Upload
claudio-tonelli
View
47
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
Somos capitalistas disfarçados!
Vivemos numa sociedade de consumo, onde a vontade da maioria das pessoas é beneficiar-se das
novidades, estar sempre atualizado com as tendências e com as benfeitorias que só o capitalismo nos
propicia. Seja na área tecnológica, no conforto da casa, na alimentação, no vestuário, no transporte, etc,
somos movidos pelo novo. A grande maioria das pessoas não possuem os recursos financeiros para
determinadas aquisições, mas não deixam de gostar ou desejar certos prazeres. Esse pensamento é tão evidente que as filas das casas de loteria estão sempre cheias de sonhadores.
Quando colocada essa visão de que somos regidos pelo capital, muitos criticam, falando que o capital é
isso, que é aquilo, que é desumano, etc e tal. Já parou para pensar que os inventos mais criativos e
fantásticos saíram de países capitalistas? Que existem milhares de laboratórios no mundo testando novos
produtos, sabendo que consumidores são exigentes e precisam estar renovando sempre seus anseios? Que
as televisões estão cheias de comerciais vendendo novidades, seja na vestimenta do artista da novela das 8, seja na propaganda de brinquedo no canal infantil. Pura magia do marketing, acredite se quiser.
O objetivo desse artigo não é criticar governo, nem sistema, nem modelo econômico. Nem também ficar
pregando capitalismo, nem socialismo. O interesse aqui é mostrar que de fato somos capitalistas e ponto
final. Quando você decide trocar sua televisão antiga de tubo, por uma tv moderna de led, smart, de 50
polegadas, você está sendo capitalista. Quando você decide trocar seu celular simplinho por um
smartphone de última geração, você está sendo capitalista de novo. Quando compra aquela calça jeans de
marca, para sair nas baladas, de novo. Quando compra produtos industrializados no supermercado, compra ou troca um veículo... estamos repletos de exemplos que só o capitalismo pode fornecer.
Segundo Abraham Maslow, as pessoas são regidas por hierarquias de necessidades e conforme as mais
primárias vão sendo supridas, novas necessidades vão aparecendo. O ser humano parece não ter limites
nas suas vontades e tudo isso que faz surgir novos negócios no mundo, fortalecendo a concorrência e
girando as economias. O marketing é a ferramenta mestre para toda essa miscelânea.
Existem grandes diferenças entre o modelo socialista e o capitalista. Enquanto a economia capitalista está
preocupada em criar novos atrativos ao mercado, fortalecendo a iniciativa privada, o modelo socialista está
preocupado no controle absoluto do mercado. Reparem nos países que possuem o socialismo como base
econômica, é o governo que determina o quê, quando, como, quanto, quem, aonde você vai consumir.
Invés de controlar holisticamente o mercado, o governo é o próprio mercado. Na economia capitalista, você é dono das suas vontades e o próprio mercado é quem vai filtrar os bons e os ruins.
Se te perguntarem se você é capitalista, e você responder que é socialista, mas ao mesmo tempo é ligado
às benesses do mundo, tem um computador com internet, assiste Tv à cabo, veste boas roupas, me
desculpe, você é um hipócrita. Quer se aproveitar de todos os benefícios que o capitalismo gera, mas usa
da demagogia para ser mais “humano”, através de ideologias sociais. Na verdade é um capitalista
disfarçado.
Estranhamente nosso país é composto de partidos políticos socialistas. Nem dá para falar que existe
esquerda e direita, o que existe é situação e oposição. Nunca vi nenhum político falar abertamente que
apoia o capital, nem tampouco partidos que apostam no capitalismo como base de desenvolvimento e
sustentação econômica. O entendimento que transparece é que falar de “socialismo” gera um bem-estar nacional e carrega mais votos.
Manifestar-se a favor do capitalismo num país “pseudo-socialista”, é algo tenebroso. É colocar a cabeça a
prêmio, expondo-se a todo tipo de crítica. Não se faz a conta do tamanho da hipocrisia enrustida em todos
nós.
Por Claudio Tonelli