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OS 7 PECADOS CAPITAIS

7 pecados captais

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OS 7 PECADOS CAPITAIS

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(Doutrina Católica – Manual de Instrução

Religiosa – Moral)

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Vocábulos

1º. Pecados capitais. 1º. O termo pecado

tem, nesta lição, duplo sentido. Significa:

a) vício, quando se consideram a soberba, a

avareza, a luxúria, etc., como maus hábitos

que levam ao pecado;

b) pecado atual, quando se trata de um ato

transitório, seja ele causado por uma

disposição habitual ou não.

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2º. Capitais (do latim "caput": cabeça,

fonte).

a) porque podem ser pecados gravíssimos,

dignos da pena de morte;

b) porque, nos primeiros séculos da Igreja,

considerados: como a idolatria, o homicídio, o

adultério, e condenados a uma penitência

pública;

c) porque são origem, fonte de vários

outros, ainda que não sejam

necessariamente e sempre, pecados

mortais.

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PECADOS CAPITAIS

Há sete pecados, ou vícios, que podem ser tidos como graves, quer quanto à sua natureza, quer quanto às suas conseqüências.

1) Soberba; 2) Avareza; 3) Luxúria; 4) Inveja; 5) Gula; 6) Ira; 7) Preguiça.

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1. SOBERBA

1º. Natureza. Soberba é a estima excessiva da própria pessoa.

Manifesta-se principalmente de três maneiras:

a) o soberbo mostra-se ufano das qualidades que tem, não se lembra que deve por elas dar glória a Deus: "Que tens tu, diz São Paulo, sem o teres recebido?

E se o recebeste, como é que te glorias, como se aquilo fosse teu?" (I Cor IV, 7);

b) atribui-se dotes que não possui;

c)rebaixa as vantagens dos outros.

É parecido com o fariseu que coteja suas virtudes com os senões do próximo.

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1. SOBERBA

2º. Derivadas da soberba. A soberba produz a ambição, a presunção, e a vanglória.

A. Ambição é o desejo descontrolado de glória, honras, fortuna, poder, etc. o ambicioso anda atrás das posições de destaque e das dignidades.

"Apreciam o primeiro lugar nos banquetes, os assentos mais elevados nas sinagogas" (MtXXIII, 6) diz Nosso Senhor, falando dos Escribas e dos Fariseus.

B. Presunção é a demasiada confiança em si próprio. O presunçoso exagera seus talentos, julga-se preparadíssimo para qualquer encargo.

E trata de meter-se em negócios e empregos altos, para os quais faz com habilidades e competência.

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C. Vanglória é a mania de se envaidecer por

predicados, mais brilhantes e espalhafatosos,

do que reais e sólidos; de colher louvores, e

pasmar os circunstantes, quanto não há

motivo para tanto.

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1. SOBERBA

A vanglória, por sua vez, gera:

a) a jactância.

A jactância, gosta dos elogios. Baba-se por eles, suplica-os.

E quando não os consegue logo, encomenda a si mesmo.

Nas palestras, não deixa os outros falar. Só ele, só dele.

Não aprecia os companheiros, nem se importa com eles, e por isso, conta, o que fez e não fez, mandou e desmandou, suas boas obras, virtudes, esmolas

a) para livrar-se de censura imerecida;

b) b) para instruir e edificar o próximo, como o

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b) a hipocrisia é outro fruto espúrio da

vanglória. As felicitações que os gabolas se

outorgam nos seus alardes palavrosos, o

hipócrita quer granjeá-las por seus atos

fiteiros, e suas virtudes de aparato.

Anda deslembrado dos conselhos de Nosso

Senhor: "Tende cuidado em não fazer vossas

boas obras para serdes vistos pelos homens

... quando dais esmola, não toqueis trombeta,

como costumam os hipócritas nas sinagogas

e nas ruas, para que vos honrem os homens’

(Mt VI, 1,2);

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3º. Malícia da soberba. É pecado grave,

quando o orgulho quer elevar-se acima de

Deus e dos superiores.

É tido como fonte de todos os males.

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4º. Remédios. Os meios para curar a chaga

do orgulho são:

a) um exame atento, demorado, sincero, das

nossas misérias, das nossas falhas e

fraquezas; da inconsistência dessas coisas

que nos envaidecem;

b) a contemplação da humildade de Nosso

Senhor, que, sendo Deus, se rebaixou a ponto

de revestir-se da humanidade, e sujeitar-se a

todas as contingências mais triviais e vis da

nossa natureza; depois, a todos os ultrajes.

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2. AVAREZA

1º. Natureza. Avareza é o amor desregrado

às riquezas.

Assume duas modalidades:

a) É avarento o que anda aflito por ganhar

mais dinheiro, sempre excogita artes de

aumentar seus cabedais, e antes trata os bens

como donos do que como servos.

A fortuna, para ele, é um fim, e não o meio de

prover às necessidades da existência.

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b) É avarento mais encontradiço, o que está

afeiçoado a seus tesouros. Sovina.

Não dá nada.

E quando precisa gastar, parece que lhe arrancam

um pedaço da alma.

A economia é outra coisa. Consiste em regular as

despesas pelos rendimentos,: aquelas não

excedendo estes.

Não é vício. É virtude preciosa, estímulo do

trabalho, e mãe da prosperidade.

A avareza tanto se aninha no coração do pobre,

como no do rico.

Avulta, não raro, com a idade. Recrudesce com a

velhice.

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2. AVAREZA

2º. Efeitos. Da avareza nascem:

a) a injustiça para com o próximo: fraudes,

trapaças, roubos;

b) a traição: Judas vendeu seu Mestre por

trinta moedas;

c) o empedernimento do coração para com os

indigentes.

O avarento não se compadece da miséria:

nunca abre a mão para obsequiar, para dar

esmola aos pobres.

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2. AVAREZA

3º. Malícia. A avareza pode vir a ser pecado

grave:

a) contra Deus: o avarento prefere, com

efeito, a tudo, o dinheiro.

Adora o ouro. É seu ídolo.

Deus não existe mais para ele.

b) contra o próximo: o avarento, certo é que

não cumpre o dever de caridade.

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4º. Remédios. Dois remédios podem fazer

bem ao avarento:

a) lembre-se amiúde que tudo passa neste

mundo; que são perecedouros, frágeis, e

de pouquíssimo valor, os bens da terra.

Única riqueza de verdade é amar a Deus.

b) medite nos exemplos de Jesus Cristo.

Era riquíssimo, quis nascer, viver e morrer,

pobre.

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3. LUXÚRIA Luxúria, ou lascívia, é o vício contrário à

pureza, proibido pelo 6º e 9º Mandamentos da Lei de Deus.

I. A pureza. 6º e 9º Mandamentos

1º. Excelência da virtude da pureza. A castidade, ou pureza, consiste na abstenção dos prazeres carnais ilícitos.

Nenhuma virtude tem mais valor do que a castidade, porque ela, melhor que as outras, é o domínio do espírito sobre a carne, da alma sobre o corpo.

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3. LUXÚRIA

2º. Objeto do 6º e 9º Mandamentos. O 6º e

9º Mandamentos da Lei de Deus proíbem

os pecados de luxúria, contrários à virtude

da pureza.

Única diferença entre os dois, é que o 9º,

repetindo o 6º, vai além, reforça a proibição,

abarcando a mais os maus pensamentos e

maus desejos. Assim, enquanto o 6º

Mandamento veda atos, olhares e palavras

ofensivas da modéstia cristã, o 9º atalha o mal

na própria fonte, e condena o simples

pensamento impuro, o simples desejo

desonesto.

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3. LUXÚRIA

II. O que é proibido pelo sexto

Mandamento da Lei de Deus.

O 6º Mandamento da Lei de Deus proíbe:

1º. As más ações. Há certas coisas

indecentes que o menino não se atreveria a

praticar à vista de seus pais ou de seus

mestres, e que desonram e envergonham os

autores, quando essas coisas vêm a ser

conhecidas.

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2º. Maus olhares.

Consistem em demorar a vista, por gosto e sem

necessidade, nos objetos ou nas pessoas que

podem excitar as paixões: por exemplo,

estátuas, imagens ou pessoas que não têm

a devida decência.

3º. Escritos e palavras desonestas. Quer

dizer, qualquer escrito (maus livros e maus

jornais), qualquer palavra que ofendem .

Quanto às más conversas, afirma São Paulo (I

Cor XV, 33) "que corrompem os bons

costumes".

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III. O que proíbe o 9º

MandamentoO 9º Mandamento proíbe:

1º. Os maus pensamentos.

O pecado de pensamento, que os teólogos,

chamam de "deleitação morosa",

consiste em se demorar, voluntariamente,

na imaginação de uma coisa ruim, sem

querer mesmo chegar à prática da mesma.

Esta independe da vontade. É uma tentação.

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É pecado mortal, quando a coisa é mesmo

ruim, e o consentimento pleno.

Do contrário, é venial.

E não há pecado nenhum, quando se combate

e se afugenta a representação do mal, e se

reprova.

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2º. Os maus desejos.

O desejo é mais do que o pensamento, porque, com a imaginação do ato mau, está a intenção e vontade de praticá-lo. Perante Deus, é a mesmíssima coisa:

querer ver,

ouvir ou

fazer, coisas impudicas,

e ver, ouvir,

ou fazer.

Agora os desejos desonestos são como os pensamentos: culpados, exatamente na proporção em que são voluntários

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IV. Gravidade dos atos contra a

pureza.

É facílimo avaliar a gravidade dos atos contra a pureza, pela meditação das conseqüências desastradas que acarretam na alma e no corpo:

a) Na alma. Nublam, entenebrecem, e materializam, a inteligência. Cegam-na para as coisas de Deus (I Cor II, 14). Desmoralizam e embrutecem o coração que, então, se separa e afasta de Deus, abandona a religião, cai na impiedade.

b) No corpo. A impureza estraga a saúde, exaure as forças, traz as doenças mais repugnantes e vergonhosas, as enfermidade mais asquerosas, e não raro, fim prematuro. Portanto, são mortais, geralmente, os pecados de impureza, a não ser que a irreflexão diminua esta gravidade

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V. Causas que levam à impureza.

As causas determinantes de pecados contra a

castidade podem se classificar em: exteriores

e interiores.

1º. Causas exteriores. São as que

deparamos fora do nosso espírito viciado e do

nosso coração corrupto pelo pecado original:

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a) As más leituras.

Esta rubrica geral abrange os livros ímpios, licenciosos, jornal ruim, revista ruim, e em especial, folhetins e romances que pintam ou encarecem o vício:

Uns e outros provocam desgraças.

Não há iludir ou anestesiar a consciência.

Ninguém se imuniza contra este tóxico violento, traiçoeiro e fatal.

Dirão que procuram unicamente as belezas literárias, o encanto das descrições, a magia do estilo.

É verdade. Isca fementida. Engodo.

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Procura-se tudo isso, e encontra-se mais

alguma coisa: o veneno, que a alma engole

por doses pequenas ou grandes, e que mata .

É absurdo. E será mesmo tão minguada a

nossa literatura, que só nesses charcos se

poderão descobrir modelos de estilo, de bela

dição, de alta cultura clássica?

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b) Espetáculos. Teatros e cinemas não são maus por índole, por natureza, é claro.

Haveriam mesmo de aformosear a alma, educar a vontade, e nobilitar o coração.

E passam a ser verdadeiras escolas do crime e da imoralidade.

Glorificação do vício, apoteose e triunfo da impureza, e menosprezo ou escárnio da virtude, isto é que é.

Alexandre Dumas o disse alto e bom som: a mãe prudente não assiste aos espetáculos, e muito menos levaria aí sua filha.

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c) Dança e baile.

Sendo exercício corporal, a dança é ginástica nada reprovável. A Bíblia refere, em muitas passagens, sem nota alguma pejorativa, as danças praticadas pelas moças e senhoras de Israel, para divertimento (Juízes XXI, 21, 23; Jerem. XXXI, 4,13) antes religioso, manifestação de piedade, do que mundano.

A filha de Jefté vai ao encontro do pai, e vai dançando com uma porção de companheiras (Juízes XI, 34).

Quando Davi, vencedor de Golias, regressa triunfante, as mulheres de Israel o ovacionam e celebram, com danças, a glória dele (Reis XVIII, 6, 7; XXI, 11).

Davi ia dançando diante da Arca da Aliança, que ele mandava recolher, com inaudita pompa (II Reis VI, 5).

Nota-se, entretanto, que, as mais das vezes, dançavam, as jovens, sozinhas, separadas dos moços (Ex XV, 20; I Samuel XVIII, 6).

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A dança moderna, conhecida por nomes variadíssimos, é outra coisa.

Altamente condenável, por causa da liberdade infrene que nela reina, dos encontros que ali se realizam.

Excetuando determinadas reuniões de família, a regra geral é que não se deve dançar. Muito menos ainda, se hão de freqüentar bailes públicos, ou bailes mascarados, que são os mais perigosos.

Em que conta teremos os tais bailes de caridade?

São organizados para angariar donativos, para aliviar os desamparados, ou as vítimas de alguma calamidade: inundação, seca, incêndio, etc.; motivo de beneficiência.

Ora, para saber o que vale este sistema, examinemos o caso. Será, um baile, mais puro e menos arriscado, porque o fim é a esmola?

Que tem uma coisa com outra? Onde é que se viu alterada a essência de uma coisa porque se lhe mudou o destino?

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d) Reuniões mundanas e más

companhias.

"Dize-me com quem andas, que te direi quem és". A freqüentação, os passeios, as amizades, ou familiaridade com pessoas levianas, frívolas, em busca de passatempos quaisquer, e que gastam o dia no ócio e na moleza, são também causas de muitos pecados de impureza.

e) Modas desonestas. Nos trajes femininos, a moda apresenta, por vezes, excentricidades que constituem verdadeiro desafio e insulto ao bom gosto e ao pudor. Tais modas são reprovadas pela religião, pela moral, e até pelo senso comum.

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2º. Causas interiores.

As causas provenientes de nós mesmos são:

a) Orgulho. Deus não ama os que "se ensoberbecem nos seus juízos", desampara-os, e deixa-os "entregues a paixões de ignomínia" (Rm I, 21,26).

b) Intemperança. "Não vos embebedeis com vinho, diz São Paulo, isto é, fonte de devassidão: mas inebriai-vos do Espírito Santo" (Ef V, 18). Quem anda atrás dos deleites dos festins, dá a mão às tentações da carne e da concupiscência.

c) Ócio. A preguiça é mãe de todos os vícios, e São Jerônimo afirma, desassombrado que, se está um demônio solicitando ao mal o homem que trabalha, estão mais de cem demônios tentando o que está desocupado.

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VI. Remédios contra a

impureza.

1º. Meios naturais.

a) é preciso lembrar, primeiro, a fuga das

ocasiões que podem levar ao pecado, quer

dizer, a supressão, de vez, de todas as causas

acima mencionadas.

A ocasião se diz remota ou próxima.

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a) Ocasião remota

é a que conduz, de modo muito indireto, até a

ofensa a Deus. Tais ocasiões enxameiam pelo

mundo, não há como evitá-las sempre, porque

se alastram por todas parte. A melhor boa

vontade não o conseguiria. Fugir delas não

constitui obrigação.

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b) Ocasião próximaé a que provoca a tal ponto que é quase certo cometermos o

pecado, se ela não for removida.

(1) A ocasião próxima será necessária de necessidade física

ou moral: necessidade física, quando é de todo impossível

suprimi-la; necessidade moral, quando a dificuldade é

grande.

(2) Em ambos estes casos, é preciso lançar mão de todos os

preservativos e orações, recepção dos Sacramentos da

Penitência e Eucaristia. Renovar, amiúde, o propósito de

nunca mais pecar.

(3) (2) Ou a ocasião próxima pode ser afastada, e então, há

obrigação imperiosa de removê-la. É condição "sine qua

non" para obter a absolvição.

(4) A Igreja impõe esta regra, porque conhece o que diz a

Sagrada Escritura: "Quem ama o perigo, há de cair no

abismo" (Ecl. III, 24).

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b) a vigilância é guarda dos sentidos, da

imaginação e das afeições;

c) a humildade;

d) a mortificação;

e) o trabalho, são outros tantos meios naturais

e auxiliares poderosos na luta pela pureza.

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2º. Meios sobrenaturais.

Com os meios naturais, é indispensável ainda, o emprego dos meios sobrenaturais. Os principais são:

a) Oração. Deus nada recusa a quem pede.b) Confissão. Desvendar a chaga é curá-la.c) Comunhão freqüente. A Eucaristia é o alimento da força.d) Devoção a Maria Santíssima. Vendo perigo, a criancinha recolhe-se junto da mãe. Maria Santíssima é mãe de todos nós, e ela tanto estima a virtude de pureza, que protegerá seus devotos que lhe suplicam auxílios, que se recolhem pela prece, à sombra benéfica de sua égide maternal.

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4. INVEJA

1º. Natureza. A inveja deriva-se da soberba.

Consiste no regozijo pela desgraça que

sucede ao próximo e no pesar pela boa

sorte dele, como se a felicidade alheia

perturbasse a nossa.

Logo, a inveja tem duas caras: expandida e

risonha perante o mal dos outros; amarrada e

tristonha diante da prosperidade alheia.

O distintivo essencial da inveja é a falta de

caridade. Portanto, não tem inveja:

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4. INVEJA

1. quem se entristece porque vê que é feliz e passa bem uma pessoa que não o merece. Não é inveja, é "zelo desatinado" porque a repartição dos bens deste mundo é da conta exclusiva de Deus;

2. quem fica triste com a promoção de fulano, porque isto poderá causar transtornos; é "temor legítimo", se não ajuizado;

3. quem anda acabrunhado, porque outro ganhou o lugar que ele mesmo havia pleiteado por seus esforços; chama-se "brio, emulação".

Ciúme é uma face da inveja. Não se alegra com os reveses e dissabores alheios. Mas tem o receio exacerbado de perder o bem que possui, e cobiça violentamente o bem dos outros.

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4. INVEJA 2º. Efeitos. Da inveja nascem a calúnia, a maledicência,

a delação, as rivalidades, as discórdias, o ódio e até o homicídio.

3º. Malícia. A inveja ofende a caridade que devemos ao próximo. É tanto mais culpada quanto mais avultado fôro dano que ela causar aos outros.

4º. Remédios.

a) primeiro meio para tratamento desta enfermidade moral é recordarmos que todos os homens tem igual natureza e igual destino. Não são irmãos em Cristo todos os católicos? E não são todos eles membros da mesma sociedade que é a Igreja?

b) segundo meio, é ponderarmos as conseqüências nefandas que formam o séquito da inveja.

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5. A GULA. 1º. Natureza. Gula é o amor desordenado ao

alimento. Quando se aplica de modo especial à

bebida chama-se embriaguez, alcoolismo.

A. Considerada em geral, a gula manifesta-se

de duas maneiras:

a) pelo excesso na quantidade. O guloso

multiplica as refeições; come a torto e a direito;

ou então come demais, ou muito depressa,

avidamente;

b) por excessiva exigência na qualidade. Peca

por gula o que procura iguarias finas, e requinta

nos prazeres do paladar; e até, quem repisa, a

toda hora, na conversa, esses tópicos.

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5. A GULA.

B. Embriaguez é a forma mais torpe e

repugnante da gula. Com efeito, quem cai

neste vício até ficar bêbado, perde o uso da

razão e resvala abaixo dos brutos.

C. Alcoolismo é a paixão dos excitantes, das

bebidas fortes. O alcóolico não chega a

embebedar-se; mas, em doses exageradas e

múltiplas, ingurgita o temível veneno. Tornou-

se hábito, necessidade fatal.

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5. A GULA.

2º. Efeitos. A gula em geral provoca:

a) o abandono das obrigações religiosas;

b) a transgressão das leis do jejum e da abstinência;

O alcoolismo tem conseqüências ainda mais desastradas. Com efeito, o alcoolismo não é senão embriaguez no estado crônico:

a) no indivíduo viciado por este funestíssimo hábito, aparecem as doenças mais impiedosas (...) As faculdades intelectuais embotam-se gradualmente, e breve, a vítima acha-se como que bestificada. No ponto de vista moral destrói o pudor e os brios, deixando apenas a medrar os instintos da animalidade.

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b) na família é fautor de anarquia. O alcóolico

foge do lar; deixa no desamparo mulher e

filhos. E se, porventura ainda trabalha, gasta

com o vício tudo o que vai ganhando.

c) para a sociedade também o alcoolismo é

um flagelo, um cancro. Nos países onde

grassa, queima as veias de um povo inteiro,

dessora e desfibra a raça mais profundamente

do que a chacina das batalhas.

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3º. Malícia.

O amor exagerado do comer e do beber não

é, em si, pecado grave.

Com a embriaguez, o caso é outro. Quando

acidental e involuntária, desculpa-se; mas se

for propositada, é pecado mortal. Quanto às

faltas cometidas pelo bêbado, ele é

responsável no grau em que as previu: a

culpabilidade não está no ato, está na causa.

Tanto mais culpado é o alcoolismo quanto

mais lamentáveis são os estragos que produz.

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4º. Remédios.

Para sanar este defeito da gula são eficazes as seguinte

receitas:

a) evitar tudo o que lisonjeia demais o paladar, como as

iguarias saborosas e muito finas;

b) pensar que isto de comer e beber não é o fim da

atividade humana. Existe o alimento para a vida, não a vida

para o alimento.

c) os pais devem incutir no ânimo dos filhos o amor da

temperança e sobretudo dar-lhes bons exemplos a respeito.

d) as donas de casa zelem por ter um lar confortável e

atraente, que agrade às visitas, ao esposo e aos filhos,

desviando-os da freqüentação de tabernas e botequins.

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6. IRA 1º. Natureza. Ira é um movimento desordenado da

alma que se revolta contra o que não lhe apraz. Muitas vezes, é o resultado do orgulho que se julga melindrado, e quer desforçar-se. Mas é também uma paixão proveniente da índole, e que a vontade custa a senhorear.

Nem sempre alcança, a ira, o mesmo grau de violência. Por isso distinguem-se:

a) a impaciência;b) a raiva;c) o arrebatamento, que se derrama em berros e desaforos;d) o furor, que se traduz por insânias, acessos próximos da loucura;e)a vingança, que é o desejo cultivado de prejudicar a quem nos desagradou.

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6. IRA Há certa cólera que não é pecado. Vem a ser, apenas, justa

indignação, quando se manifesta dentro de limites razoáveis: na hora azada, contra quem a merece, e com intensidade prudente. Um pai de família se mostrará oportuna e eficazmente irritado com o comportamento mau do filho, e infligirá uma correção enérgica que produza frutos de emenda. Um superior de comunidade, no desempenho do seu cargo, castiga publicamente uma ofensa à regra. A cólera, então, não é vício, é virtude.

Na Sagrada Escritura, temos muitos fatos destes. Moisés, ao deparar com o bezerro de ouro, deixa-se arrebatar pelo furor da ira santa, e quebra as tábuas da Lei (Ex XXXII, 19). Deus, muitas vezes, ira-se contra os pecadores (Sl CV, 40). Nosso Senhor lança mão do chicote, e tange para fora, irado, os vendilhões do Templo (Mt XXI, 12). Zanga com os Fariseus, que andavam espiando, para ver se haveria de curar, em dia de Sábado, o enfermo com a mão ressequida (Mc III, 5). São cóleras santas que têm justificativa no fim almejado: debelar ou fustigar o mal, e emendar os pecadores.

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6. IRA

2º. Efeitos. A ira gera as disputas, as quisílias, doestos e vitupérios, brados e invectivas, rancor, ódios, assassínios e demandas.

3º. Malícia. Quando a cólera provém da índole, do gênio, é culpa venial só, a não ser que se desmande em crises, e seja deliberada. Quando inclui o desejo desnorteado de vingança, ofende a justiça ou a caridade, e então é pecado grave.

4º. Remédios. Para amordaçar e refrear a cólera, é preciso:

a) atalhar logo o primeiro ímpeto;b) lembrar-se do preceito do Senhor: "Amai vossos inimigos ... fazei o bem aos que vos odeiam" (MT V, 44);c) meditar o exemplo do divino Mestre, Cordeiro manso e humilde de coração.

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7. PREGUIÇA

1º. Natureza. Preguiça é o apego desmedido ao descanso que leva a omitir nossas obrigações, ou a descuidá-las. O espírito e o corpo do homem que trabalha necessitam de repouso. Mas, este não pode vir a ser regra geral, e com que o único fruto da existência.

Distinguem-se:

a) preguiça espiritual;b) preguiça corporal.

Aquela é falta de ânimo, de coragem no cumprimento dos deveres religiosos, na oração. Esta é desleixo das nossas obrigações de estado.

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7. PREGUIÇA

2º. Efeitos. A preguiça faz ociosa a vida, e

franqueia, a todas as tentações, os caminhos

da alma. "A preguiça é a mãe de todos os

vícios".

A preguiça espiritual põe em perigo a salvação

eterna, pois "cada um há de receber a própria

remuneração, conforme o próprio trabalho" (I

Cor III, 8).

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7. PREGUIÇA

3º. Malícia. É pecado grave, a preguiça, quando chega até o esquecimento de Deus e das nossas obrigações mais importantes.

4º. Remédios. Para extirpar a preguiça, reflita-se que o trabalho é lei universal imposta pelo Criador. Os ricos não são dispensados. Existe, para eles, o grande dever da caridade, que os manda trabalhar a fim de aliviar, mais eficazmente, a sorte dos pobres.