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Teoria Pragmatista da Comunicação Diálogos entre Russil e Craig 24.06.2015 24.06.2015 São Paulo São Paulo

Pragmatismo no campo da comunicação (1)

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Teoria Pragmatista da ComunicaçãoDiálogos entre Russil e Craig

24.06.201524.06.2015

São PauloSão Paulo

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PRAGMATISMO – ORIGEM E TRAJETÓRIA PRAGMATISMO – ORIGEM E TRAJETÓRIA

• 1872/1874 - “Clube Metafísico” (EUA) – formado por jovens estudantes, ao qual pertenciam, entre outros, Peirce, James, F. E. Abbot e C. Wright - o pragmatismo americano começou a tomar forma.

• 1877/1878 – publicação de dois artigos no Popular Science Monthly, um dos principais periódicos científicos internacionais, quando Charles Sanders Peirce apresentou a primeira teoria pragmatista no artigo How to Make Our Ideas Clear.

• Não foi suficiente para alcançar notoriedade, nem mesmo no meio acadêmico e intelectual norte-americano.

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PRAGMATISMO OU PRAGMATICISMO? PRAGMATISMO OU PRAGMATICISMO?

• Vinte anos depois, William James, apesar de assumir a sua inspiração em Peirce, ampliou o escopo originalmente conferido ao pragmatismo, obtendo maior êxito junto ao público e sendo difundido além das fronteiras do país de origem.

• Peirce, em 1904, tentou mudar o termo pragmatismo para“pragmaticismo” (segundo ele, “uma palavra feia o suficiente para ser salva de sequestradores”) numa tentativa de diferenciá-lo da doutrina de James.

• Mas já era tarde,pois o pragmatismo já havia se transformado em um

movimento intelectual.

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PEIRCE, JAMES E DEWEY

• Em que, afinal, consiste o núcleo teórico do pensamento pragmatista?

• Aplicações no campo da Teoria Social e da Teoria Política

• Os três elementos tidos como constitutivos da matriz pragmatista: o antifundacionalismo, o consequencialismo e o contextualismo

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APOGEU E DECLÍNIO DO PRAGMATISMO

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• Na metade do sec. XX, o pragmatismo experimentou o declínio, com críticas de várias fontes e lugares (Bertrand Russel e Max Horkheimer atacaram os pragmatistas, em especial, James e Dewey) sendo praticamente banido dos meios intelectual e acadêmico pela filosofia crítica (sobrevida do interacionismo).

• Ressurgimento do pragmatismo, a partir da última quinzena do sec. XX, não apenas no campo da filosofia, mas também em outros domínios, como ciências sociais, direito e literatura.

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“NEO”PRAGMATISMO

• Atualizar os estudos dos pragmatistas clássicos, acrescentando novas temáticas e novos autores: “ volta do pragmatismo ...como produto de uma fusão entre filosofia analítica e pragmatismo” (Ghiraldelli Jr., 2007).

• Os filósofos Hilary Putnam e Richard Rorty (este aproveitou muito a filosofia de Davidson) são considerados os dois principais filósofos pragmatistas da transição do sec. XX para o XXI. Também Habermas “converteu-se “ ao pragmatismo (p.13).

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TEORIA DO PRAGMATISMO

• Em que consiste o pragmatismo?

• (...) Uma teoria que nos permite compreender antigas teorias e, ao mesmo tempo, criar outras novas; um método para conferir significado a conceitos e concepções; um meio de dar sentido à realidade e à ação através da teoria; um propósito de experimentar incessantemente novas formas de pensar e também de reexperimentar aquelas que já são conhecidas (Pogrebinschi, 2005, p.15).

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Inclusão do Pragmatismo como oitava tradição nometamodelo constitutivo de Craig a partir de Russil(2004, 2005)Pragmatismo: oitava tradição ou metamodelo em simesmo?

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Inclusão do Pragmatismo como tradiçãoInclusão do Pragmatismo como tradição

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SOBRE A MATRIZ METATEÓRICA DE TRADIÇÕES SOBRE A MATRIZ METATEÓRICA DE TRADIÇÕES

Quais são as delimitações do campo da comunicação?

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1. Considerar os aportes de Russil2. Apresentação das bases do metamodelo

constitutivo (matriz)3. Revisão do proposto por Russil: tradição

pragmatista e metamodelo como teoria pragmatista de primeira ordem

4. Implicações para os debates no campo

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O ARTIGO O ARTIGO

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O APORTE DE RUSSIL (2004, 2005)O APORTE DE RUSSIL (2004, 2005)

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1. O livro não é um guia que contém um “cardápio” organizado de tradições teóricas a seguir.

2. Entendê-lo assim poderia levar o pesquisador a um isolamento em uma corrente escolhida, escapando da abordagem dialética e dialógica proposta.

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AS TRADIÇÕES NÃO CONSTITUEM UM MANUAL AS TRADIÇÕES NÃO CONSTITUEM UM MANUAL

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1. Russil apresenta um caso de conceito de comunicação baseado na incomensurabilidade e no pluralismo

2. O trabalho de Russil é útil para o campo ao propor uma concepção pragmatista da comunicação, e não por partir da epistemologia não-fundamentalista e antiessencialista do Pragmatismo

3. Os problemas da comunidade pluralista são problemas genuinamente sociais

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RESUMO DOS APORTES DE RUSSILRESUMO DOS APORTES DE RUSSIL

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1. Situa a teoria da comunicação NO processo de comunicação social que ao mesmo tempo constitui e regula a comunicação como prática socialmente construída

2. A comunicação é o processo primário da construção social de mundos com significado (não é canal, não é representação da realidade)

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O METAMODELO CONSTITUTIVOO METAMODELO CONSTITUTIVO

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1. Os debates sobre teorias da comunicação são debates sobre as implicações práticas de conceber a comunicação de uma forma ou de outra

2. Toda teoria, ainda que não seja de primeiro nível, informa o campo e é em si mesmo constitutiva

3. O metamodelo é em si mesmo UMA POSSIBILIDADE entre outras, sem que exista um critério de falsidade

4. Teorizar a comunicação é uma forma (tentativa) de nos comunicarmos sobre a comunicação

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A TEORIA DA COMUNICAÇÃOA TEORIA DA COMUNICAÇÃO

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A teoria da comunicação torna-se um campo coerente de práticas metadiscursivas com implicações para a prática da comunicação.

As tradições:São diferentes formas de conceber a comum.São fruto de crenças compartilhadas e da

problematização de temas específicos

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A TEORIA DA COMUNICAÇÃO NO METAMODELO A TEORIA DA COMUNICAÇÃO NO METAMODELO CONSTITUTIVOCONSTITUTIVO

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Tradição Nível 1 Nível 2

Retórica

Semiótica•Definição de comunicação

•O problema da comunicação

•Vocabulário metadiscursivo

•Lugares comuns metadiscursivos

Fenomenológica Interação discursiva entre as tradições: como discordam na abordagem de problemas práticos.

Cibernética

Sociopsicológica

Sociocultural

Crítica

Pragmatista

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A MATRIZ DE TRADIÇÕESA MATRIZ DE TRADIÇÕES

A matriz é dinâmica, historicamente datada e local.

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1. Deve conter um corpo substancial de pensamento

2. Uma concepção única (própria) da comunicação3. Visão específica do problema da comunicação4. Vocabulário metadiscursivo próprio5. Um corpus de crenças compartilhadas ou a

serem desafiadas6. Ponto de partida comum para argumentação

com outras tradições

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REGRAS PARA INCLUSÃO DE TRADIÇÕES NA MATRIZREGRAS PARA INCLUSÃO DE TRADIÇÕES NA MATRIZ

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Projeto: recuperar e reconstruir a Teoria dos Públicos de Dewey como uma teoria pragmatista da comunicação renovada (Foucault/Carey).

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OS APORTES DE RUSSILOS APORTES DE RUSSIL

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A TRADIÇÃO PRAGMATISTAA TRADIÇÃO PRAGMATISTA

Dewey (teoria transacional da comunicação): responde à incomensurabilidade baseando-se em James e Mead.

“(…) introduz um maior grau de contingência à teorização do processo de comunicação para além daquilo que é geralmente acomodado pelas teorias interacionistas da comunicação’’ (Russil, 2004)

Tripla contingência

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1. Responde à incomensurabilidade baseando-se no empirismo radical e pluralismo de James e no interacionismo de Mead

2. “Introduz um maior grau de contingência à teorização do processo de comunicação para além daquilo que é geralmente acomodado pelas teorias interacionistas da comunicação” (Russil, 2004)

3. Tripla Contingência (Dewey)

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TEORIA TRANSACIONAL DA COMUNICAÇÃO – DEWEY 1927TEORIA TRANSACIONAL DA COMUNICAÇÃO – DEWEY 1927

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• Empirismo radical (James) – crítica de Locke, que considerava que o conhecimento provém da experiência, interpretada por faculdades mentais racionais inatas.

• James conclui que o conhecimento das coisas e das relações entre as coisas provém diretamente da experiência vivida.

• A constituição da subjetividade também é compreendida como um processo empírico de ensaio e erro e de seleção natural de construções linguísticas de si e do mundo – empirismo radical no naturalismo pragmático (Rorty 1989, ver Ramberg)

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CONCEITOSCONCEITOS

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• Não é possível que duas mentes “conheçam” o mesmo (que construam exatamente o mesmo conhecimento, pois conhecer não é representar).

• A “mesmice” é um processo radicalmente vinculado ao tempo e a perspectivas incomensuráveis

• Ver texto “Nem rara, nem ausente - tentativa” de J. L. Braga (revista Matrizes) para discussão entre a postura pragmatista (Braga) e representacionista (Marcondes).

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IMPLICAÇÕES DO EMPIRISMO RADICAL PARA A COMUNICAÇÃOIMPLICAÇÕES DO EMPIRISMO RADICAL PARA A COMUNICAÇÃO

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• Rara quando ocorre no que Braga nomeia como “momento auspicioso” do processo comunicativo (uma possibilidade entre milhares de não-possibilidades)

• Tentativa porque a única coisa possível são aproximações intencionais, ensaios sucessivos

• A comunicação cria algo novo (não é sinônimo de igualdade na produção de sentido)

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NEM RARA, NEM AUSENTE - TENTATIVANEM RARA, NEM AUSENTE - TENTATIVA

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Contingência única – linear = A → BA seleciona contingentemente a mensagem para influenciar B.Dupla Contingência – interacionista = A ↔ BAs incomensurabilidades de A e B determinam juntas a mensagem

(momento de igualdade relativa).Tripla Contingência – pluralistaA interação entre A e B é contingente na consciência reflexiva das

ações e interesses de vários outros não presentes na interação (comunidade pluralista).

O PÚBLICO OU COMUNIDADE PLURALISTA É O LUGAR E CONTEXTO DA INTERAÇÃO COOPERATIVA ENTRE PERSPECTIVAS INCOMENSURÁVEIS.

Anedota: Russil incorpora Focault (em Craig, criptopragmatista)

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A TRIPLA CONTINGÊNCIAA TRIPLA CONTINGÊNCIA

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O APORTE DE RUSSIL PARA A MATRIZ CONSTITUTIVAO APORTE DE RUSSIL PARA A MATRIZ CONSTITUTIVA

Problema Incomensurabilidade (empirismo radical de James)

Vocabulário Democracia, públicos, poder, crítica, responsabilidade (resposta-habilidade), tripla contingência

Argumentos para plausibilidade

Interdiscursos

Pragmatismo Por que só agora, se está nas bases fundacionais da história do pensamento que permite o erigir das ciências humanas como ciências, entre elas a comunicação?

Para Russil, as teorias de James e Dewey costumam ser apresentadas em fragmentos, não em sua totalidade.

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MODELO CONSTITUTIVO E COMUNICAÇÃO

• Um modelo constitutivo permite ver a comunicação em si como uma prática construída socialmente e a teoria da comunicação como uma maneira prática de participar de um discurso social sobre as normas dessa prática (Craig, 2006).

• De mero condutor, a comunicação passa a ser o principal processo social pelo qual o nosso mundo comum e cheio de significado é construído.

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TRADIÇÃO PRAGMATISTA DA TEORIA DA COMUNICAÇÃO

• Russil (2004, 2005) encontrou uma conceituação da comunicação distinta no coração do pensamento pragmatista; Craig segue a elaborar essa tradição, inserindo-a na matriz teórica.

• Nessa tradição, a comunicação é a prática da comunidade pluralística, e problemas na comunicação surgem pela incomensurabilidade – a impossibilidade de tradução entre pontos de vista diferentes ou a mensuração destes por um padrão comum.

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Elementos Essenciais

Comunicação teorizada como: Comunidade pluralística; coordenação de

atividades práticas através do discurso e da

investigação reflexiva.

Problemas da comunicação teorizados como: Incomensurabilidade, contingência tripla, não

participação, não reflexividade ou dogmatismo,

práticas de discurso deficientes.

Vocabulário metadiscursivo como: Práticas, discurso, pluralismo, responsabilidade,

perspectiva, reflexão, crítica, interesse,

propósito, consequências, cooperação,

colaboração, comunidade, interação,

participação, interdependência.

PRAGMATISMO NO CAMPO DA TEORIA DA COMUNICAÇÃO (UMA RECONSTRUÇÃO PROVISÓRIA)

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Elementos Essenciais

Plausível quando apela a lugares comuns

metadiscursivos como:

Precisamos cooperar além das nossas

diferenças; todos têm seu próprio ponto

de vista e merecem ser ouvidos

igualmente; o real significado de qualquer

coisa é a diferença prática que faz.

Interessante quando desafia lugares

comuns metadiscursivos como:

Há certas verdades que não podem ser

negadas; algumas diferenças são tão

fundamentais que não há como superá-

las; não pode haver cooperação com a

maldade ou falsidade (uma doença em

todas as negociações).

PRAGMATISMO NO CAMPO DA TEORIA DA COMUNICAÇÃO (UMA RECONSTRUÇÃO PROVISÓRIA)

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Contra a retórica: A retórica depende de lugares comuns

tradicionais, derruba reflexividade.

Contra a Semiótica: Mediação intersubjetiva ocorre em

atividades práticas coordenadas, não por

sinais sozinhos; significado emerge através

da interação e é triplamente contingente.

Contra a Fenomenologia: Experiência do outros significa adquirir a

perspectiva do outro na interação; Eu – Você

dependemos de Nós/Eles (contingência

tripla); a comunicação deve ser julgada pelas

suas consequências, não sua

“autenticidade”.

TÓPICOS PARA ARGUMENTAÇÃO DO PRAGMATISMO (A “COLUNA” DO PRAGMATISMO)

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Contra a Cibernética: “a contingência vai todo o caminho até

embaixo” (Russill, 2004, pág. 173), então a

comunicação não pode ser rendida

adequadamente em modelos formais de

processos de informação.

Contra a Psicologia Social: “Contingência vai todo o caminho até

embaixo” então consequências de ações

práticas não podem ser reduzidas a nenhum

conjunto específico de efeitos previsíveis.

Contra a teoria Sociocultural: Padrões culturais estáveis e estruturas

sociais como base para a comunicação

presumem somente dupla contingência.

TÓPICOS PARA ARGUMENTAÇÃO DO PRAGMATISMO (A “COLUNA” DO PRAGMATISMO)

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Contra a Teoria Crítica: “Contingência vai todo o caminho até

embaixo”, então não podem haver

reinvindicações de validação universal;

diferenças de identidade e conflito social

para não impedir os esforços para extender

a comunidade pluralística.

Contra o Pragmatismo Dilema para a reflexividade: investigação,

quando instituída (roteirizada/ritualizada)

como prática social, se torna não reflexiva.

Paradoxo do pluralismo: um ponto de vista

que não pode ter ponto de vista próprio.

TÓPICOS PARA ARGUMENTAÇÃO DO PRAGMATISMO (A “COLUNA” DO PRAGMATISMO)

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Da Retórica: Falta ao pragmatismo a especificidade

de uma arte; comunidade pluralística

é meramente um ideal intelectual.

Da Semiótica: Coordenação depende de um código

compartilhado; comunidade é

constituída simbolicamente.

Da Fenomenologia: Experiência do outro estando de olho

nas consequências não é uma

experiência genuína do outro.

TÓPICOS PARA ARGUMENTAÇÃO CONTRA O PRAGMATISMO (A “FILEIRA” DO PRAGMATISMO)

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Da Cibernética: Pragmatismo superestima agência,

subestima o grau em que a determinação de

sistemas complexos pode ser capturada a

partir de modelos formais.

Da Psicologia Social: Consequências pragmáticas são avaliadas de

maneira mais útil através de procedimentos

empíricos rigorosos; “não há nada tão

prático quanto uma boa teoria”.

Da teoria Sociocultural: Pragmatismo superestima agência,

subestima a influência profunda e a

persistência de padrões culturais e

estruturas sociais.

TÓPICOS PARA ARGUMENTAÇÃO CONTRA O PRAGMATISMO (A “FILEIRA” DO PRAGMATISMO)

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Da teoria Crítica: O pragmatismo responde

inadequadamente por relações de

poder, distorção sistemática;

diferenças são negociadas em

confrontos políticos: não a

coordenação mas a recuperação do

conflito é o objeto da práxis crítica.

Do Pragmatismo: Mesmo que “contra pragmatismo”

(ver acima).

TÓPICOS PARA ARGUMENTAÇÃO CONTRA O PRAGMATISMO (A “FILEIRA” DO PRAGMATISMO)

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REFERÊNCIAS

• CRAIG, Robert T. Pragmatism in the field of communication. Versão apresentada no Annual Conference of the Internacional Communication Association, Dresden, Germany, June 2006.

• POGREBINSCHI, Thamy, Pragmatismo : teoria social e política – Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2005.

• GHIRALDELLI JR, Paulo. O que é pragmatismo. São Paulo: Brasiliense, 2007.

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INDICAÇÕES PARA LEITURA COMPLEMENTAR

• BRAGA, José L. Nem rara, nem ausente – tentativa. In: Matrizes, Ano 4 – Nº 1, jul./dez. 2010 - São Paulo - Brasil – p. 65-81.

• BEZERRA JR. Benilton. A noção de experiência e a sua importância para a clínica atual. In: ARRUDA, A. et al. Pragmatismos, pragmáticas e produção de subjetividades.(completar)

• COSTA, Jurandir Freire. Richard Rorty e a construção da subjetividade In: Saúde Sexo e Educação. IBMR (Rio de Janeiro): , V. IX, Nº 23, p.27 - 33, 2001.

• __________________. A habilidade natural. In: COSTA, J. F. Razões públicas e emoções privadas. RJ: Rocco, 1999.

• FRANÇA, Vera R. Veiga. L. Quéré: dos modelos da comunicação. In: Revista Fronteiras - Estudos midiáticos, v. V - Nº 2, dez. 2003 - São Leopoldo-RS-Brasil - p. 37-51