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9 Virtudes do Eneagrama Do Livro Eneagrama de Helen Palmer. Psicóloga de formação e criadora do Centro para a Investigação e Treinamento da Intuição, em Berkeley (EUA), reúne material de doze anos de pesquisa e análise do Eneagrama. Sua clientela vai desde a comunidade jesuíta, passando pelos meios alternativos até os centros universitários e grandes empresas. Helen Palmer, considerada um dos maiores nomes do tema em todo o mundo e autora de cinco livros, incluindo dois best- sellers editados em 18 línguas e com mais de meio milhão de cópias vendidas: “O Eneagrama” e “O Eneagrama no Amor e no Trabalho” (Edições Paulinas), dedica-se a mais de 30 anos a construir uma ponte entre a Psicologia e a Espiritualidade. 1- A Virtude da Serenidade – Paciência Uns se descrevem repletos de uma energia que não tem por onde escapar. Dizem que o ressentimento se parece com ondas de fogo varrendo seu corpo, que fica engasgado na garganta. Usam imagens tais como “uma garrafa que foi agitada e que”. está prestes a disparar a rolha” ou “estar sufocado por um grito que não se consegue soltar”. Quanto mais o crítico interno julgar os reais sentimentos, tanto mais energia se formará no corpo buscando uma válvula de escape. Raiva engarrafada e arrolhada é uma forma de descrever o dilema, porque Uns podem se enrijecer fisicamente de energia ao mesmo tempo em que cerram a garganta e a mandíbula, incapacitados de falar, de pedir ajuda ou de liberar o grito de raiva. O direcionamento óbvio para a meditação e para a terapia é para que Uns aprendam que, uma vez aceitas as assim chamadas emoções negativas, sua importância exagerada desaparece. Uns relatam que pensamentos julgadores ou críticos são uma excelente indicação de que algum impulso verdadeiro está sendo bloqueado à consciência.

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9 Virtudes do EneagramaDo Livro Eneagrama de Helen Palmer. Psicóloga de formação e criadora do Centro para a Investigação e Treinamento da Intuição, em Berkeley (EUA), reúne material de doze anos de pesquisa e análise do Eneagrama. Sua clientela vai desde a comunidade jesuíta, passando pelos meios alternativos até os centros universitários e grandes empresas.

Helen Palmer, considerada um dos maiores nomes do tema em todo o mundo e autora de cinco livros, incluindo dois best-sellers editados em 18 línguas e com mais de meio milhão de cópias vendidas: “O Eneagrama” e “O Eneagrama no Amor e no Trabalho” (Edições Paulinas), dedica-se a mais de 30 anos a construir uma ponte entre a Psicologia e a Espiritualidade.

1- A Virtude da Serenidade – PaciênciaUns se descrevem repletos de uma energia que não tem por onde escapar. Dizem que o ressentimento se parece com ondas de fogo varrendo seu corpo, que fica engasgado na garganta. Usam imagens tais como “uma garrafa que foi agitada e que”. está prestes a disparar a rolha” ou “estar sufocado por um grito que não se consegue soltar”.

Quanto mais o crítico interno julgar os reais sentimentos, tanto mais energia se formará no corpo buscando uma válvula de escape. Raiva engarrafada e arrolhada é uma forma de descrever o dilema, porque Uns podem se enrijecer fisicamente de energia ao mesmo tempo em que cerram a garganta e a mandíbula, incapacitados de falar, de pedir ajuda ou de liberar o grito de raiva.

O direcionamento óbvio para a meditação e para a terapia é para que Uns aprendam que, uma vez aceitas as assim chamadas emoções negativas, sua importância exagerada desaparece.

Uns relatam que pensamentos julgadores ou críticos são uma excelente indicação de que algum impulso verdadeiro está sendo bloqueado à consciência.

Outro indício é uma onda de ressentimento fluindo pelo corpo, sem que ocorra à mente a causa da tensão.

A serenidade é, de fato, o efeito colateral automático de permitir que todos os impulsos emocionais atinjam a consciência sem repelir os inadmissíveis. O equilíbrio de cada momento está em que a interação de todas as emoções e sentimentos positivos e negativos tenha permissão de se mover através do corpo sem ser inibida pelo eu pensante.

Quando Uns se permitem sentir raiva, têm à sua disposição uma enorme quantidade de energia que, normalmente, fica retida no corpo. A descarga da tensão faz com que se sintam temporariamente energizados e livres para provar tudo o que venha à mente, sem julgamentos. A raiva foi expressa e eles sobreviveram a isso, e por um tempo vigora a serenidade de permitir que sentimentos desimpedidos surjam e desapareçam em seguida, sem nada bloquear.

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2 – A Virtude da HumildadeTodas as emoções superiores se baseiam em ações espontâneas do corpo que não são dirigidas pelo pensamento. Enquanto apreensão corporal, a humildade é uma reação que não é condicionada por obter algo em retorno. A falsa humildade de um dador iludido seria algo como: “Eu lhe dei meu braço direito, mas, por favor, não há de quê.”

Humildade não tem nenhuma relação com pensamentos virtuosos ou atos de abnegação, o que poderia facilmente mascarar desejos inconscientes de manter o controle sobre os outros, tornando-os dependentes.

Aqueles que encarnam a humildade talvez não percebam que são capazes de dar justamente a cota exata de ajuda e talvez tampouco percebam que existe qualquer coisa de especial no fato de serem gratos por aquilo que já têm e por não abrigarem nenhuma expectativa de retorno dos outros.

A humildade é o reconhecimento das necessidades exatas dos outros e a tendência natural a não tomar nem mais nem menos do que é necessário. Uma pessoa conhecedora de suas próprias necessidades provavelmente tenderá a estender exatamente a medida certa de ajuda aos outros. Além disso, a característica de dar de tal pessoa estará justamente na proporção exata do que é requerido.

A humildade é como ficar nu diante de um espelho e ser grato por aquilo que é refletido com precisão, sem nenhuma propensão a inflar orgulhosamente seus sentimentos, imaginando o reflexo maior que a realidade, ou se desalentar e se sentir vazio por não aceitar o que de fato está lá. Igualmente, existe a capacidade de aceitar com gratidão seu relacionamento objetivo com outras pessoas em lugar de, por meio de manipulação, se colocar habitualmente numa posição de importância.

Uma prática útil de observação de si mesmo para o cultivo da humildade consiste em aprender a diferençar reações objetivas que surgem no corpo como resultado do ato de dar aos outros e sentimentos que são governados por idéias a respeito de dar e receber.

3-Virtude da Honestidade/VerdadeTrês recebem muita valorização na cultura americana. Na verdade, recebem tanta valorização que podem facilmente confundir um estilo neurótico de ser com saúde. Para que estabelecer metas pessoais quando você pode se enganar a si próprio que as metas da sociedade são realmente as mesmas que as suas? Por que correr o risco da rejeição quando a aceitação pode ser comprada projetando uma imagem que lhe traga respeito? Para que ter um eu que vai sofrer? O modo mais sadio de viver deve ser se identificar com os padrões culturais, suspender suas emoções e se deixar levar. Com freqüência, Três estão convencidos de sua própria solidez psicológica. O desarranjo emocional é para perdedores, para os que não têm nada que fazer, ou que não sabem acompanhar o passo. Três neuróticos podem ter perdido toda a consciência de que há uma diferença entre seu pseudo-eu altamente empreendedor e seus desejos emocionais. Provavelmente terão consciência de que não gostam de emoções pegajosas, ou de que não gostam de sentir a existência de suas necessidades emocionais; mas o fato de sua gama de sentimentos ser muito restrita será provavelmente ignorado, porque Três são energéticos

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e têm necessidade de projetar uma imagem de otimismo e sucesso. Desempenhadores comumente encaram seus verdadeiros sentimentos quando forçados a uma redução no ritmo. Em geral, param devido a uma suspensão do trabalho, ou a uma doença, ou à intervenção do cônjuge, mais do que por uma decisão voluntária de reduzir o passo. A inatividade imposta pode ser terrível para alguém cuja visão de mundo repousa em conquistar mérito através do trabalho e tipicamente traz à baila dúvidas quanto ao valor pessoal e a percepção de que as emoções inevitavelmente dominarão a consciência assim que a atenção for removida da atividade.

4- Virtude da Equanimidade (Equilíbrio) CaridadeA inveja descreve uma atração compulsiva para o indisponível ou inexistente. Quatros podem empregar muito tempo e energia tentando obter algo atraente apenas para achar defeito quando ele estiver ao alcance. Para Quatros gravemente obcecados, o desejo de possuir e a necessidade de rejeitar podem surgir quase ao mesmo tempo.

Eles admitem se sentir atraídos por pessoas indisponíveis que eles sabem de imediato que não lhes farão bem, ou por pessoas relutantes em se comprometer num relacionamento. E assim vai a dança: “Você dá um passo para trás, eu dou um passo para frente. Se você se move para frente, eu vou para trás.”

O equilíbrio é a resolução do sofrimento causado pela atração por aquilo que você não pode ter e pela rejeição daquilo que veio até suas mãos. É o reconhecimento de que você possui bastante daquilo de que você realmente precisa.

Como todos os impulsos superiores, o equilíbrio é uma qualidade sentida no corpo mais do que um pensamento ou idéia de como seria estar plenamente satisfeito. Depende da capacidade de estabilizar a atenção no presente e de sentir a satisfação de ter o bastante.

O processo de encarnar a virtude da equanimidade começa com o fortalecimento da capacidade da observação de si mesmo até o ponto em que sejamos capazes de reconhecer os momentos em que a atenção se desvia para o passado, para o futuro, para o distante ou para o difícil de alcançar.

Quatros sentirão equanimidade quando forem capazes de reverter sua consciência suavemente para o presente e prestar atenção à satisfação corporal que está aqui.

5 – A Virtude do Desapego / GenerosidadeO desapego é sem dúvida o oposto do apego, e o apego provém da sensação de desejos frustrados. Quando podemos obter tanto quanto necessitamos de alguma coisa, podemos abrir mão dela, sabendo que, se necessário, podemos tê-la de volta.

O falso desprendimento de um Cinco se baseia numa aversão à possibilidade de sentir desejos e não numa sensação de plenitude por ter o bastante. Com muita propriedade,

Cincos mostrarão que a maioria de nós se vicia em ter bem mais do que precisa para sobreviver confortavelmente e que gastamos uma quantia enorme de energia na busca

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de status e de riqueza material, porque nos emaranhamos em nossos próprios anseios e desejos.

Porém, a necessidade compulsiva de não se envolverem, de não se sentirem conectados e de não serem coagidos, pode levar Cincos à crença em sua própria superioridade, porque sabem prescindir, mas não a um sentimento de satisfação emobterem aquilo que desejam.

O verdadeiro desprendimento, naturalmente, requer quevocê tenha toda uma gama de sentimentos à sua diposição e que saiba aceitar quaisquer impressões que precisem aflorar à consciência, antes de deixá-las partir.

O próprio Buda passou por muitas experiências diferentes de vida antes de se sentar. E de ter sua percepção do vazio natural da mente. Começou a ensinar a prática do desprendimento só após ter tido uma fartura de prazeres e de sofrimentos e a satisfação de alguns desejos maravilhosos.

6- A Virtude da CoragemComo todas as pessoas, Seis muitas vezes não têm percepção das questões centrais que governam suas vidas. Um indivíduo Seis talvez acredite que ele ou ela não tem mais medo do que as demais pessoas e talvez ignore o fato de que hábitos mentais e emocionais podem tornar a pessoa cronicamente apreensiva.

Como pessoas que vivem numa zona de guerra, em que subitamente há uma declaração de paz, Advogados do Diabo muitas vezes só admitem o medo que tiveram após o medo começar a se dissipar.

Seis avançarão com mais rapidez rumo às suas capacidades superiores se iniciarem terapia ou uma prática de meditação em conjunto com um programa de exercícios físicos.

Pessoas medrosas estão centradas na cabeça. Elas esquadrinham o ambiente e tentam imaginar meios de sair de situações que as force a agir. Acima de tudo, uma pessoa medrosa quer uma postura intelectualmente correta a partir da qual rechace possíveis oposições; como se uma análise brilhante substituísse a necessidade de tomar iniciativa.

Muitos Seis experimentam práticas espirituais que especificamente constroem confiança na capacidade do corpo se mover intuitivamente, tal como a ioga tântrica ou as artes marciais.

A coragem depende da capacidade corporal de agir adequadamente a partir de um estado não pensante da mente. É fazer antes de pensar, um tempo em que o corpo age antes que a personalidade adquirida tenha tempo de intervir.

Para um Seis que ainda tem o hábito de pensar antes de agir, até mesmo o atode correr entre pessoas numa rua sem ter a energia para fiscalizá-las pode ser uma aflição

7- A Virtude da Sobriedade/Temperança

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Sobriedade significa simplesmente ser capaz de prosseguir um curso de ação sem ter de introduzir digressões nem planos secundários excitantes. Setes dizem que têm medo de diminuir o ritmo e de se comprometer com um único curso de ação, porque compromissos sempre implicam aborrecimentos e sofrimentos.

Num nível mental, Setes têm uma propensão para imaginar coisas positivas exatamente oposta ao hábito de um Seis de imaginar o pior a fim de estar preparado,de guarda. Epicuristas são capazes de se embriagar com o poder de suas próprias imaginações e também sentem uma euforia corporal que se aproxima da embriaguês,quando podem dar plenas asas ao desejo de se fartar de tanta excitação quanto possível.

Setes são encorajados por um plano grandioso para o futuro, que em geral contém a visão de um modo de vida integrado onde os interesses principais e certos confortos especiais estão sintetizados num todo; não há controvérsias, tudo transcorrendo sem problemas, muita estimulação e não se faz nenhuma pergunta difícil ou embaraçosa.

Num nível prático, sobriedade significa que cada momento deve ser aceito não importando o tipo de experiência que forneça. Tanto as boas quanto as más devem ser tratadas com igual interesse em lugar de prestar atenção seletiva a experiências positivas.

Um Sete sóbrio sabe tomar uma coisa de cada vez e apreciar seu verdadeiro valor e conveniência, em vez de incrementá-la em poder e excitação, imaginando-a como mais do que é.

8- A Virtude da Inocência/PurezaInocentes entram em novas situações sem idéias nem expectativas pré concebidas do que vão encontrar. Estão aberto a qualquer situação que se apresente, o que lhes permite se acomodar com naturalidade a um curso correto de ação.

A inocência de um Oito é ofuscada quando ele ou ela concentra seletivamente a atenção a fim de exercer controle ou de impor um ponto de vista.

Considere a diferença entre um Oito inconsciente, que tenta dominar automaticamente uma situação, e outro mais consciente de si mesmo, que teria a confiança para se acomodar a cursos mutáveis de ação.

Como todos os impulsos superiores, a inocência é sentida como uma energia no corpo que faz um indivíduo se mover apropriadamente, mas sem nenhum direcionamento do eu pensante.

Essa consciência corporal específica seria natural para um ser humano em funcionamento pleno e dependeria de uma percepção exata do grau e da característica de poder presente em qualquer dada situação.

É provável que um Oito sem consciência de si mesmo espere oposição como fato normal e exerça inconscientemente toda a força necessária para assumir o controle.

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Tal comportamento é marcado por uma inflexibilidade de opinião, uma insistência numa verdade parcial e numa incapacidade de desviar a atenção para outros pontos de vista.

As energias usadas para exercer controle seriam força física e raiva.

Um Oito que tenha se libertado dessa resposta automática seria capaz de modificar o grau e a característica de sua própria energia de modo a perceber com precisão as flutuações de poder em qualquer situação determinada.

9- A Virtude da Ação CorretaPara um Nove, a preguiça não é necessariamente a preguiça do corpo no sentido de não ter um emprego, ou dormir até o meio-dia. Noves, muitas vezes, têm dois empregos e se gabam de ter muita energia física. Fazem muito, mas têm bloqueios em sua capacidade de perceber um curso correto de ação e de ficar no rumo sem se desviar por coisas não essenciais.

“Sempre há um monte de coisas me atrapalhando a fazer o que eu quero realmente fazer. Minha mente parece uma sala em desordem, cheia de caixas estofadas de lembretes e memorandos. Fico correndo entre essas pilhas, tentando fazer um pouco de cada coisa, antes que uma delas despenque em cima de mim. Quem me olha de fora pensa que não estou fazendo nada, mas isso porque fico correndo entre essas pilhas intermináveis de serviços. Eu sempre soube que tenho enormes reservas de energia porque há dias em que sei o que devo fazer e nada me impede de chegar lá. Uma vez tive uma experiência fabulosa: foi como se eu me transformasse diretamente em ação. Foi num acidente inusitado, em que uma pedra enorme caiu na estrada depois que nós passamos. Eu sabia que outro carro ia fazer aquela mesma curva e ia se despedaçar naquela pedra e, sem pensar no que eu fazia, saí, voltei correndo pela estrada e empurrei a pedra para fora da pista. Não sei como consegui mover tamanho peso, mas aconteceu. Esse incidente é um dos marcos da minha vida porque, no meu desespero, a rocha e eu éramos uma coisa só, e tudo o que eu tive de fazer foi me mover.”