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Home Estudos EBDDiscipulado Mapas Igreja Ervália Corinhos Figuras1 Figuras2 Vídeos Fotos Lição 2 - Um Libertador Para Israel LIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritual Comentário: Pr. Antônio Gilberto Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva Questionário NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm TEXTO ÁUREO “E disse Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3.14). VERDADE PRÁTICA Assim como Moisés, usado por Deus, libertou Israel do cativeiro, Cristo nos liberta da escravidão do pecado e do mundo. LEITURA DIÁRIA Segunda- Hb 3.3 Cristo é superior a Moisés Terça- Hb 3.5 Moisés, um servo fiel Quarta - Êx 2.23-2 5 Deus ouve o clamor do povo Quinta - Êx 3.10 Deus chama Moisés Sexta - Ex 4.3-8 Deus confirma a liderança de Moisés com sinais Sábado - Êx 5.1 Moisés diante de Faraó LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 3.1-9 1 - E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio ao monte de Deus, a Horebe. 2 -E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no

1º Trimestre 2014 Lição Bíblica CPAD 02 Um libertador para Israel

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1º Trimestre 2014 Lição Bíblica CPAD 02 Um libertador para Israel

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Lição 2 - Um Libertador Para IsraelLIÇÕES BÍBLICAS - 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultosTema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritualComentário: Pr. Antônio GilbertoComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaQuestionárioNÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕESDETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

TEXTO ÁUREO“E disse Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx3.14).

VERDADE PRÁTICAAssim como Moisés, usado por Deus, libertou Israel do cativeiro, Cristo nos liberta da escravidão do pecado e do mundo.

LEITURA DIÁRIASegunda- Hb 3.3 Cristo é superior a MoisésTerça- Hb 3.5 Moisés, um servo fielQuarta - Êx 2.23-2 5 Deus ouve o clamor do povoQuinta - Êx 3.10 Deus chama MoisésSexta - Ex 4.3-8 Deus confirma a liderança de Moisés com sinaisSábado - Êx 5.1 Moisés diante de Faraó

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Êxodo 3.1-91 - E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto e veio aomonte de Deus, a Horebe.2 -E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma chama de fogo, no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardia no

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fogo, e a sarça não se consumia.3 - E Moisés disse: Agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque a sarça se não queima.4 - E, vendo o SENHOR que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés! Moisés! E eledisse: Eis-me aqui.5 - E disse: Não te chegues para S cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa.6 - Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. E Moisés encobriu o seurosto, porque temeu olhar para Deus.7 - E disse o SENHOR: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor porcausa dos seus exatores, porque conheci as suas dores.8 - Portanto, desci para livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terraque mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do Heteu, e do a morreu, e do Ferezeu, e do Heveu, e do Jebuseu.9 - E agora, eis que o clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios osoprimem.

INTERAÇÃODeus tinha um plano traçado para o seu povo através de Moisés. Este o conduziria até Canaã. Moisés foi dia a dia preparadoe lapidado pelo Senhor para cumprir os propósitos divinos. A formação de um líder requer tempo, mas infelizmente muitos naatualidade não querem respeitar o momento de Deus. Vivemos em uma sociedade imediatista onde as pessoas não admitemmais esperar.O enfoque da lição de hoje é o preparo de Moisés para se tornar o libertador do povo de Deus. Quando assumiu a missão deconduzir os israelitas pelo deserto, Moisés já havia sido preparado pelas universidades egípcias e pelo próprio Todo-Poderoso. O Deus que levantou Moisés não mudou, Ele continua a levantar e preparar pessoas para serem usadas na suaobra. Você está disposto a servir mais a Deus? O Senhor deseja usá-lo em sua obra para que muitos sejam libertos daescravidão do pecado e da ignorância espiritual.

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:Compreender como se deu a chamada e o preparo de Moisés.Saber quais foram as desculpas apresentadas por Moisés ao Senhor.Analisar como foi a apresentação de Moisés a Faraó.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAProfessor, reproduza o mapa da página seguinte. Utilize-o para mostrar aos alunos o caminho que Moisés teve que percorrerde volta ao Egito. Ele andou aproximadamente 320 quilômetros. Enfatize que Deus chamou Moisés para uma importanteMissão — libertar os israelitas do jugo da escravidão. Em obediência ao Senhor, Moisés voltou ao Egito. Muitas vezes Deusrequer que voltemos de onde saímos. Porém, ao retornar, Moisés era um novo homem. Agora não agiria mais segundo assuas forças, mas em obediência restrita a Deus.

TEXTO ÁUREO“E disse Deus a Moisés: EU SOU o QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx3.14).

VERDADE PRÁTICAAssim como Moisés, usado por Deus, libertou Israel do cativeiro, Cristo nos liberta da escravidão do pecado e do mundo.

Resumo da Lição 2 - Um Libertador Para IsraelI - MOISÉS - SUA CHAMADA E SEU PREPARO (ÊX 3.1-17)1. Deus chama o seu escolhido.2. O preparo de Moisés (Êx 3.10-15).3. O objetivo da chamada divina (Êx 3.10).II - AS DESCULPAS DE MOISÉS E A SUA VOLTA PARA O EGITO1, O receio de Moisés e suas desculpas.2. Deus concede poderes a Moisés.3. O retorno de Moisés.III - MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ (ÊX 5.1-5)1. Moisés diante de Faraó.2. A queixa dos israelitas (Êx 5.20,21).3. Deus promete livrar seu povo (Êx 6.1).

SINOPSE DO TÓPICO (1) - Moisés foi chamado e preparado por Deus para que cumprisse sua missão com excelência.SINOPSE DO TÓPICO (2) - Deus não aceitou as escusas de Moisés. Ele também não aceitará as nossas, pois Lie conheceo mais profundo do nosso ser.SINOPSE DO TÓPICO (3) - Depois do encontro que Moisés tivera com Deus, ele estava finalmente preparado paraapresentar-se ao rei do Egito.

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BIBLIOGRAFIA SUGERIDACOHEN, Armando Chaves. Êxodo 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998. HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco. 2. ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

Revista Ensinador Cristão CPAD, n° 57, p.37.Moisés foi sendo preparado dia a dia pelo Senhor a fim de que se tornasse o líder do seu povo e os conduzisse rumo à TerraPrometida. Aprendemos com a segunda lição do trimestre que Deus vocaciona e chama líderes para sua obra, porémaqueles que forem chamados precisam fazer a sua parte preparando-se. Se você tem um chamado de Deus em sua vida,prepare-se. Faça a sua parte e deixe que o Senhor faça a dEle.Moisés é preparado para se tornar o libertador (Êx 3.1-22)Moisés viveu seus primeiros anos de vida na casa de seus pais. Certamente uma família humilde, porém temente a Deus.Em seu lar ele foi preparado para poder viver mais tarde no palácio de Faraó. Segundo os historiadores, como príncipe,Moisés teve uma educação primorosa, pois o texto bíblico de Atos 7.22 declara que ele foi "instruído em toda a ciência dosegípcios". O conhecimento adquirido por Moisés não foi certamente desperdiçado, mas muito o ajudou como líder do seupovo, profeta, escritor e legislador.Deus tinha um propósito definido ao chamar Moisés, Ele também tem um propósito definido em sua vida. Porém, muitos nãoquerem assumir um compromisso com Deus e a sua obra. Você deseja assumir um compromisso com o Todo-Poderoso?Ao chamar Moisés, Deus foi bem enfático quanto ao seu propósito: "Para que tires o meu povo do Egito" (Êx 3.8-10). Deusdesejava redimir o seu povo e organizá- -lo como nação a fim de que todas as famílias da terra fossem abençoadas. OSenhor precisava de um único homem, Moisés, para redimir seu povo da escravidão. Na Nova Aliança, Deus tambémnecessitava de um único homem, porém este deveria ser perfeito. Então o Todo-Poderoso enviou seu próprio Filho, JesusCristo. Jesus atendeu ao Pai, se fez homem e habitou entre nós para nos libertar da escravidão do pecado (Jo 3.16).Quantos, ao serem chamados pelo Senhor para alguma obra já não apresentaram uma lista vasta de desculpas? ComMoisés não foi diferente, ele também apresentou a Deus várias dificuldades. Porém, assim como nós, ele se esqueceu deque Deus é o nosso Criador. Ele nos conhece melhor do que nós mesmos. As escusas de Moisés, assim como as nossas,não vão impressionar o Senhor. Confie naquEle que está chamando você e não queira perder tempo com desculpas.Quem sabe o Senhor não esteja também chamando você para a realização da sua obra? Evite as escusas. Confie noSenhor e permita que Ele use seus dons e talentos para que muitos sejam libertos da escravidão do pecado.

COMENTÁRIOINTRODUÇÃO

Deus tinha um plano de libertação para Israel, e iria usar um homem chamado Moisés para tal feito. Neste capítuloveremos de que forma Deus tratou com Moisés pessoalmente, chamando-o para que fosse uma das grandes figurasdo Antigo Testamento.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 16.

MOISÉS O grande líder e legislador dos hebreus, sob cuja mão Deus levou os israelitas do Egito às fronteiras daterra prometida. Moisés foi a maior personalidade na dispensação do AT, porque foi seu fundador e, como tal,tipificou o Senhor Jesus Cristo (cf. Hb 3.1-6)O nome. Em Êxodo 2.10, é feito um trocadilho com o nome Moisés: "E chamou o seu nome Moisés e disse: Porquedas águas o tenho tirado [meshiti-hu]". Há uma questão exegética relacionada à pessoa que deu o nome a Moisés.Se foi sua mãe, possivelmente a palavra deveria ser explicada como relacionada a masha ("extrair"), uma adaptaçãosemítica de uma forma egípcia. Por outro lado, a maioria dos estudiosos pensa que a filha do Faraó escolheu o seunome, e que a palavra é realmente egípcia, embora existam dificuldades linguísticas em tal opinião. A vida. Deacordo com Êxodo 2.1, os pais de Moisés eram descendentes de Levi, embora não possamos dizer quantasgerações houve entre Levi e Moisés. A história da infância de Moisés é bem conhecida. Desafiando a ordem do reide lançar no rio todo menino que nascesse, os pais esconderam o bebé Moisés em uma arca, uma pequena cestade bambu, vedada com piche. Veja Arca de Juncos. A filha do Faraó foi ao rio se banhar, viu a arca, e tevecompaixão da criança. A irmã de Moisés, que estava por perto, armou um plano para que a sua mãe tomasse contadele. Assim Deus graciosamente salvou a vida do menino.Com relação à sua vida na corte egípcia, praticamente nada se sabe, salvo que de acordo com Hebreus 11.24,Moisés "recusou ser chamado filho da filha de Faraó". Sabemos que ele foi "instruído em toda a ciência dosegípcios" (At 7.22). Sabemos também que quando cresceu, ele demonstrou interesse pelo bem estar do seu povo.Ao ver um egípcio espancando um hebreu, Moisés interveio e matou o egípcio. No segundo dia, quando Moiséstentou intervir na disputa entre dois hebreus, um deles o acusou referindo-se ao assassinato do dia anterior. Moiséspercebeu que sua façanha tinha sido descoberta e fugiu para Midiã, um distrito da Arábia. O Faraó ficou sabendo dasua atitude e procurou matá-lo.Ao mesmo tempo, Moisés não temeu a ira do rei (Hb 11.27), mas o desafiou. Em Midiã ele ajudou as filhas de Reuel(Jetro) a dar de beber ao seu rebanho e mostrou a nobreza do seu caráter ao defendê-las de outros pastores. Ele secasou com Zípora, uma das filhas de Jetro. Com relação à sua vida como pastor de ovelhas em Midiã, pouco sesabe, porque o propósito das Escrituras não é tanto enfocar a atenção nos detalhes da vida de Moisés, porém,mostrar seu lugar na obra de libertação e no cumprimento dos propósitos de Deus. No deserto, Deus apareceu aMoisés na sarça ardente, pois a obra do Deus da aliança na redenção é cercada por milagres. Este evento tinha

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todas as características de um verdadeiro milagre; era um trabalho realizado pelo poder sobrenatural de Deus nomundo exterior. Deus fez com que a sarça queimasse de forma que Moisés o visse. Isto parece ter sido contrário àobra providencial usual do Senhor, e assim atende aos requisitos do termo niflaoth ("maravilhas" "aquelas coisasque são distintas"). Além do mais, o evento tinha o propósito de ser um sinal. Ele indicava a presença de Deuscomo um fogo consumidor, e revelava que a sua presença estava com o seu povo. Este evento mostrava que Ele oslibertaria da escravidão, e que não havia se esquecido das suas promessas aos patriarcas. Veja Sarça ardente.Moisés estava de alguma forma hesitante em retornar ao Egito para encontrar o Faraó e, de modo amoroso, Deustratou com ele, assegurando-lhe que estaria com ele. O Senhor permitiu que o irmão de Moisés, Arão agisse comointermediário ou profeta, declarando a palavra de Moisés - a mensagem dada por Deus - ao Faraó.O encontro com o Faraó foi muito interessante. Em última análise, ele levou a uma competição entre Jeová, o Deusde Israel, e o "deus" Faraó, uma representação dos poderes das trevas. Em primeiro lugar, Moisés simplesmentepediu que os israelitas tivessem permissão para fazer uma pequena viagem ao deserto e adorar ao seu Deus. Comoseu pedido fora recusado, Deus mostrou seus sinais e maravilhas a Faraó. As pragas tiveram a finalidade deconvencer os egípcios e os israelitas de que o Deus de Israel era o Deus Todo-poderoso. As pragas culminaramcom a morte do primogênito do Faraó.O relato de Êxodo é transmitido de maneira simples e direta. Quando os israelitas chegaram ao Sinai, Deus revelouque Ele os havia escolhido para serem o seu povo, e deu-lhes sua lei, santa e imutável. Moisés deveria ser omediador entre a nação e Deus. As Escrituras relatam as peregrinações dos israelitas até chegarem às fronteiras daPalestina, porém Moisés não foi autorizado a entrar na terra. Ele morreu e foi sepultado no monte Nebo, e não seconhece a localização de sua sepultura. Para conhecer mais detalhes sobre o contexto histórico e a data da vida deMoisés, veja Egito; Êxodo, O A importância. O esboço da vida de Moisés, descrito acima, revela a importância destegrande homem. Sua verdadeira grandeza é trazida, entretanto, em conexão com um episódio que se passou depoisque os israelitas deixaram o Sinai. Miriã e Arão demonstraram ciúme pelo fato de Deus ter dado revelações aMoisés. "Porventura, falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós?" (Nm 12.2). Moisés não podiafalar em sua própria defesa, por causa da elevada posição que ocupava no plano divino. Ele foi humilde na elevadaposição em que foi colocado por Deus, de forma que se engajar em uma defesa pessoal teria desviado a atenção dasua posição, e atraído a atenção para si, pessoalmente. Por esta razão, o Senhor interveio subitamente eesclareceu o relacionamento correto entre Moisés, Arão e Miriã. Para os verdadeiros profetas, Deus se fez conhecerpor intermédio de sonhos e visões; mas para Moisés, que era seu servo e fiel em toda a sua casa, o Senhor faloudiretamente e sem a capa da ambiguidade. O mesmo pensamento é encontrado em Hebreus 3, onde se faz umacomparação entre Moisés e Cristo. Nesta passagem fica claro que Moisés foi o homem mais exaltado nadispensação do AT, e ainda que esta dispensação apontava diretamente para o Senhor Jesus Cristo, e nele teria oseu cumprimento. Enquanto Moisés, como servo, foi fiel em toda a casa de Deus, Cristo, como o Filho, governaaquela casa. O AT é, em grande parte, o relato da dispensação Mosaica. Entretanto, os profetas e todos os outroscomo Miriã e Arão, estavam em uma posição inferior à de Moisés. Por isso, o pecado de Miriã e Arão era tãoabominável. Miriã, que sem dúvida foi a instigadora, foi punida com lepra. Moisés, o homem que ocupou estaposição exaltada no plano divino do AT, era um homem de verdadeira grandeza. Ele viveu pela fé em Deus (cf. Hb11.27Ò), e teve uma profunda preocupação pela honra do Deus a quem servia (Nm 14.13ss.). Esta preocupaçãotambém manifestava um desejo genuíno de que os propósitos de Deus fossem cumpridos. Uma leitura cuidadosa deHebreus 11 mostra que Moisés tinha consciência de que era um servo de Deus, a serviço do cumprimento dos seuspropósitos de redenção. Moisés chegava a considerar a possibilidade de ter o seu próprio nome riscado do livro deDeus, para que o seu povo pudesse ser salvo (Êx 32.32). Só um homem com uma profunda devoção poderia terservido ao Senhor em tantas situações como Moisés. Ele se mostrou um verdadeiro líder do seu povo. Emboratenha pecado e, às vezes, demonstrado fraquezas, prosseguiu em sua tarefa até levar o povo à fronteira da terraprometida. Na época da grande apostasia, no incidente do bezerro de ouro, ele afirmou vigorosamente a sualiderança. O mesmo ocorreu na rebelião de Corá, Data e Abirão (Nm 16). Só um homem da grandeza de Moiséspoderia ter trazido a nação de Israel do Egito até a terra prometida. Moisés também era um legislador, e será semprelembrado neste aspecto. "A lei foi dada por Moisés" (Jo 1.17). Israel recebeu mais do que um código de leis talcomo o código-lei de Hamurabi; na realidade, Moisés era o mediador de uma aliança. Um estudo dos tratados ealianças feitos pelos antigos heteus indica que ao dar a aliança a Israel, Deus empregou uma forma que foi bementendida na época, o chamado tratado de suserania. Entre este tipo de aliança e a aliança de Israel hásimilaridades formais. Veja Aliança. Entretanto, há uma diferença profunda em relação ao conteúdo. Os suseranosheteus impunham uma série de condições que os povos conquistados tinham que obedecer. Entre o rei e o povo nãohavia amor ou afeição especial. No caso de Israel, entretanto, tudo era diferente. Israel deveria ouvir a voz de Deus eobedecê-la, porque Deus era verdadeiramente soberano. Além do mais, Deus havia manifestado o seu amor porIsrael através de sua escolha e redenção. Israel foi a nação que Deus escolheu dentre todas as nações que estãosobre a face da terra. Ela seria o seu povo peculiar e a proximidade do seu relacionamento com Deus foramdemonstradas através de sua libertação da escravidão do Egito. Israel não prestaria uma obediência baseada naforça, mas como uma nação santa, sem dúvida serviria ao seu Deus em amor, como um reino de sacerdotes. Deusse revelou a Israel como Jeová, o Deus da aliança, o Deus da libertação. O homem que foi honrado por Deus comomediador da aliança foi Moisés. Moisés também demonstrou a sua grandeza através de suas produções literárias.Como mediador da aliança, o servo fiel na casa de Deus, Moisés foi o autor da lei, os cinco livros que falam doestabelecimento da teocracia. A questão da autoria Mosaica, então, é fundamentalmente teológica. Os livros deMoisés diferenciam-se de todos os demais livros do AT, pois mostram o pensamento daquele homem que foiescolhido por Deus para ser mediador da aliança, o pensamento de um legislador.

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Isto não sugere que estes livros contenham algo imaginário. Moisés sem dúvida empregou documentos escritos queforam transmitidos de geração em geração; sem dúvida empregou sua vasta cultura, pois foi um homem criado emtoda a sabedoria e conhecimento dos egípcios (At 7.22). Também não podemos nos esquecer de que os 5 livros dalei são Escrituras; e, assim, ao escrevê-los, Moisés foi um profeta que revelou as palavras de Deus ao povo. Ele setornou o padrão para todos os verdadeiros profetas que se seguiram, culminando no Senhor Jesus Cristo, o Messias(Dt 18.15,18). Como um escritor das Escrituras, ele estava sob a direção do Espírito Santo, de tal forma queescreveu sob a inspiração de Deus (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). Assim, os 5 livros de Moisés, cujo autor humano era umservo de Deus, são também a Palavra de Deus. Moisés e o golpe na rocha. Depois de uma longa jornada pelodeserto, Moisés não teve permissão para entrar na terra prometida. O motivo declarado é que ele golpeou a rocha emCades. Este foi um ato de desobediência, no qual Deus não estava sendo glorificado. Golpear a rocha também foium ato de descrença por parte de Moisés. Aqui, o grande líder hesitou; aqui ele renunciou efetivamente a tudo queele mesmo representava, e mostrou descrença na Palavra de Deus. Por este motivo, não lhe foi permitido entrar naterra prometida. Este episódio é uma mácula no currículo do servo fiel e confiável do Deus da aliança.

PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 1300-1302, 1304.I - MOISÉS - SUA CHAMADA E SEU PREPARO (ÊX 3.1 17)1. Deus chama o seu escolhido.

Moisés foi chamado por Deus quando estava vivendo em Midiã, com seu sogro Jetro. Ele chegara a Midiã aos 40anos, fugido do Egito, e agora, aos 80 anos, quando cuidava das ovelhas do sogro, tem um encontro com Deus.Moisés foi chamado por Deus em uma fase da vida em que, aos olhos humanos, poderia se aposentar e aproveitaros poucos anos que lhe restariam sem se aborrecer. Mas aqui reside um principio divino: Deus não depende denossa faixa etária para nos convocar a ser úteis para Ele. Com certeza havia pessoas mais jovens e mais dispostasa fazer o que Moisés faria, mas Deus escolheu Moisés para aquela missão.Deus não apenas escolhe as pessoas para determinadas obras, mas também as convoca. De que adianta serescolhido por Deus e não ser informado dessa chamada? Como Deus faz tudo de forma perfeita, Ele mesmo seencarregou de falar com Moisés de modo sobrenatural e convincente.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 16-17.

O ENCONTRO ENTRE DEUS E MOISÉS (3-5)Em função desses acontecimentos e antes do comissionamento de Moisés, ocorre o episódio da sarça ardente (3.1-6). O termo hebraico para “sarça” (sêneh) só aparece no Antigo Testamento aqui e em Deuteronômio 33.16, quandoMoisés canta que Deus era “[aquele] que habitava na sarça (ardente)”. Quão oportuno que as últimas palavras deMoisés registadas nas Escrituras sejam, entre outras coisas, sobre seu primeiro encontro com Deus na sarçaardente! Essa palavra hebraica soa e faz lembrar a palavra “Sinai” (,sny e snft). Por duas vezes, Deus apareceu aMoisés de forma incandescente. Primeiro em uma snh (capítulo 3), depois no sny (capítulo 19). Deus costumaaparecer nos locais mais inesperados, como em uma sarça. Foi próximo a um arbusto que Ele apareceu para Agar(Gn 21.15, com uma outra palavra hebraica para “arbusto”, síah) e foi em um arbusto, ou sarça, que apareceu pelaprimeira vez a Moisés. Falando em lugares inesperados, talvez seja possível estabelecer uma analogia entre o anjode Deus que apareceu no meio do nada para o pastor Moisés, fazendo um importante anúncio; e os anjos queapareceram diante de um grupo de pastores, no meio do nada, a fim de fazer um importante anúncio (Lc 2.8-20).

VICTOR P. HAMILTON. Manual do Pentateuco. Editora CPAD. pag. 160.O QUE VEMOS E OUVIMOSExaminemos agora o que Moisés viu e ouviu, atrás do deserto. Teremos ocasião de ver como ele aprende ali liçõesque estão muito acima da inteligência dos mais eminentes sábios do Egito. Poderia parecer à razão humana umaestranha perda de tempo um homem como Moisés ter de passar quarenta anos sem fazer nada senão guardarovelhas no deserto. Porém, ele estava ali com Deus, e o tempo assim passado nunca é perdido. É convenienterecordar que há para o verdadeiro servo de Cristo alguma coisa mais do que mera atividade. Todo aquele que estásempre em atividade corre o risco de trabalhar demais. Um tal homem deveria meditar cuidadosamente nas palavrasprofundamente práticas do Servo perfeito: "Ele desperta-me todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça,como aqueles que aprendem" (Isaías 50:4). O servo deve estar frequentemente na presença do seu mestre, a fim depoder saber o que deve fazer. O "ouvido" e a "língua" estão intimamente unidos, em vários aspectos; porém, debaixodo ponto de vista espiritual, ou moral, se o ouvido está fechado e a língua desatada, não restam dúvidas que se dirãomuitas coisas bem tolas. Por isso, "amados irmãos... todo o homem seja pronto para ouvir; tardio para falar" (Tiago1:19). Esta exortação oportuna baseia-se em dois fatos: a saber, que tudo o que é bom vem do alto, e que ocoração está repleto de maldade, pronto a transbordar. Daí, a necessidade de ter o ouvido aberto e a língua refreada:rara e admirável ciência!—ciência na qual Moisés fez grande progresso "atrás do deserto", e que todos podemadquirir, desde que estejam dispostos a aprender nessa escola.A SARÇA"E apareceu-lhe o Anjo do SENHOR em uma, chama de fogo no meio de uma sarça; e olhou, e eis que a sarça ardiano fogo, e a sarça não se consumia. E Moisés disse: agora me virarei para lá e verei esta grande visão, porque asarça se não queima" (versículos 2-3). Era efetivamente uma grande visão, porque uma sarça ardia e não seconsumia. A corte do Faraó nunca poderia oferecer nada de semelhante. Porém, era uma visão graciosa porque nelaera simbolizada de um modo notável a situação dos eleitos de Deus. Eles encontravam-se no meio do forno doEgito; e o Senhor revelava-se no meio de uma sarça ardente. Porém, assim como a sarça se não consumia,tampouco eram eles consumidos, porque Deus estava com eles. "O SENHOR dos Exércitos está conosco: o Deusde Jacó é o nosso refúgio" (SI 46:7). Aqui temos força e segurança, vitória e paz. Deus conosco, Deus em nós, e

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Deus por nós. Isto é provisão abundante para todas as necessidades.Não há nada mais interessante e mais instrutivo do que a maneira como aprouve ao Senhor revelar-Se a Moisés napassagem que estamos considerando. Ele ia confiar-lhe o encargo de tirar o Seu povo do Egito, para que elesfossem a Sua Assembleia, para habitar no meio deles tanto no deserto como na terra de Canaã; e é do meio deuma sarça que lhe fala.Símbolo belo, solene e próprio do Senhor habitando no meio do Seu povo eleito e resgatado; "O nosso Deus é umfogo consumidor" (Hb 12:29)-não para MOS consumir, mas para consumir em nós e à nossa volta tudo que é contraa Sua santidade, e que é, portanto, um perigo para a nossa verdadeira e eterna felicidade. "Mui fiéis são os teustestemunhos; a santidade convém à tua casa, SENHOR, para sempre" (Salmo 93:5).O Velho e o Novo Testamento encerram vários casos em que Deus Se manifesta como "um fogo consumidor":como por exemplo o caso de Nadabe e Abiú, em Levítico 10. Tratava-se de uma ocasião solene. Deus habitava nomeio do Seu povo, e queria manter este numa posição digna de Si Próprio. Não podia ter feito outra coisa. Não seriapara Sua glória nem para proveito dos Seus se Ele tolerasse qualquer: coisa, neles incompatível com a pureza daSua presença. O lugar de habitação de Deus tem que ser santo.Do mesmo modo, em Josué, capítulo 7, temos outra prova notável, no caso de Acã, de que o Senhor não podesancionar o mal com a Sua presença, qualquer que seja a forma que o mal possa revestir ou por muito oculto quepossa estar. O Senhor é "um fogo consumidor", e, como tal, tinha de agir a respeito de tudo que pudesse manchar aAssembleia no meio da qual habitava. Procurar unir a presença de Deus com o pecado não julgado é o indício daimpiedade.Ananias e Safira (Atos, 5) dão-nos a mesma lição. Deus o Espírito Santo habitava na Igreja, não somente como umainfluência, mas, sim, como uma pessoa divina, de tal maneira que ninguém podia mentir na Sua presença. A Igrejaera, e é ainda agora, morada de Deus; e é Ele Quem deve governar e julgar no meio dela. Os homens podem reviverem união a concupiscência, a impostura e a hipocrisia; mas Deus não pode fazê-lo. Se quisermos que Deus andeconosco, devemos julgar os nossos caminhos, ou então Ele os julgará por nós (veja 1 Co 11:29-32).Em todos estes casos e em muitos mais que podíamos aduzir, vemos a força destas palavras solenes, "a santidadeconvém à tua casa, SENHOR, para sempre" (SI 93:5). Para aquele que a tiver compreendido, esta verdade produzirásempre sobre ele um efeito moral idêntico àquele que exerceu sobre Moisés: "Não te chegues para cá; tira os teussapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa" (versículo 5). O lugar da presença de Deus ésanto, e só se pode caminhar por ele com os pés descalços. Deus, habitando no meio do Seu povo, comunica àAssembleia desse povo um caráter de santidade que é a base de todo o santo afeto e de toda a santa atividade. Ocaráter da habitação deriva do caráter d'Aquele que a habita.A aplicação deste princípio à Igreja, que é agora a habitação de Deus, em Espírito, é da maior importância prática.Assim como é bem-aventuradamente verdade que Deus habita, pelo Seu Espírito, em cada membro da Igreja, dandodeste modo um caráter de santidade ao indivíduo, é igualmente certo que Ele habita na Assembleia; e, por isso, aAssembleia deve ser santa. O centro em volta do qual os membros se reúnem é nada menos do que a Pessoa deum Cristo vivo, vitorioso e glorificado. O poder que os une é nada menos do que o Espírito Santo; e o Senhor DeusTodo-Poderoso habita neles e entre eles (vede Mt 18:20; 1 Co 6:19; 3:16-17; Ef 2:21-22). Se tais são a santidade edignidade que pertencem à morada de Deus, é evidente que nada impuro, quer seja em princípio, quer na prática,deve ser tolerado. Todos os que estão lugar em que tu estás é terra santa." "Se alguém destruir o templo de Deus,Deus o destruirá" (1 Co 3:17). Estas palavras são dignas de toda a aceitação da parte de todos os membros daAssembleia—de cada pedra viva no Seu santo templo! Possamos nós todos aprender a pisar os átrios do Senhorcom os pés descalços!O Monte Horebe: Santidade e Graça Debaixo de todos os aspectos, as visões de Horebe rendem testemunho, aomesmo tempo, da graça e da santidade do Deus de Israel. Se a graça de Deus é infinita, a Sua santidade também oé; e, assim como a maneira em que Ele se revelou a Moisés nos faz conhecer a primeira, o próprio fato de Serevelar atesta a última. O Senhor desceu porque era misericordioso; mas, depois de haver descido, é dito que Serevelou como sendo santo: "Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deusde Jacó. E Moisés encobriu o seu rosto, porque temeu olhar para Deus" (versículo 6). A natureza humana esconder-se-á sempre como resultado da presença divina; quando estamos na presença de Deus, com os pés descalços e orosto coberto, quer dizer, naquela disposição de alma que esses atos exprimem de um modo tão admirável, estamosem condições vantajosas para ouvir os doces acentos da graça. Quando o homem ocupa o lugar que lhe compete,Deus pode falar-lhe em linguagem de pura misericórdia."E disse o SENHOR: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seuclamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto, desci para livrá-lo da mão dosegípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel;.. .E agora, eisque o clamor dos filhos de Israel chegou a mim, e também tenho visto a opressão com que os egípcios os oprimem"(versículos 7 a 9). Neste trecho, a graça absoluta, livre e incondicional do Deus de Abraão brilha em todo o seuesplendor, livre dos "ses" e dos "mas", dos votos, das resoluções e das condições impostas pelo espírito legalistado homem. Deus havia para Se manifestar em Sua graça soberana, para realizar a obra de salvação, para cumprir aSua promessa a Abraão, promessa repetida a Isaque e a Jacó. Não havia descido para ver se, na realidade, osherdeiros da promessa estariam em condições de merecer a salvação. Bastava-Lhe que Necessitassem dela.Ponderarão seu estado oprimido, as suas aflições, as suas lágrimas, os seus suspiros, e a sua pesada servidão;pois, bendito seja o Seu nome, Ele conta os "ais" do Seu povo e põe as suas lágrimas no Seu odre (Sl 56:8). Nãofoi por coisa alguma de bom que houvesse visto neles que os visitou, porque Ele sabia o que havia neles. Numapalavra, o verdadeiro fundamento da intervenção misericordiosa do Senhor a favor do Seu povo é revelado nestas

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palavras: "Eu sou o Deus de Abraão" e "Tenho visto a aflição do meu povo."Estas palavras revelam um princípio fundamental nos caminhos de Deus. É com base naquilo que Ele é que atuasempre. "EU SOU" assegura todas as cosias para "O MEU POVO". Certamente, Deus não ia deixar o Seu povo nomeio dos fornos de tijolo do Egito, e debaixo do azorrague dos exatores do Faraó. Era o Seu povo, e, portanto,queria agir, com respeito a esse povo, de uma maneira digna de Si Próprio. O fato de ser o Seu povo, o objetofavorecido do Seu amor de eleição e possuidor da Sua promessa incondicional, era suficiente. Nada podia impedir amanifestação pública da relação que existia entre o Senhor e aqueles a quem, segundo os Seus desígnios eternos,havia sido assegurada a posse da terra de Canaã. Havia descido para os libertar, e os poderes da terra e do infernoreunidos não poderiam retê-los nem uma hora além do tempo determinado por Ele. Podia servir-Se, e de fato serviu-Se, do Egito como escola, na qual estava o Faraó como um mestre; porém, uma vez cumprida a sua missão, omestre e a escola são postos de parte, e o Seu povo é libertado com mão forte e braço estendido.A GRAÇA DE DEUS LEMBRA-SE SOMENTE DOS ATOS DA FÉ (HEBREUS 11)Nisto, como em tudo mais, o Mestre bendito forma um contraste notável com os Seus servos mais honrados edestacados. O próprio Moisés "temeu" (versículo 14), e Paulo teve de se arrepender (2 Co 7:8); porém, o SenhorJesus nunca fez uma coisa nem outra. Jamais se viu forçado a recuar um passo, a arrepender-se duma palavra ou acorrigir um pensamento.Tudo quanto fez foi absolutamente perfeito. Era tudo fruto dado na estação própria. O curso da Sua vida santa ecelestial deslizava adiante sem obstáculos nem deslizes. A sua vontade estava perfeitamente submissa ao Pai. Osmelhores homens, e até mesmo os mais dedicados, cometem erros; mas é perfeitamente exato que quando mais,pela graça, nos é dado mortificarmos a nossa vontade, menos erramos. E uma feliz circunstância quando, dummodo geral, a nossa vida é de fé e de dedicação exclusiva a Cristo.Assim sucedeu com Moisés. Era um homem de fé, um homem que absorveu em alto grau o espírito do seu Mestre eque seguiu com maravilhosa firmeza os Seus passos. É certo que antecipou, como notamos, em quarenta anos operíodo que Deus destinara para julgar o Egito e libertar Israel; todavia, quando lemos o comentário inspirado doCapítulo 11 de Hebreus nenhuma menção encontramos deste fato. Encontramos somente o princípio divino que,dum modo geral, orientou a sua vida: "Pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó,escolhendo, antes, ser maltratado com o povo de Deus do que por, um pouco de tempo, ter o gozo do pecado;tendo, por maiores riquezas, o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa.Pela fé, deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível" (Hb 11: 24-27). Estapassagem apresenta-nos os atos de Moisés de uma maneira cheia de graça. É assim que o Espírito Santo sempreconta a história dos santos do Velho Testamento. Quando descreve a vida dum homem, apresenta-o como ele é,com todas as suas falhas e imperfeições. Mas quando, no Novo Testamento, comenta essa biografia limita-se a daro princípio que o orientou e o resultado da sua atividade. Por isso, não obstante lermos em Êxodo que Moisés "olhoua uma e a outra banda", e disse; "certamente este negócio foi descoberto", e por fim que "fugiu de diante da face deFaraó", lemos também na epístola aos Hebreus que o que ele fez, fê-lo "pela fé"— não temeu a ira do rei — e ficoufirme como vendo o invisível.Assim acontecerá em breve quando vier o Senhor, "o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas emanifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor" (1 Co 4:5). Eis aqui umaverdade consoladora e preciosa para toda a alma reta e o coração fiel. O coração pode formar muitos projetos que,por diversas razões, a mão não pode realizar. Todos esses intentos serão manifestados quando o Senhor vier.Bendita seja a graça divina por nos haver dado uma tal certeza! As devoções do coração são muitos mais preciosaspara Cristo do que as obras mais espaventosas que as mãos possam executar. Estas podem dar algum brilho aosolhos do homem; mas aquelas são devidamente apreciadas pelo coração de Jesus. As obras podem ser assunto deconversação dos homens, mas as afeições são manifestadas diante de Deus e dos Seus anjos. Que todos osservos de Cristo saibam ter os seus corações somente ocupados com Ele e os seus olhos postos na Sua vinda.

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.2. O preparo de Moisés (Êx 3.10-15).

Deus se utiliza de diversos recursos para treinar aqueles a quem escolheu. Com Moisés não foi diferente. Elepassou por pelo menos três grandes ambientes em sua vida, onde fora colocado por Deus para exercer seuministério futuro como libertador, legislador e líder de um grupo de pessoas que deixaria uma vida de escravidão paraentrar em uma terra própria e se tornarem uma nação.O primeiro grande ambiente pelo qual Moisés passou foi, sem dúvida, o lar em que foi criado por seus pais. Lá elefoi instruído sobre seu povo e sua cultura, e certamente aprendeu algo acerca de Deus.O segundo grande ambiente foi a corte do Egito. Nesse local ele foi ensinado no que o Egito tinha de melhor emtecnologia e conhecimento, construindo uma vida acadêmica e preparando-se para um futuro brilhante na liderançaegípcia.O terceiro foi o deserto. A esse lugar Moisés se dirigiu quando matou um egípcio e foi perseguido. Em Midiã, Moisésconstituiu uma família com Zipora, filha de Jetro. Não há indícios de que Moisés tenha se casado no Egito.Portanto, o preparo de Moisés durou muitos anos, e mesmo que ele não o soubesse, Deus o estava preparandocomo instrumento para uma grande missão.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 17.

O Pacto Abraâmico foi confirmado a Moisés (Êxo. 2.24). Ele foi nomeado para tornar-se um instrumento especialdesse pacto, passando a desempenhar um papel cêntrico para tirar Israel do Egito e fazê-lo voltar à Terra Prometida.Jacó e seus filhos, ao fugirem da seca na terra de Canaã, desceram ao Egito para estarem em companhia de José

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(ver Gên. 46-50). Isso armou o palco para o exílio e a escravidão naquele país. Agora, essa situação seria revertida,e o cronograma de Deus estava avançando para uma fase nova. Ver Gên. 15.13,16 e as notas sobre 0 PactoAbraâmico em Gên. 15.18.Os críticos pensam que esta seção é uma mescla das fontes informativas J, E e P(S). Moisés era considerado omaior de todos os profetas de Israel (Êxo. 34.10); e outros ainda o exaltavam mais do que isso (Núm. 12.6,7). Sejacomo for, ele foi o homem escolhido por Deus para aquele momento crítico. Foi mister que ele recebesse umaautoridade e um poder real, e isso lhe foi concedido pela presença de Deus, que começou quando da teofania quelhe foi outorgada. Isso faz-nos lembrar da chamada de Isaías (Isa. 6).A seção à nossa frente consiste em três divisões:1. Confrontação com Deus (Êxo. 3.1-12)2. Instruções (Êxo. 3.13-22)3. Queixas de Moisés (Êxo. 4.1-17).Êx 3.1 Apascentava Moisés o rebanho. Moisés sentia-se satisfeito no deserto, enquanto ajudava a cuidar do rebanhode seu sogro. Não havia excitações, mas também não havia ameaças nem necessidades. Tinha tudo 0 de queprecisava, com sua pequena família: sua esposa e seus dois filhos. Mas 0 plano de Deus em breve haveria de agitara sua vida, preparando-o para uma importantíssima mis- são. Por igual modo, séculos depois, Davi também foiarrancado de suas ocupações pastoris para cumprir um notável destino.Jetro. Em Êxo. 2.18, o nome do sogro de Moisés aparece como Reuel. Ver as notas em Êxo. 2.16-18 quanto aoproblema da aparente confusão de nomes próprios. Talvez Reuel fosse o pai de Jetro.O lado ocidental do deserto. Essa era a estreita faixa de terra fértil que ficava por trás da planície arenosa,estendendo-se desde a serra do Sinai até as praias do golfo Elanítico.Horebe. Chamado algures de “monte de Deus”. Cuidando de seu rebanho, Moisés acabou chegando a esse lugar. Eali, inesperadamente, teve um encontro com a presença de Deus. Parece que Horebe era o nome de toda a cadeiamontanhosa que havia naquela área. O Sinai era apenas uma parte dessa cadeia, posteriormente conhecido comoJebel Musa. Alguns estudiosos opinam que Horebe e Sinai eram os nomes de dois picos da serra em pauta. EHorebe, nesse caso, veio a ser conhecido como “monte de Deus” porque foi ali que Deus apareceu a Moisés.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 312.A sarça ardente (3.1-6). De acordo com Estêvão (At 7.23), Moisés tinha quarenta anos quando matou o egípcio, e,depois de outros quarenta anos, ele encontrou o Senhor na sarça ardente (At 7.30). Depois deste período no deserto,Deus viu que seu povo e Moisés estavam prontos para o milagre de libertação. Aqui, o sogro de Moisés recebe onome Jetro (1), embora seja possível que Jetro fosse o filho de Reuel e, portanto, cunhado de Moisés.15 Aindapastor, Moisés estava nas proximidades de Horebe, o monte de Deus (1), também chamado Sinai (ver Mapa 3). Eprovável que Horebe fosse o nome dado à cadeia de montanhas, ao passo que Sinai dissesse respeito a um grupomenor ou a um único cume.Os estudiosos da Bíblia consideram que o anjo do SENHOR (2) na sarça ardente seja Cristo pré-encarnado, emborao Novo Testamento nunca use essa expressão para se referir a ele. Na Bíblia, uma chama de fogo simboliza apresença de Deus (Hb 12.29).Este fato despertou a curiosidade de Moisés, momento em que Deus falou com ele. Então, encobriu o seu rosto,porque temeu olhar para Deus (6). Ele não podia ficar em pé levianamente na presença de Deus, e aprendeu que apresença divina santifica o lugar onde Ele aparece (5).

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 145.A visão de Deus. 1. Apascentava Moisés o rebanho. O texto hebraico sugere que esta era sua ocupação habitual.Não há na Bíblia o menor indício de que Midiã fosse uma região onde se minava o cobre, ou que os queneus fossemferreiros itinerantes, embora esses pontos de vista sejam prediletos dos estudiosos mais recentes e,arqueologicamente, tentadores. Certamente havia minas de cobre na Arabá, ao sul do Mar Morto, e durante suaperegrinação pelo deserto Israel fabricou um grande número de objetos de cobre (cap. 35 seg.), mas além disso nãovai a tradição bíblica.O lado ocidental do deserto. A palavra hebraica ’ah.ar, “ atrás, detrás” , deve significar “ oeste” do ponto de vistamidianita e portanto pode ser um termo originado em Midiã. Como de costume, no pensamento semita, defronta-sesempre o leste ao definir direções; atrás, portanto, se refere ao ocidente. Horebe, o monte de Deus. Possivelmente,“ Horebe, o grande monte” , segundo uma expressão idiomática semita muito comum para descrever força outamanho muito grande (cf. o uso em árabe). Os que usam os símbolos críticos convencionais para descrever aspressupostas fontes do Pentateuco alegam que “ Horebe” se encontra em material Eloísta e Deuteronomista, aopasso que “ Sinai” é o nome utilizado em material Jeovista e sacerdotal. Não sabemos por que razão os dois nomesforam usados, aparentemente alternadamente.Já foi sugerido que Horebe é uma parte do Sinai, mas isso é pura adivinhação. Horebe é comprovadamente umnome semita, cujo provável significado é “ deserto” Ou “ desolação” . É possível que fosse o nome semitacorrespondente ao nome Sinai, não-semita. Sinai deve ser um nome antigo e, provavelmente, de ligaçõesetimológicas com o vizinho deserto de Sin. Qualquer ligação com seneh (heb. “ espinheiro” ) ou com Sin (o deus-Luade Acade) é resultado de uma etimologia duvidosa. Questão mais séria, à parte de seu nome, é o fato de que nãosabemos onde ficava o “ monte de Deus” (o termo popular, conforme usado neste versículo). Ficaria na Península doSinai? Caso a resposta seja afirmativa, ficaria ele ao sul (a área tradicional) ou a nordeste, entre as montanhas deSeir, fronteiro ao oásis de Cades-Barnéia, onde Israel manteve seu centro tribal por tanto tempo? Ou seria ainda nasmontanhas da Arábia, a nordeste do Golfo de Aqaba? Os detalhes geográficos gerais parecem sugerir a áreameridional da península: o local tradicionalmente apontado, Gebel Musa, “ o monte de Moisés” (2464 metros de

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altura) tem muito a seu favor, embora alguns prefiram outras montanhas próximas mais elevadas. Um fato digno denota é que, tal como o exílio em Babilônia, este acontecimento tão importante para a fé israelita aconteceu em soloestrangeiro (cf. a chamada de Abrão) e que, mais tarde, Israel sempre pareceu ignorar e não se importar com aexata localização do Sinai. Não há qualquer sugestão de peregrinações posteriores ao local, com a possível exceçãoda jornada de Elias (1 Reis 19). Israel sabia, entretanto, que o “ monte de Deus” ficava em algum lugar ao sul deCanaã. Isto fica claro pelas descrições em que Deus vem ajudar Seu povo desde Parã ou Seir ou outras montanhasvagamente definidas para os lados do sul (Dt 33:2). Este é um contraste marcante em relação à mitologia cananita,em que os deuses habitavam um monte no extremo norte.Não há qualquer evidência no pensamento bíblico de que os israelitas sequer pensassem que Deus vivesse noSinai. Pelo contrário, Sinai era o lugar em que Deus Se revelara a Moisés (3:2) e sobre o qual, posteriormente, deraa lei a Seu povo (3:12). O Sinai, portanto, poder-se-ia dizer em terminologia moderna, não era tanto o monte de Deusquanto se tornaria o monte de Deus em virtude das coisas que ali Ele veio a dizer e fazer; este é um conceitodinâmico e não estático. Deus, em dias passados, podia ser adorado em qualquer lugar onde aparecesse (20:24) e oSinai é apenas mais um exemplo desse fato. É verdade que há numerosas inscrições nabatéias na área do Sinai,indicando que ao menos mais tarde ele foi considerado uma montanha sagrada. Com base nisso, alega-se que bempoderia ter sido um lugar sagrado para os próprios midianitas. Isso é impossível desmentir ou comprovar, em vistada absoluta falta de provas. Moisés, pelo menos, não foi ao monte com qualquer motivo religioso, segundo o texto,mas apenas para apascentar seu rebanho.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 60-61.A ESCOLA DE DEUSVamos agora retomar a história pessoal de Moisés e considerar este grande servo de Deus durante o período tãointeressante da sua vida de solidão, período este que não vai além de quarenta dos seus melhores anos, se assimpodemos dizer. O Senhor, na Sua bondade, Sua sabedoria e Sua fidelidade, põe o Seu servo à parte, livre dasvistas e dos pensamentos dos homens, para o poder educar debaixo da Sua imediata direção. Moisés tinhanecessidade disso. Havia passado quarenta anos na casa do Faraó; e, conquanto a sua estadia ali não deixasse deser proveitosa, todavia, tudo que tinha aprendido ali não era nada em comparação com o que aprendeu no deserto. Otempo passado na corte pode ter sido valioso, mas a sua estadia no deserto era indispensável.Nada há que possa substituir a comunhão secreta com Deus ou a educação que se recebe debaixo da Suadisciplina. "Toda a ciência dos egípcios" não havia habilitado Moisés para o serviço a que devia ser chamado. Haviapodido seguir uma carreira brilhante nas escolas do Egito, e deixara-as coberto de honras literárias, com umainteligência enriquecida por vastos conhecimentos e o coração cheio de orgulho e vaidade. Havia podido tomar osseus títulos nas escolas dos homens, mas tinha ainda de aprender o alfabeto na escola de Deus. Porque asabedoria e a ciência humanas, por muito valor que tenham em si mesmas, não podem fazer de ninguém um servode Deus nem qualificar alguém para desempenhar qualquer cargo no serviço divino. Tais conhecimentos podemqualificar o homem natural para desempenhar um papel importante diante do mundo: porém é necessário que todoaquele que Deus quer empregar ao Seu serviço seja dotado de qualidades bem diferentes, qualidades aliás que sóse adquirem no santo retiro da presença de Deus.Todos os servos de Deus têm aprendido por experiência a verdade do que acabamos de dizer: Moisés em Horeb,Elias no ribeiro de Kerith, Ezequiel junto ao rio Chebar, Paulo na Arábia, e João em Patmos, são todos exemplos dagrande importância de estarmos a sós com Deus. E se considerarmos o Servo Divino, vemos que o tempo que Elepassou em retiro foi dez vezes aquele que gastou no Seu ministério público. Ainda que perfeito em inteligência evontade, passou trinta anos na casa humilde de um carpinteiro de Nazareth, antes de se manifestar em público. E,mesmo depois de ter entrado na Sua carreira pública, quantas vezes o vemos afastar-Se das vistas dos homens,para gozar a solidão santa da presença do Pai! Pode perguntar-se, como poderá a falta de obreiros, que tanto se fazsentir, ser suprida se é necessário que todos passem por uma educação secreta tão prolongada antes de tomarem oseu trabalhou Mas isto é um assunto do Mestre, e não nosso. É Ele Quem sabe chamar os obreiros, e Quem sabetambém prepará-los. Não é obra do homem. Só Deus pode chamar e preparar um verdadeiro obreiros, e se Ele tomamuito tempo para educar um tal homem, é porque assim o julga bom; sabemos que, se outra fosse a Sua vontade,Ele podia realizar esta obra num instante. Uma coisa é evidente: Deus tem tido todos os Seus servos muito tempo asós Consigo, tanto antes como depois da sua entrada no ministério público; ninguém poderá dispensar este treino, esem esta disciplina, sem este exercício privativo, nunca seremos mais que teóricos superficiais e inúteis. Todoaquele que se aventura numa carreira pública sem se haver pesado na balança do santuário, e medido na presençade Deus, parece-se com um navio saindo à vela sem lastro próprio, que terá fatalmente de soçobrar ao primeiroembate do vento. Pelo contrário, existe para todo aquele que tem passado pelas diferentes classes da escola deDeus uma profundidade, uma solidez, e uma constância que são os elementos essenciais na formação do carácterde um verdadeiro e eficiente servo de Deus.Por isso, quando vemos Moisés, à idade de quarenta anos, afastado de todas as honras e magnificência de umacorte, para passar quarenta anos na solidão do deserto, podemos esperar vê-lo empreender uma carreira de serviçonotável; no que aliás não ficamos desapontados. Ninguém é verdadeiramente educado senão aquele a quem Deuseduca. Não está dentro das possibilidades do homem preparar um instrumento para serviço do Senhor. A mão dohomem é incapaz de moldar um "vaso idôneo para uso do Senhor" (2 Tm 2:21). Somente Aquele que quer usá-lo pode prepará-lo; e no caso presente temos um exemplo singularmente belo do Seu modo de o fazer.No Deserto"E APASCENTAVA Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do desertoe veio ao monte de Deus, a Horebe" (versículo 1). Aqui temos, pois, uma mudança admirável na vida de Moisés.

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Lemos em Génesis, capítulo 46:34, que "todo o pastor de ovelhas é abominação para os egípcios" e no entanto,Moisés, que era "instruído em toda a ciência dos egípcios", é transferido da corte do Egito para trás do deserto paraapascentar um rebanho de ovelhas e preparar-se para o serviço de Deus. Seguramente isto não "é o costume doshomens" (2 Sm 7:19) nem o curso natural das coisas: é um caminho incompreensível para a carne e o sangue. Nóshavíamos de pensar que a educação de Moisés estava terminada logo que se tornou mestre de toda a sabedoria doEgito, gozando ao mesmo tempo das vantagens que oferece a este respeito a vida de uma corte. Poderíamos suporque um homem tão privilegiado havia de ter não apenas uma instrução sólida e extensa mas também uma distinçãotal em suas ações que o tornariam apto para cumprir toda a espécie de serviço. Porém, ver um tal homem, tão bemdotado e instruído, ser chamado a abandonar a sua elevada posição para ir apascentar ovelhas atrás do deserto, equalquer coisa incompreensível para o homem, qualquer coisa que humilha até ao pó o seu orgulho e a sua glória,mostrando que as vantagens humanas são de pouco valor diante de Deus; mais ainda, que são "como esterco", nãosomente aos olhos do Senhor, mas aos olhos de todos aqueles que têm sido ensinados na Sua escola (Fp. 3:8).Existe uma diferença enorme entre o ensino humano e o divino. Aquele tem por fim cultivar e exaltar a natureza; estecomeça por a "secar" e a pôr de lado. "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porquelhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1 Co 2:14). Podeisesforçar-vos por educar o homem natural tanto quanto puderdes, sem que jamais consigais fazer dele um homemespiritual. "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (Jo 3:6). Se alguma vez um"homem natural" educado pôde esperar ter êxito no serviço de Deus, esse tal foi Moisés: ele era "instruído... epoderoso em suas palavras e obras" (At 7:22); e todavia teve que aprender alguma coisa "atrás do deserto" que asescolas do Egito nunca lhe haviam ensinado. Paulo aprendeu muito mais na Arábia do que jamais havia aprendidoaos pés de Gamaliel (¹). Ninguém pode ensinar como Deus; e é necessário que todos aqueles que querem aprenderd'Ele estejam a sós com Ele. Foi no deserto que Moisés aprendeu as lições mais preciosas, mais profundas, maispoderosas e mais duráveis; e é ali que devem encontrar-se todos os que queiram ser formados para o ministério.

C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.3. O objetivo da chamada divina (Êx 3.10).

Êx 3.12 Resposta à Primeira Objeção. Moisés não era apenas Moisés; ele era o Moisés em quem Deus estavacumprindo o Seu propósito. Esse é um segredo universal de homens verdadeiramente grandes. Eles sãocapacitados mediante a presença e o poder divino. O projeto era de Deus, e não de Moisés. Moisés seria apenas uminstrumento. Naturalmente, suas habilidades naturais e seu conhecimento seriam usados no plano. Ele não seriaapenas uma marionete.O sinal. Temos aqui uma garantia dada por Deus, como se fora uma promessa, de que 0 plano teria êxito, de talmodo que, ao sair do Egito, o povo de Israel serviria a Deus naquele monte santo, o monte de Deus, Horebe, ouSinai. E isso teve cumprimento, como é lógico. A lei foi concedida ali, e Israel tornou-se uma nova espécie denação, uma teocracia.A Moisés foi dado entender que o êxodo seria um empreendimento teocêntrico, envolvendo um sentido cósmico, oque significa que só o poder divino poderia realizar o feito.Alguns eruditos pensam que o sinal foi a sarça ardente (vs. 3,4); mas isso é menos provável. Ver Êxo. 24.4,5 quantoao cumprimento do sinal, em comparação com Isa. 37.30, outro acontecimento da mesma natureza.Êx 3.13 A Segunda Objeção. Israel não daria crédito ao radical Moisés, que falava em visões e comissões dadaspelo Deus de Abraão. Haveriam de considerá-lo um visionário louco. Não o veriam como uma autoridade. Faltava aMoisés a autoridade divina, de acordo com sua própria estimativa, e o povo de Israel não demoraria a perceber isso.Moisés teria a tarefa de convencer o povo de Israel de que tinha falado com Deus e tinha recebido sua comissão.Qual é o seu nome? De acordo com a Bíblia, o nome de uma pessoa indica o seu caráter. Moisés, pois, estavareivindicando uma nova revelação, e isso requereria um novo nome divino para dar-lhe respaldo. Isso pode ser com-parado com a história do novo nome de Jacó, Israel (Gên. 32.27 ss.). “Cria-se nos dias antigos que a essência deuma pessoa se concentrava em seu nome” (Oxford Annotated Bible, sobre Gên. 32.27). Um novo nome é um novo“eu”. No caso de Moisés, o novo nome indicava uma nova revelação de Deus, um novo propósito.Neste versículo está envolvido muito mais do que a ideia de o Deus de Israel ser identificado mediante um nome, emcontraposição aos muitos nomes que eram adorados no Egito, conforme alguns eruditos têm interpretado.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 318.Embora Deus pudesse ter livrado Israel diretamente por uma palavra, preferiu fazer sua obra por seu servo. DisseDeus a Moisés: Eu te enviarei a Faraó (10). Este homem, outrora auto designado libertador, tinha de ir à presença doorgulhoso rei e tirar Israel do Egito sob a direção de Deus.Identificamos “O Envolvimento de Deus com o seu Povo” em cinco declarações: 1) Tenho visto atentamente, 7; 2)Tenho ouvido, 7; 3) Conheci, 7; 4) Desci, 8; 5) Eu te enviarei, 10.c) As instruções divinas (3.11-22). A princípio, Moisés contestou o plano de Deus usá-lo. Viu: a) sua incapacidade:Quem sou eu?; e b) a impossibilidade da tarefa: E tire do Egito os filhos de Israel? (11). O príncipe que há quarentaanos era confiante em si mesmo agora temia a tarefa. Era mais sábio no que concerne à capacidade humana deocasionar a libertação, mas ainda tinha de aprender o poder de Deus. Como é frequente hesitarmos quando olhamospara nós mesmos — ato que devemos fazer —; mas não precisamos ter medo quando olhamos para Deus!Certamente eu serei contigo (12) sugere que quando Deus escolhe um mensageiro, Ele não se baseia na habilidadedo indivíduo, mas na submissão deste à vontade de Deus. Deus assegurou a Moisés que ele e o povo serviriam aDeus neste monte depois que Israel fosse libertado do Egito. A expressão: Isto te será por sinal, está corretamentetraduzida.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 146.

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II - AS DESCULPAS DE MOISÉS E A SUA VOLTA PARA O EGITO1, O receio de Moisés e suas desculpas.

Moisés foi chamado por Deus, mas não atendeu à voz divina imediatamente. Analisemos os textos que se seguem.Em um primeiro momento (Êx 3.5,6), Deus fala com o pastor Moisés para que tenha temor ao se aproximar, e deimediato se identifica como sendo o Deus de Abraão, de Isaque e Jacó, uma clara referência de que Ele erareverenciado pelos antepassados de Moisés.Após se identificar (Ex 3.7,8), Deus deixa claro que viu a aflição do seu povo e que ia livrá-lo, tirando-os daescravidão e levando-os a uma terra nova e frutífera.“Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3.10). Écurioso que Deus diz a Moisés que vai tirar seu povo do Egito, para depois dizer a Moisés que ele havia sidoescolhido para ir diante de Faraó e convencer o rei a libertar o povo. Por que Ele mesmo não aparecia a Faraó eordenava que o povo fosse solto? Ele tinha de usar alguém para tal função? Sim, Deus tinha de usar Moisés para talfeito. Como Moisés, precisamos aprender que Deus pode fazer grandes coisas sem utilizar ninguém, mas emdiversas situações Ele se utiliza de pessoas como eu e você, limitadas, para cumprir seus propósitos.Analisando de forma mais acurada o texto que narra a conversa de Deus com seu servo, poderemos observar:“Então, Moisés disse a Deus: Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel? E Deus disse:Certamente eu serei contigo; e isto te será por sinal de que eu te enviei: quando houveres tirado este povo do Egito,servireis a Deus neste monte” (Ex 3.11,12).Moisés já tinha visto a sarça ardendo no deserto, e já ouvira Deus convocando-o para a missão que ocuparia umaparte importante de sua vida. Mas nem sempre pessoas que serão grandemente utilizadas por Deus estarão deimediato prontas para obedecer à sua voz quando chamadas. Moisés trouxe seu primeiro questionamento ao Senhor:“Quem sou eu para falar com Faraó e tirar o povo do Egito?” Aos próprios olhos, Moisés não tinha tal capacidade. Éprovável que ele estivesse pensando em seu passado, no crime que havia cometido, no prejuízo que teria seretornasse ao Egito e alguém se lembrasse do que ele fizera. Mesmo se essa possibilidade fosse remota, o certo éque Moisés não estava disposto a obedecer à voz de Deus, e deixou claro que não era qualificado para falar comFaraó.Observe que Deus disse a Moisés que seria com ele. Deus sabia das limitações daquele homem, mas garantiu-lheque o acompanharia. Essa é uma promessa que nos deve fazer refletir, pois não raro, dependemos de muitosfatores para nos sentirmos seguros para fazer a obra de Deus, como recursos, pessoal e tempo. E do que realmenteprecisamos? Da companhia de Deus. Sem ela, nossos recursos, por mais que se mostrem abundantes, serãoinsuficientes. Com a presença de Deus, os recursos, por mais escassos, tornam-se instrumentos de abundância ede milagres diariamente.Então, disse Moisés a Deus: Eis que quando vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais meenviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse Deus a Moisés:EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais aMoisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaquee o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração.(Êx 3.13-15) Moisés fez um segundo questionamento ao Senhor: Qual era o nome daquele que o estavacomissionando? Deuses deveriam ter nomes. Os do Egito tinham suas nomenclaturas, e o nome das divindadesgeralmente espelhava alguma característica relacionada a um poder ou a um hábito dentro da teologia daquele povo.O Deus de Abraão, de Isaque e Jacó deveria ter um nome também. A expressão “o Deus de vossos pais” é muitoimpessoal. Se Deus tem um nome, porque Moisés não poderia sabe-lo? A resposta divina foi: “Diga aos filhos deIsrael que o EU SOU está mandando você para libertá-los. Lembre-os de que sou o Deus de Abraão, Isaque eJacó”. Deus deveria ser identificado como o Deus dos antepassados dos israelitas.Deus ordena que Moisés procure os anciãos e diga que o Deus dos pais deles tinha aparecido e ordenado a ele quefosse falar com Faraó. Observe que Deus não apenas trata de falar com Moisés, mas de dar a ele ordens bemdirecionadas e específicas. Ele deveria falar com Faraó que Deus estava ordenando que o rei deixasse o seu povo ir,mas havia a orientação para que Moisés procurasse os anciãos do povo e comunicasse que Deus tinha visto o queos egípcios fizeram com os israelitas, que Ele os tiraria do Egito e que eles prestariam culto ao Senhor (Êx 13.16-18).A mensagem foi dada, mas isto não indicava que as coisas seriam fáceis para Moisés. Deus diz a Moisés que Faraónão era uma pessoa de fácil relacionamento, e que não deixaria o povo sair. Por isso, Deus feriria o Egito e no fimos israelitas seriam libertos e ainda pediriam aos seus vizinhos egípcios bens em roupas e metais preciosos (Êx3.19-22).Moisés apresentou outra desculpa para não obedecer àquilo que Deus estava mandando: os israelitas nãoacreditariam nele, e ainda diriam que Deus não havia aparecido a Moisés. Se Moisés não se convenceuimediatamente de sua chamada, como convenceria os israelitas de que ele era um enviado de Deus? A resposta deDeus foi imediata, por meio de sinais. Moisés lançou no chão a vara com que liderava as ovelhas de seu sogro, e elase transformou em uma serpente. Quando Moisés pegou a serpente pela cauda, ela se transformou em uma varanovamente. Mas se este sinal foi pouco, Deus tinha outra forma de mostrar seu poder a Moisés:E disse-lhe mais o Senhor: Mete agora a mão no peito. E, tirando-a, eis que sua mão estava leprosa, branca como aneve. E disse: Torna a meter a mão no peito. E tornou a meter a mão no peito; depois, tirou-a do peito, e eis que setornara como a sua outra carne. E acontecerá que, se eles te não crerem, nem ouvirem a voz do primeiro sinal,crerão a voz do derradeiro sinal; e, se acontecer que ainda não creiam a estes dois sinais, nem ouçam a tua voz,tomarás das águas do rio e as derramarás na terra seca; e as águas que tomarás do rio tornar-se-ão em sangue

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sobre a terra seca (Êx 4.6-9).Deus já conversara com Moisés, e lhe mostrou sinais de seu poder. Depois de tantas demonstrações, disse queconfirmaria um terceiro sinal, transformando a água do rio em sangue. O que Moisés queria mais? Ele já tinha vistodois sinais, e se isso fosse pouco, um terceiro sinal Deus faria. Mas Moisés permaneceu na defensiva: desta vez elealegou que não era uma pessoa hábil para realizar discursos que convencessem as pessoas.O tom de voz de Deus começou a mudar naquela conversa. Deus disse que Moisés fosse fazer seu trabalho que Eleo ensinaria como deveria falar (Ex 4.10-12). Moisés apenas deveria aprender a confiar no Senhor.Essas desculpas podem parecer irreais a nós hoje, mas nos lembremos de que Moisés até aquele momento, ao queparece, não tivera ainda um contato com Deus. Ele pode ter sido criado por uma família piedosa, mas aindaprecisava ter sua própria experiência com o Senhor. E por não ter ainda essa experiência, provavelmente não estavadisposto a obedecer. Para não ficar tão mal aos olhos de Deus, ele sugeriu: “Ah! Senhor! Envia aquele que hás deenviar, menos a mim” (Ex 4.13, ARA).Moisés já chegara ao seu limite, e não poderia mais protelar sua obediência ao Senhor. Deus disse-lhe que Arãoseria um companheiro adequado para aquela missão, e que Arão falaria ao povo por Moisés. Desta vez, ele não teriamais alternativas a não ser obedecer (Ex 4.13-17).

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 17-21.

Êx 3.11 Quem sou eu para ir...? Moisés Apresentou Quatro Objeções. 1. Inadequação pessoal (3.11). 2. Aautoridade de Deus (investida em Seu nome) entregue a Moisés diante de Israel (3.13). 3. As dúvidas de Israelacerca da comissão e da autoridade recebida por Moisés da parte de Deus (4.1). 4. A falta de eloquência de Moisés(4.10).Moisés iniciou suas queixas falando sobre suas próprias inadequações. O augusto Faraó nem lhe daria ouvidos. Écomo se Moisés tivesse dito: Domine, non sum dignos. “Os homens mais aptos para grandes missões geralmentesão os que se julgam mais despreparados. Quando Deus chamou Jeremias para ser um profeta, sua resposta foi:Ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque não passo de uma criança (Jer. 1.6). Ambrósio lutou muito para nãoser nomeado arcebispo de Milão. Agostinho relutou em aceitar a missão na Inglaterra. Anselmo temia aceitar aliderança da igreja nos dias maus de Rufo” (Ellicott, in loc.).Durante quarenta anos (Atos 7.30), Moisés tinha sido um humilde pastor no deserto. Estaria ele agora preparadopara ir falar pessoalmente com o Faraó? O Faraó tinha grande poder e um exército bem equipado. E 0 que tinhaMoisés?Êx 4.14 ... se acendeu a ira do Senhor. Temos aqui uma expressão antropomórfica. Por que o Senhor se irou? Nãoporque Moisés estava sendo humilde demais. Antes, estava demonstrando incredulidade e porque, naquelemomento, preferia sacrificar sua grande missão e privilégio em troca de conforto pessoal. A maioria dos homens nãose dispõe a sacrificar-se muito em favor de Deus e do bem. A maioria dos homens é egocêntrica.O Substituto. O texto apresenta Deus a raciocinar com Moisés, cedendo diante de suas objeções e limitações, e,por assim dizer, concordando com as suas condições. Todos nós procuramos tratar com Deus dessa maneira, masisso é uma ilusão. A sugestão divina foi que, em lugar de substituir Moisés, haveria de reforçá-lo no ponto de suafraqueza. Arão, irmão de Moisés, homem que a mente divina sabia ser eloquente (pois, afinal de contas, Deus ohavia criado desse modo, vs. 11), seria um reforço para garantir o sucesso do projeto divino. Fosse como fosse,conforme minha mãe costumava dizer: “Algumas vezes podemos barganhar com Deus, mas de outras vezes, não”.Ademais, 0 homem espiritual sabe que, algumas vezes, 0 melhor dos homens precisa ser fortalecido em seuspontos fracos, a fim de não fracassar. Deus lembra-se de que somos apenas pó. (Sal. 103.14).A Elevação de Arão. Esse foi um dos fatores que 0 qualificou para sua obra de sumo sacerdote, e qualificou a suatribo, a dos levitas, a ocupar o oficio sacerdotal. Arão tornou-se o porta-voz de Moisés. Neste versículo, Arão échamado de levita. Alguns críticos pensam que essa afirmação tenha sido feita a fim de conferir a Arão e à sua triboa autoridade sacerdotal, mediante um texto de prova bíblico que favorece tal autoridade. O autor sagrado estaria aquifirmando os levitas como uma ordem sacerdotal autorizada, mediante uma palavra divina.... se alegrará em seu coração. Provavelmente essas palavras indicam que Arão sentir-se-ia feliz em participar doprojeto de libertação, a despeito de seus perigos, e não apenas que se alegraria por ver Moisés, ao qual talvez já nãovisse por algum tempo, que não é aqui designado.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 318.Moisés percebeu que, como porta-voz de Deus, ele tinha de convencer o povo. As pessoas perguntariam: Quem éeste Deus que está te enviando? Qual é o seu nome? (13). Os deuses egípcios tinham nomes, e as pessoas iamquerer saber o nome do Deus delas.Aqui em Horebe, Deus disse: EU SOU O QUE SOU (14). O original hebraico é uma forma da palavra Yahweh(Jeová). O tempo é indefinido, podendo significar igualmente o passado, o presente ou o futuro.20 Deus “se revelou aMoisés não como o Criador — o Deus de poder — Elohim, mas como o Deus pessoal de Salvação, e tudo o quecontém o ‘eu sou’ será manifestado pelos séculos por vir”.21 Este nome também revelou sua eternidade — Ele era oDeus de vossos pais e este seria seu nome eternamente: Seu memorial de geração em geração (15). Mais tarde,este Ser divino disse que seria ele aquele “que é, e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1.8). E evidentepor Gênesis 4.26 (onde Yahweh é traduzido por “o SENHOR”) que aqui Moisés recebeu uma explicação de um nomehá muito conhecido (cf. tb. 6.3 e os comentários feitos ali).

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 146-147.10. Eu te enviarei. Davies aponta esta passagem como a comissão apostólica de Moisés. Não há contradição entreo envio de Moisés e a intenção declarada de Deus de realizar pessoalmente a obra, Deus normalmente trabalha

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através da obediência voluntária de Seus servos, realizando Sua vontade. Cristo pode ter tido esta passagem emmente quando deu uma comissão apostólica semelhante a Seus discípulos (João 20:21).11. Quem sou eu. Esta não é uma pergunta existencial mas uma expressão de dúvida (cf Jz 6:15). Moisés, aocontrário de seus anos no Egito, aprendera a desconfiar de si mesmo tão profundamente a ponto de incorrer na irade Deus (4:14). Auto-desconfiança só é virtude quando nos leva a confiar em Deus. Caso contrário, termina emparalisia e incapacidade espirituais, "bem como em completa relutância em levar a cabo qualquer tipo de ação.Moisés, tal como Elias, é o exemplo do homem que sofreu um “ colapso nervoso” e se encontra completamentefechado para o trabalho de Deus. 12. Eu serei contigo. A frase “ Eu serei” (hebraico ’ehyeh) é quase com certeza um jogo de palavras com YHWH, onome divino, explicado nos versos 14 e 15. O único meio de “ traduzir” o jogo de palavras para o português seriadizer “ Eu, Deus, serei contigo” . Deus responde à objeção levantada por Moisés quanto à sua incapacidade, de duasmaneiras. Primeiramente Ele promete Sua própria presença; em segundo lugar, dá a Moisés um sinal ou prova deque está com ele. Depois disso Moisés não tem mais direito de protestar. Já não se trata de falta de autoconfiança(o que é bom) mas falta de fé (que é pecado). Este será o sinal de que Eu te enviei. A despeito de várias outrasinterpretações mais sofisticadas, a explicação mais simples de uma “ prova” é ainda a melhor. A nação que foraescrava, depois de liberta, adoraria a Deus um dia naquele mesmo Monte Sinai. Como diríamos hoje, era questão dever para crer. O sucesso da missão confiada a Moisés provaria além de qualquer dúvida que Deus estava com ele eo havia enviado.Tais sinais sempre seguem a fé. Por enquanto, Moisés deve avançar pela fé; a situação é típica da perspectivabíblica quanto a sinais. A grande aliança e a doação da Lei no Sinai foram o cumprimento deste sinal (cap. 19 ss).Basta esta promessa para entendermos a insistência de Moisés perante Faraó de que Israel precisava celebrar umafesta a YHWH no deserto (5:1); somente assim o sinal poderia ser cumprido.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 65-66.MOISÉS TENTA ESQUIVAR-SE DE DEUSLonge de sentir-se encorajado com sua experiência na sarça ardente, Moisés inventa uma série de desculpas queele acredita desqualificá-lo como escolha de Deus. Quem sabe Deus cometeu um erro de julgamento! Suasdesculpas são:Incapacidade (ou au Lo dep reciação): “Quem sou eu, que vá a Faraó e tire do Egito os filhos de Israel?” (3.11)Ignorância'. “Eis que quando vier aos filhos de Israel [...] e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?”(3.13)Incredulidade-, “Então, respondeu Moisés e disse: Mas eis que me não crerão, nem ouvirão a minha voz, porquedirão: O Senhor não te apareceu” (4.1).Inexpressividade. “Ah! Senhor! Eu não sou homem eloquente [...] porque sou pesado de boca e pesado de língua”(4.10).Insubordinação-, “Ah! Senhor! Envia aquele que hás de enviai; menos a mim” (4.13 — ARA).Childs, com correção, comenta: “O avanço do diálogo é mais visceral que racional”.Felizmente para Moisés, o Deus com quem ele conversou já estava acostumado à desculpas semelhantes. Deusretorque a cada escusa apresentada.Incapacidade. Nas várias respostas de Moisés, nota-se que ele considera seus próprios recursos, sem contar comos recursos de Deus. Logo, para corrigi-lo e refutar sua primeira desculpa, Deus diz: “Eu estarei com você” (Ex 3.12— NVI). Isso significa que, para Moisés, a principal questão não é “Quem sou eu?”, mas “A quem pertenço?”(Conforme o que afirma o apóstolo Paulo: “Porque, esta mesma noite, o anjo de Deus, de quem eu sou e a quemsirvo, esteve comigo” [At 27.23]). D. E. Gowan, em um fascinante estudo dessa expressão (“Eu estarei com você” /“o Senhor estava com ele”) no Antigo Testamento, frisa que ela é predominantemente utilizada com pessoas emposição de liderança, ou prestes a assumi-la. E também utilizada com pessoas que enfrentam um sério perigo oucuja chance de fracasso é grande. Assim sendo, jamais se pretendeu que ela significasse uma “garantiaincondicional de segurança do status quo [...] (ou) fosse uma expressão comum utilizada em relação a um bem-estar geral”. Como garantia.Deus provê um “sinal” (3.12a). Para decepção de Moisés, o sinal se tornaria evidente somente após ele arriscar aprópria vida (3.12b). O que ele deseja é um sinal antecipado, não posterior; não apenas a palavra do Senhor, masum sinal tangível.Ignorância. Moisés previu que lhe seria perguntado algo que não saberia responder. Pode ser que tal preocupaçãotivesse sido motivada por suposições quanto à possibilidade de o nome de Deus ter sido apagado da memória doshebreus, visto que já estavam há tanto tempo refugiados no Egito. Mais provavelmente, contudo, ele estavapreocupado com a possibilidade de lhe pedirem para identificar pelo nome o Deus que o enviou, como em um tipo deteste para validar seu ministério entre eles. Talvez não seja incidental o fato de as Escrituras jamais registraremalguém fazendo essa pergunta. Apesar disso, Deus não considera as preocupações de Moisés inválidas.Em resposta, surge o nome do próprio Deus, Jeová, ou como ele é muitas vezes chamado, o Tetragramaton (ouseja, o tetragrama formado por quatro letras hebraicas\y-h-w-h). E enorme o número de estudiosos que já trataramdessa questão. Para os principiantes, podemos definir como a terceira pessoa do singular do verbo h-w-h, “ser”, ouseja: “ele é” ou “ele será”. Via de regra, a tradução no versículo 14 de ’ehyeh ’ashèr ’ehyeh é “eu sou o que sou”,apesar de uns poucos (como, por exemplo, C. H. Gordon e C. Isbell) estudiosos defenderem que essa frase está naterceira pessoa e não na primeira pessoa, de modo que deveria ser lida como “Ele é o que Ele é” .Qual o significado da resposta de Deus? Seria uma evasiva, uma humilhação para Moisés, que, assim como Jacó(Gn 32.29) ou a mãe de Sansão (Jz 13.6), não tinha direito algum de indagar sobre o nome sagrado? O argumento

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apresentado no versículo 14b (“Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós”) demonstra que não setrata de uma evasiva. E uma resposta suficiente e satisfatória para que Moisés atenda ao povo no caso de a questãoser levantada.Na sintaxe hebraica, quando o verbo da oração subordinada é o mesmo da oração principal, existem duas traduçõespossíveis. E exatamente isso que encontramos aqui: “Eu sou o que Sou” (3.14).Para exemplificar, podemos citar Êxodo 4.13, onde se lê: “Envia aquele que hás de enviar” (ARA); ou seja, “enviequalquer outro, menos eu” . Em 1 Samuel 23.13, lemos literalmente: “Então, se levantou Davi com os seus homens[...] e foram-se aonde puderam”; ou seja, “foram para onde puderam ir”. Nesses dois exemplos, com o orador noprimeiro e o narrador no segundo, vemos expressões deliberadamente genéricas. Ao comentar sobre essaexpressão em Êxodo 3.14, Martin Noth observa: “O tipo de indefinição expressa deixa um grande número depossibilidades em aberto (‘Eu sou aquilo que quiser ser’)” .A mesma expressão pode transmitir não apenas indeterminação, mas também veemência e realidade. Êxodo 33.19.“terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia e me compadecerei de quem me compadecer” , por exemplo, nãoexpressa indefinição, mas veemência. Da mesma forma, Ezequiel 12.25.“Porque eu, o Senhor, falarei, e a palavra que eu falar se cumprirá”, significa que o Senhor não pode ser silenciadoou sua palavra abafada. Um texto neotestamentário semelhante pode ser encontrado na palavras de Pilatos: “O queescrevi, escrevi” (Jo 19.22).Sua palavra é imutável e indelével.Nesse sentido, portanto, “Eu sou o que Sou” significa que “eu estou (com você, onde quer que você esteja), que eurealmente estou” . Parte dessa nuança é aventada pela tradução da Septuaginta, que traz “Eu sou aquele que é” .Voltando à sintaxe hebraica, o sujeito da oração subordinada deve concordar em gênero e número com a oraçãoprincipal. Sendo assim, Êxodo 20.2 literalmente diz: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que [Eu] te tirei da terra do Egito,da casa da servidão”. E claro que na sintaxe da língua portuguesa o “que” já bastaria como sujeito do verbo, mas emhebraico, não passa de um conectivo que liga a oração principal à subordinada. Em consequência, o termoequivalente a “Eu sou o que Sou” seria “Eu sou ele que é”. E visto que ele é, ele está sempre presente, ainda queem meio à confusão que havia no Egito.O fato de Deus revelar seu nome a Moisés indica a impossibilidade de poder haver um relacionamento significativocom alguém cujo nome não se conhece. Contudo, como Terence Fretheim enfatiza, conhecer o nome de alguémimplica em poder honrar ou desonrar esse nome. Deus se dispõe a assumir esse risco, mas não sem antes dar umalerta. Logo, o Deus que revela seu nome a Moisés em Êxodo 3 e 6 toma o cuidado de proibir seu uso errado emÊxodo 30 (v. 7).Incredulidade. Ainda assombrado pela possibilidade de ser rejeitado, Moisés sugere que sua credibilidade seráatacada por seu próprio povo. O povo de Deus é mais difícil de lidar que os inimigos do Altíssimo.Moisés recebeu três sinais de Deus para comprovar seu chamado divino: uma vara é transformada em cobra e entãonovamente em vara; uma mão é tomada pela lepra e então curada; um copo cheio de água do Nilo, ao ser derramadona terra, transforma-se em sangue (4.2-9). Os dois primeiros, ao menos para Moisés, devem ter sido assustadores.George Knight comenta: “Deus precisou sacudir de Moisés seus raciocínios egoístas. Moisés precisou aprender queninguém menos que Deus o chamava para fazer coisas absurdamente difíceis”.Inexpressividade. Uma coisa é realizar atos miraculosos, mas o que acontece se a pessoa também precisar falar etemer ficar com a língua presa ou confundir as palavras? Poderiam alguns tropeços verbais destruir os bons efeitosdos sinais sobre o povo?E interessante observar que Estevão fala sobre um Moisés “instruído em toda a ciência dos egípcios e [...] poderosoem suas palavras e obras” (At 7.22). Ou Estevão está deliberadamente exagerando em sua exposição, ou o queMoisés demonstrou foi uma falsa humildade; ou seja, negou um dom que Deus efetivamente lhe dera.Pode ser, no entanto, que Moisés de fato sofresse de algum tipo de problema na fala (Tigay), o que justificaria seustemores.Insubordinação. O esforço de Moisés em evitar suas responsabilidades chegam ao clímax em sua quinta objeção:“Manda outra pessoa” . De modo relutante, Deus cede aos seus desejos, sugerindo que Arão seja o representante deMoisés. As credenciais de Arão? “Eu sei que ele falará muito bem” (4.14). Como bem? Pelo menos suficientementebem para reunir apoio e recursos para a apostasia do bezerro de ouro (Ex 32)!Satisfeito por Deus tê-lo ao menos suprido de um assistente, Moisés volta até seu sogro para dizer adeus (um tantodiferente da separação entre Jacó e Labão!) e segue para o Egito.Em seguida, lemos o mais estranho acontecimento narrado no livro de Êxodo. Antes de chegar a seu destino,Moisés encontra-se com o Senhor, que tenta matá-lo. (Moisés ou o primogênito de Moisés?) A passagem éextremamente confusa. Por que Deus procuraria matar Moisés logo após chamá-lo? Na frase “o Senhor o encontroue o quis matar”, quem é o “o”? Seria Moisés ou um de seus dois filhos? Caso fosse um filho, qual dos dois? ComoZípora, uma midianita, sabe como reagir prontamente naquela situação?Na frase “e o lançou a seus pés”, aos pés de quem ela lançou? Seriam os pés de Moisés, do filho ou do agressorcelestial (a ARA substitui abertamente o “o” por “Moisés”)? Que devemos entender quando Zípora reageautomaticamente: circuncida seu filho com uma pedra afiada e toca os pés de alguém (seria isso um eufemismopara genitália?) com o prepúcio. Graças à ação rápida da esposa, Moisés (ou seu filho) é salvo. Fretheim comentaque Zípora, ao salvar Moisés (ou seu filho) da ira de Deus, prenuncia o ministério de intercessão de Moisés (capítulo32), o qual salva Israel da ira divina.Se ela não tivesse tomado uma atitude, Moisés (ou seu filho) seria morto. Se Moisés não orasse e implorasse pelamisericórdia de Deus, o povo de Israel seria morto e Deus começaria tudo outra vez com Moisés. Zípora assemelha-

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se a Raabe e Rute: três mulheres gentias que demonstram grande sabedoria e coragem, sendo usadas por Deuspara livrar e preservar seu povo.A história claramente enfatiza a importância da circuncisão como um sinal da aliança. Não se trata de um ritual a serrealizado conforme a conveniência do momento. Não se pergunta ao adorador se ele acha isso apropriado eimportante. A circuncisão é uma ordenança divina. O ministério junto à família tem precedência sobre o ministériopara com a congregação. A respeito desse incidente, C. H. Gordon comenta: “Ele tem o objetivo de alertar os judeusde todas as gerações: ‘Não deixem de circuncidar seus filhos! Se nem Moisés conseguiu fugir disso, como poderiamvocês?’”A utilidade da narrativa, contudo, vai além de uma lição com fins práticos para as gerações vindouras. Já vimos queinteriormente que a circuncisão era o sinal da aliança especial com Abraão e sua semente (Gn 17). Como mediadorda aliança, Moisés precisa cumprir em si o sinal da aliança. Além do mais, a circuncisão feita por Zípora identificaMoisés e seu filho como pertencentes à descendência de Abraão. A aliança de Deus com Abraão incluiu Moisés naqualidade de filho de Abraão. Toda tentativa de se traçar distinções rígidas entre a aliança com os patriarcas e aaliança firmada no Sinai acaba neutralizada pela correspondência entre as obrigações de Moisés e Abraão.Greenberg relaciona as temáticas desse relato e da experiência de Jacó em Peniel. Um agressor divino, encobertopela escuridão, ataca alguém que está desprevenido. Jacó estava na expectativa de se reconciliar com Esaú.Moisés estava voltando ao Egito para reunir-se com seus compatriotas e enfrentar Faraó. O sangue ali derramado,que resultou no livramento de Moisés, prenuncia a libertação de Israel do Egito, também com derramamento desangue. As correspondências entre esse incidente, em Êxodo 4. e a Páscoa, em Êxodo 12, são por demaisinteressantes. Ambos acontecem à noite (4.24; 12.8,12,29). Em ambos, a circuncisão tem um papel fundamental(4.25,26; 12.43-49). Ambas utilizam o verbo “lançar” (nãga")\ em 4.25, Zípora “lançou” o prepúcio aos pés de Moisésou de seu filho; enquanto, em 12.22, as pessoas devem “lançar” um pouco de sangue nas vergas e ombreiras dasportas de suas casas. E, acima de tudo, em ambos os casos o sangue derramado protege alguém da ira de Deus.Para esse episódio, existem outros temas análogos em Gênesis e Êxodo. O Senhor, por exemplo, livra, comissionae, então, procura matar Moisés. De forma semelhante, o Senhor livra, comissiona e procura, logo em seguida,exterminar seu povo (Ex 32.10). Em ambos os casos, o juízo é causado por uma violação dessa aliança. A prestezade Zípora salvou Moisés e a intercessão de Moisés salvou os israelitas.Assim como a atitude astuta de Raquel salvou Jacó de Labão a agilidade de Zípora salvou Moisés de Deus. Knightlevanta algumas questões interessantes: “Será que Zípora compreendia esse aspecto da aliança melhor que seumarido? Cria ela que a união de um homem e uma mulher em aliança refletia a importância da própria aliança divina,de modo que seu marido havia desonrado tanto ela como a Deus? Seria possível que ela, intuitivamente, tivessecompreendido a gravidade da revelação de que não há redenção sem o derramamento de sangue?”Pelo menos no curto prazo, a vida de Moisés não se tornou nem um pouco mais agradável. Após um difícil diálogocom Deus (3.1—4.17), ele se acha à beira da morte (4.18-26). Ele já havia conhecido a Deus em meio a um debate;agora, conhecia-o como um divino agressor. Em seguida, há um momento de alívio (4.27-31), quando Moisés érecebido de volta e se reúne com todo o povo em um culto de adoração e louvor.O Faraó, no entanto, é obstinado. Ele é totalmente indiferente aos apelos de Moisés (5.3). Ao afirmar: “Não conheçoo Senhor”.Faraó quer dizer que não reconhece sua autoridade. Sua declaração parece ser uma combinação de desafio eignorância. Um Faraó anterior não “conhecera” José (1.8) e aquele Faraó não “conhecia" Jeová como Jeová, tal qualos patriarcas que, conforme 6.3, são impedidos de “conhecer” Jeová como Jeová.Para piorar tudo, a carga de trabalho exigida dos hebreus foi aumentada de maneira absurda (5.4-18). Como seria dese esperar, os hebreus ficam profundamente ressentidos com seu suposto libertador (5.19-21). Que mudança deânimo! Num dia, lisonja no outro, repúdio. Diante de um outro libertador, um dia o povo diria: “Hosana”; e então, nodia seguinte: “Crucifica-o!” Observe a aspereza das palavras de Moisés para Deus nos versículos 22,23. Em suaraiva e perplexidade, ele dá início a uma tradição de dizer a verdade em oração, novamente verificada em algunssalmos de lamento (SI 73, por exemplo) e nas “confissões” de Jeremias (Jr 12.1-6; 15.16-18; 20.7).

VICTOR P. HAMILTON. Manual do Pentateuco. Editora CPAD. pag. 162-169.2. Deus concede poderes a Moisés.

Deus não apenas convocou Moisés para aquela empreitada, mas deu- lhe poderes específicos para que orepresentasse. Os sinais que Moisés presenciou eram um prenúncio do que Deus haveria de fazer no Egito. Eledeveria contar aos hebreus o que presenciara e, mais que isso, deveria, por recomendação divina, pegar a água dorio e lançá-la na terra, para que se tornasse em sangue. Moisés, portanto, tinha não apenas os sinais para contaraos hebreus, mas tinha também outro para fazer na frente deles, caso não acreditassem na sua palavra.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 21.

Deus Concede Poderes a Moisés (4.1-17)Os críticos atribuem esta seção a uma combinação das fontes J, E e P(S). Moisés tinha recebido o informe de queera participante do Pacto Abraâmico (Êxo. 2.24). Tinha recebido o Novo Nome de Deus que impressionaria Israelcom sua autoridade (Êxo. 3.14). Tinha recebido muitas promessas de sucesso (Êxo. 3.16 ss.), a começar pelosanciãos de Israel, o que culminaria com o resgate de Israel da servidão no Egito. Agora, porém, ele precisavareceber poderes divinos, sendo esse o tema da seção à nossa frente. Esses poderes seriam miraculosos, porquantosomente milagres de Deus poderiam conseguir o livramento de Israel. Ver as notas sobre o Pacto Abraâmico emGên. 15.18, como também os vss. 13 e 16 daquele capítulo.O texto que se segue destaca mais duas objeções feitas por Moisés. Ver Êxo. 3.11 quanto às três objeções de

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Moisés, com suas respectivas referências. Agora, era mister que Moisés autenticasse sua autoridade diante dosanciãos de Israel (Êxo. 4.1); e também deveria haver alguma provisão para que ele se comunicasse bem, pois nãoera homem eloquente (Êxo. 4.10). Deus cuidou paciente e eficazmente dos temores de Moisés. Mas quem não teriatais temores se tivesse de enfrentar ao Faraó e a uma tarefa aparente- mente impossível? Deus deu a Moiséspoderes miraculosos (vss. 3,5-9) a fim de mostrar-lhe que o projeto divino contaria com o poder de Deus, que semanifestaria através dele.No Egito florescia uma mágica supersticiosa. Mas não devemos supor que Moisés participasse dessas artesmágicas. Foi-lhe dado o poder divino, e não um poder mágico. Alguns estudiosos liberais atribuem esse relato ameras noções supersticiosas. O homem espiritual, porém, sabe que existem milagres.Êx 4.1 Eis que não crerão. Moisés referia-se aos anciãos de Israel (ver os vss. 5 e 21). Além disso, o Faraó tambémnão daria crédito à simples palavra de Moisés. Era mister que ele se tornasse um Moisés dotado de poderesmiraculosos, para que seu testemunho fosse eficaz. Os milagres sempre foram úteis para efeito de autenticação.Mas também servem de veículos da misericórdia divina. Cf. Atos 7.22. Moisés possuía toda a sabedoria do Egito,mas agora estava munido de muito mais do que isso. Agora também fora divinamente dotado, o que o distinguia dosmágicos do Egito.Os milagres cristalizam-se em torno de certas crises do trato de Deus com o homem” (Ellicott, in loc).As palavras têm grande valor. Algumas vezes, porém, é mister adicionar obras. E mais ocasionalmente ainda, devehaver obras miraculosas se os propósitos de Deus tiverem de cumprir-se.Êx 4.2,3 Uma vara. Provavelmente era um cajado comum. Mas logo a vara seria transformada em uma serpente. Ahabilidade dos mágicos egípcios aparentemente incluía a capacidade de hipnotizar uma serpente, fazendo-a tornar-se rígida. E assim os mágicos eram capazes de segurar na mão uma serpente hipnotizada, para admiração doscircunstantes. Era um truque de mágico. Mas fazer um pedaço de madeira transformar-se realmente em umaserpente era coisa totalmente diversa.Os céticos pensam que temos aqui uma exibição de antigas artes mágicas, aprendidas no Egito por Moisés. Osmágicos são capazes de fazer coisas deveras admiráveis, embora tudo não passe de ilusão. Mas quando Moisésfugiu da serpente, não havia nela nenhuma ilusão! Os egípcios usavam de ilusão e imitação. Moisés, porém,realizava feitos reais extraordinários. Essa era a diferença vital entre o antigo Moisés e 0 novo Moisés. Se os críticosveem apenas um elemento supersticioso nessa questão da “vara”, podemos estar certos de que havia ali poder, porcausa do poder que Yahweh tinha atribuído a Moisés. Assim também a coroa de um rei não tem, em si mesma,nenhuma autoridade. Trata-se apenas de um símbolo dessa autoridade. A vara de Moisés era apenas um objeto demadeira. Mas pareceu bem a Yahweh agir quando Moisés brandia aquela vara. Esta tornara-se emblema do poderdivino nele investido, que funcionava sempre que isso se tomava necessário. Ver Êxo. 4.17 quanto a notasadicionais sobre a vara.O Primeiro Milagre. Temos aqui o primeiro milagre a ser registrado na Bíblia. Os intérpretes judeus ornavam o textocom toda espécie de descrição pavorosa sobre as serpentes venenosas. Filo, porém, realmente exagerou noscomentários, ao dizer que a serpente era, de fato, um enorme dragão (De Vita Mosis, 1.1 614).Êx 4.4 Pega-lhe pela cauda. Moisés fugiu de medo, mas a voz de Deus ordenou- lhe que não tivesse medo esegurasse a serpente pela cauda, 0 que não exigia pequena coragem! Moisés obedeceu e, para seu espanto, aserpente transformou-se de novo em uma simples vara. Esse ato final foi necessário para mostrar a Moisés queaquilo que tinha acontecido não era apenas uma ilusão. Moisés tinha que ver, antes de tudo, a autenticidade dopoder divino, antes que pudesse convencer os outros a esse respeito.Metáforas. O que os intérpretes judeus dizem aqui, embora interessante, é totalmente inútil. A serpente é concebidacomo 0 diabo, ao qual Moisés aprendeu a controlar. Além disso, seus três estados ilustrariam a vida de Israel:primeiro Israel floresceria no Egito, sob José (a serpente como uma vara); então Israel seria escravizado (a serpenteadquire vida e torna-se perigosa); e, então, Israel seria libertado (a serpente volta a ser uma vara, sem nenhumdano).Os intérpretes cristãos veem Cristo aqui: a vara, Sua força; Ele foi lançado por terra em Sua humilhação; finalmente,foi-Lhe restaurado o poder. Mas outros eruditos pensam mais no ministério de Moisés: a principio, em conforto e empaz; então, em perigo; finalmente, foi-lhe devolvida a paz e a vitória.A fé triunfou sobre o mero instinto. O instinto de Moisés consistiu em fugir da serpente. Mediante a fé, porém, foicapaz de vencer isso e segurar a serpente pela cauda. Por igual modo, ele seria capaz de domar a serpente, ouseja, o Faraó.Êx 4.5 Para que creiam. Os milagres autenticam a fé, e esse tem sido sempre o uso da fé. Este versículo faz-nosvoltar aos nomes divinos que figuram com tanta importância neste texto.Em seguida, Moisés levou a Israel os nomes tradicionais de Yahweh e Elohim, associando-se ao propósito que tinhaoperado através dos patriarcas (Êxo. 3.15). E isso é repetido neste versículo. Ver Êxo. 3.13 quanto ao poderexistente no nome de uma pessoa, de acordo com uma antiga crença.Para que [eles] creiam. Esse “eles” (oculto em nossa versão portuguesa) refere-se aos anciãos de Israel, cujacooperação com Moisés seria um sine qua non (sem a qual não) do projeto divino. O vs. 21, porém, aplica a questãoaos egípcios.“Sem o dom de milagres, nem Moisés teria persuadido os israelitas, nem os apóstolos teriam convertido o mundo”(Ellicott, in loc.).Êx 4.6,7 O Segundo Milagre Autenticador. O primeiro milagre, Moisés exibiu diante dos egípcios (Exo. 7.10 ss.). Maseste segundo milagre não foi efetuado diante do Faraó, pelo menos até onde vai o registro sagrado. Mas talvez o vs.30 tencione dizer que assim aconteceu.

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A mão estava leprosa. No Oriente, essa era uma doença comum, ainda que outras enfermidades, e não somente adoença de Hansen, fossem chamadas por esse nome. Ver uma de suas mãos leprosa deve ter assustado Moisésmais ainda do que a serpente. Um mágico poderia fingir tal acontecimento, escondendo algo em sua capa que seapegasse à sua mão como se fosse pele leprosa. Mas um homem que realmente ficasse com uma mão leprosa,mesmo que por alguns segundos apenas, certamente teria consciência do fato. Deus é aqui visto como aquele quepode curar doenças incuráveis. Moisés deve ter passado do horror para o alívio. Essa foi outra lição objetiva depoder. Esse poder foi posto à sua disposição. O primeiro sinal talvez não fosse convincente; mas 0 segundo semdúvida convenceria (vs. 8).Josefo, ao que parece, pensava que Moisés também tinha usado esse segundo sinal, embora isso não sejaregistrado na Bíblia. Os egípcios chamavam os hebreus de leprosos”, talvez porque Moisés lhes tinha mostradoesse sinal. Ver Contra Ap. 1.26.A modalidade esbranquiçada de lepra era considerada a pior, incurável. Ver Lev. 13.3,4; Num. 12.10. Alguns antigosescritores registraram que 0 povo de Israel foi expulso do Egito porque entre eles havia tão grande número deleprosos que os egípcios não queriam contato com eles. Assim disseram Tácito (Hist. 1.5 c.3) e Trogo (Justino eTrogo, 1.36 c.2).Êx 4.8 O Segundo Sinal. O sinal da mão leprosa, que era curada, foi 0 mais estonteante, garantindo que a Moisésdar-se-ia crédito. Ver no Dicionário 0 artigo Sinal (Milagre). Diz literalmente o hebraico, “a voz do sinal”. Tal sinaldaria uma mensagem clara e convincente. Naturalmente, há milagres falsos, ou seja, milagres por trás dos quaisfalam vozes malignas. As pessoas também dão ouvidos a esses “falsos sinais”. Um milagre não serve de provaindiscutível de correção. No caso de Moisés, entretanto, eram esperados resultados positivos.Êx 4.9 O Terceiro Sinal. Jesus transformou água em vinho (João 2). Esse foi 0 Seu primeiro milagre. Moiséstransformou água em sangue. Potencialmente, esse foi o seu terceiro milagre. Uma vez mais, não há registro bíblicode que ele tenha usado esse “milagre-sinal”, tal como no caso do segundo (vss. 6,7). “O Deus da fé bíblica é senhordo mundo que Ele mesmo criou. O Deus que controla até os demônios não é alguém que possa ser lisonjeado peloshomens; antes, Ele impõe ao homem a responsabilidade e chama-o para que entre em compromisso sério” (J. CoertRylaarsdam, in loc.). Visto que os egípcios consideravam o rio Nilo como uma fonte de vida, e alguns chegavammesmo a pensar que esse rio era divino, Moisés, ao transformar suas águas em sangue, mostraria ser controladoraté mesmo daquilo que era tão reverenciado pelos egípcios. O vs. 30 deste capítulo pode significar que os váriossinais (todos eles) foram realizados, embora nada de específico seja dito a respeito. Seja como for, o resultado foi acrença, conforme fora prometido a Moisés. Mais tarde, quando Arão feriu as águas do Nilo com sua vara, estas setransformaram em sangue (Êxo. 7.17-21). Milagres com sangue aparecem entre os milagres e os juízosapocalípticos (Apo. 8.7; 11.6; 16.4).O rio Nilo era considerado sagrado e vital para a vida humana no Egito. Se Moisés foi capaz de poluir ou causar danoàs suas águas, então é que os egípcios tinham encontrado nele um respeitável adversário. A libertação de Israelseria o resultado final do dramático conflito.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 316-317.Os sinais divinos (4.1-9). Moisés era muito humano, e sua fé ainda estava fraca. Ele disse acerca dos hebreus: Eisque me não crerão (1). Deus então pacientemente lhe deu mais garantias. Usando o cajado comum de pastor, Deusdeu provas do seu poder sobrenatural (2,3) transformando a vara em cobra.O segundo sinal para Moisés foi a mão que ficou leprosa (6,7). Se as pessoas não cressem no primeiro nem nosegundo sinal, creriam no terceiro: a transformação das águas do rio em sangue quando fossem despejadas emterra seca (9). Além do caráter miraculoso, estes sinais ensinavam lições importantes. Avara, símbolo do pastor outrabalhador comum, quando entregue a Deus se torna maravilha e poder. A lepra, símbolo do pecado e corrupção noEgito, pode ser curada imediatamente pelo poder de Deus. O sangue, sinal de guerra e julgamento, garantiavingança pela maldade dos egípcios.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 147.Os três sinais.1. YHWH não te apareceu. Moisés aceitou a realidade da revelação de Deus, mas será que seu povo faria omesmo? O prometido sinal de que iriam sacrificar a Deus em Seu monte não seria suficiente para eles, pois já exigiaa presença de fé (como o sinal da ressurreição de Cristo, Mt 12:39) e nem isso eles possuíam. Moisés solicita sinaisde nível inferior, sinais que possam conduzir à fé ou até mesmo criá-la, e assim validar sua vocação aos olhos dopovo de Israel. João Batista jamais recebeu poder para realizar “ sinais” desta natureza (Jo 10:41); Cristo se recusoua realizá-los (Mt 12:39), mas alguns personagens do Velho Testamento receberam sinais confirmatórios (porexemplo Acaz, em Isaías 7:11). A passagem em discussão não implica necessariamente em que Israel jáconhecesse o nome YHWH. O narrador ou Moisés pode estar simplesmente usando o novo nome para indicar oconhecido Deus patriarcal (6:3). Já que a frase é uma negativa enfática, podemos parafraseá-la “ o Deus de nossosancestrais não te apareceu” . Moisés está pensando ainda na amarga experiência de 2:14, “ Quem te pôs porpríncipe e juiz sobre nós?”2. Uma vara. Provavelmente o tradicional cajado curvo do pastor mencionado no Salmo 23:4. No versículo 20 ela échamada “ a vara de Deus” , por ser usada nos milagres e em 7:9 é usada por Arão. Comentaristas que procuramdeterminar fontes salientam o fato de que na tradição J, ela aparece como um cajado nas mãos de Moisés; na fonteE, ela aparece como uma miraculosa “ vara de Deus” (4:20), ao passo que em material sacerdotal (fonte P) aparececomo a vara de Arão (7:9). Essas “ contradições” aparentes são apenas verbais, normais em tradição oral e apenasconfirmam a existência de testemunhas independentes de uma tradição fidedigna.3. Cobra, nãfyãsé a palavra hebraica comum para cobra. Números 21:9 usa esta palavra como explicação para o

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termo “ seraph” , as serpentes que atacaram Israel no deserto, das quais uma imagem foi colocada num mastro,mas os dois incidentes não são paralelos. Êxodo 4:30 menciona a realização deste (v. 3) e dos outros sinais napresença dos israelitas (aparentemente por Arão e não por Moisés). Em 7:9-10 Arão realiza o mesmo sinal mais umavez, perante o incrédulo Faraó. Nessa referência, entretanto, a palavra usada para cobra é tannin, que bem podesignificar um lagarto ou até mesmo um pequeno crocodilo (Driver), bem apropriado para as margens do Nilo.9. Se nem ainda crerem mediante estes dois sinais. Um terceiro sinal ainda mais impressionante deveria ser dado.Estes três podem ser considerados juntamente, como sendo do mesmo tipo. São os três de natureza maissuperficial, com o objetivo de promover fé. Eles convencem a Israel (4:31) mas não convencem a Faraó (7:13,23).Não há referência direta ao uso do sinal da lepra perante Faraó, mas é interessante comparar a narrativa da lepra ecura de Miriã em Números 12. Não podemos agora precisar a natureza exata destes sinais. Podemos afirmar a suadescrição nas Escrituras, tal como devem ter parecido aos olhos de quem os presenciou: uma vara transformada emcobra, uma mão leprosa curada e água transformada em sangue. Alguns aceitam a narrativa literalmente, como oque chamaríamos de manifestações sobrenaturais do poder de Deus. Outros procuram encontrar Deus, o Senhor danatureza, operando pelo que chamaríamos de meios naturais. Outros os consideram metáforas espirituais. Podemosrejeitar esta última hipótese de imediato; metáforas jamais convenceriam escravos oprimidos, muito menos a Faraó.É imperioso que tenham ocorrido sinais externos, qualquer que seja a explicação correta entre as duas primeirashipóteses, ou ainda que a verdade esteja numa combinação de ambas. Provavelmente incorremos em erro aoestabelecer tais distinções entre as duas; certamente isso jamais ocorreria à mente de um israelita. Seja qual for amaneira em que Deus escolhe agir, através do mundo que criou ou independente dele, a obra é Sua e, tal comoIsrael, devemos curvar nossas cabeças perante Ele e adorá-lo (4:31).

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 70-72. 3. O retorno de Moisés.

Moisés recebe a ordem para retornar ao Egito e falar com Faraó com uma certeza: Deus estaria com ele. Ele játinha a chamada, e também os sinais. Faltava agora obedecer. E ele o fez. E evidente que Moisés não saiu de Midiãsem a anuência de seu sogro. Jetro recebeu Moisés de bom grado, e deu-lhe sua filha em casamento. Moisés tinhalaços afetivos com a família de Jetro, e antes de ir ao Egito, deveria dizer ao sogro para onde iria e o que faria. Éevidente que Moisés não disse tudo, mas o que disse foi suficiente para obter a permissão para se ausentar daquelaregião e dar prosseguimento ao plano de Deus.Porém Moisés ainda tinha uma pendência a resolver. Ele tinha um crime em sua “ficha”, quando pertencia à corteegípcia e matou um egípcio quando este açoitava um hebreu. Por esse crime, Moisés teve de fugir, e certamenteseu coração não estava esquecido desse detalhe. Como Deus não faz nada de forma incompleta, disse a Moisés:“Vai, volta para o Egito; porque todos os que buscavam a tua alma morreram” (Ex 4.19). Moisés poderia levar a cabosua missão sem se preocupar com aquela mácula.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 21-22. Moisés Regressa ao Egito (4.18-31)

Moisés foi chamado, instruído e dotado de poder para a sua missão. E agora voltou o rosto na direção do temívelFaraó, e, com firme propósito no coração e confiança na missão que Deus lhe dera, partiu para a cena onde semostraria ativo. Deixando sua “terra", naturalmente ele precisou despedir-se daqueles que deixava para trás,principalmente seu sogro, Jetro, e outros parentes por casa- mento. Ele tinha morado em Midiã pelo espaço dequarenta anos — 0 segundo dos três ciclos de sua vida. Esse número, “quarenta”, simboliza os “testes” pelos quaispassamos. Ver no Dicionário os artigos intitulados Quarenta e Numerologia. Os últimos quarenta anos de vida deMoisés seriam passados no cumprimento da missão para a qual ele tinha sido cuidadosamente preparado. Ver Êxo.2.11 e suas notas quanto aos três ciclos de quarenta anos cada, na vida de Moisés.Êx 4.18 Jetro. Tanto Reuel quanto Jetro são chamados de sogro de Moisés. Ver Êxo. 2.16,18 e os artigos sobreambos quanto a completas explicações sobre essa questão, até onde ela pode ser explicada. Moisés despediu-sede seu sogro, embora sem revelar, na oportunidade, qual a verdadeira razão de sua viagem, dizendo apenas quetinha de ver novamente os seus irmãos, ou seja, os hebreus. A vontade de Deus, antes de sua execução, forarevelada ao profeta e libertador Moisés. Haveria tempo para explicações e comunicações posteriores. Moisés tinhaservido corretamente Jetro, e não houve objeção ante a sua partida. De fato, Jetro abençoou Moisés. Ele bem queprecisava de toda a bênção que pudesse receber, visto que, segundo os padrões humanos, estava ocupado em umamissão impossível. Para Deus, todavia, os impossíveis são possíveis (Mat. 17.20).“Os laços tribais eram apertados, e exigiam que se pedisse permissão para viajar, pois mesmo uma ausênciatemporária, requeria o curso de ação apropria- do, mesmo que não fosse necessário” (Ellicott, in loc.).Êx 4.19 Ver Mateus 2.19,20 quanto a um paralelo na vida de Jesus. Ver em Êxo. 2.2 quanto a Moisés como um tipode Cristo. Todos, embora esteja no plural, tem em mente principalmente a pessoa de Faraó. Ver na Enciclopédia deBíblia, Teologia e Filosofia, o artigo intitulado Faraó, em sua terceira seção, onde se tenta identificar os faraósmencionados na Bíblia. Moisés era um “fugitivo da justiça”, porquanto havia matado um egípcio quando defendiaoutro hebreu (Êxo. 2.15 ss.). Mas mortas agora as principais autoridades do Egito, Moisés podia reiniciar sua tarefade libertador. Mas a sua missão em breve haveria de identificá-lo como um revolucionário radical, e sua vida tambémse tornaria muito miserável. Moisés, todavia, estava pronto para o que viesse, e desceu ao Egito com bom ânimo echeio de esperança.O Faraó tinha falecido; os homens de seu governo, também; e outro tanto sucedia a todos quanto poderiam lembrar-se de Moisés. Moisés, pois, teve um novo começo, iniciando-se assim 0 terceiro de seus três ciclos de quarentaanos cada. Ver as notas introdutórias ao vs. 18.

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CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 319.A prestação de contas (4.18-20). Moisés, agora submisso ao plano de Deus, primeiramente foi obter permissão deJetro para ir embora e voltar ao Egito (18). Não lhe apresentou todas as razões para a mudança, mas o motivo quedeu foi suficiente para obter aprovação. Seus irmãos eram as pessoas de sua nação, os israelitas. Jetro disse: Vaiem paz. Deu liberdade a Moisés e, assim, não pôs impedimento ao plano de Deus.Deus garantiu que as pessoas que procuravam a vida de Moisés estavam mortas (19). Moisés começou a viagemcom sua mulher e dois filhos (20; cf. 18.3,4), embora pareça que depois do episódio da circuncisão (24-26), ele ostenha mandado de volta a Jetro (18.2) e prosseguido sozinho com Arão (29). E lógico que as palavras tornou à terrado Egito (20) é uma declaração geral que teve cumprimento no versículo 29. Pode ser traduzida por: “Pôs-se a voltarpara a terra do Egito”.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 148.Êx 5.18. Moisés precisava antes de tudo levar os rebanhos de volta a Jetro, onde quer que ficasse a povoação dosmidianitas (seria apenas um acampamento temporário?). Depois, ao contrário de Jacó, obteve de seu sogro apermissão de partir com a esposa e a família que, ao que parece, no tempo dos patriarcas, permaneciam sob aautoridade do sogro (compare a posição da esposa do escravo que deseja deixar o serviço de seu senhor, 21:4).

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 74.III - MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ (ÊX 5.1-5)1. Moisés diante de Faraó.

Como era de se esperar, o encontro de Moisés com Faraó não foi nada promissor. Isso vemos da resposta que o reideu a Moisés: “Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampoucodeixarei ir Israel” (Êx 5.2). A lógica de Faraó era a seguinte: Há vários deuses no Egito. Por que obedecer a um quenão conheço, e que acha que pode me ordenar a libertar minha mão de obra escrava? Esse Deus do deserto nãotem uma forma definida, e ainda me manda um representante pastor...Deus já avisara a Moisés que os diálogos com Faraó mostrariam o quanto o coração do rei era duro, e que apenaspela forte mão de Deus os hebreus sairiam daquela nação.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 22.

Moisés e Arão Falam ao Faraó (5.1-5)O Faraó era um homem idólatra e despótico. Reagiu às demandas de Moisés exibindo ambos esses defeitos. Deimediato ficou claro que a tarefa consumiria muito tempo e muita luta. Duas qualidades são necessárias para alguémrealizar um grande projeto: entusiasmo e persistência. O Faraó haveria de testar Moisés quanto a esses dois pontos.Seria necessário muito sacrifício pessoal. Para obterem livramento, os escravos sacrificam tudo mais (cf. Fil. 3.8).Os escravos do pecado, por igual modo, enfrentam o sacrifício de seus antigos caminhos, tendo de adotar umcaminho total- mente novo. O mesmo se dá com a dedicação do crente ao Senhor (Rom. 12.1,2).Moisés teria de enfrentar a cólera do Faraó, bem como a insatisfação de sua própria gente. Coisa alguma funcionariacom suavidade.Êx 5.1 Uma Petição Humilde. Moisés estava sondando a situação, como um lutador de boxe que não mostra o seujogo logo no primeiro round. E fez uma petição humilde: queria apenas licença para uma breve jornada desertoadentro, a fim de realizar um ato religioso. Não disse claramente, mas deixou implícito, que traria 0 povo de Israel devolta depois de três dias (vs. 3). Talvez, porém, estivesse planejando continuar caminhando, efetuando assim umêxodo rápido, o que solucionaria a escravidão com um golpe simples e astucioso.Faraó. Alegadamente filho de uma divindade, versado no folclore politeísta, era profundo conhecedor de verdadesreligiosas. Mas nunca tinha ouvido falar em Yahweh, o Deus dos hebreus, e não se dispunha a fazer nenhumaconcessão a uma divindade estrangeira (e, para ele, falsa).“Era absurdo que ele entregasse Israel a uma divindade que nem ao menos conhecia. A ironia do drama que sesegue é que esse foi o próprio Deus que, progressiva- mente, despiu o Faraó de todas as coisas” (J. CoertRylaarsdam, in loc.). O homem deificado seria derrotado miseravelmente no seu conflito contra o verdadeiro Deus. Eassim sucedeu.O Targum de Jonathan diz: “Não encontrei o nome de Yahweh escrito no livro dos anjos. Não tenho medo dele”.O Senhor Deus. No hebraico, Yahweh Elohim, dois nomes tradicionais do Deus dos hebreus. Deixa ir o meu povo. Esse é o tema central bem como o grito de guerra do livro de Êxodo. Cf. Êxo. 4.22,23. O povode Israel era o filho primogênito de Yahweh, o filho privilegiado. Se não fossem libertados, pereceriam todos os filhosprimogênitos do Egito.Uma festa no deserto. Não foi especificada a natureza dessa festa. Os israelitas cumpririam seus deveres religiososdiante de seu Deus. E então, presumivelmente, voltariam ao Egito. A viagem ao deserto talvez tivesse sidoplanejada para impedir a indignação dos egípcios que seriam testemunhas do sacrifício de animais que elesreputavam sagrados. Pelo menos, Moisés pode ter apresentado essa desculpa como razão pela qual ele queria umasaída até algum deserto.Êx 5.2 Não conheço 0 Senhor. Faraó não poderia mesmo ter respondido de outra maneira. Primeiramente, porquenenhum perdido conhece o Senhor Deus, como uma experiência pessoal. Porquanto está morto em seus pecados.E, em segundo lugar, porque Deus estava endurecendo o coração do Faraó, ao passo que o Faraó tambémendurecia, por sua vez, o seu próprio coração, conforme por tantas vezes se lê a respeito de todo este incidentelongamente historiado. Por conseguinte, o Faraó falou de tal modo que exprimiu o seu caráter distorcido e arealidade de seu estado espiritual.Êx 5.3 0 Deus dos hebreus. No hebraico, Elohim. Também chamado Yahweh (vs. 2). Deus é quem havia baixado a

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ordem. Moisés afirmava ter tido um encontro pessoal com Yahweh, de acordo com o incidente registrado em Êxo.3.2 ss., bem como boa parte do quarto capítulo deste livro. Tinha havido uma longa entrevista, que incluíra muitasinstruções. Moisés reivindicava ter conhecimento em primeira mão de seu Deus. Não havia apenas lido sobre Ele emalgum livro, nem ouvira 0 Seu nome ser louvado por homens sábios e piedosos. Outro tanto tem acontecido a muitoshomens espirituais. Se quisermos poder espiritual, teremos de receber o toque místico em nossa vida. Além disso,esse poder é transformador, tal como Moisés, o humilde pastor de Midiã, agora era o líder de Israel, a proferirpalavras exigentes diante do monarca do Egito.Ver Êxo. 3.18; 7.16; 9.1,13 e 10.3 quanto a esse título, “o Deus dos hebreus”. O Deus único e verdadeiro foi postoem confronto com os muitos deuses e espíritos venerados no antigo Egito.Caminho de três dias. Ou seja, do Egito ao Sinai (ou Horebe), o monte de Deus (Êxo. 3.1; 4.27), onde seriamefetuadas a festividade e a adoração.E não venha ele sobre nós. Se o Deus de Israel fosse desobedecido, haveria punição. Para o Faraó, porém, issopareceu apenas como outro aspecto da mitologia de Moisés.Êx 5.4 Ide às vossas tarefas. O Faraó percebeu que o problema envolvia apenas o relacionamento senhor-escravos.Hoje em dia a luta se dá entre o capital e 0 trabalho, e há muitos empregados que são virtuais escravos. Os oficiaisdos governos vivem em escandalosa luxúria, com contas polpudas nos bancos nacionais e estrangeiros, ao passoque metade da população do país nem tem o suficiente para alimentar-se.No versículo anterior, o Faraó tentou descartar Deus tão voluvelmente, e, agora, fazia-o com Moisés. O porta-voz deMoisés recebeu um tratamento similar. Provável- mente, o Faraó supôs que Moisés tinha sido enviado comorepresentante dos escravos. A parte divina da história seria uma fábula. Os escravos estariam tentando escapar deseus superintendentes, os quais desde há muito tinham provado ser homens sem razão e sem misericórdia. Devemter pensado que um apelo feito diretamente ao Faraó lograria resultados. O Faraó deve ter pensado que estavasendo promovida alguma agitação, e quis cortá-la pelas raízes. E assim, respondeu com severidade, não cedendoum milímetro. Sua resposta para o problema foi mais trabalho. Não foram reconhecidos direitos dos trabalhadores,uma provocação que, finalmente, haveria de devastar o país inteiro.Êx 5.5 ׳ A greve havia deixado ociosa praticamente toda a população. A produtividade estancara, a um custoincalculável! As palavras do Faraó foram um reca- do indireto a seus oficiais, salientando o dano causado por aqueleatrevido Moisés.O povo da terra já é muito. Em algumas traduções lemos aqui: “O povo da terra está preguiçoso”. Mas isso requerleve emenda textual, a qual, contudo, pode estar com a razão.Se os escravos descansassem de seus labores, isso significaria “torná-los mais numerosos ainda” (John Gill, inloc.). O outro decreto do Faraó, ordenando que os meninos hebreus fossem afogados no rio Nilo, falharamiseravelmente, e 0 problema tinha apenas aumentado. Ver Êxo. 1.22.O Faraó Intensifica a Opressão (5.6-14)Êx 5.6,7 Naquele mesmo dia. Cargas de Israel Foram Aumentadas. Se, anterior- mente, os capatazes, para facilitaras coisas, forneciam palha para o fabrico de tijolos, agora foi descontinuada essa pequena ajuda, aumentando maisainda 0 trabalho dos escravos israelitas. E embora agora tivessem de trabalhar extra para conseguir a palha, aquantidade de tijolos não foi diminuída (vs. 8). “A palha era misturada com a argila e a areia, não tanto como agentecimentador, mas para fazer a argila tornar-se mais duradoura” (John D. Hannah, in loc.).As pessoas que têm conhecimento das coisas dizem que essa exigência deve ter dobrado o labor dos escravos.Usualmente, no Oriente, os tijolos eram secos ao sol, embora também haja provas de que alguns coziam seustijolos ao forno. Filo (Oper. edit. vol. íi. par. 86) refere-se ao processo e diz que a palha servia de liga. Ver noDicionário 0 artigo chamado Tijolo, quanto a informações sobre 0 fabrico de tijolos no mundo antigo.Obter palha requeria dos escravos ir aos campos, cortar certas plantas, transportar o material a depósitos, e,finalmente, trazê-lo até onde os tijolos estavam sendo feitos. No Egito, tijolos crus eram feitos do lodo do Nilomisturado com palha cortada, que eram então secos ao sol. E os tijolos eram usados na construção de casas,túmulos, muros, fortificações, recintos sagrados, edifícios e toda espécie de construção. E, em casos raros, eramusados até na construção de pirâmides. Ver Heródoto (Hist. vol. 2, par. 213).Êx 5.8 Exigireis deles a mesma conta de tijolos. O ócio dos israelitas seria curado mediante maior carga de trabalho,0 que os forçaria a desistir da ideia de perder tempo com inúteis cerimônias religiosas. Embora agora tivessem detrabalhar o dobro, porque tinham de conseguir a palha que antes lhes era fornecida, continuavam tendo de produzir amesma quantidade de tijolos.O fervor religioso dos israelitas seria abafado com grande excesso de trabalho. Se o Faraó mostrou-se tão severodiante do pedido dos escravos de se afastarem por três dias, qual não seria sua severidade se eles quisessemdeixar o país de forma permanente? A ira provocada pelas circunstâncias forma o ambiente em volta do qual foiescrito o livro de Êxodo.Êx 5.9 Agrave-se 0 serviço. Uma conversa tola seria descontinuada por um trabalho físico redobrado. Moisés teriadespertado esperanças de libertação no coração dos israelitas, mediante “palavras mentirosas” (ver Êxo. 4.30).Também é possível que o Faraó tenha percebido que a jornada de três dias, deserto adentro, fosse apenas um ardilpara que partissem do Egito de forma permanente.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 320, 322-323.a) A recusa do rei (5.1-5). Ao homem que mantinha Israel em seu poder, Moisés e Arão proferiram a palavra deDeus: Deixa ir o meu povo (1). Não há que duvidar que Faraó ficou surpreso, porque ele considerava que Israel eraseu povo. Fazia mais de quatro séculos que os hebreus estavam no Egito. Como alguém poderia pedir a lealdadedestes escravos e exigir que fizessem uma festa de sacrifício?

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Além disso, Faraó não reconhecia autoridade senão a si próprio. Ele perguntou: Quem é o SENHOR, cuja voz euouvirei, para deixar ir Israel? (2). Havia muitos deuses no Egito, e este rei conhecia todos. Para ele, as pessoastinham de manipular os deuses e não lhes obedecer. Seu ultimato foi: Não conheço o SENHOR, nem tampoucodeixarei ir Israel.Moisés e Arão mantiveram-se firmes na petição. Disseram ao rei: O Deus dos hebreus nos encontrou (3). Pedirampermissão para fazer uma viagem de três dias a fim de sacrificar ao Deus que serviam. No único tipo de linguagemque Faraó entendia, avisaram que, caso o pedido fosse negado, o Senhor o julgaria: E ele não venha sobre nós compestilência ou com espada. Mas o rei recusou assim mesmo.Faraó os acusou de preguiçosos, indivíduos que procuram fugir da responsabilidade apelando para a religião. Porque fazeis cessar o povo das suas obras? (4). Para ele, tratava-se de preguiça e afronta. Em outras palavras: “Porque afastar as pessoas do trabalho?” Os déspotas sempre acham difícil acreditar que os súditos tenham uma causajusta. b) O aumento de trabalho (5.6-14). O rei, furioso, ordenou imediatamente que os exatores do povo e os oficiais(6)25 israelitas aumentassem o trabalho dos escravos. Em vez de fornecer a palha dos campos já cortadas eprontas para uso, os exatores do povo exigiram que as pessoas mesmas colhessem palha para si (7). A palha eramisturada com barro para deixar mais forte os tijolos secos ao sol. O restolho era a parte inferior do talo dasgramíneas. Embora houvesse o trabalho extra de juntar a palha, a conta (o número) dos tijolos fabricados deviapermanecer a mesma (8). Este tirano, insensível ao bom senso, estava determinado a minar a vontade do povo.Nem se dava conta de que não podia ir contra Deus. Ele poderia ser cruel com o povo de Deus, mas as palavras queouvira não eram palavras de mentira (9).

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 149-150.2. A queixa dos israelitas (Êx 5.20,21).

O povo de Israel sentiu-se prejudicado pela intervenção de Moisés junto a Faraó. Na verdade, eles não sabiam queMoisés estava ali obedecendo a Deus, e que ele não tinha o desejo de fazer com que o sofrimento dos seus irmãosfosse aumentado.Esta deve ter sido uma prova dura para Moisés. Ele estava no Egito obedecendo à voz de Deus, falando com Faraópara que o povo fosse liberto, e como consequência o rei ordena que os hebreus trabalhem mais. Não é incomumque líderes se vejam nessa mesma situação: obedecem a Deus, mas não veem de imediato um fruto positivo de suaobediência.O que devemos saber é que obedecer a Deus não é uma garantia de que as coisas que se seguirão não serão alvode investidas de Satanás. Além disso, os líderes devem entender que nem sempre o povo vai entender determinadasatitudes, mas que se estamos agindo de forma correta e dentro da vontade de Deus, Ele vai se responsabilizar pornos honrar no devido tempo.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 22.

Êx 5.20 Moisés e Arão estavam esperando pelos representantes do povo de Israel, os capatazes que estavam tendouma audiência com 0 Faraó, para ouvirem 0 relatório que trariam. Havia uma expectação doentia, doentia porque erainútil dialogar com 0 tresloucado Faraó, conforme Moisés e Arão já tinham descoberto quando tentavam dialogarcom ele.Êx 5.21 Olhe o Senhor... e vos julgue. Assim disseram os capatazes israelitas, Chegaram a invocar a Deus comojuiz. A sentença divina (conforme estavam certos os capatazes) seria que Moisés e Arão tinham produzido toda amiséria que tanto os afligia. O Faraó teria ficado indignado por causa da sugestão tola de Moisés e de Arão que osisraelitas se internassem no deserto caminho de três dias. E apesar de os capatazes não terem sido encarcerados,a vida dos escravos tinha sido reduzida a frangalhos. A violência poderia irromper a qualquer instante. Ossuperintendentes egípcios tinham espadas nas mãos; o Faraó poderia apelar para a execução em massa. “Temor edesespero” eram as palavras que descreveriam bem a sorte dos israelitas. Moisés e Arão tinham posto a espadanas mãos de seus inimigos.... nos fizestes odiosos. Ou “mal cheirosos”, conforme a palavra hebraica também pode ser traduzida. Aos olhos doFaraó, agora eles eram vis e repelentes. Cf. a ideia de “mau cheiro" com os trechos de Gên. 34.30; I Sam. 13.4; IISam. 10.6.0 Papyr. Anastas, (i.27,7) diz algo semelhante. Agora as espadas poderiam aparecer na cena, a fim demanter a ordem. E provavelmente não temos aí mera metáfora, mas uma negra realidade.Êx 5.22 Então Moisés, tornando-se ao Senhor. Moisés apresentou diante de Deus a sua queixa. Diz um antigo hino:“Leva tua carga ao Senhor, e deixa-a com Ele”. Tão amarga foi a queixa de Moisés que ele reconheceu a alegadaverdade daquilo que o povo tinha dito, e passou a lançar a culpa sobre Deus. É muito fácil lançarmos a culpa sobreDeus. Clamamos procurando saber “a razão” de nosso sofrimento, e as respostas que obtemos não sãosatisfatórias. E, então, a culpa pelo sofrimento humano é lançada sobre Deus. É verdade que Moisés aprendeu queaquela derrota inicial era, na verdade, uma primeira vitória disfarçada. Deus castigaria Faraó por causa do que eleestava fazendo. Em outras palavras, as maldades do Faraó provocariam a ira divina, e esse seria, afinal, 0 poder quelibertaria o povo de Israel, e não os pobres discursos que Moisés e os capatazes israelitas poderiam fazer. Naquelaconjuntura, meras palavras nada resolviam. A mão divina feriria os ofensores.Moisés estava à cata de uma solução rápida para um problema dificílimo. Ele tinha esperado fazer Israel sair doEgito com o simples ardil de levar 0 povo ao deserto num caminho de três dias (Êxo. 5.3), e, então, simplesmentedesaparecer. Mas o truque não deu certo. O Faraó percebeu a artimanha. Moisés estava agora sem novas ideias.Mas o plano divino tinha muitas outras provisões guardadas na algibeira.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 323-324.Êx 5.20. Encontraram Moisés e Arão. Este é o mesmo verbo significativo que Moisés e Arão usaram para descrever

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perante Faraó o encontro com YHWH no monte Sinai (5:3).Que estavam à espera deles. O verbo hebraico usado aqui sugere mais do que simplesmente “ estar em pé à esperade alguém” ; a palavra (sãbah) tem a conotação militar de “ estar postado” . Estariam os dois líderes cheios deesperança ou estariam determinados a enfrentar as conseqüências do fracasso?Êx 5.21. Olhe YH W H para vos outros e vos julgue. Esta é a costumeira alegação de inocência de quem sofreinjustamente (cf Gn 16:5). Moisés deve ter ficado muito sentido com a observação, como se vê no v. 22. Nosfizestes odiosos aos olhos de Faraó. Literalmente ‘ ‘nos fizestes cheirar mal” . Os anciãos de Israel podem serdiretos e rudes, mas comunicaram muito bem o que estavam pensando. Claramente eles pressentiam que o piorainda estava para vir.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 80.3. Deus promete livrar seu povo (Êx 6-1).

A promessa divina para com Israel não foi esquecida por Deus. Depois do encontro com Faraó e das reclamaçõesdos hebreus, Deus diz a Moisés: “Agora verás o que hei de fazer a Faraó; porque, por mão poderosa, os deixará ir,sim, por mão poderosa, os lançará de sua terra” (Ex 6.1). Uma palavra de Deus em meio às adversidades ecorrentes contrárias é suficiente para que tenhamos a certeza de que Ele está conosco, e que se aguardarmos nEle,no devido tempo ele cumprirá o que prometeu.E evidente que levou um tempo até que o que Deus falou se cumprisse. As dez pragas enviadas contra o Egitomostraram o quanto Deus é poderoso, e o quanto Ele deu oportunidade para que Faraó voltasse atrás e libertasse opovo de Israel sem que a nação egípcia sofresse tantos danos e mortes. Entretanto, Deus cumpriu o que prometeu,e no devido tempo trouxe a libertação tão esperada àquela nação e honrou seu servo, Moisés, diante de seusinimigos e diante do seu próprio povo.Lembremo-nos de que a chamada que Deus tem para cada um deve ser obedecida, e que no devido tempo, Deuscumpre suas promessas e honra a fé daqueles que confiaram nEle.

COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 23.

Agora verás. Deus repassava agora as promessas que tinha feito ao povo de Israel, além de ameaçar Faraó. Ambosesses fatores eram necessários para o divino projeto de redenção de Seu povo.“Agora precisamos continuar a confiar no Senhor. A religião consiste em continuar a confiar em Deus, depois determos envidado nossos esforços ao máximo... Moisés tinha feito o melhor ao seu alcance e estava desencorajadodiante dos resultados; mas fizera 0 máximo que podia. Deus disse que, para ele, isso poderia parecer um adiamentodesnecessário, mas ele precisaria somente confiar em Deus, o qual entraria em ação quando chegas- se o momentooportuno (J. Edgar Partt, in loc).Por mão poderosa. Haveria a intervenção divina, sem a qual Israel simples- mente nunca seria posta em liberdade.“A mão poderosa... o poder soberano, aplicado de maneira súbita e com força” (Adam Clarke, in loc). A mão deDeus mostrar-se-ia tão poderosa que o Faraó em breve haveria de “deixá-los ir-se”. Seria alto demais o preço a serpago, se ele quisesse reter o trabalho escravo.Êx 6.2 Eu sou o Senhor. A Presença de Deus continuava com Moisés. Por muitas vezes, vemos a presença divina,nos primeiros livros da Bíblia. Toda decisão e mudança importante que os homens de Deus precisam enfrentar sãoacompanha- das pela presença de Deus: ou sob a forma do Anjo do Senhor; ou sob a forma de uma teofania (versobre isso no Dicionário); ou sob a forma de um sonho (ver as notas sobre Gên. 28.12; 31.10). Não basta tomarmosconhecimento acadêmico das realidades espirituais, ler a Bíblia, orar e meditar. Precisamos do toque místico emnossas vidas.Êx 6,3 Apareci a Abraão. Conforme se vê em Gên. 17.1, onde aparece pela primeira vez na Bíblia 0 nome ElShaddai (ver abaixo). A comissão dada a Moisés estava ligada à história dos patriarcas de Israel. Cabia a Moisésdar continuidade ao plano divino, à história sagrada que tinha começado com aqueles. Este trecho do versículo temparalelo em Êxo. 3.15. A comissão outorgada a Moisés estava vinculada à missão dos patriarcas. No caso presente,são nomeados Abraão, Isaque e Jacó, e não meramente Abraão.O Deus Todo-poderoso. No hebraico, El Shaddai. Esse era um antigo nome de Deus, que significa “o todo-suficiente”, embora outras ideias existam sobre o seu significado. Esse nome não era usado exclusivamente pelopovo de Israel. Ver Joel 1.15 e Deu. 32.17. Deuses estrangeiros e poderes destrutivos também podiam serchamados assim. Jó usou esse nome por trinta e uma vezes (Jó 5.17 e outros trechos).O Senhor. No hebraico, Yahweh. De acordo com este versículo, um nome mediante o qual Deus não se manifestaraaos patriarcas. Essa declaração tem deixado os estudiosos perplexos. Os trechos de Êxo. 13.3; 17.2 e outroscontêm esse nome. Os críticos supõem que essa declaração é oriunda da fonte informativa P(S), ao passo que, emoutras fontes, o nome Yahweh era conhecido entre os patriarcas como um nome divino. Os críticos veem nissoapoio para sua teoria de fontes múltiplas, supondo que o nome Yahweh (J seria a fonte do nome) seria um nomedivino usado por outra fonte informativa, mais tardia. Nesse caso, o aparecimento do nome Yahweh, nos relatossobre os patriarcas, deveria ser visto como inserções feitas por algum editor, em narrativas antigas, e não algonativo a essas narrativas. Para Adão, o nome de Deus era Elohim; para Abraão, era Adonai; para Moisés, eraYahweh. Mas o culto a Yahweh foi estabelecido muito antes de Moisés, assim a confusão permanece de pé. Sejacomo for, o autor sacro diz-nos aqui que podemos chamar Deus de El-Shaddai ou de Yahweh, pois, em ambos oscasos, nos estaremos referindo ao mesmo único Deus. Esse Deus único guiara a Abraão; e agora estava guiando aMoisés.Os eruditos conservadores opinam que o próprio Moisés inseriu o nome Yahweh nos relatos anteriores (ver Gên. 2.4;3.14; 9.1-9 etc.). Adam Clarke escreveu toda uma página de duas colunas tentando explicar como Yahweh já era um

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nome divino nos dias dos patriarcas, tendo achado esse nome até mesmo em outras culturas semíticas do mundoantigo. Mas lemos aqui que não foi assim que as coisas sucederam. Clarke não chegou a nenhum resultadodefinitivo, e é precisamente ai que nos encontramos, fazendo-lhe companhia.Observou John Gill (in loc.): “Isso não deve ser entendido em um sentido absoluto; pois é certo que Ele se fizeraconhecer por Abraão, Isaque e Jacó por esse nome: Gên. 15.6-8; 26.2,24; 28.13. Mas comparativamente... Ele nãoera tão bem conhecido por aqueles, por esse nome, do que era conhecido pelo outro nome [El Shaddai]”. Uma boatentativa, mas não o suficiente.Este versículo tem sido alistado em favor da chamada hipótese quenita, ou seja, de que Moisés aprendeu essenome divino, Yahweh, bem como as práticas religiosas ligadas a esse nome, da parte dos midianitas, entre os quaispermaneceu, com seu sogro, durante quarenta anos, na terra de Midiã. Ver Êxo. 18.1 e suas notas introdutórias,bem como as notas em Êxo. 18.12 onde a questão é mais amplamente ventilada.Êx 6.4 Estabeleci a minha aliança. O Pacto Abraâmico (ver as notas a respeito em Gên. 15.18) reunia em um blocotoda a nação de Israel, a começar por Abraão, estendendo-se aos demais patriarcas, até Moisés, e, finalmente, atodo o povo de Israel. No livro de Gênesis, esse pacto é reiterado por dezesseis vezes, em várias conexões e grausde plenitude. Uma das principais provisões dessa aliança era que Israel teria um território pátrio. Mas antes que esseterritório lhes pudesse ser dado, deveria haver um período de exílio no Egito, ao mesmo tempo em que os habitantesoriginais da terra de Canaã teriam de preencher a sua taça de iniquidade. Quando essa taça estivesse cheia, entãoDeus os julgaria, e um dos resultados desse juízo é que os cananeus perderiam seus territórios. E, então, o povo deIsrael apossar-se-ia deles. Ver Gên. 15.13,16. Ver Êxo. 2.24 quanto a como Deus lembrou o Seu pacto com Abraão,e, por essa razão, tinha levantado Moisés para ser o libertador.A terra em que habitaram como peregrinos. Ver Gên. 17.8 e 23.4. “Abraão, Isaque e Jacó ocupavam a terra deCanaã por mera concessão; tinham permissão de ocupá-la, porque ela não lhes pertencia, mas foi-lhes dado essedireito por aqueles que realmente a possuíam. Esse território pertencia às nações cananéias, aos hititas, e outros(Gên. 20.15; 23.3-20)” (Ellicott, in loc).Êx 6.6 Reiteração da Mensagem Divina. Moisés deveria anunciar ao povo a mesma mensagem anterior. AgoraYahweh a tinha reiterado. Um grande livra- mento estava surgindo no horizonte, e esse livramento contava com opoder de Deus.... vos resgatarei com braço estendido. O poder de Deus haveria de manifestar-se, e a tarefa da libertação seriacumprida. Ver em Êxo. 3.20 as notas sobre a poderosa mão de Deus. Ver Êxo. 3.10 quanto à declaração dopropósito divino de libertação.Com grandes manifestações de julgamento. Esses juízos seriam dois: 1. Me- diante uma longa série de prodígiosque produziriam confusão e destruição, culminando na décima praga mediante a qual pereceriam todos osprimogênitos do Egito. Ver Êxo. 12.28 ss. Assim teria cumprimento o que fora dito em Êxo. 4.22,23. Ou 0 filhoprimogênito (Israel) de Yahweh seria libertado, ou teriam de morrer todos os primogênitos do Egito. 2. Haveria 0grande milagre de destruição na travessia do mar Morto (Êxo. 14).Êx 6.7 Compare as declarações deste versículo com Êxo. 19.5,6 e Deu. 7.6. Uma nação havia sido escolhida paratornar-se o veículo da mensagem espiritual e para produzir 0 Messias. Mas o mundo é o objeto dessa mensagem(João 3.16; I João 2.2). Deus era e sempre será o Deus de todas as nações (Sal. 67.4). Todos os povos são aceitospor Ele (Atos 10.35; ver também Mat. 8.5-13; Luc. 7.2-10; Atos 10.1-33). Confronte a escolha de Abraão, em Gên.17.7,8, onde as notas expositivas se aplicam a este versículo. A providência de Deus (ver sobre esse assunto noDicionário) é multifacetada. Ela opera através de Israel e beneficia a todas as demais nações, e não somente anação de Israel.Demonstrando a Natureza de Deus. Esse é um dos propósitos do livramento de Israel da servidão no Egito. Deusseria exaltado; Seu poder seria exibido; Sua justiça comprovada; Sua misericórdia mostrada; e Sua vingança seriaprovada contra os injustos, especialmente contra Faraó. Uma pessoa é conhecida por meio de seus atos.

CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 324, 326.A Renovação da Promessa e da Ordem (6.1-13)Deus não deixou Moisés na mão. A demora na libertação não significava renúncia da promessa. Deus estavatrabalhando em seus propósitos. Smith-Goodspeed traduz o versículo 1 assim: “Agora verás o que farei a Faraó;forçado por um grandioso poder ele não só os deixará ir, mas os expulsará da terra”. Outras dificuldades tinham devir sobre Israel (5.19), mas a promessa de Deus ainda era certa.O valor da promessa estava no fato de Deus endossá-la: Eu sou o SENHOR (2). Os antepassados de Israelconheciam o Deus Todo-poderoso (3), o Deus de poder e “força dominante”. “Aqui a ideia primária de Jeováconcentra-se, pelo contrário, em sua existência absoluta, eterna, incondicional e independente.”26 Ambos os nomeseram muito antigos e amplamente conhecidos (Gn 4.26; 12.8; 17.1; 28.3), mas Deus se manifestou principalmentepelo nome de El Shaddai, Deus Todo-poderoso. Para este grande livramento, o próprio Deus revelou o plenosignificado de Yahweh, “o Senhor”. Esta não é outra narrativa do chamado de Moisés, diferente da anterior, comoadvogam muitos estudiosos liberais, mas trata-se de uma renovação das promessas a Moisés com maior destaquea um povo desanimado.A nova revelação neste nome retratava que Deus se ligara com seu povo por concerto (4). Este concerto começoucom os patriarcas e incluía a promessa da terra de Canaã, por onde, durante muitos anos, vaguearam comoperegrinos e estrangeiros (Gn 15.18).Deus se lembrou do concerto quando ouviu o gemido dos filhos de Israel por causa da escravidão (5). Ele nãoesqueceu; somente esperara até que os filhos estivessem prontos para cumprir sua parte no concerto.Deus ordenou que Moisés renovasse a confiança dos israelitas. Ele tinha de lhes dizer que seriam libertos da

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servidão egípcia, que Deus os resgataria com braço estendido (“ação especial e vigorosa”, ATA) e com juízosgrandes (6) sobre os opressores. Israel seria o povo especial de Deus e lhe daria a terra da promessa por herança(7,8).Estas palavras tranquilizadoras foram apoiadas pela declaração: Eu, o SENHOR. Embora a promessa fosse feitacom firmeza, os líderes de Israel não ouviram a Moisés, por causa da ânsia do espírito e da dura servidão (9).Embora tivessem crido antes (4.31), o aumento da crueldade os abatera tanto que meras palavras de promessa nãobastariam. As vezes Deus tem de operar para que creiamos em suas promessas. Mais tarde, nos lembraremos daspalavras da promessa. Quando Moisés (10) não pôde convencer Israel, duvidou que pudesse convencer Faraó (11), aquem agora Deus o dirigia. Se Israel não lhe dava ouvidos, por que Faraó escutaria? Incircunciso de lábios (12), deacordo com a expressão idiomática em hebraico, seria um defeito que interfere com a eficiência. O ouvidoincircunciso era um ouvido que não ouvia (Jr 6.10), e o coração incircunciso era um coração que não entendia.A boca de Moisés não podia falar com clareza. Mas a despeito da debilidade humana, Deus falaria. Ele dariamandamento para os filhos de Israel e para Faraó, e o assunto seria resolvido (13).Encontramos em 5.22 a 6.13, certos “Problemas para a Fé”: 1) A demora de Deus em agir, 22,23; 2) Espíritosdesanimados e abatidos, 9; 3) Pessoas indiferentes, 12; 4) Enfermidades físicas, 9.Nos versículos 1 a 8, temos estas “Garantias para a Fé”: 1) O poder de Deus, 1; 2) O nome de Deus, 3; 3) Aresposta de Deus, 5; 4) O relacionamento de Deus, 7; 5) A promessa de Deus, 8.

Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 150-151.Êx 6:1. Agora verás o que hei de fazer. Eis aqui uma promessa divina renovada, uma promessa que vai além daanterior. Faraó não irá apenas permitir que os israelitas saiam de sua terra, o que até aqui recusou fazer; na verdade,o monarca os “ lançará fora” . O verbo usado parece ser uma reminiscência clara da “ expulsão” de Moisés paraMidiã e provavelmente contém um trocadilho com o nome de Gérson, filho de Moisés (2:22).6. E vos resgatarei com braço estendido. Literalmente “ farei o papel do parente resgatador” ou gõ ’êl. A melhorilustração deste costume é a atividade de Boaz em relação a Rute (Rt 4). A legislação aparece em Lv 25:25. Driversugere “ reivindicar como direito” ou “ vindicar” como traduções possíveis com base nesse costume. Ao contrário doverbo pãdâh, gã’al sugere um relacionamento pessoal íntimo entre o redentor e o redimido e assim o termo éapropriado para descrever o Deus da aliança.7. Tomar-vos-ei por meu povo. Esta é uma das mais límpidas declarações causadas pela aliança. O pensamento éampliado em 19:5,6, por ocasião da ratificação da aliança entre Deus e Israel. Que vos tiro de debaixo das cargas doEgito. Este é o começo do grande credo da fé israelita, e aparece de forma mais distinta na introdução aos dezmandamentos (20:2). À medida que crescia a experiência de Israel com Deus, novos “ artigos” eram acrescentadosao credo, mas este “ artigo” fundamental permaneceu o mesmo em toda a história da nação.

R. Alan Cole, Ph. D. ÊXODO Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 80-81; 83.ELABORADO: Pb Alessandro Silva.

Colaboração: Escriba Digital, Gospel books.

Questionário da Lição 2 - Um Libertador Para IsraelResponda conforme a revista da CPAD do 1º Trimestre de 2014 - CPAD - Para jovens e adultosTema: Uma Jornada de Fé - A Formação do povo de Israel e sua herança espiritualComplete os espaços vazios e marque com"V "as respostas verdadeiras e com"F "as falsas

TEXTO ÁUREO1- Complete:“E disse Deus a Moisés: EU __SOU__ o QUE __SOU__. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU __SOU__ meenviou a vós” (Êx 3.14). VERDADE PRÁTICA2- Complete:Assim como Moisés, usado por Deus, __libertou__ Israel do __cativeiro__, Cristo nos liberta da __escravidão__ do pecado edo mundo. COMENTÁRIO/INTRODUÇÃO3- Como é feito um líder cristão e como é sua liderança?( ) Um líder cristão não é feito da noite para o dia.( ) É preciso que sua liderança seja amadurecida pelo tempo.( ) Moisés foi preparado lentamente pelo Senhor ao longo dos anos até que se tornasse o libertador do seu povo.( ) Moisés era um homem manso e ao que parece não era muito eloqüente( ) Deus viu que ele seria obediente e capaz de libertar o seu povo da escravidão egípcia. I - MOISÉS - SUA CHAMADA E SEU PREPARO (ÊX 3.1-17)4- Por que o Senhor escolheu e chamou Moisés para libertar seu povo, quando ele estava pastoreando ovelhas?( ) Porque era um excelente aprendizado para quem mais tarde iria ser o pastor do povo de Deus, Israel (SI 77.20).( ) É Deus que chama e separa aqueles que vão dirigir seu rebanho, e Ele continua vocacionando e capacitando para o

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santo ministério.( ) O Senhor chama, mas cabe ao homem cuidar do seu preparo para ser útil a Deus.( ) O que muito nos edifica no versículo seis é Deus identificar-se não somente como “o Deus de Abraão e o Deus deIsaque”, mas igualmente como “o Deus de Jacó”.( ) Ele é, portanto, o Deus de toda graça, compaixão e paciência, uma vez que Jacó teve sérios incidentes negativos nasua vida em geral (1 Pe 5.10; Jo 1.14,16). 5- Como foi o preparo de Moisés (Êx 3.10-15)?( ) Moisés foi chamado e recebeu treinamento da parte de Deus para que cumprisse sua missão com êxito.( ) Moisés experimentou o silêncio e a solidão do deserto em Midiã (Êx 3.1).( ) Em sua primeira etapa de 40 anos de vida viveu no palácio real e freqüentou as mais renomadas universidades.( ) O conhecimento adquirido por Moisés, e empregado com sabedoria, foi-lhe muito útil em sua missão de libertador,condutor, escritor e legislador na longa jornada conduzindo Israel no deserto. 6- Deus ainda chama e prepara seus servos. Talvez Ele o esteja chamando para a realização de uma obra. Qual serásua resposta? (pessoal)( ) Eis-me aqui, envia-me a mim.( ) Um dia, quem sabe?( ) Estou muito ocupado, Senhor. 7- Qual o objetivo da chamada divina para Moisés (Êx 3.10)?( ) O propósito divino era a saída do povo de Israel do Egito liderada por Moisés.( ) Deus pode, segundo o seu querer, agir diretamente.( ) O seu método é usar homens e mulheres junto aos seus semelhantes.( ) “Certamente eu serei contigo” (v. 12).( ) Isso era tudo o que Moisés precisava como líder espiritual do povo de Deus. 8- Hoje, em relação a muitas igrejas, o que Deus está dizendo à seus dirigentes? Por que?( ) “Tira o ‘Egito’ de dentro do meu povo”.( ) É o mundanismo entre os crentes, na teoria e na prática; no viver e no agir, enfraquecendo e contaminando a igreja.( ) É Israel querendo voltar para o Egito (Êx 16.3; 17.3).( ) Deus com mão poderosa tirou Israel do Egito, mas não tirou o ‘Egito’ de dentro deles, porque isso é um ato voluntário decada crente que, quebrantado e consagrado, recorre ao Espírito Santo.( ) Hoje, muitos já perderam essa divina presença em sua vida e em seu ministério, por acharem que são alguma coisa emsi mesmos, daí, a operação do Espírito Santo cessar em sua vida.( ) Paulo exclamou: “Nada sou” (2 Co 12.11).( ) Tudo que temos ou somos na obra de Deus vem dEle (1 Co 3.7). II - AS DESCULPAS DE MOISÉS E A SUA VOLTA PARA O EGITO9- Qual o receio de Moisés e quais foram suas desculpas? E quanto a nós?( ) O Moisés impulsivo que matou o egípcio e o enterrou na areia já não existia mais.( ) Ele havia sido mudado e moldado pelo Senhor, e agora precisava crer não no seu potencial, mas no Senhor que ochamara.( ) Ao ser chamado pelo Senhor para ser o libertador dos hebreus, Moisés apresentou algumas desculpas.( ) “eles não vão crer que o Senhor me enviou”;( ) “não sou eloqüente”.( ) As escusas de Moisés, assim como as nossas, nunca são aceitas pelo Senhor, pois Ele conhece o mais profundo donosso ser.( ) Se o Senhor está chamando você para uma obra, não tema e não perca tempo com desculpas.( ) Confie no Senhor e não queira acender a ira divina como fez Moisés, que tentou protelar sua chamada dando uma sériede desculpas a Deus (Êx 4.14). 10- A fim de encorajar Moisés e confirmar o seu chamado, o que faz o Senhor?( ) O Senhor realiza alguns sinais (Êx 4.1-9).( ) Da mesma forma Deus ainda demonstra sinais para nos mostrar o seu poder e a sua vontade. 11- Como foi o retorno de Moisés para junto de seu povo?( ) Moisés não revelou ao seu sogro Jetro o que ele faria no Egito. Ainda não era a hora certa para isso.( ) O líder precisa saber o momento adequado para revelar seus projetos.( ) Moisés não poderia partir sem o consentimento de sua família, assim ele disse a Jetro que iria ao Egito rever seusirmãos: “Eu irei agora e tornarei a meus irmãos que estão no Egito, para ver se ainda vivem” (Êx 4.18).( ) Jetro prontamente liberou Moisés dizendo: “Vai em paz”.( ) Moisés não saiu sem a bênção dos seus parentes.( ) Para realizar a obra de Deus o líder precisa ter o apoio e cooperação da sua família.( ) Se você ainda não o tem, ore a Deus nesse sentido.

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III - MOISÉS SE APRESENTA A FARAÓ (ÊX 5.1-5)12- Como foi a apresentação de Moisés diante de Faraó? Como devemos nos comportar na obra do Senhor?( ) Chegando ao Egito, Moisés e seu irmão Arão procuraram Faraó para comunicar-lhe a vontade de Deus para o povo deIsrael.( ) Quão difícil e arriscada era a tarefa de Moisés.( ) Após o encontro que já tivera com Deus, ele estava preparado para apresentar-se ao rei do Egito.( ) Faraó recusou de imediato o pedido de Moisés.( ) Além de recusar deixar o povo ir embora, Faraó agora aumenta o volume de trabalho do povo (Êx 5.8,9).( ) Moisés fez tudo como Deus lhe ordenara, porém, sua obediência não impediu que ele e seu povo sofressem.( ) Talvez você esteja realizando alguma obra em obediência ao Senhor, mas isto não vai impedir que surjam dificuldades,problemas e aflições.( ) Esteja preparado.( ) Não podemos nos esquecer de que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus” (At 14.22).( ) Enquanto estivermos neste mundo, estamos sujeitos às dificuldades (Jo 16.33). 13- Qual a queixa dos israelitas (Êx 5.20,21), como Moisés reagiu a essa situação?( ) O povo hebreu fica descontente com Moisés e Arão e logo começam a murmurar.( ) Certamente todos esperavam que a saída do Egito fosse imediata. Mas este não era o plano de Deus.( ) Moisés, aflito com a piora da situação, busca o Senhor e faz várias indagações.( ) Moisés não conseguia entender tudo o que estava ocorrendo, mas Deus estava no controle.( ) Quem de nós em semelhantes situações, estando em obediência a Deus, na vida cristã e no trabalho, já não indagou:“Por que Senhor?”( ) Às vezes não conseguimos entender o motivo de certas dificuldades, mas não podemos deixar de crer que Deus estáno comando de tudo. 14- Deus promete livrar seu povo (Êx 6-1), como isso se cumpriu?( ) A saída de Israel do Egito seria algo sobrenatural e esta promessa foi totalmente cumprida quando Israel, finalmente,saiu do Egito.( ) Deus, nos seus atributos e prerrogativas, ia agora redimir o povo de Israel (v. 6), adotá-lo como seu povo (v.7), eintroduzi-lo na Terra Prometida.( ) Todo o Israel, assim como os egípcios, teriam a oportunidade de ver o poder de Deus. CONCLUSÃO15- Complete:Na lição de hoje aprendemos como o grande “Eu __Sou__” escolheu e preparou __Moisés__ para que ele libertasse seu povoda __escravidão__ egípcia. Deus continua a levantar e preparar homens para a sua __obra__. Você está disposto a ser__usado__ pelo Senhor? Moisés apresentou algumas __desculpas__, mas não foram aceitas. Não perca tempo comjustificativas, mas diga “__sim__” ao chamado de Deus.

RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm AJUDACPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmBÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPADBíblia de estudo - Aplicação Pessoal.GARNER, Paulo . Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDACHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. (CPAD)STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPADO NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. DouglasDicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, João Rea - CPAD.Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.Teologia do Antigo Testamento - Walter C. Kaiser Jr. - Vida NovaJames, por Hendrickson Publishers - Edição Contemporânea, da Editora Vida, Traduzido pelo Rev. Oswaldo Ramos.ÊXODO Introdução e Comentário - Por R. Alan Cole, Ph. D. Menzies College, da Universidade Macquarie - SociedadeReligiosa Vida Nova - Associação Religiosa Editora Mundo CristãoC. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236-237.Flávio Josefo. HISTÓRIA dos HEBREUS De Abraão à queda de Jerusalém. Editora CPAD.COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.pag. 7-8.DAVIDSON. F. Novo Comentário da Bíblia. Êxodo. pag. 2.Leo G. Cox. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 141.