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Workshop Ameaças Fitossanitárias Construção de uma política de combate à Helicoverpa armigera e outras pragas exóticas para o Estado de São Paulo Distribuição geográfica potencial de Helicoverpa armigera no estado de São Paulo e perspectivas para programas de controle biológico Maria Conceição Peres Young Pessoa Laboratório de Quarentena “Costa Lima”/Embrapa Meio Ambiente Campinas, 25 de setembro de 2013

III WSF, Campinas – Maria Conceição Peres Young - Distribuição geográfica potencial de Helicoverpa armigera no estado de São Paulo e perspectivas para programas de controle

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Apresentação feita no Workshop sobre Ameaças Fitosanitárias em Campinas, 09/2013.

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Page 1: III WSF, Campinas – Maria Conceição Peres Young - Distribuição geográfica potencial de Helicoverpa armigera no estado de São Paulo e perspectivas para programas de controle

Workshop Ameaças Fitossanitárias

Construção de uma política de combate à Helicoverpa armigera e outras pragas exóticas para o Estado de São Paulo

Distribuição geográfica potencial de Helicoverpa armigera no estado de São Paulo e perspectivas

para programas de controle biológico

Maria Conceição Peres Young PessoaLaboratório de Quarentena “Costa Lima”/Embrapa Meio Ambiente

Campinas, 25 de setembro de 2013

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Helicoverpa armigera (Hubner, 1808) (Lepidoptera: Noctuidae)

Altamente polífago

Hospedeiros principais – algodão, tomate, milho, soja, feijão

Outros hospedeiros: laranja, maçã, melão, framboesa, morango, trigo, milheto, girassol, mamona, amendoim, ervilha,grão-de-bico, lentilha, quinoa,sorgo, cevada, tabaco, feijão mungo, caupi, trapoeraba, quiabo, aspargo, caruru verde, maxixe, couve-flor, alface, alfafa, repolho, berinjela, melão de são caetano, zabumba, cravo, guandú, cártamos, tabaco, ançarina branca, siminho, joá, linho, jitirana, batata doce, batata, papoula, rosa, lucerna/luzerna (planta ornamental), trevo de Alexandria, árvores florestais (pinus),plantas silvestres (Acanthospermum spp, Datura spp., Gomphrena celosioides, Amaranthus spp., Cleome sp., Acalypha sp.), entre outras espécies

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Distribuição

» África

» Ásia

» Europa

» Oceania

» Agora:

» América do Sul e do Norte

Fonte:2007 (referenciando dados de 2006) http://www.fera.defra.gov.uk/plants/plantHealth/pestsDiseases/documents/helicoverpa.pdf

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Identificação de grandes produtores de cultivos hospedeiros principais em SP

» Fonte dos dados base: Projeto LUPA- CATI (2007/2008)

10 maiores produtores de cada cultivo

MILHO TOMATE ALGODAO SOJA FEIJAO

Itapeva Ribeirão Branco Itaí Guaíra Itaí

Itaí Apiaí Ouroeste Cândido Mota Capão Bonito

Itaberá Itapeva Leme Maracaí Itaberá

Capão Bonito Guapiara Itapeva Itapeva Taquarituba

Itapetininga Sumaré Riolândia Palmital Itapeva

Taquarituba Ribeirão Grande Paranapanema Miguelópolis Miguelópolis

Buri Capão Bonito Colômbia Morro Agudo Guaíra

Casa Branca Mogiguaçu Barretos Ipuã Paranapanema

Angatuba Elias Fausto Piraçununga Campos Novos Paulista Itararé

São Miguel Arcanjo Moji das Cruzes Mira Estrela Ituverava Itapetininga

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Localização das áreas de principais cultivos hospedeiros em SP

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Entre os dez maiores produtores dos cultivos hospedeiros principais:

a) Itapeva (sudoeste do estado): 1º produtor de milho; 3° produtor de tomate; 4° produtor de algodão;4º produtor de soja;5° produtor de feijão;Próximo a vários outros produtores;

b) Guaíra (norte do estado):1º produtor de soja;7º produtor de feijão;Próximo a vários outros produtores

Obs> Avaliou-se também a disponibilidade de dados climáticosapós 2000 e a região de localização do município para a priorização

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Identificação das áreas de cultivos hospedeiros preferenciais em estados próximos à SP

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Estimativas de desenvolvimento de Helicoverpa armigera por constantes térmicas nas condições climáticas das regiões sudoeste (Itapeva) e norte (Guaíra)

Método:Levantamentos:a) necessidades térmicas das fases de desenvolvimento H. armigera e duração do período pré-oviposição da fêmea adulta em função da temperatura;b)períodos de plantio e colheita; c) informações climáticas dos últimos 10 anos – CIIAGRO;

Cálculos:d) Tmax e Tmin médias mensais;e) cálculo do tempo de desenvolvimento do inseto baseado nas exigências térmicas das suas diferentes fases, consideradas no mês do desenvolvimento durante o período de cultivo hospedeiro avaliado;

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Ciclo de vida em constantes térmicas de desenvolvimento de fases imaturas

Fase Ovo : Limiar inferior desenvolvimento: 10,5 °C; necessidades térmicas para troca de fase : 51 GD;

Fase Lagarta (incluindo pré-pupa): Limiar inferior desenvolvimento: 11,3 °C; necessidades térmicas para troca de fase: 215 GD;

Fase Pupa: Limiar inferior desenvolvimento: 13,8 °C; necessidades térmicas para troca de fase: 151,8 GD;

Fonte: Jallow & Matsumura (2001) - Base da observação para as constantes térmicas: 13,3 °C a 32,5 °C

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Exemplo: Estimativas de desenvolvimento de Helicoverpa armigera na região sudoeste – região de Itapeva

Períodos de cultivos :

Fonte das informações: IBGE-LSPA(2012); BRADESCO RURAL(2013); DELEO & TRUPPEL(2010); PAGLIUCA & SABIO (2008); SILVA & MARTINI (2006); AFAM, (2013).

tomate

Feijão também plantado em julho

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FEIJÃOOutubro

Novembro

Dezembro

Julho

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SOJA

Outubro

Novembro

Dezembro

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Tomate – Observação de diferentesperíodos de inicio da infestação

NOVEMBRO

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Alguns resultados – Geral

SOJA – plantio em outubro

Região Norte:3 gerações com pupas da 4ª geração no inicio da colheita (120 dias de idade da planta) – Ciclo médio (Ovo até emergência do adulto): 30,7 ± 0,6 dias;4 gerações com larvas da 5ª geração em desenvolvimento no pico de colheita da região sudoeste (130 dias idade da planta) – Ciclo médio: 30,5± 0,6 dias;6 gerações com larvas da 7ª geração em desenvolvimento se colheita estendida até inicio de maio – Ciclo médio: 30,7± 0,8 dias;

Região Sudoeste :2 gerações completas;Pupas da 3ª geração em desenvolvimento no solo na colheita;Ciclo médio: 48,0 ± 14,1 dias

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FEIJÃO

Região Norte:Plantio em outubro:2 gerações completas;pupas da 3ª geração em desenvolvimento ao final da maturação; Ciclo médio: 30,5 ± 0,71dias

Região Sudoeste :Plantio em outubro:1 geração completa;Pupas da 2ª geração em desenvolvimento no solo na colheita;Ciclo: 58,0 dias

Plantio em julho: 1 geração completa;Pupas da 2ª geração em desenvolvimento no solo na colheita;Condições climáticas do período favoráveis à indução de diapausa pupal;Ciclo: 55,0 dias

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TOMATE – plantio em NOVEMBRORegião Norte:5 gerações completas;Pupas da 6ª geração em desenvolvimento no solo se colheita em abril - Ciclo médio (até abril): 30,4 ± 0,6 dias; Com colheita em maio, 6 gerações completas - Ciclo médio (até maio): 30,7 ± 0,8 dias;Com colheita em junho, 6 gerações completas com ovos da 8ª geração em desenvolvimento- Ciclo médio (até junho): 32,6 ± 5,1 dias

Região Sudoeste :3 gerações completas com mariposas na colheita, quando considerado o período usual de colheita na região (130 dias de idade da planta) - ciclo médio: 40,7 ± 9,0 dias;4 gerações completas com pupas da 5ª geração em desenvolvimento, quando considerado período estendido de colheita (até 210 dias de idade da planta - maio) – Ciclo médio: 40,2 ± 7,4 dias) e temperaturas favoráveis à indução de diapausa pupal

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ALGODÃO – plantio em OUTUBRO

Região Norte:4 gerações completas; Larvas da 5º geração no inicio da colheita;Ciclo médio: 30,5 ± 0,6 dias

Região Sudoeste :3 gerações completas; Mariposas adultas no início da colheita;Ciclo médio: 44,0 ± 12,2 dias

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MILHO - plantio em OUTUBRO

Região Norte:4 gerações completas; Ovos da 5ª geração em desenvolvimento na colheita;- Ciclo médio: 30,5 ± 0,6 dias

Região Sudoeste :2 gerações completas; Pupas da 3ª geração em desenvolvimento na colheita;- Ciclo médio: 48,0 ± 14,1 dias

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Potencial favorecimento à migração oudispersão de H. armigera para outras áreas de SP: Massas de ar

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Laranja – hospedeiro secudário

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POTENCIAIS BIOAGENTES DE CONTROLE:

Cultivo de aldodão: parasitoides Bracon brevicornis, Bracon kirkpatrick, Campoletis chlorideae, Drino imberbis, Goniophthalmus halli, Meteorus laphygmarum , Microchelonus blackburni, Trichogramma chilonis, Trichogramma closterae, Trichogramma cordubensis, Trichogramma dendrolimi, Trichogramma evanescens, Trichogramma fasciatum, Trichogramma perkinsi, Trichogramma pintoi, Trichogramma semifumatum e Trichogramma urquijoi; predadores Chrysopa formosa; Chrysopa intima; Chrysoperla carnea; Chrysoperla sinica; Coccinella septempunctata; Erigonidium graminicolum, Harmonia axyridis; Hippodamia variegata; Laius venustus; Microchelonus discoidalis, Misumenops tricuspidatus, Nabis capsiformis, Orius albidipennis, Orius minutus, Propylea japônica e Xysticus croceus;

Cultivo de milho: parasitoides Trichogramma chilonis, Trichogramma fasciatum, Trichogramma perkinsi e Trichogramma semifumatum;

Cultivo de feijão: parasitoides: Capdosoma truncatellum, Cotesia kazak, Cotesia ruficrus, Hyposoter didymator, Trichogramma chilonis, Trichogramma fasciatum, Trichogramma perkinsi e Trichogramma semifumatum;

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Cultivo de tomate: parasitoides: Charops bicolor, Cotesia kazak, Cotesia marginiventris, Drino imberbis, Eucelatoria bryani, Exorista larvarum, Goniophthalmus halli, Hyposoter didymator, Linnaemya longirostris, Telenomus remus e Trichogrammatoidea armigera;predador: Sycanus indagator.

Cultivo de soja: parasitoides: Trichogramma pretiosum, Trichogramma exiguum, Trichogramma australicum, Trichogramma pretiosum, Microplitis croceipes, Habrobracon brevicornis, Habrobracon hebetor, Cardiochiles nigriceps, Chelonus insularis, Apanteles marginiventris, Meteorus sp., Apanteles ruficrus, Apanteles kazak, Microplitis demolitor, Microplitis rufiventris, Chelonus inanitus, Chelonus versalis, Campoletis sonorensis, Netelia sp., Hyposoter didymator, Heteropelma scaposum, Barylypa humeralis, Campoletis chlorideae, Pristomerus spp., Charops spp., Telonomus spp., Archytas marmoratus, Eucelatoria bryani, Lespesia archippivora, Winthemia sp., Chaetophthalmus dorsalis, Palexorista laxa, Exorista fallax, Goriophthalmus halli, Palexorista sp. e Paradrino halli. predadores: Scymnus moreletti, Exochomus flavipes, Cheilomenes propinqua, Hippodamia varigata, Coccinella sp., Calosoma spp., Pheidole spp., Myrmicaria spp., Dorylus spp., Campylomma sp., Orius thripoborus, Cardiastethus exiguous, Orius albidipenrzis, Orius tantillus, Blaptostethus sp., Cardiastethus sp., Sycanus indagator, Pristhesancus papuensis, Podisus maculiventris, Nabis spp., Geocoris punctipes Chrysoperla carnea.

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Obrigada!!! Contato:

[email protected]

Laboratório de Quarentena “Costa Lima”Embrapa Meio Ambiente

Jaguariúna/SP

Informações de trabalhos realizados por: Maria Conceição P. Y. Pessoa, Jeanne Scardini Marinho-Prado e Luiz Alexandre Nogueira de Sá