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Informativo insp 19

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Page 1: Informativo insp   19

“COMO UM RIO PODE SER DESPOLUIDO NATURALMENTE”

Informativo Mensal - Volume 19

DESPOLUIÇÃO DE RIOS É POSSÍVEL.

Frequentemente somos questionados se existem meios de despoluirmos

os rios da Região Metropolitana de São Paulo. Entendemos que há

métodos, modelos e exemplos para serem avaliados e implementados, o

que não podemos admitir, é não ser realizado nada de efetivo para

recuperação dos recursos hídricos que dispomos.

Com o objetivo de incrementar o universo de possibilidades,

identificamos um exemplo muito interessante de como despoluir rios,

trata-se da revitalização do Canal Paco, nas Filipinas, exemplo de

descontaminação com engajamento, ousadia e baixo custo.

Instalação dos “jardins flutuantes” cobertos por plantas aquáticas capazes de

filtrar os poluentes sem a utilização de produtos químicos.

A poluição dos rios que cortam as cidades configura um dos mais graves

problemas de saúde do planeta. Os cursos d’água urbanos recebem

esgoto (doméstico e industrial), e também resíduos de toda ordem,

oriundos da chamada poluição difusa.

Os custos para a despoluição são altos e envolvem processos

demorados, cujos resultados muitas vezes não ocorrem na mesma

geração. Por isso mesmo, os projetos de despoluição requerem

excelência profissional, seriedade administrativa, envolvimento,

empenho e firme compromisso do poder público e do setor privado,

além do apoio e participação de toda a comunidade.

A VOZ DO TIETÊ

Desde 2005 o Instituto Navega

São Paulo tem o objetivo de

atrair a atenção da população

para o rio Tietê a partir do seu

trecho mais degradado que é a

região metropolitana de São

Paulo. Conseguimos atingir

nosso proposito por meio das

navegações monitoradas na

embarcação Almirante do Lago,

entre as pontes dos Remédios e

das Bandeiras. Agora nossa

proposta com este informativo

mensal é atrair sua atenção,

levando até você informações

sobre o nosso Tietê para que

juntos identifiquemos o que

fazer para revitalizar tão

precioso patrimônio ambiental.

DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS

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Toda essa complexidade, no entanto, permite iniciativas criativas e não

impede que se busque novas fórmulas alternativas, desde que

envolvidas em firme compromisso.

Chama atenção este projeto audacioso e pioneiro hoje em curso nas

Filipinas.

Criado e executado pela empresa privada escocesa, o projeto demonstra

que é possível despoluir um rio com baixo custo e vontade política.

O Canal Paco era considerado irrecuperável, um esgoto a céu aberto.

Hoje, é referência positiva na paisagem de Manilla – Capital das

Filipinas.

A empresa desenvolveu um sistema de tratamento de água ecológico,

de fácil implantação em rios, canais e lagos contaminados. O projeto

não apenas processou a recuperação do Canal Paco, mas também

transformou todo o entorno do curso, meio físico e comunidade.

A comunidade local participando ativamente do projeto de revitalização do Canal Paco.

O sistema implantado consistiu na instalação de “jardins flutuantes” – ilhas artificiais de aproximadamente 110 m²,

cobertas por plantas aquáticas capazes de filtrar os poluentes sem a utilização de produtos químicos.

O custo da despoluição por esse sistema é menor

que a metade do custo com estações de tratamento

de águas residuais convencionais, devido à

integração e ativação do ambiente fluvial

circundante.

O sucesso do empreendimento de

descontaminação, no entanto, deveu-se a dois

fatores essenciais: 1- obras de infraestrutura para

evitar o despejo de resíduos no local e 2- instalação

de um reator de aeração, capaz de adicionar ar à

água e introduzir no ecossistema uma bactéria que

se alimenta de poluentes.

O apoio efetivo do Poder Público e o engajamento da

comunidade local para o processo natural de

restauração da biodiversidade do canal produziu

resultados mais rápidos que qualquer outro sistema

convencional utilizado atualmente.

O tempo de construção das ilhas artificiais, ao

contrário das obras civis de concreto, é medido em

semanas, em vez de meses.

Ver as fotos do canal Paco hoje e como era antes da

implantação do sistema, nos remete ao mesmo

problema hoje enfrentado pelos rios, lagos e canais

das grandes cidades brasileiras.

O problema, no caso do Brasil, é a enorme indefinição de objetivos e métodos. Outro fator que impressiona é o

preconceito dos agentes públicos face a tudo que é novo, ainda que não atenda a todos os requisitos pretendidos.

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O sistema de aeração no canal, para introdução

de bactéria, por exemplo, já foi pretendido e

rejeitado na Cidade de São Paulo – no canal do

Rio Pinheiros, proibido por medida judicial…

Talvez, observando o que outros países

emergentes têm conseguido, no campo da

despoluição e recuperação ambiental, nossos

dirigentes e os diversos atores sociais percebam

que o novo faz parte da busca para o

desenvolvimento sustentável.

Carta da Terra – Princípios

“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das

pessoas. ”