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Ludoterapia Mestrado em Psicologia Clinica e Aconselhamento Telma Paz

Ludoterapia

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Ludoterapia

Mestrado em Psicologia Clinica

e Aconselhamento

Telma Paz

Ludoterapia

• A palavra ludoterapia deriva da palavra inglesa

play-therapy, que numa tradução literal quer

dizer terapia pelo brincar.

(Homem, 1999)

A ludoterapia teve origem, numa tentativa em

aplicar a terapia psicanalítica em crianças.

Mas foi possível verificar que as crianças não tinham

a mesma facilidade em fazer associações livres como

os adultos.

Ludoterapia

(Dorfman,1992).

Foi feita uma transformação na técnica clássica com o intuito de

conquistar a confiança das crianças.

Ludoterapia

Ana Freud (1971) que por vezes brincava com as crianças, suas clientes,

iniciou assim a transformação. Embora a abordagem não tinha como

pretensão a terapia através do jogo, mas, mais ao nível do envolvimento

emocional entre a criança e neste caso o analista.

Melanie Klein estava convicta de que as actividades lúdicas das

crianças, tinham a mesma importância que as

associações livres na terapia com adultos.

Ludoterapia

Foi designada de Ludoanálise esta abordagem e tinha como objectivo a redução da

ansiedade da criança e, assim, dar-lhe uma noção do valor da análise para ela.

Ludoterapia

A ludoterapia é realizada com crianças a partir

dos 2/3 anos até cerca dos 12 anos.

O trabalho desenvolvido é no sentido da

organização da criança, isto é, um espaço onde a

criança possa lidar com os seus problemas através

da brincadeira.

(Axline, 1972).

• Sendo o jogo a forma de expressão da criança

procura-se facultar à criança um ambiente

sem julgamentos ou criticas onde ela se possa

exprimir, sem receios.

Ludoterapia

(Axline, 1972).

Num ambiente acolhedor e

coberto por segurança e

compreensão a criança pode

brincar como quiser e com o

que preferir, totalmente

liberta para ser quem

quiser.

(Axline, 1972).

Linguagem

• Bergman (1998) afirma que o brincar é

uma forma de linguagem. A maior parte

das características desta linguagem pode ser

constatada logo nos primeiros contactos das

crianças com os seus pais.

Linguagem

As mães ou as pessoas responsáveis pelos cuidados dos bebés

ajudam-nos a brincar, desde muito pequenos, quando

interagem com eles. Através de uma atitude e de uma

linguagem segura, esses adultos estabelecem com os bebés

laços de confiança que possibilitam o início do brincar.

Bergman (1998)

Linguagem

É considerado como uma linguagem, uma vez que permite às

crianças comunicar com as outras pessoas e iniciar a

compreensão, desde muito cedo, de que podem suportar e

representar a ausência temporária das pessoas que amam,

substituindo-as pelas primeiras brincadeiras.

Bergman (1998)

Ludoterapia

A capacidade que o individuo tem para

se auto-organizar mediante condições

óptimas está subjacente à ludoterapia

não directiva.

(Axline, 1972).

Ludoterapia

A terapia não directiva tem por prossuposto

que a criança tem dentro de si a capacidade

para resolver os seus dilemas satisfatoriamente

bem como um impulso para o crescimento,

para a maturidade.

(Axline, 1972).

Assim, começa-se onde a criança está e

vamos tão longe quanto ela for capaz. Por

esta razão a autora defende não existir

necessidade de haver entrevistas de

diagnóstico antes da ludoterapia.

Ludoterapia

(Axline,1972).

Ludoterapia

Aquilo que é impeditivo de

crescimento é uma experiência

bloqueadora. Buscar o passado,

elimina a possibilidade de ter havido

crescimento nesse espaço de tempo.

(Axline, 1972).

Ludoterapia

(Axline, 1972).

Se a criança considerar pertinente falar de

algo que tenha experienciado no passado,

deve certamente ser alvo da atenção do

terapeuta, mas sempre sem forçar questões

ou problemáticas.

Ludoterapia

No espaço entre a criança e o terapeuta, o

relacionamento desenvolvido permite que a

criança possa revelar o seu verdadeiro eu.

(Axline, 1972).

Ludoterapia

Podemos fazer esta terapia

individualmente, somente

com a criança alvo da

intervenção que foi trazida

ao terapeuta, mas também

é possível fazer ludoterapia

em grupo.

(Axline, 1972).

Em grupo, a criança convive

com outras crianças o que

obriga o terapeuta a estar

atento às suas interações e

conseguir respeitar os

sentimentos de cada uma

presente.

Ludoterapia

(Axline, 1972).

Indicado, para quando existe uma problemática

de ajustamento social.

Terapia de Grupo

Se estivermos perante uma situação de

dificuldades emocionais.

Terapia Individual

Ludoterapia (grupo)

Nestes casos, os colegas devem ser

escolhidos pela criança e não pelo

terapeuta.

Como curiosidade, podemos verificar que

por norma estas crianças escolhem

alguns colegas tímidos e inseguros.

(Axline, 1972).

Ludoterapia (grupo)

lugar seguro que lhes permite brincar com liberdade e

assim melhorar também a sua estima e segurança

(Axline, 1972).

Estas crianças não são trazidas a terapia porque não revelam sintomas que

justifiquem, mas quando isto surge, acabam também por se beneficiadas de um

Características da sala - Ludoterapia

Ainda que não seja essencial uma sala mobilada e somente dedicada para este fim...

(Axline, 1972).

Existindo a possibilidade de uma sala específica, o ideal será a insonorização,

lavatório com água quente e fria, janelas com a devida protecção, chão e tecto

com material de fácil limpeza, aparelhos de filmagem ou gravação (para estudo e

análise do caso) mas de preferência sem estarem visíveis para que a criança não

perceba que está a ser observada.

Características da sala - Ludoterapia

biberão

(Axline, 1972).

Fundamental

Bonecos que formem uma família

casinha de bonecas mobilada

animais ferozes e domésticos

mesa, cadeiras

fogão

fantoches

lápis de cor

plasticina areia

água policia, ladrão

telemóvel

Características da sala - Ludoterapia

Devem estar em fácil acesso para que a criança consiga alcançar.

Também devem estar todos visíveis para que a escolha da criança ao ir

brincar seja com base em todas as possibilidades existentes e não com

base em meia dúzia de hipóteses sugeridas pelo terapeuta, o que só por

si pode condicionar a expressão da criança.

(Axline, 1972).

Os brinquedos…

O terapeuta tem um papel

importante, como tal a sua

actuação é considerada como

uma das chaves para o sucesso

da terapia.

Deve haver um ambiente de

relaxamento que promova a

(Axline, 1972).

segurança e leve a criança a sentir confortável para compartilhar o seu mundo.

Ludoterapia

Deve ainda ter uma postura permissiva e de aceitação, honesta e estar à

vontade com a criança. Em nenhum momento o terapeuta deve

demonstrar qualquer tipo de insegurança nas capacidades da criança.

(Axline, 1972).

A postura deve ser de sensibilidade e atenção a

tudo o que a criança faz e diz.

Ludoterapia

Aquilo que acontece durante a sessão

é mantido em confidencialidade e

não deve ser transmitido a terceiros,

mesmo que sejam pais ou professores.

(Axline, 1972).

Ludoterapia

O cuidado com o envolvimento emocional com a

criança deve ser levado muito a sério, isto porque

tal pode desvirtuar a terapia.

Em suma, a autora afirma que o sucesso da

terapia tem início com o terapeuta.

(Axline, 1972).

Ludoterapia

1) O terapeuta deve desenvolver um bom relacionamento com a

criança, de forma a que se estabeleça o rapport.

(Axline, 1972).

8 princípios básicos que devem guiar o terapeuta:

É no primeiro contacto que começa a estruturação. São as primeiras palavras que

estabelecem o “rapport” e um sorriso ajuda ao processo.

Ludoterapia

2) O terapeuta aceita a criança exactamente como ela.

(Axline, 1972).

É demonstrada através da atitude do terapeuta, que deve ser amigável,

tranquila e ao mesmo tempo firme.

Ludoterapia

(Axline, 1972).

3) O terapeuta estabelece uma sensação de permissividade no

relacionamento, de tal modo que a criança se sinta completamente livre

para expressar seus sentimentos.

Ludoterapia

4) O terapeuta está sempre alerta para identificar os sentimentos que a

criança está a expressar e reflectindo-os para ela, de tal forma que ela

adquira conhecimento sobre seu comportamento.

(Axline, 1972).

Ludoterapia

5) O terapeuta mantém profundo respeito pela capacidade da criança

resolver seus próprios problemas, dando-lhe oportunidade para isto. A

responsabilidade de escolher e de fazer mudanças é deixada à criança.

(Axline, 1972).

O respeito pela criança, baseasse na premissa de que a mesma tem capacidade para

solucionar os seus próprios problemas desde que lhe seja dada uma oportunidade, mas a

responsabilidade da escolha ou mudança é da criança.

Ludoterapia

6) O terapeuta não tenta dirigir as acções ou conversas da criança de

forma alguma. Ela indica o caminho e o terapeuta segue.

(Axline, 1972).

A criança é quem indica o caminho, o terapeuta acompanha, não tenta dirigir nem

subtilmente.

Ludoterapia

7) O terapeuta não tenta abreviar a duração da terapia. O processo é

gradual e assim deve ser reconhecido por ele.

(Axline, 1972).

Este é um processo e como tal o terapeuta tem de conseguir segurar intenções de

avanço para coisas que até lhe pareçam pertinentes lidar.

Ludoterapia

8) O terapeuta estabelece somente as limitações necessárias para

fundamentar a terapia no mundo da realidade e fazer a criança

consciente da sua responsabilidade no relacionamento”.

(Axline, 1972).

Os limites quando usados com inteligência servem até para estabelecer uma ligação entre

a sessão da terapia e o mundo da realidade

Conclusão

No espaço entre a criança e o terapeuta, o relacionamento desenvolvido

permite que a criança possa revelar o seu verdadeiro eu.

A ludoterapia é um método de intervenção com crianças e que

está intimamente ligada à conduta do próprio terapeuta.

O sucesso da terapia tem início no comportamento do terapeuta.

Obrigada