificação. Outro, quando é necessário acionar equipes externas, geralmente o Corpo de Bombeiros. No primeiro caso, você vai contar com os recursos que foram estudados anteriormente (extintores de incêndios, portas corta-fogo, escadas, passarelas etc.). Acalme as pessoas. Não deixe que elas corram: correr ajuda o fogo a se propagar. Abafe as chamas com toalhas, cortinas ou cobertores. Role a vítima no chão para abafar as chamas. Utilize o extintor de pó químico na vítima, mas com cuidado para não atingir o rosto (pode provocarasfixia). Somente em último caso utilize o extintor de Co2 nas pessoas: é muito gelado e pode provocar um choque térmico. Remova a vítima para um local com ar puro. Remova tudo que possa prejudicar a respiração. Reanime a vítima através de respiração artificial e massagem cardiovascular (veja fascículo anterior). As queimaduras em decorrência dos incêndios podem ser de primeiro, segundo ou terceiro grau, conforme a profundidade da lesão. Queimaduras de primeiro grau são mais superficiais: a pele fica avermelhada e “arde” um pouco (por exemplo, o caso de queimaduras solares). Já nas queimaduras de segundo grau, formam-se bolhas. As queimaduras de terceiro grau, mais graves, atingem todas as camadas da pele: a su-perfície fica dura e a vítima não sente dor, pois as terminações nervosas da pele foram lesadas. No caso de queimaduras de primeiro grau, lave com água e depois faça um curativo com gaze embebido em vaselina líquida esterilizada. No caso das queimadu-ras de 2 e 3 graus, deixe a vítima deitada . Se as roupas ou outros objetos estiverem grudados, não tente retirá-los. Cubra apenas a lesão com um pano úmido e limpo. Não coloque qualquer substância (creme dental, pomadas, pós, clara de ovo) sobre as le-sões. No caso de braços e pernas queimados, procure mantê-los elevados. Sinais de lesões provocadas pela fumaça: rouquidão, chiado no peito, catarro escuro, pelos chamuscados nas narinas. A vítima pode estar com a traquéia, os brônquios ou os pulmões flamados ou queimados.

Page 53: 01   seguranca no-trabalho

SENAI/SC Segurança do Trabalho

53

RREEFFEERRÊÊNNCCIIAASS BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAASS SENAI. RS. Mapa de riscos ambientais. Porto Alegre. 1998 SENAI. SC. Segurança no trabalho. Florianópolis : SENAI/SC : Diário Catarinense. 1997, 06 volumes. (Ensino aDistância : cursos de aprimoramento Profissional). SENAI. SP. CIPA : comissão interna de prevenção de acidentes. São Paulo, 2000. SENAI. SP. Segurança. São Paulo, 2000. (Telecurso 2000 Profissionalisante). Dispo-nível em: <http//www.bibvirt.futuro.usp.br>. Acesso em: 15/10/00. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Segurança do Trablho. Brasília. Dispo-nível em: <http;//www.MTE.gov.br> Acesso em 06 de novembro de 2000. SEGURANÇA do trabalho. Disponível em : <http://sites. uol.com.br/segurancaonline /seguranca.htm>. Acesso em 05 de novembro de 2000. QUALITAS. Minicurso BS 8800. São Paulo. Disponível em < http://users.provider.com.br/ qualitas/qualitas_minicurso_bs8800.html> . Acesso em 13 de novembro de 2000.