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Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

i

EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO

Nome ATLÂNTICA CONSULTORIA AMBIENTAL

CNPJ 10.805.198/0001-34

Inscrição estadual 115115001

Registro no IBAMA 5354081

CREA BA20537

Endereço Praça Barão do Rio Branco, nº 185 - 1º andar - Cidade

Nova. CEP: 45.652-140

E-mail [email protected]

Responsável pela empresa

Ângelo Britto Prisco Teixeira Dayse Gomes de Azevedo

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

ii

LISTA DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS

Figura 01 – Sua casa vem da mineração. 2

Figura 02 – Localização geográfica do empreendimento 10

Figura 03 – Localização do empreendimento dentro do contexto de bacias hidrográficas.

11

Figura 04 – Localização da Ilhéus Mineradora nas Unidades de Conservação da região.

12

Figura 05 – Localização dos empreendimentos próximos à Ilhéus Mineradora 13

Figura 06 – Sede da fazenda 15

Figura 07 – Cabruca e pastagens da fazenda. 16

Figura 08 - Mapa de uso e ocupação do solo 17

Figura 09 – Vias de acesso 18

Figura 10 – Via de acesso até a fazenda 19

Figura 11 – Seta indicativa da área de lavra 21

Figura 12 – Ilustração do método de lavra a ser utilizado 21

Figura 13 – Localização da área de lavra 22

Figura 14 – Camada vegetal presente na área a ser lavrada 22

Figura 15 – Fotos da área a ser lavrada 23

Figura 16 – Mapa geológico da área em estudo 28

Figura 17 – Areias oriundas do Grupo Barreiras e cobertura Tercio Quaternário oriunda de rochas granulíticas

30

Figura 18 – Detalhe do Depósito de areia – porção centro leste da área 31

Figura 19 – Mapa geomorfológico da área em estudo 32

Figura 20 – Aspectos geomorfológicos da área em estudo 33

Figura 21 – Aspectos geomorfológicos da área 34

Figura 22- Areia inconsolidada oriunda da alteração de rochas do grupo Barreiras 35

Figura 23 – Mapa hidrográfico da área 36

Figura 24 – Drenos de águas pluviais 37

Figura 25 - Fazenda Santa Luzia. Em destaque o futuro local de extração de areia (setas preta) e o local do remanescente florestal inventariado (seta branca)

46

Figura 26 – Metodologia sendo aplicada na área da fazenda Santa Luzia. Marcação das parcelas e dos indivíduos (à esquerda) e coleta para identificação taxonômica (a direita).

47

Figura 27 - Imagem de um indivíduo remanescente de maior porte e de trechos de mata mais estruturada (foto à esquerda). Imagem de uma gameleira estranguladora (Ficus sp.) que necessita de uma estrutura pré-estabelecida para iniciar seu

49

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

iii

estabelecimento, indicando uma estrutura mais antiga (foto à direita). Figura 28- Presença de indivíduos acaule, que são frequentes no sub-bosque da área estudada.

50

Figura 29 - Registro de ameaças presentes na área estudada, como a retirada de madeira (acima à direita), a caça (acima à esquerda) e a prática de corte e queima (as duas fotos embaixo).

51

Figura 30 - Espécies com algum tipo de recurso alimentar disponível, registrada no mês de março, quando foi realizado o trabalho de amostragem.

52

Figura 31 – Armadilha fotográfica. 60

Figura 32 – Armadilha de queda 62

Figura 33 - Faz Santa Luzia em primeiro plano e Faz. Almada em segundo plano, mostrando a conectividade entre as áreas.

62

Figura 34 - quati (Nasua nasua) 64

Figura 35 - saruê (Didelphis aurita) 64

Figura 36 - armadilha do tipo esper 69

Figura 37 – Fazendas localizados nas proximidades da Fazenda Santa Luzia. 75

Figura 38 – Vilarejos localizados próximos ao empreendimento na Fazenda Santa Luzia.

76

Figura 39 –Ribeira das Pedras 79

Figura 40 – Layout da Área Diretamente Afetada - ADA 83

Figura 41 – Layout da Área de Influência Direta – AID 84

Figura 42 –Mapa de Influência Indireta 85

Figura 43 – Indicação da Drenagem pluvial 91

Figura 44 – Modelo de coletores 101

Figura 45 – Modelo de fossa séptica 105

Figura 46 – Densidade de fumaça 115

Figura 47 – Modelo da escala Ringelmann adotado para execução dos ensaios 116

TABELAS

Tabela 1 – Parâmetros estruturais das parcelas amostradas (0,1 ha cada) na área do futuro empreendimento, Ilhéus -Uruçuca/BA.

49

Tabela 2 – Mamíferos citados em entrevistas, realizadas no entorno da Fazenda Santa Luzia.

63

Tabela 3 - Mamíferos visualizados na Fazenda Almada 65

Tabela 4 - Aves registradas na Fazenda Santa Luzia 66

Tabela 5 - Répteis encontrados na Fazenda Santa Luzia. 67

Tabela 6 – Anfíbios registrados na Fazenda Santa Luzia. 67

QUADROS

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

iv

Quadro 1 - Classes e Características dos Resíduos Sólidos 98

Quadro 2 - Caracterização dos resíduos 100

Quadro 3 – Código de cores para a coleta seletiva 101

Quadro 4 – Destinação dos resíduos 102

Quadro 5 – Resumo: sobre as pilhas 103

Quadro 6 – Resumo: sobre as lâmpadas fluorescentes 104

Quadro 7 – Padrão de emissão de fumaça preta de acordo com a Portaria 85/86 do IBAMA

117

Quadro 8 – Frequência das medições e manutenções 117

Quadro 9 – modelo de formulário de monitoramento da fumaça preta 118

Quadro 10 – Formulário de identificação da instalação que originou o incidente 133

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

v

SUMÁRIO

EMPRESA RESPONSÁVEL PELO ESTUDO i

LISTA DE FICGURAS, TABELAS E QUADROS ii

EQUIPE TÉCNICA vii

APRESENTAÇÃO viii

Capítulo 1 - INFORMAÇÕES GERAIS 1

1.1 Nome do empreendimento 1

1.2 Identificação da empresa responsável 1

1.3 Tipo de atividade e o porte do empreendimento 1

1.4 Síntese dos objetivos do empreendimento 1

1.5 Marco Legal 4

1.5.1 Legislação aplicada ao meio Ambiente 5

1.6 Localização geográfica 9

1.7 Empreendimentos associados e decorrentes 12

1.8 Nome e endereço para contatos relativos ao EIA 13

Capítulo 2 - DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO 14

Capítulo 3 – DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 25

3.1 Meio Físico 26

3.2 Meio Biótico - FLORA 46

3.3 Meio Biótico - FAUNA 58

3.4 Meio Socioeconômico 73

3.4.1 História do Município de Ilhéus 73

3.4.2 Perfil socioeconômico das localidades identificadas nas áreas de

influência da Fazenda Santa Luzia 75

Capítulo 4 - ÁREA DE INFLUÊNCIA 81

4.1 Definições da área de influência 82

Capítulo 5 - IMPACTOS AMBIENTAIS 86

Capítulo 6 - PROGRAMAS E PLANOS AMBIENTAIS 94

6.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS 97

6.2 Plano de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 106

6.3 Plano de Atendimento e Emergência Ambiental - PAE 127

6.4 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD 137

6.5 Plano de Educação Ambiental - PEA 145

6.6 Plano de Acompanhamento e Monitoramento Ambiental 154

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 155

ART 160

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

vi

EQUIPE TÉCNICA

Coordenadores do estudo REGISTRO

Ângelo Britto Prisco Teixeira Engenheiro Ambiental, Espc. Em

Perícia e Auditoria Ambiental

CREA – BA

59605

Dayse Gomes de Azevedo Engenheira Ambiental, Espc. Em

Perícia e Auditoria Ambiental

CREA – BA

59604

Profissionais REGISTRO

Marco Tulio Miranda de

Oliveira Geólogo

CREA - BA

10.599-D

Leonardo Gomes Neves Biólogo, Espc. em Fauna CRBio – BA

85276/05D

Camila Primitivo de Oliveira Bióloga, Espc. em Flora CRBio – BA

67832/05D

Thainná Cardoso

Waldburger Engenheira Ambiental

CREA - BA

77234

Carlene Porto Santos Assistente Social, Espc. em Gestão

Social

CRESS – BA

6526

Outros Colaboradores

José Lima da Paixão Biólogo e Técnico Agropecuário

Larissa Rocha Santos Bióloga, Msc.Ecologia e Conservação

Michaele Pessoa Bióloga, Msc.Ecologia e Conservação

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

vii

APRESENTAÇÃO

O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) é um documento técnico que

compreende o levantamento da literatura científica e legal pertinente onde se

avaliam as consequências para o ambiente decorrentes de um determinado

projeto. Nele encontram-se identificados e avaliados de forma imparcial e

meramente técnica os impactos que um determinado projeto poderá causar no

ambiente, assim como apresentar medidas mitigadoras. Por estas razões, é um

importante instrumento de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), que tem como

principal objetivo subsidiar a decisão do órgão competente como instrumento de

gestão ambiental.

Diante dos impactos que a atividade de mineração causa ao meio ambiente

a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA nº 001, de 23 de

janeiro de 1986 estabelece em seu artigo 2º inciso IX a elaboração do EIA/RIMA

para a extração de minério em geral, definidas no Código de Mineração, dependem

de elaboração de estudo de impacto ambiental - EIA e respectivo relatório de

impacto ambiental - RIMA, a serem submetidos à aprovação do órgão ambiental

competente.

Desta forma o presente documento visa apresentar o Estudo de Impacto

Ambiental – EIA da ILHÉUS MINERADORA, tendo como base, as diretrizes gerais

da Resolução CONAMA 001/1986, bem como o Termo de Referência disposto no

anexo I da Resolução do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Ilhéus

- CONDEMA nº 013, de 09 de junho de 2011. Este documento dispõe das

características gerais do empreendimento, diagnóstico ambiental da área de

influência do projeto, avaliação dos possíveis impactos a serem gerados,

estabelecimento de medidas mitigadoras e elaboração de programas ambientais e

de monitoramento.

Os métodos de avaliação de impactos ambientais selecionados foram a

matriz de interação e a superposição de cartas temáticas.

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INFORMAÇÕES GERAIS

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

1

1.1 Nome do empreendimento:

ILHÉUS MINERADORA.

1.2 Identificação da empresa responsável:

Razão Social: ILHÉUS MINERADORA LTDA.

CNPJ: 63.223.382/0001-32

Endereço: AVENIDA ALMIRANTE AURELINO LINHARES, Nº 120, CENTRO,

ILHÉUS-BA.

Inscrição Estadual: 030.931.383

CNAE: 08.10-0-06

Grau de Risco: 4

CTF (IBAMA): 5759119

Responsável pelo empreendimento: CAIO ROCHA CARVALHO

1.3 Tipo de atividade e o porte do empreendimento.

Conforme o Regulamento do Código de Mineração nº 62.934/1968, em seus

artigos 7º e 8º, a atividade em questão consiste na exploração de jazida classe II

(areia), classificada como jazidas de substâncias minerais de emprego imediato na

construção civil.

Para a definição do porte do empreendimento utilizou-se como base o anexo

do Decreto 113/2012, que institui o Código de Meio Ambiente de Ilhéus na qual a

atividade é enquadrada no Grupo B3: minerais utilizados na construção civil,

ornamentos e outros – subgrupo B3.1: Areias, entre outros, como de micro porte,

devido a sua produção bruta anual ser inferior a 20.000 toneladas.

1.4 Síntese dos objetivos do empreendimento:

Segundo a classificação internacional adotada pela ONU, define-se mineração

como sendo a extração, elaboração e beneficiamento de minerais que se encontram em

estado natural: sólido, como o carvão e outros; líquido, como o petróleo bruto; e gasoso,

como o gás natural. Nesta acepção mais abrangente, inclui a exploração das minas

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

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subterrâneas e de superfície (ditas a céu aberto), as pedreiras e os poços, incluindo-se aí

todas as atividades complementares para preparar e beneficiar minérios em geral, na

condição de torná-los comercializáveis, sem provocar alteração, em caráter irreversível,

na sua condição primária.

A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo de

forma decisiva para o bem estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e

futuras gerações, sendo fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade

equânime, desde que seja operada com responsabilidade social, estando sempre

presentes os preceitos do desenvolvimento sustentável.

Sendo assim a mineração é uma atividade indispensável à sobrevivência do

homem moderno, dada a importância assumida pelos bens minerais em praticamente

todas as atividades humanas, das mais básicas como: habitação, construção, saneamento

básico, transporte, agricultura, dentre outros.

A importância da mineração para a humanidade remonta de milhares de anos

atrás, quando os recursos minerais eram utilizados para a confecção de ferramentas

para a caça e pesca, com a finalidade de se alimentar, e armas para a guerra; ornamentos

e decoração através de pedras preciosas; moeda (ouro, prata e bronze) para a compra de

alimentos e utensílios; energia (carvão mineral e petróleo) para a iluminação e

combustível para automóveis e geração de energia elétrica; e mais recentemente,

energia nuclear gerada por minerais radioativos para a geração de energia e armas

nucleares.

Um bom exemplo da importância dos recursos minerais do nosso cotidiano é uma

casa, onde todos os utensílios que a compõem provêm dos recursos minerais.

Figura 01 – Sua casa vem da mineração. Fonte: MINEROPAR, 2013.

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

3

A demanda da exploração de areia e arenoso na Ilhéus Mineradora surgiu da

necessidade de disponibilizar material para construção civil, atividade que está em fase

de expansão no município de Ilhéus, principalmente devido à demanda de construção de

habitações populares financiadas por programas federais. Outro fator importante que

desponta a viabilidade locacional deste empreendimento se deve ao fato de estar

localizado na porção norte do município onde não há esse tipo de atividade licenciada.

Com isso facilita o fornecimento de areia e arenoso para construções neste setor da

cidade atendendo também a demanda de construções no Distrito Industrial de Ilhéus

localizado no bairro Iguape, que está em constante ampliação, próximo ao

empreendimento.

Um grande aspecto muito importante, que não pode deixar de ser mencionado é o

fato do empreendimento em estudo estar localizado também, próximo à chegada da

Ferrovia Oeste-Leste e ao Complexo Intermodal Porto-Sul, duas grandes obras que vão

demandar significativas quantidades de material arenoso nas suas execuções.

Concluindo então que o empreendimento em questão quando em seu pleno

funcionamento terá uma grande viabilidade em vários fatores, um deles será a economia

de energia e diminuição de poluição, com transporte do material para construções

localizadas na porção norte do município e o alívio do tráfego de caminhões cortando a

cidade, desafogando um pouco o trânsito, já que, só existem areais licenciados na porção

sul do município.

Além disso, pode-se citar a geração de empregos diretos e indiretos, bem como

geração de impostos, que se reverte em serviços à população, possibilitando que se dê

continuidade a obras e projetos que visem melhorar as condições de vida,

proporcionando bem estar à população em geral.

Como mencionado anteriormente à atividade de exploração de minérios é

fundamental à sociedade, sendo considerada pela Resolução CONAMA nº 369/2006

como interesse social. As substâncias minerais, areia, argila, saibro e cascalho são

aplicados, ou melhor, são essenciais para as atividades de construção civil e para

algumas atividades industriais, tais como: moldes de fundição e indústrias de

transformação (vidros, abrasivos, siderurgia, ferro-ligas, refratários, dentre outros).

Entretanto, esse tipo de empreendimento deve ser operado com

responsabilidade socioambiental, estando sempre presente os preceitos do

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

4

desenvolvimento sustentável. Desta forma é essencial que seja adotado todos os

programas ambientais e monitoramento ambiental durante a implantação, operação e

desativação do empreendimento, visando minimizar os impactos ambientais, em

especial o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.

1.5 Marco Legal:

No Brasil, a mineração, de um modo geral, está submetida a um conjunto de

regulamentações, onde os três níveis de poder Estatal possuem atribuições com relação

à mineração e o meio ambiente.

Em nível federal, os órgãos que têm a responsabilidade de definir as diretrizes e

regulamentações, bem como atuar na concessão, fiscalização e cumprimento da

legislação mineral e ambiental para o aproveitamento dos recursos minerais são os

seguintes:

Ministério do Meio Ambiente – MMA: responsável por formular e coordenar as

políticas ambientais, assim como acompanhar e superintender sua execução;

Ministério de Minas e Energia – MME: responsável por formular e coordenar as

políticas dos setores mineral, elétrico e de petróleo/gás;

Secretaria de Minas e Metalurgia – SMM/MME: responsável por formular e

coordenar a implementação das políticas do setor mineral;

Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM: responsável pelo

planejamento e fomento do aproveitamento dos recursos minerais, preservação e

estudo do patrimônio paleontológico, cabendo-lhe também superintender as pesquisas

geológicas e minerais, bem como conceder, controlar e fiscalizar o exercício das

atividades de mineração em todo o território nacional, de acordo o Código de Mineração;

Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos

Minerais): responsável por gerar e difundir conhecimento geológico e hidrológico

básico, além de disponibilizar informações e conhecimento sobre o meio físico para a

gestão territorial;

Agência Nacional de Águas – ANA: Responsável pela execução da Política

Nacional de Recursos Hídricos, sua principal competência é a de implementar o

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

5

gerenciamento dos recursos hídricos no país. Responsável também pela outorga de água

superficial e subterrânea, inclusive aquelas que são utilizadas na mineração;

Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA: responsável por formular as

políticas ambientais, cujas Resoluções têm poder normativo, com força de lei, desde que,

o Poder Legislativo não tenha aprovada legislação específica;

Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH: responsável por formular as

políticas de recursos hídricos; promover a articulação do planejamento de recursos

hídricos; estabelecer critérios gerais para a outorga de direito de uso dos recursos

hídricos e para a cobrança pelo seu uso.

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis –

IBAMA: responsável, em nível federal, pelo licenciamento e fiscalização ambiental;

Centro de Estudos de Cavernas – CECAV (IBAMA): responsável pelo

patrimônio espeleológico.

1.5.1 Legislação aplicada ao meio Ambiente

a) Política Nacional de Meio Ambiente

Estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de

formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e

institui o Cadastro de Defesa Ambiental.

Neste instrumento legal são estabelecidos alguns instrumentos, entre eles: a

avaliação de impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou

potencialmente poluidoras.

b) Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986

Esta resolução considera impacto ambiental como qualquer alteração das

propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer

forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou

indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

6

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

A referida resolução ainda estabelece que a atividade de extração de minério,

inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração depende da elaboração do

Estudo de Impacto Ambiental - EIA e respectivo Relatório de Impacto ambiental - RIMA,

a serem submetidos à aprovação do órgão ambiental estadual competente, e ao IBAMA e

em caráter supletivo.

c) Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997

O artigo 2º da Resolução CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997 menciona

que a localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de

empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva

ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer

forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão

ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. O anexo I

desta resolução apresenta uma lista exemplificativa dos empreendimentos que

necessitam de licenciamento ambiental, dentre eles está a atividade de extração e

tratamento de minerais.

a) Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006

Regulamentada pelo Decreto nº 11.235, de 10 de outubro de 2008, dispõe sobre a

Política de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade do Estado da Bahia e dá

outras providências. No artigo 42, cita-se que a localização, implantação, operação e

alteração de empreendimentos e atividades que utilizem recursos ambientais, bem

como os capazes de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento

ambiental, na forma do disposto nesta Lei e demais normas dela decorrentes.

b) Resolução CEPRAM 1.153, de 15 de dezembro de 1995

Aprova a Norma Administrativa NA005/95 e seus anexos, que dispõe sobre a

análise do processo de licenciamento das atividades de extração e tratamento de

minerais com potencial de impacto no ambiente, no Estado da Bahia.

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

7

c) Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000

Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras

providências. No artigo 36 é citado que nos casos de licenciamento ambiental de

empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão

ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo

relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção

de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto

neste artigo e no regulamento desta Lei. Cita-se também que o montante de recursos a

ser destinado pelo empreendedor para esta finalidade não pode ser inferior à meio por

cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento, sendo o

percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com o grau de impacto

ambiental causado pelo empreendimento.

d) Resolução nº 371, de 05 de abril de 2006

Estabelece diretrizes aos órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação,

aprovação e controle de gastos de recursos advindos de compensação ambiental,

conforme a Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de

Unidades de Conservação da Natureza - SNUC e dá outras providências.

e) Lei nº 9.433, de 8 de Janeiro de 1997

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de

Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da

Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que

modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.

f) Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005

A Resolução CONAMA 357, de 17 de março de 2005, dispõe sobre a classificação dos

corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece

as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.

g) Resolução CONAMA 03/1990

A Resolução CONAMA 03/1990 dispõe sobre os padrões de qualidade do ar.

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

8

h) Resolução CEPRAM 41/1990

A Resolução CONAMA 03/1990 dispõe sobre os padrões de qualidade do ar.

l) Resolução CONAMA 01/1990

A Resolução CONAMA 01/1990, dispõe sobre poluição sonora.

m) Resolução CEPRAM 1.179/1995

A Resolução CEPRAM 1.179/1995 dispõe sobre a determinação de níveis ruídos

em ambientes internos e externos de áreas habitadas.

n) Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010

A lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de Resíduos

Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.

o) Resolução CONAMA Nº 362, de 23 de junho de 2005

A Resolução CONAMA nº 362/2005, estabelece no artigo 1º que todo óleo

lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido, coletado e ter destinação final,

de modo que não afete negativamente o meio ambiente e propicie a máxima

recuperação dos constituintes nele contidos, na forma prevista nesta Resolução.

p) Resolução CONAMA 275/2001

A Resolução CONAMA nº 275/2001, no artigo 1º estabelece o código de cores para os

diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e

transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

q) Resolução nº 416, de 30 de setembro de 2009

A Resolução CONAMA nº 416, de 30 de setembro de 2009, que dispõe sobre a

prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação

ambientalmente adequada, e dá outras providências.

r) Resolução CEPRAM 305/1990

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

9

A Resolução CEPRAM 305/1990 dispõe sobre o licenciamento de empresas

responsáveis pela limpeza de fossas sépticas.

s) Lei orgânica do Município de Ilhéus

O artigo 16 da Lei Orgânica do Município de Ilhéus menciona que é da

Competência do Município em comum com a União e do Estado registrar, acompanhar e

fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e

minerais em seus territórios.

t) Lei nº 3510, de 13 de dezembro de 2010

A lei nº 3510, de 13 de dezembro de 2010, institui o Código Ambiental do

Município de Ilhéus, regulamentada pelo Decreto nº 113/12, dispõe sobre o Sistema

Municipal de Meio Ambiente - SISMUMA e dá outras providências.

1.6 Localização geográfica:

Tomando como ponto de partida a capital, Salvador/BA, o acesso é relativamente

fácil, saindo de Salvador pela BR-324, até a cidade de Feira de Santana, daí segue pela

BR-101 até o entroncamento com a rodovia BA-262, passando pela cidade de Uruçuca-

BA, desta segue pela rodovia BA-262 até aproximadamente 15,0 km chegando a um

acesso não pavimentado a margem esquerda dessa rodovia e segue mais 3,45 km

sentido norte, onde esta localizado o empreendimento na Fazenda Santa Luzia,

denominado de Ilhéus Mineradora. Encontra-se inserida nas coordenadas geográficas

UTM – Datum SAD 69 – Zona 24S: 479.134E e 8.375.940S, coletadas através do GPS

Garmin 60CSx, conforme figura 02 de localização.

Page 20: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

10

Figura 02 – Localização geográfica do empreendimento.

A Ilhéus Mineradora está localizada na bacia Hidrográfica do Rio Almada, região

fisiográfica denominada Região Cacaueira da Bahia e Região Econômica Litoral Sul.

Limita-se ao norte com a Bacia do rio de Contas, ao Sul com a Bacia do rio Cachoeira e a

leste com o oceano Atlântico, conforme figura 03.

Page 21: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

11

Figura 03 – Localização do empreendimento dentro do contexto de bacias hidrográficas.

Diante das Unidades de Conservação, a Ilhéus Mineradora encontra-se na APA

Lagoa Encantada e Rio Almada (figura 04), que foi criada pelo Decreto Estadual

2.217/1993, e ampliada pelo Decreto Estadual nº 8.650/2003, tornando-se importante

por ser um instrumento de conservação do ambiente natural, pois possibilita conciliar a

prática das atividades econômicas com os interesses ambientais.

Com relação ao Parque Estadual da Serra do Conduru (PESC), o empreendimento

dista 17.423,89 metros e em relação ao Parque Municipal da Boa Esperança (PMBE) ele

dista 14.493,86 metros.

Page 22: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

12

Figura 04 – Localização da Ilhéus Mineradora nas Unidades de Conservação da região.

1.7 Empreendimentos associados e decorrentes

A Ilhéus Mineradora está localizada no distrito do município de Ilhéus, Rio do

Braço, distando 10.351m do bairro Iguape, onde se localiza o Distrito Industrial de

Ilhéus, destacando as principais indústrias da região, conforme figura 05, abaixo,

podendo identificar entre elas:

Cargill Agrícola SA

Inscrita sob o CNPJ de nº 60.498.706/0025-24, licenciada, é uma empresa que tem como principal atividade produzir e comercializar internacionalmente produtos e serviços alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais.

ReciclaBrasil Ltda.

Indústria e Comércio de Resíduos Sólidos Ltda., licenciada desde 2011, inscrita no CNPJ de nº 10.392.095/0001-90, tem como objetivo a reciclagem de materiais, principalmente da construção civil, encontra-se ainda em fase de instalação.

Premolder Industrial Ltda.

Licenciada, inscrita no CNPJ de nº 10.879.192/0001-01, tem como principal atividade a fabricação de artefatos pré-moldados. Também se encontra em fase de instalação.

ZPE

Zona de Processamento de Exportação, licenciada, inscrita no CNPJ de nº 1.533.459/0001-04, são distritos industriais incentivados onde as empresas neles localizados operam com redução/suspensão de impostos e contribuições federais e liberdade cambial. Encontra-se em fase de instalação.

Pedreira Iguape Inscrita no CNPJ de nº 16.471.765/0001-40, encontra-se na fase de renovação de Licença Ambiental.

Cerâmica Iguape Inscrita no CNPJ de nº 09.367.234/0001-46, está na fase de regularização ambiental.

Page 23: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

13

Figura 05 – Localização dos empreendimentos próximos à Ilhéus Mineradora.

1.8 Nome e endereço para contatos relativos ao EIA

Contatos

Nome Endereço Telefone

Ângelo Britto Prisco

Teixeira Praça Barão do Rio Branco, nº 185 - 1º

andar - Cidade Nova. CEP: 45.652-140

(73) 9974-8275

(73) 8805-3357

Dayse Gomes de Azevedo (73) 9900-4136

(73) 8832-2106

E-mail [email protected]

Page 24: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora
Page 25: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

15

Histórico da Fazenda Santa Luzia

A fazenda onde se pretende explorar o areal é denominada Fazenda Santa Luzia

com área total de 98,7950ha, na qual tem como principal atividade a exploração da

cultura do cacau e a pecuária em regime de pasto.

Figura 06 – Sede da fazenda.

Page 26: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

16

Figura 07 – Cabruca e pastagens da fazenda.

Essas áreas estão melhores representadas na figura 08 que mostra o uso e

ocupação do solo na área da fazenda.

Page 27: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

17

Figura 08 – Mapa de Uso e ocupação do solo.

Viabilidade Locacional

A ideia de exploração do areal nesta área veio-se a partir de que o município de

Ilhéus só tem esse tipo de empreendimento legalizado na sua porção sul, o que dificulta

o transporte para atender a porção norte do município assim como também fornecer

areia para construção civil às cidades de Itacaré, Uruçuca e Itabuna. Outro grande

parâmetro que aponta a viabilidade de exploração deste recurso natural neste local é a

proximidade com a proposta do complexo intermodal Porto-Sul, e a chegada da Ferrovia

Oeste-Leste, duas grandes obras que vão demandar significativas quantidades de

material arenoso na execução das suas obras. Assim como também não pode deixar de

ressaltar a proximidade com o Distrito Industrial de Ilhéus e a Zona de Processamento e

Exportação, nas quais se especulam novos investimentos o que demandaria obras de

construção civil, surgindo à necessidade de areia, matéria-prima básica para execução

dessas atividades.

Page 28: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

18

Diante das abordagens levantadas acima, pode-se perceber que a área em estudo

possui uma posição geográfica estratégica, atrelado a esse aspecto, pode-se contar

também com o acesso facilitado por estrada vicinal já existente e em bom estado de

conservação, apontou esta área como a melhor alternativa de se instalar um

empreendimento desta modalidade.

Figura 09 – Vias de acesso.

Page 29: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

19

Figura 10 – Vias de acesso até a fazenda.

Além de reconhecer que o bem mineral é um bem da União, de interesse nacional,

reconheceu-se também que o mineral é um bem estático e existe na natureza em virtude

de fatores geológicos específicos, portanto, está onde a natureza impôs condições para

tal, também, é fato que sua localização não obedecer à vontade do homem, sendo

recurso raro, não optando pela ocorrência no universo, vindo a ser um bem essencial

para todas as atividades antrópicas.

Após os estudos geológicos, ambientais e socioeconômicos, pode-se afirmar que a

área em análise possui uma matéria-prima de boa qualidade para ser usada na

construção civil, boa logística de acesso e localização geográfica e principalmente o fato

da área não necessitar da supressão de nenhuma espécie de vegetação nativa,

diminuindo assim o impacto sobre o meio ambiente.

Page 30: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

20

Sobre a exploração

A mineração envolve procedimentos que vão desde a procura e descoberta de

evidências de ocorrências minerais com possível interesse econômico, até o

reconhecimento do seu tamanho, forma e valor econômico. As fases de pesquisa e

reconhecimento mineral poderão revelar dados promissores para a futura lavra, se

demonstrarem a existência de reservas econômicas capazes de suportar um

empreendimento de natureza industrial. A mineração engloba ainda o transporte, o

processamento e a concentração dos minérios e toda a infraestrutura necessária a estas

operações, dando lugar aos processos da metalurgia e da indústria transformadora.

A mineração compreende cinco fases que estão interligadas entre si e são descritas

a seguir:

1. Prospecção – é a fase da procura do bem mineral, visando definir áreas com

indícios de ocorrência mineral;

2. Exploração – é a fase de estudo de uma ocorrência mineral descoberta; é

empreendida para se conhecer o seu tamanho, forma, teor e valor econômico associado

a esta ocorrência;

3. Desenvolvimento – é a fase de preparação e traçado de uma jazida mineral

já estudada e provada, tendo como a finalidade a sua preparação para a futura lavra;

4. Lavra – é a fase de verdadeiro aproveitamento econômico e industrial da

jazida, isto é, são conjuntos de trabalhos de desmonte, extração e beneficiamento

mineral, visando às operações à manutenção e segurança destes serviços;

5. Recuperação Ambiental – é a fase de verdadeiros trabalhos de preparação

para a devolução das terras degradadas pela mineração à comunidade ou ao governo ou

a particulares.

No empreendimento em estudo o tipo de exploração do minério – areia, será do

tipo Lavra a céu aberto, que é toda extração que se desenvolve ao ar livre. É dirigida a

depósitos superficiais e é conduzida pelos princípios de desagregação, escavação,

dissolução, captação, etc.

Page 31: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

21

Figura 11 – Seta indicativa da área de Lavra.

Os principais métodos utilizados neste tipo de lavra são: em tiras horizontais,

(decapeamento) e lavra por bancos em encostas (em morros) e lavra em cava (buracos

no solo). No caso do empreendimento em estudo, o método a ser utilizado para

exploração do mineral, será tiras horizontais e lavra por bancos em encostas, devido

a conformação topográfica ser favorável para o uso desses métodos.

Figura 12 – Ilustração do método de lavra a ser utilizado. Fonte: LNGE, 1999.

Page 32: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

22

Caracterização do processo

Com relação à área determinada para lavra a mesma encontra-se requerida no

processo do DNMP 872730/2012, e compõe uma área de 15,00 ha (conforme figura 13).

Figura 13 – Localização da área de Lavra.

As principais etapas para execução da lavra a céu aberto serão:

Remoção da camada vegetal

Figura 14 – Camada vegetal presente na área a ser lavrada.

Page 33: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

23

No caso do empreendimento em estudo, não será necessário a supressão de vegetação.

Toda a exploração será em área 100% de área antropizada, composta apenas por gramíneas da

espécie brachiara decumbens e brachiara humidícula. Diante desses fatores o impacto ao

meio ambiente será reduzido.

Decapeamento que é a retirada da camada fértil de solo rica em húmus para

armazenamento posterior junto com as etapas anteriores, para reutilização futura na

recomposição do sítio minerado;

Extração do mineral por meio dos métodos citados anteriormente;

Recuperação Ambiental da área minerada de acordo com um plano pré-

determinado.

Figura 15 – Fotos da área a ser lavrada.

Equipamentos utilizados na exploração:

CAÇAMBA

TRATOR ENCHEDEIRA

Page 34: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

24

A linha de operação é constituída pelo seguinte quadro de função:

Engenheiro de Minas e ou Geólogo

Responsável pelo processo de lavra.

Engenheiro Ambiental Responsável pelo monitoramento ambiental.

Gerente Gerencia as atividades operacionais, além das atividades de escritório.

Motorista Opera os caminhões. Operador da enchedeira Opera a enchedeira.

Apontador Responsável pelo controle de saídas de caminhões

.

Page 35: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora
Page 36: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

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26

3.1 MEIO FÍSICO

Por se tratar de uma área pequena, com estrutura geológica e litológica, idêntica, e,

por economicidade, optou-se por três pontos distintos de sondagens, em local

estrategicamente escolhido.

Priorizam-se as sondagens e coletas de amostras de solo, em locais de maiores

probabilidades de futura extração de substância mineral granito, ou seja, em locais de

possíveis frentes de lavra, a céu aberto, na área do empreendimento.

a) Clima

O município de Ilhéus possui um clima quente e úmido, amenizado pelos ventos

provindo do oceano, e é uma das cidades que registram as temperaturas um pouco

quente no estado da Bahia, chegando a registrar 26,2°C em 2006, mas já foram

registradas temperaturas inferiores a 19°C em diversos anos anteriores. As chuvas são

bem distribuidas durante o ano, sendo o maior período das chuvas torrenciais (mais

intensas e fortes) que ficam concentradas nos meses de novembro a março, com um

índice médio de pluviometria em torno de 1.300mm/ano.

b) Geologia Regional

Afloram na região rochas do embasamento cristalino e suprajacentes que serão

descritas a seguir em ordem cronológica da mais nova para mais antiga, localizadas no

Domínio do Escudo Oriental da Bahia, subdomínio A, Zona de Jequié.

Depósitos Aluviais: Trata-se de sedimentos inconsolidados,

predominantemente arenosos, com lentes mais finas de silte e argila e cascalhos

variados geralmente na base, aparecendo raramente em forma de lentes no meio

do conjunto. Nas áreas de inundação aparecem geralmente sedimentos finos

ricos em matéria orgânica.

Areias litorâneas com conchas Marinhas: Trata-se de areias que apresentam

selecionamento de bom a moderado, com conchas marinhas e tubos fósseis. Na

parte superior destes terraços existem cristas e cordões litorâneos notavelmente

bem desenvolvidos. As estruturas sedimentares presentes são representadas

quase que exclusivamente por estratificação da face da praia.

Page 37: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

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27

Depósitos eólicos costeiros: Trata-se de depósitos que correspondem a duas

gerações de dunas que ocorrem no trecho costeiro do estado da Bahia: dunas

internas e externas. De uma maneira geral apresentam areia fina, bem

selecionada, predominantemente quartzosa, com coloração ocre a branca. As

dumas internas, mais antigas, são caracterizadas pela alta percentagem de grãos

angulosos, enquanto as externas apresentam grãos arredondados a

subarredondados.

Diques da região litorânea: São representados por diques de anfibolito, de

características subalcalinas que ocorrem nas proximidades de Salvador e Itacaré,

classificados como basaltos toleíticos, basaltos transicionais, adesibasaltos,

laticbasaltos e mais raramente latitos.

Cobertura Tércio-Quaternária: Trata-se de cobertura detrítica tércio

quaternária composta por solo inconsolidado, geralmente areno-argiloso de cor

amarelada, ás vezes assumindo aspecto avermelhado, com algumas manchas

argilo arenosa de cor vermelho escuro, assumindo coloração mais escura quando

enriquecidas com matéria orgânica. Em locais de topografia mais baixa este solo

assume uma composição arenosa e cor acinzentada amarelada. São comuns as

presenças de fragmentos de rochas alteradas. A média de espessura é em torno

de 1,5 metro, atingindo em alguns locais cerca de 2,5 metros. Esta cobertura é

muito provavelmente proveniente da alteração de rochas granulíticas do

embasamento.

Grupo Barreiras: É composto por areias finas a grossas, argilas cinza-

avermelhadas, roxas e amareladas, arenitos grosseiros a conglomerados com

matriz caulínica, pouco consolidados, pobremente selecionados, cinza

esbranquiçados, amarelados e avermelhados. Os arenitos exibem estratificação

cruzada acanalada e planar, laminação plano-paralela e algumas vezes

apresentam-se maciço. São comuns canga de óxido de ferro.

Complexo Itabuna: Trata-se de um conjunto de sienito e nefelina sienitos, de

granulação grossa com estrutura isotrópica, apresentando nos contatos textura

gnáissica e cataclástica. Aparece ainda outro conjunto relacionado a este

Complexo, composto de dioritos e monzodioritos, com granulação grosseira e

estrutura isotrópica e de fluxo magmático.

Page 38: Estudo de Impacto Ambiental - Ilhéus Mineradora

EIA – ILHÉUS MINERADORA

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Monzonitos, mangeritos/shoshoníticos das Regiões de Ibirapitanga e

Ubaitaba: Trata-se de rochas ricas em biotita com tendência a calcioalcalinas,

derivadas de magma rico em potássio, com grande quantidade de ilmenita,

apatita e magnetita. Gabros, Basaltos, Tonalitos, Dacitos, granulitizados: São

rochas essencialmente ortoderivadas de caráter básico a intermediário,

intercaladas em bandas e com componentes supracrustais.

c) Gelologia Local

Localmente ocorre na área areia inconsolidada proveniente da alteração das

rochas do Grupo Barreiras e cobertura tércio quaternária proveniente da alteração de

rochas granulíticas do embasamento cristalino.

Figura 16 – Mapa geológico da área em estudo.

Cobertura Tércio-Quaternária: Trata-se de cobertura detrítica tércio

quaternária composta por solo inconsolidado, geralmente areno-argiloso de cor

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

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amarelada, ás vezes assumindo aspecto avermelhado, com algumas manchas

argilo arenosa de cor vermelho escuro, assumindo coloração mais escura quando

enriquecidas com matéria orgânica. Em locais de topografia mais baixa este solo

assume uma composição arenosa e cor acinzentada amarelada. São comuns as

presenças de fragmentos de rochas alteradas. A média de espessura é em torno

de 1,5 metro, atingindo em alguns locais cerca de 2,5 metros. Esta cobertura é

muito provavelmente proveniente da alteração de rochas granulíticas do

embasamento.

As areias provenientes da alteração de rochas do Grupo Barreiras, objeto principal

dos trabalhos no local, ocorrem na porção leste da área, predominantemente, de cor

cinza esbranquiçada, composta por sílica de granulometria média, aumentando a

granulometria com a profundidade, chegando à sua base a um nível de cascalho com

seixos de quartzo, subarredondados, de tamanho variados, indo desde 1 cm a cerca de 5

cm, raramente ultrapassando estas medidas. Na porção NE da área ocorrem na base dos

depósitos de areia, níveis enriquecidos de argilas, de cor amarelada a ocre, formando

depósitos individualizados. As areias mais grosseiras possuem cor mais clara. Os níveis

argilosos são mais comuns em subsuperfície e não afloram com frequência.

A profundidade de ocorrência dos depósitos de areia, determinada pela sondagem

a trado, foi de no máximo 8,40 metros, sendo impossível ir mais profundo pela

ocorrência de nível de cascalho, tornando-se impenetrável a perfuração a trado.

Associados aos depósitos de areia esbranquiçada encontram-se raros e pequenos

depósitos de areia de cor amarelada, granulometria mais fina, com certa contaminação

de óxido de ferro.

A camada de areia onde serão desenvolvidos os trabalhos de lavra tem espessura

que varia de 3,40 metros na sua parte mais baixa até 8,40 metros na sua parte mais

alta. Estas medidas de espessura foram baseadas nos dados obtidos na sondagem a

trado, porém limitada pela ocorrência de níveis de cascalho, onde se encontra o nível

impenetrável. Pode ocorrer abaixo deste nível impenetrável novo pacote de areia com

cascalho em sua base o que será verificado durante os trabalhos de exploração

Por se tratar de areia totalmente inconsolidada, sendo todo o pacote a ser

explorado formado por areias desagregadas a porosidade e permeabilidade na área é

extrema, sendo que toda a água lançada sobre este pacote infiltra com muita rapidez.

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

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Toda a água lançada sobre esta camada arenosa desaparece em poucos segundos

não sendo possível efetuar medidas com precisão.

O nível de cascalho é impenetrável apenas a sondagem a trado, porém a sua

porosidade e permeabilidade é também extrema, não se verificando retenção de água

em sua extensão de ocorrência.

Nas sondagens efetuadas não foi encontrada o nível do lençol freático, que no local

varia muito de acordo com o índice pluviométrico, devido à alta permeabilidade e

porosidade das camadas superficiais.

De acordo com os dados obtidos pode-se afirmar que a área é muito permeável,

ou seja tem permeabilidade primária, com absorção relativa muito rápida.

Figura 17 - Areias Oriundas do Grupo Barreiras e Cobertura Tércio Quaternária Oriunda de Rochas Granulíticas.

SUL

NORTE

LESTE

OESTE

COBERTURA TÉRCIO

QUATERNÁRIA

AREIA

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Figura 18 – Detalhe do Depósito de Areia – Porção Centro Leste da Área.

d) Caracterização geomorfológica da área

A área possui dois tipos de relevos distintos; um esculpido sobre as rochas

granulíticas do embasamento cristalino e o outro a superfícies erodidas de rochas do

Grupo Barreiras. Toda esta Unidade geomorfológica foi denominada de Depressão de

Itabuna. A sua peneplanização está relacionada ao Ciclo Paraguaçu, na sua fase mais

moderna, principalmente no relevo esculpido sobre as rochas do embasamento

cristalino e erosão causada pelo intemperismo das rochas pertencentes ao Grupo

Barreiras.

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

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Figura 19 – Mapa geomorfológico da área em estudo.

As formas de relevo que aparecem na área são determinadas mais pela erosão e

alteração causada por intemperismo das rochas que por eventos estruturais exceto pelo

vale que corta a área na direção norte sul, provavelmente formado por uma fratura que

separa as rochas do Embasamento Cristalino das do Grupo Barreiras.

Na porção leste da área onde ocorrem as areias provenientes da alteração das

rochas do Grupo Barreiras os morros têm os topos em forma tubulares com vales rasos e

estreitos, normalmente esculpidos por águas pluviais. O alto grau de porosidade e

permeabilidade não permite a circulação intensa de água na superfície o que não

permite a escavação de vales mais profundos. Já na porção oeste onde ocorre solo mais

argiloso proveniente da alteração de rochas granulíticas do Embasamento Cristalino, os

morros têm formas de cristas mais agudas com os vales mais largos e mais profundos, o

que significa maior circulação de água na superfície devido ao menor grau de porosidade

e permeabilidade.

O relevo da área é de maneira geral acidentado com desníveis mais acentuados na

porção oeste da área, podendo ser caracterizado como do Tipo Planalto Pré-Litorâneo

na sua porção oeste e Planície Litorânea na sua porção leste. A presença de rochas do

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33

Embasamento Cristalino próximos a linha de praia indica a elevação do nível do mar em

períodos pós-glaciais, causando retrogradação da linha da costa. De maneira resumida o

relevo da região é formado por planícies litorâneas, tabuleiros costeiros e elevações

formadas por Rochas do Grupo Barreiras e do Embasamento Cristalino.

As cotas mais altas no lado leste da área atingem cerca de 130 trinta metros com os

vales mais profundos atingindo cotas de aproximadamente 65 metros com desníveis de

65 metros em uma distância de 320 metros. As declividades são mais suaves com

angulação em torno de 30°.

Na porção oeste as cotas mais altas chegam a 170 metros e as mais baixas estão

por volta de 60 metros com desníveis de 110 metros em distâncias de 250 metros. As

declividades são mais acentuadas estando em torno de 45°.

Vale a pena salientar que a extração de areia se dará apenas na porção leste da

área estudada.

Figura 20 – Aspectos Geomorfológico da Área

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Figura 21 – Aspectos Geomorfológicos da Área.

e) Caracterização dos solos

Ocorrem na área dois tipos de cobertura: um mais recente formado por areais

inconsolidadas de cor esbranquiçada, muito rica em sílica, granulometria média, com

cascalho composto por seixos de quartzo na base, com manchas mais ricas em argila que

apresentam coloração mais avermelhada, ocupando toda porção leste; outro formado

por cobertura detrítica tércio quaternária, de coloração amarelada a avermelhada,

composta por solos areno argilosos ás vezes argilo arenoso, quando assumem coloração

mais avermelhada.

A cobertura formada por areia esbranquiçada de granulometria média é oriunda

de alteração intempérica de rochas do Grupo Barreiras, é composta por sedimentos

arenosos bastante inconsolidados, com baixo teor de argila, tendo uma camada

superficial de no máximo 30 cm rica em matéria orgânica. Nos fundos dos vales é

comum a presença de seixos de quartzo, sub arredondados, também desagregados.

Estas areias aparecem muitas vezes associadas a latossolos amarelados, relativamente

mais ricos em argila e geralmente são de baixa fertilidade, usados frequentemente para

plantação de pastagem para uso na pecuária. Normalmente são solos transportados.

A cobertura formada pela alteração das rochas granulíticas do embasamento

cristalino é de cor amarelada com manchas avermelhadas. Tem composição areno

argilosa, por vezes argilo arenosa com as porções mais ricas em argila assumindo uma

cor mais avermelhada. Trata-se de solos mais coesos, também com uma camada

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

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superficial, que varia de 10 a 30 cm de espessura, rica em matéria orgânica. É comum a

presença de fragmentos de rochas e de quartzo de veio dispersos por toda esta

cobertura. São compostos de quartzo e feldspato alterado, dando origem aos minerais de

argila e alguma mica. Também são solos de baixa fertilidade, com as porções mais férteis

sendo usadas para cultivo de cacau. Estão Associados a Alissolos e Argissolos sendo os

argissolos mais comuns nas porções de cotas mais baixas (fundo de vales).

Normalmente são solos residuais de espessura variando de 0,50 a 2,0 metros.

A exploração se dará apenas na porção onde ocorre a areia inconsolidada.

Figura 22 - Areia Inconsolidada Oriunda da Alteração de Rochas do Grupo Barreiras.

f) Caracterização dos recursos hídricos

a. Hidrologia.

Os drenos que ocorrem no entorno da área a ser explorada são de águas pluviais e

só “correm” em época de chuvas e mesmo assim tem curta duração. Normalmente eles

convergem para um vale de direção norte sul, provavelmente formado por uma fratura

no contato das areias com a cobertura detrítica tércio quaternária. Estes drenos, que

formam córregos apenas nas épocas chuvosas, deságuam no Rio sete Voltas, que por sua

vez deságua no Rio Tiriri, todos pertencentes à Bacia do Rio Almada.

As águas que correm nos drenos do entorno da área onde será efetuada a

exploração são águas pluviais que infiltram nas areias inconsolidadas oriundas da

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alteração de rochas do Grupo Barreiras e percolam sob a camada arenosa quando ao

encontrar um nível mais argiloso e consequentemente mais impermeável, tornando-se

superficial onde há interseção destes níveis com as curvas de níveis de cota de

superfície. São águas de cor escura e baixa salinidade, ricas em matéria orgânica.

Figura 23 - Mapa Hidrográfico da área.

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Figura 24 - Drenos de Águas Pluviais

Na porção oeste da área não se verifica a percolação de águas superficiais.

b. Hidrogeologia

Os recursos hidrogeológicos da área estão relacionados a aquíferos subterrâneos

de rochas do Embasamento Cristalino. Este é o sistema de maior amplitude em todo

território nacional e consequentemente na Bahia.

São aquíferos armazenados em zonas de fraturas dessas rochas, com baixa

capacidade de armazenamento, têm baixa permeabilidade e pouca profundidade.

Normalmente a sua recarga se dá através de águas pluviais.

As águas desses aquíferos normalmente têm alta salinidade e quando maior o

índice pluviométrico menor a salinidade das águas.

O fluxo subterrâneo dessas águas se dá através de fraturas e obedece a direção de

mergulho dessas fraturas.

SENTIDO DA CORRENTE - SUL

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Aquíferos subterrâneos formados em rochas do Grupo Barreiras, não são raros

principalmente onde se verifica níveis arenosos envelopados por camadas argilosas.

Normalmente são águas de alta qualidade, podendo ser consideradas potáveis.

As características mais comuns destes aquíferos são alta vazão e pouca

profundidade.

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3.2 MEIO BIÓTICO – FLORA

O diagnóstico ambiental da flora foi realizado na área de influência do

empreendimento proposto. O empreendimento visa extrair areia de morros

(coordenadas: 24L 480627; 8376957) que atualmente são cobertos por pasto. No

entanto, na parte mais alta destes morros encontra-se um remanescente de floresta

atlântica, onde foi realizado o inventário florístico (Figura 25).

A Mata Atlântica é considerada um ecossistema prioritário para a conservação,

devido sua alta diversidade e grau de endemismo (MORELLATO & HADDAD 2000;

MYERS et al. 2000; MARTINI et al. 2007; LAURANCE 2009). A conservação de seus

remanescentes, mesmo que em estágios iniciais de sucessão ou representados por

pequenos fragmentos, são importantes para sua manutenção e representam 32 a 40%

da Mata Atlântica restante (RIBEIRO et al. 2009).

Figura 25 – Fazenda Santa Luzia. Em destaque o futuro local de extração de areia (setas preta) e o local do remanescente florestal inventariado (seta branca).

Diversos estudos destacam a importância de áreas de proteção particular, pois

estas podem ajudar abrigar a diversidade (ROCHA-SANTOS & TALORA 2012), podem

compor parte de corredores ecológicos (TABARELLI et al. 2006). Também podem

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prestar serviços ambientais como retenção de carbono e auxiliar na manutenção de

mananciais hídricos.

O presente inventário florestal foi realizado na fazenda Santa Luzia, localizada na

rodovia Ilhéus-Uruçuca (coordenadas: 24L 481031; 8376649). A área da fazenda é

compreendida áreas de pastagem, de cabruca e áreas com remanescentes de floresta

Atlântica.

O levantamento fitossociológico arbustivo-arbóreo da vegetação desta área foi

feita segundo a metodologia de amostragem rápida de Gentry (1982). A mesma é

empregada para inventários rápidos e para projetos de longa duração (MAGNUSSON et

al. 2005), e já foi utilizado em diversos estudos em floresta tropical (MARTINI Et al.

2007).

Foram implantadas 10 parcelas (0,1 ha cada uma), distribuídas em toda a área do

remanescente amostrado. Nestas parcelas foram incluídos na amostra todos os

indivíduos arbóreos com diâmetro á altura do peito (DAP) ≥ 5 cm. Cada indivíduo da

parcela foi marcado, numerado, medido quando ao diâmetro, tiveram sua altura

estimada e foram identificados taxonomicamente (Figura 26).

Figura 26 – Metodologia sendo aplicada na área da fazenda Santa Luzia. Marcação das parcelas e dos indivíduos (à esquerda) e coleta para identificação taxonômica (a direita).

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Para a análise estrutural foram usados os seguintes parâmetros fitossociológicos:

densidade absoluta e relativa; frequência absoluta e relativa; área basal; dominância

absoluta e relativa; índice de importância. Além disso, foram calculados os valores da

riqueza e o índice de diversidade de Shannon (H’ – nats/ind.), que expressa um valor

dado pela riqueza e equabilidade.

Resultados encontrados

Em um hectare de área amostrada foram registrados 153 indivíduos arbóreos,

pertencentes a 55 espécies, 48 gêneros e 27 famílias. De todos os indivíduos amostrados,

94% foram classificados até o nível de espécie e apenas 1% ficou como não identificado

(Anexo 1).

Floristicamente o remanescente foi caracterizado pela presença de espécies

intolerantes à sombra como Tapirira guianensis, Henriettea succosa, Pogonophora

schomburgkiana, Simarouba amara, Eschweilera ovata, Schefflera morototoni. A

abundância elevada destas espécies intolerantes à sombra, também conhecidas como

pioneiras, evidencia que a vegetação em sua maioria encontra-se em um estágio menos

avançado de regeneração (Anexo 1). A espécie mais abundante, T. guianensis, e a mais

frequente, P. schomburgkiana, apresentam ampla distribuição e são utilizadas como

recurso pela fauna. Apesar das espécies pioneiras terem sido as mais comuns, também

foi registrado espécies mais tardias no inventário como: Virola officinalis; Mrycia sp.;

Psidium guineense; Protium heptaphyllum; Brosimum rubescens.

O índice de diversidade encontrado foi 3,66 nats/indivíduo. As famílias com maior

riqueza foram: Fabaceae com sete espécies, Moraceae com seis e Euphorbiaceae com

cinco. Já as famílias com maior número de indivíduos foram: Euphorbiaceae com 18,

Melastomataceae e Anacardiaceae com 14. Fabaceae frequentemente é a família com

maior riqueza em levantamentos realizados em áreas de floresta atlântica baiana (MORI

ET AL. 1983; AMORIM ET AL. 2005; THOMAS ET AL. 2009).

Em relação à estrutura florestal, foram encontrados indivíduos que variam entre 2

e 20 m de altura (com média 7,6 m). Os dados de diâmetro evidenciaram a presença de

indivíduos remanescentes, atingindo o diâmetro máximo de 85 cm (média de 14,4 cm).

A densidade total da área foi de 153 indivíduos/ha (Tabela 1). Apesar de a área ser

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caracterizada floristicamente por espécies pioneiras, ela apresentou trechos com

características estruturais mais elaboradas, com indivíduos de grande porte (Figura 27),

uma estrutura vertical mais complexa, com a presença de diferentes estratos (sub-

bosque e dossel).

Tabela 1 - Parâmetros estruturais das parcelas amostradas (0,1 ha cada) na área do futuro empreendimento, Ilhéus -Uruçuca/BA.

Diâmetro médio (cm)

Altura média (m)

Densidade (ind./ha)

Nº Espécie Riqueza (sp./ha)

Parcela 1 15,66 (± 8,5) 8,1 (± 2,8) 150 14 140

Parcela 2 14,8 (± 12,3) 8,2 (± 3,1) 120 10 100

Parcela 3 11,5 (± 6,6) 7,7 (± 3,4) 160 14 140

Parcela 4 16,3 (± 16,0) 10,7 (± 4,3) 250 14 140

Parcela 5 10,3 (± 2,8) 5,2 (± 1,5) 130 7 70

Parcela 6 21,0 (± 11,8) 6,5 (± 1,7) 110 6 60

Parcela 7 18,1 (± 16,7) 6,3 (± 1,7) 90 8 80

Parcela 8 12,7 (± 7,7) 6,5 (± 2,5) 120 11 110

Parcela 9 13,4 (± 6,7) 9,3 (3,9) 210 8 80

Parcela 10 10,2 (± 4,8) 7,0 (± 3,0) 190 14 140

Média da área (1 ha) 14,4 7,6 - - -

Total da área (1 ha) - - 153 55 55

Figura 27 – Imagem de um indivíduo remanescente de maior porte e de trechos de mata mais estruturada (foto à esquerda). Imagem de uma gameleira estranguladora (Ficus sp.) que necessita de uma estrutura pré-estabelecida para iniciar seu estabelecimento, indicando uma estrutura mais antiga (foto à direita).

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Outra família com importante destaque na área estudada é Arecaceae. Sua riqueza

e abundância foi a mais alta se considerarmos os indivíduos acaules (espécies que

demoram muito ou não apresentam caule evidente acima do solo, mesmo e fases já

reprodutiva; Figura 28). Todos os indivíduos acaules observados pertenceram à família

Areacaceae e estavam distribuídos em seis espécies: Attalea funifera (piaçava), Bactris

ferruginea, B. acanthocarpa e B. setosa (mané velho), Elaeis guineensis (dendê), Syagrus

botryophora (pati). A família Arecaceae é considerada uma família muito importante

para a dinâmica da floresta, pois apresentam recursos mesmo em períodos de escassez

de frutos (Galetti & Aleixo 1998; Peres 2000).

Figura 28– Presença de indivíduos acaule, que são frequentes no sub-bosque da área estudada.

Entre as espécies amostradas foram registradas duas espécies exóticas, a Jaca e o

Dendê. Na área estudada o Dendê tem maior destaque, devido sua abundância e alto

potencial de invasão, pois produz grande quantidade de frutos ao longo do ano, que são

apreciados pela fauna (TUTIN ET AL. 1997; BECK 2006; CARDOSO et al. 2011). Além das

espécies invasoras, outras ameaças foram detectadas como a caça, a retirada de madeira

e principalmente a prática de corte e queima na área de pasto. Nas áreas da borda do

fragmento que foram registradas a recente perturbação causada pelo fogo (Figura 29).

As áreas de borda são as áreas que estão mais sujeitas a sofre alterações ambientais. O

efeito de borda tem causado desestruturação e secundarização das florestas (SANTOS

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ET AL. 2008; LOBO et al. 2010). A retirada e/ou queima dessas áreas permitem que o

efeito de borda atinja cada vez mais o interior do fragmento, e consequentemente, os

pequenos trechos com áreas mais estruturadas presentes, também se tornarão áreas de

capoeira mais inicial, causando perda de riqueza e diversidade.

Figura 29 – Registro de ameaças presentes na área estudada, como a retirada de madeira (acima à direita), a caça (acima à esquerda) e a prática de corte e queima (as duas fotos embaixo).

CONSIDERAÇÕES

O remanescente estudado apresentou alto grau de fragilidade, devido a diversas

fontes de perturbação como o corte e queima, efeito de borda, presença de espécies

invasoras, vestígios de atividades de caça e retirada de madeira. A extração de areia dos

morros representa mais risco de perturbação, por isso, deve ser efetuada com cautela,

utilizando de práticas de contenção para evitar o desmoronamento de áreas do

remanescente florestal.

Apesar da alta perturbação antrópica, a área apresentou alta diversidade e riqueza,

apresentando potencial de abrigo e recurso alimentar para manter a fauna (Figura 30).

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Entre os indivíduos registrados, também se encontra espécie com potencial de

exploração comercial como A. funifera (piaçava) e espécie endêmica como a E. ovata

(biriba) utilizada como matéria prima para confecção de instrumento musical

característico da cultura baiana, o berimbau. A importância do remanescente é ainda

maior pelo fato de se encontrar próximo a uma reserva florestal, presente na Fazenda

Almada, onde atualmente é desenvolvido um projeto com um primata endêmico e

ameaçado de extinção, o mico leão da cara dourada (Leontopithecus chrysomelas). Outro

destaque importante para o remanescente estudado é o serviço ambiental prestado em

relação ao aspecto hídrico, pois o mesmo se encontra próximo a áreas de curso de água.

Figura 30 – Espécies com algum tipo de recurso alimentar disponível, registrada no mês de março, quando foi realizado o trabalho de amostragem.

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Diante desde estudo, fica evidente que esta área deve ser protegida, e que ações de

manejo como enriquecimento e controle de invasoras podem auxiliar na sua persistência,

assim como a proteção contra novas perturbações antrópicas. A maior eficiência do

processo de enriquecimento da área pode ser atingida utilizando espécies tardias

(tolerantes à sombra). Priorizando as espécies tardias que tem baixa frequência ou

ausentes na área estudada, mas que são encontradas em floresta próxima, como as da

Fazenda Almada.

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ANEXO 1

Espécies arbóreas amostradas no remanescente florestal e seus respectivos parâmetros fitossociológicos, Ilhéus-Uruçuca/BA. Lista está disposta por ordem alfabética das famílias.

Família Espécies Nome popular Nº

Ind. FR DR AB DoR IVI

Anacardiaceae Tapirira guianensis Aubl. Pau-pombo 14 4,72 9,15 0,5574 13,37 27,24

Annonaceae Xylopia sericea A.St.-Hil. Pindaíba-pimenta 1 0,94 0,65 0,0008 0,02 1,62

Apocynaceae Himatanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson Janaúba 4 2,83 2,61 0,0123 0,29 5,74

Araliaceae Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire, Steyrm.

& Frodin

Matatauba 6 3,77 3,92 0,0956 2,29 9,99

Arecaceae Elaeis guineensis Jacq. Dendé 5 0,94 3,27 0,1466 3,52 7,73

Arecaceae Euterpe edulis Mart. Jussara 4 2,83 2,61 0,0037 0,09 5,53

Arecaceae Geonoma sp1 Ouricana 1 0,94 0,65 0,0008 0,02 1,62

Bignoniaceae Jacaranda semisserrata Cham. Carobinha 5 0,94 3,27 0,0441 1,06 5,27

Boraginaceae Cordia magnoliaefolia Cham. Baba-de-boi 2 1,89 1,31 0,0014 0,03 3,23

Burseraceae Protium aracouchini (Aubl.) March. Amescla 3 2,83 1,96 0,0036 0,09 4,88

Burseraceae Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Amescla 1 0,94 0,65 0,0007 0,02 1,61

Clusiaceae Tovomita choisyana Planch. & Triana Mangue 2 1,89 1,31 0,0030 0,07 3,27

Clusiaceae Tovomita mangle G. Mariz Mangue-da-mata 4 2,83 2,61 0,0103 0,25 5,69

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Família Espécies Nome popular Nº

Ind. FR DR AB DoR IVI

Clusiaceae Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Bicuíba-vermelha 2 1,89 1,31 0,0055 0,13 3,33

Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Muell. Arg. Tapiá 1 0,94 0,65 0,0002 0,01 1,60

Euphorbiaceae Mabea piriri Aubl. Leiteira 3 1,89 1,96 0,0071 0,17 4,02

Euphorbiaceae Pera glabrata (Schott) Poepp. Ex Baill. Sete-cascas 4 3,77 2,61 0,0285 0,68 7,07

Euphorbiaceae Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. Cocão 9 6,60 5,88 0,0348 0,83 13,32

Euphorbiaceae Sebastiania gaudichaudii (Muell. Arg.) Muell.

Arg.

1 0,94 0,65 0,0003 0,01 1,60

Fabaceae Albizia polycephalum (Benth.) Killip ex Record Monzê 2 1,89 1,31 0,0645 1,55 4,74

Fabaceae Andira anthelmia (Vell.) J. F. Macbr. Angelin 1 0,94 0,65 0,0002 0,00 1,60

Fabaceae Andira vermifuga (Mart.) Benth. Amargoso 1 0,94 0,65 0,0062 0,15 1,75

Fabaceae Dialium guianense (Aubl.) Sandwith Jitaí-preto 4 2,83 2,61 0,0718 1,72 7,17

Fabaceae Diplotropis incexis Rizzini & A. Mattos Sucupira-verdadeira 1 0,94 0,65 0,0058 0,14 1,74

Fabaceae Fabaceae sp1 1 0,94 0,65 0,0003 0,01 1,61

Fabaceae Parkia pendula (Willd.) Benth. Juerana-vermelha 1 0,94 0,65 0,0009 0,02 1,62

Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. Aderninho-de-

capoeira

2 1,89 1,31 0,0042 0,10 3,29

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Família Espécies Nome popular Nº

Ind. FR DR AB DoR IVI

Lauraceae Cryptocarya mandioccana Meisn. in DC. Louro-cravo 2 1,89 1,31 0,0036 0,09 3,28

Lauraceae Nectandra membranacea (Sw.) Griseb. Louro-sabão 3 0,94 1,96 0,0076 0,18 3,09

Lauraceae Nectandra sp. Louro-graveto 2 1,89 1,31 0,0090 0,22 3,41

Lecythidaceae Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Biriba 7 4,72 4,58 0,0849 2,04 11,33

Malpighiaceae Byrsonima stipulacea Adr. Juss. Murici 1 0,94 0,65 0,0019 0,04 1,64

Melastomataceae Henriettea succosa (Aubl.) DC. Mundururu-ferro 9 2,83 5,88 0,0956 2,29 11,01

Melastomataceae Miconia mirabilis (Aubl.) L.O.Williams Mundururu 4 1,89 2,61 0,0181 0,43 4,94

Melastomataceae Tibouchina elegans (Gardn.) Cogn. Pequi de capoeira 1 0,94 0,65 0,0039 0,09 1,69

Monimiaceae Siparuna guianensis Aubl. Negramina 3 1,89 1,96 0,0031 0,07 3,92

Moraceae Brosimum rubescens Taub. Conduru-vermelho 1 0,94 0,65 0,0002 0,00 1,60

Moraceae Ficus insipida Willd. Gameleira-vermelha 1 0,94 0,65 0,0140 0,34 1,93

Moraceae Helicostylis tomentosa (Poepp. & Endl.) Rusby Amora-vermelha 3 2,83 1,96 0,0053 0,13 4,92

Moraceae Pourouma guianensis Aubl. Tararanga-de-lixa 1 0,94 0,65 0,0013 0,03 1,63

Moraceae Pourouma mollis Trécul Tararanga-vermelha 1 0,94 0,65 0,0040 0,10 1,69

Moraceae Pourouma velutina Miq. Tararanga 1 0,94 0,65 0,0020 0,05 1,65

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Família Espécies Nome popular Nº

Ind. FR DR AB DoR IVI

Myristicaceae Virola officinalis (Mart.) Warb. Bicuíba-vermelha 2 1,89 1,31 0,0121 0,29 3,48

Myrtaceae Mrycia sp1 Murta 1 0,94 0,65 0,0004 0,01 1,61

Myrtaceae Mrycia sp2 Murta 1 0,94 0,65 0,0003 0,01 1,60

Myrtaceae Psidium guineense Sw. Araça-vermelho 1 0,94 0,65 0,0021 0,05 1,65

Nyctaginaceae Guapira opposita (Vell.) Reitz Farinha-seca 4 3,77 2,61 0,0151 0,36 6,75

Olacaceae Tetrastylidium brasiliense Engl. Cavoeiro 4 2,83 2,61 0,0043 0,10 5,55

Sapotaceae Chrysophyllum sp. Bapeba-branca 1 0,94 0,65 0,0003 0,01 1,60

Sapotaceae Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Gameleira 1 0,94 0,65 0,0005 0,01 1,61

Sapotaceae Pouteria laurifolia (Gomez) Radlk. Bapeba-de-nervura 2 0,94 1,31 0,0010 0,02 2,28

Simaroubaceae Simarouba amara Aubl. Pau-paraíba 8 1,89 5,23 2,7621 66,24 73,36

Tiliaceae Apeiba tibourbou Aubl. Pau jangada 1 0,94 0,65 0,0006 0,01 1,61

indeterminada sp1 1 0,94 0,65 0,0005 0,01 1,61

indeterminada sp2 1 0,94 0,65 0,0050 0,12 1,72

Legenda: FR – freqüência relativa; DR – densidade relativa; AB – área basal; DoR – dominância relativa; IVI – índice de importância

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3.3 MEIO BIÓTICO – FAUNA

A riqueza biológica da Mata Atlântica é comparável àquela dos biomas florestais mais

ricos do mundo, incluindo a Amazônia. A fauna da região é composta por no mínimo 261

espécies de mamíferos, 620 de pássaros, além de 260 anfíbios (FONSECA, 1997;

MITTERMEIER et al., 1997). Destes, 73 mamíferos, 160 pássaros e 128 anfíbios são

considerados endêmicos a esse bioma (MITTERMEIER & MITTERMEIER, 1997).

O processo de fragmentação na Mata Atlântica tornou-se bastante acelerado no sul da

Bahia, sendo uma grande ameaça à manutenção da biodiversidade (MOURA, 1999). Entre

1945 e 1990, a cobertura vegetal no extremo sul da Bahia foi reduzida de 85% para 6% de

sua área original (MENDONÇA et al., 1993 apud CASSANO, 2006).

A redução e a fragmentação do hábitat têm consequências sobre a estrutura e os

processos nas comunidades (LOVEJOY et al., 1983). Além da evidente redução de área

florestal e dos habitats originais, estudos indicam que a distribuição e o deslocamento das

espécies entre e nos fragmentos dependem principalmente do tamanho, grau de

isolamento e arranjo dos fragmentos, além do efeito de borda (SOULÉ et al., 1992;

ANDRÉN, 1994). A estrutura da paisagem, por sua vez, determina processos dinâmicos de

dispersão, extinção e recolonização de espécies que habitam as diferentes unidades

(ROLSTAD, 1991; METZGER, 1999).

Para proteger e manejar uma espécie animal é necessário entender sua relação

biológica com o ambiente e a situação atual da sua população. Essas informações podem

ser obtidas por observações em campo, visto que apenas uma pequena porcentagem das

espécies do mundo foi estudada e a ecologia de muitas muda de um lugar para outro

(Primack e Rodrigues, 2001).

Desta forma, o presente estudo tem como objetivo realizar o diagnóstico das espécies

da macrofauna terrestre, com intuito de coletar informações relevantes sobre o grupo no

empreendimento Fazenda Santa Luzia.

MÉTODOS

a) Mamíferos

A região Neotropical é um grande centro de diversidade de mamíferos, abrigando

aproximadamente um quarto da mastofauna mundial (NOWAK, 1999; PATTERSON, 2000),

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com cinco ou mais mamíferos neotropicais sendo descobertos a cada ano (EMMONS &

FEER, 1999).

Entre os mamíferos, existe uma variação muito grande de tamanho corpóreo, hábitos

de vida e preferência de hábitat. Por isso, pesquisas e inventários de mamíferos requerem a

utilização de várias metodologias específicas para diferentes grupos de espécies (VOSS &

EMMONS, 1996). Os hábitos predominantemente noturnos da maioria das espécies, as

áreas de vida relativamente grandes e as baixas densidades populacionais dificultam o

estudo como, por exemplo, de tatus, tamanduás, cutias, pacas, antas, porco-do-mato,

veados e carnívoros (PARDINI Et al., 2004).

No presente trabalho foram utilizadas cinco metodologias distintas para o

levantamento da masto-fauna não voadora:

1. Entrevistas semi-estruturadas com informantes selecionados;

2. Armadilhas fotográficas;

3. Procura ativa em transectos na busca de evidências diretas ou indiretas

tendo como método auxiliar a técnica de playback;

4. Captura de pequenos mamíferos;

5. Visualizações de mamíferos dentro do projeto Mico-cabruca na Fazenda

Almada distante a apenas 500m da área do atual estudo.

a) Entrevistas:

Foram realizadas com informantes selecionados. A seleção do informante partiu de

um pressuposto qualitativo e buscou identificar pessoas com um maior conhecimento, em

relação a outros de sua comunidade, acerca de uma questão específica como caça, pesca e

uso de plantas medicinais como em Printes (2007), pois essas pessoas têm mais contato

com a mata e mais chances de visualizarem os animais. O processo de seleção do

informante assume que o conhecimento em questão não está homogeneamente distribuído

na comunidade de modo que a aplicação de questionários aleatórios não trará um

resultado satisfatório (PRINTES, op cit., 2007). Todos os informantes eram funcionários da

fazenda e/ou moravam nas redondezas a mais de cinco anos. No momento da entrevista

foram abordados, informalmente, aspectos da biologia das espécies de mamíferos da

região. Para facilitar a identificação das espécies foram mostradas fotos de diversas

espécies de mamíferos , o entrevistado era questionado sobre o local que o animal foi visto,

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assim como o padrão de coloração, tamanho do grupo, hábitos alimentares e preferência de

hábitat. Essas informações fazem parte de um questionário previamente estruturado.

Entrevistas informais constituem uma importante fonte de informações, pois através

delas se consegue obter dados sobre a ocorrência de mais espécies não registradas por

outros métodos.

2. Armadilhas fotográficas:

Foram utilizadas duas câmeras fotográficas disparadas automaticamente pela

interrupção do feixe de luz infravermelho emitido continuamente a partir de um

dispositivo (“trailmaster”) acoplado às mesmas (figura 31). Todas as fotos registram data e

horário do evento, fornecendo a possibilidade de padronização de esforço amostral entre

pontos amostrais, viabilizando a comparação dos dados entre elas. As câmeras ficaram 10

dias em campo, sendo que o critério utilizado para a disposição das câmeras foi a presença

de sítios de alimentação, rastros, fezes, ou qualquer outro vestígio que aponte a presença

de mamíferos na área. Os animais foram atraídos por iscas (frutas, sardinha, sal grosso e

bacon), renovados diariamente.

Figura 31 - Armadilha fotográfica.

3. Registro de mamíferos de médio e grande porte através de evidências diretas e

indiretas:

Foi utilizada uma adaptação da metodologia de transectos lineares (RUDRAN, et al.,

1996; SOUTHWELL, 1996), para o registro de animais, principalmente espécies

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arborícolas como primatas. Durante cinco dias, nos períodos de 6:00 h às 12:00h e das

14:00h às 18:00h, transectos (trilhas) foram percorridos à pé, devagar, e a uma velocidade

constante de1,5 km/h com paradas de 1min a cada 100 metros. Utilizou-se binóculo e

câmera fotográfica para identificação e registro das espécies. Durante a caminhada para

cada avistamento eram anotados: espécie visualizada, horário, número de indivíduos, e

estrutura etária do grupo (quando possível). Os vestígios não identificados em campo

foram fotografados, nos casos de rastros e pegadas.

Para facilitar o registro de primatas, foi utilizada a técnica de playback durante os

transectos, para a atração dos mesmos. Esse método já se mostrou bastante eficaz para o

levantamento de primatas da família Callitrichidae (KIERULFF, 2000; MENDES, 1993,

1997; PINTO, 1994; NEVES et al 2006). A técnica de PB utilizada consiste na reprodução de

vocalizações dos primatas da região (Callithrix sp, Cebus xanthosternos, Callicebus

melanochir, Alouatta guariba guariba) gravadas em CD, com o auxílio de um amplificador

Saul Mineroff modelo SME-AFS e um cd-player Panasonic SL-SX470, com o intuito de

estimular uma resposta dos grupos selvagens.

4. Captura de pequenos mamíferos:

O método utilizado para o levantamento da fauna de pequenos mamíferos foi o

mesmo usado para o levantamento de répteis e anfíbios que consiste na utilização de

armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps with driftfence), figura 32. Esse método

permite a captura de pequenos mamíferos répteis, anuros e outros animais da

serrapilheira. Constituem de buracos feito na altura do solo onde são enterrados os baldes

de 30 litros. Uma lona com altura de 70 cm é disposta verticalmente rente ao solo,

cruzando o centro de cada balde. Foram montadas duas unidades de armadilhas, cada uma

contando com cinco baldes dispostos em “Y” e distantes cinco metros um do outro. Os

baldes ficaram 15 dias em campo.

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Figura 32 - armadilha de queda

5. Visualizações de mamíferos dentro do projeto Mico-cabruca na Fazenda Almada:

Desde o ano de 2006, três grupos familiares de mico-leão-da-cara-dourada

(Leontopithecus chrysomelas) são monitorados durante 15 dias por mês na Fazenda

Almada vizinha imediata da Fazenda Santa Luzia pela equipe que realizou o presente

estudo. O monitoramento consiste em acompanhar o grupo desde o local de dormida do dia

anterior ao local de dormida do dia do monitoramento, totalizando uma média de 11 horas

diárias com o grupo. Esse monitoramento permite o encontro com diversos indivíduos da

fauna local. As duas fazendas distam menos de 500 metros uma da outra e possuem uma

conexão entre suas áreas com cobertura florestal permitindo uma permeabilidade da fauna

figura 33. Assim sendo acredita-se que a fauna das duas áreas sejam bem parecidas.

Figura 33 - Faz Santa Luzia em primeiro plano e Faz. Almada em segundo plano, mostrando a conectividade

entre as áreas.

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b) Aves

O método utilizado para o levantamento da avifauna foi o Levantamento Transecto-

Ponto adaptado de Willis (1989). Foram marcados dois transectos em diferentes

fitofisionomias: mata, área aberta. Cada transecto continha 10 pontos de observação ,

distantes 50 metros, totalizando 500 metros e foi percorrido em duas ocasiões distintas.

Durante o intervalo de 10 minutos (unidade de observação) eram registrados todas

as espécies de aves observadas mediante observação direta e/ou identificação de cantos.

Os registros eram iniciados as 6:00 h e se estendiam até as 18:00 h.

c) Répteis e Anfíbios

O método utilizado para o levantamento da fauna de répteis e anfíbios foi a

utilização de armadilhas de interceptação e queda (pitfall traps with driftfence). Esse

método permite a captura de pequenos répteis, anuros e outros animais da serrapilheira.

Constitui de buracos feito na altura do solo onde são enterrados baldes de 30 litros. Uma

lona com altura de 70 cm é disposta verticalmente rente ao solo, cruzando o centro de cada

balde. Foram montadas duas unidades de armadilhas, cada uma contando com cinco baldes

dispostos em “Y” e distantes cinco metros um do outro. Os baldes ficaram 15 em campo.

RESULTADOS:

a) MAMÍFEROS

1- Entrevistas: Ao todo foram realizadas 17 entrevistas com a comunidade rural

residente no entorno da Fazenda Santa Luzia há pelo menos cinco anos. Foram registradas

dez espécies pertencentes a seis ordens. Apenas uma espécie ameaçada foi citada (em

vermelho). A tabela 2 mostra os animais citados nas entrevistas.

Tabela 2. Mamíferos citados em entrevistas, realizadas no entorno da Fazenda Santa Luzia.

ORDEM NOME CINTÍFICO NOME POPULAR

Pilosa Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim

Primates Callithrix kuhlii sagüi de wied

Leontopithecus chrysomelas mico-leão-da-cara-dourada

Cingulata Euphractus sexcinctus tatu peba

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Dasypus novemcinctus tatu verdadeiro

Rodentia Dasyprocta aguti Cutia

Carnívora

Cerdocyon thous Raposa

Eira barbara papa-mel/irara

Nasua nasua Quati

Didelphimorphia Didelphis aurita. Saruê

2 - Armadilhas fotográficas: Das duas câmeras instaladas no local, uma bateu sete

fotos de um grupo de quati (Nasua nasua) figura 34 e a outra quatro fotos de saruê

(Didelphis aurita) figura 35.

Figura 34 - quati (Nasua nasua)

Figura 35 - saruê (Didelphis aurita)

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3 - Procura ativa em transectos na busca de evidências diretas ou indiretas

tendo como método auxiliar a técnica de playback: Através desse método foram

visualizados quatro espécies, distribuídas em três ordens, sendo:

Ordem Primata

Dois grupos de mico-leão-da-cara-dourada (Leontopithecus chrysomelas), um

com cinco indivíduos e o outro com sete indivíduos;

Um grupo de mico-estrela (Calithrix kuhlii) com oito indivíduos;

Ordem Didelphimorphia

Um indivíduo de saruê (Didelphis aurita);

Ordem Rodentia

Um indivíduo de cutia (Dasyprocta aguti).

4 - Captura de pequenos mamíferos: Através desse método não foi capturado

nenhum espécime.

5 - Visualizações de mamíferos dentro do projeto Mico-cabruca na Fazenda

Almada distante a apenas 500m da área do atual estudo: Em sete anos de pesquisa com

mico-leões na Fazenda Almada foram visualizadas nove espécies pertencentes a quatro

ordens, as espécies estão listadas na tabela 3.

Tabela 3. Mamíferos visualizados na Fazenda Almada

ORDEM NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR

Primates Leontopithecus chrysomelas mico-leão-da-cara-dourada

Calithrix kuhlii sagui de wied

Artiodactyla Mazama gouazoubira veado catingueiro

Pecari tajacu Caititu

Carnívora Eira barbara Irara/papa-mel Nasua nasua Quati

Cerdocyon thous Rapoza

Rodentia Sphiggurus insidiosus ouriço-amarelo

Dasyprocta aguti Cutia

b) AVES

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Foram identificadas 59 espécies, pertencentes a 26 famílias tabela 4.

Tabela 4 - Aves registradas na Fazenda Santa Luzia

Família Espécie Nome popular

Tyrannidae

Pitangus sulfuratus bem-te-vi

Fluvicola nengeta lavadeira mascarada Tyrannus melancholicus Siriri

Megarynchus pitangua nei-nei

Attila rufus Capitão

Todirostrum cinereum cebinho relógio

Falconidae Caracara plancus carcará Milvago chimachima Carrapateiro

Falco femoralis gavião-de-coleira

Accipitridae Herpetotheres cachinnans Acauã

Rupornis magnirostris gavião carijó

Cathartidae Coragyps atratus urubu-cabeça-preta

Cathartes aura urubu-cabeça-vermelha

Coerebidae Coereba flaveola Cambacica

Thraupidae

Ramphocelus bresilius tiê-sangue

Poroaria dominicana cardeal-do-nordeste Tangara palmarum sanhaço-do-coqueiro

Tangara sayaca sanhaço-cinzento

Dacnis cayana saí-azul

Emberizidae

Sicalis flaveola canário-da-terra Sporophilla caerulescens Coleirinho

Sporophilla leucoptera Chorão

Zonotrichia capensis tico-tico

Volatinia jacarina Tziu

Picidae Colaptes campestris campestris

pica-pau-do-campo

Colaptes rubiginosus pica-pau-verde

Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero

Cuculidae Crotophaga ani anu-preto Guira guira anú-branco

Psittacidae Aratinga aurea periquito-rei

Icteridae

Icterus jamacaii sofrê/corrupião

Molotrus bonariensis Chopim

Gnorimopsar chopi pássaro-preto Psarocolius decumanus Japu

Mimidae Mimus gilvus sabiá-da-praia

Turdidae

Turdus rufiventris sabiá-laranjeira

Turdus leucomelas sabiá-branco Turdus fumigatus sabiá verdadeiro

Platycichla flaviceps sabiá-uma

Trochilidae Eupetomena macroura beija-flor-tesoura

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Glaucis dohrnii beija-flor-canela Thalurania glaucops beija-flor

Ramphastidae Pteroglossus aracari araçari

Furnaridae Furnarius rufus joão-de-barro

Columbidae Columbina squamata fogo-apagou Leptotila verreauxi Juriti

Hirundinidae Progne chalybea andorinha doméstica

Tachycineta albiventer andorinha-do-rio

Dendrocolaptidae

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde

Dendrocincla turdina Arapaçu Xiphorhynchus guttatus arapaçu de garganta amarela

Troglodytidae Troglodytes musculus Corruíra

Fringillidae Euphonia violacea gaturamo/ gurim

Euphonia chlorotica vi vi

Tytonidae

Tyto alba Suindara

Strigidae Athene cunicularia coruja buraqueira

Glaucidium brasilianum Caburé

Jacanidae Jacana jacana Jaçanã Ardeidae Egretta alba garça-branca

c) RÉPTEIS

Foram encontradas oito espécies divididas em seis famílias, representadas na tabela 5.

Tabela 5 - Répteis encontrados na Fazenda Santa Luzia.

Família Espécie Nome popular

Boidae Boa constrictor Jibóia

Colubridae Liophis viridis cobra-verde

Drymarchon corais papa-pinto Tropiduridae Tropidurus torquatus Calango

Teiidae Tupinambis merianae Teiú

Ameiva ameiva bebe-ovo Leiosauridae Enyalius catenatus papa-vento

Amphisbaenidae Amphisbaena alba cobra-cega

d) ANFÍBIOS

Foram encontradas 12 espécies divididas em quatro famílias, presentes na tabela 6.

Tabela 6 - Anfíbios registrados na Fazenda Santa Luzia.

Família Espécie Nome vulgar Bufonidae Rhinella boulengeri sapo da mata

Chaunus granulosus sapo de verrugas

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Chaunus crucifer sapo da mata Leptodactylidae Eleutherodactylus

paulodutrai rãzinha da mata

Leptodactylus ocellatus rã manteiga Proceratophrys boiei sapo de chifre

Hylidae Hyla albomarginata Perereca Scinax alter Perereca

Scinax eurydice raspa cuia Dendropsophus branneri Perereca

Leiuperidae Physalaemus cuvieri rã piadeira Physalaemus signifer rã piadeira

DISCUSSÃO

MAMÍFEROS: Foram registradas, no total, 13 espécies divididas em sete ordens, um

número baixo levando em conta a biodiversidade da região sul da Bahia.

A matriz cabruca apesar de permeável só se torna eficiente quando recortada por

fragmentos maiores de mata nativa. Os poucos fragmentos essencialmente florestais na

região estão cada vez mais escassos e menores. Os fragmentos são afetados por problemas

direta e indiretamente relacionados a fragmentação, tal como efeito da distância entre os

fragmentos, ou o grau de isolamento; o tamanho e a forma do fragmento; o tipo de matriz

circundante e o efeito de borda.

Considerando a fragmentação como alteração de habitats, o resultado desse processo

é a criação, em larga escala, de habitats ruins, ou negativos, para um grande número de

espécies. A caça ainda é muito comum na região, e junto com a degradação florestal o

principal fator de depauperação da fauna.

Apesar da baixa diversidade os registros de mamíferos na Fazenda Santa Luzia

chamam a atenção para conservação das mesmas.

O registro de caititu (Pecari tajacu) e veado (Mazama guazambira) cada vez mais

raros na região por motivo da caça mostra que a as cabrucas e fragmentos de mata ainda

conseguem abrigar essas espécies, ainda que com uma população bem pequena, fato

evidenciado pela ausência do registro dessas espécies nas entrevistas.

A caça é muito comum na região, ao todo quatro armadilhas foram encontradas na

área de estudo, a exemplo de uma espera na figura 36. O fato de não termos registros nem

em entrevistas de espécies como capivara, paca, caititu, guariba, anta, veado, ou seja,

grandes e médios mamíferos evidencia a tradição da caça na região, por se tratar de um

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hábito cultural e não por subsistência e de difícil combate sendo a educação ambiental uma

metodologia a ser usada em longo prazo.

O registro de dois grupos de mico-leão-da-cara-dourada em um momento de

encontro evidência a importância da área para a sobrevivência de no mínimo dois grupos

de uma espécie ameaçada de extinção. Os grupos são territorialistas e defendem as partes

do território que contenham recursos chave para a sobrevivência da espécie como fruteiras

e locais de dormida.

Figura 36 - armadilha do tipo espera

Espécies ameaçadas:

Leontopithecus chrysomelas- Mico-leão-da-cara-dourada (Categoria: Em Perigo)

A espécie é endêmica da mata Atlântica do sul da Bahia, tendo como limite norte de

distribuição o rio de Contas e limite sul o rio Pardo (COIMBRA-FILHO & MITTERMEIER,

1977; PINTO, 1994), a distribuição atual da espécie também inclui florestas localizadas a

sul do rio Pardo, entre este e o rio Jequitinhonha, tendo havido, portanto, uma expansão de

sua distribuição, provavelmente em decorrência do assoreamento do rio Pardo e o

desmatamento de suas margens (RYLANDS et al., 1991/1992). A espécie se encontra na

categoria em perigo tanto na lista internacional (IUCN, 2007) como na lista nacional

(Biodversitas, 2008), critérios B2ab; C2a(i); E. As maiores ameaças são a perda e

degradação do habitat, a fragmentação florestal e o comércio ilegal. Não existem grandes

blocos de mata e os fragmentos remanescentes encontram-se totalmente isolados. A

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maioria desses fragmentos é de floresta secundária e a retirada de madeira, para uso nas

próprias fazendas, é comum, diminuindo a qualidade do habitat disponível. Nos últimos

anos, as plantações de cacau, localizadas principalmente na parte leste da distribuição, vem

sofrendo fortes alterações (ALGER & CALDAS, 1994). A queda do preço e o alastramento da

vassoura de bruxa (Crinipellis perniciosa), fungo que ataca as plantações de cacau, levaram

à substituição de áreas de cabruca por pastagens ou outras formas de uso do solo, que não

permitem sua utilização pelo mico-leão-da-cara-dourada. Consequentemente diminui a

quantidade de habitat disponível para a espécie, além de eliminar possíveis corredores

entre blocos de mata. Por outro lado, tem havido uma tendência ao raleamento das

cabrucas (com a derrubada de algumas árvores nativas para maior incidência solar). O

efeito dessa prática sobre as populações de mico-leão não é bem conhecido, mas é muito

provável que seja negativo, já que a existência de árvores nativas de grande porte é

essencial para a utilização das cabrucas pelos micos. A perda de habitat pela exploração

madeireira, com conseqüente fragmentação, é intensa em toda área de distribuição da

espécie. Agravando mais a situação, L. chrysomelas ainda é uma espécie visada para o

comércio ilegal (CARVALHO, 2008).

Callithrix kuhlii- Sagüi de Wied. (Categoria: Quase em perigo)

Segundo Coimbra-Filho (1984), o Callithrix kuhlii é um sagüi muito restrito quanto à

sua distribuição, somente ocorrendo no sudeste da Bahia. Sua área de ocorrência é pouco

maior que a região zoogeográfica do mico-leão-da-cara-dourada, Leontopithecus

chrysomellas (MITTERMEIER & COIMBRA-FILHO, 1981) que se estende do rio de Contas

(limite norte) ao rio Jequitinhonha (limite sul), os limites leste e oeste são o oceano

Atlântico e mudanças na vegetação ao se aproximar do planalto de Vitória da Conquista

respectivamente. Os mesmos autores propuseram a inclusão da espécie na lista oficial do

Red Data Book de animais ameaçados de extinção devido à sua área de distribuição

limitada e ao constante desmatamento e, juntos com o Professor Célio M. Valle

classificaram sua situação como vulnerável (MITTERMEIER et al., 1984).

No entanto essa inclusão não ocorreu, provavelmente, pela falta de estudos

ecológico-comportamentais e pela polêmica em relação a sua validade como espécie plena.

As ameaças à espécie são as mesmas que sofrem as populações de Leotopithecus

chrysomelas, sendo a perda e degradação do habitat as principais. Neves, 2008 encontrou

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13 áreas onde há híbridos da espécie com co-genéricos, sendo uma área de híbridos de C.

kuhlii X C. geoffroyi e 12 áreas de híbridos de C. kuhlii X C. penicillata. C. kuhlii pode estar

perdendo área para C. penicilatta ao norte e a oeste de sua distribuição, pois esta é mais

generalista que aquela e compete de forma desigual na captação de recursos.

É importante ressaltar que, mesmo que não conste em nenhuma lista de espécies

ameaçadas, uma espécie pode estar ameaçada regionalmente. Até o momento somente seis

Estados brasileiros possuem suas listas de espécies ameaçadas. Animais como caititus,

tatus, pacas e veados apesar de não estarem ameaçados nacionalmente já foram extintos

em muitas localidades tanto pela caça desenfreada como pela perda de hábitat.

Os pequenos mamíferos têm papel importante nas cadeias alimentares e na dispersão

de sementes. Dois problemas derivam das dificuldades em capturas, em primeiro lugar, a

coleta em si, como eles são noturnos e de difícil visualização a captura é a única alternativa

para estudá-los. O segundo problema resulta do pequeno número de estudos ecológicos,

uma vez que são poucos coletados e estudados, tem sido difícil determinar as causas que

podem indicar sua raridade e ameaças de extinção.

Nenhum espécime foi coletado durante a pesquisa, como a maioria dos pequenos

mamíferos são florestais e muitos são arborícolas acredita-se que o desmatamento e a

fragmentação sejam as principais ameaças à continuidade dessas espécies.

AVES: Foram encontradas 59 espécies, sendo 49%( N= 29) em área aberta e 51% (N=

30) no interior da mata. Somente uma espécie ameaçada de extinção foi registrada:

A espécie balança-rabo-canela (Gaucis dohrnii) é considerada na categoria Em Perigo

(IUCN, 2007) e se trata de um beija flor florestal pouco conhecido. A perda de habitat é a

principal causa do quase desaparecimento dessa espécie, que foi apontada por

especialistas como muito rara e à beira da extinção. Aparentemente é um beija flor exigente

quanto a qualidade do habitat e sua distribuição geográfica compreende uma pequena área

no sul da Bahia e Espirito Santo.

A presença de espécies de hábitos essencialmente florestais como os arapaçus e

araçaris indica que as matas da região, ainda que bastante fragmentadas, conseguem

abrigar espécies mais exigentes.

A presença de aves de rapina como o Caracara plancus, Mivalgo chima chima, Falco

femuralis, Herpetotheres cachinnans, Rupornis magnirostis e Tyto alba indicam que essas

espécies estão tirando vantagens das grandes área abertas da região, essas espécies se

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alimentam geralmente de répteis e pequenos roedores, facilmente detectáveis nessas

áreas.

RÉPTEIS & ANFÍBIOS: De modo geral, lagartos e serpentes ocorrem em baixas

densidades em áreas florestais e a maioria das espécies apresenta hábitos discretos

(SAZIMA & HADDAD 1992), assim, o caráter fortuito da captura desses animais dificulta a

elaboração de listas consistentes, e ainda mais, a comparação entre áreas.

Compreender como as comunidades de anfíbios e répteis compartilham os recursos

disponíveis em seu ambiente é essencial para entender como elas se estruturam (Vitt e

Caldwell, 1994), possibilitando predizer, por exemplo, de que maneira os impactos

antrópicos podem afetar o seu funcionamento e sobrevivência (LOEHLE et al., 2005).

Nenhuma espécie ameaçada foi encontrada tanto de répteis quanto de anfíbios mas

as espécies de anfibios merecem atenção por dependerem de áreas com boa qualidade de

água para sobreviverem. A área preterida para o areal possui no mínimo uma nascente que

além de melhorar o microclima da região possibilita a sobrevivência de diversas espécies.

CONCLUSÕES

A área da Fazenda Santa Luzia ainda abriga uma rica fauna que precisa ser

preservada. Como evidenciado na coleta de dados (entrevistas e transectos na mata) a caça

é bastante comum na região, a proibição da caça junto com medidas educativas de

Educação Ambiental são de vital importância para preservação das espécies cinegéticas.

Os fragmentos de mata pertencentes à Fazenda Santa Luzia precisam ser protegidos

contra a erosão do solo e poluição provocados pelos dejetos de resíduos, e contra uma

maior ação do efeito de borda. Aves e mamíferos são sensíveis a ruídos e tendem a

desaparecer caso alguma medida não seja tomada. Recomenda-se a não exploração da

areia a menos de 30 metros dos fragmentos florestais.

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3.4 MEIO SOCIOECONÔMICO

3.4.1 História do município de Ilhéus

A história do município remonta à época das capitanias hereditárias. Instalada em

1535 na Ilha de Tinharé, antigo domínio da Capitania de Ilhéus, a sede administrativa logo

se mudou para a região da Foz do Rio Cachoeira, que ficava localizada na denominada Baía

de Ilhéus. Uma vez estreitados os vínculos e relações sociais entre colonizadores e nativos,

foi possível a fundação cultural da Vila de São Jorge dos Ilhéus, que se transformou em

freguesia em 1556 por ordem de D. Pero Fernandes Sardinha.

Posteriormente identificada por Tomé de Sousa a vocação regional para a agricultura,

a Vila passa a produzir cana-de-açúcar, e através dai inicia seu processo de

desenvolvimento (ILHÉUS, 2011).

No século XVIII com a importação de mudas de cacaueiros da Amazônia e sua notável

adaptação às condições climáticas da região, da-se início ao cultivo do cacau que mais tarde

geraria um número sem fim de histórias (ILHÉUS, 2011), e marcaria todo o processo de

desenvolvimento local.

Nos primeiros quinze anos o progresso da vila era enorme e atraía todo tipo de

pessoa. Em 1556 a vila já possuía a igreja Matriz e relativa produção de cana-de-açúcar.

Jorge de Figueiredo doou pedaços de terra que se chamavam sesmarias a diversas figuras

importantes do reino, e em 1537 destinou uma dessas sesmaria a Mem de Sá, que seria o

terceiro governador-geral do Brasil, localizada no que foi chamado Engenho de Santana, e

onde hoje está se encontra o povoado de Rio do Engenho.

Ainda restam vestígios deste engenho que foi explorado pelos jesuítas, onde fica

localizada a capela de Nossa Senhora de Santana, considerada a terceira igreja mais antiga

do Brasil. Em 1551, com a morte do seu donatário a capitania mudou de propietário várias

vezes e caiu no ostracismo, tornando-se apenas mais uma vila de pescadores na costa desse

imenso país (ILHÉUS, 2011).

A cidade de São Jorge dos Ilhéus fica situada em local privilegiado. Recortada por

muita água, sua chegada por avião é muito bonita e emocionante. O centro da cidade fica

localizado numa ilha artificial formada pelos rios Almada, Cachoeira e Itacanoeira (ou

Fundão) e ainda pelos canais Jacaré e Itaípe, este último construído no final do século

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antepassado pelo engenheiro naval François Gaston Lavigne, oficial do exército de

Napoleão. Este canal foi construído para facilitar a passagem das canoas que traziam cacau

da região do rio Almada para o embarque no porto. Compondo a área de preservação

ambiental da bacia hidrográfica deste rio, a Lagoa Encantada possui beleza natural ímpar,

elevado nível de preservação ambiental, lindos passeios de barco, com cachoeiras e contato

com a natureza (ILHÉUS, 2011).

Ilhéus elevou-se à categoria de cidade através da Lei Provincial n.º 2.187, de 28 de

junho de 1881, e tem atualmente os seus limites discriminados no Diário Oficial da

Assembléia Legislativa, de julho de 1958 (LEÃO et al., 1981).

Na área urbana Ilhéus é dividida em quatro partes, Zona Norte, Zona Oeste,Centro e

Zona Sul que é a parte da cidade, separada do resto da cidade pelo Rio Cachoeira e são

ligadas pela ponte Lomanto Junior cerca de 40% da população urbana de Ilhéus vive na

Zona Sul, aproximadamente 80 mil habitantes.Nas Zonas Norte e Oeste está concentrada a

maior parte dos galpões e indústrias da cidade. No bairro Iguape na Zona Norte está

alocado o Distrito Industrial e o Polo de Informatica. Grande parte da área territorial do

município está espalhada nos distritos. São dez: Aritaguá, Banco Central, Banco do Pedro,

Castelo Novo, Couto, Inema, Japu, Olivença, Pimenteira e Rio do Braço. Em área,

turisticamente e populacionalmente, podemos destacar Olivença. Demograficamente, pode

ser destacado Aritaguá (ILHÉUS, 2011).

Na agricultura, Ilhéus se destaca como produtor de cacau. Porém, o cultivo da piaçava

e do dendê vem ganhando bastante espaço atualmente. Na indústria, se destaca em toda a

Mesorregião do Sul Baiano, por ser pólo de informática, ter um distrito industrial, diversas

indústrias para manuseio e transformação do cacau e para criação de sofás (ILHÉUS, 2011).

O terceiro setor ou setor de serviços também vem se ampliando em Ilhéus. Além do

alto índice atual de emprego, a cidade apresenta um comércio em grande desenvolvimento,

sendo o que mais cresce em toda a Mesorregião Sul Baiano. Nos serviços podemos destacar

ainda os transportes de Ilhéus, a cidade possui grande frota rodoviária, e é uma das únicas

cidades em seu estado a possuir aeroporto (o Aeroporto Jorge Amado) e Porto (o Porto de

Ilhéus, maior exportador de cacau do Brasil). A economia ilheense está ainda com previsão

de amplo crescimento a partir da implantação do moderno Porto Sul e da ferrovia Leste-

Oeste que virá reverter o processo de estagnação da economia local, além da prevista obra

de um novo aeroporto, este de porte internacional (ILHÉUS, 2011).

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3.4.2 Perfil socioeconômico das localidades identificadas nas áreas de influência

da Fazenda Santa Luzia

O empreendimento a ser localizado na Fazenda Santa Luzia, conforme já descrito

nos capítulos anteriores, situa-se numa zona rural, pode se identificar que em suas

proximidades encontram-se diversos vilarejos e sedes de fazenda, sendo estes

localizados nas áreas de influência direta e indireta. Dessa forma foram extraídas

informações a respeito dessas localidades, principalmente daquelas localizadas na área

de influência indireta, publicadas no Estudo de Impacto Ambiental do Porto Sul em seu

Tomo II, volume 4, que fala especificamente do diagnóstico do meio socioeconômico.

Algumas sedes de fazendas foram identificadas nas proximidades da Fazenda

Santa Luzia.

Figura 37 – Fazendas localizados nas proximidades da Fazenda Santa Luzia.

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Figura 38 – Vilarejos localizados próximos ao empreendimento na Fazenda Santa Luzia. Elaborado por: José Nazal, 2013.

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Santa Luzia

Santa Luzia é uma pequena localidade situada na região de Lava Pés. É formada

por seis casas, todas de alvenaria, com banheiro e fossa. Há um poço, mas a água não é

canalizada. O lixo é queimado, uma vez que não há serviço de coleta. A localidade é

formada por trabalhadores rurais, que trabalham nas fazendas de cacau ou plantam nas

suas pequenas propriedades. A escola e o posto de saúde que atendem à localidade são

os de Lava Pés. Há, no entanto, um agente comunitário de saúde que trabalha na

localidade. Há uma linha de transporte que atende à região. A localidade já possui

energia elétrica e acesso a telefonia celular das empresas Vivo e Tim. Entretanto, não

possui orelhão. A população é evangélica e as festas realizadas são de cunho religioso.

Não há associação na comunidade (EIA Porto Sul, 2011).

Lava Pés

A região de Lava Pés é grande e engloba diversas pequenas localidades. Próximo à

Rodovia Ilhéus-Uruçuca, uma família formou uma localidade composta por sete casas.

Nesse loteamento, que ainda não tem nome, as casas são de alvenaria, têm banheiro e

fossa. Não há água canalizada; ela é buscada na fonte. Não há também coleta de lixo, que

é queimado. A região como um todo é formada por trabalhadores rurais que se

conformam como pequenos produtores ou ofertam sua mão de obra às fazendas de

cacau. Alguns, no entanto, buscam empregar-se na economia urbana de Ilhéus. De

maneira geral, em Lava Pés, as propriedades são pequenas, de 3 a 4 hectares, embora

haja grandes propriedades produtoras de Cacau, como a do Sr. Geraldo Riachuelo que,

segundo informações, é o maior empregador da região. Nessa região, os serviços de

saúde e educação são buscados na vila de Lava Pés, onde há uma escola de nível

fundamental e um posto de saúde, que recebe um médico quinzenalmente. Há um agente

comunitário de saúde que atende à região. No que se refere ao lazer, nessa área, que é

mais próxima à rodovia, o acesso mais fácil à zona urbana acaba atraindo a população

para as suas festas e bares. A região como um todo já possui acesso a energia elétrica.

Nessa área específica, não há rede de telefonia celular, apenas aquela alcançada com

antena rural de telefonia (EIA Porto Sul, 2011).

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Castelo Novo

Trata-se de um distrito formado por casas com certa estrutura, de alvenaria, com

banheiros e acesso a água canalizada. A água canalizada é proveniente do rio Almada,

mas não é tratada. Segundo o agente comunitário de saúde, as principais doenças da

localidade são verminoses, hepatite, dengue e meningite. Um dos principais problemas

indicados foi à falta de esgotamento sanitário. A comunidade dispõe de terminais fixos

individuais de telefonia, mas não tem cobertura de telefonia móvel. Há um Posto de

Saúde da Família no distrito, que oferece serviços de atendimento ambulatorial,

estratégia de saúde da família e conta com um agente comunitário que atende à

população. Também há uma escola de nível fundamental. A economia do distrito

fundamenta-se nos trabalhos vinculados aos serviços públicos da educação e da saúde,

nos pequenos comércios locais, como os bares, e em uma relação de subsistência com o

rio, através da pesca. Há uma associação de moradores de Castelo Novo e há também a

Colônia de Pesca Z34. Também é comum o trabalho nas fazendas da região,

principalmente na produção de cacau, que estimula a relação de “meeiros” nas fazendas

(EIA Porto Sul, 2011).

Ribeira das Pedras

Trata-se de uma localidade envolvida em uma zona rural mais extensa, assim como

todos os outros povoados da região. As principais reclamações da população versam

sobre os problemas de infraestrutura, como calçamento, acesso a energia elétrica, que é

intermitente, e saneamento básico (esgoto, drenagem e acesso a água tratada). A

localidade tem um posto de saúde, que oferece atendimento ambulatorial. A economia

da região fundamenta-se nos pequenos serviços oferecidos na sede municipal e no

trabalho rural (EIA Porto Sul, 2011).

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Figura 39 – Ribeira das Pedras.

Vila Olímpio

A Vila Olímpio também é uma dessas pequenas centralidades de uma vasta zona

rural. As casas, em sua maioria, são de alvenaria, têm banheiros e fossas. A falta de

esgotamento sanitário não foi indicada como um dos problemas centrais. No entanto, a

falta de água conforma-se como uma das maiores dificuldades da localidade. Em

especial, a falta de água tratada. A falta de energia, que é muito intermitente na região, e

as péssimas condições da estrada são problemas para a comunidade. A economia da

localidade fundamenta-se nas atividades rurais, na pesca de subsistência no rio Almada,

e nos pequenos serviços, como atividades no comércio, de pedreiro e cabeleireiro, além

da renda de aposentadorias (EIA Porto Sul, 2011).

Valão

É formada por cerca de 50 casas dispersas e sem um núcleo. Algumas residências

são de taipa, outras de madeira e algumas de alvenaria; a maioria delas de padrão

inadequado. As que têm banheiro utilizam água de balde, pois não há água canalizada na

localidade. Uma grande parte das casas tem fossa. Algumas casas possuem cisternas, que

captam água de nascente. Não há coleta de lixo, que é queimado. As residências estão

ligadas à rede de energia elétrica e na comunidade não há cobertura para telefonia

móvel. As propriedades da região são pequenas, com aproximadamente quatro hectares,

onde são plantados banana, coco, abacate e legumes, produção voltada para a

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subsistência. Algumas famílias criam poucas cabeças de gado. A economia orbita em

torno da produção nas pequenas propriedades, na oferta de trabalho às fazendas de

cacau e no trabalho na sede municipal. Há uma escola para as primeiras séries (1ª a 4ª)

do ensino fundamental na localidade, mas o transporte escolar para os alunos de outros

níveis é deficiente.

De uma forma geral pode-se concluir que de fato a atividade a ser implementada

não é a grande preocupação da população, pois as condições básicas de sobrevivência e

desenvolvimento não existem na localidade, conforme quadro resumido abaixo:

Água: Não tem água tratada. Saneamento Básico: Não tem esgoto; é comum o uso de fossas. Resíduos Sólidos: O lixo é coletado, mas não regularmente, de 08 (oito) em 08 (oito) dias e a comunidade joga indevidamente em locais inapropriados. Sistema viário: As estradas de acesso à comunidade tornam-se intransitáveis quando chove e necessitam de conservação; as ruas necessitam de pavimentação. Transporte coletivo: Apesar de satisfazer parcialmente às necessidades, alguns motoristas não cumprem o itinerário, abandonando os passageiros em locais distantes, inclusive à noite. Saúde: Inexistência total de condições de trabalho. Educação: Só existe o ensino Fundamental (1ª à 4ª série) em um local insalubre, funcionando precariamente. Segurança: Não existe policiamento. Energia: Precária. Telefonia: É precária. Lazer: A comunidade não dispõe de lazer; não existem praças, quadras de esporte, nem campo de futebol. Emprego e Renda: a comunidade é constituída por pequenos agricultores, os quais sobrevivem do comércio dos seus produtos, enquanto uma pequena parcela, predominantemente constituída por jovens, trabalha no comércio, em Ilhéus.

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A Resolução CONAMA 01/86, em seu artigo 5º, inciso III, inclui entre as diretrizes

gerais dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA), a definição dos limites da área

geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de

influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se

localiza.

Sendo assim a área de influência é aquela que de alguma forma sofre e exerce

influência sobre o empreendimento, seja nos aspectos físicos, bióticos ou

socioeconômicos; consistindo este espaço ainda, suscetível de sofrer alterações como

consequência da implantação, operação e manutenção ao longo da vida útil do

empreendimento.

4.1 Definições da área de Influência

Segundo a legislação, a área de influência é delimitada em três âmbitos – Área de

Influência Diretamente Afetada (ADA), Área de Influência Direta (AID) e Área de

Influência Indireta (AII). Cada um desses subespaços recebe impactos nas fases de

construção e operação do empreendimento, ora com relações causais diretas, ora

indiretas, e daí a denominação, além da ADA onde se localiza o empreendimento

propriamente dito, muitas vezes chamado de área de intervenção.

Essas configurações territoriais, na verdade, são sínteses de rebatimentos de

impactos que podem ocorrer nos meios físico, biótico, socioeconômico, cultural e

institucional da região.

Em termos da legislação aplicável, considera-se a Área Diretamente Afetada –

ADA – a área necessária para a implantação do empreendimento, incluindo suas

estruturas de apoio, via de acesso privativo, ou que precisarão ser ampliadas ou

reformadas, bem como todas as demais operações unitárias associadas exclusivamente à

infraestrutura do projeto, ou seja, de uso privativo do empreendimento (figura 40).

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Figura 40 – Layout da área Diretamente Afetada.

Na ADA foram considerados os 98,7950ha que dispõe a área da Fazenda Santa

Luzia.

A Área de Influência Direta – AID – é a área geográfica diretamente afetada pelos

impactos decorrentes do empreendimento e corresponde ao espaço territorial contíguo

e ampliado da ADA (figura 41), e como esta deverá sofrer impactos, tanto positivos

quanto negativos. Os impactos e efeitos são induzidos pela existência do

empreendimento e não como consequência de uma atividade específica do mesmo. Os

impactos dentro desse limite se caracterizam principalmente devido à geração de ruídos

e ao material particulado emitido no processo de carregamento do material nas

caçambas. Foi considerada uma área contígua a ADA de 500 metros.

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Figura 41 - Layout da área de Influência Direta

Por fim, a Área de Influência Indireta – AII – abrange um território que é afetado

pelo empreendimento, mas nos quais os impactos e efeitos decorrentes do

empreendimento são considerados menos significativos do que nos territórios das

outras duas áreas de influência (ADA e a AID). Nessa área tem-se como objetivo analítico

propiciar uma avaliação da inserção regional do empreendimento. Corresponde à região

no entorno da Área de Influência Direta onde se espera a ocorrência de impactos

indiretos vinculados à implantação e operação do empreendimento.

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Figura 42 – Mapa de Influência Indireta.

Foi considerado um raio de 5,0 km como área de influência indireta

principalmente para o meio socioeconômico. Pode se dizer que indiretamente o

município como um todo estaria sendo enquadrado, pois o destino final do produto do

empreendimento segue caminhos de acordo com a demanda, mas devido ao porte do

empreendimento é razoável manter apenas os 5,0 km onde as principais comunidades

seriam afetadas indiretamente pela atividade, principalmente trazendo melhorias e

compensações ambientais.

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Considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas,

químicas e biológicas sobre o meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou

energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente afetam: a biota;

a saúde, segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; as

condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.

Diante dessas considerações a avaliação de impacto ambiental (AIA) surgiu com a

finalidade de considerar os impactos ambientais antes de se tomar qualquer decisão que

possa acarretar significativa degradação da qualidade do meio ambiente. A função do

AIA no processo decisório trata-se de prevenir danos e prevenção requer previsão, ou

antecipação da provável situação futura (SÁNCHEZ, 2008).

A AIA é um dos principais fatores de avaliação do desempenho de todo e

qualquer projeto ou empreendimento, bem como definição e eficiência das medidas,

ações, decisões, recomendações e projetos ambientais destinados à otimização de um

cenário de mudanças ambientais, são função da solidez e objetividade com que se efetua

esse estudo.

A identificação, a análise e a avaliação de impactos ambientais a serem gerados por

atividades potencialmente poluidoras, são os objetivos dos Estudos de Impacto

Ambiental – EIA, assim como a proposta das medidas mitigadoras daqueles que não

poderão ser evitados e dos planos de monitoramento que devem ser instalados com a

finalidade de se verificar a real eficácia das medidas propostas.

Sendo assim o primeiro passo para o processo de avaliação de impacto ambiental é

identificar aqueles impactos considerados significativos que nada mais é aqueles

impactos considerados suficientemente grande ou ainda como importante.

Com relação ao estudo em específico a primeira etapa consistiu no método de

análise de mapas, que para a confecção dos mapas foram utilizadas as ferramentas de

SIG – Sistema de Informações Geográfica, através do software ArcGis 10.1 a partir de

uma base cartográfica digital disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatísticas – IBGE, Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM,

Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia – SEI, além de

levantamentos feitos em campo utilizando como ferramenta GPS modelo Garmin 60CSx

e utilização de imagens de satélite disponibilizadas pelo Google Earth e imagem IKONOS

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adquirida pelo proprietário do empreendimento. Como resultados foram gerados mapas

temáticos.

Na segunda etapa de avaliação de impacto ambiental foi utilizado o método de

matriz de interação de impactos ambientais baseada na Matriz de Leopold (1971),

porém adaptada que é a Matriz de Sánchez e Hacking (2002), que mostra uma

construção semelhante, mas adota o conceito de aspecto ambiental. Esse tipo de matriz é

particularmente útil para novos empreendimentos uma vez que permite já durante a

preparação do EIA, que sejam identificados aspectos e impactos ambientais, uma

atividade obrigatória na implantação de um SGA, segundo o modelo da ISSO 14.001.

Dessa forma, os objetivos, as metas ambientais e os programas de gestão já podem ser

preparados para tratar dos aspectos e impactos ambientais mais significativos.

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Atividade/Instalações

Aspectos

Impactos Ambientais

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Uso do solo

Degradação do solo

Perda da vegetação

Restrições de uso

Alteração da topografia

Emissões atmosféricas

Material particulado

Gases e fumaça

Outras emissões

Ruídos

Vibrações

Aspectos sociais

Geração de empregos

Atração de pessoas

Demanda de bens e serviços

Oportunidade de negócios

Aumento local de preços

Geração de impostos

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A avaliação qualitativa dos impactos ambientais decorrente do cruzamento das

informações levantadas no diagnóstico e analisada pela matriz é apresentada a seguir,

de forma discursiva, tendo contemplado os aspectos relevantes relacionados a projetos

desta mesma natureza. Vale ressaltar que as formas de controle também são

apresentadas em cada item específico que serão descritos abaixo.

Sobre os Impactos Visuais e suas formas de controle

Os impactos visuais são alterações paisagísticas causadas pela implantação da

mineração em uma área onde se explora uma jazida mineral, esses impactos são

decorrentes desde:

Remoção da cobertura vegetal, do capeamento e da abertura de frentes de lavra a

céu aberto;

Implantação de infraestrutura (serviços de apoio);

Disposição dos estéreis.

O controle do impacto visual pode ser feito através de:

Cortinas arbóreas que confinam a região explorada, protegendo o meio ambiente

dos poluentes relativos à poeira e ruídos, melhorando a paisagem visual;

Bancadas que quando recobertas com vegetação diminuem a agressividade da

área que está sendo minerada;

Preparo da superfície do solo para receber a vegetação;

Paisagismo que tenta restabelecer a paisagem típica da região como era antes ou

dar outro uso a terra.

Sobre os Impactos pela poluição do ar e as suas formas de controle

Este é definido pala presença ou lançamento na atmosfera de substâncias em

concentração suficiente para intervir direta ou indiretamente na saúde, na segurança e

no bem estar humano. No caso do empreendimento a área de lavra produzirá esses

efeitos quando no processo da atividade a areia for removida e transportada, sendo

assim o movimento das caçambas e máquinas (denominado de fontes móveis) o maior

lançador de materiais particulados, de gases e fumaça.

Como formas de controle da poluição do ar:

Aspersão de água nas frentes de lavra, estradas de circulação de veículos, etc.

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Revegetação;

Sobre o Impacto pela poluição das águas e formas de controle

Como bem visualizado na figura abaixo, a geografia local é propicia para a

drenagem natural das águas pluviais.

Figura 43 – Indicação da drenagem pluvial.

Atualmente essa drenagem natural está carreando sedimentos para o curso hídrico

próximo. Sendo assim como forma de controle quando o empreendimento estiver

funcionando será implantado duas caixas decantadoras ao longo do leito natural da

drenagem pluvial a fim de evitar possíveis assoreamentos essas caixas tem a função de

decantar os sólidos liberando apenas a parte líquida. Essa caixa passará por

manutenções periódicas.

Pode-se considerar também como controle na poluição nos cursos d’água o desvio

da água pluviais das frentes de lavra, o controle da erosão (compactação do solo), o

replantio de vegetação e umedecimento da vegetação.

Sobre os Impactos no solo e formas de controle

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Um dos fatores que ocasionam a degradação é a erosão causada pela falta de

infiltração no solo devido à ausência da cobertura vegetal, pois a água não infiltrada

escorre sobre o solo, causando o assoreamento a acarreamento dos sedimentos para os

leitos dos rios.

O controle da degradação do solo pode ser feito por meio de drenagens

superficiais, canaletas, bueiros, etc., cobertura vegetal de áreas descobertas, para

impedir que a ação das chuvas assoreie os sedimentos.

Sobre os Impactos relativos a ruídos e vibrações

A maior fonte de ruídos e vibrações em areais são as máquinas que operam na

frente de lavra. O controle destas fontes é feito através da manutenção e regulagem dos

motores dos equipamentos

Sobre os Impactos causados pelos resíduos sólidos de mineração e formas de

controle

Os resíduos de mineração causam vários problemas ambientais, em particular,

quando as operações são a céu aberto e movimentam uma grande quantidade de estéril

e rejeito, que deve ser disposto em local apropriado. Procura-se, em princípio, uma área

que venha a sofrer o menor impacto possível aliado à segurança e estabilidade das

pilhas de estéril. No caso de areal não há acumulo desse tipo de resíduo.

Impactos sobre o Meio Biótico – Flora e Fauna

Com relação ao meio biótico o impacto está relacionado à perturbação nos habitats

naturais devido a ruídos e movimentação de máquinas. Como a área já se encontra

fragmentada a forma de controle é o processo de enriquecimento da área priorizando as

espécies tardias que tem baixa frequência ou ausentes na área estudada, mas que são

encontradas em floresta próxima, como as da Fazenda Almada.

Impactos sobre o Meio Socioeconômico

Os principais impactos negativos sobre o homem são relativos ao desconforto do

movimento de máquinas, podendo gerar riscos à segurança desses indivíduos. Como

medidas de mitigação, deverá ser sinalizada a área do empreendimento com placas

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indicativas em suas vias de acesso. Colocar a disposição equipamento adequado de

segurança do trabalho, promover a cobertura dos caminhões de transporte a fim de

evitar o derrame do material e utilizar as técnicas de umectação.

Deve-se ressaltar os impactos positivos gerados pela Ilhéus Mineradora a fim de

potencializá-los, uma vez que a maioria desses impactos são de teor socioeconômico,

que focam no desenvolvimento econômico e regional e arrecadação de tributos, além

disso promover a fomentação da construção civil no município de Ilhéus e região, na

qual o empreendimento produz e fornece matéria-prima básica para esse segmento da

economia.

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Com o intuito de demonstrar a responsabilidade socioambiental, além do

próprio desenvolvimento da empresa, é elaborado um conjunto de Programas

Integrados que deverá ser colocado em prática pelo empreendedor durante as etapas da

operação. Todos esses programas são realizados com o conhecimento do empreendedor

para que o mesmo tenha responsabilidade de todas as ações realizadas no

empreendimento.

Cabem aqui algumas explicações através de programas ambientais sobre a

sistemática de planejamento adotada neste estudo para o desenvolvimento da presente

proposta para prevenir e reduzir a magnitude dos impactos adversos do

empreendimento sobre os meios físico, biótico e socioeconômico, bem como para

potencializar os impactos positivos que poderão contribuir substancialmente para o

desenvolvimento sustentável da região.

Os programas visam cumprir os compromissos dos empreendedores em prevenir,

reduzir ou compensar os impactos decorrentes da implantação e operação da Ilhéus

Mineradora. Esses programas estão simplificados no quadro abaixo e serão

apresentados e detalhados neste EIA com as recomendações necessárias para serem

implementados pelo empreendedor:

PGRS Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PPRA Plano de Prevenção de Riscos Ambientais

PAE Plano de Atendimento e Emergências

PRAD Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

PEA Plano de Educação Ambiental

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Plano Natureza Fase de aplicação Impacto no ambiente Mitigação do impacto Prazo

Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Preventivo

Implantação/

Operação/ Desativação

Alteração da qualidade do solo; da qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

Minimizar a geração de resíduos; Adequar à segregação na origem; Controlar e reduzir

riscos ao meio ambiente; Assegurar o correto manuseio e disposição

final, em conformidade com a legislação vigente.

Longo Prazo

Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais

Preventivo

Implantação/

Operação/ Desativação

Alteração da qualidade do solo; da qualidade das águas superficiais e subterrâneas/ riscos ambientais existentes nas atividades da empresa.

Avaliar os riscos ambientais existentes nas atividades da empresa, quantificando e

qualificando os agentes físicos, químicos e biológicos.

Longo Prazo

Plano de Atendimento e Emergências

Preventivo Implantação/

Operação

Alteração na qualidade de vida dos operários e possíveis

acidentes

Utilização de equipamentos de segurança e medidas preventivas

Longo Prazo

Plano de

Recuperação de Áreas Degradadas

Preventivo/Corr

etivo

Operação/

Desativação

Alteração da paisagem, do meio atmosférico, recursos

hídricos, fauna e flora; feições geomorfológicas e das

encostas dos processos geológicos.

Regeneração induzida, visando aceleração da sucessão natural de espécies nativas.

Tendo em vista que a área não possui uma grande declividade, serão necessárias as

utilizações de procedimentos geotécnicos envolvendo terraplenagem e formação de

um sistema de drenagem.

Longo Prazo

Plano de Educação Ambiental

Preventivo

Implantação/

Operação

Falta de conhecimento e

respeito ao meio ambiente.

Adquirirem conhecimentos, valores, atitudes, compromissos e capacidades

necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente.

Longo Prazo

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6.1 Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos -PGRS

Resíduo pode ser definido como qualquer matéria que é descartada ou

abandonada ao longo de atividades industriais, comerciais, domésticas ou outras; ou,

ainda, como produtos secundários para os quais não há demanda econômica e para os

quais é necessária disposição.

Os resíduos podem se apresentar sob a forma de sólidos, semi-sólidos, líquidos e

gases. Entre esses vários tipos de resíduos sólidos, destacam-se os industriais, os sólidos

urbanos, os da construção civil, os de serviço de saúde, entre outros.

No processo de mineração os resíduos gerados são chamados de dejetos ou

estéril, os quais produzem impactos ambientais pela sua deposição inadequada, pelo

risco de contaminação de lençóis freáticos e perdas no processo e na falta de tratamento

dos mesmos.

Dentre os mecanismos legais que fazem parte do sistema de gestão ambiental

para o empreendimento que será construído, destacam-se neste projeto, o Plano de

Gerenciamento de Resíduos Sólidos provenientes do processo produtivo e operacional.

Este plano de gerenciamento tem como objetivo minimizar a geração de resíduos

durante as atividades no empreendimento, constatando e apresentando as ações

referentes ao manejo dos resíduos.

Como objetivo esse plano visa:

Minimizar a geração de resíduos na fonte;

Adequar à segregação na origem;

Controlar e reduzir riscos ao meio ambiente;

Assegurar o correto manuseio e disposição final, em conformidade com a

legislação vigente.

6.1.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL

A partir deste cenário, os estados iniciaram a criação de suas legislações. No

Estado da Bahia, foi criada a Lei Estadual nº. 7.799/01, aprovada pelo decreto nº.

7.967 de 05 de junho de 2001, estabelecendo que os usuários dos recursos naturais

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devam aperfeiçoar sua utilização e das fontes de energia, reduzindo, reutilizando e

reciclando os materiais de modo a evitar o desperdício, o lançamento em corpos

hídricos, praias, mangues e em áreas sujeitas à inundação.

Ainda no contexto estadual, vale ressaltar o Decreto 11.235, que aprova o

Regulamento da Lei nº 10.431, de 20 de dezembro de 2006, expondo algumas mudanças

no contexto do processo de Licenciamento Ambiental do Estado da Bahia.

Conforme a NBR (Norma Brasileira Regulamentadora) no. 10.004/2004,

sobre a classificação dos resíduos sólidos para fins de gerenciamento, os resíduos

sólidos podem se classificar da seguinte forma, segundo demonstrado pelo quadro 1 a

seguir:

Quadro 1 - Classes e Características dos Resíduos Sólidos

CATEGORIA CARACTERÍSTICAS

Classe I (Perigosos)

Apresentam riscos à saúde pública ou ao meio ambiente,

caracterizando-se por possuir uma ou mais das seguintes

propriedades: inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade e patogenicidade.

Classe II (Não perigosos)

Não apresenta nenhuma das características de

periculosidades descritas ou não consta nos anexos de

resíduos reconhecidamente perigosos constantes da

Norma.

Classe II A (Não inertes)

Podem ter propriedades como: biodegradabilidade,

combustibilidade ou solubilidade em água, porém, não se

enquadram como resíduo Classe I ou Classe II B.

Classe II B (Inertes)

Não possui constituinte algum solubilizado em

concentração superior ao padrão de potabilidade da

água.

Alguns resíduos se enquadram de acordo com a Resolução do CONAMA

(Conselho Nacional de Meio Ambiente), nº 307/2002, que estabelece diretrizes,

critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, classifica os

Resíduos da Construção Civil.

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EIA – ILHÉUS MINERADORA

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A lei nº 12.305/2010, que institui a política nacional de resíduos sólidos e

altera a lei nº 9.605/98, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem

como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos

sólidos, incluída os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e

aos instrumentos econômicos aplicáveis.

O Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM dispõe de Normas

Reguladoras – NRM 19 - para a Disposição de Estéril, Rejeitos e Produtos.

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH (2002), na resolução n° 29,

de 11 de dezembro de 2002, em seu Art. 1° define estéril como qualquer material não

aproveitável como minério e descartado pela operação de lavra antes do

beneficiamento, em caráter definitivo ou temporário.

6.1.2 ETAPAS DO PROJETO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Segregação dos

resíduos

Coleta interna

Armazenamento

temporário

Transporte interno

Armazenamento

externo

c

Destinação final

Acondicionamento IDENTIFICAÇÃO DAS FONTES

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SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS:

Os resíduos gerados no empreendimento são descritos (Quadro 2) de acordo com

o enquadramento da Resolução CONAMA 307/2002 e NBR 10.004/2004.

Quadro 2 - Caracterização dos resíduos

FASES DA OBRA TIPOS DE RESÍDUOS

POSSIVELMENTE GERADOS CLASSE

Limpeza do terreno Solos A

Rochas, vegetação, galhos A

Escritório/

Depósito/Guarita

Resíduos Inorgânicos (papel,

plástico, vidros, metal) IIB

Processo Produtivo Areia A

a) Segregação dos resíduos

A segregação deverá ser feita inicialmente somente para que os resíduos sejam

levados aos contêineres referentes a cada tipo de resíduo.

b) Acondicionamento/Armazenamento

Os recipientes adequados para acondicionar o lixo, considerando a adequação para

acondicionamento do mesmo, merecem destaque:

Sacos plásticos;

Contêineres de Plásticos;

Contêineres de metal.

Os sacos plásticos a serem utilizados no acondicionamento do lixo domiciliar

devem possuir as seguintes características:

Ter resistência para não se romper por ocasião do manuseio;

Ter volume de 20, 30, 50 ou 100 litros;

Possuir fita para fechamento da "boca";

Ser de qualquer cor, com exceção da branca (normalmente os sacos de cor

preta são os mais baratos). Estas características acham-se regulamentadas

pela norma técnica NBR 9.190 da ABNT.

Os contêineres de plástico são recipientes fabricados em polietileno de alta

densidade (PEAD), nas capacidades de 120, 240 e 360 litros (contêineres de duas rodas)

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e 760 e 1.100 litros (contêineres de quatro rodas), constituídos de tampa, recipiente e

rodas, contendo na matéria-prima um pouco de material reciclado e aditivos contra a

ação de raios ultravioleta.

Os contêineres de metal são recipientes providos normalmente de quatro rodízios,

com capacidade variando de 750 a 1.500 litros, que podem ser basculados por

caminhões compactadores.

c) Transporte interno

Todo o material gerado durante a atividade deverá ser estocado temporariamente

em contêineres que serão recolhidos duas vezes por dia por funcionário treinado,

seguindo os padrões de segurança (sempre dentro das ruas de sinalização – faixas

amarelas no piso) e ficarão disponíveis para o transporte externo.

d) Reutilização e reciclagem

O reaproveitamento das sobras de materiais dentro do próprio canteiro segue as

recomendações da Agenda 21 e é a maneira de fazer com que os materiais que seriam

descartados com um determinado custo financeiro e ambiental retornem em forma de

materiais novos e sejam re-inseridos na construção evitando a retirada de novas

matérias-primas do meio ambiente.

Figura 44 – Modelo dos coletores

Quadro 3 – Código de cores para a coleta seletiva

COR DO CONTÊINER MATERIAL A SER RECICLADO Azul Papéis/papelão

Verde Vidros Vermelho Plástico Amarelo Metais

Preta Madeira Laranja Resíduos perigosos

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Marrom Resíduos orgânicos

Cinza Resíduo geral não-reciclável ou

misturado, ou contaminado, não passível de separação

Branco Resíduos ambulatoriais e de serviços de

saúde

A reciclagem propicia as seguintes vantagens:

• preservação de recursos naturais;

• economia de energia;

• economia de transporte (pela redução de material que demanda o aterro);

• geração de emprego e renda;

• conscientização da população para as questões ambientais.

e) Transporte externo

Deverá ser feito por empresas licenciadas, bem como a destinação final dos

resíduos.

Os principais tipos de veículos utilizados para a remoção dos resíduos são

caminhões com equipamento poliguindaste ou caminhões com caçamba basculante que

deverão sempre ser cobertos com lona, para evitar o derramamento em vias públicas.

f) Destinação dos resíduos

A destinação dos resíduos deve ser feita de acordo com o tipo de resíduo. Os

resíduos de classe A deverão ser encaminhados para áreas de triagem e transbordo,

áreas de reciclagem ou aterros da construção civil. Já os resíduos classe B podem ser

comercializados com empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que

comercializam ou reciclam esses resíduos ou até mesmo serem usados como

combustível para fornos e caldeiras. Para os resíduos das categorias C e D, deverá

acontecer o envolvimento dos fornecedores para que se configure a co-responsabilidade

na destinação dos mesmos.

Quadro 4 – Destinação dos resíduo.

TIPOS DE RESÍDUOS CUIDADOS

REQUERIDOS DESTINAÇÃO

Plásticos Máximo aproveitamento dos

Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que

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materiais contidos e limpeza da embalagem.

comercializam ou reciclam estes resíduos.

Papelão Proteger de intempéries.

Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.

Metal Não há.

Empresas, cooperativas ou associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam estes resíduos.

Solo

Examinar a caracterização prévia dos solos para definir

destinação.

Desde que não estejam contaminados, destinar a pequenas áreas de aterramento ou em aterros de resíduos da construção civil, ambos devidamente licenciados pelos órgãos competentes.

Os resíduos oriundos do descarte habitual serão dispostos em baldes de

acondicionamento temporário (baldes de lixo comum) deverá ser recolhidos pela

prefeitura periodicamente.

As usinas de reciclagem e compostagem geram emprego e renda e podem reduzir

a quantidade de resíduos que deverão ser dispostos no solo, em aterros sanitários.

Com relação ao armazenamento e segregação das pilhas e lâmpadas fluorescentes

a empresa deverá identificar e realizar a triagem das pilhas e baterias dos demais

resíduos domésticos e encaminhá-los aos postos de coleta autorizados.

Em cada posto de coleta deverá haver uma estrutura mínima para receber os

resíduos, sendo que o estabelecimento deverá tomar todas as precauções necessárias

em todas as etapas do manejo do resíduo (coleta, armazenamento e manuseio)

conforme especifica as normas e legislações vigentes. Antes dos resíduos serem

dispostos, as lixeiras deverão estar corretamente acondicionadas e identificadas com

simbologias, assim como os tipos de armazenamento e transportes para resíduos

perigosos.

Quadro 5 – Resumo: sobre as pilhas

CLASSIFICAÇÃO Classe I – Perigosos (NBR 10.004/96) Classe I – Perigosos (Resolução CONAMA 275 de 25/04/2001)

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ARMAZENAMENTO Armazenamento de resíduos: NBR 12.235/88 Procedimento para resíduos: Classe I

TRANSPORTE

Transporte de resíduos: NBR 13.221/94 Procedimento: NBR 7.500 Simbologia: NBR 7.500 – Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais

DESTINAÇÃO Reciclagem por empresas produtoras/importadores ou terceiros prestadores de serviço.

Quadro 6 – Resumo: sobre as lâmpadas fluorescentes. CLASSIFICAÇÃO Classe I – Perigosos (NBR 10.004/96)

ARMAZENAMENTO Armazenamento de resíduos: NBR 12.235/88 Procedimento para resíduos: Classe I

TRANSPORTE

Transporte de resíduos: NBR 13.221/94 Procedimento: NBR 7.500 Simbologia: NBR 7.500 – Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais.

DESTINAÇÃO Reciclagem por empresas de recuperação de lâmpadas fluorescentes.

SOBRE OS RESÍDUOS LÍQUIDOS

Os resíduos líquidos também conhecidos como esgotos são águas que, após a

utilização humana, apresentam as suas características naturais alteradas.

A devolução desses efluentes ao meio ambiente deverá prever, se necessário, o seu

tratamento, seguido do lançamento adequado. Os efluentes gerados serão provenientes

dos sanitários e das águas pluviais.

Sanitários:

Com relação ao sanitário do empreendimento será utilizado o sistema de fossa

séptica e seu uso evita que o despejo dos efluentes seja lançado de forma irregular em

córregos ou canais próximos.

As fossas sépticas são unidades de tratamento primário de esgoto domestico nas

quais são feitas a separação e transformação da matéria sólida contida no esgoto.

Fisicamente consistem basicamente em uma caixa impermeável onde os esgotos

domésticos se depositam. Elas devem ser limpas periodicamente.

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Figura 45 - Modelo de fossa sépticas.

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Águas Pluviais:

As águas pluviais são outra fonte de efluentes líquidos gerados no

empreendimento, pois podem acarretar danos as áreas de florestas e córregos, devido

ao aumento de sedimentos nos rios, que podem vir a causar futuramente um

assoreamento e alagamentos de áreas florestadas.

O planejamento dos sistemas de drenagem das águas pluviais deve levar em

consideração inúmeros aspectos ambientais, sociais e técnicos para que possa ser

viabilizado um sistema eficiente.

Para que isso seja minimizado será planejado um sistema de drenagem utilizando

canaletas para que a água escoe entre elas, usando métodos que possam vir a ajudar na

diminuição da velocidade da água e direcioná-la para um ponto específico, além de reter

boa parte dos sedimentos com uma caixa separadora e de decantação de sedimentos.

Outro ponto que deve ser levado em consideração com relação às águas pluviais é

o armazenamento em cisternas podendo ser utilizadas para abastecimento ou

suprimento de alguma atividade. As cisternas são reservatórios que acumulam a água de

chuva captada pela superfície dos telhados, pelo próprio escoamento no solo pelas

canaletas ou ainda diretamente em pátios. Essa água armazenada poderá ser utilizada

para diversos fins no empreendimento, como por exemplo, lavagem de pisos, regar

plantas entre outras necessidades.

6.2 Plano de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

A utilização do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)

regulamentado pela norma NR 9 - Portaria 3214/78, da Secretaria de Segurança e Saúde

do Trabalho, do Ministério do Trabalho tem por meta, definir uma metodologia que

mantenha a preservação da saúde e integridade do trabalhador diante dos riscos

existentes no ambiente de trabalho.

Tem o objetivo de reconhecer e avaliar os riscos ambientais existentes nas

atividades da empresa, quantificando e qualificando os agentes físicos, químicos e

biológicos, quando existirem, para posterior correção e ou controle pelo Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e ainda atender às exigências previstas nas

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Ordens de Serviço e Instruções Normativas oriundas do Instituto Nacional do Seguro

Social, órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social.

O PPRA diante da legislação deve ser implantado em toda situação a qual ocorra

atividade laboral com vínculo empregatício. Aqueles que não atenderem as exigências da

norma regulamentadora NR 9, estarão sujeitos a penalidades que variam de multas até

interdições.

6.2.1 DEFINIÇÕES IMPORTANTES

a) Segurança do Trabalho

É a ciência e a arte voltadas para a antecipação, reconhecimento, avaliação e

controle dos fatores de riscos originados nos locais de trabalho e que podem prejudicar

a saúde e o bem estar dos trabalhadores também tendo em vista o possível impacto nas

comunidades vizinhas e no meio ambiente geral (ACGIH, 2005).

A atividade industrial expõe seus trabalhadores a riscos advindos de fontes

naturais ou artificiais, onde normalmente ultrapassam os limites estabelecidos pela

legislação de normas técnicas legais. Esses agentes ambientais propiciam o surgimento

de acidentes no período de execução do trabalho.

b) Limites de Tolerância

É a intensidade/concentração máxima relacionada com a natureza e o tempo de

exposição aos riscos ambientais, que não causará danos a saúde da maioria dos

trabalhadores expostos, durante a sua vida laboral. Esse conceito leva em conta aspectos

estatístico e está intimamente ligada a susceptibilidade do indivíduo, portanto não é

garantia de proteção a todos os trabalhadores.

c) Tipos de Riscos

Entende-se por risco a probabilidade de ocorrência de algum evento indesejado,

numa relação onde risco seria igual a perigo de acidentes por medidas preventivas

adotadas.

A Norma Regulamentadora NR 9 classifica os riscos ambientais como agentes

físicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho, que de acordo com a

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sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, podem provocar

danos a saúde do trabalhador.

Riscos Químicos: Agentes químicos são substâncias químicas na forma de

sólidos, líquidos, gases, vapores, poeiras, fumos capazes de agredir a saúde do

trabalhador.

Riscos Biológicos: São organismos patogênicos que podem trazer danos a saúde

do trabalhador e ao meio ambiente como bactérias, protozoário, bacilos, fungos,

parasitas entre outros.

Riscos Físicos: Os agentes físicos podem causar danos a saúde ou provocar

acidentes podem ser classificados em sonoros (ruídos), térmicos (Calor, frio e umidade),

mecânicos (pressões anormais e vibrações mecânicas, radiações (ionizantes e não

ionizantes), eletricidade(acidentes com choque elétrico).

Riscos Ergonômicos: Ocasionado por um fator que provoque alterações nas

características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua

saúde. Através do levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia,

repetitividade, postura inadequada de trabalho.

Riscos de Acidente: Ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa,

provocando lesão corporal, perturbação funcional ou doença que cause a morte ou a

perda ou redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho.

6.2.2 ETAPAS DO PPRA

I. Antecipação

A antecipação deverá envolver a análise de riscos, métodos de processo de

trabalho, ou modificação dos já existentes, visando identificar os riscos potenciais e

introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.

II. Identificação do local de trabalho e das atividades

A Identificação, determinação e localização das possíveis fontes geradoras,

trajetórias e meios de propagação dos agentes no ambiente de trabalho, identificação

das funções e dos trabalhadores expostos, caracterização das atividades e do tipo de

exposição, dados de possível comprometimento da saúde decorrente do trabalho, na

empresa a fim de determinar os fatores intervenientes na exposição e levantar os dados

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básicos para a elaboração de uma estratégia de amostragem. Para isso faz-se necessário

o esclarecimento sobre alguns itens;

Área – Tem fundamental importância a área onde será realizada avaliação, pois

a utilização de referências fixas como: galpões, linhas e estações de trabalho, ajudam na

identificação correta e em um futuro próximo poder ser reavaliada;

Números de Expostos – A quantificação dos trabalhadores expostos deve ser

realizada no ambiente de trabalho, observando de forma detalhada a situação e alguns

fatores pertinentes como: funções, tarefas ou atividades; turnos, turmas e horários de

trabalho; movimentação de materiais e de pessoal.

Frequência e Duração da Exposição – Torna-se importante o conhecimento

da frequência com que determinada tarefa é desenvolvida ao longo de uma jornada,

além de considerar informações toxicológicas.

Ritmo de trabalho e Produção – A variação do ritmo de trabalho pode

interferir, ou não, na exposição ocupacional;

Ventilação e Condições Climáticas – A atividade pode ser executada em local

com ventilação controlada e constante, a exemplo de cabines de pintura de indústria

automobilística, com temperatura, umidade e velocidade do ar sob rígido controle. Outra

situação seria operações com sistemas de ventilação local exautora que podem ou não

estar funcionando independente do processo produtivo. Outros locais ainda sem

ventilação mecânica dependem única e exclusivamente de condições climáticas.

III. Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores

Comprovar o controle da exposição ou a inexistência dos riscos identificados na

etapa de reconhecimento, dimensionar a exposição dos trabalhadores, subsidiar o

equacionamento das medidas de controle;

IV. Implantação de medidas de controle

Adotar as medidas necessárias e suficientes para a eliminação, minimização ou o

controle dos riscos ambientais, conforme condições estabelecidas em norma, além de

controlar a sua eficácia.

V. Monitoramento da exposição aos riscos

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Avaliação repetida e sistemática da exposição a cada risco, visando introduzir ou

modificar as medidas de controle, sempre que necessárias;

VI. Treinar os Trabalhadores Informando-os sobre:

A agressividade dos riscos identificados (físicos, químicos e biológicos) e seus

possíveis efeitos sobre o organismo. Os riscos ergonômicos e os riscos de acidentes

deverão ser estudados e corrigidos paralelamente a este programa para que os cipeiros

e os trabalhadores possam elaborar e afixar o Mapa de Riscos Ambientais;

Os procedimentos que devem ser adotados para assegurar a eficácia das medidas

de controle existentes ou a adotar, bem como sobre as eventuais limitações de proteção

que ofereçam;

Estudar, planejar e implantar se necessário, outras medidas alternativas,

complementares ou emergenciais, tais como: medidas de caráter administrativo

(supressão da operação, terceirização da operação) ou de organização do trabalho

(segregação, rodízio, modificação dos métodos de trabalho) e, ainda, a utilização de

equipamentos de proteção individual tecnicamente adequado ao risco a que o

trabalhador está exposto e à atividade exercida;

O fornecimento e a utilização dos equipamentos de proteção individual serão

precedidos de treinamento ministrado aos trabalhadores usuários, quanto a sua correta

utilização e orientação sobre as limitações de proteção que este oferece.

Todo o processo de gestão dos EPI's deverá ser formalizado (documentado)

conforme NR 6;

Estabelecer normas ou procedimentos sobre a segurança e medicina do trabalho,

dando ciência aos trabalhadores com o objetivo de:

Prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

Divulgar as obrigações e proibições que devam conhecer e cumprir; dar

conhecimento de que será passível de punição pelo descumprimento das ordens de

serviço expedido;

Determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do

trabalho e doenças profissionais ou do trabalho, bem como,

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Promover o fornecimento, uso, higienização, conservação, manutenção e a

reposição do equipamento de proteção individual, visando garantir boas condições de

proteção ao trabalhador.

6.2.3 DAS RESPONSABILIDADES DO PPRA

A Mineradora:

Providenciar a elaboração e efetiva implantação do programa, custeá-lo e

garantir que se cumpra;

Apresentar e discutir o documento-base do PPRA, suas alterações e

complementações, sendo sua cópia anexada ao livro de ata desta comissão;

Deixar disponível o documento-base, suas alterações e complementações de

modo a proporcionar o imediato acesso das autoridades competentes;

Indicar claramente no cronograma, previsto na estrutura do programa, os

prazos para o desenvolvimento e cumprimento das metas do PPRA;

Dar ciência aos trabalhadores, de maneira apropriada e suficiente, sobre os

riscos ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho e sobre os meios

disponíveis para prevenir ou limitar tais riscos garantindo a proteção de sua integridade

física e de sua saúde;

Caso ocorram riscos ambientais que coloquem em situação de graves e

iminentes riscos um ou mais trabalhadores, garantir que estes possam interromper as

suas atividades, comunicando, de imediato, o fato ao superior hierárquico direto para as

devidas providências.

Aos Trabalhadores:

Colaborar e participar na implementação e execução do PPRA;

Acatar e atender as orientações recebidas nos treinamentos recomendados pelo

PPRA;

Informar à chefia imediata todas as ocorrências que a seu julgamento possam

implicar riscos à saúde dos trabalhadores.

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6.2.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS RISCOS AMBIENTAIS E A IMPLANTAÇÃO DE

MEDIDAS DE CONTROLE

Identificar um risco é apontar no local de trabalho a presença de sintomatologia de

um risco que pode está afetando a saúde do trabalhador. Para a efetividade da avaliação

é necessário analisar todo o processo da empresa, como operações, matérias-primas, e

os produtos finais ou secundários.

I. Ruído

O controle do ruído, sob o ponto de vista legal, pode ser conseguido de duas

maneiras distintas:

a) Pela atenuação dos níveis existentes, através de medidas de controle de caráter

coletivo, adotadas na fonte ou na trajetória do ruído de forma a torná-los compatíveis

com os tempos de exposição, bem como, através do uso de protetores auditivos com

atenuação suficiente.

b) Pela redução do tempo de exposição através da adoção de medidas de caráter

administrativo.

c) O controle também pode ser efetuado utilizando-se conjuntamente as duas

maneiras, tecnicamente o controle na fonte tem caráter prioritário, seguido do controle

na trajetória e, somente em último caso, o controle no homem (receptor).

Para a medição de ruídos, utiliza-se um medidor de pressão sonora constando de

um microfone, seletores e filtros de compensação. A título de legislação brasileira a

medição deve ser para ruído contínuo em dB(A) e o de impacto em d(B)(linear) ou

dB(C).

No caso de avaliação de tempo de exposição a nível humano, as medições devem

ocorrer com o microfone do equipamento na altura em que o ouvido do trabalhador se

encontra no momento em que está desenvolvendo sua função. Em situações que os

níveis do som variam pela utilização de equipamentos diferentes, deve-se fazer a

aferição em cada ponto identificando essas diferenças.

Os valor máximo permissível para exposição de ruído de 8 horas é de 85 dB(A),

conforme anexo 1 da NR-15.

Limites de tolerância para nível de ruído ou intensidade, conforme Anexo 1, da NR-15

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NÍVEL DE RUÍDO dB(A) MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL

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87

88

89

90

91

92

93

94

95

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8 horas

7 horas

6 horas

5 horas

4 horas e 30 minutos

4 horas

3 horas e 30 minutos

3 horas

2 horas e 40 minutos

2 horas e 15 minutos

2 horas

1 horas e 45 minutos

1 horas e 15 minutos

1 horas

45 minutos

35 minutos

30 minutos

25 minutos

20 minutos

15 minutos

10 minutos

8 minutos

7 minutos

O controle na fonte poderá ser efetuado através da eliminação ou modificação da

mesma. A eliminação da fonte pode ser entendida de duas maneiras:

Substituição do processo ou do equipamento gerador de ruído por outro que

atenda as necessidades da empresa e seja silencioso ou menos ruidoso.

Segregação no tempo, ou seja, quando a execução de operações ruidosa de um

setor é suprimida do horário normal de trabalho, sendo realizada durante o período em

que a maioria das pessoas do setor encontra-se fora de atividade.

A adoção desta medida visa a proteção dos trabalhadores dos setores não

envolvidos diretamente com a referida operação. Por outro lado, deverão ser adotadas

medidas de controle específicas para os indivíduos ligados diretamente com a operação

ruidosa. Não sendo possível a eliminação das fontes de ruído, deve-se efetuar um estudo

com a finalidade de modificar as operações ou equipamentos ruidosos de forma a

eliminar ou minimizar a geração de ruído.

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Outra medida importante no controle do ruído é a aplicação de um rigoroso

programa de manutenção dos equipamentos ruidosos, observando dentre outros os

seguintes aspectos:

a) Fixar rigidamente motores, bancadas, equipamentos, etc., de forma a atenuar as

vibrações transmitidas às estruturas;

b) Balancear e equilibrar as partes móveis das máquinas e equipamentos, de modo

a mantê-los ajustados;

c) Alinhar rolamentos e eixos;

d) Efetuar boa lubrificação onde há atrito;

e) Evitar que partes soltas se choquem ou vibrem desnecessariamente, tais como

parafusos, chapas de blindagem, protetores de correia, peças metálicas acabadas,

movimentação de caixas metálicas, etc.

f) Controlar vazamento em linhas de ar comprimido e reduzir a velocidade dos

jatos de ar quando for o caso.

As medidas para eliminação ou modificação das fontes de ruído são muitas vezes

de aplicabilidade reduzida na solução dos problemas encontrados, uma vez que podem

alterar processos e procedimentos de trabalho. No entanto, um estudo mais detalhado

de cada processo poderá indicar possíveis alterações nos mesmos, permitindo torná-los

menos ruidosos, sem interferência no desenvolvimento dos trabalhos.

Não sendo possível o controle de ruído na fonte, ou quando a adoção de medidas

na fonte não for suficiente para se conseguir reduzir o ruído a níveis satisfatórios, como

passo seguinte deve-se estudar a viabilidade de controlá-lo no meio que o conduz.

O controle de ruído na trajetória pode ser realizado através do isolamento e ou

absorção acústica ou pelo distanciamento entre a fonte geradora de ruído e os

trabalhadores expostos. O dimensionamento envolve não apenas o simples afastamento

entre a fonte de ruído e os trabalhadores expostos dentro de um setor, mas também a

segregação das fontes ou operações para outras áreas, isolando-as do setor

O isolamento acústico pode ser conseguido com:

Enclausuramento da fonte geradora de ruído;

Enclausuramento do trabalhador exposto;

Portanto, o controle na trajetória consiste, fundamentalmente, no uso de barreiras

que impeçam que partes da energia sonoras emitidas pela fonte atinjam o trabalhador.

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Na diversidade de combinações de barreiras isolantes e absorventes, reside a

essência do controle do ruído no meio de propagação. A implantação desse tipo de

controle merecerá um estudo minucioso das fontes e das características ambientais

visando à adequada seleção dos materiais absorventes e refletores a serem utilizados,

assim como o dimensionamento e posicionamento desses materiais.

Controle no trabalhador: Quando as medidas de proteção coletiva forem

tecnicamente inviáveis ou enquanto não se concretizar o controle na fonte ou na

trajetória, deverá ser fornecido, e obrigatório o uso protetor de auriculares. Estes

protetores poderão ser do tipo plug (inserção) ou do tipo concha (externo).

II. fumaça preta

A fumaça preta é medida através da escala Ringellman, conforme figura 45, que

consiste em uma escala gráfica para avaliação colorimétrica de densidade de fumaça,

constituída de seis padrões com variações uniformes de tonalidade entre o branco e o

preto. As 05 graduações de cinza começam do branco total, 0 (zero) = 0%, 1 = 20%, 2 =

40%, 3 = 60%, 4 = 80% e finalmente 5 = a 100%, representando neste caso, o preto total.

Essas graduações representam a quantidade de negro existente em cada uma.

Figura 46 - Densidade de fumaça

Fonte: CETESB, 2010

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Para descobrir se o veículo está emitindo fumaça acima do permitido, utiliza-se a

Escala de Ringelmann e compara-se com padrões estabelecidos pela legislação

ambiental.

1. Instruções para medição da fumaça preta

De acordo com a NBR 6016/86, o motor da máquina ou veiculo que será avaliado

deve estar em funcionamento e deve ser acelerado. Deve ser realizada uma média de 04

acelerações consecutivas, com duração de 5 segundos aproximadamente cada uma.

Segue abaixo as orientações para execução do ensaio de medições:

Posicione-se de tal forma que a luz do sol não incida diretamente sobre os seus

olhos.

Segure o cartão com o braço totalmente estendido e aponte o furo da escala para

a descarga da máquina ou veículo. Depois compare a fumaça (vista pelo orifício)

com o padrão colorimétrico, determinando qual a tonalidade da escala que mais

se assemelha com a tonalidade (densidade) da fumaça.

Para confirmação do padrão da emissão de fumaça emitida por veículos, o

observador deverá estar a uma distância de 20 a 50 a metros do tubo do

escapamento a ser observado.

É imprescindível que o responsável pela medição registre os dados coletados no

formulário padrão disposto, no Anexo I do presente procedimento.

Segue abaixo o modelo da escala Ringelmman que será adotado para medição da

fumaça preta, conforme orientação da NBR 6016/86.

Figura 47 - Modelo da escala Ringelmann adotado para execução dos ensaios.

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a. Padrão de emissão de fumaça preta

De acordo com a Portaria 85/1996 do IBAMA, o grau de enegrecimento da

fumaça de veículos movidos a óleo diesel, em qualquer regime de funcionamento, não

poderá exceder:

Quadro 7: Padrão de emissão de fumaça preta de acordo com a Portaria 85/96 do IBAMA

Índice de fumaça Padrão aceitável

Nº 2

Para veículos em localidades até 500 m de

altitude e veículos de circulação restrita a

centros urbanos, em qualquer altitude.

Nº 3 Para veículos em localidades acima de 500 m

de altitude.

Desta forma, o padrão que deve ser adotado consiste no nº 2, já que o município é

litorâneo e estar situado ao nível do mar.

b. Frequência da medição e manutenções

A medição será realizada bimestralmente quando os veículos ou máquinas

apresentarem o índice de fumaça 1, conforme tabela abaixo. Porém, quando o índice de

fumaça apresentar o valor 2 é aconselhável encaminhar para a manutenção preventiva.

Em caso do índice ser maior que 2 deverá ser realizado a manutenção corretiva. Nestes

dois últimos casos a frequência de medição deverá ser mensal.

Quadro 8: Frequência das medições e manutenções.

Índice de fumaça Manutenção Frequência de medição

01 Não precisa bimestral

02 Manutenção preventiva mensal

Acima de 02 Manutenção corretiva mensal c. Definição de responsabilidades

Os motoristas serão os responsáveis pela realização da medição da fumaça preta

dos veículos movidos a óleo diesel e máquinas.

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d. Treinamento

Os motoristas deverão ser treinados neste procedimento para realizar a medição

da fumaça preta nos veículos e registrar os dados coletados. Os motoristas serão

treinados neste procedimento para conhecimento e solicitar a inspeção na oficina com a

inspeção de fumaça.

e. Medidas para redução da emissão de fumaça preta

A correta manutenção e operação do veículo são fatores importantes para a redução

da emissão de fumaça preta.

Desta forma, é importante evitar:

excesso de carga

acelerações desnecessárias

longa operação do motor em marcha lenta

uso incorreto das marchas

uso de veículo que apresentar emissão excessiva de fumaça

Deve-se usar sempre óleo diesel filtrado e evitar aquele que apresenta sinais de adulteração.

Quadro 9: modelo de formulário de monitoramento da fumaça preta.

Empresa:

Data de realização

Placa do veículo

Índice de fumaça

Situação Manutenção

C N/C P C

Obs.

C: conforme P: manutenção preventiva.

N/C: Não conforme C: manutenção corretiva

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III. Calor

A exposição ao calor deve ser controlada por meio de:

Medidas Ambientais: Como a circulação do ar (uso de ventiladores situados em

locais adequados), a ventilação introdução de ar fresco no ambiente quente e ou a

eliminação de ar quente e umidade, se as fontes são localizadas.

Com o planejamento adequado do número e a duração das exposições, os períodos

de descanso devem ser passados em áreas de descanso frescas.

Medidas Pessoais: Com exames médicos, dando-se particular atenção aos

sistemas cardiovasculares, renal, endócrino e respiratório, assim como à pele, com a

aclimatação ao calor (adaptar fisiologicamente o trabalhador ao ambiente quente), com

o consumo de água e de sal (hidratação), com roupas adequadas e equipamentos de

proteção individual (aventais, mangas largas, luvas para o contato com peças quentes) e

com a educação sanitária dos trabalhadores.

Para analisar a quantidade de calor consulta-se a NR-15 conforme a seguir:

Regime de Trabalho Intermitente com Descanso no

Próprio Local de Trabalho (por hora)

TIPO DE ATIVIDADE

LEVE MODERADA PESADA

Trabalho contínuo até 30,0 até 26,7 até 25,0

45 minutos trabalho

15 minutos descanso

30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9

30 minutos trabalho

30 minutos descanso

30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9

15 minutos trabalho

45 minutos descanso

31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0

Não é permitido o trabalho sem a

adoção de medidas adequadas de

controle

acima de 32,2 acima de 31,1 acima de 30,0

IV. Umidade

É importante lembrar que as medidas de controle deste agente físico,

normalmente passam pela efetiva utilização de EPI's que protegem o trabalhador

exposto contra a ação da umidade sobre o organismo humano.

A umidade excessiva em condições de riscos acentuados, expõe o funcionário a

infecções respiratórias, a doenças de pele e doenças circulatórias, entre outras. Aos que

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apresentam essas alterações, recomenda-se à mudança do setor de trabalho e um

adequado tratamento médico.

V. Contaminantes Químicos

Os contaminantes químicos podem se apresentar no ar sob formas de sólidos,

líquidos e gasosos, recebendo os nomes de: neblina, névoa, poeira, vapor, fumos, etc.

Eles podem penetrar no organismo humano pelas vias respiratórias (inalação), cutâneas

(absorção pela pele) e digestiva (absorção gastrointestinal). Alguns contaminantes

possuem efeitos cumulativos e outros, acabada a exposição ao produto, o organismo os

elimina gradativamente.

Noventa por cento das doenças profissionais, exceção às dermatites, são atribuídas

à absorção através dos pulmões, isto é, inalação. Nem todos os contaminantes do ar que

chegam aos pulmões, são absorvidos pelo sangue. Parte dos contaminantes pode ser

expelido pelo ar expirado, outra parte pode ser captada pela secreção das mucosas,

engolidas a seguir e finalmente expelida pelos intestinos.

A susceptibilidade a um dado contaminante varia de indivíduo para indivíduo. Para

alguns, a exposição a um dado contaminante pode provocar um envenenamento médio

para outros, pode ser grave ou fatal. Isto depende, entre outros parâmetros, da saúde do

indivíduo, da dose do agente agressivo e do ritmo de trabalho que o trabalhador

desenvolve.

Os contaminantes podem apresentar os seguintes graus de toxidez:

Nulo: se não apresentam riscos sob nenhuma condição ou algum risco sob

condições extremas.

Leve: se provocam alterações imediatas no organismo, mas que desaparecem

quando termina a exposição ao contaminante.

Moderado: se podem produzir alterações reversíveis ou irreversíveis, porém não

suficientemente severas para provocar dano permanente ou morte.

Alto: se podem causar morte ou dano permanente por pequena que seja a

exposição ou a quantidade absorvida pelo organismo.

Os métodos para evitar que os contaminantes produzam danos à saúde podem ser:

a) Projeto correto do processo, levando em conta desde o início da escolha dos

produtos usados e quais os riscos que apresentam;

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b) Mudança do processo, por outro de menor risco;

c) Substituição de produtos químicos por outro menos tóxico;

d) Isolamento do processo;

e) Separação do pessoal;

f) Supressão do contaminante na fonte geradora;

g) Ventilação local exaustora;

h) Proteção individual respiratória;

i) Utilização de cremes protetores para a pele;

j) Utilização de luvas quando possível;

k) Troca de uniforme, quando sujo, evitando o contato com a pele;

l) Manutenção de boa ventilação natural;

m) Chuveiros de emergência e lava-olhos nas proximidades da área de exposição;

n) Excluir da exposição os empregados alérgicos ou com problemas respiratórios.

Com o intuito de informar os trabalhadores sobre os riscos dos produtos químicos

que eles estão expostos, recomendamos a elaboração e divulgação de uma ficha de

segurança (toxicológica) contendo informações dos produtos químicos utilizados, como

utilizá-los seguramente e as ações a serem adotadas em caso de emergência.

VI. Agentes Biológicos

A atividade está sujeita a presença de agentes biológicos, como bactérias, fungos,

insetos, roedores e animais de pequeno porte, que podem deteriorar os alimentos a

serem servidos.

Desta forma, deve-se ter o máximo cuidado nas operações de armazenamento e

manipulação destes em todas as fases e condições previstas na atividade.

As exigências da vigilância sanitária deverão ser atendidas em sua íntegra, quanto

à conservação, arrumação, limpeza, higienização dos alimentos crús, semi-prontos e

prontos, bem como de asseio e higiene das pessoas que manipulam tais materiais.

A saúde dos funcionários que manipulam alimentos deverá ser controlada a fim de

se detectar possíveis portadores, transmissores ou receptores de doenças infecto-

contagiosas, sistêmicas ou relacionadas com a exposição aos agentes biológicos.

Assim, recomenda-se que, periodicamente, a critério médico, haja controle

biológico dos funcionários via sangue, urina, fezes, bem como controle de doenças de

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pele (incluído exame micológico direto) para prevenir possíveis contaminações pôr

vírus, bactérias ou outros microorganismos capazes de provocar doenças infecto-

contagiosas.

VII. Produtos Inflamáveis Líquidos

No armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos, em recinto

fechado, é considerada área de risco, toda a área interna do recinto. Determinar outro

local, de preferência fora da edificação principal, isolado, construído conforme as

seguintes especificações:

- Deverão ter instalação elétrica apropriada, à prova de explosão, conforme

recomendações da NR-10 da Portaria 3214 de 08/06/78;

- Deverá ter sistema de combate a incêndio com extintores apropriados, próximo à

porta de acesso.

- Nas portas de acesso deverá estar escrito de forma bem legível: "Inflamável" e

"Não Fume".

VIII. Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva – EPI e EPC

Os EPI's devem ser considerados como uma segunda linha de defesa. Seu uso deve

ocorrer durante o período em que se dotam as áreas de melhores condições de trabalho

e que atinjam níveis aceitáveis de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores ou

em situações nas quais as medidas de controle ambientais são inaplicáveis, total ou

parcialmente.

O EPI, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser colocado à venda,

comercializado ou utilizado, quando possuir o CERTIFICADO DE APROVAÇÃO – CA,

expedido pelo Ministério do Trabalho e da Administração – MTA, atendido o dispositivo

no subitem 6.9.1. (item 6.5 da Norma Regulamentadora NR-06).

Todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome

comercial da empresa fabricante ou importador, e o número do C.A. (item 6.9.3. da

Norma Regulamentadora NR-06).

OBS: Sempre que constatado o desgaste o empregador deverá substituir os EPI’s.

Os principais EPI’s que serão utilizados no empreendimento, além do uniforme da

empresa, será

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Os equipamentos de proteção coletiva (EPC) são destinados à proteção coletiva,

como risco de queda ou projeção de materiais. Devem ser construídos com materiais de

qualidade e instalados nos locais necessários tão logo se detecte o risco.

O local da lavra deverá ser sinalizado com o objetivo:

Indicar os locais de apoio que compõe a lavra;

Indicar as saídas por meio de dizeres ou setas;

Manter comunicação através de avisos, cartazes ou similares;

Advertir quanto ao perigo de contato ou acionamento acidental com móveis das

máquinas e equipamentos;

Alertar quanto ao uso de EPI;

Identificar acessos, circulação de veículos e equipamentos na obra;

Identificar locais com substâncias tóxicas, corrosivas, inflamáveis, explosivas e

radioativas, caso o empreendimento tenha.

Capacete de segurança, casco plástico com aba, suspensão

ajustável e jugular.

Máscara de Segurança, Respirador de segurança descartável,

peça facial de fibra prensada.

Protetor Auricular, Tipo auricular de inserção tipo plug,

moldável com cordão de plástico ou silicone, uso para Ruídos

acima de 85 dB.

Botina de Borracha, cano curto e/ou cano longo. Botina de Couro com biqueira de aço ou similar em PU compacto na cor preta.

Óculos de Segurança, para trabalhadores que ficam em

áreas de risco.

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Sinalização Interna

A lavra deverá ser sinalizada com avisos e pictogramas de advertência. Estas

placas de sinalização serão divididas em: placas de perigo, de advertência e de aviso.

Sinalização Externa: Todo o perímetro da lavra deverá ser isolado com barreiras de

proteção de forma a evitar o ingresso de pessoas estranhas e que possam colocar-se em

situação de risco.

Extintores: Os extintores com no mínimo 6 Kg serão colocados contra princípio de

incêndios sendo no caso da Mineradora: 1 CO2 no depósito do areal.

IX. Exames Médicos

A Mineradora tem como obrigação realizar exames médicos admissional,

periódicos, de retorno ao trabalho após afastamento superior a 30 dias, de mudança de

função que implique em mudança de risco e demissional, nas condições previstas na

Portaria nº 24 de 29/12/94, alterada pela Portaria n.º 08 de 08/05/96.

O exame médico de saúde ocupacional compreende: avaliação clínica, abrangendo

anamnese ocupacional, exame físico e mental e ainda exames complementares

realizados de acordo com a Norma Regulamentadora NR-7 da Portaria nº 3.214 de

08/06/78, com a redação dada pela Portaria nº 24 de 29/12/94.

O exame médico admissional deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma

suas atividades.

Os exames médicos periódicos deverão ser realizados a intervalos de tempos

estabelecidos pela NR-7, variando de acordo com a exposição dos trabalhadores aos

riscos, idade do trabalhador ou situações de trabalho.

O exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado, obrigatoriamente, no

primeiro dia da volta ao trabalho, do trabalhador ausente por período igual ou superior

a 30 dias por motivo de doença ou acidente de natureza ocupacional ou não, ou parto.

O exame médico de mudança de função (alteração de atividade, posto de trabalho

ou de setor que implique na exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que

estava exposto antes da mudança) será realizado, obrigatoriamente, antes da data da

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mudança, para verificar se há restrições de exposição do trabalhador ao(s) risco(s) a que

ficará exposto.

O exame médico demissional será realizado nas condições previstas, antes da

homologação do empregado.

X. Sobre a CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

A CIPA tem por objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do

trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação

da vida e a promoção da saúde do trabalhador.

No caso do empreendimento em estudo não haverá formação da CIPA devido ao

número de funcionários no local, que de acordo com o Quadro I da NR-5, sobre

dimensionamento de CIPA, o empreendimento se enquadra no grupo C-1, portanto não

será necessária a constituição de CIPA.

6.2.5 REGRAS DE SEGURANÇA NO TRABALHO

A distração é um dos maiores fatores de acidentes. Trabalhe com atenção e

dificilmente se acidentará.

As brincadeiras devem ser reservadas para horas de folga.

Seus olhos não se recuperam depois de perdidos. Use óculos protetores sempre

que o seu trabalho o exigir.

A pressa é companheira inseparável dos acidentes. Faça tudo com tempo para

trabalhar bem e com segurança.

Quando não souber ou tiver dúvida sobre algum serviço, pergunte ao alguém

responsável, para prevenir-se contra possíveis acidentes.

As suas mãos levam para casa o alimento de sua família. Evite pô-las em lugares

perigosos.

Lembre-se que você não é o único no serviço e que a vida de seu companheiro e

tão preciosa quanto a sua.

Utilizem em seus trabalhos, ferramentas em bom estado de conservação, para

prevenir possíveis acidentes.

Não fume em lugares onde se guardam explosivos e inflamáveis.

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Manda a lei que o empregador forneça os equipamentos de proteção que você

necessita para o trabalho, mas você também está obrigado a usá-los, para prevenir

acidentes e evitar doenças profissionais.

Mostre ao seu novo companheiro os perigos que o cercam no trabalho.

Cada acidente é uma lição que deve ser apreciada, para evitar maiores

desgraças.

Todo o acidente tem uma causa que é preciso ser pesquisada, para evitar a sua

repetição.

Se você foi acidentado, procure logo o socorro médico adequado. Não deixe que

“entendidos” e “curiosos” concorram para o agravamento de sua lesão.

Se você não é eletricista, não se meta a fazer serviços de eletricidade.

Procure o socorro médico imediato, se você for vítima de um acidente, amanhã

será tarde demais.

As máquinas não respeitam ninguém; mas você deve respeitá-las.

Conheça sempre as regras de segurança do setor onde você trabalha.

Conversa e discussões no trabalho predispõem a acidentes pela desatenção.

Leia e reflita sempre sobre os ensinamentos contidos nos cartazes e avisos de

prevenção de acidentes.

Mantenha sempre as guardas protetoras das máquinas, nos devidos lugares.

Pare a máquina quando tiver que consertá-la ou lubrificá-la.

Habitue-se a trabalhar protegido contra os acidentes. Use equipamentos de

proteção adequados a seu serviço.

Conheça o manejo dos extintores e demais dispositivos de combate ao fogo,

existentes em seu local de trabalho. Você pode ter necessidade de usá-los algum dia.

RECOMENDAÇÕES:

Acompanhamento e avaliação e desenvolvimento do PPRA.

Eleger um representante para está supervisionando a validade e troca dos EPI’s

desgastados;

Fornecer EPI’s aos funcionários de acordo com cada função desempenhada;

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Além do capacete, luvas e botas, fornecer protetor solar para os funcionários que

trabalham a céu aberto;

Treinar os colaboradores sobre o uso correto dos EPI’s, além de colher

assinaturas através das fichas de identificando o funcionário e o Código de Aprovação

(CA) dos EPI’s;

Todo equipamento de proteção individual deverá ser trocado trimestralmente

por conta da poeira proveniente da construção e desgaste em geral;

Colocar sinalização interna da obra quanto ao desenvolvimento das atividades

no empreendimento, dividas em placas de perigo, de advertência e de aviso, e

externamente onde todo o perímetro da obra deverá ser isolado com tapumes de forma

a evitar o ingresso de pessoas estranhas à obra e que possam colocar-se em situação de

risco.

Monitorar a validade dos extintores, bem como a marcação devendo ser

assinalados por um círculo ou por uma seta larga, vermelha com bordas amarelas;

6.3 Plano de Atendimento e Emergência

O Plano de Atendimento e Emergência foi desenvolvido com a finalidade de fornecer

orientações básicas sobre os procedimentos administrativos e operacionais a serem

adotados por todos os colaboradores da Ilhéus Mineradora com o objetivo de minimizar

os possíveis danos causados por incidentes ambientais.

Emergência Ambiental é uma ameaça súbita ao bem estar do meio ambiente ou à

saúde pública devido à liberação de alguma substância nociva ou perigosa ou, ainda,

devido a um desastre natural.

Acidente Ambiental é um acontecimento inesperado e indesejado que pode causar,

direta ou indiretamente, danos ao meio ambiente e à saúde. Esses acontecimentos

perturbam o equilíbrio da natureza e, normalmente, estão associados também a

prejuízos econômicos.

Os acidentes podem ser causados pela própria natureza, como é o caso dos vulcões,

raios, ciclones, etc. Porém, na maioria das vezes, são causados pelo próprio homem. São

os acidentes “tecnológicos”.

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O pânico se manifesta por diversas formas de reações emocionais, como o temor e

medo, opressão, ansiedade, até mesmo emoções convulsivas e manifestações histéricas,

além de particulares reações do organismo, como taquicardia, tremores, dispnéia ou

hipotensão. Todas essas condições podem determinar que as pessoas se conduzam de

forma descontrolada e irracional, surgindo correrias, gritos, empurrões, etc. enfim,

condutas que aumentam a insegurança no local do acidente ou incidente.

Daí a grande importância do Plano de Emergência Ambiental, pois todas as análises

irão possibilitar o gerenciamento de riscos, que é a formulação e implantação de

procedimentos (técnicos e administrativos), que visam controlar e reduzir os riscos

existentes.

Um plano de emergência tem que ser prático, deve contemplar ações e

procedimentos para cada tipo de cenário emergencial, estabelecendo de forma clara

quem são as pessoas envolvidas e qual a atribuição de cada uma.

Os objetivos específicos de um plano de emergência interna são:

Prevenir e limitar os perigos às pessoas, interna e externamente, à estrutura,

assim como danos ambientais e estruturais nas zonas limítrofes;

Coordenar as intervenções, em todos os níveis, do pessoal da Mineradora ou

de fora dele, mas comprometidos no processo;

Evitar tanto quanto possível o bloqueio das atividades no interior do recinto;

Definir com exatidão, as tarefas de cada um no interior da estrutura atingida,

durante a fase de perigo.

Definir informações sobre o local, tipos de emergências que poderia ser

prestada, tipos de riscos, medidas preventivas, características do sistema de

alarme, intervenção do pessoal e medidas capazes de limitar a magnitude dos

danos de eventual acidente.

Ressalva-se que todas essas ações de prevenção e combate não irão eliminar a

possibilidade de ocorrer um acidente, mas podem evitar que um acidente pequeno se

transforme em uma tragédia.

É importante ressaltar, que a resposta a um acidente ambiental não se restringe à

contenção dos danos. É fundamental acompanhar o processo de descontaminação e

recuperação da área por meio de monitoramento ambiental.

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A elaboração do Plano de Emergência é exigida pelo processo de licenciamento

ambiental, regulamentado pela Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA). Também tem como suporte legal a Lei Estadual nº 7.799, de

07/02/01, aprovado pelo Decreto Estadual nº 7.967, de 05/06/01.

Além de atender o disposto na resolução CEPRAM n° 3183/2003 que dispõe sobre

a comunicação de emergências ambientais no estado da BAHIA.

6.3.1. CONCEITOS

Administrador do Plano de Contingência - Responsável pela manutenção e

atualização dos dados e procedimentos necessários á plena operacionalidade dos

Planos de Contingência.

Área Sensível: Áreas que possam ser impactadas adversamente de forma

significativa, quando atingidas pelas conseqüências da emergência. Dentre elas,

incluem-se regiões com populações circunvizinhas, regiões que tenham

importâncias econômicas, turísticas, recreativa, ou ainda regiões que sejam

ecologicamente relevantes e/ou sensíveis em termos de impactos ambientais.

Organização para Controle de Emergência (OCE) - Estrutura organizacional,

previamente estabelecida, mobilizada quando de uma situação de emergência,

com a finalidade de utilizar recursos materiais e humanos e implementar ações

de controle e combate às suas causas e de mitigação dos seus efeitos.

Contaminação Ambiental: Poluição atmosférica do solo ou da água, devido à

liberação de produtos nocivos ao meio ambiente.

Contingência: Qualidade de um evento, que poderá ocorrer ou não, e que

ocorrendo se transformará em uma emergência.

Coordenador do Plano: É o responsável pelas ações estabelecidas no Plano,

durante a emergência.

Emergência: É uma combinação de circunstância que demandam uma ação

imediata e que pode apresentar-se devido a uma falha de algum equipamento,

falhas no controle de processo, fenômenos naturais ou falhas humanas,

resultando em incêndios, derrame ou vazamento de produtos químicos,

acidentes com lesão, danos à propriedade e ao meio ambiente.

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Ocorrência Anormal: É um fato inesperado ocorrido em equipamentos,

instalações, obra ou processo, com ou sem envolvimentos de lesões pessoais, que

mereça registro analise ou divulgação.

Plano de Contingência: É um documento forma e padronizado que apresenta

uma estrutura organizada, de caráter temporário, para combater uma

emergência. O plano define responsabilidade e ações seguidas para o controle da

emergência e de mitigação de seus efeitos.

Ponto de Reunião: Ponto de reunião inicial da Brigada.

Pontos de Encontro: São áreas previamente definidas e sinalizadas, destinadas

ao encontro para evacuação de pessoas.

6.3.2 AS OCORRÊNCIAS

Há uma série de acidentes que podem gerar danos ambientais, alguns deles são:

Derramamento ou vazamento de produtos químicos;

Incêndios;

Explosões;

Colisões;

Contaminações por microorganismos.

Entre as várias consequências de um acidente ou emergência ambiental podemos

citar:

Poluição do ar;

Contaminação do homem;

Destruição de ecossistemas;

Danos à saúde humana;

Prejuízos econômicos etc.

6.3.3.GERENCIAMENTO DO ACIDENTE

O combate a uma situação emergencial deve ser planejado com antecedência para

evitar decisões de última hora, retardamento no combate e ações inadequadas. Em

certos casos, as vítimas em um acidente não são as que se encontravam no local, e sim

pessoas que chegam para tentar ajudar, curiosos e desinformados.

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Nem todos os acidentes ocorrem durante o horário comercial, existem casos de

ocorrências à noite, em feriados e fins de semana. Além disso, podem se dá em locais de

difícil acesso, não somente para a equipe de combate, mas, principalmente, para os

equipamentos e veículos de resgate. É necessário prever todos esses fatores, ou seja, é

preciso gerenciar o acidente.

6.3.4. PREVENÇÃO

Uma das técnicas de prevenção de acidentes é chamada de Análise de Riscos. Toda

essa análise irá possibilitar o Gerenciamento de Riscos, que é a formulação e

implantação de procedimentos (técnicos e administrativos), que visam controlar e

reduzir os riscos existentes. O gerenciamento deve também permitir que a instalação

opere dentro dos níveis de segurança considerados toleráveis.

Formação e Atribuições do Grupo de Emergências

Grupo Atribuições

Coordenador geral do Plano

- Comunica a emergência a o Representante da empresa.

- Comunica a emergência a Órgãos públicos. - Requisita recursos externos (Corpo de

Bombeiros). - Executa as ações de controle.

Administrador do Plano

- Manter o Plano Atualizado - Distribuir cópias - Fazer cumprir o cronograma de treinamento. - Comunica a emergência ao Coordenador do

Plano - Solicita apoio.

Controle de emergência - Executa operações para eliminação das causas

das emergências. Brigada de incêndio - Executa ações de combate a emergência

Compete aos Empregados:

a) Seguir rigorosamente as instruções dos coordenadores da emergência e de sua

chefia;

b) Na dúvida sobre a magnitude do risco abandonar o seu local de trabalho,

procurando abrigar-se em local seguro;

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c) Não efetuar operações de resgate ou salvamento se não estiver habilitado para

tal;

d) Auxiliar naquilo que for solicitado pelos coordenadores e deste que dentro de

sua capacidade e condições de fazê-lo no momento;

e) Nos setores não afetados pela emergência, os funcionários devem permanecer

trabalhando normalmente.

Acidentes e soluções:

Os principais procedimentos de combate incluem:

Ações compatíveis com os impactos;

Rotinas pré-estabelecidas para isolamento e evacuação;

Ações específicas para o controle de vazamentos;

Reparos de emergência;

Ações de rescaldo.

Equipamentos e materiais para o controle

Os materiais deverão estar disponíveis na área do empreendimento em estudo na

parte da administração.

Equipamento de Proteção Individual

Usar máscara facial descartável e se houver concentração de fumaça usar

máscara facial com respiradores de ventilação forçada (O2), roupas que protejam

do calor.

EPI’s indicados no PPRA.

Maleta de primeiros socorros.

Ventiladores manuais para usar em caso de asfixia pela fumaça.

Outros Equipamentos

Macas para transporte de emergência, devendo os acidentados serem

rapidamente removidos para outro local longe do perigo.

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Extintores contra incêndio, conforme designado pelo laudo do corpo de

bombeiros.

Comunicação Inicial do Incidente

Deve ser comunicado na Secretaria e essa acionará a vigilância e a Comissão

nomeada para assuntos do Plano de Emergência ambiental que tomará as

providências cabíveis.

Registro do incidente ou acidente.

Ocorrendo o incidente deverá se preenchido o formulário Quadro 10 e

encaminhado ao setor responsável pela emergência na empresa:

Quadro 10: Formulário de identificação da instalação que originou o incidente

I – Identificação da instalação que originou o incidente: Nome da instalação:

( ) Sem condições de informar

II – Data e hora da primeira observação:

Hora: Dia/mês/ano:

III – Data e hora estimadas do incidente:

Hora: Dia/mês/ano:

IV – Localização geográfica do incidente:

Setor:

V – Produto derramado ou vazado:

Volume estimado:

VI – Causa provável do incidente:

( ) Sem condições de informar

VII - Situação atual:

( ) paralisada

( ) não foi paralisada

( ) sem condições de informar

VIII – Ações iniciais que foram tomadas:

( ) acionado Plano de Emergência Individual;

( ) outras providências:

( ) sem evidência de ação ou providência até o momento.

IX – Data e hora da comunicação:

Hora:

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Dia/mês/ano:

X – Identificação do comunicante:

Nome completo:

Cargo/emprego/função na instalação:

XI – Outras informações julgadas pertinentes:

Plano de evacuação

É um instrumento operacional através do qual podem ser estudadas e planificadas

as operações a serem cumpridas em caso de emergência com a finalidade de permitir

saída ordenada para todos os ocupantes de um local de um evento funesto ou

acidentado da empresa. Ele se divide em três categorias: estratégia, tática e logística.

Estratégia

Distribuir mapas dos vários setores, indicando as vias de escape, escadas, pontos de

saídas rápidas, etc. em locais visíveis.

Estabelecer análise de risco por área funcional, visando a análise a ser realizada no

PPRA.

Predispor de meios de comunicação destinados às emergências.

Ter conhecimento e afixar em locais visíveis o número do Corpo de Bombeiros de

outros órgãos que exerçam atividades de calamidade púbica.

Tática

Preparar o modo de evacuação dos funcionários do posto;

Investigação para verificar a dimensão do dano e do risco em evolução;

Definir o circuito de evacuação interno e externo;

Manter o centro de informações para os parentes dos funcionários e para a imprensa

através da Secretaria e sala de Acompanhamento Ambiental.

Logística

Manter material de proteção e agentes extintores, conforme exigências do laudo

técnico do corpo de bombeiros e no mínimo 1 hidrante a cada 100 metros,

posicionando-os especialmente perto das áreas de maior risco de incêndio.

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Rádio transmissor – a ser utilizado em cada caso onde não exista telefone.

Possuir sistema de iluminação de emergência autônomo e transportável, lâmpadas a

prova de explosão.

Manter macas, EPI’ s, manuais e maletas de primeiros socorros.

Sistemas de Alerta

Este item tem por objetivo, definir o Plano de Comunicações na empresa para as

situações de Alarme de um incidente ou acidente e durante a aplicação do Plano de

Emergência. Assim, o alarme deverá soar logo após ter sido detectado o problema, de

acordo com instruções deste documento, sendo comunicado à secretaria que contatará o

pessoal designado para a emergência e os primeiros socorros, atendimento de urgência

e emergência caso haja necessidade.

Alerta por qualquer pessoa da empresa

O próprio pessoal interno da empresa deverá comunicar a segurança e ao setor

administrativo, caso no momento não esteja envolvido no acidente. Outros funcionários

que tomarem conhecimento do acidente deverão comunicar à área administrativa com a

maior urgência possível.

Telefones de emergência.

Telefones úteis

Corpo de bombeiros (73) 193

Polícia Militar da Bahia. (73) 190

Hospital Regional de Ilhéus (73) 3634-3274

SAMU (73) 192

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6.3.5 ORGANOGRAMA DO PLANO DE EMERGÊNCIA AMBIENTAL

Fim do atendimento.

Acidente Ambiental

Recepção da Empresa Consultoria Ambiental

Coordenador geral

do PAE

Auxilia no isolamento da área,

mantém curiosos afastados e

acompanha e orienta as ações

mitigação.

Aciona a equipe

de limpeza.

Coordena a ação de

mitigação do acidente

ambiental.

Dirige ao local do

acidente

Coordenam a atuação de

mitigação do acidente

ambiental

Situação

Controlada?

Não Sim

Aciona o Corpo de

Bombeiros de Ilhéus.

Equipe inicia a limpeza do

local do sinistro.

Assume a coordenação das

atividades.

Informal

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IMPLANTAÇÃO DO PLANO

Na fase de implantação serão realizadas as seguintes medidas:

Divulgação interna e externa;

Integração com outros planos;

Simulados;

Suprimento dos recursos;

Treinamentos.

Vale salientar que os treinamentos devem possuir as seguintes características:

Teóricos;

Exercícios de campo;

Operações simuladas de coordenação.

6.4 Plano de Recuperação de Áreas Degradas

O processo de mineração é um dos empreendimentos que mais causa transtorno

a sua superfície local, resultando em processos de degradação ambiental, tais como

alteração da paisagem, do meio atmosférico (aumento da quantidade de poeira em

suspensão no ar), dos recursos hídricos (assoreamento e entulhamento dos cursos

d’água), dos processos geológicos (erosão, voçorocas, hidrogeologia), de feições

geomorfológicas e das encostas (instabilidade de taludes), e alteração de fauna e flora

(BACCI, D. de La C. et al, 2006).

Neste contexto, a exploração de areais é um exemplo de atividade humana que

pode causar grande degradação ambiental.

O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) é uma exigência prevista

na Lei Federal nº 6.938, de 31/08/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), Lei nº 9.605,

de 12/02/98 (Lei de Crimes Ambientais), Decreto Federal nº 3.179, de 21/09/99

(Regulamentação da Lei de Crimes Ambientais) e resolução CONAMA nº 237, de

19/09/97 (Licenciamento ambiental).

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Este plano consiste no conjunto de medidas destinadas a reabilitação ambiental

das áreas afetadas pela atividade de exploração e visa possibilitar e acelerar o processo

de recuperação ambiental.

Neste documento serão abordadas as técnicas de recuperação da área que será

explorada, a manutenção, os monitoramentos de recuperação e indicadores de

qualidade da recuperação.

A importância da recuperação das áreas degradadas evita o surgimento de

processos erosivos, da instabilidade dos solos, carreamento de sedimentos para os leitos

dos rios, evitando processos de assoreamentos e eutrofização, processos estes que

reduzem a qualidade das águas, afetando a fauna e flora local assim como o ser humano.

A função desse plano é recuperar a área objeto de exploração com vegetação nativa

fazendo com que as mesmas voltem a cumprir funções ambientais, além de propor

técnicas de controle de erosão.

6.4.1 Métodos

Em linhas gerais a recuperação deste local será precedida de operações básicas

para recomposição topográfica e paisagística, reaproveitamento de todo o solo orgânico

armazenado anteriormente, plantio de espécies nativas, estabelecimento de ilhas

vegetativas e manutenção da área.

A metodologia de recuperação a ser adotada consiste na regeneração induzida,

visando criar mecanismos para aceleração da sucessão natural de espécies nativas.

Tendo em vista que a área não possui uma grande declividade, serão necessárias as

utilizações de procedimentos geotécnicos envolvendo terraplenagem e formação de um

sistema de drenagem.

O primeiro passo para se implementar as técnicas de recuperação de áreas

degradadas é o isolamento da área. È uma medida preventiva contra pisoteio e fogo –

principais fatores que impedem uma boa regeneração florestal. Este isolamento pode

ser através do uso de cercas ou aceiros bem definidos.

Dentre as diversas formas de reconstituição da vegetação, vários são os métodos

que poderão ser utilizados, neste caso optou-se por plantio de mudas nativas. Nas áreas

de domínio da mata atlântica como é o caso do empreendimento em estudo, esta é uma

das opções mais indicadas e utilizadas devido ao grande índice pluviométrico da região.

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Esse método é de fácil operacionalização e de custo reduzido em áreas de fácil

acesso. O plantio pode contemplar espécies herbáceas, arbóreas e arbustivas, visando

fornecer uma imediata cobertura do solo e um aspecto visual agradável da área.

Na definição das espécies a serem plantadas, elas se encontram nas condições de

clima da região, solo e da umidade local do plantio. O critério proposto para implantação

desse plano é a distribuição baseada na combinação de espécies características de

diferentes estágios e de sucessão secundária, o que favorece o rápido recobrimento do

solo.

Duas categorias de espécies se destacam para a reabilitação da área que são: as

espécies pioneiras e as clímax, esta se subdivide em tolerantes a sombra e as que surgem

após perturbações quando se expõe ao sol.

6.4.2 Espécies Indicadas

São exemplos de algumas espécies nativas que podem ser encontradas no Viveiro

de Mudas do Instituto Floresta Viva:

Espécie Representação

Olandy (Calophyllum brasiliensis)

Pinha da Mata (Rollinia insignis)

Ingá (Inga edulis)

Louro (Percia aurata)

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Comumbá (Macrolobium latifolium)

Genipapo (Genipa americana)

Gameleira (Ficus doliaria)

É importante ressaltar que se optou por trabalhar com espécies nativas, da região

em questão, para garantir um nicho ecológico nas paisagens construídas. As espécies

nativas têm uma maior capacidade de resistir às adversidades climáticas. Maior também

será sua capacidade de absorver os impactos negativos, como a poluição, e menor a

probabilidade da disseminação de pragas e doenças. Consegue-se desta forma, um

microsistema vivo e saudável, composto por diferentes espécies de seres vivos

interdependentes. Sendo assim, através do recurso da criação de bosque será criada

uma paisagem harmônica e viva.

6.4.3 ATIVIDADES OPERACIONAIS

Com referência ao preparo do solo para o plantio, serão adotados os seguintes

procedimentos:

Implantação de um sistema de conservação do solo;

Combate sistemático à formiga;

Alinhamento e marcação de covas: a determinação do ponto exato onde a cova

será aberta vai depender da dimensão do terraço a ser revegetado, ou seja, da inclinação

do talude, como também do tipo de formação vegetal desejado. Para aqueles locais em

que estiver planejada a formação de maciços sejam eles de terra, rocha ou ambos, o

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espaçamento a ser usado terá 3,0 x 3,0 m entre plantas, evitando-se alinhamentos

homogêneos, o que propiciará um melhor efeito paisagístico. Para aquelas áreas onde

estiver prevista a implantação de cortina verde – área compostas por espécies do bioma

em estudo e que representa papel vital na estabilização ou minimização da

desestabilização das condições ambientais de vida da região, serão marcadas três fileiras

com espaçamento de 2,5 m x 2,5 m entre plantas, dispostas alternadamente, e 2,5 m

entre fileiras;

Coveamento: as covas terão abertura de 40 x 40 x 40 cm, para mudas em

embalagens de 10 cm de diâmetro e 25 cm de altura. Para as cortinas vegetais, a

abertura de cova será de 50 x 50 x 50 cm, observando que o tamanho das covas sempre

dependerá do tamanho das mudas e da maneira que foram produzidas;

Calagem: a correção da acidez do solo consistirá na incorporação de calcário nas

covas, dois a três meses antes do plantio, utilizando-se uma quantidade média de 150 a

250 g/cova;

Adubação na cova: o adubo deverá ser incorporado intimamente a todo volume

de terra reposto nas covas. O adubo a ser usado, do tipo NPK, terá sua quantidade

indicada por análise de solo;

Coroamento: consiste na formação de um pequeno monte de terra de formato

circular ao redor das covas, com um raio mínimo de 0,60 m, tendo por finalidade evitar a

competição aérea e radicular entre ervas daninhas e mudas;

Plantio e replantio: o plantio será realizado na época de maior umidade no solo

e temperaturas amenas, como a região é favorecida o ano todo, escolher com cuidado

dias mais sombrios. A muda será colocada na cova, sobre uma pequena quantidade de

terra fertilizada, preenchendo-se os espaços ao redor com o restante do solo preparado

e proporcionando uma leve compactação. O excesso de terra será disposto ao redor da

muda, com um raio mínimo de 0,20 m, o que proporcionará uma maior retenção da água

das chuvas;

Manutenção: constará de limpeza manual em volta das mudas (coroamento) até

o segundo ano, combate às formigas e irrigação quando se fizer necessário. A adubação

em cobertura será feita em época de chuva, nos dois anos imediatamente posteriores ao

plantio. O fertilizante deverá ser dividido em duas aplicações (com um intervalo de 2 a 3

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meses entre elas), realizado sob a projeção da copa, em um sulco no entorno da muda,

que será recoberto a seguir.

6.4.4 INDICADORES DA RECUPERAÇÃO E MEDIDAS MITIGADORAS

Para monitorar a eficácia do processo de recuperação serão observados os

seguintes indicadores:

Índice de mortalidade de mudas, caso ultrapasse 10% serão realizados replantios

de mudas;

Verificação de possíveis ataques de formigas e cupins, caso ocorram serão

efetuadas aplicações de formicidas granulados e iscas;

Acompanhamento de índices pluviométrico e caso seja identificado déficit hídrico

e serão necessárias as adoções de irrigação (molhar as mudas) a cada três dias;

Verificar se as plantas estão com clorose (falta de clorofila). Caso ocorra adotar

adubação nitrogenada.

6.4.5 TÉCNICAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE EROSÃO

É importante distinguir os tipos de processos erosivos que se dá pela atuação de

um dos seguintes fatores:

- Impacto das gotas de chuva;

- Agentes químicos;

- Atuação das forças capilares ou de sucção;

- Atuação de forças cisalhantes oriundas do fluxo;

- Atuação das ondas.

A capacidade das gotas de chuva de desprender partículas ou grupamentos de

partículas depende de dois fatores, da energia cinética que elas atingem no movimento

de queda e das propriedades do solo. Quanto maior a energia cinética e menor a

agregação entre as partículas de solo, maior será o desprendimento. A partícula

desprendida poderá seguir dois caminhos, manter-se relativamente livre na superfície

do solo e ser transportada quando da ocorrência de fluxo superficial ou iniciar um

movimento descendente através dos poros do solo favorecendo, em certos casos, a sua

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colmatação e gerando as chamadas crostas. Esta formação de crosta está muitas vezes

associada aos ciclos de molhagem e secagem do solo, que fazem com que ele atinja

elevadas densidades.

Com a atividade humana o solo sofre ao longo do tempo a ação de agentes

químicos atrelados a água de chuva, a água de irrigação, a água de esgoto, a efluentes de

mineração e industrial e a insumos agrícolas. Dependendo do tipo de solo a ação do

agente pode ser inibidora ou aceleradora do processo erosivo. Assim por exemplo, as

chuvas ácidas podem em certos solos, devido ao baixo pH, favorecer a floculação das

partículas de argila e contribuir para a maior resistência a erosão, em outros este

mesmo tipo de chuva poderá propiciar a destruição dos cimentos agregadores das

partículas e acelerar o processo erosivo.

Antes da precipitação e do fluxo superficial, o solo encontra-se normalmente no

estado não saturado e, portanto submetido a forças capilares e/ou de sucção. Neste caso

o modo como se dá a saturação poderá propiciar o desprendimento e a desagregação

das partículas de solo.

A melhor forma de combate ao problema da erosão, é a prevenção. As medidas

preventivas consistem da adoção de um planejamento prévio em qualquer atividade

ligada ao uso do solo.

Conhecidos os principais processos erosivos desencadeados pela ação da água

torna-se mais fácil estabelecer medidas preventivas. A drenagem da água das chuvas

deverá adotar as seguintes técnicas: canal com dissipadores de energia; cobertura do

solo com gramíneas; implantação de um sistema superficial de drenagem até o talvegue

do canal mais próximo.

As medidas de contenção de erosão dividem-se em 2 grupos: preventivas e

corretivas. As medidas preventivas consistem na adoção de um planejamento prévio, em

qualquer atividade ligada ao uso do solo, principalmente no que se refere aos sistemas

de drenagem.

A erosão pode ser contida controlando-se a vazão, a declividade ou a natureza do

terreno. O controle da vazão é obtido com desvio ou condução da água por caminhos

preferíveis em relação ao sulco erosivo. O controle da declividade é conseguido com

retaludamento ou colocação de obstáculos que diminuam a velocidade de escoamento. O

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controle da natureza do terreno está na modificação da cobertura pelo capeamento

vegetal ou reforço da superfície, tornando-a mais resistente.

A canaleta é a mais usual, pois tem como função: conduzir fluxo d’água; através das

etapas: escavar vala; revestir paredes; formar dissipador de energia na saída d’água e

em descidas íngremes; usando como material constituinte: concreto; concreto magro;

plástico; pedra; grama.

6.4.5 CRONOGRAMA

6.4.6 CUSTOS

CUSTOS

Custo da hora homem= R$ 3,20 Custo da película cacau = R$ 0,20/ Kg

Custo da isca granulada = R$ 20,00/Kg Custo da muda= R$ 1,00/muda

Custo do herb. natural = R$ 18,00/litro Custo do cálcario dolomítico = 0,12/Kg

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

Ano/Trimestre OPERAÇÕES

1º ANO 2º ANO 3º ANO

1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º

Abertura das covas X

Adubação X

Aquisição das mudas X

Plantio X

Replantio X

Manutenção e avaliação X X

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6.5 Plano de Educação Ambiental

As atividades de Educação Ambiental são estratégicas para garantir a eficácia da

comunicação com os empregados das obras e com as comunidades.

Dentre as várias questões ambientais a serem discutidas, o presente programa será

voltado para a orientação dos trabalhadores da operação do areal e a população

residente no entorno sobre a importância na preservação dos recursos naturais e seu

uso sustentável.

O objetivo principal desse programa é orientar os trabalhadores da mineradora e a

comunidade do entorno do empreendimento sobre aspectos relacionados ao meio

ambiente e importância da preservação dos recursos naturais. Busca-se com o programa

oferecer a oportunidade dos trabalhadores e moradores das comunidades adquirirem

conhecimentos, valores, atitudes, compromissos e capacidades necessárias para

proteger e melhorar o meio ambiente.

Como objetivos específicos:

Capacitar os envolvidos sobre o descarte e a disposição final dos resíduos,

Orientar os trabalhadores e a população residente nas proximidades do

empreendimento a agirem em prol da preservação do meio ambiente;

Capacitar os envolvidos para a avaliação das condições ambientais locais;

Incentivar os trabalhadores do empreendimento a aplicação de medidas de

controle ambiental na obra, no transporte de materiais e equipamentos, no

armazenamento de combustível e na recuperação das áreas degradadas;

Orientar os envolvidos sobre os hábitos de higiene e formas de evitar doenças.

O Programa de Educação Ambiental (PEA) pode ser compreendido e justificado

como o conjunto de ações pedagógicas voltadas para os quadros funcionais envolvidos

na implantação e operação da mineradora, bem como a população residente nas

proximidades do empreendimento, visando assegurar práticas coletivas afinadas com a

preservação e proteção do meio ambiente em suas dimensões naturais e humanas.

Compete ao empreendedor executar um elenco de ações que busque criar uma

perspectiva de estreitamento de sua relação com os trabalhadores, concorrendo para

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uma melhoria no nível de conscientização e de atuação desses indivíduos em relação ao

seu ambiente de trabalho e seu processo produtivo.

Por isso, o presente programa aborda a educação na dimensão ambiental em dois

níveis complementares e interdependentes. Por um lado, as práticas educativas se

voltam para o mundo do trabalho, estimulando a conscientização, reflexões, práticas,

procedimentos e condutas ambientalmente orientadas. Neste domínio busca-se que os

trabalhadores, nos exercícios de suas funções, imprimam condutas afinadas com a

preservação do meio ambiente. Por outro lado, as práticas educativas se voltam para o

trabalhador enquanto ser social e cidadão.

Neste contexto busca-se, através do processo de educação ambiental, democratizar

valores, conhecimentos, atitudes e práticas extensíveis às diversas situações

experimentadas no curso de suas existências. O PEA não se volta para o domínio restrito

do universo do trabalho, mas para a difusão de um conhecimento ambiental

particularizável, por iniciativa dos próprios agentes sensibilizados, nos mais diversos

contextos. A capacitação da população residente nas proximidades do empreendimento

se insere neste segundo domínio onde se observa a disseminação do conhecimento para

a sociedade.

Diante das discussões relativas à educação ambiental e desenvolvimento

sustentável, as preocupações dos municípios da área de influência do projeto, os riscos

de alteração da qualidade ambiental e em conformidade com os princípios preconizados

na legislação brasileira, a Ilhéus Mineradora considera relevante à implantação de um

programa educacional para os trabalhadores envolvidos nas obras, durante todo o

período de implantação e operação do empreendimento. Neste sentido, o PEA é uma

ferramenta fundamental para evitar impactos desnecessários.

6.5.1 METODOLOGIA

Para a elaboração do presente programa de Educação Ambiental, buscou-se

estabelecer a compatibilização com a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a

Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências e conforme

identificado na Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) do Estudo de Impacto Ambiental e

respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA), da operação do areal.

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O PEA indica um elenco de ações durante a fase de implantação e operação do

empreendimento e deverá contemplar quatro linhas básicas de ação, sendo a primeira

voltada para a capacitação de todos os trabalhadores recém-ingressados no

empreendimento através de um treinamento introdutório que aborda aspectos e

conceitos ambientais. A segunda linha de atuação prevê a realização de palestras a

serem ministradas com profissionais com formação e qualificação adequadas para

trabalharem com os temas sugeridos. A terceira linha de atuação propõe oficinas e

atividades lúdicas. Já a quarta linha de atuação tem o foco voltado para a sinalização das

vias de acesso ao empreendimento, que se encontra nas estruturas de apoio do

empreendimento.

Salienta-se que para a população residente nas proximidades do empreendimento

está prevista a adoção da segunda linha de ação, que tange a promoção de palestras e

eventos, e indiretamente a quarta linha de ação que envolve a sinalização das vias de

acesso ao empreendimento.

Visando aumentar o interesse e, consequentemente, o processo de aprendizado,

para o desenvolvimento das atividades preconizadas pelo programa, será

disponibilizado um amplo suporte de recursos visuais e estrutura física com recursos

múltiplos.

Nas oficinas serão utilizadas técnicas participativas e integradoras visando

estimular que os trabalhadores e as comunidades empreguem os conceitos e categorias

apreendidas, bem como desenvolvam o pensar acerca das dimensões ambientais que o

cercam e o significado de suas práticas à luz da preservação ambiental.

As atividades a serem desenvolvidas estão baseadas na concepção sócia

interacionista, ou seja, através da interação entre as pessoas onde o conhecimento será

construído numa relação dialética entre sujeito e ambiente. A relação do sujeito com o

ambiente será mediada e construída nas relações interpessoais.

6.5.2 ATIVIDADES PREVISTAS

I. Linhas de ação

a) Treinamento Introdutório para os trabalhadores:

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Será realizado de forma sistêmica um treinamento sobre os temas e

comportamentos ambientais para todos os trabalhadores do empreendimento. O

treinamento será realizado em caráter permanente ao longo de toda a fase de

implantação e operação do empreendimento. Este treinamento introdutório tem como

finalidade ampliar a visão ambiental e despertar uma consciência crítica e ações

proativas em todos os colaboradores.

Para a organização do treinamento será levado em consideração o histograma de

atividades, prevendo um treinamento com um grupo concentrado no período das obras.

Caso haja rotatividade de pessoal, o treinamento será feito individualmente ou em

pequenos grupos.

O treinamento contemplará os seguintes itens:

- Características e fases da obra;

- Atividades técnicas e procedimentos operacionais;

- Meio ambiente: aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,

econômicos, científicos, culturais e éticos;

- Biodiversidade; espécies endêmicas, exóticas e em extinção;

- Solo e água;

- Poluição e tecnologia ambiental;

- Higiene, saúde e relações com as comunidades;

- Impactos ambientais e medidas mitigadoras;

- Correta disposição do lixo;

- Conduta ambiental e socialmente responsável;

- Condutas de segurança do trabalho.

O treinamento prevê atividades teóricas e práticas, visando uma melhor

identificação das condutas ambientais e socialmente responsáveis durante a execução

de sua função e atividades na implantação do empreendimento. Os treinamentos serão

realizados na área do empreendimento.

b) Palestras:

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As palestras são ações educativas que incluem não só a passagem de saberes pelo

palestrante, mas como a troca de informações entre este e os participantes. Não existe

uma relação simples e facilmente previsível entre o conteúdo da mensagem e sua

eficácia, porém, existem condições que devem estar presentes a fim de que a mensagem

provoque a resposta desejada: deve ser formulada e transmitida de maneira a despertar

a atenção do destinatário, além de sugerir meios adequados à situação do grupo a qual

pertence o destinatário.

Dessa forma, deve ser realizada com vocabulário simples e popular, respeitando,

quando possível, os regionalismos, e sempre envolvendo a participação da platéia nas

questões-chave. A utilização de mídias como recursos audiovisuais (ilustrações, slides e

retroprojetor) serão utilizadas para facilitar a comunicação e maximizar o potencial para

resultados positivos.

Conceitos básicos de ecologia, práticas conservacionistas e a questão da inserção

do empreendimento deverão ser abordados inicialmente de forma a contextualizar os

espectadores sobre o ambiente que os cerca e a importância da região onde executam

suas atividades.

Para o público-alvo, trabalhadores do empreendimento, cada palestra deverá ter,

no máximo, 2 horas de duração, sendo propostas turmas com número máximo de 60

participantes. Em razão da gama de assuntos serem extensa, o planejamento prévio das

palestras deverá ocorrer levando-se em consideração o número de funcionários à época

e a manutenção ou substituição dos mesmos nos períodos posteriores. Mesmo que os

assuntos já tenham sido abordados em palestras anteriores, novas informações podem

ser acrescentadas.

Para o público-alvo comunidades do entorno do empreendimento as turmas

poderão ser maiores e as palestras com temas mais abrangentes já que estas se darão de

forma eventual.

Para a realização das palestras, é necessário um conhecimento prévio do nível de

escolaridade e do perfil ambiental dos trabalhadores para a escolha das atividades a

serem realizadas e do nível de informações a serem transmitidas. Para a aquisição

dessas informações podem ser realizadas conversas informais, aplicação de

questionários ou entrevistas.

Dentre os assuntos a serem abordados nas palestras e oficinas estão:

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- Conceitos básicos de Ecologia: Ecologia, Ecossistema, Floresta, Habitat, Meio

Ambiente, Poluição Ambiental, Fauna, Flora, Recursos Naturais, Desenvolvimento

Sustentável.

- A região de inserção do empreendimento: Biomas, Mata Atlântica, diversidade de

espécies.

c) Oficinas: As oficinas constituem espaços de aprendizado com ênfase na prática, onde são

compartilhadas as atividades e metodologias importantes para o desenvolvimento dos

processos de educação ambiental. Deve ser iniciada com uma breve apresentação dos

participantes e de suas expectativas.

A seguir são apresentados alguns exemplos de oficinas que poderão ser realizadas.

Entretanto, as oficinas poderão sofrer alterações em função do profissional que realizará

os trabalhos e interesse do público-alvo.

- Jornal Ambiental: A finalidade da Oficina de Elaboração de Jornal Ambiental é

apresentar os mecanismos necessários para a elaboração de jornais no contexto

ambiental, visto ser um importante recurso, trabalhando com o desenvolvimento crítico

dos trabalhadores e permitindo a reflexão sobre os recursos expressivos relativos a

temas ambientais. O Jornal deverá ser elaborado em grupo de no máximo cinco pessoas,

e cada grupo ficará responsável por um tema. Um concurso para a escolha do melhor

jornal produzido poderá ser realizado, podendo o jornal ganhador ser fixado em mural

ou mesmo impresso e distribuído aos trabalhadores. Deve ser incentivada a realização

de entrevistas para a composição do jornal.

- Análise de Fotografias: A fotografia é uma linguagem universal, capaz de

transmitir sentimentos e emoções que dispensam palavras, um grande recurso para a

Educação Ambiental. Nessa oficina deverão ser formados grupos de no máximo cinco

pessoas, distribuídos revistas e jornais relacionados aos temas a serem abordados, e

solicitado a cada grupo que escolham as fotografias que mais os marcaram. Após a

explanação de cada grupo, as fotografias deverão ser coladas em um mural que poderá

ser permanentemente exposto no local.

- Percepção Ambiental: Nesta oficina, os trabalhadores devem ser orientados a

perceberem o ambiente que os cerca e a partir disso, transcreverem para o papel,

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através de desenhos, os cenários que consideraram mais significativos relacionados com

os temas anteriormente abordados.

- Peças de teatro: Na oficina de teatro é prevista a participação direta dos

trabalhadores. A história pode ser apresentada por, no máximo, cinco orientadores,

sendo que um deles narra a história e os demais manipulam objetos e adereços para

ilustrar as atitudes dos personagens e também momentos engraçados do texto.

- Filmes educativos: Os filmes educativos despertam interesses, aumentam a

participação e transmitem conhecimentos que ficam gravados na memória. Depois da

projeção de um filme educativo, deve-se incentivar a discussão, estimular perguntas e

fazer a audiência responder perguntas. Diversos documentários produzidos sobre fauna

silvestre estão disponíveis e podem ser utilizados nessa atividade.

Cada oficina deverá ter, no máximo, 4 horas de duração, sendo propostas turmas

com número máximo de 50 participantes. Para a realização das oficinas deverão ser

adquiridos os seguintes materiais:

Oficina Materiais necessários Jornal ambiental Revistas, jornais, folders, tesoura, cola,

régua, etc

Análise de fotografias Revista, jornais, folders, tesoura, cola, papel, marcador

Percepção ambiental Cadernos, material para desenho

Peças de teatro Marionetes entre outros

Filmes educativos Aparelho de DVD, televisão ou telão, projetor

d) Sinalização educativa

A colocação das placas busca conscientizar tanto os trabalhadores da obra como a

população residente nas proximidades do empreendimento.

II. Materiais pedagógicos

Serão desenvolvido e disponibilizado pelo empreendedor materiais pedagógicos e

informativos como manuais, cartilhas, cartazes, painéis e vídeos informativos. Os

manuais terão conteúdos relativos ao ambiente de trabalho e os procedimentos voltados

para o desenvolvimento de práticas profissionais ambientalmente orientadas. As

cartilhas conterão assuntos e temas relativos ao meio ambiente já assinalado. Os

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cartazes, como são próprios deste meio, veicularão sintéticas mensagens ambientais

vinculadas aos eixos temáticos. Os vídeos informativos, além de abordarem os aspectos

e temas ambientais, tratarão do empreendimento e do processo de licenciamento

ambiental, incluindo impactos e medidas de controle adotadas.

A confecção de adesivos com slogans de proteção ambiental também são sugeridos

como forma de prevenção de acidentes.

6.5.3 METAS E INDICADORES

A principal meta do PEA é sensibilizar todo o quadro de trabalhadores, de forma

direta e indireta, para melhorar seu comportamento em prol da preservação e

recuperação ambiental. Têm-se ainda como meta a capacitação da população residente

do entorno do empreendimento.

Estão apresentados no quadro a seguir as metas e indicadores dos objetivos

específicos do programa.

Para compor o monitoramento e garantir um acompanhamento efetivo propõe-se

a elaboração de um relatório semestral que terá o foco nos resultados dos indicadores

propostos.

OBJETIVOS METAS INDICADORES

Capacitar os envolvidos sobre o descarte e a disposição final dos

resíduos

Evitar descarte inadequado de lixo

Nível de reclamação dos responsáveis pelas obras relativa

ao lixo disposto inadequadamente

Orientar os trabalhadores e a população residente nas proximidades do empreendimento a agirem em prol

da preservação do meio ambiente

Conscientizar os colaboradores

Nível de conhecimento sobre as condições e problemas

ambientais

Capacitar os envolvidos para a avaliação das condições ambientais

locais Desenvolver visão crítica

Nível de conhecimento sobre as condições e problemas

ambientais Incentivar os trabalhadores do

empreendimento a aplicação de medidas de controle ambiental na obra,

no transporte de materiais e equipamentos, no armazenamento de

combustível e na recuperação das áreas degradadas

Propiciar uma percepção nos trabalhadores do

impacto de sua conduta no meio ambiente

Magnitude do impacto real do empreendimento

Orientar os envolvidos sobre os hábitos de higiene e formas de evitar doenças.

Evitar doenças ocasionais pela falta de higiene

Nível de reclamação dos colegas de trabalho e indicadores do departamento de saúde do

trabalhador

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6.5.4 RESULTADOS ESPERADOS

Espera-se que os trabalhadores do empreendimento ampliem sua visão ambiental

e melhorem sua conduta de forma a ter uma boa convivência com as comunidades

locais. Desta forma esperam-se, com estabelecimento deste programa educacional, que

todos os trabalhadores sejam habilitados a assumirem em suas práticas e

representações o respeito pelas bases ecológicas, culturais e vivenciais das comunidades

com as quais interagirão no curso de suas atividades profissionais e que manterão com a

população de influência, sobretudo aqueles procedentes de outras localidades em

relação ao local de atuação.

Espera-se que o programa possa oferecer a oportunidade dos trabalhadores e da

população residente nas proximidades do empreendimento adquirir conhecimentos,

valores, atitudes, compromissos e capacidades necessárias para proteger e melhorar o

meio ambiente.

6.5.5 CRONOGRAMA

As atividades do programa serão implementadas em toda a fase de operação do

empreendimento.

Calendário Anual do PEA

Atividades Previstas Meses

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Planejamento das

atividades

Treinamento introdutório para os trabalhadores

Elaboração de livretos ou cartilhas

Palestras

Oficinas

Monitoramento dos indicadores do programa

Elaboração de relatórios das atividades

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6.6 PLANO DE ACOMPANHAMENTO E MONITORAMENTO AMBIENTAL

A fim de garantir a eficiência do Sistema de Gerenciamento Ambiental – SGA

deverá ser acompanhado sistematicamente cada etapa do processo operacional através

do monitoramento.

O monitoramento é marcado pelo início das obras e este por sua vez deverá

continuadamente estar sendo feitas vistorias para avaliação dos resultados e previstas

medidas corretivas, caso necessário.

São requisitos básicos da supervisão ambiental:

O acompanhamento das ações implantadas e previstas nos programas

ambientais;

A verificação dos indicadores ambientais de cada programa;

A elaboração e o controle de registros das atividades;

O contato com os órgãos ambientais;

A execução dos programas e projetos ambientais em conformidade com o

cronograma da obra;

A interface dos programas ambientais com a engenharia da obra;

A verificação de não conformidades com os programas propostos;

A proposição de ações corretivas e/ou preventivas;

A interface do órgão de fiscalização ambiental e o empreendedor.

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