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A condição Humana e Espiritualidade Cristã - Agostinho x
Pelágio
A imago Dei é fator que diferencia, pois ao lermos os primeiro capítulos
do livro do Genesis apenas em um momento é expresso que determinado ser
possuiria a imagem e semelhança de Deus, obviamente, tudo o que foi criando
ali possui natureza espiritual, porém “imagem e semelhança” foram reservadas,
exclusivamente ao homem: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e
sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o
réptil que se move sobre a terra”. Gn. 1:26.
Isso implica que o Gênero humano (adam) deverá realiza-se
coletivamente num viver solidaria e amoroso, “Não é bom que o homem esteja
só”, mas o homem afastou-se do propósito divino e como expressa Calvino
tem-se o pecado hereditário que afeta todos que advém do primeiro adão,
havendo assim uma universalidade do pecado -“Eu nasci na iniqüidade, e em
pecado, me concebeu minha mãe” (Sl 51.5) - que ao contrário do que dizia
Pelágio e seus seguidores, “O pecado não seria congênito nem transmitido,
mas seria adquirido por imitação. Para Pelágio, o homem nasceria bom e
inocente1”.
“Agostinho discorda dessa tese e vê nas doutrinas pelagianas a
manifestação da presunção humana que erroneamente levaria a supor que a
salvação depende apenas de nossa vontade, de nossos próprio atos, escolhas
e obras, negando o caráter salvador e redentor de Jesus Cristo. A visão
agostiniana do pecado original foi herdada por todo o cristianismo ocidental e
está presente em todas as denominações cristãs históricas católicas ou
protestantes2”.
Tendo feito as primeira considerações a respeito da Imago Dei, da visão
agostiniana, pelagiana e de Calvino partirei para alguns apontamento em
relação as visões proposta sobre o pecado no cristianismo. O homem não é
Deus é semelhante a Deus, mas não é Deus, temos até certo grau de
proximidade com o Criador sem contudo sermos como o Criador é, sua função
é de guardião de um bom servo que trabalha e cuida esperando ansiosamente
o retorno do seu Senhor. “E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e
multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar
e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
Gn. 1:28”, dois verbos importantes: Sujeitai-a e dominai, como seria a sujeição
e dominação aqui expressas, certamente, não tem relação com uso dos
recursos disponibilizados de forma irresponsável, como já dito acima somos
“mordomos” temos um lugar abaixo do criador e acima do restante de sua
criação, logo, a forma como agimos em relação a criação está diretamente
relacionada com o relacionamento que mantemos com o criador. Certamente
ninguém em pleno estado de sua saúde mental destrói sua residência nem tão
pouco a fonte de sua vida, contudo temos assistido isso acontecer.
O homem tem seu papel bem defino (guardião), não é dono do universo
o servo mau deverá prestar contas ao seu senhor, pois o que está sobre sua
responsabilidade não lhe pertence foi-lhe outorgado momentaneamente com o
fito de lhe fornecer vida, Paulo aprofunda a reflexão e aprimora nossa
responsabilidade, visto que em Cristo é proclamada a igualdade de classes de
gêneros, de nacionalidades, etc. “Nisto não há judeu nem grego; não há servo
nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo
Jesus. Gálatas 3:28”. Somos iguais aos olhos do Pai, convocados a viver em
harmonia uns com os outros e com criação, repudiando as injustiças,
sujeitando-se a Deus.
Além disso, Deus tem o melhor caminho a oferecer para seus filhos e
filhas, contudo estes desviam-se deste caminho buscam um viver autônomo e
as consequências são descritas nos versos abaixo:
“E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável
aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e
comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.
Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e
coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia;
e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as
árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?
E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-
me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de
que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste
por companheira, ela me deu da árvore, e comi.” Gn. 3:6-12, agora vemos que
o homem juntamente com a natureza (“Espinhos, e cardos também, te
produzirá
Gn. 3.18”, Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com
dores de parto até agora. Romanos 8:22) têm sua natureza benigna
corrompida, marcada pelo medo e pela dor.
O homem carece então de redenção necessita de restauração da
condição pecaminosa, voltando a perfeita condição que outrora era
coparticipante, seu relacionamento constante com Deus é afetado, porém
entrará em ação o plano redentor de Javé revelado em Cristo.
Mas, como agir em relação ao pecado? Somos todos pecadores? é uma
condição inapta ao homem ou somos afetados pelo meio no qual estamos
inseridos? Vários outros questionamento foram levantados ao longo da história
obtendo diversas respostas sobre o tema do pecado, porém a visão que
prevaleceu foi a de Santo Agostinho que refutou a visão de Pelágio, podemos
dizer que a ideia de Pelágio era a seguinte: “O pelagianismo sustenta
basicamente que todo homem nasce moralmente neutro, e que é capaz, por si
mesmo, sem qualquer influência externa, de converter-se a Deus e obedecer à
sua vontade, quando assim o deseje”3. É notório que no pelagianismo o
homem é levado a uma prática ascética e autônoma.
Agostinho, porém, levanta-se contrário entende assim a ação do pecado:
“Agostinho ensinava e defendia a doutrina “do pecado original”, e os seus
inevitáveis efeitos mortais sobre a vida de todos os descendentes de Adão”4.
Agostinho acredita que o cerne da questão estava no fato de que Adão buscou
autonomia ser como Deus quebrando o vínculo que estabelecia-se fazendo
assim necessária a religare dei. Conceitos com livre arbítrio podem tangenciar
a questão, pois foi um ato voluntário e não condicional o homem buscou
autonomia e afastou-se de Deus Pai.
Mesmo diante de tal rebelião Deus deseja restabelecer o laços e revela-
se em Cristo, afim de redimir o que havia se afastado; para Agostinho ao
contrário do que pensava Pelágio há a hereditariedade do pecado todos somos
coparticipantes em Adão do pecado não sendo uma condicionante, “Porque
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Romanos 3:23”. Esta
destituição irá criar uma estruturas de pecaminosas em sociedade, pois a
sociedade é o que é devido as relações corrompidas que o homem mantêm
com o Criador, Outro teólogo que contribui doutrinariamente sobre o conceito
do pecado foi Calvino, o reformador tem seu pensamento fortemente ligado ao
de Agostinho. Também acreditava que o homem foi criado com uma natureza
pura, que se corrompe a partir de Adão passando hereditariamente a sua
posteridade, tornando o ser humano culpado diante de Deus por sua decisão
deliberada de um viver autônomo.
Deus tem um propósito superior ao criar o homem não precisava mas
por amor cria, para que este possa viver de acordo com sua vontade e em
dependência total desfrutando a boa perfeita e agradável vontade de Deus, em
harmonia com a natureza e com o próximo, a decisão de ser como Deus,
desestabiliza a ordem estabelecida por Javé em que determinava o papel do
homem como intermediário não maior que Deus não menor que a criação entra
em cena o pecado, que para Pelágio é inapto ao homem que é influenciado
pelo meio e não portador, hereditário, Agostinho apresenta uma visão que
diferente de Pelágio, crê na hereditariedade do pecado que se inicia da decisão
de Adão de viver de acordo com a sua verdade.
Bibliografia:
1. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pecado_original
2. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pecado_original
3. http://www.guia.heu.nom.br/pelagianismo.htm
4. http://filosofarparaviver.blogspot.com.br/2009/10/graca-e-pecado-
original-as-disputas-de.html