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COLETÂNEA DE MENSAGENS
E PALESTRAS
DE EDINALDO NOGUEIRA
1ª PARTE
Edinaldo Nogueira E-mail: [email protected]
(caso queira fazer alguma refutação por escrito pode enviar para e-mail)
Dedicatória
Dedico este livro a Deus e Pai de nosso
Senhor Jesus Cristo que me concedeu graça. A Ele
seja a glória para todo sempre em Cristo Jesus no
poder do Espírito Santo!
À minha digníssima e amada esposa, Claudete
Nogueira, por sua compreensão e amor e aos nossos
filhos Letícia e Renan e a sua esposa Aline.
Aos meus pais, Paulo e Marleide e meus
queridos irmãos e irmãs: Edileuza, Fátima, Ednardo,
Edvaldo, Eduardo e Paula.
À todos os amados irmãos em Cristo que
amam as Doutrinas Cristãs.
A todos os leitores dedico este livro.
PREFÁCIO
Esse livro é o primeiro de uma série de livros que trazem minhas
mensagens e palestras desde 2009 em diante. Todas estão gravadas em
áudio, e agora pretendo compilá-las. Quero deixar um legado para meus
descendentes: filhos(as), netos(as) e bisnetos(as).
Edinaldo Nogueira
ÍNDICES DAS MENSAGENS E PALESTRAS
Sobre o Partidarismo na Igreja .................................................... 006
Sobre Demandas Judiciais Entre os Irmãos ................................. 015
Sobre a Perseverança do Crente e os Perigos
do Esfriamento Espiritual ............................................................. 023
Sobre a Importância da Santa Ceia do Senhor ............................. 032
Sobre Enfrente a Tragédia Sem Perder a Doçura ......................... 040
Sobre a Ressurreição de Cristo ...................................................... 046
Sobre Os Instrumentos Divinos de Provação ................................. 056
Sobre a Introdução a Primeira Epístola de João ........................... 061
Sobre Jesus a Luz do Crente ........................................................... 065
Sobre Jesus, Perdoador e Redentor ................................................ 073
Sobre a Chegada do Anticristo (I).................................................... 089
Sobre o Preço do Resgate dos Pecadores ........................................ 095
Sobre a Chegada do Anticristo (II).................................................... 100
Sobre a Nossa Eterna Salvação ........................................................ 108
Sobre o Batismo nas Águas (I) .......................................................... 117
Sobre a Depressão ............................................................................ 122
Sobre o Testemunho Interior do Cristão ........................................... 132
Sobre o Batismo nas Águas (II) ......................................................... 140
Sobre o Conhecimento de Deus ......................................................... 148
Sobre a Preparação e Qualificação dos Obreiros do Senhor ............ 156
Sobre a Vontade Soberana e a Vontade Secundária .......................... 163
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó em
19 de Abril de 2009
Sobre o Partidarismo na Igreja
1ª Coríntios 1.10-13; 3.1-6
Os partidários são frutos nocivos plantados dentro da igreja por
certos obreiros. Muito embora, Paulo Apolo e Cefas, que é Pedro, sendo
obreiros, não foram eles que fomentaram essa divisão na igreja de Corinto.
Eles não tinham nada a ver com essa divisão partidária. Mais foram alguns
sujeitos que começaram a tomar partido dentro da igreja.
De modo que tem certa divisão na igreja que os pastores não têm
culpa, que os pastores não estão fomentando nem os obreiros, mas as
pessoas estão apenas usando os nomes deles. Porém, existem outros grupos
dentro da igreja que são fomentados pelos líderes, que são obreiros
plantadores da semente da contenda. Eles não estão interessados em semear
a semente da Palavra de Deus, mas em semear essa semente perniciosa,
nociva, que tem como „fruto‟, se é que pode usar esse termo, o joio.
Há vários tipos de obreiros. Primeiro, o obreiro plantador da
semente. Qual é a função do obreiro plantador da semente? É lidar com a
semente da Palavra de Deus. Ele tem a consciência de que ele não está
semeando as suas próprias palavras, mas a palavra de Deus. E por causa
disso, ele deve ter alguns cuidados. Porque ele sabe que ao semear a palavra
de Deus irá prestar contas por aquilo que ele diz.
Leiamos Tiago 3.1: „Meus irmãos, não sejais muitos de vós mestres,
sabendo que receberemos um juízo mais severo‟.
O obreiro que lida com a palavra de Deus, ele sabe que vai prestar
conta por aquilo que ele prega, ensina e fala. Por isso que a Palavra é uma
espada de dois gumes, ela corta dos dois lados. E primeiramente, ela corta o
pregador. Antes de ela tornar amarga no povo, torna-se primeiro amarga
naquele que a ministra.
Tem muita gente correndo apressadamente para ser pregador, para
ser ensinador da palavra de Deus, mas ele não sabe que sobre ele pesa o
juízo de Deus; pesa a prestação de contas de Deus. Jesus Cristo disse „a
medida que vocês usarem para medir, por essa mesma medida vocês serão
medidos‟. Por isso, irmãos, temos que ter muito cuidado quando fomos
chamados para pregar e ensinar a palavra de Deus.
O obreiro que lida com a palavra de Deus deve ser fiel a mensagem
que recebeu de Deus para entregar, porque não é dele, é de Deus. Então ele
tem que entregar a mensagem do modo como recebeu de Deus. Sem
adulterar a mensagem. Sem falsificar e nem modificar, ele tem que entregar
a mensagem da palavra de Deus.
Leiamos 2ª Coríntios 1.18: „Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra
a vós não é sim e não‟.
Não pode existir em nossa mensagem essa questão de sim e não. O
obreiro diz uma coisa agora e mais tarde, ele está desfazendo aquilo que ele
disse. Ele diz uma coisa, e quando vem a pressão, ele se esquiva: „Não! Eu
não falei isso. Foi um mal entendido‟. Ele entra em contradição.
O obreiro fiel à palavra é aquele que sustenta a palavra ainda que o
mundo todo arrebente na cabeça dele, conforme diz o salmista no Salmo 15
„aquele que sustenta a palavra ainda que com prejuízo próprio‟. Por quê?
Porque a mensagem não é dele, a mensagem é de Deus.
Leiamos 2ª Coríntios 4.2: „...pelo contrário, rejeitamos as coisas
ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a
palavra de Deus; mas, pela manifestação da verdade, nós nos
recomendamos à consciência de todos os homens diante de Deus‟.
Leiamos também 1ª Tessalonicenses 2.13: „Por isso nós também,
sem cessar, damos graças a Deus, porquanto vós, havendo recebido a
palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não como palavra de
homens, mas (segundo ela é na verdade) como palavra de Deus, a qual
também opera em vós que credes‟.
Temos que tomar essa consciência sobre nós de que a palavra que
nós falamos não é a nossa palavra, mas a palavra de Deus, como Paulo
disse: „... vocês receberam como palavra de Deus, que de fato é...‟. E essa
palavra vai operar!
O obreiro que lida com a palavra de Deus tem que conscientizar-se
que ele tem que ser fiel a palavra de Deus e que vai prestar constas pela
palavra que falou.
O obreiro que lida com a palavra de Deus deve enquadrar o seu
pensamento segundo os oráculos de Deus.
Leiamos 1ª Pedro 4.11: „Se alguém fala, fale segundo os oráculos de
Deus...‟.
„Oráculos‟ nesse texto não é apenas a palavra escrita, mas a
revelação que você recebe daquilo que está escrito. Muito embora, as
Escrituras estejam recheadas de temas e assuntos, o cristão não fala apenas
baseados nesses diversos assuntos, mas fala segundo aquilo que o Espírito
vai sacar, revelar e guia-lo. É por isso que antes de falar aos homens, o
obreiro tem que falar com Deus para poder receber de Deus a mensagem
revelada.
E 2ª Pedro 1.16: „Porque não seguimos fábulas engenhosas quando
vos fizemos conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, pois
nós fôramos testemunhas oculares da sua majestade‟.
Devemos enquadrar as nossas palavras, as nossas ideias segundo a
palavra de Deus e não seguir as fábulas, as lendas e os mitos. Diz Pedro
„não seguimos fábulas‟, isto é, invenções, não é coisa da nossa mente. Nós
não aprendemos isso das filosofias, mas nós mesmos experimentamos na
palavra de Deus.
Nós não baseamos a nossa mensagem e nossa pregação em mitos e
estorinhas. É por isso que o obreiro tem que ter muito cuidado com aquilo
que ele vai transmitir. Ele precisa sabe qual é a fonte.
O obreiro que planta a palavra de Deus sabe que vai lidar com
diferentes tipos de pessoas. Ele tem que ter consciência disso, para que não
se iluda e não fique decepcionado, frustrado e desista da missão.
Em Mateus 13.18-23, Jesus, aquele que é o pregador dos pregadores,
tinha essa consciência e transmitiu essa consciência para seus apóstolos e
discípulos, de que há vários tipos de pessoas que vão corresponder a
mensagem que nós pregamos. São quatro tipos, e destes apenas um,
realmente, vai ter resultado. Três não produziram bons resultados, isso
significa que a nossa mensagem pregada não terá um resultado de cem por
cento, e que muitas vezes, nós corremos o risco de não temos bons
resultados.
Veremos esses quatro tipos de pessoas, segundo a palavra de Deus:
Primeiro, aqueles que ouvem a palavra, mas não entendem. Porque
estão procurando entender através do seu raciocínio humano. Isso vai gerar
crentes „intelectuais‟ e „filósofos‟. Quer dizer, se a palavra que você está
pregando é por revelação do Espírito, conforme diz Paulo „nós não falamos
segundo a sabedoria dos homens, mas segundo as palavras que o Espírito
nos ensina‟; então, se a palavra que você está falando é revelada pelo
Espírito e ensinada pelo Espírito, então a pessoa que está ouvindo, só vai
entender se ela também receber a revelação do Espírito. Se ela procurar
entender a palavra apenas pelo seu raciocínio humana não irá compreender.
Segundo, aqueles que são estáveis na palavra. Eles procuram seguir
a palavra segundo as suas emoções humanas, então, ele se torna uma pessoa
estável. Jesus disse que esse tipo de gente recebe a palavra com muita
alegria, mas logo se esquece da palavra. Há esse tipo de pessoas, que ouve e
vai corresponder segundo as suas emoções. Se ele está num culto
pentecostal, ele recebe a palavra, sente aquele ardor no coração, fica
arrepiado e corre para aceitar Jesus, isso em um domingo a noite. Mas, na
segunda-feira ele não sabe nem o que foi que fez, ele não sabe se realmente
é crente. Ele começa titubear, fica indeciso, porque ele baseou a sua decisão
apenas em suas emoções humanas.
Tiago 4.8 fala sobre esse tipo de sujeito e o chama de „duplo ânimo‟,
que no grego é, „dupla alma‟; aquele que tem duas almas. Em um dia ele
está alegre porque recebeu alguma palavra de refrigério, mas no outro dia
fica triste, querendo desistir, porque não recebeu nenhuma palavra de Deus.
Leiamos Tiago 4.8: „Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós.
Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os corações‟.
Então aí é de dupla alma, aquele que tem dois tipos de ânimo.
Aquele que uma vez está com ardor para seguir a Cristo, mas em outra vez,
está totalmente frio e indiferente a mensagem de Cristo.
Então esse tipo de correspondência à palavra irá gerar crentes
exclusivistas, místicos e insubordinados.
Terceiro, aqueles que são infrutífero na palavra. Porque eles baseiam
a palavra segundo os seus desejos humanos. Isso gera crentes liberais ou
legalistas. Eles estão na igreja, mas se tornam crentes infrutíferos, pois
baseiam a sua fé e sua esperança apenas em seus desejos humanos, em sua
vontade humana; naquilo que ele acha que tem que ser, que ele quer que
seja e que deve ser.
Vocês que são obreiros deve ter essa consciência: há tipos diferentes
de pessoas. Há aqueles que vão lhe elogiar, mas tem também aqueles que
vão lhe detestar; aqueles que irão receber a sua palavra com muita alegria,
mas tem aqueles que vão se incomodar com a sua palavra.
Mas graças Deus que o Senhor falou do quarto tipo de pessoas, que
são aqueles que entendem a palavra e que produz frutos. Muito embora essa
produção de frutos não seja cem por cento em todas as pessoas, mas têm
resultados. Alguns 30%, outros 60% e ainda outros cem por cento.
Baseado nisso, Jesus Cristo disse o seguinte em Lucas 8.18: „Vede,
pois, como ouvis; porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer
que não tiver até o que parece ter lhe será tirado‟.
„Como ouvis...‟. A palavra tem que ser entendida pelo sentido que
ela traz. Muito embora, a gente use recursos humanos para falar das coisas
celestiais, as coisas que estão além de nossos raciocínios, mas temos que
falar dessas coisas usando recursos humanos, que é o português com todas
as suas figuras de linguagens riquíssimas, mas que em relação a palavra de
Deus são pobres. Usando esses recursos, a pessoa que ouve tem que
compreender o sentido real por traz desses recursos.
É por isso que Jesus Cristo disse „tenham cuidado como vocês estão
ouvindo a palavra de Deus‟; que sentido vocês estão recebendo dela.
Porque a transformação espiritual vem pelo sentido que você entende a
palavra. Ela não vem simplesmente pelo fato da pessoa falar, pregar, mas
pelo sentido que você está dando aquilo que está ouvindo.
Paulo fala da transformação pelo sentido. Nós somos transformados,
amadurecidos, crescemos na fé, caminhamos para frente conforme o sentido
que damos a palavra de Deus.
O pregador pode está falando de um assunto totalmente diferente, e
você com a sua lente de místico entender de modo místico. O pregador pode
fala uma coisa, e você com o seu sentido liberal entender nesse sentido.
O que Jesus Cristo quer dizer? Que tipo de lente nós estamos usando
quando lermos ou ouvirmos a palavra de Deus. Por diz „tenham cuidado
como vocês estão ouvindo!‟. É por isso que às vezes, ele pergunta aos
fariseus e saduceus: „como é que vocês entendem determinados textos?‟;
„como é que vocês leem?‟.
Porque a minha leitura é diferente da sua leitura. Você lê um texto e
entende em um sentido, eu leio e entendo por outro sentido. É esse sentido
que vai modificar as minhas atitudes e ações. Por isso temos que ter muito
cuidado com nossos sentidos.
Aquele que planta a semente da Palavra de Deus deve ter cuidado
com as falsas sementes, que são as falsas doutrinas.
O obreiro de Deus tem que trazer em sua bolsa semente
selecionadas, sadias e verdadeiras. E, para que ele alcance isso, tem que ser
um obreiro que goste de pesquisar, estudar a fundo, conhecer a origem,
compreender a doutrina, compreender a palavra para que ele não cometa o
erro de semear uma semente falsa. O objetivo da semente é produzir. Ela vai
produzir o seu resultado, seja péssimo ou bom.
Segundo, o obreiro regador da semente. Logo após o obreiro que
planta, vem aquele que rega as plantinhas. Quem são as plantinhas? São os
novos convertidos, as crianças, adolescentes, pessoas inexperientes. Muito
embora, ele tenha também a responsabilidade de cuidar das plantas já
grandes, porque elas não podem morrer, precisam continuar vigorosas, mas
tem que voltar a sua atenção para essas plantinhas.
Ele tem que fazer isso com desvelo. Desvelo fala da dedicação, do
zelo, do cuidado e do amor. Iremos ler alguns textos bíblicos que falam
sobre essa atitude.
O obreiro que ensina com desvelo, ensina com dedicação. Romanos
12.7: „‟Aquele que ensina, haja dedicação ao ensino‟.
O obreiro deve ensinar com cuidado. 1ª Timóteo 4.16: „Tem cuidado
de ti mesmo e da doutrina‟.
O obreiro deve ensinar com amor. Efésios 4.14,15: „‟Falando a
verdade em amor...‟.
O obreiro deve ensinar com zelo. Jesus Cristo disse que o zelo da tua
casa me consome.
Nós temos que saber que aquele que rega a palavra de Deus, rega as
plantas com zelo, ele vai sofrer, terá que colher alguns resultados amargos.
Corre o risco de ser chamado de radical, santarrão, sabichão e muitas outras
palavras pejorativas. Mas, ele tem que está consciente disso. Jesus Cristo
disse: „o zelo da tua casa me consome‟ (Jo 2.17). Ele sabe que esse zelo o
levará até a cruz.
Quando Jesus nos chama para segui-lo, ele nos chama sem nenhuma
ilusão nem engano. „Aquele que quer vir após mim, tome a sua cruz‟. A
pessoa que toma a cruz, sabe que está tomando-a para ser crucificado nela,
para sofrer a pior morte que alguém poderia sofrer no século primeiro.
O que ele está dizendo? Aquele que me segue, tenha em mente que
as últimas consequências pode acontecer com ele. Ele pode ser crucificado,
pode ser esquartejado, degolado como foi Paulo, crucificado de cabeça para
baixo como foi Pedro, pode ser flechado como foi Tiago. E, assim está
sujeito a muitas coisas. Por que? Por causa do zelo!
Muitas plantas não viga nem cresce porque não houve regador. Há
uma carência muito grande desse discipulador. Há muitos pregadores, mas
há poucos discipuladores. Há poucas pessoas que estejam interessadas em
ensinar. Porque muito embora a pregação seja árdua, mas o ensino é mais
árduo ainda.
O pregador vem e joga a semente, ele não está nem aí com as ideias
das pessoas, mas o discipulador é aquele que vai lidar com as ideias. O
pregador joga a batata quente, o discipulador tem que abanar a batata, lidar
com ela. Então é mais complicado.
E por causa de falta de regador, é que muitas plantas não crescem,
não se desenvolve e nem produz frutos. Porque muito embora nós temos
muitos obreiros, muito deles estão interessados apenas na perola, naquilo
que ele vai ter vantagem. Está pensando na sua promoção, na sua projeção,
na sua posição, no seu retorno, no recurso financeiro.
Quando esse tipo de obreiro é chamado para dirigir uma determinada
congregação, ele pensa logo: „Quantos pessoas têm lá?‟ „Qual é a renda do
dízimo?‟. Quando ele transmite a palavra, no final ele lança o seu interesse
financeiro, o seu envelope. Ele associa a oração ao dinheiro, a bênção ao
dinheiro. Então, esse sujeito não está interessado nas plantinhas, mas nas
perolas, e as perolas muito embora sejam preciosas, não tem vida, elas são
inanimadas, as plantas são mais preciosas porque elas têm vida.
Então tenhamos cuidado com isso! É o que Paulo dizia aos seus
obreiros: „cuidado com a avareza‟. Não se deixe levar por esse espírito de
ganância. Achando que com a piedade vai haver lucro, mas o único lucro
que tem a piedade é você se contentar com a vida que você tem.
Terceiro, o obreiro cooperador ou atrapalhador. Tem muito obreiro
invejoso que não quer o progresso do seu irmão, do seu companheiro de
ministério, ele quer é o fracasso. Não está interessando em ajudar seu
companheiro subir nos tamboris, nos degraus, ele está interessado é puxar o
tapete. Porque ele vê aquele irmão como uma ameaçada, ele vê aquele
obreiro como um farol muito forte que está apagando a sua „luizinha‟.
Era o que estava acontecendo com os irmãos em Corinto, alguns se
achavam melhor do que o outro. Havia ali uma verdadeira rivalidade de
obreiros. Cada um querendo mostrar serviço encima do outro. Cada um
querendo subir nas costas do outro.
Temos que ter cuidado com isso! Paulo deu uma receita para a igreja
de Corinto, que deve servir de receita para todos nós.
Está em 1ª Coríntios 3.21-23: „Ninguém deve se orgulhar daquilo
que as pessoas podem fazer. Pois tudo é de vocês, isto é, Paulo, Apolo,
Pedro, este mundo, a vida e a morte, o presente e o futuro. Tudo isso
pertence a vocês, e vocês pertencem a Cristo, e Cristo pertence a Deus‟.
Irmãos, esse princípio é um princípio riquíssimo que temos que
aplicar em nossas vidas. O pregador que prega de uma maneira excelente,
que nos deixa de boca aberta, mas isso não deve causar em nós inveja. Isso
deve causar em nós um sentimento de que aquele pregador pertence ao povo
de Deus, de que ele está do nosso lado.
É como um pai que tem em sua família filhos médicos, engenheiros,
doutores, professores. Ele se orgulha de sua família! Ele não vai pensar: „o
meu filho é um doutor, e eu sou um zé ninguém‟, pelo contrário, ele irá se
orgulha em ter um filho doutor. Assim também deve ser conosco. Devemos
ter o prazer de ter em nossa igreja pessoas que pregam excelentemente bem,
pessoas que desempenham a sua função de uma maneira excelente. Temos
que ter prazer nisso, porque os bons não estão apenas no mundo, os bons, no
sentido de boas qualidades, estão na igreja, e estão do nosso lado, joga em
nosso time.
Quantos jogadores não tem prazer de jogar com Ronaldo Gaúcho,
Ronaldinho, com essas estrelas do futebol, de tê-los jogado do seu lado.
Assim estão somos nós, devemos ter o orgulho de ter ao nosso lado pessoas
excelentes. Não temos que puxar o tapete, prejudicar o irmão, porque se a
gente expulsa-lo da igreja estaremos perdendo uma joia preciosa. Vamos
nos armar com esse pensamento: ele joga do nosso lado, ele é do nosso
time.
Quarto, o obreiro edificador. Obreiro edificador é aquele que edifica.
Edificar é mais do que construir. Quando um obreiro é designado a dirigir
uma igreja, ele chega a igreja está praticamente construída, a secretaria está
funcionado, há conversões, há batismos, há superintendentes da Escola, há
professores. Então, o que ele precisa fazer? Fazer mais nada!? Não! Ele
trabalha com a edificação. Ele deve ter perícia, especialização, precisão.
Aquele que edifica faz a obra com perícia, de um modo especial, ele observa
os mínimos detalhes. Ele está interessado no estado de cada membro, o
estado da igreja.
Não é o obreiro que baseia a sua visão no todo em um domingo a
noite. No domingo a noite está tudo mundo presente, tem festa, está tudo
bem. Ele não se baseia nisso. Ele procura examinar os fatos, se realmente as
pessoas estão bem. Porque tem muita gente cantando, mas está com a alma
estraçalhada, abatida. Tem muita gente pregando, mas está com a sua alma
amargurada. Tem muita gente participando dos conjuntos, mas estão
totalmente fora, está só o corpo. O obreiro tem que prezar pela busca da
excelência e perfeição.
Quinto, o obreiro destruidor. O obreiro destruidor é uma peste! Uma
desgraça! É o elemento mais perverso que se possa ter no corpo de Cristo.
Ele está na igreja para atrapalhar, prejudicar. Para desestruturar a família de
Deus, para profanar o santuário do Senhor.
Agora, iremos ver que há também vários tipos de crentes.
Há crentes paulistas. São crentes liberais na doutrina e nos costumes
cristãs. Esse tipo de crentes havia em Corinto. Eles diziam: „tudo eu posso
fazer‟, „tudo me é lícito‟. Por que esses irmãos tinham essa mentalidade?
Porque eles baseavam seus pensamentos em Paulo, mas de modo errado.
Eles compreendiam a doutrina de Paulo de modo errado. Eles davam uma
reinterpretação as interpretações de Paulo. Eles não compreendiam a
doutrina da graça que Paulo ensinava.
Paulo foi incompreendido não apenas pelos judeus, mas também por
muitos irmãos da igreja. Eles diziam: „Olha, Paulo nos ensina que não
precisamos guardar a lei‟, „que não existe nenhuma regra que precisamos
praticar para sermos salvos‟, „que a salvação depende unicamente e
exclusivamente de Deus, e que eu não preciso fazer nada pra me salvar‟.
Então isso criava o que se chama de „antinomianismo‟, algo
contrário a lei de Deus. Isso levava a libertinagem. Qual é a mentalidade da
libertinagem? É que você deveria vencer a carne pelo excesso. Você deveria
vencer as suas paixões pelo excesso. Você é um crente que tem problema
com a sexualidade. Como você deveria vencer a sexualidade? Segundo os
crentes liberais era praticando sexo até não aguentar mais. Então você
matou a carne, pois não tem mais força para praticar. Como você consegue
vencer a bebida? Beber até não aguentar mais, até a sua boca encher de
formiga. Desse modo, você não tem mais condições de beber, pois o que
entra, sai. Então você venceu o vício da bebida. Era desse jeito que eles
ensinavam.
Como vencer a glutonaria? Comer até se esborratar, aí você venceu a
glutonaria, pois você não tem mais vontade de comer. Se alguém dissesse:
„Toma irmão um pedacinho de bolo‟. Ele respondia: „Não, irmão!‟. Pronto
vencia a carne, mas depois de uma ou duas horas a luta começava de novo.
Há, também, crentes apolistas. São aqueles que baseiam a palavra de
Deus na intelectualidade, na filosofia, que rejeitam as manifestações de
Deus. O nosso século é o século da intelectualidade em que ramificações de
teólogos chamados teólogos liberais estão atacando a palavra de Deus. Eles
dizem que a palavra de Deus está recheada de mitos e de estorinhas faz de
conta. Esses não são ateus, nem agnósticos e nem materialistas, são teólogos
crentes. Como Rudolf Bultmann (1884-1976), Karl Barth (1886-1968) e
seus discípulos que estão espalhados nos seminários.
Eles ensinam que o cristão verdadeiro é aquele que desmitificam a
palavra de Deus. É aquele que lê a Bíblia, mas remove os mitos. Jesus
Cristo andou por cima das águas? É mito. O mar vermelho de abriu? É mito.
O que aconteceu lá? Aconteceu outra coisa. As muralhas de Jericó caíram?
É mito.
Então eles precisam fazer essa raspagem na palavra, por isso dizem:
„desmitificar‟, „tirar o mito‟, „desfazer o mito da palavra‟, „filtrar a
palavra‟. Jesus Cristo ressuscitou? Não ressuscitou! E o que foi aquilo? Foi
apenas a ideia para alterar o comportamento dos crentes. Jesus Cristo vai
voltar? Não! Era apenas o pensamento dos apóstolos para incentivar os
cristãos a retidão. Na verdade, eles raspam tudo. Esse tipo de teologia está
bobando nos seminários.
Então temos que estudar a palavra de Deus? Evidentemente que sim.
Temos que usar o intelecto? Claro que sim. Mas não podemos ir como diz
Paulo: „além do que está escrito‟ (1ª Co 4.6). A nossa mente tem que ter o
limite da palavra de Deus. Tem que está baseada na palavra de Deus. E
aquilo que a razão não entende, recebemos pela fé.
E, ainda, há crentes cefalistas. São os crentes legalistas. Pedro era
um judeu e dedicou o seu ministério para pregar aos judeus. Ele tinha uma
compreensão muito perfeito da graça, assim como tinha Paulo. Mas tinha
que atuar dentro da economia que ele recebeu de Deus. Então, o apóstolo
Pedro ficava pressionado muitas vezes pelos judeus.
Em uma certa ocasião quando se viu livre dos judeus, quando visitou
a congregação gentílica em Antioquia, tentou viver a liberdade cristã.
Começou a comer carne de „porco‟, se associar com os gentios. Mas quando
os judeus chegaram, então, Pedro começou a se esquivar dos gentios.
Todavia, Pedro tinha uma compreensão perfeita da graça, porém, alguns de
seus discípulos, os judeus judaizantes, que são os crentes legalistas,
começaram a colocar a lei encima da graça.
Eles raciocinavam: „Somos salvos pela graça de Deus, mas
primeiramente temos que praticar a lei. Porque se nós não praticarmos a
lei, não seremos considerados dignos da graça de Deus‟. Muito embora,
irmãos, hoje nós não ensinamos que a lei salva, mas em nossas igrejas há
muitas cargas de legalismo.
O legalismo contribuiu para o surgimento dos monges na igreja. Eles
pensavam: „Temos que nos santificar, temos que nos separar do mundo.
Mas como iremos fazer isso? Pois para onde nos voltarmos, tem mundo.
Vamos criar um local reservado só para nós‟. Então, surgiram os mosteiros.
Havia alguns monges que eram tão radicais, que a si mesmo se
castraram para não sentirem desejos sexuais. Orígenes (185-254 A.D) foi
um deles, considerado como um dos grandes teólogos do século II. Ele
literalmente se castrou. Outros viviam em pantanal. Outros erigiam
pequenas torres, e viviam sobre elas o resto da vida. Os mosquitos viam
picar, eles deixavam. Porque eles tinham que experimentar o sofrimento.
Tinham que mortificar a carne, crucifica-la, subjuga-la. Tinham que
eliminar todos os desejos e todos os sentidos.
Então eram barbaridades que se praticavam em nome da santidade.
E, por último, há crentes exclusivistas. São aqueles que diziam: „Eu
não sou de Paulo; eu não sou de Apolo; eu não sou de Pedro! Eu sou de
Jesus‟. O meu pastor é Jesus. Eu não tenho ninguém sobre mim, eu sigo
Jesus. Esses tipos de crentes davam ênfase demasiada aos dons do Espírito,
pois tinham que ser guiados pelo Espírito.
No século III surgiu um sujeito chamado Montano, de onde os
tradicionais dizem que vieram os pentecostais. Esse Montano começou a
rejeitar os bispos da igreja, as doutrinas dos apóstolos e as Escrituras, e
afirmavam que tinham que ser guiados pelo Espírito através dos dons
espirituais. E nessa época a igreja estava perdendo os dons, então, Montano
começou a enfatizar os dons, dizendo: „Os dons de profecias, os dons de
revelações, os dons de línguas. São essas coisas que devem nos guiar‟.
Por causa disso a igreja tomou uma atitude radical, que foi errada,
disse que os dons cessaram. „Não há mais dons, cessou‟. Infelizmente
tomaram esse rumo em virtude desse radicalismo de Montano.
Há esse perigo de ficarmos fascinados pelos dons, hipnotizados
pelos dons como estava acontecendo na igreja de Corinto. A igreja de
Corinto estava fascinada, hipnotizada pelos dons. Nós temos que ter cuidado
com isso.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó em
10 de Maio de 2009
Sobre Demandas Judiciais Entre os Irmãos
1ª Coríntios 6.1-8
O que é demandas judiciais? É mover uma ação judicial contra
alguém. É levar ao tribunal uma questão litigiosa para ser resolvida segundo
as leis humanas. É abrir um processo judicial contra alguém. É reivindicar
seus direitos diante de um juiz.
Essa é a definição de demanda judicial, também usado como termo
litígio, discussão, contenda.
Nós sabemos, lendo a epístola de 1ª Coríntios, que aquela igreja
vivia numa verdadeira confusão, divisão. E um dos motivos pelo qual Paulo
escreveu essa carta foi para resolver essas questões; foi para ensinar aos
irmãos como eles deveriam resolver essas questões, como eles deveriam
proceder.
Nós vimos que a igreja de Corinto era dividida entre partidos e
grupos. Então as questões estavam se tornando tão fortes entre eles que
estavam sendo levadas aos tribunais de justiça.
Nós vimos que toda aquela região era governada pelo império
romano, falado disso em nossa primeira palestra, e vimos também que o
império romano estabelecia em cada região uma cidade onde funcionava um
tribunal romano. E, Corinto, a gente lendo Atos 18, vamos ver que ali
funcionava um tribunal.
Então, os irmãos se aproveitavam, e recorriam a esse tribunal. Nós
veremos quais as causas que davam origem a essas discussões, demandas,
divisões entre os irmãos que foram chamados para uma fraterna comunhão;
que foram chamados para viverem em harmonia, de modo pacífico, para
serem luz para o mundo e sal para terra no que diz respeito a unidade e uma
vida exemplar.
Quais eram as causas das demandas judiciais na igreja de Corinto?
Existem três razões ou causas que davam origem essas demandas: a
primeira...
Primeira, era o que diz respeito os temperamentos, a personalidade, a
formação e a mentalidade.
Os irmãos não estavam sabendo como conviver com pessoas que
tinham temperamentos diferentes. Vocês sabem que cada um de nós tem
um tipo de temperamento. Então, nós corremos o risco de ter entre nós
incompatibilidade de temperamentos. Nós temos personalidade diferente:
uns são mais irritados, outros são mais introvertidos. Enquanto a gente não
aprender a viver e a suportar os nossos diferentes temperamentos e
personalidades não iremos nos encaixar.
Conforme escreveu o Dr. Antonio Gilberto: „É verdade que aqui na
terra não se acha pessoas, nem igrejas perfeitas até a volta de Cristo.
Quando Paulo fala a respeito de suportar uns aos outros em amor em
Efésios 4.2, é exatamente por causa disso‟ (6ª lição, do 2° Trim/2009).
Então, por causa dessa falta de discernimento de que as pessoas
têm personalidades diferentes e temperamentos diferentes, os irmãos de
Corinto estavam cometendo injustiças contra seus irmãos.
Talvez alguém pergunte: „O que levou os coríntios a essa situação?
Era por causa dos líderes que não ensinavam? Ou por causa da rebeldia
do povo? Ou não tinha pastor ou alguém que lhes ensinassem?
Nós sabemos que a igreja de Corinto era uma igreja nova, tinha
pouco tempo que foi estabelecida. E, Paulo teve que sair imediatamente
com a sua equipe, e praticamente a igreja ficou nas mãos de novos
convertidos. Mas, a igreja também sofria muita influência da própria
cidade de Corinto. Então, esses irmãos, por falta de experiência e de
maturidade cristã, começaram a viver mais conforme a vida mundana de
Corinto do que os princípios cristãos.
O que levou eles terem tantas questões entre eles? A falta de
maturidade cristã. Então, aqueles irmãos estavam prejudicando uns aos
outros. O que constituía essa injustiça?
Fazer algum negócio com seu irmão e não cumprir o contrato;
Comprar algo de seu irmão e não pagar;
Roubar algo de seu irmão;
Levantar uma acusação falsa contra o seu irmão.
Então, essas eram algumas das injustiças praticadas entre os
irmãos. Por outro lado, os crentes ofendidos e prejudicados recorriam aos
tribunais humanos a fim de se vingar de seu irmão. Revidavam! E, assim
as questões em vez de serem resolvidas, viravam uma bola de neve.
Conforme disse Antonio Gilberto: „Alguns crentes de Corinto, por
motivos pessoais, egoístas e banais costumavam levar os outros aos
tribunais acionando juízes pagãos como era costume da época‟ (6ª lição,
do 2° Trim/2009).
Leiamos 1ª Coríntios 6.1,6: „Quando algum de vocês tem uma
queixa contra um irmão na fé, como se atreve a pedir justiça a juízes
pagãos.... um irmão em Cristo leva ao tribunal a sua queixa contra outro
irmão e deixa que juízes pagãos julguem o caso‟.
Então, veja que a situação estava tão séria que estava se arrastando
para os tribunais humanos. A segunda razão que originava essas
demandas...
Segunda causa, era porque os coríntios estavam sendo enganados,
quer dizer, sofrendo má influência.
Eles estavam se deixando levar por más influências. Porque tem
sempre, irmãos, uma pessoa para fomentar a intriga; para, como se diz o
ditado, „jogar lenha na fogueira‟. Os problemas da igreja transvazava pro
mundo, então a pessoa mundana aconselhava os irmãos a levar esses
atritos aos tribunais, dizendo: „condena esse irmão!‟ „rapaz a justiça
resolve isso aí‟.
Leiamos 1ª Coríntios 15.33: „Não vos enganeis. As más
conversações corrompem os bons costumes‟.
Então, o mundo estava influenciando negativamente os crentes, de
modo que a igreja estava sendo exposta. E, a terceira causa de demandas
judiciais na igreja de Corinto...
Terceira causa, era porque algumas pessoas em Corinto não eram
convertidas.
Leiamos 1ª Coríntios 15.34: „Como justos recuperem o bom senso
e parem de pecar. Pois alguns há que não tem conhecimento. Digo isso
para vergonha de vocês‟.
Havia muita gente na igreja de Corinto, mas muitas dessas pessoas
não tinham experimentado o verdadeiro nascimento em Cristo. Não eram
convertidos de fato e de verdade. Essas pessoas não acreditavam na
providência de Deus, não tinham o amor de Deus dentro de si, viviam
segundo o seu padrão de vida mundano, segundo a sua mentalidade,
segundo aquilo que achava que era certo. Não buscavam estabelecer a vida
nos princípios cristãos. Não tinham conhecimento, nem queriam ter dos
ensinamentos apostólicos. Então, não eram pessoas crentes, mas estavam
dentro da igreja.
O que é também um dos nossos problemas. Há nas igrejas muitas
pessoas que entraram, mas não se converteram; se batizaram nas águas,
mas não foram de fato sepultadas; tem o seu nome inscritos no rol da
membresia da igreja, mas não tem o seu nome inscritos no livro da vida;
participam dos departamentos, mas não participam do corpo de Cristo.
Então, essas pessoas, como diz a palavra de Deus se tornam espinhos no
corpo da igreja de Cristo; se tornam como escorpiões entre nós que nos
atrapalham ao crescimento. É o joio que está sufocando o trigo.
Paulo reprovou totalmente essa atitude de levar os irmãos aos
tribunais...
Por que Paulo reprovou a atitude dos coríntios? Por cinco motivos.
Primeiro, porque só o fato de existir questões entre os crentes já
mostrava que os coríntios estavam falhando completamente como cristãos.
Leiamos 1ª Coríntios 6.7: „... só o fato de existirem questões entre
vocês já mostra que vocês estão falhando completamente‟.
Então não era para existir problemas deste tipo no meio da igreja.
A atitude de levar o irmão aos tribunais era apenas efeito de uma causa
pior. Que eram as discussões. Não só os efeitos devem tratados, mas
também a raiz do problema deveria ser eliminada. Então, essa foi uma das
razões porque Paulo reprovou a atitude de procurar o julgamento humano:
por causa de contenda, divisão, dissensão que não era para haver na igreja.
A igreja era para viver unida.
O segundo motivo pelo qual Paulo reprovada os coríntios era a
atitude dos coríntios expunha a igreja diante de homens mundanos.
Leiamos 1 Co 1.6: „Mas o que a acontece é que o irmão em Cristo
leva ao tribunal a sua queixa contra outro irmão e deixa que juízes pagãos
julguem o caso‟.
Então, os juízes começam a ter uma má visão da igreja: „Vichi!
Esse povo vive em confusão‟. Essa era uma das preocupações de Paulo.
„Vocês estão expondo a igreja!‟ „Vocês estão fazendo com que as pessoas
critiquem a igreja‟. „ Vocês estão escandalizando o povo de Deus‟.
Terceiro, a atitudes dos coríntios revelavam que entre eles não
havia pessoas capacitadas para resolver os problemas entre os irmãos.
Leiamos 1 Co 1.5: „Que vergonha! Será que entre vocês não existe
alguém com bastante sabedoria para resolver as questões entre irmãos‟
„Apesar daqueles crentes serem tão imponentes e envaidecidos em
sua ciência, em sua sabedoria, em seus dons, em sua capacidade superior,
não havia entre eles ninguém sábio, competente, justo e imparcial para
solucionar suas desavenças‟ (Antonio Gilberto).
Vocês sabem que a igreja de Corinto foi uma igreja beneficiada
com muitos dons. Era considerada como a igreja pentecostal do Novo
Testamento. Você lendo a carta aos Coríntios é mesmo que você está o
relatório de igrejas pentecostais; de uma igreja como Assembleia de Deus,
cheia de dons espirituais. E um dos dons, que Deus concede a igreja, é o
dom do conhecimento.
Havia na igreja de Corinto alguns grupos que falei na minha
palestra anterior. O grupo que seguia Apolo era considerado como o grupo
de intelectuais. Então esses irmãos viviam inchados porque eles se
achavam mais inteligentes do que os outros irmãos.
Porém, irmãos, há uma diferença entre conhecimento e sabedoria.
O que é conhecimento? É você conhecer determinadas coisas; é ter a
inteligência de discernir determinados assuntos; é compreender e saber
dominar determinados assuntos.
Mas, o que é a sabedoria? É aplicar esses conhecimentos na sua
vida cotidiana. Porque o importante não é apenas conhecer, mas saber
aplicar a palavra de Deus na sua vida.
Então esses irmãos, ou alguns deles, tinham conhecimento, mas
não tinham a sabedoria de Deus de aplicar esse conhecimento em sua vida
cristã. Eles não tinham a sabedoria de poder resolver esses problemas que
surgiam entre eles.
Irmãos! A quarta razão pela qual Paulo reprovava aqueles crentes
era porque a atitude dos coríntios, lhes colocavam debaixo de juízes que
arbitravam (julgavam) as demandas segundo as ideias e costumes do
paganismo reinante entre os gregos e romanos.
Você sabe que o mundo daquela época era governado por filosofias
gregas, por leis romanas, por influência do paganismo, por estilo de vida
inspirado pelos ensinamentos dos deuses pagãos da Grécia, por mitologia
grega. Essas pessoas procuravam seguir o ensinamento desses deuses.
Então, o modo como eles julgavam chegavam até a praticar tipos
de aberrações; infligia determinados castigos sobre o infrator. Como por
exemplo, o católico que comete um erro contra a igreja, a igreja manda o
sujeito rezar no sei quantos pais-nossos; a rezar no sei quantas ave-marias;
a fazer uma penitência pagã.
Algumas das leis da filosofia, digamos assim, aplicadas pelos
juízes pagãos eram desse tipo. „Meu filho, você tem que ir ao templo para
fazer oferenda para que possa pagar esse erro que você cometeu‟. Ou
então, era aplicado sobre o infrator uma lei severa e sub-humana. Porque
ele não só ofendeu o seu vizinho, mas também o deus pagão. Então, ele
tinha que fazer alguma coisa para aplacar a ira daquele deus, senão esse
deus pagão vinha e castigava a cidade toda.
Por exemplo, quando alguém morria, o juiz determinava que a
viúva também deveria morrer para acompanhar seu marido na vida pós-
tumulo. Havia muitas leis berrantes que o juiz aplicava nas pessoas.
O quinto motivo que Paulo reprovada a atitude dos coríntios era
porque a atitude dos coríntios demonstravam que a igreja de Corinto
praticava uma espiritualidade falsa.
Sobre isso o Dr. Antonio Gilberto diz o seguinte: „Em Corinto havia
bastante movimentos, demonstrações carismáticas, declarações em línguas,
cânticos, profecias, exposição doutrinária, mas também muitas meninices,
superficialidade e emocionalismo que não devemos confundir com as reais
manifestações do Espírito Santo‟ (6ª lição, do 2° Trim/2009).
Irmãos, esses movimentos não vão provar que a igreja é espiritual. A
manifestação dos dons não prova que a igreja é madura. Na igreja de
Corinto havia muito desse tipo de movimentos, mas a espiritualidade, que é
a aplicação do fruto do Espírito, que é a prática das virtudes cristãs, que é a
gente saber conviver uns com outros, que é a gente praticar o amor, não
havia na igreja de Corinto.
Então, se a igreja tem muitos movimentos espirituais: os irmãos
dançam no Espírito; caem no poder; voam na asa do Espírito; batem palmas,
sapateiam, estremecem. Essas coisas não irão provar que a igreja é
espiritual. A não ser que entre aqueles irmãos pentecostais exista o amor, a
bondade, a fidelidade e o domínio próprio. Se houver isso, aquela igreja é
espiritual e aquelas manifestações são verdadeiras e genuínas.
Iremos agora ver o nosso quarto tópico, que nos leva a seguinte
questão: Um crente deve mover uma ação judicial contra
alguém?
No capítulo 6 de Coríntios, Paulo não trata de ocorrências de
problemas litigiosos entre um crente e um descrente, mas entre os santos.
Porém, o que é que um crente deve fazer quando for lesado por um
descrente? Paulo não trata desse assunto aqui nesse capítulo, todavia, iremos
examinar outros textos bíblicos que nos orienta como um cristão deve agir
diante de uma demanda com alguém que não é crente. Um crente que tem
uma questão contra um descrente, Paulo não trata desse assunto, mas como
nós estamos abordando a questão toda, iremos que ver qual é a atitude que
um crente deve ter quando ele é lesado por um descrente.
Nesse caso o crente deve seguir os conselhos das Escrituras.
Vejamos:
Vença o mal com o bem. Leiamos Romanos 12.17-21: „A ninguém
torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens.
Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não
vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está
escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o
teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber;
porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te
deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem‟.
E também Mateus 5.38-40,44: „Ouvistes que foi dito: Olho por olho,
e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se
qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que
quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; Eu,
porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem,
fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos
perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus‟.
Essa é a primeira atitude que um cristão deve ter: vencer o mal com
o bem.
Segunda atitude: Preferir uma conciliação do que levar o caso
perante um juiz. Leiamos Mateus 5.25,26: „Concilia-te depressa com o teu
adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que
o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te
encerrem na prisão. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás
dali enquanto não pagares o último ceitil‟.
A princípio o cristão deve evitar se envolver em uma questão que
não vai dá em nada, apenas degastes emocionais e espirituais. Agora se o
acaso for muito grave, como envolvendo pedofilia, invasão de propriedades,
violência contra crianças e adolescentes, abuso contra a mulher. O crente
pode recorrer aos tribunais de justiça. Por exemplo, se um crente tem uma
filha, e alguém abusa sexualmente dela, ele pode recorrer ao tribunal de
justiça. E, se for um crente que fizer isso em lugar de um descrente? Talvez
alguém replique: „Então, ele não é crente, pois um crente não abusa
sexualmente de ninguém!‟.
Se ele for batizado nas águas, ele é considerado um crente. Se ele é
membro da igreja ele é um crente. Não importa se ele não se converteu, se
ele não seja um crente verdadeiro, mas para a igreja ele é um membro, ele é
um crente. Então, a igreja tem que tomar uma atitude em relação a essa
pessoa. Por incrédulo, ele é um crente, pra gente ele é um crente. Agora, se
ele não é crente pra Deus, só quem sabe é Deus.
Vejamos quatro razões porque um crente deve processar um
indivíduo que invade a sua casa, que agride a sua filha, sua esposa, que lhe
agride.
Primeira razão: O crente deve cooperar com as autoridades
constituídas por Deus.
Deus estabeleceu as autoridades para refrear os casos de violência e
maldade no mundo. Está em Romanos 13.1-5. No texto que nós lemos em
Romanos 12, Paulo disse: „Não vos vingueis... mas dai lugar a vingança de
Deus‟. Em Romanos 13, diz que uma das vinganças de Deus é realizada por
meio das autoridades. As autoridades foram constituídas por Deus para
vingar o infrator. Então, quando Paulo diz: „Não vingueis‟, ele está dizendo:
„Não tome em seu próprio pulso a prática da lei, mas dai lugar a vingança
de Deus‟. E, dá lugar a vingança de Deus também é permitir que as
autoridades julguem o caso.
Segunda razão: O crente não deve pecar por omissão. Está em Tiago
4.17: „Aquele que sabe que deve fazer o bem, e não faz, comete pecado‟.
Se você sabe que o seu vizinho mantém a sua família em cárcere
privado, que ele agride a esposa e filhos, você pode de uma maneira
anônima denunciar esse sujeito para policia. Pois se ele não o fizer, está
sendo omisso, está pecando.
Terceira razão: Os apóstolos recorreram às autoridades quando
necessário (At 25.11,12).
O próprio Paulo, que era um cidadão romano, que lhe dava direito a
recorrer aos tribunais romanos, em algumas vezes, se valeu desse direito que
ele tinha. Quando ele estava sendo julgado em Cesaréia, lá na Palestina, ele
sabia que iria ser condenado, ele se valeu do direito que gozava de poder
apelar para o tribunal superior, que era César. Então ele disse: „Eu apelo
para César‟; „Eu quero que o meu caso seja julgado perante César‟.
Então, as autoridades disseram: „Se você apelou para César, para
César irás‟.
Algumas vezes ele perguntava: „É correto castigar um cidadão
romano sem antes ser ouvido pela lei?‟. Paulo muitas vezes se valia desses
direitos e privilégios que tinha como um cidadão romano. Então, o cristão
deve também se valer de alguns direitos que ele tem amparado pela lei.
E, quarta e última razão: O crente não deve ter medo de defender os
direitos dos desfavorecidos.
Esse texto nós iremos ler: Provérbios 31.8,9: „Abre a tua boca a
favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição. Abre
a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados‟.
Portanto, um cristão deve mover uma ação judicial contra alguém?
Se o problema não for muito grave, ele deve procurar conciliação, não
revidar, evitar as ameaças, como por exemplo: „Cuidado! Que eu tenho um
bichão por mim!‟. Mas, se o caso for grave, ele deve se valer de seus
direitos que goza diante da lei.
Vejamos novamente aqui...
Um crente deve reivindicar seus direitos diante de um tribunal
humano? Sim! Pois segundo o que estamos estudando Paulo não quer dizer
que o cristão não deva recorrer à autoridade civil quando necessário. De
modo que quando necessário devemos recorrer à autoridade civil. Vamos
ver alguns exemplos de casos em que o cristão pode reivindicar seus direitos
junto a Defensoria Pública ou outros órgãos de defensa às vítimas.
Se um crente comprar um objeto, e aquele objeto se desmantelar
antes de vencer a garantia, ele pode procurar a autorizada ou a loja, caso a
loja não cumpra sua parte no contrato, o crente pode recorrer ao DECOM...
(Infelizmente aqui o tempo de gravação expirou, irei, porém deixar
registrado o manuscrito usado nessa palestra. O restante da mensagem que
se segue, é o esboço utilizado pelo irmão Edinaldo durante essa palestra)
Se o crente contratar um serviço de uma empresa, e essa empresa
não cumprir com suas responsabilidades, o crente pode procurar
seus direitos;
Se um crente trabalha em uma firma e é posto pra fora injustamente
sem receber as suas contas honestamente, ele pode recorrer aos
sindicatos dos trabalhadores;
Se um crente sofrer prejuízos, como por exemplo, alguém acidentar
seu carro, ou ele sofrer um atropelamento ou acidentes de trabalho,
etc., pode reivindicar perante as autoridades a justa indenização.
Por outro lado, se um crente cometer um crime, como por exemplo,
assassinato, assalto, pedofilia, ele deve se entregar as autoridades e
confessar seu crime.
Se o crente não pode ir aos tribunais de justiça para resolver suas
demandas dentro da lei, ele também não pode ser um policial, um
advogado, um juiz, um político, um desembargador, pois tais
autoridades são responsáveis em cumprir e fazer cumprir as leis.
Um crente deve processar seu irmão por causa de questões judiciais?
Segundo o apóstolo Paulo não! Por seguintes razões:
Isso supõe diante do mundo que o ambiente da igreja é hostil (1 Co
3.7a); Isso traz prejuízo a igreja impedindo o avança do evangelho
perante as autoridades (1 Co 6.6); O crente deve preferir sofrer a
injustiça e o prejuízo do que escandalizar a palavra de Deus (1 Co
3.7b). O crente deve confiar na justa retribuição de Deus (1 Co 6.9;
1 Ts 4.6).
Que atitudes a Igreja deve tomar em relação a demandas judiciais? A
Igreja deve fazer vista grossa? Colocar um pano quente na situação? Tirar o
corpo de banda? A igreja deve ser complacente e transigente com o erro?
Assim como no antigo Israel, a Igreja deve estabelecer uma
comissão de homens experientes para resolver as demandas judiciais entre
os seus membros (1 Co 6.5).
Dr. Antonio Gilberto afirmou: “Já aqui na terra a Igreja tem seus
pastores, dirigentes e mestres, que capacitados por Deus e preparados em
si mesmos, devem cuidar, no âmbito interno, dos problemas dos irmãos que
surgem na vida cristã e na vida em geral” (6ª lição, do 2° Trim/2009).
Esses homens devem conhecer os ditames da palavra de Deus, as leis
e o código civil; ter uma vida irrepreensível, não ser avarentos e ter um
pulso forte para não aceitar suborno ou propina.
Será que a Igreja está qualificada para esse tipo de função? Será que
é da alçada da igreja tais atribuições? Paulo afirma que sim, e baseia a sua
tese na doutrina bíblica (1 Co 6.2,3). A Igreja deve aplicar a justa pena
(penitência) ao infrator: Quando o infrator se arrepende e faz as devidas
restituições deve passar por um período de disciplina
(Gl 6.1; Hb 12.11). O termo grego para „corrigir‟ é „catartizo‟ e significa
„consertar‟, „fazer reparos‟, „remendar‟ reajustar‟, „estabelecer‟.
Quando a pessoa comete um pecado grave e impenitente como
estrupo, assassinato, pedofilia e assalto, devem ser excluídos da igreja
(1ª Co 5.13; Mt 18.17,18; Jo 20.23).
Mensagem Ministrada na 2ª Semana Escatológica
na Assembleia de Deus-Codó em 27 de Maio de 2009
Sobre a Perseverança do Crente e os Perigos do Esfriamento Espiritual
Nessa noite, eu gostaria de parabenizar o Pb. Mário Eugênio pela
iniciativa de usar os vasos de casa nesse ano na 2ª Semana Escatológica para
ministrar. E começou pelos mais simples que são os auxiliares. Um certo
presbítero do nosso campo disse que auxiliar não é para pregar, nem
ministrar estudo e nem ser convidado pra lugar nenhum para pregar. Ele foi
chamado exclusivamente para ficar na congregação. Mas, graças a Deus que
o Pb. Mário Eugênio não tem essa visão mesquinha.
Gostaria, também, de elogiar a igreja que tem estado nessa semana
participando e nos apoiando como também os demais auxiliares e diáconos
da casa do Senhor.
Abra a sua Bíblia em Apocalipse capítulo um e mantenha a sua
Bíblia aberta nesse livro.
Segundo as Escrituras „aquilo que os olhos não viram e que ouvido
não ouviu e que não subiu aos corações dos homens foi o que Deus
preparou aqueles que ele ama‟. E, diz a palavra de Deus que „a nossa leve e
momentânea tribulação produz para nós um eterno peso de glória muito
excelente‟. Disse Paulo: „Tenho por certo que as aflições do tempo presente
não dão para se comparar com a glória que em nós há de manifestar-se‟.
Segundo o apóstolo Pedro „Deus nos regenerou para uma viva
esperança, para uma herança incorruptível, incontaminada, que não pode
murchar aguardada para nós nos céus‟.
Ninguém pode roubar, ninguém pode tocar, ninguém pode tomar!
Essa herança é chamada de coroa da vida, coroa da glória, coroa de justiça e
coroa incorruptível representando o reino imortal, o reino eterno, o reino
majestoso, o reino justo e o reino santo. E, para isso Cristo voltará para nos
arrebatar, nos ressuscitar, nos transformar a fim de que sejamos
participantes desse reino eterno.
Nós veremos Cristo face a face e seremos envolvidos pela glória de
Deus de maneira tão plena que as nossas imperfeições serão absolvidas pela
perfeição divina. E, essa perfeição de Deus irá atingir todo o globo terrestre.
Tudo em nossa volta irá ser atingida pela perfeição de Deus, desde o planeta
Terra até ao Universo.
E, Deus, por intermédio de Jesus Cristo, há de eliminar todo mal que
contamina a terra e o universo. Ele vai eliminar Satanás; Ele vai eliminar os
demônios; Ele vai eliminar os ímpios e Ele vai eliminar o pecado. Ele
também vai eliminar as consequências do pecado que é a velhice, o
sofrimento, a morte. Ele vai eliminar os efeitos do pecado: a maldade, a
crueldade, a perversidade e as iniquidades. Louvado seja o nome do Senhor!
Nós aguardamos todas essas bênçãos! Agora a pergunta que gostaria
de fazer essa noite é: Quem participará dessas bênçãos gloriosas e futuras
que nos aguardam?
Apocalipse capítulo 21.7 diz „quem vencer herdará todas as coisas;
e eu lhe serei o seu Deus, e ele será o meu filho‟. Mas para vencermos,
irmãos, temos que perseverar como está dito em 2ª Timóteo 2.12: „aquele
que perseverar, também com ele reinará‟.
E, eu gostaria nessa noite de falar sobre esse assunto: a perseverança
do crente e os perigos do esfriamento espiritual e, quero basear e
desenvolver esse assunto em cinco perguntas: O que é a perseverança?
Como a perseverança é produzida em nós? Por que temos que perseverar?
Quais são os motivos que nos incentiva a perseverança? Quais são as
bênçãos da perseverança?
O que é perseverança? Vamos ler o texto em Apocalipse 1.9: „Eu,
sou João, irmão de vocês; e, unido com Jesus, tomo parte com vocês no
Reino e também em aguentar o sofrimento com paciência. Eu estava na ilha
de Patmos, para onde havia sido levado por ter anunciado a mensagem de
Deus e a verdade que Jesus revelou‟.
Perseverança é aguentar. Termos como persistência, constância,
pertinácia, resistência são sinônimos de perseverança.
Aguentar o peso, suportar grande pressão, manter-se de pé diante das
dificuldades, vencer os obstáculos. Tais expressões mostram o verdadeiro
sentido da perseverança.
A palavra grega para perseverança tem o significado de aquele que
fica em pé com o rosto voltando contra o vento. É comparado a um homem
que está caminhando em um deserto contra o evento e a poeira, no sol
quente, com falta de água, e comida, mas ele não desiste de caminhar. É
como alguém que está remando contra a maré, ele não está disposto parar,
porque ele sabe que se parar poderá ser levado pela maré abismo abaixo.
Irmãos, a perseverança é uma peça fundamental na vida do cristão, é
essencial, é algo que não pode faltar em nossa vida. Temos que perseverar
na doutrina, temos que perseverar na oração, temos que perseverar na
comunhão, temos que perseverar no partir do pão, temos que perseverar na
fé, no amor, na esperança e na bondade.
A perseverança tem que atingir todos os setores da nossa vida:
É um pai de família que precisa de perseverança para sustentar o seu
lar, para proteger a sua família e para mante-se fiel a sua esposa;
É uma mãe que precisa de perseverança para educar o seu filho na
palavra de Deus, para guarda-los da influência perversa e maligna deste
mundo e para cuidar de seus afazeres domésticos.
É um jovem que precisa de perseverança para concluir os seus
estudos, para cursar a faculdade, para se formar, para arrumar um emprego,
para se casar e construir um lar.
É um idoso que precisa de perseverança para vencer os traços da sua
velhice, para vencer o preconceito desse mundo e para mante-se lúcido.
É um enfermo que precisa de perseverança para suportar a dor, para
conviver com suas deficiências e para nutrir o seu coração com boas
perspectivas de vida.
É um crente que precisa de perseverança para aguardar com
paciência a vinda de Jesus Cristo, enquanto ele se debate com as intempéries
desta vida.
Precisamos de perseverança! Certa vez Jeremias disse ao Senhor:
„Senhor, eu não suporto mais! O meu ministério profético é muito pesado;
eu vou desistir, eu vou para por aqui mesmo‟. O Senhor disse a Jeremias:
„Se tú não aguentas correr com aqueles que vão a pé, o que será de ti se
correres contra aqueles que vão a cavalo‟.
Mas irmãos como a perseverança é produzida em nós?
Como a perseverança é produzida em nós? Em Romanos 15.5, a
Bíblia diz que Deus nos dá perseverança. Mas o modo como Deus nos dá
perseverança é de um modo especial? Você não encontra perseverança no
fruto do Espírito. Você não encontra perseverança nos dons espirituais.
Deus não chama um anjo: „Grabriel! Vai e derrama perseverança sobre
aquele meu filho‟. Eu nunca vi um profeta profetizar dizendo: „Minha serva
e meu servo receba perseverança!‟.
Então, como Deus nos dá perseverança? Quantos gostariam de
receber perseverança? Então, diga: „Senhor! Me dá perseverança!‟. É aqui
que está o problema? Porque só há um meio de nos dá perseverança, está em
Romanos 5.3: „... a tribulação produz perseverança‟. Tiago 1.4,5: „a
provação da vossa fé produz perseverança‟. Não existe outro caminho,
outro meio, de Deus nos dá perseverança, a não ser através da tribulação, da
perseguição, da provação.
Quando o crente está ajoelhado aos pés de Deus pedindo
perseverança, Jesus Cristo olha para seu Pai e diz: „Meu Pai, ele está
pedindo perseverança‟. O Pai diz: „Meu Filho, então aperta o parafuso‟. E,
Jesus Cristo é muito obediente ao seu Pai. De modo que Ele vai e aperta o
parafuso. Mas não se preocupe que ele não vai arrochar tanto a ponta de
estuprar. Ele vai até a medida certa. Em outra figura de linguagem, é a
prensa que o Senhor usa para extrair de nós a perseverança.
Mas, por que temos que perseverar?...
Por que temos que perseverar? Entre muitas razões, irei citar quatro:
Por causa da oposição de Satanás; por causa das pressões do mundo; por
causa da nossa natureza pecaminosa e por causa das pessoas pessimistas e
sem fé...
Por causa da oposição de Satanás. Irmãos, precisamos perseverar em
nossa vida cristã, em nossa caminhada cristã, porque nós temos um
adversário que nos faz oposição a fim de fazer-nos desistir de nosso
objetivo, nossa meta. Ele tem como objetivo nos desestimular, desmotivar,
atrapalhar, para que a gente desista da nossa caminhada.
Satanás lançará mão da cilada mais sutil para fazer o cristão desistir
da sua fé. O diabo e seus demônios não tem nenhum outro objetivo a não ser
esse: „nós vamos fazer tudo para que ele desista!‟.
A gente não tem que recuar, ficar amedrontado. Pedro e Tiago
disseram: „resisti o diabo na fé‟.
Outro motivo de perseverança é por causa da pressão deste mundo
que procura minar nossas forças espirituais...
Por causa da pressão do mundo. Este mundo engloba os desejos
materiais, o fascínio pelo poder, pela fama e pela riqueza, um estilo de vida
pecaminosa e a corrupção na política, na igreja e no comércio. Este mundo
envolve o espírito anticristão que procura negar a realidade do Reino de
Deus; a influência demoníaca que inspira as ações macabras e bestiais dos
homens.
Mas, por outro lado também, este mundo envolve a perseguição
contra o cristão; o anelo de fazer com que o cristão desista da sua
caminhada.
Este mundo ridiculariza as coisas santas, zomba e escarnece
daqueles que procuram viver segundo o padrão divino. Mas João disse:
„essa é a vitória que vence o mundo a nossa fé‟.
Outro motivo porque temos que ter perseverança é porque temos que
lutar contra a nossa natureza caída e depravada.
Por causa da nossa natureza pecaminosa. Nossos primeiros pais não
foram perseverantes para permanecer na justiça de Deus, de modo que
herdamos uma natureza contrária às coisas de Deus. Assim, temos que lutar,
se esforçar para que em nossos corações sentirmos o desejo para as coisas
celestiais. Então, isso é uma batalha!
As Escrituras comparam a vida cristã como alguém que está lutando,
em uma arena, contra animais ferozes. E, é isso que a nossa natureza
representa: um animal descontrolado, um búfalo desembestado, um bicho
indomável e um porco faminto. Temos que ter muita força de vontade,
muita força de Deus, muita força do Espírito Santo para colocar um cabresto
nessa carne e coloca-la debaixo de nossos pés.
Por causa das pessoas pessimistas e sem fé. As pessoas pessimistas e
sem fé querem nos fazer desistir. Elas nos dizem: „Isso não vale a pena‟;
„isso não vai dá em nada‟; „desista disso!‟; „Isso não é para você‟; „você
não tem capacidade‟; „você não tem chamada‟.
Temos que tomar a posição de Neemias. Quando a cambada de
Tobias e Sambalate chegaram para Neemias e lhe disseram: „Essa muralha
que você está levantando não vai dá em nada, qualquer raposinha que
passar irá derruba-la. Desce desse muro!‟. Neemias lhes respondeu: „Eu
não posso descer, porque estou ocupado na obra de Deus‟.
Nós não podemos parar, irmãos! Não podemos desistir! Não pare no
caminho! Temos que prosseguir, temos que perseverar.
Mas o que nos incentiva a perseverar?...
De que a gente pode encher o coração para perseverar? Existem
muitas coisas, mas eu quero apenas citar algumas. Quais são os motivos de
perseverança? O Deus que prometeu é fiel e não falha; o exemplo máximo e
perseverante de Cristo; o testemunho de perseverança dos mártires; a
garantia do cumprimento certo das promessas de Deus; o encorajamento
das Escrituras proféticas e a vindicação divina em favor dos santos.
Temos esses seis motivos para perseverarmos.
Primeiramente porque Deus é fiel, e Ele não falha. Se tivéssemos
apenas esse motivo já seria suficiente pra gente ir com esse Deus até o final.
Debaixo de paulada, de canivete, de pedrada, a gente pode ir até o final
porque a corda dele não quebra.
As Escrituras comparam a Deus como uma rocha, um baluarte, uma
cidade fortificada, uma torre. Essas coisas descrevem a natureza de Deus
como uma natureza inabalável, inquebrantável, firme. Deus não recua, não
volta atrás; Deus não se dobra e nem se curva.
Aquilo que ele falou, ele sustenta; aquilo que ele diz, ele não
contradiz. Ele disse para o profeta Jeremias: „eu velo sobre a minha palavra
para cumprir‟; ele disse para o profeta Isaías; „a minha palavra não volta
atrás e nem vazia‟; ele disse para o profeta Ezequiel: „aquilo que falei, eu
cumprirei‟.
Que motivo tremendo, irmãos! Para a gente perseverar. Porque as
promessas de Deus sobre nós são fiéis, são irrevogáveis.
Outro grande motivo que nos incentiva a perseverar é o exemplo de
Jesus Cristo.
Segundo, o exemplo máximo e perseverante de Cristo. Estou pra ver
um homem que perseverou mais do que Jesus Cristo! Na carta aos Hebreus
12, o autor exorta os cristãos a correr com perseverança a corrida que nos
está proposta. Ele cita como exemplo, Jesus Cristo. Que suportou a cruz,
que suportou as oposições dos pecadores, suportou as injúrias, as calúnias, o
falso testemunho, mas não desistiu da cruz.
Se Jesus Cristo tivesse sido açoitado pelos judeus teria recebido
apenas 40 chicotadas, mas como ele foi açoitado pelos romanos, e os
romanos açoitavam sem pena e sem misericórdia, eles açoitavam a pessoa
até ficar flagelada. Jesus Cristo ficou flagelado diante daqueles romanos,
daqueles soldados perversos, mas ele não desistiu de carregar a cruz.
A cruz pesada, não era a cruz dele, tombou e caiu muitas vezes, mas
se levantou e prosseguiu na sua missão. Se você não ver exemplo de
perseverança nos membros da sua igreja, olhe pra Jesus Cristo. Se você não
encontra perseverança no pastor da sua igreja, olhe para Jesus Cristo. Crente
nenhum tem motivos e razões para desistir. Pois Jesus Cristo terminou com
os pés juntos, e pregados em cravos, mas não desistiu.
Talvez você diga: „mas Jesus Cristo era Deus!‟; „Jesus Cristo
contava com a plenitude do Espírito Santo, que lhe dava capacidade de
resistir tudo‟. Não levando em consideração a sua tese, vamos citar o outro
motivo de perseverança: o testemunho dos mártires.
Terceiro, o testemunho de perseverança dos mártires. A nossa
história eclesiástica está marcada e manchada de sangue de homens e
mulheres que perseveraram até o fim. A lista de Hebreus capítulo 11 é uma
lista suficiente, mas está incompleta. Os patriarcas, os juízes, os reis
piedosos de Israel, os profetas tiveram que perseverar para manter-se fiéis a
Deus.
Mas não foi só eles. Os apóstolos, os primitivos cristãos, os pais da
igreja, os reformadores, os valdences, os anabatistas, os morávios, os
menonitas, os metodistas, os puritanos e os pentecostais tiveram também
que demonstrar uma grande perseverança para manter a tocha do evangelho
acessa.
E, se hoje essa chama arde em nossos corações, foi porque esses
homens deram sangue e suor.
Depois têm crentes que considera o evangelho como coisa banal,
despreza as coisas de Deus, mas ele não sabe que está pisado em sangue de
mártires. Ele não sabe que essa Bíblia bonitinha que ele lê todos dias, está
manchada com o sangue das testemunhas fiéis de Jesus.
Poderíamos contar tantas histórias de mártires que suportaram as
piores coisas que um ser humano possa sofrer. Mas deixe-me citar apenas
um exemplo de Richard Wurmbrand, um pastor da Romênia. Quando a
igreja da Romênia estava sendo perseguida pelos comunistas, em sua
autobiografia, ele escreve que cristãos sofreram horrores debaixo do
domínio dos comunistas.
E, uma das torturas que os comunistas infligiam nos cristãos, era que
eles cavavam um buraco, depois colocava o cristão dentro desse buraco,
deixando apenas a cabeça do lá de fora. Isso em pleno sol quente. Aqueles
pobres cristãos ficavam ali dois ou três dias. Seus lábios começava ressecar.
E aqueles comunistas do diabo perguntavam: „você está com sede?‟. O
irmão sem forças para falar, apenas balançava a cabeça. „Tragam uma
colher de sal‟, e empurrava garganta abaixo. „você ainda está com sede,
cristão!‟.... „xiiiiiiiiiii‟, urinava na cabeça do cristão.
Aqueles irmãos morriam aquele estado deplorável, mas não negavam
a sua fé em Jesus Cristo. Eles não negavam porque estavam contemplando o
reino celestial e a vida eterna.
O encorajamento das Escrituras proféticas é um motivo extremo e
poderoso para gente manter a nossa perseverança até o final.
Quarto, O encorajamento das Escrituras proféticas. Deus escreveu as
Escrituras exatamente para desenvolver em nós a perseverança isso está em
Romanos 15.4. Mas não precisamos citar muitos livros, olhe apenas para o
livro do Apocalipse. Ele foi escrito para incentivar a perseverança. Não foi
escrito apenas para se conhecer as coisas futuras, as despertar naqueles
cristãos a perseverança.
Isso começa no capítulo 1 de Apocalipse, quando você se depara
com um velhinho de quase cem anos de idade, foi exiliado na ilha de
Patmos para serviços forçados. Mas você não o ver reclamando,
murmurando da vida. Ele disse com muito orgulho: „Eu estou aqui por
causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus‟.
Jesus Cristo aparece a João na ilha de Patmos e lhe diz: „João, não
temas! Eu sou o primeiro e o último. Eu estive vivo, mas morri, mas eis aqui
estou vivo para todo sempre. E, tenho autoridade sobre a morte e a
sepultura‟.
Nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse, a mensagem para as igrejas é para
perseverar. Éfeso – Não abandone o seu primeiro amor!; Esmirna – Seja fiel
até a morte!; Pérgamo – Não renuncie a sua fé! Tiatira – Faça a minha
vontade até o fim!; Sardes – Não contamine a sua veste!; Filadelfia –
Guarda o que você tem!; Laodicéia – Seja um crente quente!.
Nos capítulos 4 e 5 a glória de Deus se abre diante de nós. Aquilo
que antes estava encoberto, agora se abre diante de nós. João entra no Santo
dos santos; e o que ele contempla?: Querubins que não cessam de adorar
diante do trono de Deus, noite e dia, dizendo: „Santo, santo, santo, é o
Senhor Deus todo-poderoso, aquele que é, que era e que da vir‟. Não
apenas os querubins, mas também os 24 anciãos diziam: „Eis o Cordeiro de
Deus, o Leão da Tribo vitorioso‟. E o cântico diz: „Eis o Cordeiro de Deus
que vive, porque morreu, mas venceu‟.
No capítulo 6, contemplamos a gloriosa visão dos mártires debaixo
do altar que preferiram morrer do que negar a sua fé. Eu fico indignado, eu
fico pé da vida, quando homens renomados, teólogos bem conceituados,
dizem: „Esses mártires aqui é desviados‟. É sempre assim, irmãos. Quando
você padece, sofre, está debaixo de dificuldades, é porque a pessoa não tem
fé, está em pecado... é sempre assim.
E, a igreja moderna em seus berços esplendidos chama os mártires
de desviados, mas eles não são desviados, não! Eles são servos e nossos
irmãos.
No capítulo 7, nós vermos a entrada triunfal da igreja no tabernáculo
eterno. Enfrentou as piores perseguições, mas não deixou as suas vestes
ficarem manchadas.
Nos capítulos 8 e 9, as pragas de Deus caiem sobre o mundo ímpio
por causa da igreja, pois isso foi decorrente das orações perseverantes do
crente.
No capítulo 10, Deus estrala o seu dedo e diz: „Não haverá mais
demora!‟. Ei crente, acorda! Não haverá mais demora! Aguenta mais um
pouquinho porque o que há de vir, virá e não tardará.
No capítulo 11, nos é contada uma história numa visão profética, em
linguagem simbólica, de duas testemunhas que estão marcadas e destinadas
ao massacre, mas elas não desistem. Sabe por que? Porque elas creem
naquele que ressuscita os mortos.
No capítulo 12, é retirada a mascara de Satanás, ele se revela como
um grande e terrível dragão, raivento, sanguinolento, promotor de mortes,
mas o povo de Deus é representado como uma simples mulher com seu
filho, que enfrenta o dragão; que enfrenta a serpente; que enfrenta o diabo,
mas permanece fiel ao testemunho de Jesus.
No capítulo 13, é de arrepiar, duas bestas animalescas que explora,
que impõe, que subjuga, que persegue, mas os cristãos continuam
perseverando.
No capítulo 14, vermos os judeus salvos. Quando falamos em
judeus, nos lembramos logo do holocausto nazista, mas nós não vermos os
nazistas ali, nem Hitler e nem a sua cambada, nós vermos os judeus
glorificados. Eles se tornaram as primícias isso significa que a colheita
restante está garantida. E, se nós fazemos parte dessa colheita restante, a
nossa salvação está garantida. Porque a Escritura diz que se a primícias é
santa, todo o resto da colheita também é santa.
No capítulos 15 e 16, em meio as derramadas das pragas, Jesus
Cristo abre o parênteses para dizer para a sua Igreja:„Eis que venho como
ladrão. Bem-aventura aquele que guarda as suas vestes, para que não ande
nu‟.
O quinto motivo para o cristão perseverar até o fim é por causa da
vindicação divina em favor dos santos. Irmãos, aquilo que o crente sofre, o
santo sofre, não ficará impune. Deus não deixará passar batido, não deixará
passar em branco, mas aquilo que nós sofremos, Deus vai restituir na cabeça
do ímpio, do perverso, do perseguidor, aquilo que ele faz ao crente.
Diz Paulo, „é justo da parte de Deus atribuir tribulação aquele que
vos causa tribulação‟. Então, Deus vai vingar aqueles que nos persegue.
Isso é motivo de grande perseverança. Não precisa a gente tomar a justiça
no pulso, porque Deus é vingador de todas as coisas.
Apocalipse 13.10; 14.12 diz: „Aqui está a perseverança e a
fidelidade dos santos...‟ aqui a onde? No fato de Deus ferir aqueles que nos
fere; de Deus esbofetear aqueles que estão nos esbofeteando.
Mas será que os crentes hoje sofrem perseguição ou está do mundo
em sombra e água fresca?
Alguns dizem que a perseguição era para os apóstolos, „eu, eu não,
estou debaixo da graça, e não debaixo da lei‟. Um certo crente me disse:
„Se eu for ser perseguido, então eu vou me desviar, eu vou beber cachaça,
eu vou fumar, eu vou pras festas, porque esse negócio não é pra mim‟. Esse
irmão enfrentou uma situação tão grande que só Jesus pra segurar ele. Será
que os crentes hoje são perseguidos?
Jornal Mensageiro da Paz, jornal oficial das Assembleias de Deus,
fundado em 1950 pelo missionário Gunnar Vingren, pioneiro da Assembleia
de Deus. O que esse jornal, deste ano (2009), diz nas páginas 14 e 15:
„Perseguição aos cristãos é maior hoje do que no tempo da igreja
primitiva... dados mostram que cristãos são mais perseguidos. 65 por cento
dos seus mártires são do século 20 e 150 mil cristãos morrem por sua fé
todo ano‟.
Essa Terra está bebendo todo ano o sangue de 150 mil crentes! Deus
não suporta mais! Não existe uma coisa que causa mais fúria em Deus do
que o justo sendo torturado nas mãos dos homens ímpios e perversos.
Diz o jornal „70 milhões de cristãos foram assassinados por causa
da sua fé até o ano 2000‟. Desde que a igreja primitiva foi fundada até o ano
2 mil „70 milhões de cristãos‟ foram mortos por causa da sua fé. Destes „31
milhões morreram pelas mãos dos ateístas, 9 milhões morreram pelas mãos
dos mulçumanos, 5 milhões morreram pelas mãos dos católicos, 1 milhão e
600 mil morreram pelas mãos dos budistas... 4 milhões e 700 mil morreram
pelas mãos de adeptos de diversas religiões‟.
Então, irmãos, a perseguição contra os cristãos continua em pleno
século 20, o século da democracia, o século da descoberta da informática,
das grandes tecnologias, das grandes descobertas científicas e
arqueológicas; do século do iluminismo, do brilhantismo, do fascinante, das
viagens extra-terrestre, planetária. Em pleno século 21, os cristãos estão
sofrendo as piores torturas que se possa imaginar.
Temos que perseverar! Mas, quais são as bênçãos da perseverança?
Eu quero citar apenas uma bênção dentre tantas! A perseverança nos protege
do esfriamento espiritual. „Por se multiplicar as iniquidades, o amor de
muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo‟. Até o fim
da tua tribulação, até o fim da tua angústia, até o fim deste mundo, até o fim
da sua vida. Não é até o começo, não é até o meio, mas é até o fim.
Qual é o perigo do esfriamento? É você ficar pra trás. Não devemos
fazer como a mulher de Ló: olhar para trás. É a gente bater na porta e dizer:
„Senhor, abre-nos a porta!‟. E ouvir aquela palavra: „Eu não vos conheço!
Apartai-vos de mim‟. Esse é o grande perigo do esfriamento espiritual.
Vale a pena perseverar até o final. Não se deixar ser congelado com
o esfriamento espiritual. Transpire se necessário for, mas não desista. Como
Jó, que transpirou, que ofegou, que rolou na cinza, que se coçou com telha,
mas disse: „Bendito seja o nome do Senhor!‟.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó
em 31 de Maio de 2009
Sobre A Importância da Santa Ceia do Senhor
Todo estudo para ser bem eficiente precisa da parte prática, a
aplicação. Porque o ensino bíblico, doutrinário e teológico só terá algum
valor para nós, se aplicarmos em nossa vida.
Iremos dividir a nossa palestra em três tópicos: primeiro tópico, o
que é a santa ceia, o segundo, os elementos da santa ceia e o terceiro,
lições doutrinárias da santa ceia.
O Que é a Santa Ceia? Santa ceia não é apenas um ato que a igreja
celebra, mas é uma doutrina bíblica. No decorrer da história da igreja, a
doutrina da santa ceia tem sido uma das doutrinas mais polêmicas, e mais
causadora de discórdias entre as diversas denominações cristãs.
Não só as polêmicas causadas pela Igreja Católica... pelo qual foi um
dos motivos que levou o rompimento. A interpretação que a Igreja Católica
dava a doutrina da ceia, que eles chamam de eucaristia, foi uma das que
levaram ao rompimento. Mas não só entre cristãos católicos e cristãos
protestantes houve essas questões polêmicas, mas também, entre os próprios
protestantes. Os próprios reformadores tiveram questões que os levaram a se
dividirem.
Inclusive logo no inicio da Reforma os protestantes quiseram se unir.
O protestantismo estava dividido em várias bandeiras. Havia os luteranos,
os calvinistas, os anabatistas, os menonitas e outros ramos. Então os irmãos
sentiram a necessidade de reunir o protestantismo. E, assim em uma
conferência conseguiram reunir Martinho Lutero e outro reformador
chamado Ulrico Zuínglio para que eles pudessem entrar em acordo sobre as
doutrinas principais para que o protestantismo pudesse segui uma linha só.
Diz a história que eles dois concordaram em todas as doutrinas, mas se
dividiram em uma só. E, qual foi? A definição que eles tinham da santa ceia.
Então, a interpretação que os irmãos davam a doutrina da santa ceia
foi o motivo que levou a permanecer esses rachas no protestantismo.
Por isso que nós a consideramos como uma doutrina de sumo
importância para a igreja; porque é a doutrina que vem sendo polemizada ao
longo dos séculos.
A igreja tem duas ordenanças: o batismo e a santa ceia. O batismo é
um ato cerimonial que faz com o cristão entre em aliança com Deus. E, a
participação na ceia é a renovação da aliança; uma confirmação da aliança.
O batismo é um só. O cristão tem que ser batizado apenas uma única vez. A
não ser que ele receba uma forma de batismo que seja contrário a forma
verdadeira do batismo.
Por exemplo, os batistas começaram a rebatizar os irmãos, porque
eles entendiam que a forma como os irmãos foram batizados estava errado.
A Igreja Católica começou a batizar as pessoas por aspersão, apenas
molhando a cabeça da pessoa. E, quando Martinho Lutero e Calvino
romperam com a Igreja Católica, eles realizaram muitas mudanças, mas
algumas práticas deixaram intactas. E uma delas foi a forma do batismo por
aspersão, que tantos luteranos como presbiterianos praticam até hoje.
A Assembleia de Deus que herdou a herança dos batistas, pois foi
fundada pelos batistas, desde o principio vem adotando a forma de batismo
por imersão, que é mergulhar o corpo todo na água.
Os irmãos unitaristas também rebatizam. Porque já que os cristãos
são batizados na fórmula trinitarista „em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo‟, e os unitaristas consideram a doutrina da Trindade uma
doutrina satânica. Por isso ensinam que o batismo tem que se apenas „em
nome de Jesus‟. Então quem adere ao unitarismo são rebatizados.
Porém, deixando de lado essas exceções, afirmamos que o batismo é
apenas um e nós o efetuamos uma única vez. Contudo, a ceia é repetitiva.
Toda semana a igreja primitiva celebrava a ceia. Nós uma vez por mês.
Algumas igrejas, uma vez por ano.
Mas é exatamente na ceia que nós renovamos o nosso batismo. É na
ceia que nós confirmamos o que aconteceu conosco no batismo. No batismo
nós fomos mortos, sepultados e ressuscitados com Jesus. É exatamente na
ceia que nós, não só celebramos a morte de Cristo, mas também celebramos
a nossa morte em Cristo.
Será que por causa disso existe algo de especial na água do batismo?
Não há na água do batismo nenhuma virtude que possa conferir algum
beneficio espiritual ao candidato ao batismo. Muito embora, algumas igrejas
conferem às águas batismais o poder de lavar o pecado.
Como por exemplo, as igrejas que defendem que o batismo tem que
ser em águas correntes. Porque são as águas que levam o pecado. Parece-me
que a Igreja Deus é Amor defende esse ponto de vista, pois ela é contra o
batismo em tanque. Por isso que eles rebatizam pessoas que são batizadas
em tanque. Até um tempo desse, eles rebatizavam, não sei agora.
Contudo, a água não tem nenhum poder para nos libertar de qualquer
tipo de pecado. Dizem que a Igreja Universal batiza a pessoa até a pessoa se
libertar.
O batismo é um ato simbólico. Há um simbolismo muito importante,
que nós temos considerar, e não podemos ignorar, tanto no batismo como na
ceia. Por causa da nossa falta de discernimento em relação a essas
ordenanças, isso pode nos levar à condenação. Temos que entender o
significado das ordenanças.
Tem pessoa que diz: „tanto faz como tanto vez se eu for batizado,
pois o batismo é dos homens‟. Não podemos ter essa mentalidade. Só será
salvo quem for batizado? Não! Alguém diz logo: „Olha, o ladrão da cruz!‟.
Mas se a pessoa não se batizar nas águas por causa desses conceitos que
afirmam que o batismo não tem valor nenhum. Essa pessoa está se privando
da salvação.
Porque muito embora o batismo não salve, a pessoa tem que se
submeter ao batismo como um símbolo da sua salvação em Cristo. Na igreja
primitiva pairava a seguinte mentalidade: a partir do batismo a pessoa
iniciava seu compromisso com Cristo. Então, quando Paulo exortava os
irmãos, não dizia: „vocês tem que deixar o pecado para serem batizados‟.
Ele ensinava assim: „vocês tem que deixar o pecado porque vocês se
batizaram‟. Primeiramente, o cristão tem que entrar em compromisso com
Cristo no batismo para a partir daí ele ter uma renovação.
Mas por causa disso muitas deficiências começaram a surgir, e
muitas pessoas foram batizadas sem terem compromisso real com Deus. Por
exemplo, Filipe batizou o mágico Simão, mas nele não se efetuou uma
verdadeira conversão, que mais tarde causou muitos problemas na igreja.
Para corrigir essas deficiências, a igreja começou a praticar o que se chama
de catecismo, que é o discipulado.
Mas qual é a definição da ceia? A santa ceia é uma ordenança da
igreja, instituída por Jesus na noite em que ele foi traído.
„A ceia do Senhor é conhecida pelos evangélicos como uma
ordenança por constituísse uma ordem dada por Jesus Cristo aos santos
apóstolos. Os católicos romanos e certas alas do protestantismo costumam
denomina-la de sacramento‟.
O que é um sacramento? Segundo a Igreja Católica são símbolos
sagrados que confere benefícios espirituais às pessoas que se submete a eles.
A Igreja Católica estabeleceu sete sacramentos. As pessoas só se salvarão se
passarem por esses sete sacramentos.
Martinho Lutero veio e derrubou cinco e estabeleceu dois
sacramentos. Ele considera o batismo nas águas e a santa ceia como dois
sacramentos. Em alguns livros teológicos da Assembleia de Deus também
encontramos esse termo chamando a ceia e o batismo de sacramentos. Eu
também já ouvi alguns pastores se referido a essas duas ordenanças como
sacramentos.
Então, como coisas sagradas, pois o termo „sacramento‟ significa
literalmente isso „coisas sagradas‟, partindo dessa interpretação literal do
termo o batismo e a ceia são sacramentos. Mas partindo da posição da Igreja
Católica que defende que sacramento é o meio que transmite graça espiritual
ao crente, a Igreja Assembleia de Deus e os evangélicos não concordam
com esse ponto doutrinário de que o batismo e a ceia confira ao crente
algum meio de salvação. Não existe nada na ceia que o crente ao participar
receba algum meio da sua salvação.
A Igreja Cristã não é uma religião ritual. Ela não pratica em sua
liturgia o ritualismo. Mas a Igreja Católica com sua crença nos sacramentos
se torna uma religião ritual, igual o Judaísmo.
O que é uma religião ritual? É uma religião que ensina que não
importa o estado do coração, mas em praticar os atos ritualísticos. O comer
do pão da ceia não se refere ao comer do pão ou da carne de Jesus que dá
vida eterna em João 6. Por que? Desse modo seria fácil, pois todas as
pessoas que comerem o pão e beberem o vinho iriam exigir de Jesus a
salvação. Aí não importa se a pessoa tem compromisso com Deus, se é
renascido, santificado, regenerado, o que importa é comer do pão e beber do
vinho e está garantindo a salvação dele.
Então, a Igreja Católica não quer saber se o católico se droga, se
prostituí, ela quer saber se ele está ali para participar da hóstia, e assim
estará recebendo um meio para se salvar. Não importa se o católico passe
três dias de carnaval liberando geral, contanto, que na quarta-feira ele recebe
a cinza.
É essa a definição que a Igreja Católica dá a Eucaristia, quando o
sacerdote está celebrando a eucaristia está realizando um sacrifício, o
mesmo sacrifício que o sacerdote judaico celebrava. O sacerdote judaico
literalmente sacrificava uma ovelha. Todo aquele ritual era carnal e humano.
No Catolicismo literalmente comer da hóstia é comer da carne e beber do
sangue de Jesus, pois, se a hóstia se transforma na carne de Jesus, ela já
contém o sangue, por isso que não há necessidade do católico participar do
vinho.
Essas práticas católicas dava repugnância aos reformadores. Os
padres apresentava a hóstia se transformava em Jesus, e quando rasgava a
hóstia estava sacrificando Jesus. Eles estavam realizando um sacrifício, e
não era simbólica, era literal mesmo. Jesus Cristo estava sendo literalmente
sacrificado pelo sacerdote católico. Essa é chamada de doutrina da
transubstanciação. A substância do pão e do vinho sendo transformado na
substância do corpo e do sangue de Jesus Cristo.
Diz que o padre Cícero fez um milagre quando uma mulher foi
mastigar a hóstia saiu sangue, porém, aquela mulher sofria de tuberculose.
O padre Cícero sabia, mas ele usava aquela beata como meio para propagar
o milagre.
O protestantismo começou a combater essa doutrina católica, que até
hoje ela a mantém e não abre mão. Contudo, os reformadores não se
diferenciaram muito. Essa foi a razão por Zuínglio não apertou a mão de
Lutero. Porque Lutero muito embora não acreditasse que o pão e o vinho se
transformasse literalmente no corpo e no sangue de Jesus Cristo, mas
defendia que Cristo passava a habitar espiritualmente no pão e no vinho. O
pão permanecia pão, mas agora com um novo ingrediente Cristo. A partir da
consagração do sacerdote não era mais o simples pão, mas também não era
totalmente o corpo, agora era o pão e o corpo em uma só substância.
Doutrina chamada de consubstanciação.
Enquanto a Igreja Católica defende a transubs-tanciação, os
luteranos defendem a consubstanciação. Diz que quando Lutero estava
celebrando a ceia, um pouco do vinho caiu no chão, ele se prostrou e disse:
„o sangue de Jesus‟ e lambeou o vinho que estava no chão.
Lutero tinha essa visão, mas os batistas e menonitas rejeitavam
totalmente isso, eles ensinavam: „o pão é o pão, o vinho é o vinho, depois da
oração, o pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho. É apenas
um símbolo‟.
Vamos agora ver os elementos da santa ceia...
Quais são os elementos da santa ceia? O pão e o vinho.
„Quando o pão é partido na celebração da ceia vem-nos a memória
o sacrifício vicário de Cristo através do qual ele entregou a sua vida em
resgate da humanidade caída e escravizada pelo diabo‟.
Na verdade Cristo não está sendo sacrificado nem partido, mas o ato
está simbolizando um acontecimento que ocorreu na história que Cristo foi
de fato partido na cruz. Esse partido é o seu sofrimento, é a sua carne sendo
dilacerada, chicoteada, esbofeteada e transpassada. Isso é simbolizado no
partir do pão.
Muito embora o cristão não tenha como literal e nem que naquele
momento ali esteja acontecendo uma repetição do sacrifício de Jesus, mas
ele tem que ter a consciência de que aquele ato está simbolizando um
acontecimento de suma importância para a Igreja, que é o sacrifício do Filho
de Deus.
Concordo com um escritor que disse em nosso quinto livro „Liturgia
e Ética Pastoral‟ estudado em janeiro de 2009 em nosso Seminário, na pág.
68: „o pão deve ser sem levedura‟, quer dizer, sem fermento.
Era muito bom que em nossas igrejas celebrasse a ceia com pão sem
fermento. Porque o fermento simboliza o pecado. Assim como o fermento
altera a substância da massa, o pecado altera nosso comportamento. Por
causa dessa associação, Deus considerou o fermento como símbolo de tudo
o que é ruim, tanto de pecado como de doutrina falsa.
O pão sem fermento fortalece a simbologia, não é usado como ritual.
Cristo é simbolizado pelo pão sem fermento. Contudo, não iremos dizer que
o pão com fermento esteja quebrando o simbolismo, pois, não está dito nas
Escrituras que o pão da ceia deve ser sem fermento. Porém, iria fortalecer o
simbolismo. Pão sem fermento representando o corpo de Cristo puro e sem
a mancha do pecado.
Assim como o vinho da ceia é sem fermentação, pois bebemos
apenas o suco da uva, que é a primeira extração, considerado o liquido puro
da uva, não passou pelo processo de fermentação, assim também o pão não
deveria passar por esse processo de fermentação.
Outra coisa que Paulo defende e que talvez para nós fosse
inadequado, está em 1ª Coríntios 10.16,17: „Porventura o cálice de benção
que abençoamos não é comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos
não é, porventura, a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós sendo
muitos somos um só pão e um só corpo. Porque todos participamos do
mesmo pão‟.
Então o pão nesse texto representa o corpo de Cristo, e o corpo de
Cristo é a Igreja. De modo que a ceia ensina a unidade dos membros da
igreja. Ao participar todos do mesmo pão significa que todos nós somos um
só. E para fortalecer esse simbolismo, a igreja primitiva utilizava-se de um
só pão na ceia. Naquela época eles celebravam a ceia em casas pequenas,
não tinha essas grandes reuniões que a gente tem, de modo que se tornava
fácil. Hoje é difícil! Tantas catedrais das Assembleias de Deus, veja aqui o
nosso templo. É difícil fazer um só pão. Já imaginou que tamanho seria esse
pão.
A nossa ceia foge um pouco do simbolismo porque não podemos
simbolizar o corpo sem pecado pois está ali um pão com fermento, não
podemos simbolizar a unidade do corpo de Cristo porque está ali dois, três
pães para ser partidos. Mas, em espírito e baseado na palavra de Deus é esse
o sentido que temos de ter no coração: a pureza, pois todos quantos
participam tem que estarem purificados.
Porque não adianta também, irmãos, a gente ter pão sem levedura, se
o fermento está em nós, o desmantelo, o erro e o pecado está em nós. É
muito melhor a gente fraquejar no símbolo do que fraquejar na realidade. Se
o fermento realmente não está em nós e participamos da ceia com pão com
fermento, isso não vai levar a Deus a desconsiderar o ato. Porque senão ele
iria considerar a religião cristã como a religião ritual. Porém, ele não
ritualiza porque essas coisas tem valor. No Cristianismo cai por terra todo
tipo e modo de ritual.
De modo que quando Deus vai nos julgar na ceia, ele não vai olhar
se o nosso pão está com fermento ou sem fermento, mas se nós estamos com
fermento ou sem fermento.
De modo semelhante também, não adianta temos um só pão, que vai
do púlpito até a porta, para simbolizar a unidade se estamos divididos, em
contendas, em desunião. Não terá valor nenhum. É muito melhor nossos
pães estarem todos partidos e nós unidos.
Então a pureza e a unidade não podem faltar na ceia do Senhor.
Na igreja de Corinto, os irmãos estavam banalizando a ceia do
Senhor. Eles não estavam tendo o discernimento em relação aquele ato
cristão. A igreja primitiva adotou um costume de antes de iniciar celebração
do pão e do vinho, fazia uma festa, chamada de ágape, a festa do amor.
Enquanto, os irmãos vinham chegando havia aquela confraternização, os
irmãos conversando, um banquete, comiam pão, bebiam vinho. E, depois é
que eles celebravam a ceia. Separavam o pão e o vinho e celebravam a ceia.
Mas isso estava causando um problema na igreja de Corinto. Porque
era uma igreja pobre, mas também havia pessoas ricas. Os pobres não
tinham condições de trazer pão e vinho para a festa, só quem trazia era os
irmãos ricos. E, aqueles irmãos ricos não davam para os pobres. Somente
eles comiam e bebiam. Por isso Paulo disse: „enquanto uns passam fome,
outros se embriagam‟. Estava havendo impureza em Corinto que era
embriaguez e glutonaria e havendo desunião.
As verdadeiras virtudes para se agregarem na ceia não estava
havendo, que era a pureza e a harmonia. Paulo sentiu a necessidade de trazer
esse conhecimento aos irmãos de que a ceia é um ato em que tem que haver
intenções puras e unidade entre os membros, que são membros do corpo de
Cristo.
É correto consagrar o pão e o vinho na ceia? Depende dessa palavra
„consagração‟. Se usarmos o termo „consagração‟ como algo que vai
transformar o pão em algo especial que transmite algum meio de graça para
nós, o termo está sendo usado de modo errado. Mas se for apenas no sentido
de que o pão está sendo separado para simbolizar o corpo de Cristo, então a
palavra está sendo usada adequadamente. As nossas igrejas defende a
consagração do pão, mas o Pb. Mário, muito embora ele não ensine isso na
igreja para não contradizer o costume dos irmãos, mas ele diz que é errado
esse tipo de oração que consagra o pão. Que na verdade deve abençoar o
pão, como Paulo diz „o pão que nós abençoamos‟. Ele defende isso que o
pão deve ser abençoado, dar graças pelo pão.
Irmãos, a crença de participar de refeições no templo era costume de
muitas religiões, e também do judaísmo, de comer coisas santas. Tinha
determinadas partes dos sacríficos que apenas os sacerdotes podiam comer.
Ninguém mais podia comer, se alguém que não fosse sacerdote comesse era
eliminado do povo de Israel. Muitas religiões orientais em volta de Israel
acreditavam que se alguém comesse as refeições consagradas a um deus era
como estivesse absolvendo as virtudes daquele deus.
Crenças semelhantes dos antropófagos que comiam corpos humanos
acreditando que a virtude que havia naquela pessoa era transmitida para
eles. E, a parte que eles mais comiam era o cérebro. Porque a inteligência
que aquela pessoa possuía iria ser transferida para ele.
É daí que vêm também essas questões e essas crenças de que comer
algo que represente o seu deus é como se você estivesse recebendo as
virtudes daquele deus. Então, é nisso que as igrejas evangélicas não
acreditam! Como se o crente estivesse literalmente comendo a carne e o
sangue de Cristo e recebendo as virtudes dele. Isso não acontece no ato da
ceia.
Por isso que para os crentes as carnes sacrificadas aos ídolos não
representa nada. No mercado eles compram do que está posto, sem
perguntar se aquelas carnes foram consagradas aos deuses. Pois pela oração
e pela palavra os alimentos são santificados. Há muitas superstições acerca
da ceia do Senhor e, também, acerca do batismo nas águas.
Por exemplo, o Pb. Luciano conta uma história que após seu batismo
um certo irmão, que foi batizado junto com ele, estava triste num canto,
então o Pb. Luciano perguntou o que estava acontecendo. Aquele irmão
disse que tinha contraído o pecado pra dentro de si novamente, pois no ato
do batismo engoliu um pouco de água do tanque batismal. Pois dentro da
água foram sepultados os pecados dos outros, mas que agora ele tinha mais
pecados do que os outros que foram batizados.
Têm crentes que participa da ceia igual como ele comia a hóstia. Ele
não mastiga o pão, deixa o pão na boca até dissolver. Meus irmãos, o pão
tem que ser mastigado!
Após o pão ser consagrado, alguns irmãos não sabe o que fazer com
o pão que sobra. Se deve ser jogado no rio ou enterrado no chão. Depois que
finaliza a cerimonia da ceia, o pão deixa de ser consagrado, e torna-se um
pão comum para as refeições. O Pb. José Moreira me disse que ele ficava
atribulado porque ele levava os restantes do pão da ceia para sua casa, mas
não sabia se queimava, se enterrava ou se jogava no rio.
Vamos ver algumas lições doutrinárias da santa ceia...
A santa ceia é um mandamento do Senhor. O Senhor Jesus ordenou
por duas vezes: „...fazei isto em memória de mim...‟. Fazei! Cristo está
mandando a igreja praticar. Não é uma opção da igreja, nem uma
alternativa, mas é um mandamento que tem que ser obedecido e praticado.
A ceia representa a comunhão entre os membros de uma mesma
comunidade de fé. Se um crente não compartilha da fé doutrinal de
determinada igreja não é bom que ele participe da ceia com aquela
comunidade. Pois cear é comungar da mesma fé, doutrina e prática.
A ceia é o memorial da morte do Cordeiro em nosso lugar. A
memória da morte de Cristo é o centro da santa ceia. Por que estamos
celebrando a ceia? O que estamos celebrando? A morte do Cordeiro. Qual é
o significado que essa morte tem para mim? O meu resgate pelo sangue da
nova aliança em Cristo.
Devemos trazer à memoria a morte sacrificial do Cordeiro. Não
precisa mentalizar a cena do Calvário, mas ter a consciência de que você
está ceando em comemoração da morte de Jesus.
A santa ceia é um prenúncio da volta de Jesus. É um ato escatológico
e profético. Você celebra aqui vislumbrando aquela futura ceia no Reino de
Deus com o Cordeiro. Isso também fala da validade da ceia, ela deve
vigorar até o dia da vinda de Jesus. Isso é uma grande contradição para as
testemunhas de Jeová, pois afirmam que Jesus Cristo voltou em 1914,
contudo eles celebram até hoje o que chamam de Refeição Noturna.
Jesus Cristo disse: „...não beberei mais do fruto da vide até que se
cumpra no Reino de meu Pai‟. Eu acredito que literalmente iremos
participar da ceia no Reino de Deus. Não é apenas no sentido espiritual. Mas
de fato haverá esse banquete. Mas a onde vão arrumar pão e vinho no céu?
Eu acredito que a ceia vai ser durante o Milênio, na terra. Cristo disse: „...
no Reino de meu Pai...‟. e o Reino será estabelecido no Milênio. A Igreja
Assembleia de Deus acredita que vai ser no céu durante sete anos, mas eu
acredito que será na Terra durante o Milênio.
Mensagem Ministrada no Círculo de Oração na Congregação da
Assembleia de Deus-Codó em 02 de Junho de 2009
Sobre Enfrente a Tragédia Sem Perder a Doçura
Lucas 18.31-34
„Jesus levou os doze discípulos para um lado e disse: Escutem! Nós estamos
indo para Jerusalém, onde vai acontecer tudo o que os profetas escreveram
sobre o Filho do Homem. Ele será entregue aos não-judeus, e estes vão
zombar dele, insultá-lo, cuspir ele e bater nele; e depois o matarão. Mas no
terceiro dia ele ressuscitará. Os discípulos não entenderam nada do que
Jesus disse. O que essas palavras queriam dizer estava escondido deles, e
eles não sabiam do que Jesus estava falando‟.
Quando eu leio esse texto da palavra de Deus, vejo que Jesus Cristo
pretende levar seus discípulos à um nível maior de compreensão das coisas
de Deus. Eu vejo que o desejo de Jesus Cristo é levar os seus discípulos à
uma relação mais profunda com Deus. Eu vejo que Jesus Cristo quer que
eles entendam, vejam e compreendam as coisas que Deus tem falado a
muitos anos atrás e que eles precisam está preparados para o cumprimento
dessas profecias.
Jesus pretende levar eles para Jerusalém. Porque é exatamente na
cidade de Jerusalém que iria se cumprir centenas de profecias relacionadas
ao Filho de Deus.
E, algo nos chama a atenção nesse texto sobre a cidade de Jerusalém,
sobre os profetas que profetizaram as coisas que iriam se cumprir naquele
local e sobre o próprio Jesus Cristo em que todas as profecias deveriam se
cumprir nele.
A cidade de Jerusalém. Jerusalém era uma cidade misteriosa.
Jerusalém surge nas Escrituras de uma maneira rápida. Davi a conquista e a
transforma na capital do reino de Israel. Porém não é só a partir desse
momento que Jerusalém se torna notória nas Escrituras, mas muitos anos
antes de Davi conquista-la, ela já aparece nas Escrituras com outros nomes,
com outros títulos, que às vezes não conseguimos identifica-la.
Jerusalém aparece, por exemplo, no livro de Gênesis com o nome de
Salém, que significa paz. Ela aparece nos livros de Josué e Juízes com o
nome de Jebus, a cidade em que habitava os jebuseus.
E, há uma história muito grande por trás de Jerusalém. Por exemplo,
quando Abraão se encontra com um homem chamado Melquisedeque, a
Escritura diz que esse homem era rei de Salém. Esse homem era o rei de
Jerusalém. E, não somente ele era rei e sacerdote em Jerusalém, como
também a Escritura diz que ele era sacerdote do Deus Altíssimo.
Então, Melquisedeque é considerado uma figura mais enigmática das
Escrituras. Sendo ele uma personagem misteriosa, que reina em Jerusalém e
serve o Deus Altíssimo, Jerusalém, também, se torna uma cidade misteriosa.
Atualmente, Jerusalém é considerada a capital das três grandes
religiões mundiais, o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo. Todas essas
três religiões têm a sua história original em Jerusalém. Todas têm o seu
coração voltado para Jerusalém. De modo que Jerusalém se torna o centro
religioso de todo o mundo. Alguns comentaristas diz que Jerusalém está
localizada no centro da Terra.
E, a partir do momento em que Deus, através de Davi, transformou
Jerusalém na capital do reino de Deus, ela tem sido alvo de ataque de vários
inimigos de Deus. Nações poderosíssimas e grandiosas atacaram Jerusalém,
mas não conseguiram dá fim na cidade de Jerusalém.
De modo que muitas nações que atacaram Jerusalém, nações grandes
e poderosas, como a Babilônia, a Assíria e a Pérsia. Reinos poderosíssimos,
que governaram o mundo e atacaram Jerusalém. Hoje essas nações não
existem mais. Não há mais nenhum vestígio delas. Mas Jerusalém
permanece intacta no seu local.
Jerusalém tem sido alvo de grandes tragédias, grandes misérias,
grandes adversidades, grandes calamidades. Seus muros foram derrubados
não sei quantas vezes. Seus palácios, suas casas, seus prédios e seu templo
foram deitados por terra dezenas de vezes. Mas quando você visita
Jerusalém está lá erguida com suas construções.
Existe um mistério tão poderoso nessa cidade, que não é somente uma
cidade chamada de Jerusalém, mas também, é a única cidade que está no
céu e se chama Jerusalém. Você não encontra Brasília, Nova Iorque,
Washington e outras cidades importantes nos céus, mas você encontra
Jerusalém.
Portanto, irmãos, há um mistério muito profundo em Jerusalém. E,
Jesus quer que seus discípulos participem desse mistério, que eles entendam
e compreendam esse mistério, ao ser levados para Jerusalém. Eles estão
sendo convidados para terem uma relação maior com Deus, mais profunda,
mais íntima; à um nível mais elevado com Deus.
Sempre que as pessoas iam à Jerusalém, elas diziam: „Vamos subir a
Jerusalém‟. Essa subida simboliza essa relação e comunhão com Deus. Na
época da Páscoa, milhares e milhares de peregrinos saiam das suas casas,
suas cidades para subir à Jerusalém para adorar e servir a Deus, para ter
comunhão com Deus e receber a Sua presença.
Nós também somos convidados à subir a Jerusalém, isto é, aprofundar
a nossa relação com Deus; a compreender coisas ainda não compreendidas;
a entender coisas ainda não entendidas; a compreender as revelações ainda
ocultas ao nosso entendimento e ao nosso coração.
Os profetas de Deus. Há também os profetas de Deus que falaram
desses mistérios que envolvia Jerusalém. Antes que pudesse acontecer
qualquer coisa sobre a cidade de Jerusalém, os profetas já previam; os
profetas já viam com antecipação; eles já anunciavam. De modo que
Jerusalém estava preparada para as tragédias. Mas eles não viram apenas as
tragédias sobre Jerusalém, como também viam a restauração de Jerusalém.
Os profetas viam Jerusalém se erguendo do pó; saindo daquela
situação desastrosa de um modo vitorioso. Os profetas diziam: „Aqueles que
combatem contra ti, o Senhor os arrasará‟. Enquanto os homens viam
Jerusalém vestida de pano e cinza, os profetas de Deus olhavam para ela e a
via vestida de esmeralda, de ouro, e todo tipo de pedras preciosas. Muitas
dessas pedras preciosas nem sequer é conhecida pelos homens, nem foram
ainda descobertas.
Grandes mistérios poderosos os profetas falaram acerca de
Jerusalém. E, esses mistérios que envolvia Jerusalém estavam prestes a se
cumprirem, quando Jesus convida seus discípulos: „Vamos à Jerusalém‟.
As profecias que muitos desejavam ver se cumprir, que muitos
anelaram. Profetas como Isaías, Daniel, Oséias anelaram ver se cumprir em
Jerusalém as profecias que eles mesmos profetizaram. Os discípulos têm
agora o privilégio dado por Deus para ver essas profecias e mistérios, sendo
cumpridos em Jesus Cristo, o Filho de Deus.
Certa vez Jesus Cristo disse aos seus apóstolos: „Muitos profetas e
justos desejaram ver o que vocês estão vendo, desejaram ouvir o que vocês
estão ouvindo‟.
Irmãos, nós temos que ir com Jesus Cristo à Jerusalém. Temos que
estar dispostos a termos uma relação mais aprofundada com Ele. A
compreender e entender as coisas espirituais envolta do grande mistério que
está para se cumprir em nossas vidas.
Deixa-me dizer um negócio para vocês: Jerusalém não é só esse
lugar misterioso, não é só esse lugar em que as profecias estão se
cumprindo, não apenas na época de Jesus, como também em nossa época,
mas Jerusalém, também, é o lugar em que os profetas de Deus são
perseguidos, escarnecidos e zombados. Mas é exatamente em Jerusalém em
que eles são ressuscitados por Deus, são honrados por Deus, são levados a
um nível mais aprofundado com Deus. É aonde eles verem se cumprindo
neles as profecias e a palavra de Deus.
A palavra de Deus diz: „Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas
e apedrejas aqueles que te são enviados...‟. E, foi isso o que aconteceu com
o Filho de Deus. Ele foi a Jerusalém, e ali ele foi açoitado, zombado e
insultado. Ele sofreu as piores humilhações, mas foi também, exatamente ali
em Jerusalém que ele assumiu nossos pecados, foi ali que ele proclamou a
paz, e que ele trouxe o livramento. Foi ali que ele morreu, mas foi também
ali que ele ressuscitou.
Então é ali que os profetas de Deus são açoitados e perseguidos, mas
também é ali aonde os profetas de Deus têm uma relação mais aprofundada
com Deus.
Andando na cidade de Jerusalém, na época de Jesus Cristo,
encontramos túmulo de profetas que foram mortos na cidade de Jerusalém.
Mas até hoje, eles são lembrados como homens de Deus. Porque foi ali no
meio do vitupério que Deus os honrou.
Podemos citar, por exemplo, a história de Jeremias. Jeremias tem
sido um dos profetas mais perseguidos do Velho Testamento. O homem que
enfrentou grandes decepções na sua vida, de seus amigos, de seus
familiares, de seu próprio irmão, de sua própria mãe. Porque a mensagem
que Deus lhe dava era incompatível com que aquelas pessoas esperavam.
De maneira que as incomodavam.
Mas Jeremias permaneceu firme na Palavra de Deus. E, por causa
disso, ele foi açoitado, perseguido, lançado na prisão, no calabouço. Ele teve
a sua vida na beira da morte. Então, foi em Jerusalém que esse profeta
sofreu as piores humilhações. Mas certa vez, quando ele estava no
calabouço, maltrapilho, sujo, barbudo e com seus pés atolado na lama, ele
ouviu a voz de Deus que lhe dizia: „Jeremias! Clama a mim! E, te
responder-te-ei e te anunciarei coisas grandes e ocultas que tú não sabes‟.
É, irmãos, no meio das dificuldades, das tragédias que Deus quer nos
revelar coisas profundas e misteriosas que não entendemos nem
compreendemos.
Os discípulos não compreendiam porque Jesus devia passar por
aquela situação lastimável. Mas Jesus Cristo lhes queria fazer entender e
compreender.
Muitas vezes estando em Jerusalém, coisas nos acontecem e nós
muitas vezes não entendemos. Não compreendemos porque essas coisas
estão nos acontecendo. Mas o Senhor quer que a gente entenda, porque é
preciso que a gente enfrente a tragédia sem perder a doçura. É necessário
que a gente enfrente a tragédia sem perder a ternura. Sem deixar que a nossa
alma fique maculada, envenenada e amargurada.
Porque a gente não vence uma tragédia simplesmente quando damos
uma volta por cima. Mas, é quando aquela tragédia não afeta o nosso
coração, não amargura a nossa alma, não deixa o nosso coração azedo e não
nos transforma em pessoas razinzas.
A dificuldade e a calamidade vêm sobre todos, mas o modo como a
gente reage a ela; o modo como aquilo afeta o nosso interior, é que vai dizer
se nós fomos vencidos ou fomos vencedores.
Jesus Cristo foi humilhado em Jerusalém, mas ele não deixou que
aquela humilhação abatesse a sua alma; ele não deixou que aquelas coisas
que lhe sucederam quebrasse a sua comunhão com Deus. A Escritura diz
que ele como um cordeiro mudo foi levado ao matadouro. Porque o insulto,
a calúnia, a perversidade, as palavras malignas e perversas, não atingiram a
alma de Jesus Cristo, não atingiram as almas dos profetas de Deus. Porque
eles passaram pelas tragédias, mas não perderam a doçura nem a ternura de
servir a Deus com um coração em paz.
Porque Jerusalém é lugar de paz e uma cidade santa! Eles não
deixaram que a injustiça fizesse com que eles lançassem mão da impiedade.
Mas eles permaneceram santos, justos e honestos diante de Deus.
Então, é essa a lição preciosa, irmãos, que temos que extrair dessa
caminhada de Jesus Cristo à Jerusalém. Que ele vai para padecer, mas esse
padecimento não vai afetar a sua alma. Não vai deixa-lo amargurado e
chateado com Deus.
Os discípulos precisariam compreender isso. Porque eles também
iriam passar pela mesma situação. Porque eles também iriam enfrentar.
Jesus Cristo disse-lhes, certa vez, que eles iriam beber o cálice que ele
bebeu, e „vocês irão ser batizados no batismo do sofrimento, que eu fui
batizado‟.
Então, eles precisam está com a alma preparada e o espírito pronto.
Jesus Cristo disse: „a carne é fraca, mas o espírito está pronto‟.
Nós não podemos perder a paz de espírito, nem a doçura e a ternura
de servir a Deus no meio da dificuldade e da tragédia. Essas coisas não
podem afetar a nossa alma. Porque temos que confiar no Deus que
ressuscita os mortos; no Deus que dá livramento aos seus filhos; no Deus
que protege os seus profetas.
Por que os discípulos não entenderam esses mistérios de Jerusalém?
Por que eles não compreendiam que Jesus Cristo tinha que padecer em
Jerusalém? Por três razões, conforme está em nosso texto inicial: Lucas
18.31-34.
Jesus disse: „Escutem!‟ (v.31). Essa era a primeira razão porque eles
não compreenderam: Porque eles não queriam escutar.
Escutar não é apenas ouvir. Escutar é captar a mensagem de Deus. É
estar atento ao que o Senhor está falando. Porque muitas vezes Ele fala, e
passa despercebido aos nossos sentidos. Ele está trazendo a solução, mas
não estamos entendendo e nem compreendendo. Está trazendo a mensagem,
mas essa mensagem não está sendo entendida por nós.
Se nós escutarmos a palavra de advertência, de exortação e de
conselho, pouparemos as nossas almas de grandes prejuízos. Então, a gente
precisa escutar, irmãos, aquilo que Deus está nos falando. Precisamos atinar
os nossos ouvidos àquilo que Deus está sussurrando à nós.
Certa vez, o profeta Isaías disse: „Senhor, dá-me um ouvido de
erudito para que eu possa compreender a palavra‟. É isso que nós temos
que pedir. Esse era o problema dos discípulos. Eles não escutaram com
atenção àquilo que Jesus Cristo estava falando. De modo que quando veio a
tragédia, a adversidade, eles não estavam preparados, fugiram e
abandonaram o Mestre. Um o negou, outro o traiu e os demais voltaram
para suas casas.
A segunda razão porque às vezes não entendemos os mistérios
envolta de Jerusalém, as coisas que nos acontecem é: porque a palavra de
Deus está escondida.
É o diz o versículo 34: „O que essas palavras queriam dizer estava
escondido deles‟. A palavra de Deus está escondida. De modo que para a
entendermos, temos que cavar. Temos que fazer o trabalho de garimpeiro
que cava para encontrar pedras preciosas. Assim, a palavra de Deus não está
na superfície. Não é algo artificial. Mas está escondida como o ouro, por
baixo da rocha. Por isso que não são todas as pessoas que a compreendem, e
nem todas as pessoas recebem a revelação. Porque não são todas as pessoas
que estão dispostas a buscar a palavra de Deus.
A palavra de Deus é algo precioso que não brota em qualquer
terreno, nem se encontra em qualquer esquina. Temos que saber a onde está
escondida a palavra de Deus; a onde está esse manancial de águas vivas. É
fácil encontrar lama (em todo lugar tem lama), mas é difícil encontrar água
potável, água que produz vida. Essa água muita vezes está escondida.
Não porque Deus seja mesquinho com suas coisas preciosas. Mas é
porque Ele não quer que os homens as desprezem. É porque Ele quer que
apenas aqueles que são dedicados e que desejam as encontrem.
Isso significa que nós precisamos fazer um esforço maior para
entender as coisas de Deus, e extrair lições das coisas que nos sucedem. Às
vezes não entendemos o que nos acontecem hoje, mas no futuro
compreenderemos porque tivermos que enfrentar determinadas situações
difíceis.
Mas quando a gente entender, que possamos está com a alma livre de
qualquer amargura e decepção. Tem muitos crentes decepcionados „com
Deus‟ – „porque eu passei por isso! Não compreendi nada! Por que tive que
passar?!‟.
A Escritura Sagrada diz: „todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que são chamados por Deus‟. Muito embora não entendermos
certas coisas, mas precisamos saber que essas coisas estão cooperando para
o nosso bem, para aprofundar a nossa comunhão com Deus.
A Escritura diz que „Deus não entristece de bom grado os filhos dos
homens‟. Quando enfrentamos uma provação é porque o Senhor quer ter-
nos mais próximo dele. Porque é na escuridão do Getsêmani que ele quer
falar conosco. Porque é na beira da cruz que ele quer revelar-se a nós.
Muitas coisas estão ocultas aos nossos olhos. Muitas vezes
perguntamos: „Senhor! Por que isso!? Por que aquilo!?‟. Porque está
vedado a nós, mas por trás há um mistério precioso e grandioso.
E a terceira e última razão porque os discípulos não entenderam nada
do que deveria se cumprir em Cristo e neles é: porque a mente deles estava
em outro lugar.
Eles pensaram uma coisa totalmente diferente. Eles encheram as
suas mentes de abobrinhas de modo que não compreenderam os mistérios
que estava por trás da cruz de Cristo. Eles se deixaram ser influenciados
pelos fariseus, saduceus e mestres da lei, que diziam que o Messias era um
cavaleiro, guerreiro valente, que viria a Jerusalém, destruiria o poder de
Roma, estabeleceria o seu governo em Jerusalém e dominaria o mundo
inteiro.
Então, eles estavam fascinados e iludidos com isso. De modo que
quando eles viram Jesus, transferiram para ele todas essas esperanças
enganosas. E, quando Jesus disse: „Eu vou morrer‟. Eles não aceitaram, não
queriam que isso fosse verdade. Pedro disse: „Senhor, de modo algum te
acontecerá isso. Tú estais delirando, não sabes o que estais falando‟.
Mas era eles que não compreendiam, porque suas mentes estavam
voltadas para as coisas terrenas. Jesus Cristo disse: „entendeis as coisas dos
homens, mas não compreendem as coisas de Deus‟.
Nós vivemos na época em que os pregadores estão prometendo
coisas e mais coisas aos cristãos. Estão transformando os crentes em
supercrentes, em pop star, em pessoas que estão por cima das circunstâncias
e situações.
Certo rapaz crente me disse: „nem uma gripe me atinge‟. Aquele
rapaz estava totalmente enganado, porque um cristão está sujeito a qualquer
tragédia que qualquer outra pessoa do mundo está sujeita. O justo é
vulnerável assim como o ímpio. Seja fome, desemprego, doença, seja o que
for.
Porém, a grande diferença é porque esses ímpios saem da situação
amargurados e chateados com Deus, dizendo: „Deus não existe. Porque se
ele existisse não permitiria que isso acontecesse comigo‟. Mas o cristão sai
da situação vitorioso com o seu coração limpo e sua consciência tranquila.
Sabendo que Cristo está produzindo para ele „um eterno peso de glória mui
excelente‟. Sabendo que mais tarde ou mais cedo haverá a compensação e a
recompensa.
A minha palavra para você nessa tarde é essa: enfrente a tragédia, a
calamidade e a adversidade, mas não perda a doçura e a ternura da alma.
Não deixe essas coisas tornar a sua alma amarga, azeda e com gosto de
absinto. Mas deixe-a tornar o que disse Davi: „Bendiz, ó minha alma, ao
Senhor! E tudo o que há em mim, bendiga o seu santo nome‟.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó em
14 de Junho de 2009
Sobre a Ressurreição de Cristo
Iremos iniciar essa palestra dando uma definição da palavra
ressurreição. O que é ressureição?
Definição etimológica. O termo ressurreição vem de duas palavras
gregas: anastasis e egeiro. A palavra „anastasis‟ – significa „tornar à vida‟
„levantar-se‟. Vamos ler apenas dois textos bíblicos onde aparece essa
palavra:
At 17.18: „Ora, alguns filósofos epicureus e estóicos disputavam
com ele. Uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece ser
pregador de deuses estranhos; pois anunciava a boa nova de Jesus e a
ressurreição‟.
Essa palavra „ressurreição‟ é anastasis, de onde vem nossa palavra
portuguesa, usada em nome próprio, „Anastácio‟. Então, quando os gregos
ouvindo Paulo pregar sobre Jesus e anastasis, eles pensavam que fossem
dois deuses. Jesus e a mulher dele, chamada de Anastasis. É por isso que
eles disseram: „pregador de deuses estranhos‟. Mas a partir do momento
que eles compreenderam que Paulo não estava se referindo a dois deuses,
mas a doutrina da ressurreição, eles rejeitaram a pregação de Paulo.
No final do discurso de Paulo, está escrito „mas quando ouviram
falar em ressurreição de mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca
disso te ouviremos ainda outra vez‟ (At 17.32). Então, eles ignoravam a
ressurreição dos mortos.
Nós temos que compreender isso, irmãos, para podermos entender
porque Paulo escreveu para os coríntios acerca da ressureição em vários
versículos bíblicos.
Nós já ouvimos em uma das minhas palestras anteriores que a cidade
de Corinto ficava localizada perto da cidade de Atenas. Atenas é a cidade
onde Paulo está pregando essa mensagem. Atenas era o centro cultural de
toda Grécia. Era onde estava localizada a faculdade em que as pessoas se
formavam. Era de uma grande influência em toda aquela região da Grécia.
E, Corinto, que ficava próxima de Atenas, recebia toda aquela influência.
Então, as pessoas que moravam em Corinto iam se formar nas escolas
filosóficas de Atenas.
E a doutrina acerca dos mortos era que o corpo físico não
ressuscitava. O homem tinha a alma imortal e que a salvação se constituía
em libertar essa alma do seu corpo físico. Então, as almas, acreditavam os
gregos, eram pré-existentes. Elas viviam em um estado celestial que alguma
coisa aconteceu que elas vieram ficar aprisionadas em um corpo humano.
Por isso que a salvação era se libertar desse corpo humano e voltar a esse
estado anterior que elas tinham antes de cair em que eles chamam de „prisão
da alma‟. Os gregos não acreditavam que o corpo iria ressuscitar. Porque o
corpo é matéria. E tudo quanto é material, os filósofos consideravam como
algo mal, pervertido, algo que impedia os homens de alcançar o
conhecimento pleno e desenvolver virtudes superiores.
Então, a salvação se constituía nisso. E, como eles se libertavam?
Através do que eles chamavam de „gnose‟, „o conhecimento‟. Através do
conhecimento eles iriam se libertar do corpo e da matéria. No momento da
morte, se o espírito estava desenvolvido, ele voltava ao seu estado original.
Essas doutrinas e ensinamentos filosóficos penetraram na igreja de
Corinto. De modo que os irmãos tinham ignorância acerca da ressurreição
do corpo. Acreditavam apenas na imortalidade da alma e na sua libertação
desse estado físico ou prisão física.
Em Mateus 12.41,42 aparecem os dois termos gregos: anastasis e
egeiro. „Egeiro‟ significa „acordar, despertar‟. Paulo usou essa palavra em
Efésios 5.14: „Desperta, tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e
Cristo te iluminará‟.
Leiamos Mateus 12.41,42: „Os ninivitas se levantarão no juízo com
esta geração, e a condenarão; porque se arrependeram com a pregação de
Jonas. E eis aqui quem é maior do que Jonas. A rainha do sul se levantará
no juízo com esta geração, e a condenará; porque veio dos confins da terra
para ouvir a sabedoria de Salomão. E eis aqui quem é maior do que
Salomão‟.
Jesus Cristo usou a palavra „anastasis‟ no versículo 41 e „egeiro‟ no
versículo 42. Todavia nossas Bíblias portuguesas traduzem os dois termos
pelo mesmo verbo „levantará‟. Nossas Bíblias traduzem de uma maneira
figurada. „Levantar‟ aí tem o sentido de se „opor‟. É como você diz: „o
irmão se levantou contra mim; se opôs contra mim‟.
Mas também, se fomos seguir a tradução literal dos termos gregos,
significa que no dia do juízo os ninivitas e a rainha de Sabá ressuscitarão e
testemunharão contra a geração de Jesus.
Vejamos agora a definição teológica...
Ressurreição é o ato de fazer voltar à vida o que estava sepultado‟
ou „‟retorno à vida de modo sobrenatural‟. Esse é o sentido literal de
ressurreição „tornar à vida‟, „erguer-se da sepultura‟, „acordar o corpo que
está dormindo no pó‟.
Na nossa definição teológica, citaremos três tipos de ressurreição: a
ressurreição temporária e natural, a ressurreição imortal e sobrenatural e a
ressurreição espiritual.
Na ressurreição temporária e natural, encontramos oito relatos desse
tipo de ressurreição nas Escrituras: o filho da viúva de Sarepta (1 Rs 17.17-
23); o filho da sunamita (2 Rs 4.18-36); o homem que foi lançado no
sepulcro do profeta Eliseu (2 Rs 13.20,21); a filha de Jairo (Mc 5.35-42); o
filho da viúva de Naim (Lc 7.11-15); a ressurreição de Lázaro (Jo 11.25-
44); de Dorcas (At 9.36-42) e de Êutico (At 20.9-12). Todas essas
ressurreições foram temporais e naturais. Natural porque eles voltaram à
vida física e temporal porque todos morreram novamente.
Já me perguntaram se eu conheço alguém que foi ressuscitado.
Conheço o Dc. Vulpiano, pois clinicamente ele estava morto, e também a
irmã Dalva, pois clinicamente esteve também morta. Inclusive os médicos
queriam até desligar os aparelhos porque não tinha mais jeito, mas ela
tornou à vida.
Porém a ressurreição imortal e sobrenatural, a que nós estamos
estudando, aconteceu quando Cristo ressuscitou. Jesus Cristo foi o único
homem que experimentou a ressurreição imortal e sobrenatural. Ele é o
único ser humano que passou por esse processo de ser transferido de natural
para sobrenatural, de mortal para imortal. A Escritura o chama de o
primogênito dentre os mortos, quer dizer, o primeiro que ressuscitou para a
imortalidade.
Antes dele, ressuscitaram oito pessoas, mas nenhum deles se tornou
o primogênito, porque não passaram do natural para o sobrenatural. Então
como ressurreição imortal e sobrenatural, temos como exemplo a
ressurreição de Cristo e a ressurreição futura da humanidade (1ª Co
15.4,21,22).
Outro tipo de ressurreição é a ressurreição espiritual. Aquela que está
em Efésios 2.1: „e vos deu vida estando vós mortos em vossos delitos e
pecados‟. Portanto, a ressurreição espiritual acontece quando o pecador se
converte a Cristo (Cl 3.1).
Temos também três classes de ressurreição. A primeira classe é a
ressurreição de Cristo, que tornou-se as primícias dos que dormem, quer
dizer, ele foi o primeiro fruto colhido para Deus. As primícias simbolizava
também a garantia de que o restante da colheita iria ressuscitar (1 Co 15.20).
A segunda classe de ressuscitados, que são os justos (Lc 14.14). Os
justos ressuscitarão antes dos ímpios, e os ímpios se constituem a nossa
terceira classe de ressurreição (At 24.15). Os ímpios ressuscitarão no final
do Milênio.
Vamos o nosso segundo tópico...
A ressurreição de Cristo. Sobre a ressureição de Cristo, nós temos as
profecias acerca da ressurreição...
As profecias acerca da ressurreição. Quer dizer antes de Jesus Cristo
falar sobre a ressurreição para os seus apóstolos, nas páginas das Escrituras
hebraicas já encontramos a doutrina da ressurreição. Então, não era um
ensinamento novo que surgiu com o cristianismo, mas é um ensinamento
que têm as suas raízes já no judaísmo.
Parece-me que a nação de Israel era a única nação que acreditava na
ressurreição do corpo. A maioria daquelas nações, o Egito, a Babilônia, a
Grécia, a Média, a Pérsia, a Grécia e a Índia, acreditavam na imortalidade da
alma e que essa alma iria se reencarnar passando pelo processo de
transmissão e nasceria novamente. Os antigos egípcios tinham que
conservar os corpos dos faraós para que o espírito deles pudesse vir
novamente para seus corpos.
Então, o que prevalecia era essa doutrina da reencarnação do
espírito. Mas a doutrina da ressurreição, a crença de que o morto tornará à
vida, era apenas crido pelos hebreus. Muito embora, no período interbíblico
eles sofreram uma certa influência da Grécia acerca da imortalidade da
alma, de modo que essa influência também nos atinge hoje.
Nós encontramos no Velho Testamento algumas profecias acerca da
ressurreição. Temos em Moisés, citada pelo Senhor Jesus Cristo, quando
Deus disse a Moisés: „Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó (Êx
3.15)‟. Aparentemente a gente lendo esse texto não ver nada referente a
ressurreição, mas Jesus Cristo cita esse texto em Lucas 20.37,38, a fim de
provar aos saduceus que a ressurreição era uma doutrina bíblica e já
encontrava o seu apoio nas Escrituras dos profetas.
Por que Cristo citou apenas o texto do Pentateuco em vez de citar
outras profecias, que são mais claras, para refutar os saduceus? Porque os
saduceus acreditavam apenas no Pentateuco, os primeiros cinco livros da
Bíblia, no resto eles não acreditavam. Por isso Jesus cita esse texto. Por qual
princípio? Deus falou isso a Moisés. Nessa época Abraão, Isaque e Jacó já
haviam morrido, mas ele não diz: „Eu era o Deus‟, mas ele diz: „Eu sou o
Deus‟. Deus pode dizer isso, porque para ele os mortos é como estivessem
vivos. Porque ele pode trazer os mortos de volta à vida.
Temos outra profecia acerca da ressurreição no livro de Jó 19.25-27,
no Salmo 16.10, citado pelo rei Davi, que era um dos versículos que os
apóstolos utilizavam para provar a ressurreição de Jesus, quando eles
disseram: „Não deixará a minha alma no seol, nem permitirás que o teu
santo veja a corrupção‟ (At 2.27; 13.35). Eles compreendiam que Davi
morreu e permaneceu na sepultura, ele viu a corrupção e seu corpo se
decompôs em lama e pó. Porém, quando Jesus Cristo ressuscitou, eles
compreenderam que a profecia referia ao Cristo, que a alma dele não foi
deixada na sepultura (At 2.29-32; 13.34-37).
Temos também no Salmo uma citação dos filhos de Coré: „Deus
remirá a minha alma do poder da sepultura‟ (Sl 49.15). Encontramos
também no profeta Isaías 26.19, em Oséias 13.14: „Eu os remirei da
violência do seol e o resgatarei do poder da morte. Onde está, ó morte, as
tuas pragas? Onde está, ó seol, a tua perdição?‟. Esse texto foi citado
inclusive por Paulo em 1ª Coríntios 15.35.
Temos também uma profecia no profeta Ezequiel 37.12,13. Muito
embora essa profecia seja utilizada pelos teólogos de uma maneira
simbólica, representado a restauração nacional de Israel no futuro, que eles
afirmam que aconteceu em 1948 e a restauração espiritual que ocorrerá na
volta de Jesus, quer dizer, uma restauração de Israel como nação e povo de
Deus. O texto também se refere a ressurreição física. Porque se Israel há de
ser restaurada como povo de Deus, então isso significa que os judeus que
morreram têm que voltar à vida.
Temos também outra profecia no livro de Daniel 12.2: „E muitos dos
que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros
para vergonha e desprezo eterno‟.
Então, irmãos, nós vimos permeado em todo Antigo Testamento
acerca da doutrina da ressurreição. Você a encontra nos livros da Lei, que é
o Pentateuco, nos livros poéticos, que são Jó e Salmos e nos livros
proféticos que são os profetas. E há também nos livros históricos, uma
referência em 1º Samuel 2.6, acerca do cântico de Ana, quando ela disse: „O
Senhor faz descer à sepultura e faz subir‟. Isso também é uma referência a
ressurreição. Portanto, nas quatro divisões do Antigo Testamento nós
encontramos o ensinamento da ressurreição. Então é uma doutrina bíblia
cujas raízes estão no Judaísmo.
Vamos ver agora o fato sobre a ressurreição de Cristo.
A ressurreição de Cristo é um fato histórico. Ela encontra os seus
anais na história. A história que narra a ressurreição de Cristo é comprovada
pelo testemunho dos quatro Evangelhos. Os quatro Evangelhos são história.
Mas não são apenas os evangelistas que comprovam a historicidade de
Jesus, mas até mesmo algumas pessoas que viveram no primeiro e segundo
séculos, escritores seculares, falaram acerca de Cristo. Em seus escritos, eles
fazem citações acerca de Jesus.
Nós encontramos algumas provas da ressurreição de Cristo citadas
pelos evangelistas. A primeira prova é que o túmulo em que Cristo foi
sepultado ficou vazio (Lc 24.1-3).
No terceiro dia, no domingo, quando as mulheres foram visitar o
corpo com o objetivo de apenas conservá-lo, encontraram o túmulo vazio.
Alguém lhes disse: „Veja o local onde foi colocado‟. Elas olharam e não
viram nada. O túmulo estava vazio! Isso logo de manhã bem cedo de
domingo.
Quando falamos do túmulo vazio, nos vêm à mente três
possibilidades desse túmulo estar vazio. Qual é a primeira possibilidade: Os
discípulos terem furtado o corpo de Jesus (Mt 28.11-15).
Os líderes judaicos já contavam com essa possibilidade e suspeita de
que os discípulos poderiam roubar o corpo de Jesus para depois dizerem que
ele ressuscitou. Eles tinham dito: „esse impostor havia dito que
ressuscitaria‟.
Mateus que escreveu o seu Evangelho talvez no ano 60 ou 62 A.D.,
disse: „e essa é a crença dos judeus até hoje de que os seus discípulos
roubaram o seu corpo‟.
Irmãos, era impossível os discípulos roubarem o corpo de Jesus!
Porque os próprios líderes dos judeus já haviam tomado essa precaução,
colocando guardas para vigiar o túmulo. Não era costume colocar guardas
para proteger defunto. Porque aqueles guardas estavam ali? Para impedir os
discípulos de roubarem o corpo de Cristo.
Além dos guardas, temos também a pedra na boca do túmulo. Era
uma grande pedra que foi rolada para ser colocada no túmulo, pois os
homens não tinham condições de carrega-la. Uma vez que ela caiu na boca
do túmulo se encaixada. Então, para removeram aquela pedra dali, seria
com muita dificuldade.
Além disso, também, a pedra estava lacrada com o selo de Roma.
Mateus deixou isso bem claro. Aquele selo representava uma autoridade
suprema. De modo que ninguém podia rompê-lo, a não ser com autorização
de Roma.
Os discípulos não estavam em condições psicológicas de enfrentar os
guardas romanos, de remover aquela pedra e adulterar o selo de Roma.
Porque eles estavam amedrontados e apavorados. E, vocês sabem que os
discípulos não esperavam Jesus ressuscitar. Por isso que a possibilidade dos
discípulos terem roubado o corpo de Jesus é zero.
A segunda possibilidade é que os judeus roubaram o corpo de Jesus.
Mas será que os judeus fariam isso? Se eles tivessem feito isso, teriam
contribuído com os discípulos na sua invenção. Teriam cooperado na
superstição dos discípulos de que Jesus iria ressuscitar.
Outra coisa também, quando os discípulos começaram a pregar sobre
a ressurreição de Jesus na cidade de Jerusalém, onde tudo aconteceu, esses
judeus, inimigos, teriam apresentado o corpo morto de Jesus. Porque se eles
roubaram, tinham o corpo guardado.
Além do mais, os judeus não iriam enfrentar os guardas romanos que
estavam ali para proteger o corpo de ser furtado. Portanto, essa possibilidade
também é zero.
Restam-nos a terceira possibilidade do túmulo vazio. Qual é essa
possibilidade? Que Jesus ressuscitou! Só há essa possibilidade! Túmulo
encontrou-se vazio! Então Jesus ressuscitou.
E essa ressurreição não foi apenas testemunhada pelos discípulos,
mas também pelos guardas. Diz o texto de Mateus que os guardas
apavorados e pasmados foram até os principais líderes de Israel para
contarem toda a história. „Veio um anjo, removeu a pedra, tal, tal... e o
túmulo ficou vazio...‟. Contaram tudo isso.
E o que foi que os líderes religiosos fizeram com esses guardas?
Silenciaram a boca deles através do suborno. Ofereceram-lhes paupina para
ficarem calados. E, eles se corromperam, e receberam uma grande soma de
dinheiro. Mas se eles não tivessem se corrompidos por causa do dinheiro,
eles também iriam testemunhar acerca da ressurreição de Jesus Cristo.
Portanto uma das coisas que prova a ressurreição de Jesus era o
túmulo vazio.
Há outra prova também: as mortalhas de Cristo ficaram intactas -
Lucas 24.12. Quer dizer, Jesus Cristo não se levantou com mortalhas e tudo
como aconteceu com Lázaro. Lázaro quando ressuscitou, levantou-se com
as mortalhas. Estava todo enrolado com lençóis. Por isso que alguém foi lá e
o desenrolou. Cristo não! O seu corpo teve a capacidade de sair dos lençóis
deixando-os intactos encima da pedra.
Isso era uma coisa impossível de acontecer. Porque o lençol era
envolvido no corpo de tal modo. Era colocadas mirra e várias outras
especiarias no corpo que grudava, como uma atadura que você coloca no
ferimento com alguma pomada e gruda. Então, as mortalhas estavam
grudadas no corpo de Cristo. Ele tinha que se desenrolar para poder sair
livremente. Mas não, ele saiu deixando as mortalhas intactas.
Vejam bem! O lençol era feito de linho conforme o texto de João, e
era muito grande de modo que envolvia a pessoa por completo, de modo
que o lençol dava a volta em todo o cadáver. Começava nos pés, vinha por
cima atingindo a cabeça e descendo por trás até chegar aos pés novamente.
A pessoa ficava todo enrolado.
Uma jovem da mocidade me disse: „Irmão, eu peguei esse livro
emprestado para ler, porém, eu gostaria que o senhor o examinasse para
ver se tem alguma heresia para que eu possa lê-lo ou não‟. Então eu peguei
o livro: „A verdade sobre o Sudário‟. O sudário era o nome da mortalha que
envolveu o corpo de Cristo.
Comecei examinando os autores do livro. Porque se fossem padres,
eu já sabia que eles iriam puxar sardinha pra lata deles. Se fossem teólogos
católicos também iriam buscar argumentos para corroborar a crença no
sudário. Se fossem escritos por protestantes, iriam rebater essa superstição.
Mas quem foram os escritores? Dois cientistas que não tinham nada
a ver com a religião católica. Eles faziam faculdades em tal país, se
interessaram pelo assunto do sudário e resolveram pesquisa-lo.
Conseguiram reunir uma junta de médicos, cientistas e arqueólogos para
examinar o sudário. Tiveram acesso ao sudário que está no Vaticano.
Irmãos! Eu vou dizer um negócio pra vocês: o sudário não é
falsificado. Ninguém chegou lá e desenhou o corpo de Cristo. Eles tiraram a
foto do sudário, literalmente a gente ver o desenho de um homem no pano.
O pano que envolvia por cima saiu o retrato da frente da pessoa, o pano de
baixo saiu o desenho das costas.
Os cientistas examinaram o pano com recursos científicos que
tinham a sua disposição. Descobrindo que nele não havia nenhum tipo de
tinta; as marcas de sangue que aparecem no sudário, eles testificaram que
realmente era sangue.
De modo que a pesquisa aprofundada que fizeram no sudário,
relatado no livro (infelizmente não deu para lê-lo por completo, pois a
pessoa teve que devolvê-lo para a biblioteca), por sinal um livro muito rico,
que prova, e não podemos contestar com os cientistas, que a imagem no
sudário era de uma pessoa que foi enrolada no pano.
Agora se a imagem era de Jesus ou não! Não dá para saber. Como a
imagem ficou impressa no pano? Diz os cientistas que foi como se alguém
tivesse tirado um raio-X. Houve uma luz muito forte que penetrou no
sepulcro e deixou uma imagem perfeita de um homem imprimida no pano.
Como a luz solar pôde penetrar em um túmulo fechado? Para os escritores
do livro essa luz foi causada pelo poder de Deus que penetrou no túmulo e
ressuscitou Jesus.
Os cientistas identificaram que na cabeça do homem que aparece no
pano havia marcas como tivesse recebido alguma coroa pontiaguda na
cabeça. Sua costa estava toda esfacelada de chicotadas. No lado dele, uma
marca como tivesse penetrado alguma lança.
Portanto, o sudário pode constituir-se como uma testemunha muito
forte da ressurreição de Cristo.
Outra prova que dá testemunho da ressurreição de Jesus é a pregação
dos apóstolos e o silêncio dos judeus. O silêncio dos judeus é tanto uma
prova da ressureição de Jesus Cristo como a própria pregação dos apóstolos.
Porque os apóstolos começaram a pregar sobre a ressurreição de Jesus após
dez dias da ressurreição. Eles pregaram pra quem? Será que viajaram para
outro país e começaram a dizer: „Olha, lá em Jerusalém aconteceu...‟. Não!
Eles pregaram na própria cidade de Jerusalém.
Os apóstolos diziam: „O Cristo, que vocês crucificaram e mataram,
Deus o ressuscitou‟. E ninguém contestava contra eles. Ninguém
apresentava provas contra as suas pregações. O silêncio dos judeus prova
que Jesus ressuscitou!
Os inimigos não tinham como provar que Jesus não ressuscitou. Eles
não podiam apresentar o corpo de Cristo. Eles não podiam dizer: „O cadáver
dele está lá na sepultura, podem lá e remover‟. Depois de dez dias, o corpo
ainda era para está lá. Porém, os judeus não tinham condições de contestar e
negar a pregação dos apóstolos.
A pregação dos apóstolos é um grande testemunho da ressurreição
de Jesus e o silêncio dos judeus. Não há nenhum livro escrito por algum
judeu que vivia na época dos apóstolos negando a ressurreição. Não há
nenhum registro.
Veremos agora...
Os registros das testemunhas da ressurreição de Cristo. Encontramos
esses registros no Novo Testamento. Estão nos Evangelhos (Lucas 1.1-4),
no Livro Ato dos Apóstolos (At 1.1-3) e nas Epístolas Cristãs (Paulo, At
25.19; 1 Co 15.8).
Nos Evangelhos temos o testemunho muito forte de Lucas. Lucas
não fazia parte dos apóstolos nem dos discípulos que viviam na época do
ministério terreno de Jesus. Lucas não conheceu Jesus, não teve contato
físico com Jesus Cristo. Então, para ele poder escrever o seu Evangelho
precisou fazer uma pesquisa meticulosa, minuciosa. Ele registrou sobre a
ressurreição de Cristo.
Quinhentas pessoas viram Jesus após sua ressurreição. Paulo, que
escreveu as epístolas, foi também, uma testemunha ocular da ressurreição de
Jesus, porque ele disse que viu Jesus. „E, por último apareceu a mim‟, disse
o apóstolo.
Leiamos um texto que eu acho muito engraçado em Atos 25.19:
„tinham, porém, contra ele algumas questões acerca da sua superstição e de
um tal Jesus defunto, que Paulo afirmava estar vivo‟.
Quem era esse homem? Que passou a ser chamado de Paulo. Era
considerado um dos piores e terríveis perseguidores da Igreja. Ele queria
acabar com a Igreja, dar fim a essa crença. Considerava os seguidores de
Jesus como hereges. Uma seita perniciosa. Ele se tornou um caçador de
cristãos. Ele caçava crentes em Jerusalém. Quando não encontrou mais
crentes em Jerusalém, disse: „Eu vou caça-los lá em Damasco!‟. Esse
homem se encontrou com Jesus! Esse homem viu Jesus! Esse homem dá
agora testemunho de que esse Cristo está vivo. Paulo é uma testemunha
valorosa da ressurreição de Cristo.
Vamos falar rapidamente da ressurreição dos crentes e dos
descrentes (At 24.14).
A ressurreição do crente é uma remissão do poder da sepultura. No
Salmo 49.15 está dito: „Deus remirá a minha alma do poder da sepultura‟.
Essa palavra „sepultura‟ no hebraico é „sheol‟, no grego é „hades‟. Cristo
usa essa palavra em Mateus 16.18, um texto muito conhecido por nós, mas
interpretado erroneamente. Jesus disse: „Sobre essa pedra edificarei a
minha Igreja e as portas do Hades não prevalecerão contra ela‟. Em nossas
Bíblias portuguesas está escrito: „as portas do inferno‟.
Então, a gente tem a impressão que o inferno nesse texto é o diabo e
os demônios que habitam no inferno. E, que esses demônios se reúnem para
arquitetar planos para atacar a Igreja. Uma batalha é trava entre demônios e
a Igreja. E que nessa batalha a Igreja vai prevalecer.
Podemos encontrar a doutrina sobre a batalha espiritual em outros
textos da Palavra de Deus. Mas em Mateus 16.18, a gente não pode
fundamentar essa doutrina. Por que? Porque „Hades‟ não é lugar de
demônios. O diabo não habita no Hades. Quem habita no Hades? Os mortos.
„Não deixará minha alma no Hades‟ (At 2.27).
Quando o crente morre, o seu corpo vai para sepultura. Então, vai
para o Hades. Essa palavra Hades recebeu outra conotação no período
interbíblico. Mas segundo o Antigo Testamento Sheol é sepultura. Quando
morremos, o nosso corpo fica na sepultura, fica no Sheol. As portas do
Sheol estão prevalecendo sobre nós, porque estamos ali mortos.
Mas o que Jesus Cristo diz? „Não prevalecerão‟. De que ele está
falando? Da ressurreição. „Eu vou edificar minha Igreja, muitos vão morrer,
mas não vão continuar mortos‟. „Portas‟ significa „autoridades‟. Em
Apocalipse 1.18, Jesus disse: „Eu tenho as chaves do Hades‟. „Eu tenho as
chaves que abrem as portas do Hades‟. „Eu tenho as chaves que abrem as
portas da sepultura‟.
A ressurreição dos santos, a nossa Igreja, divide em três estágios: Os
santos que ressuscitaram com Cristo em sua ressurreição, depois os santos
que ressuscitarão na vinda de Cristo e os santos que ressuscitarão depois da
grande tribulação. Esse grupo que ressuscitou na ressurreição de Cristo, que
aparece em Mateus 27.52,53, a nossa Igreja entende que são os santos do
Antigo Testamento que ressuscitaram e estão no céu com Jesus.
Mas há outra interpretação que ensina que é apenas uma ressurreição
física de pessoas piedosas que tinham morrido naquela época.
Ressuscitaram e testemunharam da ressurreição de Jesus, depois viveram e
morreram novamente.
Eu particularmente, não acredito nesses três estágios da ressurreição
dos santos, mas apenas na primeira ressurreição que será antes do Milênio
(Ap 20.5,6)...
(Infelizmente o tempo não permitiu concluir essa palestra, porém
deixarei registrado o restante do manuscrito usado nessa palestra. O
restante da mensagem que se segue, é o esboço utilizado pelo irmão
Edinaldo durante essa palestra)
A ressurreição dos crentes é chamada de uma „ressurreição dentre os
mortos‟ (Fl 3.11-14), e a „primeira ressurreição‟ (Ap 20.6),
„ressurreição da vida‟ (Jo 5.29) e „ressurreição dos justos‟ (Lc
14.14).
Ocorrerá por ocasião da vinda de Jesus antes do Milênio (1 Co
15.23; 1 Ts 4.16,17);
Será em um milésimo de segundo (1 Co 15.52). O termo grego
traduzido por „num momento‟ é „átomo‟ que se refere algo
„indivisível‟.
A ressurreição dos descrentes
A ressurreição dos descrentes é uma chamada para prestação de
contas (Ap 20.13);
É chamada de „ressurreição dos mortos‟ (Hb 6.2), e a „segunda
ressurreição‟ (Ap 20.5), „ressurreição da condenação‟ (Jo 5.29) e
„ressurreição dos injustos‟ (At 24.14).
Ocorrerá depois do milênio (Ap 20.5);
Todos os ímpios ressuscitarão desde a época de Adão (Jo 5.28).
Como será o corpo da ressurreição? Um corpo físico, mas não
terreno (1 Co 15.46-49); um corpo espiritual, mas não incorpóreo (1 Co
15.44); um corpo glorioso, mas não endeusado (1 Co 15.42-43); um corpo
transformado, mas não trocado (1 Co 15.50,51); um corpo humano, mas não
mortal (1 Co 15.45,53); um corpo igual ao de Cristo após sua ressurreição
(Fl 3.20,21; 1 Jo 3.2; Lc 24.39; Jo 20.19,20,24-28).
Mensagem Ministrada no Círculo de Oração na Congregação da
Assembleia de Deus-Codó em 23 de Junho de 2009
Sobre Os Instrumentos Divinos de Provação
Evangelho de Mateus 25.34-40
„Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: Venham, benditos de meu
Pai! Recebam o Reino que o meu Pai preparou para vocês desde a criação
do mundo. Pois eu estava com fome, e vocês me deram comida; estava com
sede, e me deram água. Era estrangeiro, e me receberam na sua casa.
Estava sem roupa, e me vestiram; estava doente, e cuidaram de mim. Estava
na cadeia, e foram me visitar. Então os justos perguntarão: Senhor, quando
foi que o vimos com fome e lhe demos comida ou com sede e lhe demos
água? Quando foi que vimos o senhor como estrangeiro e o recebemos na
nossa casa ou sem roupa e o vestimos? Quando foi que vimos o senhor
doente ou na cadeia e fomos visitá-lo? Aí o Rei responderá: Eu afirmo a
vocês que isto é verdade: quando vocês fizeram isso ao mais humilde dos
meus irmãos, foi a mim que fizeram‟.
A última vez que eu preguei aqui no círculo de oração falei sobre
„enfrentando a tragédia, sem perder a doçura‟. Hoje quero falar sobre „os
instrumentos divinos de provação‟. São instrumentos que Deus utiliza para
nos provar. Porque as tragédias que acontecem com uma pessoa não servem
apenas para provar aquela pessoa, mas também para nos provar, que apenas
estamos assistindo o que aquela pessoa está passando.
Deus usa a provação que uma pessoa está passando para nos provar!
É a maneira como nós iremos lidar com aquela pessoa provada que nos fará
diante de Deus pessoas aprovadas ou reprovadas. A provação de uma pessoa
não é apenas para dá-lhe experiência, mas também, para nos dá a
oportunidade de poder mostra-lhe o nosso amor cristão e a nossa atitude que
agrada a Deus.
E isso é visto nas páginas das Escrituras. Deus irá retribuir-nos
segundo a nossa atitude para com os inválidos, os que sofrem, os que estão
passando por uma angústia, aflição, por momentos difíceis. É como se
aquilo ali fosse um teste não simplesmente para aquela pessoa, mas nós
também estamos sendo testados.
A angústia de Israel foi uma provação para seu irmão Edom. Quando
a nação de Israel foi castigada por Deus em 586 A.C., os babilônicos
invadiram a cidade de Jerusalém e causaram um massacre ao povo de Israel.
Foi tão terrível a angústia que eles passaram que a Bíblia chama de „dia de
angústia de Jacó‟. Realmente foi um dia de angústia e de tristeza para
Israel. Porém, o modo como as nações gentílicas ao redor de Israel reagiram
ao massacre daquela nação, fez com que Deus chamasse a atenção delas.
O profeta Obadias em seu livro exorta duramente a nação de Edom.
Porque o profeta disse que enquanto os judeus estavam sendo massacrados e
sofrendo uma dor terrível, os edomitas estavam rindo e satisfeitos por
estarem vendo a desgraça de seu irmão.
O profeta disse: „...em vez de estender as mãos para seu irmão, você
se alegrou pela adversidade e calamidade que se abateu sobre ele‟. Isso
significa, irmãos, que nós não devemos nos alegrar com a calamidade que
caí e se abate encima das pessoas, mas devemos demonstrar um coração
gentil. Devemos demonstrar a nossa ajuda, o nosso auxílio, a nossa
solidariedade para com aquela pessoa que está sofrendo uma tragédia, uma
calamidade, uma aflição e uma desventura.
Mas existem pessoas, sem nenhum sentimento, que diz: „aquela
pessoa está passando por aquilo porque não tem fé‟; „porque está em
pecado‟; „porque Deus está lhe castigando‟. Contudo, é o modo como
agirmos que vai determinar a maneira de Deus agir conosco. O modo como
lidamos com a pessoa que está aflita, se a ajudamos ou a desprezamos, é que
seremos julgados por Deus.
Encontramos na estrada da vida pessoas desfavorecidas, doentes,
pobres e aflitas. São instrumentos para nos provar! São os pobres que
provam os ricos; os doentes são uma prova para aqueles que são saudáveis;
os desfavorecidos são uma prova para os favorecidos. São os aflitos,
angustiados e tristes uma prova para aqueles que estão alegres e felizes.
A enfermidade de Paulo foi uma provação para os gálatas. Em
Gálatas capítulo 4, Paulo disse aos irmãos: „Quando eu preguei o evangelho
a vocês, preguei-o em fraqueza, eu estava fisicamente debilitado e doente,
aquela doença foi para vocês uma provação, contudo, não me demonstraste
desprezo nem desgosto, mas refrigeraram o meu coração. Vocês seriam até
capazes de doarem seus órgãos para me darem‟ (Gl 4.13-15).
A enfermidade que Paulo estava sofrendo foi considerada uma
provação para os irmãos gálatas. E os gálatas não desprezaram e nem
rejeitaram o apóstolo, antes, o acolheram e o serviram com muita alegria
„como se fosse o próprio Cristo‟.
As calamidades de Jó foi uma provação para seus amigos. Quando
Jó passou por aquelas calamidades, aquelas aflições, aquelas tragédias
terríveis, não foram apenas para provar a Jó, mas também para provar os
seus amigos. Como aqueles homens iriam lidar com aquela tribulação de
Jó?!
Porque muitas vezes não estamos prontos para lidar com a dor do
nosso próximo. Aqueles homens outrora tinham visto Jó na sua abundância
em sua riqueza, agora estavam vendo-lhe em uma situação triste e
lastimável. Ele estava pobre, doente, tinha perdido seus filhos e suas
riquezas. E qual foi a atitude daqueles homens? Aqueles quatro amigos
lançaram em rosto os pecados de Jó. Disseram que ele estava passando por
aquilo porque queria ser justo demais, mas que na verdade ele estava
escondendo o seu pecado diante de Deus. E, Deus agora estava descascando
e trazendo à tona os seus pecados.
No livro de Jó capítulo 42, o Senhor se revela a Jó e a seus amigos.
Deus repreende duramente os amigos de Jó! Porque eles não demonstraram
um coração quebrantado diante da miséria do patriarca Jó. Porque eles não
falaram a Jó palavras de Deus que viesse trazer ânimo, de revigorar, de
trazer forças, pelo contrário, trouxeram uma palavra perniciosa, azeda que
veio amargar mais ainda o coração de Jó, aumentar a sua tribulação e
angústia.
Porque tem pessoas que não têm palavras carinhosas pra dizer,
palavras consoladoras, palavras animadoras, apenas palavras pessimistas,
palavras de críticas destrutivas, de repreensão severa, que não traz nenhum
refrigério à alma que está abatida.
Aqueles homens foram julgados pelas suas atitudes para com Jó. Nós
também seremos julgados por nossas atitudes para com os que estão
sofrendo, estão aflitos.
A lastimável situação de Mefibosete foi uma provação para o rei
Davi. A Bíblia fala do caso de um rapaz chamado Mefibosete. Mefibosete
era filho de Jonatas, e Jonatas era filho do rei Saul. Então, o futuro de
Mefibosete era ser o rei de Israel. Até que a tragédia e a desgraça caiu sobre
a casa de Saul. Não apenas Saul morreu na batalha, mas também os seus três
filhos morreram.
E, uma criada de Saul para salvar a vida de Mefibosete, neto de Saul,
colocou-o no braço apressadamente para fugir com ele, por causa da guerra
que estava sendo abatida sobre a casa de Saul. Aquela mulher apressada
deixou a criança de cinco anos cair, suas duas pernas foram quebradas e
ficaram aleijadas.
Mefibosete que tinha apenas cinco anos teve que lidar com essa
deficiência em suas duas pernas pelo resto da sua vida. Sem poder andar e
fazer aquilo que ele desejava fazer como qualquer pessoa normal.
Até que Davi assumiu o trono de Israel, e depois de muitos anos
governando, em uma certa ocasião perguntou: „Será que existe algum
descendente de Saul para que eu possa fazê-lo algum beneficio‟. Alguém
disse: „Há o filho de Jonatas, neto de Saul, chamado Mefibosete‟.
Então, Davi ordenou que o trouxesse. Quando Mefibosete chegou na
presença de Davi, ele pensou que Davi iria vingar todas as injustiças e
perversidades que Saul tinha causado a Davi. Mefibosete se prostrou diante
de Davi e pediu misericórdia e clemência. Mas Davi lhe disse: „Se levante!
Porque você é filho de um grande amigo meu. Eu não posso deixa-lo viver
nessa situação triste e lamentável. A partir de agora você vai morar comigo
no meu palácio, vai sentar comigo na minha mesa e vai comer do meu pão‟.
Davi demonstrou um coração bondoso e generoso para com aquele
jovem aleijado, deficiente e sem nenhuma perspectiva de vida. Quantas
pessoas são desprezadas e rejeitadas neste mundo! Quantas pessoas porque
não tem nada, ninguém não dá nada por elas. Ninguém conversa com elas,
ninguém compartilha nada com elas.
Quantas pessoas estão esperando a morte nas calçadas, jogadas,
sujas, moribundas e ninguém dá uma palavra, ninguém estende a mão,
ninguém diz nada.
O homem moribundo foi uma provação para o sacerdote, o levita e o
samaritano. A Escritura fala de um homem que descia de Jerusalém para
Jericó. Caiu nas mãos de assaltantes que lhe roubaram, lhe massacraram, lhe
feriram e lhe deixaram quase morto a beira do caminho. Esperando alguma
ajuda, esperando alguém que lhe estendesse as mãos, alguém que lhe
dissesse: „Vamos caminhar porque o caminho é longo!‟.
Diz a Escritura que por aquele mesmo caminho vinha um sacerdote.
Aquele sacerdote subia de Jericó para Jerusalém a fim de cumprir seus
rituais no templo. Era um homem religioso, um sacerdote sagrado para
ensinar a lei e fazer cumprir a lei. Quando aquele sacerdote viu o pobre
moribundo, jogado, desprezado e ferido, desviou o caminho e passou longe
daquele homem.
O sacerdote religioso que devia demonstrar compaixão, misericórdia
e amor, desprezou uma vítima que sofria. Evidentemente que a lei proibia
um sacerdote se aproximar de um cadáver, mas quando alguém está
disposto ajudar seu próximo está decidido até mesmo ultrapassar a própria
lei para salvar uma vida. Pois a vida vale mais do que a lei.
Temos que estender as nossas mãos a qualquer pessoa
independentemente do seu credo, de seus dogmas e de sua religião.
Depois por aquele caminho passou um levita. Ajudante do sacerdote.
Também um homem religioso e piedoso. Mas quando viu aquele pobre
homem deitado e desprezado não fez nada por ele. Estava apegado a sua
religião, estava abitolado em suas crenças. Estava tão fechado na sua
religião que desenvolveu um coração duro que não estava nem sequer
disposto a oferecer aquele homem um copo d‟água, de pelo menos erguer
aquele pobre e arrasta-lo para sombra. Ele apenas virou o rosto e passou.
Talvez ele disse: „Ora, se o sacerdote não fez nada, quem sou eu
para fazer‟. Tem muitas pessoas que falam assim: „Se o pastor não fez
nada, se pastor não visitou, se o pastor não consolou quem sou eu para
visitar e consolar‟. São pessoas que estão tão apegadas à sua religião que
não tem o coração voltado para ajudar o necessitado, o pobre e o aflito.
Mas Jesus Cristo naquela parábola estava ensinando a coluna básica
do serviço a Deus, da verdadeira adoração a Deus. Ele estava demonstrando
a onde residia o verdadeiro ato de devoção a Deus; a onde estava o
verdadeiro amor a Deus e ao próximo.
E, passou também um samaritano, que não era judeu, que não
convivia bem com judeu, que não tinha roupas religiosas e que não tinha as
leis sagradas. Mas foi exatamente esse homem que acudiu aquele miserável
que estava aflito e angustiado.
A nossa verdadeira adoração a Deus não são os atos religiosos que
praticamos no templo; não é o fato de participamos de algum departamento;
de fazermos pregação, canção ou oração. A manifestação da nossa
religiosidade, da nossa piedade cristã, é ajudar aquele que está aflito.
Tiago falou sobre isso quando escreveu que „a verdadeira religião é
visitar os órfãos, as viúvas e ajudar aqueles que estão passando por
necessidades e aflição‟.
A verdadeira religião não se constitui em demonstrar grandes dons,
grandes sensacionalismos, se constitui em ajudar as pessoas necessitadas,
aflitas e doentes. A verdadeira religião se constitui em agregar valores às
pessoas, em dá crédito às pessoas, em acrescentar à vida da pessoa algo de
bom, algo que venha dá aquela pessoa ânimo para prosseguir, consolo para
sustentar-se na aflição.
As pessoas desfavorecidas neste mundo é uma provação de Deus
para cada um de nós. O capítulo 25 de Mateus, descreve o grande dia do
juízo. Todos nós estamos nos preparando para esse dia. Todos nós estamos
vivendo a nossa fé da melhor maneira possível para poder receber de Deus
aquelas palavras maravilhosas: „Venham benditos de meu Pai e possui o
reino que vos está preparado desde a fundação do mundo‟. Longe de nós
ouvirmos: „apartai-vos de mim malditos para o fogo eterno‟.
Mas interessante é que quando Deus nos colocar na balança para
torna-nos dignos do seu Reino, Ele não dirá: „porque você cantou bem‟;
„porque você pregou bem‟; „porque você orou bem‟. Mas ele dirá: „Porque
você acudiu aquele que estava com fome‟; „porque você acudiu aquele que
estava com sede‟; „porque você vestiu aquele que estava nú e com frio‟;
„porque você visitou o que estava doente e o aflito em uma cela fria‟.
E os justos responderão sem nenhum interesse: „Quando foi, Senhor,
que nós fizemos isso?!‟. „Quando você faz isso a qualquer pessoa que
encontra na beira do caminho, jogada na estrada da vida‟; „Quando você
atende alguém, dá um sorriso, demonstra gentiliza, estende a mão, dá uma
palavra de consolo, não está apenas fazendo aquilo àquela pessoa, você
está fazendo aquilo a mim. Aquela pessoa foi uma provação diante de você
e você passou no teste. Por isso agora você tem o direito à vida eterna‟.
Cada um de nós estamos sendo provado por Deus através de pessoas
aflitas e angustiadas! Então vamos ajudar, vamos entender a mão. Não
vamos dizer palavras que destrua, palavras que fere. Não vamos desprezar
as pessoas rejeitadas, vamos estender as nossas mãos e ajudar.
Porque é essa a atitude que nos provará que de fato somos crentes
fiéis.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó em
05 de Julho de 2009
Sobre a Introdução a Primeira Epístola de João
Iremos iniciar pelo autor da epístola que leva o nome de Primeira
João. A epístola é anônima. Porque na verdade ela não traz o nome do
escritor. Inclusive não é nem considerada uma epístola, pois nem sequer ela
traz saudações comum a uma carta. É mais considerada como um tratado.
Também não sabemos aquém foi endereçado esse tratado.
A tradição ensina que foi escrita para os crentes de Éfeso. Porém, a
tradição acredita que a epistola foi escrita por João, o apóstolo. Alguns
bispos que viveram no segundo século atribuem esse escrito sagrado à João,
o apóstolo. Mas será que há base escriturística e no próprio testemunho da
epístola para que possamos defender a autoria de João, um dos apóstolos de
Cristo?
Nos primeiros versículos do capítulo um, a gente nota que a epístola
foi escrita por uma testemunha ocular, uma pessoa que de fato teve contato
com Jesus Cristo. Então, nós temos um ponto de partida: essa pessoa é um
apóstolo.
E, conforme as semelhanças de temas, assuntos e enfatização de
algumas doutrinas dessa epístola com o Evangelho de João levam-nos a crer
que são os mesmos autores. E quem escreveu o Evangelho de João?
O Evangelho também não traz o nome de quem o escreveu. Quando
lemos o Evangelho não descobrindo o seu autor, pois não cita o seu nome.
A não ser no final do Evangelho de João, o autor se identifica como o
discípulo a quem Jesus amava. Esse autor diz: „e, foi esse discípulo que
escreveu esse testemunho‟. Então, quem é esse discípulo?
Em momento algum diz quem é esse discípulo. Porém, é aceito sem
questionar que esse discípulo é João. Por exemplo, Policarpo que viveu no
século I, e conheceu João pessoalmente, afirmava que João era o discípulo
do amor a quem o Evangelho se referia. Então, daí parte-se o ponto pelo
qual podemos desvendar o autor do Evangelho de João, e consequentemente
o autor da primeira epístola de João, da segunda, da terceira e do
Apocalipse.
Mas, irmãos, como podemos saber que realmente a epístola de João
era uma carta escrita por um apóstolo no primeiro século? Porque não temos
nenhum escrito original da Bíblia. Os chamados autógrafos foram todos
perdidos. Não temos nenhum escrito em qualquer parte do mundo que se
possa dizer: „Esse manuscrito aqui foi escrito pela pena de João ou de
Paulo...‟. Não há esse escrito!
Todos os manuscritos que se tem das Escrituras são cópias e mais
cópias escritas de cópias. E, as cópias mais antigas são datadas do século
terceiro. Então, João escreveu a sua epístola no primeiro século, entre os
anos 95 e 98 A.D.
Ora, se a gente não tem nenhum registro original do primeiro século,
como podemos provar que a epístola de João foi escrita naquele período?
É aí que entra a autoridade dos Pais da Igreja. Por que esses homens
são tão importantes? Porque foram esses homens que fizeram a ligação entre
os apóstolos e nós. Os apóstolos viveram no primeiro século, e esses
homens, chamados de Pais da Igreja, viveram no segundo século em diante.
Então, muitos deles conheceram pessoalmente alguns dos apóstolos ou
pessoas muito achegada aos apóstolos.
Esses homens, os Pais da Igreja, quando começaram, também, a
escrever os seus tratados teológicos, faziam alusão às epístolas escritas pelos
apóstolos. Muito embora, não temos manuscritos dos séculos um e dois,
todavia, possuímos citações dos escritos dos Pais da Igreja que comprovam
que havia os escritos originais.
Então, antes dos arqueólogos encontrarem os manuscritos mais
antigos, os Pais da Igreja já havia citados porções e mais porções das
Escrituras do Novo Testamento e, já haviam feito interpretações dos escritos
dos apóstolos. De modo, que eles confirmam que antes deles, já existiam
esses escritos originais.
E, muitos desses homens, como Papias, Policarpo, Inácio, Justino
Mártir e Irineu, atribuem ao apóstolo João as Epístolas, o Evangelho e o
Apocalipse. Portanto, são os pais da igreja que dão um testemunho muito
eficaz sobre os registros sagrados. De modo que é considerado como livro
canônico o registro escrito no século I. E, a única maneira de sabermos
quais foram os registros escritos no século I são aqueles citados por homens
de Deus no século II.
Quem era João. Esse João era filho de Zebedeu e irmão de Tiago,
este Tiago não é o Tiago que escreveu a epístola de Tiago. O Tiago que
escreveu a epístola de Tiago é o Tiago irmão de Jesus. O Tiago irmão de
João foi aquele que foi decapitado por Herodes Antipas no capítulo 12 de
Atos. João era o irmão mais novo de Tiago, filhos de Zebedeu e também de
Salomé. Quem ela Salomé? Salomé era a irmã de Maria, a mãe de Jesus.
Então, João, o apóstolo, era primo de Jesus. Ele e seu irmão Tiago eram
pescadores (Mt 4.21).
Conforme o texto de João 1.35-39, o autor que não se revela é
considerado como esse discípulo à quem João Batista apresenta o Cordeiro:
„Eis o Cordeiro de Deus‟. Então dois discípulos de João Batista o seguiram.
Um desses discípulos é André irmão de Simão Pedro e o outro discípulo
acredita-se ser o próprio João. André levou Simão à Jesus, e João levou seu
irmão Tiago à Cristo.
Jesus chama tanto João como Tiago de „filhos do trovão‟, revelando
que eles tinham um temperamento forte, uma personalidade intempestiva
(Mc 3.17). João nem sempre foi o discípulo do amor, ele tinha uma
personalidade impetuosa, fácil de irar-se, como se diz „o nervo a flor da
pele‟. Ele é um daqueles que pede que Jesus mande fogo do céu para
destruir os samaritanos. Simplesmente, porque os samaritanos não permitiu
Jesus passar por seu território.
Porém „João consegue demonstrar em suas cartas que foi
transformado pelo amor de Deus, o Pai e de seu Filho, Jesus Cristo‟ (1ª
lição, do 3° Trim/2009).
Como já foi dito esse João é o autor de cinco escritos canônicos: o
Evangelho de João, das três epístolas que levam o seu nome e do
Apocalipse.
Citarei algumas peculiaridades de João: Ele compartilhou dos
momentos mais difíceis de Jesus (Mc 14.33,34); Foi o único dos discípulos
que permaneceu, até ao fim, ao pé da cruz (Jo 19.25,26); Três dias após o
sepultamento do Mestre ele foi ao sepulcro em busca do corpo de Jesus (Jo
20.2); Era considerado como uma das colunas da igreja (Gl 2.6). Foi bispo
de Éfeso, após ter trabalhado inicialmente com Pedro em Jerusalém (At
3.1-4.22; 8.14-17). A tradição diz que João viveu em Éfeso até uma idade
bem avançada.
Foi escrita entre o ano 85 e 95 D.C, e seu tema é: A Verdade
Cristológica e a Conduta Cristã.
No início a igreja, os cristãos tiveram que enfrentar a oposição dos
judaizantes, judeus que defendiam que a lei de Moisés tinha que ser
guardada acima de qualquer outra coisa. Então, a Igreja enfrentou um
combate com esses legalistas do judaísmo que se infiltraram na igreja
primitiva.
Mas, no final do século I, quando todos os apóstolos já haviam
morrido, e apenas João era vivo, começou a surgir uma heresia mais
perniciosa chamada de gnosticismo. Então, muitas das epístolas do Novo
Testamento, principalmente as últimas, foram escrita, primordialmente, para
combater as heresias dessa seita gnóstica que já estava avançando. No
segundo século ela atinge o seu ápice, sua culminância, quando ela se revela
totalmente todas as suas doutrinas heréticas contra o cristianismo.
Então, para que se compreenda porque João usa certos termos e fala
certas coisas é necessário que entendamos que tipo de seita, ele estava
combatendo, e em que essa seita acreditava.
A seita do gnosticismo surgiu na Ásia Menor, e era dividida em
várias ramificações com vários ensinamentos até mesmo conflitantes. Em
cada cidade o gnosticismo se desenvolveu com roupagens diferentes. Por
exemplo, na cidade de Colossos, para quem Paulo escreveu sua carta aos
Colossenses, havia um tipo de gnosticismo diferente do gnosticismo que
João combateu em Éfeso.
Sabemos que João viveu na Palestina, algum tempo, pastoreando a
Igreja de Jerusalém, depois foi designado bispo da cidade de Éfeso, de onde
ele pastoreava as sete igrejas da Ásia, e permaneceu em Éfeso até sua morte
com 98 ou 100 anos de idade. Então, ele conseguiu ver essa mudança
doutrinária do século I ao século II, e teve a responsabilidade de fazer com
que o Evangelho passasse para a segunda geração sem a contaminação dos
ensinamentos dos gnósticos que estavam proliferando em muitas regiões da
Ásia Menor.
O gnosticismo que Paulo combateu em Colossos era um gnosticismo
legalista, que ensinava que para salvar-se era necessário recorrer algumas
práticas rigorosas ou ascéticas. Entretanto, o gnosticismo que surgiu em
Éfeso era um gnosticismo liberal, licencioso e libertino.
Inclusive morava um sujeito em Éfeso chamado Cerinto que vivia na
época do apóstolo João, e muitas coisas que João escreve em sua epístola
era combatendo o que esse Cerinto ensinava. Dizem até os pais da igreja
que João recusa está em lugares públicos onde estava Cerinto. Por exemplo,
havia um lugar chamado de banhos públicos, que quando João estava lá, e
chegava Cerinto, ele se retirava. João não queria ficar num ambiente onde se
encontrava esse falso profeta.
Então, quando ele disse, em sua epístola, „não recebais em casa‟ ao
se referir aos falsos profetas, João realmente levava ao pé da letra.
O que ensinava os gnósticos acerca da divindade e humanidade de
Cristo?
Os gnósticos negavam a humanidade como a divindade de Cristo.
Eles diziam que Jesus não era a encarnação de Deus, era um homem
comum, filho de José e de Maria. Eles ensinavam que quando o homem
Jesus foi batizado nas águas, o Cristo se apossou desse homem, e só o
abandonou quando ele estava perto de ser crucificado.
Quando Jesus disse: „Eloí, Eloí, lamá sabactâni?‟, os gnósticos
traduzem: „Meu poder, meu poder, por que me abandonaste?‟. Então, é essa
a retirada de Cristo.
Eles ensinavam que o Cristo veio apenas por água do batismo. Mas
João em sua epístola disse: „Ele não veio apenas por água, mas também por
sangue‟. Eles negavam que houve uma encarnação, e também para eles o
Cristo não era o Logos. O que é o Logos? O Logos era um ser divino, um
agente de Deus, através do qual Deus se comunicava com suas criaturas.
Mas os gnósticos ensinavam que este Cristo, que veio sobre Jesus, não era
esse Logos.
Porque Deus está tão distante do mundo material, o deus deísta, que
era impossível esse ser divino se encarnar num corpo. Pois, eles
consideravam o corpo e toda a matéria desse mundo como algo mau, criado
pelo deus falso, chamado demiurgo.
O que o gnosticismo ensinava acerca de Deus? Ensinava que o ser
divino emitiu várias emanações, e essas emanações foram se transformando
em seres espirituais intermediários e corpos celestes. De modo que esse
Universo físico com todas as suas galáxias e astros surgiram das emanações
desse Deus impessoal supremo, que deram também origem a seres
espirituais, que as Escrituras, os chamam de anjos. Eles os identificam como
seres intermediários chamados de „aeons‟.
E, foi um desses „aeons‟ que veio habitar no homem Jesus. Então,
para eles Cristo não era considerado nem como um ser principal dos seres
intermediários, mas apenas como um desses seres. Essa era apenas uma das
definições gnósticas chamada de gnosticismo temporário. O „aeon‟ apenas
veio habitar em Jesus temporariamente, mas depois o abandonou na cruz.
Havia outra definição dos gnósticos chamado gnosticismo docético,
uma palavra grega que significa aparentar, parecer. Porque eles diziam que
Jesus era apenas um corpo fantasma, não era uma pessoa real, que esse
„aeon‟ utilizava para poder cumprir a sua missão. Quando não precisou mais
do corpo, morreu e desapareceu. Da sepultura, apenas o Cristo foi elevado
aos céus.
Atualmente, algumas dessas crenças esotéricas e filosóficas do
gnosticismo encontram-se não só nas religiões orientais e delas oriundas,
mas também em ramos heréticos do Cristianismo, como as testemunhas de
Jeová, que ensinam que Cristo não é Deus, mas apenas uma criatura
espiritual poderosa, que além de Jesus há outras criaturas espirituais. E, que
Cristo para se encarnar deixou de ser uma criatura espiritual e se tornou um
humano. Os russelistas não acreditam que em Jesus há duas naturezas
existindo e habitando em um mesmo ser. Para eles Jesus era apenas um
homem, e nada mais do que um homem.
Quando Jesus morreu, diz o russelita, ele deixou de ser humano e
voltou a ser uma criatura espiritual. De modo, que eles não acreditavam que
Jesus ressuscitou no corpo físico. E o que aconteceu com o corpo de Jesus?
Se evaporou! Pois ele não ressuscitou mais como homem, mas como uma
criatura espiritual.
Do mesmo modo, os gnósticos também acreditavam que o Cristo foi
assunto aos céus como um ser espiritual, e àquele Jesus que, ele veio
habitar, era apenas um corpo fantasma que desapareceu ou então um
simples homem que foi abandonado na cruz e morreu.
Porém, é a Nova Era que está totalmente baseado em todo o sistema
filosófico do gnosticismo, tanto o que ela ensina sobre Cristo como sobre a
salvação. De onde vem essa palavra gnosticismo? Vem do grego „gnose‟
que significa „conhecimento‟. Segundo esse sistema esotérico e filosófico a
salvação é atingida através do conhecimento, e não através da expiação do
sangue por meio da fé.
Então, esses seres intermediários tem que vir aqui para nos revelar os
conhecimentos secretos e misteriosos a fim de nos livrar da matéria e do
corpo físico. Porque a salvação gnóstica se constitui em libertar-nos do
corpo físico. Todos nós, segundo os gnósticos, vivíamos entre os seres
celestiais. Cada um de nós era um „aeon‟ (eles acreditavam na pré-
existência da alma). E, de alguma maneira a gente veio e nos aprisionamos
nesse corpo. E, nós não sabemos disso. Então, o gnosticismo tem que vir a
nós e nos dizer: „você é um aeon que está aprisionado nesse corpo e precisa
voltar a sua fonte original‟.
Como eu tenho que entrar nesse processo de libertação da matéria?
Aí é que vem todo o sistema gnóstico com seus rituais, magias, práticas
ascéticas de mortificação do corpo, pois se o corpo é mau tem que ser
mortificado ou a doutrina liberal que diz que o corpo é mau, então você tem
que satisfaze-lo até não ter mais nenhum desejo.
A doutrina da salvação gnóstica era basicamente essa: nos livrar do
corpo físico. Porque o corpo físico é a nossa prisão. É aquilo que nos
impede de ter comunhão com o Cosmo. Então, aqueles conseguem atingir
esse conhecimento e praticar seus rituais podem atingir essa libertação do
corpo. E, assim quando ele morrer, o seu espírito está livre do corpo. Mas,
aqueles que não conseguem, na morte são extintos ou terão que voltar
novamente em outro estágio para poderem alcançar a perfeição
espiritualista.
A doutrina da pré-existência da alma é defendida, atualmente, pelos
mórmons, os profeta da confissão positiva, cujo representante aqui no Brasil
é a pastora Valnice Milhomens, e até mesmo a igreja do pastor Carlos
Magno. Quem conhece o pastor Carlos Mango? Quem já ouviu falar dele?
Era um pastor da Igreja Universal, genro de Edir Macedo. Ele rompeu com
Edir Macedo, fundou algumas igrejas com o mesmo estilo das igrejas de
Edir Macedo, depois conheceu o pastor Miguel Ângelo e adotou suas
doutrinas que defende (um tipo de) predestinação dos salvos e a pré-
existência das almas. Que antes de você nascer já existia como uma alma
salva. E, assim quando você nasce já nasce salvo. Já está predestinado.
Enquanto, aqueles que não são salvos são demônios que tomaram forma
humana.
Então, nos escritos de João, o virmos combatendo esses conceitos
gnósticos acerca de Cristo. Quando ele escreve seu Evangelho defende a
divindade de Jesus. Ele quer provar que Jesus não é apenas um ser celestial,
mas é o próprio Logos, o próprio Agente de Deus. Ele revela a humanidade
de Jesus, mas quer provar a divindade do Filho de Deus.
De modo que eu questiono pessoas que afirmam que quando Jesus
operou seus milagres, operou não como Deus, mas como um homem cheio
do Espírito Santo. Eu questiono isso baseado em João. Porque João cita os
milagres de Jesus para provar que Jesus é o Filho de Deus, e não apenas um
enviado de Deus ou um profeta de Deus nem tampouco um homem cheio do
Espírito de Deus. Mas para provar que Jesus é o Filho de Deus.
E, essa expressão „Filho de Deus‟ prova a divindade de Jesus Cristo.
Portanto, os milagres ele operou como Filho de Deus, e não apenas como
homem cheio do Espírito Santo de Deus. Porque se não fosse assim, os
profetas também teriam esse título de „Filho de Deus‟. Profetas como Elias,
Elizeu e Moisés, que operaram maravilhas e milagres, se forem na mesma
autoridade de Jesus Cristo, então, também eles tem essa qualidade divina.
Porém, os milagres que Jesus Cristo operou foi com uma autoridade
mais suprema do que esses profetas. Foi na qualidade de Filho de Deus. Isso
prova a Sua divindade.
Quando João escreveu seu Evangelho teve esse intuito de provar que
Jesus é Deus, sendo Ele Filho de Deus.
Todavia, quando João escreveu a sua primeira epístola teve como
objetivo provar a humanidade do Filho de Deus. Que o Cristo não é apenas
Deus, mas se tornou homem ao assumir o corpo físico.
No capítulo 4, da sua primeira epístola, ele fala sobre isso: „aquele
que não confessa que Jesus Cristo veio em carne é um falso profeta, um
espírito enganador‟. Porque era exatamente isso que os gnósticos negavam.
Uma vez que eles consideravam o corpo como algo mau, então, um ser
celestial nunca iria assumir esse corpo. Não podia se encarnar. Isso estava
longe que qualquer possibilidade.
Mas, a epístola de João defende que Jesus Cristo se encarnou. E, ele
não se encarnou como um anjo, um ser angelical, mas como Filho de Deus.
Essa foi a primeira defesa de João: defender a doutrina de Cristo
sobre as aberrações doutrinárias dos gnósticos. A sua segunda defesa é...
Defender a Moral Cristã da Anomia dos Gnósticos. „Anomia‟ é uma
palavra grega formada pelo prefixo „a‟ mais „nomia‟. „Nomia‟ é lei e o „a‟ é
um „a‟ de negação. Significando „sem-lei‟ ou „os que negam a lei‟ que
vivem uma vida „desregrada‟. Por isso, que „ateu‟ significa „sem-deus‟, pois
teou é deus e o „a‟ é de negação. Outro termo parecido com gnosticismo é
agnosticismo (sem-conhecimento), que é uma forma de ateísmo.
Enquanto o gnosticismo ensina que a salvação é por intermédio do
conhecimento de mistérios ocultos, o agnosticismo ensina que é impossível
conhecer a Deus. Porque não tem como alguém provar de modo empírico a
existência de Deus. Então, uma vez que Deus não pode ser provado de um
modo racional é um conhecimento agnóstico. O agnosticismo, muito em
voga nas escolas e faculdades, é também, um ensinamento ateísta.
O que os gnósticos ensinavam acerca da moral? Eles ensinavam que
a matéria e o corpo eram maus. Não havia remissão para o corpo. O corpo
não se salvaria. Pelo contrário, era a prisão da alma que a impende de
transcender ao espiritual. Então, esse corpo não tem nenhum valor. Uma vez
que esse corpo não vale nada, tudo o que alguém pratica no corpo não afeta
o seu espírito.
De modo que o espírito não pode ser contaminado pelos atos do
corpo e o corpo, por sua vez, não em nenhuma influência sobre o espírito.
Assim, a pessoa pode praticar todo tipo de pecado que não vai ofender e
nem macular o seu espírito. Porque o espírito, muito embora esteja preso no
corpo, está acima da matéria. Ele é impecável. Não tem pecado.
Por isso que João escreveu: „aquele que diz que não tem pecado é
mentiroso‟.
Do mesmo modo, qualquer ato de bondade e de amor, os gnósticos
descriminavam. Eles viviam do modo que quisessem. Sem amar os irmãos,
orgulhosos. O importante era o conhecimento que iriam preparar e elevar o
espírito para o seu estado primitivo.
Esse conhecimento foi trazido por Cristo, não está nas Escrituras. E,
Ele deu ocultamente aos seus apóstolos, e os apóstolos passaram para os
gnósticos. Então, os gnósticos eram os únicos que tinham esse
conhecimento secreto pelo qual nos trazia a salvação. Eles falavam de
visões, revelações secretas, experiência com anjos, e muitas outras práticas
esotéricas, além de práticas rituais.
Como por exemplo, o mitraísmo que era uma seita que também
prevalecia naquela época ensinava o batismo no sangue do touro, rituais de
magia negra, contato com astros, contato a natureza. Os gnósticos acreditam
no panteísmo e ensinava o animismo que tudo quanto é material tem um
espírito, um aeon, uma energia que devemos entrar em contato através da
invocação de espíritos, que são os duendes, as fadas, os gnomos.
De modo que os nossos filmes infantis estão recheados desses
ensinamentos gnósticos. Esses super-heróis com seus poderes e magias.
Tudo é baseado nesse conhecimento gnóstico.
João combate essa questão da libertinagem, e afirma que aqueles que
praticam o pecado são do diabo. Aqueles que permanecem no vício do
pecado ou adquirem o hábito de pecar e pecar e nunca deixar. João diz que
esses são filhos do diabo. João fala também da questão do ódio. Que aqueles
que não amam seus irmãos são filhos do Maligno.
João ainda fala da semente incorruptível que veio habitar no crente,
e, portanto, quem tem a semente de Deus não pode continuar na prática do
pecado. E, que não devemos amar o mundo nem as coisas que há no mundo.
Porque se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois, tudo
quanto há no mundo, a concupiscência, a soberba, a cobiça são do mundo, e
não do Pai.
Então, em todas essas doutrinas acerca da moralidade cristã, João
estava combatendo os conceitos errôneos e perniciosos dos gnósticos que
diziam que o que a pessoa praticar não afeta o seu espírito.
Indiretamente as testemunhas de Jeová também ensinam esse
conceito. Eles dizem que o pecado que alguém pratica hoje não irá afetar a
sua situação no Dia do Juízo Final. Deus não levará em conta. Quando
alguém morre todos esses pecados morrem. Porém, no Milênio essa pessoa
terá uma chance de voltar à vida, e, então, a partir dali os atos praticados é
que irão valer pra alcançar a perfeição ou não. Eles baseiam essa doutrina
em Romanos 6.7: „...quem morreu está justificado do pecado‟.
Havia, porém, os gnósticos ascéticos que ensinava que a pessoa tinha
que ter um trato rigoroso com o corpo. A pessoa não pode satisfazer os
desejos do corpo, pois é ele que está aprisionando a alma. São esses desejos
que os impede de ter uma comunicação melhor com o misterioso. Para isso
é necessário mortificar o corpo. Aí entra as seitas da Índia, dos budistas, dos
mosteiros que ensinam uma depreciativa com o corpo físico.
Irmãos, as Escrituras Sagradas não ensinam essa depreciativa com o
corpo físico. Pelo contrário, diz que o corpo tem que ser bem tratado, bem
cuidado. É uma mordomia pelo qual iremos prestar contas com Deus.
Quando as Escrituras falam da „carne‟ não se refere ao corpo físico, mas a
natureza pecaminosa que habita em nosso coração, nossos desejos mais
secretos, as nossas cobiças.
Muito embora as nossas cobiças usem o corpo físico como veículo
para se manifestarem, todavia, não é o corpo físico que as Escrituras
ordenam a gente combater. Mas devemos combater é o desejo carnal que
está dentro de nós.
Assim como a gente utilizava o corpo para imundície, agora temos
que usá-lo como instrumento de justiça. Quando Jesus Cristo disse: „se a tua
mão te escandalizar, corta e lança fora‟. Não está se referindo ao corpo
físico, mas a mão cobiçosa que há dentro de todos nós. Quando diz „arranca
o teu olho‟ é o olho cobiçoso.
Portanto, as orações, os jejuns e as vigílias não têm como objetivo
massacrar o nosso corpo físico, mas mortificar os desejos pecaminosos que
operam nesse corpo. Essa é a definição das Escrituras acerca do corpo
físico.
Para concluir, os métodos de prevenção contra as heresias são: a
sólida instrução bíblica; embasar-se na verdade da palavra de Deus e não
nas “novas verdades doutrinárias” e cada cristão individualmente deve estar
em contato permanente com a palavra de Deus, manter-se fiel, permanecer
na luz e cultivar o seu amor uns aos outros.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó em
19 de Julho de 2009
Sobre Jesus a Luz do Crente
Leiamos 1ª João 1.5-7: „E esta é a mensagem que dele ouvimos, e
vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas. Se
dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos,
e não praticamos a verdade; mas, se andarmos na luz, como ele na luz está,
temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos
purifica de todo pecado‟.
João escreveu: „esta é a mensagem que dele ouvimos e vos
anunciamos...‟ „Dele‟ quem? De Jesus. Mas quem é Jesus?
A correta definição da pessoa de Jesus Cristo é a coluna principal da
Igreja. É essa definição que nos fará uma igreja verdadeira ou uma seita
herética. Vai nos ligar às doutrinas apostólicas como cristãos genuínos ou
nos afastará das doutrinas apostólicas nos transformando em heréticos.
Então qual é a definição, que João defende, acerca de Jesus Cristo? É
a sua divindade e humanidade.
Nós sabemos que ao longo da história eclesiástica surgiram várias
definições teológicas acerca de Jesus Cristo, conflitantes. E, muitas dessas
definições surgiram dentro da Igreja de homens que eram bispos e
presbíteros das congregações. Citarei algumas dessas definições:
Arianismo – Acreditava que embora Jesus fosse plenamente
humano, não era plenamente divino, pois só existe um único Deus
verdadeiro;
Sabelianismo – Acreditava que Jesus não era uma pessoa distinta do
Pai, mas o próprio Pai encarnado;
Apolinarismo – Acreditava que Cristo, em sua encarnação, assumiu
corpo e alma humanos, mas não espírito (mente) humano, isto é,
tinha alma sem sua razão;
Eunomismo – Acreditava que Cristo tinha carne, mas não tinha
sentidos humanos, isto é, carne sem alma; quer dizer, Cristo tinha
apenas a aparência física de um homem, por isso que dentro dele
não havia alma humana, mas o Espírito de Deus.
Nestorianismo – Acreditava que em Cristo existiam duas pessoas – a
humana e a divina. Note que é diferente da definição ortodoxia que
crê que Jesus tem duas naturezas, a humana e a divina. Porém,
Nestor ensinava que em Cristo habitava duas pessoas: o Cristo
humano e o Cristo divino.
Monofisismo – Acreditava que em Cristo só há uma natureza: a
divina;
Monotelismo – em Cristo havia duas naturezas, mas uma só
vontade: a divina.
São essas algumas das definições que surgiram nos séculos II, III e
IV acerca do Filho de Deus. Foi por causa disso que a Igreja sentiu a
necessidade de estabelecer os seus dogmas cristológicos trinitaristas que
defendiam a verdadeira definição acerca de Deus e de Seu Filho.
Porém, João já no século um escreveu para refutar, especialmente, os
chamados gnósticos, que foram os primeiros a terem uma definição errada
sobre o Filho de Deus. Em nossa palestra anterior, trouxemos uma
introdução acerca desse grupo herético. E, acredito que os irmãos estão
cônscios das definições deles acerca do Filho de Deus.
Por causa disso, João, em seu Evangelho e em suas epístolas,
defende que Jesus é o Filho de Deus. Mas Jesus não é o Filho de Deus por
criação, como ensina os russelitas, nem é filho de Deus por adoção, como
acreditava uma seita chamada adocionismo; nem tampouco Jesus é filho de
Deus por favor especial. Ele é Filho de Deus por geração. Não uma geração
no tempo e do nada, mas uma geração eterna e da própria essência de Deus.
Leiamos João 1.18: „Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito,
que está no seio do Pai, esse o deu a conhecer‟.
„o Deus Unigênito‟ em outras traduções bíblicas diz „o Filho
unigênito‟. O que significa a palavra „unigênito‟? O único gerado. Jesus
Cristo foi o único gerado por Deus da Sua natureza divina. Isso não
aconteceu no tempo e no espaço, mas na eternidade, onde não há tempo
definido. Assim como o Pai não teve principio, o Filho também não teve
principio. Mas como a Escritura refere-se a geração eterna do Verbo,
afirmamos que ele foi gerado na eternidade.
Esse título „Filho de Deus‟ comprova a natureza divina de Jesus,
assim como, o título „Filho do Homem‟ comprova a sua natureza humana.
Jesus Cristo não é filho na mesma qualidade dos anjos e homens são filhos
de Deus. Os anjos e homens são filhos de Deus porque foram criados por
Deus, mas Jesus é Filho de Deus porque foi gerado por Deus. Então, nesse
tipo e nessa qualidade, Ele é o único, que de fato, é Filho de Deus de
verdade.
E, assim como um filho homem traz a natureza humana de seu pai,
assim também, o Filho de Deus traz a natureza divina de Seu Pai. O Pai é
divino, o Filho também é divino. O Seu Pai é Deus, Ele também é Deus.
Assim como define o nosso credo: „Deus de Deus; e, Luz de Luz...‟.
Como Filho de Deus, Jesus Cristo exerce várias funções
privilegiadas. Iremos, porém, citar apenas três dessas funções:
Primeira função: Mediador – por quem temos „a comunhão com o
Pai‟. Jesus veio a este mundo para nos elevar a Deus. Veio para nos abrir o
caminho de acesso ao Pai celestial. Ele veio trazer-nos Deus para nós, e nos
elevar para Deus. Como Jesus fez isso? Tornando-se humano. Ele trouxe
Deus para nós quando se tornou humano, pois, o verbo, sendo Deus, se
encarnou. E, ele nos elevou para Deus quando, estando na carne humana, se
glorificou e assentou-se a direita de Deus. Então, Jesus Cristo é o único
homem que está nos representando diante de Deus.
A Escritura diz que „há... um só mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo, homem‟ (1 Tm 2.5).
Ele é a ponte que nos liga a Deus. Na Sua divindade, ele segura a
mão do Pai, na sua humanidade, ele segura em nossas mãos, e nos une em
uma só comunhão. Jesus Cristo é o único que pode nos elevar a Deus. Ele é
o único que faz diante de Deus a mediação. Nenhum de nós, temos o direito
de nos aproximarmos diretamente de Deus, a não ser, por intermédio de
Jesus Cristo. Nenhum de nós, temos a dignidade de adorar e glorificar
diretamente a Deus, a não ser, por intermédio de Jesus Cristo.
De modo que todas as nossas ações e atos de piedade só tem algum
valor se forem feitas em Jesus. Jesus é o único meio, pelo qual, torna válido
qualquer ato de adoração.
A segunda função: Redentor – por quem temos a
„purificação de todo o pecado‟.
O que é um redentor? É aquele que paga um resgate para libertar
alguém da escravidão. Jesus pagou o nosso resgate. Com que preço, ele
pagou o nosso resgate? Com o seu sangue, com a sua vida.
Por que a vida teve que ser o preço para nos livrar da escravidão do
pecado? Por que o sangue dos animais não era suficiente para atar a nossa
relação com Deus? Por que o Seu Filho teve que morrer e derramar o seu
sangue?
A lei exigia que a vida devesse compensar a vida. Quer dizer, se
alguém matasse um inocente, aquela pessoa deveria morrer para compensar
a vida do inocente. Quem pecou no Jardim do Éden? Uma vida humana.
Então, apenas uma vida humana podia fazer a compensação e pagar a Deus
o prejuízo da Queda. Mas, por que não podia ser qualquer humano? Porque
não foi qualquer humano que pecou no Éden. Quem pecou no Éden? Um
humano perfeito. Foi uma pessoa que não tinha pecado. Então, apenas uma
pessoa que não tinha pecado, poderia fazer a devida substituição, a devida
compensação e o devido pagamento.
E, como nenhum de nós somos perfeitos, somente Deus poderia
trazer para nós o resgate. Não adiantaria sacrificar a nós mesmos ou vários
animais, pois não iria compensar e reparar a justiça divina que foi
prejudicada. Por isso que Jesus Cristo para se tornar nosso Redentor teve
que oferecer a sua própria vida humana e perfeita como sacrifício no altar de
Deus.
A terceira função: Advogado – em quem temos „defensa diante do
Senhor‟. Em 1ª João 2.1, diz que „se alguém pecar, temos um Advogado
junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo‟.
Não é junto ao Juiz, mas „junto ao Pai‟. Isso significa que Jesus não
nos defende do Pai, mas das acusações de Satanás diante do Pai. Foi o
próprio Pai que constituiu Jesus como nosso Advogado (Ap 12.10 Rm
8.33,34).
Iremos agora falar sobre três testemunhos que comprovam a filiação
divina de Jesus. Primeiro - as Escrituras proféticas. Há alguns textos que
atribuem ao Messias uma natureza divina. Por exemplo, Isaías 9.6, chama
Jesus de „Deus Forte‟ e „Pai da Eternidade ou Pai Eterno‟. Quando Isaías
chama de „Pai Eterno‟ não está querendo dizer que Jesus é o Pai. Ele não
está fazendo essa confusão de Pessoas. Ele quer dizer que Jesus existiu antes
da eternidade, que ele é o originador da eternidade. Esse título refere-se a
eternidade do Verbo.
O segundo testemunho da filiação divina de Cristo é - a própria voz
audível de Deus por ocasião do batismo de Jesus, quando disse: „Tu és o
meu Filho amado, em ti me comprazo‟ (Lc 3.21,22).
O terceiro testemunho - as próprias palavras de Jesus em várias
ocasiões referindo-se a si mesmo como Filho de Deus. Os judeus entendiam
com essa expressão que Jesus estava se igualando ao próprio Pai em Sua
natureza e essência divina (Jo 5.18).
Quando Jesus estava diante do Sinédrio, o tribunal supremo dos
judeus, o sumo sacerdote interrogou: „És tu o Cristo, Filho do Deus
Bendito?‟ E Jesus respondeu: „Eu o sou...‟ (Mc 14.61,62). Entretanto, sendo
Jesus divino, é também, plenamente humano, por isso que Jesus tem um
corpo humano, uma alma humana e um espírito humano.
Para concluir esse ponto sobre a divindade de Jesus, quero dizer que
escrevi um livro sobre „É Jesus um deus poderoso? Deve-se crê Nisso?‟
para refutar as testemunhas de Jeová. Se alguém tiver interessado pode
acessar meu facebook e baixa-lo.
João escreveu: „que Deus é luz e não há nele trevas nenhumas‟ (1ª
Jo 1.7b).
O nosso texto começa dizendo que Deus é Luz, porém, em João
8.12, Jesus disse: „Eu sou a luz do mundo‟ (Jo 8.12). Quando as Escrituras
chamam Jesus de Luz e Deus de Luz está colocando-os em justa posição, na
mesma igualdade. Significando que essa Luz que é Deus brilha em Jesus
Cristo. Isso é um termo metafórico, uma figura de linguagem, que a
Escritura utiliza, para dizer que Deus é santo, perfeito, justo e sábio. Se
lermos vários textos bíblicos encontraremos essas qualidades e atributos em
Deus (1º Sm 2.2; Dt 32.4; Sf 3.5; Jó 9.2-4).
Tiago disse: „Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de
variação‟ (Tg 1.17). Deus é imutável. A luz solar sofre variações, porém,
em Deus há uma luz que não sofre variações e mudanças. Significando que
Deus é perfeito em sua natureza. Isto é, Deus não se torna mais santo, nem
mais bom. Ele é santo e bom. Não há em Deus melhoramento ou um
processo de aperfeiçoamento. Ele já é o que Ele é. Ele disse para Moisés:
„Eu sou o que sou‟.
A luz divina tanto é inacessível como invisível aos homens (1 Tm
6.16). O homem não pode habitar com o Todo-Poderoso. Ele disse para
Moisés: „Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum verá a
minha face e viverá‟ (Êx 33.20).
É impossível ao homem conviver com essa luz. Em
1ª Tm 6.16, diz: „aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz
inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver‟.
Porém, o reflexo dessa luz divina tem se revelado e brilhado,
aparentemente, através das coisas criadas. Em Romanos 1.20 diz que „... as
coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como
a sua divindade, se entendem e claramente se vêem pelas coisas que estão
criadas‟. A natureza dá testemunho de que há um Deus todo-poderoso, que
há um Senhor que criou todas as coisas. Então, a natureza é apenas um
pequeno facho de luz que revela o conhecimento de Deus e dá ao homem
uma noção de que existe alguém superior que criou tudo isso. Pois se não
foi o homem que criou. Quem criou um universo tão complexo desse,
formado por tantas coisas complexas? A vida! De onde se originou? Apenas
um mente perfeita pode ter criado o universo e o mantido em sua ordem.
Todavia, essa luz, que é invisível e inacessível aos homens, tornou-
se acessível e visível quando Deus enviou o Seu Filho para lhe representar.
Quando o próprio Filho de Deus se encarnou e tornou-se homem, essa luz,
que outrora estava longe de nós, se aproximou de nós. João disse: „nós
tocamos nela e tivemos comunhão com ela‟.
Jesus Cristo é a principal e verdadeira revelação de Deus. Está
escrito que Cristo é „a expressão exata‟ do Ser de Deus. Paulo disse que
Cristo é a „imagem do Deus invisível‟. O Filho de Deus revelou
pessoalmente - não de um modo figurado e simbólico - mas pessoalmente,
em sua vida, palavras e obras o próprio Deus.
Por que Jesus é a Luz do mundo? Primeiramente, é porque, de fato,
Jesus revela as qualidades de Deus para os homens.
Mas, nós também somos chamados de luz do mundo? Qual é a
diferença da nossa luz e da luz de Jesus? Porque se Jesus Cristo é chamado
de luz e afirmamos que ele é Deus, pois Deus é luz, a Escritura também nos
chama de luz. Isso significa que nós também somos deuses? De modo
nenhum!
Então, qual é a diferença da nossa luz pra luz de Jesus? É que nós
apenas recebemos o reflexo da sua luz. Mas Jesus é a própria luz. Nós
recebemos as qualidades de Deus, mas apenas aquelas qualidades que se
chamam atributos comunicáveis. Aqueles atributos que há em Deus e que
ele nos comunicou. Quais são esses atributos comunicáveis de Deus?
Santidade, bondade, amor, justiça, retidão. Esses são atributos morais que
Deus comunicou às suas criaturas racionais.
Porém, há em Jesus atributos de Deus que são incomunicáveis aos
homens. Os homens não participam desses atributos que fazem de Jesus a
luz divina que não há em nós. Quais são esses atributos incomunicáveis de
Deus? São atributos que pertencem a natureza divina de Jesus e faz dele
Deus. Onisciência, onipotência, onipresença, eternidade. Essas qualidades
divinas fazem de Jesus Cristo Deus e que não há em nenhuma outra criatura,
seja humana ou angelical.
A segunda razão porque Jesus Cristo é luz é porque Jesus traz o
verdadeiro conhecimento de Deu Pai para os homens. Por exemplo, agora
nós lemos o Antigo Testamento com a luz que Jesus Cristo trouxe. Ele
trouxe a verdadeira revelação do Velho Testamento. Por que Deus aboliu
todo o sistema de sacrifícios? Porque Jesus Cristo substituiu esses
sacrifícios. Por que a Lei não é mais suficiente para nos conduzir em um
bom relacionamento com Deus? Porque Jesus Cristo nos trouxe uma nova
lei que iria partir não do exterior para o interior, mas do interior para o
exterior. Não mais a Lei inscritas em tábuas de pedra, mas uma lei que
surgiria no coração.
Em João 17.2, Jesus Cristo disse: „e, a vida eterna é esta: que te
conheçam a ti, o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem enviaste‟.
A vida eterna começa no conhecimento que temos de Deus e de Jesus
Cristo. Esse conhecimento nos torna filhos de Deus.
Em terceiro lugar como luz, Jesus Cristo nos trouxe vários
benefícios. Nós sabemos que a luz solar traz vários benefícios à
humanidade. Por exemplo, sem luz não há vida. A vida biológica é mantida
pela luz solar. Por isso é importante os vegetais para os homens, pois eles
transformam a luz solar em energia para o nosso organismo.
Assim, também Jesus como a luz da vida nos traz vários benefícios.
Algumas desses benefícios são: verdades ainda não reveladas, que é o
evangelho, chamado de „a luz do evangelho da glória de Cristo‟ (2ª Co 4.4).
Então, os ensinamentos do evangelho que Cristo trouxe, e que os apóstolos
desenvolveram, são luzes brilhando sobre nós. Essa luz de Deus clareando e
iluminando o nosso entendimento para compreendermos as verdades acerca
de Deus.
E, essas verdades nos liberta da religião falsa e das informações
falsas; nos liberta do império das trevas; nos liberta das obras de Satanás.
Outros benefícios da luz de Cristo são acontecimentos ainda não
cumpridos – como, por exemplo, a ressurreição para vida imortal. Está
escrito que „Jesus Cristo... trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo
evangelho‟ (2ª Tm 1.10). A Bíblia considera a ressurreição dos mortos como
a terra dando à luz (Is 26.19). A ressurreição para imortalidade é um
benefício que encontramos unicamente em Jesus Cristo. A lei trazida por
Moisés era impossível produzir no homem a vida. Paulo disse que „o
mandamento que me fora dado para produzir vida, produziu em mim a
morte‟ (Rm 7.10). Então, foi Jesus Cristo que veio e nos trouxe a vida
eterna.
Outros benefícios são experiências ainda não vivenciadas – o novo
nascimento é um deles. Jesus disse: „Quem me segue não andará em trevas,
mas terá a luz da vida‟ (Jo 8.12). Essa luz da vida é essa nova vida que
experimentamos agora em Cristo. O novo nascimento, a regeneração, a
participação na vida do próprio Deus. A Bíblia compara os homens sem
Deus como pessoas mortas em seus delitos e pecados, mas as pessoas cristãs
como aqueles que ressuscitaram dentre os mortos; como aqueles que
receberam uma nova vida de Deus; como aqueles que receberam o sopro do
Espírito e reviveram.
A comunhão é outra experiência cristã. Deus, em Cristo, veio reunir
o seu povo em um só corpo. Jesus Cristo disse „...para que eles sejam um,
assim como nós somos um‟ (Jo 17.11). Essa mesma comunhão que existe
entre o Pai e o Filho deve existir entre nós. Assim como entre o Pai e o
Filho não nenhuma treva, mas a sua relação é transparente e perfeita, assim
também, entre os filhos de Deus essa relação tem que ser transparente e
perfeita. Mas quando há intrigas, confusão e fofocas entre nós, será que
estamos refletindo essa luz de Deus, essa comunhão que há entre o Pai e o
Filho? De modo nenhum! Nós estamos falhando! João disse: „Mas, se
andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros‟
(1ª João 1.7).
João escreveu: „Se dissermos que temos comunhão com ele, e
andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade‟ (1ª João 1.6)
Nós temos, irmãos, terríveis inimigos tenebrosos que procuram
apagar a luz que brilha em nós. As Escrituras os acham de „trevas‟. Quem
são essas trevas? Metaforicamente, as trevas é um dos nomes do pecado (1
Jo 1.7). Também, os demônios são chamados de „príncipes das trevas deste
século‟ (Ef 6.11,12). Há uma escuridão que cobre a face da terra. Está
escrito em Isaías 60.1,2: „...a luz... do Senhor nasce sobre ti... eis que as
trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos‟. Essa escuridão é todo o
engano de Satanás. A Bíblia diz que ele seduz o mundo todo para o engano
(Ap 12.9). A escuridão é toda essa sedução maligna; toda essa fascinação
pelo pecado; esse sistema de estrutura complexa formada por homens e
anjos encabeçada e dirigida por Satanás que fazem oposição a Deus nas
pessoas de seus filhos, que são a luz deste mundo.
Então nós, cristãos, temos que tomar consciência disso! Alguém já
me perguntou por que Satanás é chamado de „príncipe das trevas‟ e não „rei
das trevas‟? Realmente, Satanás é chamado de „príncipe da potestade do ar‟
(Ef 2.2), também é chamado de „governador deste mundo‟ e „deus deste
século‟. Esses termos são sinônimos de rei. Porém, a Bíblia reserva tal
expressão para Deus como o Rei Soberano do Universo, de modo que Deus
domina até sobre o reino das trevas, pois, Satanás está debaixo do Seu
domínio. Isso, porém não significa que Deus originou as trevas.
As trevas espirituais são a maldade, a perversidade, a crueldade e
tiveram sua origem na rebelião de Satanás. A Bíblia diz que ele peca desde
o principio, e nunca se firmou na verdade, ele é o pai da mentira e homicida.
Toda a rebelião iniciou-se no diabo. Está escrito: „Oh! como caíste do céu, ó
estrela da manhã, filha da alva‟ (Is 14.12). Anteriormente, ele brilhava
entre os anjos de Deus, mas caiu desta posição porque quis seguir o seu
próprio coração, montar o seu próprio reino e governo. E como esse reino é
uma oposição ao governo de Deus, e o governo de Deus é um reino de luz,
então, o reino de Satanás é um reino das trevas.
Porém, Satanás é tão astuto, que Paulo diz que ele pode até se
transformar em anjo de luz (2ª Co 11.14). Então, veja que ele na sua missão
de fazer oposição a luz utiliza-se de vários meios. E, um desses meios é se
transfigurar em algo bom; em borrifar a verdade com mentira; é usar a
palavra de Deus, que é luz, de um modo errado, dando à ela uma
interpretação errada; é usar igrejas, que aparentemente são cristãs, mas em
sua base tem doutrinas perniciosas e mentirosas. É desse modo que ele se
transforma em anjo de luz para tentar nos gambelar após si.
Não pensem, irmãos, que por ser o reino de Satanás um reino de
trevas é um reino desorganizado. Não! É um reino muito bem estruturado e
organizado para fazer uma frente de combate aos filhos de Deus. Por isso
que a Escritura nos ordena a se revestir das armas da luz (Rm 13.12). É
apenas com essas armas que podemos fazer resistência ao diabo e todo o seu
governo mentiroso.
As Escrituras nos chamam de „filhos da luz‟ (Ef 5.8). E o modo
como essa luz deve brilhar em nós é através das nossas ações e atitudes. As
nossas ações e atitudes devem revelar a luz do Senhor. A Bíblia diz que
somos participantes da natureza divina. De modo que quando somos
chamados de luz significa que nós participamos, compartilharmos e temos
comunhão com a natureza divina. Isso não significa que transformamo-nos
em deuses ou que nós nos deificamos. Isso significa que participamos
daquelas qualidades que há em Deus que são comunicáveis a nós como a
bondade, a justiça, a santidade e o amor, isto é, participamos da imagem
moral de Cristo (2ª Pe 1.4 c/ Hb 12.10; Rm 8.29). E, assim nos tornamos
„luz no Senhor‟ (Ef 5.8).
Para que essa luz continue brilhando em nós devemos proteger
nossos olhos. Porque a Escritura diz que os olhos são a lâmpada do corpo.
Jesus Cristo disse: „A lâmpada do corpo são os olhos; de sorte que, se os
teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos
forem maus, o teu corpo será trevas. Se, portanto, a luz que em ti há são
trevas, quão grandes são tais trevas!‟ (Mt 6.22,23).
Essa luz que deve brilhar em nossos olhos é a luz do nosso
entendimento. Pois o evangelho ilumina o nosso entendimento através do
Espírito Santo para que possamos compreender as verdades trazidas por
Jesus Cristo. Nós só conseguimos enxergar essas verdades quando o nosso
entendimento é iluminado. Se o nosso entendimento não for iluminado pelo
Espírito de Deus não conseguimos discernir essas verdades. A Bíblia diz
que o diabo cegou o entendimento dos incrédulos para que sobre eles não
resplandeça a luz do evangelho (2ª Co 4.4).
Irmãos, devemos ser muito gratos a Deus por podermos estar na
verdade. Porque Ele por sua grande compaixão iluminou o nosso
entendimento para compreendermos a verdade. Coisa que é impossível a
nós, humanos, e que o poder das trevas, que é muito maior que o poder
humano, estava sobre nós. Mas assim como ele arrancou as escamas dos
olhos do apóstolo Paulo, também arrancou as escamas dos nossos olhos pelo
qual agora nós enxergamos a verdade e podemos andar na verdade sem
tropeçar em algum erro.
Outro modo também para que a luz continue nos iluminando é
vestindo-se das armas da luz. Como está escrito: „A noite é passada, e o dia
é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas
da luz‟ (Rm 13.12,13). E, também, vigiando e se preparando para a vinda do
Senhor. Nós não podemos esquecer-nos de manter as nossas lâmpadas
acessas! Paulo disse: „Vós não estais nas trevas, mas na luz, para que
aquele Dia não vos surpreenda como um ladrão‟ (1 Ts 5.4,5). Por que
aquele dia surpreendeu as cinco néscias? Porque nas suas lâmpadas a luz já
tinha se apagando a muito tempo. Então o que é a luz nesse contexto? É a
vigilância e a preparação.
A Bíblia diz que bem-aventurados são os servos que quando vier o
seu senhor estão com as suas lamparinas acessas prontos para servir (Lc
12.35-37). Ele não encontra seus servos dormindo, mas acordados. É como
você que está esperando alguém chegar em sua casa, um filho seu ou sua
esposa. Ele chega tarde da noite, mas você mantém a luz acessa para quando
ele entrar em casa não tropeçasse em algum bregueço. Assim somos nós,
temos que manter a nossa luz acessa esperando o retorno do Filho de Deus.
Nós também mantemos a nossa luz acessa buscando o entendimento
da palavra de Deus a „exposição das tuas palavras me dá luz‟(Sl 119.130).
E, também amando os irmãos, como está escrito: „aquele que aborrece a
seu irmão está nas trevas, mas aquele que ama a seu irmão a luz do Senhor
permanece sobre ele‟ (1ª Jo 2.9-11).
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus -
Filomena II em 26 de Julho de 2009
Sobre Jesus, o Perdoador e o Redentor
A paz do Senhor Jesus,
Para mim é motivo de muita alegria poder está aqui com os irmãos.
Conhecer mais uma pequena parcela do povo de Deus. Sinto-me muito
grato em poder ministrar na igreja de um amigo e irmão em Cristo, Pb.
Freitas. E, poder juntos com os irmãos estudar esse assunto tão precioso, tão
profundo e tão maravilhoso. É sobre a pessoa de Jesus Cristo. E, dentre
tantas funções que ele desempenha, iremos ver duas: Jesus, o Perdoador e o
Redentor.
Iremos dividir a nossa palestra em quatro tópicos: A realidade do
pecado; o perdão ao nosso alcance; a participação da justiça divina e livres
do pecado.
Nessa manhã pretendo introduzir algumas perguntas para incentivar
o nosso raciocínio, e também para que eu possa sondar como vocês estão
assimilando esse estudo. A primeira pergunta é bem simples: Que livro do
Novo Testamento estamos estudando? Primeira Epístola de João. Quem
escreveu essa Epístola? O apóstolo João, irmão de Tiago. E, a quem João
escreveu a sua Primeira Epístola? A Igreja de Éfeso.
João escreveu com o objetivo de instruir os irmãos sobre vários
assuntos, mas também para combater uma seita, refutar suas doutrinas e
defender a igreja contra suas heresias. Que seita é essa? Essa seita começou
a surgir no final do século um, e no século dois tornou-se uma grande
inimiga do cristianismo, e até hoje ela sobrevive em outras formas. Essa
seita é o gnosticismo.
Portanto, é importante que conhecermos as doutrinas dos gnósticos
para compreendermos os argumentos utilizados por João. Porém, o tempo
não nos permite discorrer sobre todos os assuntos. Todavia, quero ressaltar
que eles negavam a divindade de Cristo e a humanidade de Jesus. Eles não
acreditavam que o Cristo fosse humano e nem que Jesus fosse divino, e
ensinam várias aberrações absurdas acerca do Filho de Deus.
E, também, o ensinamento gnóstico da moralidade cristã. Eles
negavam que o crente precisava ter uma vida santa e moral. Pois eles
ensinavam que o corpo era mau e perverso. E, tudo quanto alguém
praticasse no corpo não contaminava o espírito. Tanto faz pecar como não
pecar, não irá fazer diferença alguma. Eles diziam até que o espírito do
homem é comparado como o ouro. Você pode lançar o ouro na lama, que
ele não se contamina. Assim também, é o espírito do homem. Pode lança-lo
no pecado, ele não é contaminado pelo pecado.
Por isso que João utiliza-se de vários argumentos para defender a
divindade do Filho de Deus e a prática moral do cristão.
A Responsabilidade Humana. O que é livre-arbítrio? É a faculdade
humana dada por Deus em que o homem tem a capacidade de fazer, por sua
livre vontade, as suas escolhas. O homem foi criado com uma natureza que
não era coagida e nem forçada a fazer a vontade de Deus. Ele foi criado com
uma natureza em que tinha a capacidade de decidir se iria fazer a vontade de
Deus ou não. Foi criado com a capacidade de tomar decisões na sua vida.
Onde ele iria morar... o que ele iria fazer da sua vida... que local iria
estudar... Então foi criado com essa capacidade. Deus deu essa capacidade a
todas as suas criaturas racionais. Tantos os anjos como os homens foram
criados com essa faculdade. E essa faculdade de tomar decisão chamamos
de livre-arbítrio. Quer dizer, os homens julgam suas próprias decisões e
escolhe que caminha irá seguir para a sua vida.
Quando Adão foi criado, foi criado um ser livre para tomar decisões.
Adão não criado como um robô, uma máquina. Foi criado com a capacidade
de raciocinar. Quando Deus disse a Adão: „De toda árvore do jardim
comerás livremente‟, estava enfatizando esse livre-arbítrio. Ele poderia
escolhe qualquer árvore que quisesse comer. Deus não precisa dizer: „hoje
você vai comer maçã‟. Não! Ele tinha a capacidade dado por Deus de
decidir qual era o seu alimento e da sua esposa. O que ele iria fazer naquele
dia; que tipo de planta iria plantar naquele dia. Ele não precisa está
constantemente policiado por Deus.
Porém, com essa capacidade que Adão tinha de tomar suas decisões,
Deus também lhe deu a responsabilidade de arcar com os prejuízos ou
benefícios das suas decisões. De modo que Deus disse: „mas da árvore que
está no meio do jardim não comerás, porque no dia em que dela comeres
certamente morrerás‟ (Gn 2.16,17).
Então, a Adão tinha a capacidade de escolhe se iria comer ou não
daquele fruto. Deus não travou a mente dele de um modo que quando ele
chegasse naquela árvore voltasse atrás. Ele tinha a liberdade de se
aproximar da árvore e decidir se deveria ou não comer aquele fruto. Deus
deu o livre-arbítrio ao homem com a grande responsabilidade de arcar com
suas decisões.
Mas, o que foi que aconteceu com o livre-arbítrio do homem? Adão
decidiu comer do fruto que lhe foi proibido por Deus, pelo seu ato livre,
pela sua própria vontade, não sendo coagido e nem forçado por ninguém. A
serpente não lhe forçou, muito menos a Eva, mas por livre vontade ele
comeu, sabendo que lhe era proibido comer do fruto, mas mesmo assim ele
comeu do fruto. A Bíblia diz que a mulher foi enganada, mas o homem não
foi enganado (1ª Tm 2.14). Ele estava consciente do que estava fazendo.
Então, o que foi que aconteceu quando Adão comeu desse fruto?
Vamos ler alguns textos bíblicos da palavra de Deus que nos mostram que
quando Adão comeu do fruto proibido o seu livre-arbítrio se tornou escravo
do pecado. A liberdade que Adão gozava, a disposição de praticar o bem e o
poder de evitar o mal foram escravizados pelo pecado.
Leiamos João 8.34: „...todo aquele que comete pecado é escravo do
pecado‟. Em Romanos 6.16: „Não sabeis vós que a quem vos apresentardes
por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis‟.
Se Adão não tivesse comido por fruto tinha continuado sendo servo
de Deus, mas quando ele decidiu comer do fruto e desobedecer a Deus
tornou-se escravo da sua desobediência. Ele se tornou escravo do seu
próprio pecado. De modo que aquela capacidade que ele tinha, de tomar
decisões por seu próprio raciocínio, foi aprisionada pelo pecado.
Iremos ver isso com mais clareza em Romanos 7.14-20, o apóstolo
Paulo começa a descrever esse aprisionamento em que a nossa faculdade de
decisão está submetida. Iremos entender como o homem, por causa de
Adão, tornou-se escravo em suas decisões. Paulo disse o seguinte: „...eu sou
carnal, vendido à escravidão do pecado. Porque o que faço não o aprovo;
pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço... De maneira
que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim...
Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita
em mim‟.
Então, o „eu‟ humano ficou aprisionado pelo poder do pecado. De
modo que, ainda que os homens não queiram pecar, eles pecam. O homem
já nasce com essa inclinação, com essa tendência, com esse desejo, para
pecar. Ainda que você diga para seu filho: „Meu filho não faça isso!‟. Ele
acaba fazendo. Ainda que você diga: „Hoje eu não vou fazer isso!‟. Você
acaba praticando. Porque a vontade do homem está aprisionada ao desejo
que habita no seu coração, que é indomável, que ele não tem a capacidade
de dominar. Então, o homem é escravo do pecado.
Foi essa a herança que Adão transferiu aos homens. De modo que
hoje o homem toma decisões em sua vida, mas a decisão de não pecar e de
obedecer a Deus tornou-se inoperante, pois ele está aprisionado pelo poder
do pecado. De modo que o homem que foi criado livre e com uma
disposição para fazer o bem, tornou-se escravo do pecado e com uma
inclinação para fazer o mal.
Agora a pergunta, irmãos, é a seguinte: Como nós herdarmos essa
natureza pecaminosa e subjugada ao pecado que não temos nada haver com
o pecado de Adão? Adão estava lá e decidiu por conta própria pecar contra
Deus. O quê é que nós temos haver com isso que hoje estamos debaixo
dessa condenação e desse poder cruel do pecado que não conseguimos nos
libertar dele.
Adão foi criado como o cabeça da raça humana. Ele foi posto por
Deus como representante natural da raça humana. De modo que assim como
um pai toma decisões por sua família, e a decisão que ele toma vai trazer ou
benefício ou prejuízo para sua família, assim também foi a decisão que
Adão tomou. Adão sendo o representante federal da raça humana, a
Escritura o chama de „o primeiro homem‟. E, diz que desse homem
descenderam todos os demais homens.
Está escrito em Romanos 5.19: „...pela desobediência de um só
homem, muitos foram feitos pecadores‟. Isso é chamado de teoria da
imputação. Deus imputou, atribuiu, colocou na conta, de todos os seres
humanos o pecado de Adão. De modo que nós não somos pecadores porque
pecamos, mas pecamos por somos pecadores. Uma criança para ser tornar
uma pecadora não precisar atingir a faixa da consciência para conhecer o
pecado e torna-la uma pecadora, ela já nasce pecadora. A criança já nasce
debaixo de condenação, do juízo; já nasce destinada à morte. Assim
nascemos apenas com uma certeza que vamos morrer. Essa é a nossa
herança adâmica.
Mas, irmãos, será que foi justo da parte de Deus imputar sobre nós o
pecado de Adão no qual não tomamos nenhuma participação? Não tivermos
nenhum direito de dizer a Adão: „Adão, por amor de Deus, não coma desse
fruto, porque se você comer todos nós vamos nos ferrar‟. Será que Deus não
foi injusto em atribuir-nos uma natureza pecaminosa, sendo que não
tomamos nenhuma decisão junto com Adão? De modo nenhum.
Pois pelo fato de Deus imputar o pecado de Adão a toda raça
humana, lhe dará o direito de poder atribuir, também, a justiça de Jesus
Cristo a todos os homens. Porque se ele não atribuísse aos homens o pecado
de Adão, também, ele não poderia atribuir aos homens a justiça de Jesus
Cristo.
Se Deus não nos condenar em Adão, também, não poderá nos salvar
em Cristo. Se não morrermos em Adão, não podemos viver em Cristo. Esses
dois homens estabeleceram o destino da humanidade. Foi a decisão desses
dois homens que estabeleceu o nosso destino. De modo que não somos
condenados por nossas obras, nem somos salvos por nossas obras. Somos
condenados pelas obras de Adão, pela decisão que ele tomou diante de
Deus. E, somos salvos pelas obras de Jesus Cristo, pela decisão que ele
tomou diante de Deus. Isso também é chamado da teoria da imputação.
Assim como Deus nos imputou o pecado de Adão, ele também,
agora, nos imputa, atribui, coloca em nossa conta, a justiça de Jesus Cristo.
Vamos fazer mais uma pergunta. Diante desse estado em que o
homem se encontra – escravo do pecado – é possível o crente tomar a
decisão de manter-se fiel até o fim? Sim!
Primeiro, por causa do novo nascimento. O que é o novo
nascimento? É a participação do homem na natureza divina. De modo que
ele recebe de Deus uma nova vida que lhe dá a capacidade de seguir fiel até
o fim no seu caminho. Quando afirmo que o crente participa da natureza
divina, não estou dizendo aquilo que Satanás disse para Adão: „comerás do
fruto e tornarás deus‟. Nem o que se prega pelos profetas da confissão
positiva que ensina que o crente é um pequeno deus, muito menos o que
ensinava os gnósticos que a salvação é ser absolvido no ser de Deus, voltar
ao estado original e se tornar deus.
Quando falo que o renascido participa da natureza divina, tenho
como base aquelas qualidades que há em Deus e que foram comunicáveis
aos homens. Há em Deus dois tipos de atributos: atributos incomunicáveis e
atributos comunicáveis. Também chamados de atributos amorais e atributos
morais. Quais são esses atributos que Deus não comunica aos homens, que
faz dele Deus e de Seu Filho Deus? São a eternidade, onipresença,
onisciência, onipotência e a soberania. São qualidades que há em Deus e
ninguém participa, por isso são chamados de atributos incomunicáveis.
Mas há atributos em Deus que ele nos comunicou. Então como nós
participamos desses atributos somos participantes da natureza divina. Quais
são esses atributos? Justiça, amor, retidão e bondade. São atributos que o
homem perdeu na Queda. Por mais que ele procure ser uma pessoa reta e
honesta, sempre vai errar e fraquejar. São atributos que o homem não traz
mais na sua natureza, de modo que ele precisa receber da divindade. E, ele
começa receber esses atributos quando nasce de novo. No novo nascimento,
ele recebe essas qualidades como fruto do Espírito para desenvolver. Algo
que foi implantado nele pelo Espírito Santo. Por essa capacidade, o crente
pode-se manter fiel a Deus.
João disse que aquele que é nascido de Deus não continua na pratica
do pecado, porque a semente divina está nele, e não pode mais viver na
velha vida do pecado (1ª Jo 3.9). Então, através do novo nascimento
recebemos um poder sobre nós que faz com que subjuguemos essa natureza
perversa que subsiste em nós ainda.
Em João 1.12,13 diz que a todos quantos creram em Jesus recebeu o
poder de serem feitos filhos de Deus. E, essas pessoas não nasceram
segundo a vontade do homem, mas segundo a vontade de Deus. Então, a
vontade de Deus é estabelecida nessa pessoa. Assim na regeneração, o
crente volta ao seu estado primitivo, e é restaurado nele aquele livre-arbítrio
que Adão tinha. Enquanto que o velho homem não consegue prosseguir
porque está debaixo do poder do pecado, o novo homem tem o poder e a
capacidade dada por Deus de decidir permanecer fiel a Deus até o fim.
A segunda razão é por causa da exortação da Palavra de Deus. A
palavra de Deus que é dirigida aos crentes não lhes dá conselhos, ordens e
mandamentos que não conseguem obedecer. João diz que os mandamentos
de Deus não são pesados ou difíceis (1ª Jo 5.3). O homem quando está
dominado pelo pecado não consegue guardar a lei, mas quando ele é liberto
do pecado consegue guardar a palavra de Deus.
De modo que a Escritura nos diz: „Sede fiel até à morte, e dar-te-ei a
coroa da vida‟ (Ap 2.10). Isso é um mandamento: „sede‟. Se Deus está nos
dando esse mandamento significa que nós temos a capacidade de sermos
fiéis.
A terceira razão porque o crente pode tomar a decisão de manter-se
fiel até o fim é por causa do poder de Deus. Leiamos Judas 24: „Deus é
poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis,
com alegria, perante a sua glória‟.
O crente além de ter o novo nascimento e a palavra de Deus que lhe
orienta, ele ainda tem ao seu auxílio, o poder de Deus, que é a capacidade e
o domínio que Deus tem de manter todas as coisas de pé! Paulo diz que para
o seu Senhor ele estará em pé ou ele cai porque Deus é poderoso para fazê-
lo ficar de pé (Rm 14.4).
Está escrito em Filipenses 2.13: „Porque Deus é o que opera em vós
tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade‟.
Então, o crente tem esse poder dado por Deus de querer fazer o bem
e pratica-lo. Não existe esse negócio de dizer: „esse é o meu jeito‟; „é a
minha índole‟; „é o meu gênio‟. Porque o cristão tem o poder dado por Deus
de subjugar a sua velha natureza. Paulo disse: „esmurro o meu corpo e o
reduzo à escravidão para que, tendo pregado aos outros, não venha eu
mesmo a ser desqualificado‟ (1ª Co 9.27).
Isso significa que se nós não tivéssemos a capacidade dada por Deus
de manter-nos fiéis até o fim, ninguém teria a capacidade e a dignidade de
pregar o evangelho e a moralidade cristã para esse mundo. Pois, como a
gente iria pregar uma coisa que não tinha a capacidade de praticar? Mas
Deus nos dar a capacidade de pregar sobre o amor, e de viver esse amor. O
crente não é largado ao léu para viver na sua própria vontade humana, mas
ele está amparado pelas mãos poderosas de Deus.
Qual é o ideal do cristão? Evitar a transgressão deve ser o propósito
de todo crente. Esse é o ideal do cristão. A Escritura diz que devemos
avançar até chegar à perfeição. A caminha cristã, conforme diz Provérbios, é
como a luz da aurora que vai brilhando cada vez mais até ser dia perfeito
(Pv 4.18). Ou como diz Davi: „... de força em força‟ (Sl 84.7). Ou como diz
Paulo: „... de fé em fé‟ (Rm 1.17) ou então, „de glória em glória‟ (2ª Co
3.18). Esse é o nosso ideal: atingir a maturidade e a perfeição.
O texto de 1ª João 2.1: „...estas coisas vos escrevo para que não
pequeis‟ era de suma importância para João, principalmente, porque ele
estava combatendo os falsos profetas do gnosticismo que ensinavam que
não precisava vencer o pecado. E, havia também, outros discípulos, que
viviam na época dos apóstolos, e ensinavam uma contradição dos
ensinamentos dos apóstolos. Os apóstolos de Deus ensinavam a graça –
„onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus‟ (Rm 5.20). Você
poder ser o pior dos pecadores, o amor de Deus lhe alcança. Deus veio
buscar os perdidos. Deus ama os pecadores.
Então, por causa desse evangelho, esses falsos discípulos
interpretavam as palavras dos apóstolos, dizendo: „Quanto mais você peca,
mais Deus lhe ama. Porque se a graça de Deus abunda no pecado, então,
iremos pecar mais ainda para termos mais da graça de Deus‟.
Paulo dá uma resposta a essa questão em Romanos 6.1,2:
„Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum.
Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele‟.
Então, de que o crente é salvo? Ora, ele é salvo de seus pecados. Se ele é
salvo de seus pecados, como agora ele irá se submeter à escravidão do
pecado.
Todavia, temos a consciência de que não iremos atingir esse ideal
cem por cento em nossa vida. Entretanto, o crente deve prosseguir em
atingir esse ideal e combater o pecado. Irei citar alguns motivos.
Primeiro, a fidelidade ao Senhor. Em suas epístolas Paulo fala
sempre em manter a boa consciência, não apenas diante dos homens, mas
também, diante de Deus. Quando renascemos de novo foi clareado em nós a
nossa consciência. Anteriormente, essa consciência estava morta,
escravizada pelo pecado. Porém, Deus acendeu uma lâmpada em nossa
consciência, um sinal de alerta. De modo, que quando iremos praticar um
erro, as nossas consciências nos acusam.
Por isso que a Escritura nos adverte do perigo de cauterizar a
consciência. De tornar a consciência petrificada de um modo que ela não
venha nos alertar. Torna-la tão rígida como um ferro que perde a
sensibilidade. As Escrituras nos exortam a manter a boa consciência; a
manter a consciência limpa.
E, como a pessoa faz isso? Não alimentando o erro em seu coração.
O cristão não pode se expor a prática constante do pecado. Quer dizer, ele
não pode emprestar o seu ouvido e sua visão a contemplar e apreciar os
pecados dos homens. Porque senão o seu coração acaba se acomodando
com essas coisas e achando que são normais.
Alguns de nós jamais iremos trair as nossas esposas. Temos até
repugnância! Porém, alguns cristãos se expõem assistir novelas em que os
casais estão constantemente se traindo. Essas práticas podem se estalar no
coração e criar uma crosta tão terrível, que se tornam normais. E, essa
pessoa corre o perigo de trair o seu cônjuge ou então aprovar como normal a
pessoa que traí. O objetivo da mídia é fazer com que algumas práticas
erradas sejam normais. É fazer com que o homossexualismo seja uma
prática normal. Quando a gente diz: „Isso não tem nada haver‟. Já é a
consciência que perdeu a sensibilidade.
Porém, para atingimos o nosso ideal temos que manter a nossa
consciência pura através da nossa fidelidade a Deus.
Segundo, a obediência às Escrituras Sagradas. Nós nos tornamos
escravos daquilo que obedecemos. Paulo falou sobre isso. Ou somos
escravos do pecado que nos leva a morte ou somos escravos da justiça que
nos leva a vida (Rm 6.16-23). De modo que nós somos ou escravos de Adão
ou escravos de Jesus Cristo. Pois o homem não tem condições de
estabelecer a sua própria salvação. Ele não consegue se libertar de Adão
sem Cristo. E ele não pode seguir a Cristo sendo servo de Adão. O homem
ou está em Adão ou está em Cristo.
Então, para ele ser de Cristo tem que obedecer as Escrituras. Para ser
servo de Cristo tem que se tornar servo das Escrituras. Como diz os
apologistas: „A Igreja é serva das Escrituras, e não as Escrituras é serva da
Igreja‟. Leiamos Romanos 6.17: „Mas graças a Deus que, tendo sido servos
do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que foste
entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça‟.
Essa decisão de se submeter à doutrina cristã que nos dará a
capacidade de atingir o nosso ideal de não pecar. Está escrito: „Escondi a
tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti‟ (Sl 119.11).
Quando a palavra de Deus penetra em nossos corações começa a
fazer parte do nosso ser, e, assim quando queremos errar vem um texto
bíblico à nossa mente; nos lembramos de uma doutrina, de uma mensagem,
de uma palavra, de um versículo. É essa palavra de Deus que nos conduz. A
Escritura é nosso manual de fé e regra. Por isso que não podemos
negligenciar a leitura das Escrituras. Um cristão não pode deixar de ler as
Escrituras. Porque quando ele ler as Escrituras estar treinando a sua mente.
Ele está se munindo de subsídios, de armas e de ferramentas que lhe
protegerão no terreno da tentação. Foi no deserto que Jesus Cristo utilizou a
palavra de Deus para vencer o diabo.
A palavra de Deus é a única arma que temos de ataque! Todas as
outras armas são de defesa. Mas a palavra de Deus é a nossa espada de
atacar. É com ela que vencermos o desejo ao pecado através da obediência
às Escrituras (1ª Pe 1.22).
O terceiro motivo que nos leva a atingir o nosso ideal é: a
determinação de não pecar. O cristão pode dizer pra si mesmo: „eu não vou
pecar contra Deus‟. O homem carnal não tem essa capacidade. Mas o crente
renascido tem essa determinação. Se eu sou uma pessoa chata, posso decidir
a não ser uma pessoa chata. Tem pessoa que tem uma natureza insuportável.
Insuportável para a esposa, para os filhos, para os amigos. Porém, ela tem a
capacidade de suplantar essa pessoa insuportável.
Os cristãos vivem em um estado de: „Posso não pecar‟. Era o estado
que Adão vivia. Se Adão não tivesse comido do fruto esse estado „posso
não pecar‟ iria se transformar em outro estado que seria: „Não posso pecar‟.
Veja que são dois estados: „posso não pecar‟ e „não posso pecar‟. Então,
nós cristãos vivemos nesse estado: „posso não pecar‟, quer dizer, podemos
tomar a decisão de não pecar. Porém, quando Jesus Cristo voltar, o cristão
irá atingir o estado: „não posso mais pecar‟.
De modo que João escreveu: „filhinhos não pequeis, mas se alguém
pecar...‟ isso significa que estamos sujeitos a pecar, todavia temos a
capacidade de não pecar. Mas, quando entrarmos na glória celestial não
poderemos mais pecar. Não seremos mais tentando. Não sentiremos mais
desejos pelo pecado. Porque estaremos no estado de „não posso pecar‟.
A salvação é desenvolvida em três estágios: a justificação, que é ser
salvos da condenação do pecado; a santificação, em que somos salvos do
poder do pecado; e por último, a glorificação, em que seremos salvos da
presença do pecado. Ali não haverá coisa alguma que contamine (Ap
21.27).
O quarto motivo é: o Espírito Santo que habita em nós. O Espírito
Santo produz em nós as virtudes do Seu fruto, que é o caráter de Cristo em
nós. E uma dessas virtudes é o domínio próprio.
E Se Pecarmos? Antes, porém, temos que saber por que o crente
peca? O crente tem duas naturezas: a nova natureza em Cristo e a velha
natureza em Adão. O que é a velha natureza? É a nossa herança adâmica. As
Escrituras a chama de velho homem em Romanos 6.6: „Sabendo isto, que o
nosso velho homem foi com ele crucificado‟, em Efésios 4.22: „quanto ao
trato passado, vos despojeis do velho homem‟ e em Colossenses 3.9:
„...vocês já se despiram do velho homem com suas práticas‟.
No novo nascimento a velha natureza não é eliminada, nem
removida e nem extirpada. Por isso que o crente ainda peca. Esse velho
homem está em constante conflito com o Espírito Santo que habita em
nosso novo homem. Assim lemos em Gálatas 5.17: „Pois a carne deseja o
que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário a carne. Eles
estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que
desejam‟.
A natureza pecaminosa não é o corpo! Alguns cristãos pensam que
quando a Bíblia fala em mortificar a „carne‟ refere-se ao corpo. Alguns
cristãos dizem: „eu tenho que jejuar três ou quatro dias para matar essa
carne‟, enquanto beliscam o corpo. Mas, o corpo é apenas um instrumento.
Paulo disse que assim como vocês usaram o corpo como instrumento para
as impurezas, assim devem usar, agora, como instrumento para santificação
(Rm 6.13,19).
Todavia, em alguns textos bíblicos, de modo figurado, a velha
natureza é chamada de corpo. Por exemplo, Paulo quando disse „esmurro o
meu corpo e o reduzo à escravidão‟. Não significava que Paulo praticasse
algum tipo de punição ritualística e ascética sobre o seu corpo. Esse corpo
que ele está se referindo é a natureza pecaminosa. Essa natureza que lhe
escravizava, agora é ele que a escraviza.
Do mesmo modo, quando Jesus Cristo disse: „se a tua mão direita te
escandalizar, corta-a e lança fora‟ (Mt 18.8,9), não estava falando do corpo
físico, mas da natureza pecaminosa.
Portanto, o conflito de Gálatas 5.17 está dentro de nós. O Espírito
querendo nos levar às práticas cristãs corretas e a carne tentando nos levar
às práticas antigas, aqueles velhos hábitos. Por exemplo, a pessoa que tinha
o hábito de mentir; qualquer coisinha mentia. Quando essa pessoa vem para
Cristo, o evangelho lhe diz: „você deve agora falar a verdade‟. Mas, como
essa pessoa tinha o hábito de mentir, vai sentir tentada a mentir, quando se
encontrar nas mesmas situações em que costumava mentir. Agora, você tem
quem que matar esse hábito através do Espírito Santo.
Como o Espírito faz isso? Ele conduz a pessoa às mesmas
circunstâncias em que ela mentia. E, agora ela terá que enfrentar e falar a
verdade. Todavia, o fato de o cristão mentir, não significa que ele não
nasceu de novo, mas que está voltando às práticas do seu velho homem.
Porém, ele tem a capacidade de não praticar a mentira.
A batalha do cristão não é apenas contra o diabo, mas também contra
a carne. Temos um combate tanto externo como interno. Eu, penso, que o
combate interno é o pior. Porque ele está com o cristão a todo o momento. O
diabo não conhece os nossos pensamentos, mas o velho homem conhece.
Ele sabe muito bem aquilo que poveia a nossa mente.
Veremos algumas práticas que nos ajudam a vencer a batalha contra
a velha natureza.
Temos a vigilância e o hábito de orar. Leiamos Mateus 26.41:„Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca‟. Esse espírito é exatamente a nova natureza. A nova
personalidade que o cristão tem que desenvolver. Muito embora, essa
natureza esteja pronta, porque ela nasceu de Deus. Assim, é que a pessoa
que se converte no leito da morte, está salva. Entretanto, a carne permanece
sujeita às paixões mundanas. Por isso que o cristão tem que está alerta,
vigilante. Porém, quero deixar bem claro, que o cristão não se abdica da sua
velha natureza quando morre, mas quando ressuscita.
Porque é na ressurreição que o corpo é redimido e a natureza
adâmica é destruída (1ª Co 15.42-49). Não é a morte que nos livra da
natureza pecaminosa, pelo contrário, a morte é a consequência da natureza
pecaminosa. Mesmo estando morto, e seu espírito no paraíso, o corpo ainda
precisa se livrar da consequência do pecado. A consumação da salvação não
acontece na morte, mas na ressurreição. Ainda que o crente entre na glória
no momento da sua morte, é apenas um antegozo, uma salvação incompleta.
Paulo disse que não queria ser „despido, mas absorvido pela vida‟
(2ª Co 5.4). Paulo considerava essa desencarnação do corpo na morte como
se ele estivesse despido, mas ele desejava na verdade era ser revestido da
habitação celestial. Portanto, o clímax da nossa pregação é a ressurreição.
Porém, até a ressurreição o cristão tem que está alerta e em constante
oração contra o pecado que lhe rodeia e permeia em todo lugar. A oração é
importante para fortalecer o homem interior.
A alimentação adequada também nos fortalece contra a carne. Assim
como o corpo precisa de alimentos saudáveis para se manter, assim também
a nossa natureza espiritual precisa de alimentos saudáveis. Por outro lado,
para matar a velha natureza temos que retirar dela os alimentos prejudiciais
que lhe fortalece. Conforme disse Paulo em Romanos 13.14: „revesti-vos do
Senhor Jesus Cristo e nada disponhais para a carne no tocante às suas
concupiscências‟. E, Gálatas 5.24: „os que são de Cristo Jesus crucificaram
a carne, com as suas paixões e concupiscências‟.
E, por último ser cheio do Espírito Santo, ou seja, ser dominado pelo
Espírito. Leiamos Gálatas 5.16: „Andai em Espírito, e não cumpríeis a
concupiscência da carne‟ e Romanos 8.13: „... pelo Espírito mortificardes
as obras do corpo, vivereis.‟
O perdão ao nosso alcance. Neste ponto ficaremos com as palavras
do Dr. Eliezer de Lira e Silva: „Ninguém que diz seguidor de Cristo e da sua
Palavra vive contando com perdão antecipadamente e mantendo uma
conduta de vida pecaminosa. Entretanto, todo crente que, pecando,
arrepender-se de seus pecados de coração, tem um Advogado junto a Deus
que é fiel, justo e o conhece completamente, Jesus Cristo, Filho de Deus.
O crente que por fraqueza, falta de vigilância e desobediência,
cometeu algum pecado, não pode e nem deve duvidar do amor de Deus e do
poder restaurador do Evangelho por meio de Jesus Cristo.
Por que Jesus pode perdoar? A santidade de Deus requer a punição
para o pecado. Mas Cristo, amorosa e voluntariamente, sofreu em nosso
lugar, tomando sobre si a pena do pecado. Assim, toda exigência da lei
divina quanto ao culpado, foi satisfeita plenamente na cruz quando Ele
efetuou a nossa redenção pelo seu sangue.
Por esse ato de amor, obtivemos o perdão dos pecados; assim,
fomos salvos da perdição eterna‟ (4ª lição, do 3° Trim/2009).
A satisfação da justiça divina. Além de nosso Advogado Jesus é
também a nossa „propiciação pelos nossos pecados‟. O que é propiciação?
Vem do verbo “propiciar” que significa “satisfazer a lei divina violada pelo
transgressor”. Era um sacrifício vicário e expiador com derramamento de
sangue para aplacar a ira da divindade. No antigo Israel esse sacrifício era
realizado no Dia da Expiação. Quando o Sumo sacerdote entrava no Santo
dos santos e aspergia o sangue sobre a tampa da arca da aliança, e essa
tampa se chamava propiciatório (Hb 9.2-7).
Por que Cristo se tornou propiciação? Primeiro, porque Cristo pagou
a pena do pecado ao morrer por nós. Leiamos 2ª Coríntios 5.21: „Àquele que
não conheceu pecado, o fez pecado por nós‟; e Romanos 8.3: „Deus,
enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado
condenou o pecado na carne‟.
Segundo, porque toda exigência da lei divina quanto ao culpado, foi
satisfeita plenamente na cruz quando Cristo efetuou a nossa redenção pelo
seu sangue. Assim lemos em Romanos 1.16: „Porque do céu se manifesta a
ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens‟ e Romanos
3.24-26: „Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção
que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no
seu sangue para demonstrar a sua justiça... neste tempo presente, para que
ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus‟.
Terceiro, porque Jesus Cristo era o único homem que podia fazer
isso. De acordo com Romanos 5.14: „...Adão...era a figura daquele que
havia de vir‟ e 1ª Coríntios 15.45, chama Jesus de „último Adão‟ e o
versículo 47 diz: „O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo
homem, o Senhor, é do céu‟.
Como Cristo se tornou propiciação? Cristo é o Cordeiro escolhido
por Deus desde a fundação do mundo para morrer em nosso lugar (Ap 13.8).
Porém a sua morte foi injusta. Lemos em 1ª Pedro 3.18: „... Cristo padeceu
uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus‟.
Assim a lei de Deus condenou um homem justo, então a lei de Deus
tinha que fazer a compensação ou indenização. Veja o que está escrito em
João 19.7: „Os judeus insistiram: Temos uma lei e, de acordo com essa lei,
ele deve morrer, porque se declarou Filho de Deus‟. Jesus foi julgado pelo
Sinédrio e condenado a morte como blasfemador pelo Sumo sacerdote,
representante de Deus na terra, por todos os membros do Sinédrio, que eram
representantes da lei de Deus (Mc 14.61-64).
Se como justo, Jesus foi condenado a morte injustamente, a sua
morte torna-se vicária. Atos 3.14 confirma isso: „...vós negastes o Santo e o
Justo, e pediste que se vos desse um homem homicida‟. E, também a sua
morte serviu de expiação. Porque uma vez que Jesus não tinha pecado, ele
morreu como vítima do pecado. Então o seu sangue vertido tem valor de
resgate. Leiamos em 1ª Pedro 1.18,19: „Sabendo que não foi com coisas
corruptíveis, como prata e ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira
de viver... mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro
imaculado e incontaminado‟.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus- Ancuri
em 09 de Agosto de 2009
Sobre a Chegada do Anticristo
Quem é o Anticristo? Geralmente nossos teólogos afirma que o
Anticristo é a „personificação do diabo‟. Porém, não podemos entender
como se fosse uma encarnação. Porque na verdade o Anticristo é um
homem. Não é um espírito que vai se encarnar em alguém. Não! Ele é um
ser humano normal. Quando nossos teólogos dizem que o Anticristo é a
personificação do diabo, eles querem dizer, que ele trará em seu caráter toda
a perversidade, crueldade, artimanha de Satanás com seus projetos satânicos
que o diabo pretende implantar nos últimos dias que antecede a vinda de
Jesus Cristo.
O Anticristo é personificação do diabo porque ele é o personagem
principal que o diabo usará para dá o seu último golpe final sobre o mundo e
sobre Israel. Portanto, ele é o representante principal do diabo. Aquele
governante que Satanás está mantendo em segredo para usá-lo na última
hora, no momento certo.
Porém, pelas Escrituras Sagradas podemos saber e conhecer: como o
Anticristo será, como ele agirá, como será suas ações malignas. A Bíblia nos
dá toda a revelação. De modo que não corremos o risco de sermos
enganados. A não ser se negligenciarmos as advertências que as Escrituras
nos fazem.
O Anticristo é um líder mundial de habilidades e capacidades
desconhecidas. Quer dizer, para que ele possa atrair as nações e ter o
controle sobre o mundo deverá ser um líder altamente gabaritado. Seu
carisma, sua oratória, seus projetos e suas soluções para os conflitos
mundiais o destacarão como esperança deste mundo globalizado.
Em 2ª Tessalonicenses 2.8, Paulo chama o Anticristo de „iníquo‟.
Iníquo é aquele que não tem respeito pela Lei, que é contra a Lei. Não a Lei
do mundo, mas a Lei de Deus. O Anticristo é aquele que vai impor
conceitos que encontrarão em choque com a Palavra de Deus. Trará
novidades que vão infligir a Palavra de Deus. E, para que ele possa ter esse
espaço, o mundo já está sendo preparado para que essas leis, esses novos
conceitos, sejam implantados.
Mudanças estão surgindo, seja na família, nas nações, na economia,
na política, na religião, nas instituições e outros setores, chamadas de Nova
Ordem Mundial.
O Apocalipse descreve o Anticristo como a besta (Ap 13.2-10,18;
19.20), e em Daniel, ele aparece como o chifre pequeno (Dn 7.8). Porém,
João é o único escritor bíblico que o chama de Anticristo.
O apóstolo João revela todo poder de Satanás em uma besta. Essa
besta tem sete cabeças e dez chifres. Nessa besta, João, contempla todo o
governo que existiu no mundo e existirá até o último que haverá por ocasião
da vinda de Jesus Cristo. Veja aí, a sabedoria da palavra de Deus em juntar
em uma só besta todos esses governos para que entendermos que o nosso
inimigo é um só, e seu objetivo é um só.
Em Daniel temos uma estátua, vista em sonho por Nabucodonosor,
que é composta de várias partes feitas de ouro, prata, bronze, ferro e barro,
que também representam os governos mundiais. Ao serem mostrados em
uma só estátua significa também que o inimigo é um só.
Em Apocalipse 12, João vê um grande dragão vermelho que o
identifica como Satanás. Então, por trás da besta e da estátua está o
governante deste mundo, o príncipe das trevas. Como Satanás governa este
mundo? Através da besta animalesca e da estátua.
Alguns cristãos têm a impressão que a obra de Satanás diz respeito
apenas a macumba, a bruxaria e a feitiçaria. E, que a obra da igreja em
relação ao diabo se compõe em exorcismo. Todavia, o diabo está agindo e
operando, principalmente, através desses poderes políticos, econômicos e
religiosos. Então, quando identificamos quem são esses governos mundiais
temos uma ideia de onde o Anticristo surgirá, como ele agirá e aonde ele se
estabelecerá.
João diz que a besta tinha sete cabeças, e o anjo lhe explicou que
cada cabeça representa um reino. E, para que João pudesse identificar quem
são esses reinos, o anjo lhe disse: „Desses reinos, cinco já caíram, um existe
e o outro ainda não veio, mas quando vier durará pouco tempo‟.
Quem são os reinos mundiais que caíram antes de João? Iremos
entender quem são esses reinos quando lermos a revelação de Daniel. Pois,
Daniel fala desses reinos que caíram. Não apenas Nabucodonosor teve um
sonho acerca desses reinos, como também, o próprio Daniel teve visões
acerca desses reinos em figuras de animais no capítulo 7 do seu livro.
Por exemplo, o primeiro animal é um leão com asas de águia, o
segundo animal é um urso, o terceiro um leopardo com quatro asas e quatro
cabeças e o quarto animal, Daniel não conseguiu identifica-lo com nenhum
animal da terra, apenas disse que era um animal terrível e espantoso com
dez chifres. Então as revelações de João, Daniel e o sonho de
Nabucodonosor se completam.
No sonho de Nabucodonosor a estátua tem dez dedos, Daniel fala de
dez chifres, João viu na besta dez chifres e o dragão, que aparece no capítulo
12 de Apocalipse, tem, também, dez chifres. Isso nos mostra a unidade de
assunto e a referência ao mesmo governo.
Quais são esses cinco reinos que caíram antes de João? O Egito, a
Assíria, a Babilônia, Média-Pérsia e a Grécia. Esses impérios dominaram o
mundo antes do surgimento do Cristianismo. E, todos eles perseguiram o
povo de Deus.
O Egito escravizou Israel por 400 anos, a Assíria destruiu todo o
reino norte de Israel em 722 A.C, a Babilônia se pôs como grande inimiga
de Judá, levou os judeus cativos para Babilônia, onde ficaram 70 anos,
destruiu totalmente a cidade de Jerusalém e o templo, local de adoração dos
judeus, trazendo um grande infortúnio sobre aquela nação. De modo que as
profecias de Isaías, Jeremias e Habacuque descrevem a invasão da Babilônia
em Israel com visões terríveis e espantosas, tonando-se em símbolo das
coisas que irão acontecer no futuro.
Há também a Média-Pérsia que inicialmente beneficiou o povo de
Deus, quando Ciro proclamou um edito dando permissão aos judeus
retornarem a sua pátria e edificarem o seu templo. Contudo, sabemos que
durante o governo de um determinado monarca, chamado Assuero, o povo
de Deus, aos cuidados de Hamã, quase iriam ser destruídos, quando Satanás
pôs no coração de Hamã um projeto maligno e perverso para acabar com o
restante do povo de Israel que ficaram naquele local.
Temos também a Grécia, que é um império que não aparece nas
Escrituras. A Pérsia encontramos nos livros de Neemias, Esdras e Ester.
Mas a Grécia não aparece como governo, é apenas citada nas profecias. Ela
governou durante o período chamado de Interbíblico. Alexandre, o Grande,
imperador da Grécia, beneficiou os judeus. Inclusive foi a Grécia que
traduziu a Bíblia Hebraica para o grego chamada de Septuaginta, e isso
favoreceu que a palavra de Deus se expandisse em muitas nações que falava
o grego.
Daniel representa a Grécia como um leopardo de quatro asas e
quatro cabeças significando que esse império iria ser dividido em quatro
partes.
De fato isso aconteceu. Quando Alexandre morreu, seus generais
dividiram o seu império. E, dois desses generais, o do Egito e o da Síria,
tentaram dominar a Palestina e entraram em conflito. Esse conflito é citado
detalhadamente na profecia do capítulo 11 de Daniel.
Daniel fala de dois reis, um chamado de rei do Sul, o Egito, e o outro
de rei do Norte, a Síria, que são os Ptolomeus e Selêucidas. E, é através do
governo dos Selêucidas que surgirá uma personagem terrível que se tornará
uma figura profética do Anticristo. Toda a revelação do Novo Testamento
acerca do Anticristo é inspirada nesse personagem terrível. Quem é ele?
Ele é conhecido como Antíoco Epifânio. Esse nome Epifânio, foi
que ele mesmo se autodenominou, que significa a manifestação de deus.
Esse terrível rei da Síria cria um ódio muito grande contra os judeus. Ele
arquiteta em seu coração um projeto maligno de dá cabo da nação judaica.
Ele invade Jerusalém, profana o templo dos judeus ao destruir o altar
sagrado e erigir um altar dedicado ao deus Zeus, um deus da Grécia, e
sacrifica um porco nesse altar, animal imundo segundo a lei dos judeus.
E, não apenas isso, mas também, mandou caçar todas as cópias
existentes das escrituras hebraicas, e ordenou queimá-las e destruí-las. E, é
por isso, que hoje, há poucas cópias das Escrituras Hebraicas nas grandes
bibliotecas do mundo. Nós só temos o rico tesouro das Escrituras Hebraicas
porque foram escondidas em cavernas e descobertas em 1948. Antes desse
achado, a única cópia que tínhamos das Escrituras Hebraicas era um
manuscrito do ano 900 da era cristã.
Isso dava margem para os críticos dizerem: „Como vocês sabem que
a Escritura está correta se a única cópia que vocês têm, que não é original,
é do século IX depois de Cristo, se a Bíblia foi escrita, conforme vocês
afirmam, há milênios atrás‟.
Então, essa extinção das Escrituras do Antigo Testamento foi por
motivo desse ataque dos inimigos dos judeus. Essa perseguição de Antíoco
Epifânio contra os judeus durou três anos e meio. Após isso, se levantou os
macabeus resistiu esse Anticristo, o venceram e purificaram o santuário de
Israel.
Esse rei tornou-se um personagem profético citado no Apocalipse.
Os comentaristas o consideram como o Anticristo do Antigo Testamento.
As mesmas ações que ele teve, o Anticristo futuro também terá.
Portanto, esses reinos foram os cinco reinos que existiram antes de
João e que faziam parte dessa besta que João viu no capítulo 13 de
Apocalipse. Por isso que a besta, que é descrita na profecia como „era, e não
é, mas surgirá‟ (Ap 17.8), representa reinos que vão surgindo no decorrer da
história da humanidade. Então, o Anticristo não representa apenas um
homem que surgirá em um futuro próximo ou distante. Mas, são governos
que já trazem esse espírito anticristão. Ele operou no Antigo Testamento,
operava na época de João, opera em nossa época e vai se manifestar de uma
maneira terrível no futuro.
Temos que atentar para isso! Vivemos em uma época em que o
governo anticristão já domina. Qual era o governo que existia na época de
João? O Império Romano. O império romano era a sexta cabeça da besta,
pois, se cinco já caíram e um existe, então, é a sexta. Esse sexto governo,
que na visão de Daniel aparece como um animal terrível e espantoso, era o
império romano. Talvez tenha sido um dos mais terríveis inimigos do povo
de Deus.
Porque os romanos não só causaram a destruição do ano 70 A.D.,
quando os judeus foram dispersos e a sua pátria destruída, como também,
mandou crucificar o Filho de Deus, perseguiu e matou muitos cristãos.
Porém, a profecia revela que esse governo iria sofrer uma ferida mortal. Em
Apocalipse 13.3,14 diz: „vi uma de suas cabeças com uma ferida mortal...
como se fosse ferida à espada‟. O império romano iria sofrer uma ferida
mortal. Mas diz a profecia também que essa ferida seria curada.
Quando foi que o império romano sofreu essa ferida mortal ou esse
golpe à espada que causou arruína do império romano? O império romano
governou toda a Europa por muitos anos, uns 500 anos. Porém, os romanos
se esqueceram de que ao redor deles havia alguns povos, chamados de
povos bárbaros, que não respeitavam as leis romanas e nem se submetiam às
exigências dos imperadores de Roma. Então, de uma maneira despercebida,
enquanto o governo romano ia se enfraquecendo, eles se fortaleciam. E
foram exatamente esses povos bárbaros, que não tinham governo, nem
nação e nem estrutura, eram apenas povos nômades, que conseguiram
penetrar na Europa e destruir o império romano.
No ano 467 D.C., foi o ano que marcou a queda do império romano
do ocidente. E, foram esses povos bárbaros que se tornaram as nações
europeias: França. Inglaterra, Holanda, etc. Na profecia essas nações
europeias representam os dez chifres que iriam surgir do quarto reino (Dn
7.23,24). O império romano, segundo a profecia, iria ser desintegrado, e no
lugar dele, em seu território, iria surgir dez nações. Evidentemente que esse
número dez, não é literal, mas simbólico, e representa a totalidade de todas
as nações que surgiram na Europa.
Com a desintegração do império romano surgiram as nações
europeias. Porém, o surgimento das nações europeias não se constitui na
cura de Roma. Porque foram elas que causaram a ferida mortal. Então, qual
é essa cura? Desde que a Roma dos césares caiu, nunca mais se ergueu.
Qual foi a Roma que se ergueu, substituiu os imperadores e tornou-se a
cura? A Roma Papal!
Assim, os papas também estão incluídos no instrumento anticristão
de Satanás. Eles também representam esse Anticristo. Portanto, o papismo é
considerado como a cura da ferida mortal causado no império romano pelas
nações bárbaras. Porque foram exatamente os papas que assumiram o
governo onde os césares reinavam, em Roma. Eles sentaram no trono dos
imperadores e governaram sobre o povo que os imperadores governavam.
Daniel disse que entre os dez chifres iria surgir um chifre pequeno e
que derrubaria três chifres e se estabeleceria como um reino (Dn 7.8). Esse
chifre pequeno é o papismo. Porque os papas assumiram poder político
depois da desintegração do império romano e combateram os povos
bárbaros e venceram algumas deles outros levaram à conversão ao
catolicismo. De modo que os papas surgiram como um reino e tornaram-se
governantes.
A Escritura diz que esse governante iria perseguir o povo de Deus
(Dn 7.21). Foi exatamente isso que os papas fizeram, perseguiram
terrivelmente os crentes. Esse governo papal torna-se símbolo e figura do
último governo que surgirá.
Infelizmente, irmãos, que o governo papal passa despercebido pelos
cristãos [da AD]. Porque nós temos uma visão do Anticristo totalmente
distanciada desse governo do Papa. E não está distanciado. Pois, os papas
fazem parte do mesmo governo anticristão que está vindo. O Papa também
está atrelado a esta besta que representa o Anticristo. Os papas de Roma não
são personagens soltos na profecia. Pelo contrário, as revelações proféticas
nos levam exatamente a esse local.
De modo que a Escritura o identifica como um „chifre pequeno‟. E,
qual é o governo pequeno na Europa, que praticamente, governa o mundo
todo? O Vaticano, onde está estabelecido o papado.
As perseguições dos papas contra os cristãos estão nas profecias.
Porque, muito embora, o Anticristo há de perseguir o Israel e alguns
cristãos. Contudo, as perseguições de que fala a Bíblia é vista como um
todo. Temos que dividir a figura profética para entender a revelação, mas na
visão profética é uma coisa só.
Então, quando o Egito perseguiu Israel estava perseguindo o povo de
Deus, pelo qual nós fazemos parte. Do mesmo modo, quando a Babilônia
destruiu os judeus, não foram apenas os judeus que foram destruídos, mas o
povo de Deus. O povo de Deus é uma só unidade, assim como o inimigo é
apenas um nas mãos de Satanás.
Portanto, é muito pretensioso da parte da igreja dizer que „irmãos,
nós vamos subir e a desgraçada de Deus vai cair sobre Israel‟. Mas a
desgraça que vai cair sobre eles, é como, também, estivesse caído sobre nós.
Porque o Nome que será vituperado será o nome de Deus, o mesmo nome
que nós invocamos e adoramos. Tem cristão que diz: „eu não tô nem aí pra
isso, eu não estarei aqui‟. De modo nenhum! Temos que nos interessar.
Porque tanto judeus como cristãos estão combatendo o mesmo
inimigo. E, se nós não iremos enfrentar o futuro personagem que trará a
manifestação do Anticristo, contudo, estamos enfrentando o Anticristo por
intermédio de outros governos.
O Jornal Mensageiro da Paz publicou uma reportagem, no mês
passado [julho/2009], sobre uma reunião do G8 (os oito países mais rico do
mundo) arquitetando e planejando projetos para um governo unificado.
Porque o mundo está ciente que a solução é a globalização. Essa nova
ordem era impossível na época de Daniel, na época de João, mas na época
atual não é impossível. Pois o mundo já está reunido em bloco de nações.
Há a União Européia, na Ásia temos os tigres asiáticos, na América Latina,
temos o Mercosul. O passo para unir esses blocos de nações é pequeno.
Nesse mês, [setembro/2009], o Jornal Mensageiro da Paz traz uma
reportagem em que o papa Bento XVI defendeu a unificação global, e ele
disse mais: „...a única solução é uma autoridade única. De haver um
político único que velha unir todas as nações e implantar o novo sistema
econômico-religioso‟. Então, veja que o papismo não é algo que passa
despercebido.
Nesse trimestre a nossa revista da EBD fala uma coisa interessante,
que comentarista nenhum de todas as revistas da Assembleia de Deus tenha
falado. Até então, o Dr. Antônio Gilberto dizia que a Igreja não precisava se
preocupar com o Anticristo porque quando ele surgir, a Igreja terá sido
arrebatada há muitos anos atrás. Mas veja o que o Dr. Eliezer de Lira e Silva
diz: „seu surgimento ocorrerá antes do arrebatamento da igreja‟(7º Lição
do 3° Trim/2009)...
Mensagem Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Ancuri
No Culto de Missão em 09 de Agosto de 2009
Sobre o Preço do Resgate dos Pecadores
A Paz do Senhor,
Nesta noite, eu pretendo trazer uma mensagem bem básica. E,
começar com uma verdade fundamental, mas também terrível. Contudo, é a
verdade que abre os céus para nós. É uma verdade que incomoda.
Entretanto, é exatamente a verdade que nos põem em sintonia com Deus. É
uma verdade que nos dá um impulso de subir ao monte Calvário e ser
lavado no sangue de Jesus.
É uma verdade que está engasgada neste mundo, mas os homens
terão que engoli-la seca. Entretanto, aqueles que a engole seca sente o
frescor da água da vida.
Mas que verdade é essa? É que nós somos pecadores! É uma verdade
que incomoda a muitos, mas foi essa verdade que nos resgatou das trevas
para a sua maravilhosa luz. As pessoas que entram em relação com Deus
são exatamente aquelas pessoas que vem ao altar de Deus e reconhece de
peito aberto, sem máscara e com véu rasgado: „eu sou um pecador!‟.
O apóstolo João diz que aquele que diz que não tem pecado é um
mentiroso, e os mentirosos não são filhos de Deus, mas filhos do diabo.
Então, a grande verdade para nos tornar em filhos de Deus é exatamente
reconhecer àquilo que os fariseus não quiseram reconhecer que somos todos
pecadores. Mas Paulo, se abriu diante de Deus, e disse: „eu sou o pior dos
pecadores‟. Por isso que a graça de Deus fluiu poderosamente na vida
aquele homem, porque reconheceu a verdade fundamental que nos põem de
pé na presença de Deus.
Temos que reconhecer que somos pecadores e que temos uma
carência imensa da graça de Deus, que precisamos da sua misericórdia e da
sua compaixão.
Os profetas proclamaram em cada esquina sobre essa verdade
suprema de que todos os homens sem distinção são pecadores e não passam
de meros pecadores. Essa verdade incomoda. Porque a mensagem hoje é
que os homens não são pecadores. De que o pecado é uma invenção da
religião. Mas a verdade das Escrituras, a palavra de Deus é essa: nós somos
pecadores.
Não somos pecadores apenas porque pecamos. Os pecados são
apenas agravantes. Mas, somos pecadores porque trazemos em nossa
natureza íntima essa tendência para o pecado, essa pecaminosidade, essa
natureza perversa. Que não se consegue servir a Deus de maneira reta, digna
e fiel. Quando nos chegamos a Deus de cabeça erguida e dizendo: „Deus, eu
não sou como os demais homens‟. Desse modo a graça de Deus nunca vai
nos atingir.
Mas a graça de Deus nos alcança, quando nos aproximamos de Deus,
sem ousar olhar para cima, mas com a cabeça baixa, batendo no peito,
dizemos: „Tem misericórdia de mim que sou um pecador‟. É, quando
reconhecermos essa verdade que a graça de Deus nos atinge de uma maneira
maravilhosa e tremenda, nos erguendo e colocando-nos diante da presença
do Pai celestial e supremo.
Irmãos, já nascemos pecadores! Os homens não se tornam
pecadores, eles já nascem pecadores. Davi reconheceu isso quando disse:
„eu nasci em pecado, e em iniquidade me concebeu minha mãe‟. Então, é
uma herança que trazemos do berço. Uma herança terrível e já nascemos
com ela. Nascemos pecadores, vivemos pecadores e morremos pecadores.
É uma desgraça que está em nós e não temos condições e nem a
capacidade de nos livrar dela. Mas louvado seja Deus! Porque Ele amou os
pecadores.
Jesus disse uma coisa tremenda: „Eu não vi buscar justos, mas
pecadores e leva-los ao arrependimento‟. E, onde abundou o pecado,
superabundou a graça de Deus!
Mas, por que nascemos pecadores? Deus criou todas as coisas. E,
acerca das coisas que Deus criou no principio, está registrado: „Viu Deus
que era muito bom‟. Um ser perfeito não cria nada imperfeito. Como, então,
a raça humana, que é a coroa da criação, que são representantes de Deus,
que foram criados a imagem e semelhança de Deus, podem ter nascidos
pecadores?
Iremos agora ler um texto da palavra de Deus em Romanos 5.17 e
iremos conhecer a origem dessa coisa e de como essa coisa se apegou no
mais intimo do nosso ser e não nos larga com toda a nossa resistência. Está
escrito: „É verdade que, por causa de um só homem e por meio do seu
pecado, a morte começou a dominar a raça humana‟ (BHL).
Por causa do pecado de um só homem, todos se tornaram-se
pecadores. Mas, como pode ser isso? Quem é esse homem? Adão! Mas
como pode ser isso de o pecado de Adão atingir a todos nós? Nós não
consentimos com ele na sua desobediência. Nós não seguimos o seu
caminho. Nós nem se quer existíamos. Adão não vez uma reunião conosco
dizendo: „Nós agora vamos tomar do fruto proibido‟. Não tivemos nem
quiser o direito de poder contestar com ele, e dizer: „Não iremos participar
com você dessa rebelião‟.
Como, então, a sua decisão de desobedecer a Deus nos afetou? De
modo que toda a natureza da criação veio está debaixo da condenação, da
fatalidade, da inutilidade e da vaidade. De modo irrecuperável para o
homem. Uma maldição que caiu sobre nós pelo qual não tivemos nenhuma
participação com Adão no Éden.
Porque Adão foi posto como a cabeça de todos nós; porque Adão foi
criado como representante federal da raça humana. Foi criado como
representante de todos nós. De modo que a sua decisão dizia a respeito a nós
todos. Aquilo que ele decidiu diante de Deus foi o que Deus depositou na
conta de todos nós.
É como um pai de família que toma as suas decisões, e as decisões
que ele toma vai ter uma consequência sobre a sua família. Se ele trabalhar
o mês todo, e no final do mês receber o seu salário, e resolver gastá-lo
todinho no primeiro bar que encontrar. Toda a família vai sofrer a
consequência dessa decisão que ele tomou.
Então, Adão foi criado como nosso representante, como nosso pai,
como a nossa cabeça natural. E, aquilo que ele decidiu diante de Deus, ele
não decidiu apenas por ele mesmo. Ele decidiu por todos nós.
Mas será, irmãos, que é justo da parte de Deus imputar em nós o
pecado de Adão? Será que Deus foi honesto, correto e fiel quando ele
decretou que todos são pecadores porque Adão pecou? De modo que
nascemos pecadores, porque herdamos dele essa natureza, pela qual a
chamado de natureza adâmica. Será que Deus foi justo em nos chamar de
pecadores porque Adão decidiu comer do fruto proibido?
Deus é muito mais do que justo! Por que razões? Porque se Deus não
depositasse em nossa conta o pecado, a maldição e a condenação de Adão,
ele também, não poderia depositar em nossa conta a graça, a justificação, o
amor e a vida eterna trazidos por Jesus Cristo, o nosso Senhor.
É por isso que a Escritura diz que por um só homem entrou o pecado
no mundo, mas, por um homem, também, veio a graça e a salvação de Deus
para todos homens.
Então são esses dois homens, Adão e Cristo, que decide o destino de
toda a raça humana. Todas as decisões que eles tomaram diante de Deus nos
afeta. Assim como Deus imputou em nós o pecado de Adão, ele agora
imputa em nós a justiça de seu Filho. De modo que somos condenados
porque não fizemos nada, Adão fez por nós, também somos salvos porque
não fazemos nada, pois Cristo fez por nós.
Essa é a razão porque dizemos que os homens são salvos
simplesmente pela graça de Deus. Louve ao Senhor! Porque esse projeto
que ele arquitetou de que seremos salvos em Jesus Cristo, não foi planejado
às pressas no jardim do Éden quando Adão pecou, mas muito antes de Adão
ter vindo a esse mundo, antes da criação dos céus, da terra e dos anjos, Deus
já havia planejado na eternidade a nossa salvação.
Está escrito: „o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo‟
(Ap 13.8). Na eternidade distante, Deus fez uma reunião secreta. Não teve
participação de anjos. Gabriel não esteve presente e nem Miguel. Apenas a
Trindade. Decidiram esse segredo: qual seria o destino da raça humana.
Nenhum anjo nem demônio tomaram participação nesse propósito secreto
de Deus estabelecido em Cristo. A Escritura diz que „multiforme sabedoria
de Deus, agora, é revelada aos principados e potestades nos ares‟ (Ef
3.10).
Quando Satanás tentou Adão e Eva, ele pensou que estava atingido o
projeto de Deus. Não! Ele estava colocando o projeto de Deus em
andamento. Ele estava abrindo a porta pela qual Deus iria revelar a sua
verdade. Então, quando ele estava dando gargalhadas ao ver Adão e Eva
comendo do fruto, Deus disse: „Da semente da mulher...‟, até então Satanás
nunca imaginou que haveria isso, „da semente da mulher, nascerá um que
pisará a cabeça da serpente‟.
Eu acho infeliz e uma colocação muito triste, quando alguns
mensageiros de Deus dizem que Deus chamou Gabriel e perguntou:
„Gabriel, você quer morrer pela humanidade‟. E, Gabriel disse: „Senhor, eu
não‟. „Miguel, você quer ir morrer pela humanidade?‟. ‟Eu não‟, disse
Miguel. Os anjos não têm autoridade de poder decidir nada diante de Deus.
Eles são servos, e tem que obedecer a ordem do Deu supremo.
Irmãos, veja só o valor que Deus determinou para cada um de nós.
Porque se um objeto tem valor do preço pelo qual nós o determinamos,
então a humanidade tem um valor imenso diante de Deus, que foi o valor do
sangue precioso de Jesus Cristo, o Filho de Deus. De modo que ouro e prata
não poderiam quitar diante de Deus o preço do nosso resgate a não ser o
sangue vivo de Jesus Cristo.
A Escritura diz que: „Àquele que não conheceu pecado, Deus o fez
pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus‟ (2ª Co 5.21).
Então, veja irmãos, que troca maravilhosa: Deus rasgou o nosso trapo velho
que recebemos de Adão, e nos vestiu com a justiça de Jesus Cristo. Deus
arrancou aquele espírito de escravidão que havia em nosso coração, e
derramou o Espírito de abundância que há em Cristo Jesus. Pelo qual
podemos nos dirigir a Deus e chama-lo de nosso Pai celestial, na maior das
intimidades.
Os judeus nem sequer ousava citar o Nome de Deus. Diz que o sumo
sacerdote pronunciava o Nome de Deus apenas uma vez por ano, no dia da
expiação. Os escribas quando faziam cópias das Escrituras Hebraicas,
lavavam as mãos várias vezes quando chegavam no Nome de Deus.
Enquanto os judeus não ousava citar o Nome de Deus, mas, em Jesus Cristo,
o Filho de Deus, nós chamamos Deus é de nosso Pai em uma intimidade
tremenda, gloriosa e maravilhosa. Nós que éramos meros pecadores,
destinados à condenação do inferno, agora fomos adotados por Deus em
Cristo.
Então, a condenação está em Adão, mas a salvação está em Cristo.
Mas, como Cristo se tornou a nossa salvação? Por que Cristo teve condições
de nos ligar a Deus, de desfazer todas as maldições que pesava sobre nós?
Porque ele se tornou homem. Ele não nos podia salvar como um ser divino.
Ele tinha que nos salvar como homem. Entenda o preço que Deus começou
a pagar. Ele não poderia escolher qualquer humano para pagar o preço do
resgate da escravidão ao pecado que Adão nos vendeu. Porque todos eram
pecadores sem condições e sem capacidades.
O Filho de Deus assumiu o preço do resgate. Mas não podia nos
salvar como Deus. Porque não foi Deus que pecou no jardim do Éden, mas
o homem. Então, para que o preço fosse justo tinha que ser um homem para
morrer em nosso lugar. O preço começou a ser pago, quando o Filho de
Deus desceu da Sua glória, deixou de lado todas as suas prerrogativas
divinas e se tornou um homem, um homem perfeito, para agora diante de
Deus poder tomar a decisão por nós.
E, Ele foi colocado em uma situação pior do que a de Adão. Porque
Adão estava no jardim do Éden arrodeado de belezas, mas Jesus Cristo foi
posto no deserto, onde não havia pão, e possivelmente também não havia
água. Era terrível o local. Mas, foi ali que ele decidiu por nós. Quando
Satanás disse: „Coma do pão‟. Ele respondeu: „Não só de pão viverá o
homem, mas de toda palavra que saí da boca de Deus‟.
Entenda o preço do resgate: Jesus Cristo tonou-se um homem justo e
fiel, enfrentou as piores provações, mas não desobedeceu a palavra de Deus,
não quebrou a sua integridade e a sua fidelidade, até mesmo, quando esteve
no Getsêmani em que sua alma foi angustiada profundamente, derramou
suor em gotas de sangue, sentiu a agonia da morte, aceitou a vontade do Pai
e bebeu o cálice da morte.
Jesus foi preso naquela noite e levado ao tribunal supremo dos
judeus para ser condenado. Foi julgado pelos representantes da Lei de Deus,
os sacerdotes, escribas e fariseus, isto é, o Sinédrio. Eles tinham recebido a
Lei e eram responsáveis de aplicar a Lei. Esses homens condenaram Jesus
Cristo à morte, muito embora, não tivesse transgredido a Lei. Não havia
nada que constava contra ele, mas mesmo assim, foi réu de morte. E, como
ele morreu como justo, a sua morte tornou-se como um valor de resgate para
todos nós.
Então, para terminar, preste bem atenção no que eu vou dizer: a Lei
de Deus quando condenou Jesus Cristo à morte, ela cometeu uma injustiça.
Porque não se pode condenar um inocente. Porque a Lei de Deus cometeu
uma injustiça estava obrigada a indenizar e fazer a compensação pelo
prejuízo.
Quando alguém é preso inocentemente, sofre e é condenado. Depois,
se descobre que aquele homem era inocente. O Estado tem por obrigação de
fazer a indenização daquele homem. Assim aconteceu com Jesus Cristo,
pelo fato dele ter morrido injustamente, a Lei de Deus ficou obrigada de
fazer a indenização.
E, qual foi a indenização? Foi essa: „Pai eu te peço que todo aquele
que creem em mim, não pereça, mas tenha a vida eterna‟. „Eu te peço que
todo aquele que tenha fé em mim, nenhum deles se percam, mas que eu o
ressuscite no último dia‟. É essa a indenização, irmãos! Por ter a Lei
condenado um justo, agora tem que nos indenizar e fazer a compensação
nos dando a justiça de Jesus e a vida eterna em Jesus Cristo.
Portanto, você que nessa noite está conosco e ainda não teve um
encontro com Deus, eu quero dizer que o único meio que você tem de se
reconciliar com Deus e receber dele a vida eterna é entrar pelo Caminho
chamado Jesus Cristo, o Filho de Deus. Porque Ele foi o único que morreu
injustamente, inocentemente, então, é o único que pode nos justificar e nos
absolver diante de Deus. Não perca essa oportunidade de entregar a sua vida
ao Senhor Jesus Cristo. Amém.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Codó em 17 de Agosto de 2009
Sobre a Chegada do Anticristo
O apóstolo João foi o primeiro e único que usou essa expressão:
Anticristo. Muito embora seja um personagem muito citado nas profecias
bíblicas tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento. Mas, João
foi o que o identificou como o mais terrível perseguidor do povo de Deus
dos últimos dias.
Irei dividir a nossa palestra em dois tópicos: primeiro, Quem é o
Anticristo? e segundo, Os Anticristos. João não só fala do Anticristo, como
também ele fala dos anticristos. Isso significa que assim como Jesus Cristo
teve o seu precursor ou porque não dizer os precursores, incluindo todos os
profetas e João Batista, assim também, o Anticristo tem os seus precursores,
incluindo os falsos cristos, os falsos profetas, falsos pastores e tudo quanto é
contrário a Cristo e Sua palavra.
Então essa palavra „anti+cristo‟ o prefixo „anti‟ é um termo grego
que tanto pode significar „aquele que é contra Cristo‟ ou „aquele que
procura substituir Cristo‟. O termo não significa antes de Cristo, mas aquele
que se opõem ou substitui a Cristo. O anticristo procura tomar o lugar de
Cristo na Igreja.
Quem é o Anticristo? Quando o Anticristo se manifestará
publicamente? O que o Anticristo fará? E qual é o destino do Anticristo?
Iremos tentar responder essas questões intrigantes.
O mundo está sendo montado como um palco ou uma plataforma
para receber o último Anticristo e principal de todos os anticristos. O
representante principal do diabo. Ele não é o diabo. Ele também não é a
encarnação do diabo. Os nossos comentaristas dizem que o Anticristo será
uma personificação do diabo. Mas isso não significa que ele será uma
encarnação do diabo, e nem que ele será um homem sobre-humano ou
sobrenatural. Não! Ele será um homem comum, nascido de uma mulher e
um homem, mas dotado com grandes habilidades e capacidades para
solucionar, conforme acreditam, os conflitos mundiais.
Quando falamos do espírito do Anticristo não significa uma entidade
espiritual que vai se encarnar, mas é exatamente essa influência, essa
atmosfera anticristã, que está reinando e governando às nações. Essa
influência diabólica anticristã que está influenciando o mundo para uma
grande oposição contra Deus e ao seu povo, e, que tem como cabeça o
homem principal.
Essa influência também aparece em alguns pastores que querem se
promover a custa do evangelho, que querem projeção usando o nome de
Cristo. Estes estão vestindo a carapuça de falsos profetas, e assim, como o
Anticristo, querem tomar o lugar de Cristo. Esses falsos profetas são reflexo
do Anticristo e estão nos revelando como serão essas qualidades perniciosas
do Anticristo.
Esse espírito anticristão está preparando as nações, religiosamente,
politicamente e economicamente para receber o Anticristo. Alguns
governantes como Nero, Hitler e Papas, que se opuseram a fé judaico-cristã,
são prefiguras do Anticristo. Todos trazem esse espírito anticristão. A Bíblia
quando fala do Anticristo não se refere apenas a um homem, mas um
sistema anticristão que tem se oposto ao povo de Deus.
O Apocalipse revela esse sistema na figura de uma besta terrível.
Essa besta não é apenas um homem, mas um sistema mundial que vem
governando o mundo desde muitos anos atrás. Apocalipse 13 revela que
essa besta tem sete cabeças e dez chifres.
No capítulo 17 de Apocalipse, o anjo interpreta a João que essas sete
cabeças representam sete reinos mundiais que governariam a terra. Em
todos esses sete governos mundiais representam esse sistema anticristão. De
modo que esses governos, esses impérios mundiais, podem ser chamados
também de anticristo. Muito embora, as profecias falam de um personagem
principal que vai fazer guerra contra o Cordeiro. Porém, os anteriores
apontam para esse Anticristo principal.
Assim os faraós que governaram no Egito, e que se
autodenominaram deuses e exigiam do povo adoração são símbolo e
representantes do Anticristo.
As sete cabeças da besta, no capítulo 17, a fim de que João pudesse
identificar quem era essa besta, o anjo começa dizendo: „Das sete cabeças,
cinco já caíram, um existe e outro ainda virá‟. Antes de João, houve cinco
governos mundiais, e todos esses governos mundiais perseguiram o povo de
Deus.
Quem são esses governos mundiais? O Egito, a Assíria, a Babilônia,
a Pérsia-Média e a Grécia. Esses cinco impérios mundiais, na época de João,
já não governavam mais sobre o mundo, mas anteriormente, haviam
governado. Os egípcios, na época de Abraão, José, Moisés e Josué,
governavam o mundo. Era uma potência mundial.
Portanto, o Egito faz parte desse sistema anticristão que é esse
grande instrumento de Satanás, por meio do qual ele governa o mundo, os
povos e as nações, e que procura destruir da terra o Nome de Deus e o povo
que adora esse Nome.
Temos também, a Assíria que tentou destruir o povo de Deus,
destruindo dez tribos de Israel. Era um império muito cruel e perverso. E,
também faz parte dessa besta que está a serviço de Satanás para governar o
mundo e o povo de Deus.
Satanás está por trás desses governos, por isso que ele aparece no
Apocalipse 12 como um grande dragão vermelho com sete cabeças e dez
chifres. Então, essas sete cabeças e dez chifres representam esses mesmos
impérios da besta. Portanto, por traz de cada um desses impérios mundiais
está o diabo, tentando através deles, dominar o mundo.
O profeta Daniel, também, teve revelações semelhantes as de João.
No capítulo 2, Nabucodonosor tem um sonho de uma grande estátua que foi
interpretado por Daniel. Essa estátua era dividida em vários metais: cabeça
de ouro, braços e peito de prata, o ventre e o quadril de bronze e as pernas
de ferro e os pés com seus dez dedos em parte de ferro e parte de barro.
Esses mentais representam os mesmos governos mundiais da besta do
Apocalipse.
No capítulo 7 de Daniel, ele viu esses reinos representados por
quatro animais: um leão, um urso, um leopardo e um animal terrível e
espantoso com dez chifres. Entenda que tanto a estátua unificada, como a
besta unificada representam esses governos mundiais. Muito embora essas
nações tenham uma cultura e uma política diferente uma da outra, todas
compõem um único governo, cujo líder é o diabo. Dentro da visão profética,
o inimigo do povo de Deus é um só.
As três últimas das cinco cabeças da besta: Babilônia, Pérsio-Média
e Grécia são apresentadas na estátua simbolizando a Babilônia como a
cabeça de ouro, Pérsio-Média representando os braços e peito de prata e a
Grécia representando o ventre e o quadril de bronze. O mesmo simbolismo é
representado em Daniel 7, a Babilônia na figura do leão, a Pérsio-Média na
figura do urso e a Grécia na figura do leopardo.
Então esses cinco impérios: Egito, Assíria, Babilônia (606-536 A.C),
Pérsio-Média (536-331 A.C) e a Grécia (331-146 A.C), na época do
apóstolo João todos já haviam governado.
A Grécia foi dividida em quatro partes, por isso que o leopardo tinha
quatro asas e quatro cabeças, simbolizando que esse império iria ser
dividido em quatro governos: Síria (Nicátor Seleuco I), Egito (Ptolomeu
Lagos I), Macedônia (Cassandro) e Troácia (Lisímaco). Dentre esses
governos, na Síria, surgiu um personagem chamado Antíoco Epifânio no
período conhecido como interbíblico, que fica entre Malaquias e Mateus.
Muitas profecias de Daniel faziam referência a esse governante. Esse
governante é considerado como o Anticristo do Antigo Testamento. Porque
as profecias que foram faladas acerca dele são, também, aplicadas, no livro
do Apocalipse, ao Anticristo futuro.
Em Daniel 8, é dito que ele iria se levantar contra o povo de Deus,
deitar a verdade por terra e profanar o santuário em Jerusalém pelo período
de 3 anos e meio, que em Daniel aparece como 1.290 dias (Dn 12.11) ou um
tempo, dois tempos e metade de um tempo (Dn 12.7) ou ainda 2.300 tardes
e manhãs (Dn 8.14). Em todos esses períodos foi o tempo em que Antíoco
Epifânio profanou o templo sagrado de Israel, quando ele erigiu um altar
profano no templo, colocou ali uma estátua do deus da Grécia, Zeus, e
sacrificou no templo um porco.
Esse homem perseguiu os judeus para destruí-los, perseguiu também
as Escrituras destruindo muitos das cópias das Escrituras Hebraicas. Flávio
Josefo, em seu livro da Antiguidade, fala desse homem, aplicando nele as
profecias de Daniel. Então, Antíoco Epifânio é o primeiro personagem das
profecias de Daniel.
Irmãos, algumas profecias não têm apenas um sentido, elas podem
ter dois ou três sentidos. Quando fala de um personagem, àquele
personagem pode representar personagens futuros, um tipo e o seu antítipo.
Por exemplo, Salomão foi um rei que governou em Israel. As profecias
referente a Salomão e seu reino são também aplicadas à Cristo e seu Reino.
Muitas profecias do livro de Daniel acerca de Antíoco Epifânio são,
também, aplicadas ao Anticristo.
Temos o quarto animal terrível e espantoso representado, também,
pelas duas pernas longas da estátua, que é, também, uma das cabeças da
besta. O anjo disse à João „que um existe‟. Qual era o governo que existia na
época de João? O Império Romano. Ora, se as cinco cabeças representam: o
Egito, a Assíria,, a Babilônia, a Pérsio-Média e a Grécia, então, a sexta
cabeça representa o império romano.
O império romano é representado pelas duas pernas da estátua. São
duas pernas simbolizando duas fases no governo romano. A Escritura diz
que uma das cabeças da besta seria ferida com uma espada mortal. Essa
cabeça é a sexta cabeça, o império romano, que sofreu um duro golpe de
espada. Mas, diz também, a profecia que essa cabeça seria curada e toda a
terra iria adorar a besta.
Qual foi essa espada mortal que arruinou e derrubou o império
romano? Ao redor do império romano surgiram alguns povos, que não
falavam o latim e nem estavam debaixo do governo de Roma, por isso eram
considerados como povos bárbaros. Esses povos não tinham territórios
fixos, não eram nações estabelecidas. De modo que eles começaram a tentar
invadir o império romano.
Na época em que começou surgir os povos bárbaros, o império
romano estava enfrentando várias crises políticas e econômicas. Então, ele
estava enfraquecido. Enquanto que o império romano enfraquecia, os povos
bárbaros se fortaleciam. Foram exatamente esses povos bárbaros que
invadiram o império romano e o golpearam com as suas espadas mortais.
Portanto, a sexta cabeça foi ferida quando os povos bárbaros
conseguiram deitar por terra esse grande e terrível governo romano. A data
da queda de Roma foi em 476 D.C. Porém, a profecia diz que essa cabeça
iria ser curada. Quando o império romano caiu, o que foi que surgiu das
cinzas desse império? Quem começou a governa na cidade onde o império
romano tinha sua capital? Quem surgiu das ruínas do império romano?
O império romano é representado pelo animal terrível e espantoso.
Esse animal tem dez chifres. Esses dez chifres iriam surgir depois da
desintegração do império romano. Quando o império romano fosse
destruído, iriam surge dez reinos. Esse número dez não é literal, mas
simbólico, representando a plenitude, a totalidade.
Quando o império romano se desintegrou surgiram as nações
europeias através da civilização dos povos bárbaros, isto é, esses povos
bárbaros se transformaram nas nações europeias, como a Alemanha,
Inglaterra, Holanda e todos os países do continente europeu do ocidente.
Essas nações tiveram suas origens nesses povos bárbaros.
Porém, as nações europeias não representando a cura do império
romano, porque foram elas que causaram essa ferida. Essa cura da cabeça
ferida do império romano é o papado. Foi o papado que ressurgiu o império
romano. Foram os papas que substituíram os imperadores. Foram eles que
se assentaram no trono dos imperadores em Roma. Foram eles que
conseguiram manter toda cultura de Roma e governar sobre as nações
bárbaras.
Muito embora as nações bárbaras conseguiram vence os cesáres não
venceram os papas. Os imperadores caíram diante do poder dos bárbaros,
mas os bárbaros caíram diante do poder dos papas. Então, os papas
representam a cura da cabeça da besta. As duas pernas da estátua representa
a Roma pagã e a Roma papal. A cabeça ferida representa a Roma pagã e a
cabeça curada representa a Roma papal.
Em Daniel 7.7 diz: „Depois disto eu continuei olhando nas visões da
noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual
tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava
aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram
antes dele, e tinha dez chifres‟.
Que animal é esse? O império romano. Quem são os dez chifres?
Leiamos Daniel 7.24: „E, quanto aos dez chifres, daquele mesmo reino [do
império romano] se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o
qual será diferente dos primeiros, e abaterá a três reis‟.
Veja que Daniel fala de dez reinos que surgirão do império romano,
e que entre esses dez reinos surgiria um que iria abater três desses reinos.
Essa profecia tem duplo sentido. Tanto ela se refere ao papado como
também ao Anticristo futuro. Porque tudo que diz acerca desse chifre tem
uma aplicação no papado.
A profecia o chama de „chifre pequeno‟ (Dn 7.8) – os papas
governam no menor país do mundo, o Vaticano. Ele é pequeno em seu
território, mas governa o mundo todo. Diz também que esse chifre pequeno
iria abater alguns desses reinos (Dn 7.24) – de fato, os papas para poderem
assumir o seu poder temporal ou político, pois, até então, quando os
imperadores eram vivos, os papas tinham apenas o poder religioso, para que
eles pudessem assumir o poder político, depois que o império romano caiu,
os papas tiveram que vencer muitos dos povos bárbaros que destruíram o
império romano.
A profecia também diz que o chifre pequeno iria mudar a lei e os
tempos (Dn 7.25). Os papas mudaram os dez mandamentos. O segundo
mandamento que proíbe a adoração de escultura, no catecismo da Igreja
Católica não existe esse mandamento. O quarto mandamento que diz:
„Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo‟. Os papas substituíram por
„guardai domingos e feriados‟. Os papas deitaram a Escritura por terra,
proibiram a leitura das Escrituras e a publicação das Escrituras. Eles
mantinham as Escrituras presas em suas bibliotecas fechadas ao público. Os
papas mudaram as doutrinas cristãs e acrescentaram outras doutrinas.
Diz também a profecia da Daniel que o chifre pequeno iria perseguir
os santos (Dn 7.21) – e, os papas, de fato, perseguiram e mataram muitos
servos de Deus taxados de hereges. Eles foram terríveis perseguidores dos
cristãos. Assim como Antíoco Epifânio tornou-se símbolo do Anticristo,
assim, também os papas aparecem nas profecias bíblicas como
representantes do Anticristo futuro. Já me perguntaram se o Anticristo pode
surgir dentre os papas do Vaticano? Sim!
A primeira besta do Apocalipse representa a Europa, e é dela que
surgirá esse terrível e futuro Anticristo, que aparece no Apocalipse como a
oitava cabeça.
Leiamos Apocalipse 17. 8: „A besta que viste era e já não é, e há de
subir do abismo...‟. Veja as fases em que a besta passará. A besta que „era‟
representada todos os impérios antigos que passaram do Egito à Grécia. A
besta que „já não é‟ refere-se a queda que o império romano iria sofrer, e a
besta que „há de subir do abismo‟ ou „aparecerá‟ representa essa cura
trazida pelos papas.
Em Apocalipse 17.11 diz: „E a besta que era e já não é, é ela
também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição‟. Essa outra fase da besta, „o
oitavo‟ é o futuro Anticristo e surgirá na Europa e terá o apoio das nações
europeias (Ap 17.12,13). Se não for um futuro papa terá também o apoio do
papa de Roma.
As nações europeias estão unificadas na União Europeia. Essas
nações fazem reuniões anuais com objetivo de arquitetar planos e projetos
para trazer soluções para os conflitos e crises mundiais. O Papa Bento XVI
disse em uma das reuniões que a única solução do mundo seria uma
autoridade única e mundial em que todos deve se submeter. Essa
reportagem saiu no Jornal Mensageiro da Paz em Agosto/2009.
Se o Anticristo futuro não for o papa, terá o apoio do papa de Roma.
Por que o Papa tem interesse na unificação do governo mundial? Porque ele
sabe que vai se beneficiar. Porque só pode existir uma política mundial com
uma economia mundial se existir uma religião mundial. Pois, a maioria dos
conflitas das nações são em nome da religião. Por exemplo, os conflitos no
Oriente Médio em nome da religião. Os ataques terroristas são também em
nome da religião. As guerras que surgem no mundo são em nome da
religião.
Então, o Papa sabe que se houver uma união da política e da
economia também haverá uma unificação mundial das religiões. Na
verdade, o Papa já está promovendo isso através do Ecumenismo. E, já
existe a Igreja Mundial formada por protestantes, budistas, católicos e outras
religiões.
Em Apocalipse 17. 10: „E são também sete reis; cinco já caíram, e
um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um
pouco de tempo‟. Entenda, „cinco já caíram‟: Egito, Assíria, Babilônia,
Persio-Média e Grécia. „um existe‟: Roma pagã e Roma papal. Pois os papas
representam a cura ferida na sexta cabeça, que é o sexto reino. „outro ainda
não é vindo‟, o sétimo reino que ainda iria se formar são os dez chifres, os
dez dedos e os dez reinos: as nações europeias, a Europa.
Essas nações europeias „ainda não receberam o reino, mas
receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta‟ (Ap
17.12). Essa besta é a oitava cabeça que surgirá quando as nações europeias
entregar ao Anticristo o poder e autoridade que elas possuem (Ap 17.13),
em outras palavras, e „darão à besta o seu reino‟ (Ap 17.17).
A primeira besta, que é a União Europeia e o Anticristo-Papal, irá
dominar o mundo. E, o Catolicismo é a religião do Anticristo. Em
Apocalipse 17, João vê a mesma besta do capítulo 13. E, assentada sobre
essa besta, ele viu uma mulher luxuoso, embriagada com o sangue dos
santos e chamada de Grande Babilônia.
Essa mulher representa duas coisas: a cidade de Roma e a Igreja
Católica. Por que a cidade de Roma? Porque é a cidade que está edificada
sobre sete montes. A profecia diz „a mulher que viste é a grande cidade‟
edificada sobre „sete montes, sobre os quais a mulher está assentada‟ e que
governa „povos, multidões, nações e línguas‟ (Ap 17.9,15,18). Então, a
cidade que está edificada sobre sete montes é a cidade de Roma. Lá foi a
sede dos imperadores, e é a sede dos papas, onde está localizado o Vaticano,
dentro do território de Roma. E também é a sede da Igreja Católica Romana.
A Igreja Católica é a religião do Anticristo. O futuro Anticristo será
a oitava cabeça que surgirá na besta. O comentarista da EBD, Dr. Eliezer de
Lira e Silva diz uma coisa interessante: „o surgimento [do Anticristo]
ocorrerá antes do arrebatamento da igreja‟(7º Lição do 3° Trim/2009).
Muito embora, nessa lição, ele diga que a sua „manifestação‟ ocorrerá
depois do arrebatamento. Isso significa que a Igreja poderá conhecer esse
Anticristo. Mas, o fato é que já o conhecemos, não como pessoa, mas como
sistema. A Europa é o Anticristo.
Porém, para que a Europa assuma o controle do governo mundial
precisará do apoio de uma grande potência. E, qual é a superpotência
mundial que „governa‟ o mundo? Os Estados Unidos.
Irmãos, prestem bem atenção, no que vou dizer: todos os governos
mundiais aparecem no livro do Apocalipse. Será que os Estados Unidos, que
é uma superpotência mundial, que podemos dizer que governa o mundo
capitalista, não está no livro do Apocalipse? Claro que está! E quem é os
Estados Unidos na Bíblia?
Os Estados Unidos é a segunda besta do Apocalipse 13.11-18. A
nossa Igreja Assembleia de Deus não afirma isso! Mas, se lermos as
profecias que diz respeito a segunda besta, chamada de falso profeta,
concorrem para que seja os Estados Unidos.
Em Apocalipse 13.11 diz que a segunda besta surgiu da terra.
Enquanto que o império europeu surge do mar, onde estavam concentradas
as nações, os Estados Unidos surge em um território onde não havia nações
e nem civilização. Diz que a segunda besta tem o poder de fazer descer fogo
do céu à terra, à vista dos homens (Ap 13.13). Os Estados Unidos fez descer
fogo do céu quando destruiu duas cidades do Japão: Hiroshima e Nagasaki.
Diz, também o Apocalipse, que a segunda besta tem aparência de um
cordeiro, mas fala como um dragão (Ap 13.11). Os Estados Unidos prega os
direitos humanos e a liberdade religiosa, essa é a sua aparência de cordeiro,
mas por detrás é um dragão, porque aqueles que não se submetem ao
capitalismo, ele mata, destrói e dá fim, como deu fim ao Iraque e pretende
dar fim a outras nações.
Diz ainda a profecia que a segunda besta tem dois chifres
representando as duas formas de governo que há nos Estados Unidos: os
republicanos e os democratas (Ap 13.11).
Essa besta americana vai promover a adoração da Europa (Ap 13.12)
e implantará, também, um único sistema econômico, que é o capitalismo
(Ap 13.16-18). Os Estados Unidos vai implantar o capitalismo, no final dos
tempos, através da força e da guerra. Nos Estados Unidos está surgindo um
cartão, o Modex, em que as pessoas substituirão pelo dinheiro e que no
futuro será substituído por um chip (Ap 13.16,17).
Portanto, a segunda besta do Apocalipse tem um potencial de ser os
Estados Unidos e, a primeira besta a Europa, de onde, surgirá o Anticristo.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Codó em 25 de Agosto de 2009
Sobre a Nossa Eterna Salvação
O assunto dessa palestra é a Nossa Eterna Salvação, irei dividi-lo em
três tópicos: primeiro, Deus, o provedor da salvação; segundo, Jesus, o autor
da salvação; e terceiro, o Espírito Santo, o mantenedor da salvação.
A salvação é uma obra do Deus trino. Toda a Trindade está
envolvida na salvação da raça humana.
O Pai é aquele que planejou a salvação. Foi Ele que arquitetou todo
projeto salvífico. O Filho é aquele que executa e põem em prática o projeto
que o Pai estabeleceu. E o Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade, é aquele que aplica o projeto da salvação, efetuado por Jesus
Cristo, aos nossos corações. É Ele que faz com que o evangelho objetivo se
torne em evangelho subjetivo. A experiência que Cristo teve, o Espírito faz
com que essa experiência, também, seja a nossa experiência.
O nosso primeiro tópico, Deus - o provedor da salvação, iremos
analisa-lo em três pontos: a salvação na eternidade passada: o planejamento
do Pai; a salvação no presente: o processamento; a salvação na eternidade
futura: acabamento.
A nossa salvação passa por esses três tempos. Ela foi planejada na
eternidade passada, antes de todas as coisas. Ela foi processada e realizada
na cruz por Jesus Cristo. E, ela vai ser concluída. Somos salvos, segundo a
palavra de Deus, em esperança e pela fé, mas a nossa salvação ainda vai ser
consumada, terminada, totalmente completada, acabada.
Na eternidade passada, o Pai estabeleceu um plano secreto em
Cristo. Ninguém sabia desse plano. Esse plano secreto não foi revelado à
Adão. Nenhum anjo e nem demônio sabia deste plano secreto de Deus. As
únicas pessoas que conheciam esse plano secreto eram: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
No decorrer da história salvífica, Deus passou a revelar aos seus
profetas esse plano e através de seus apóstolos trouxe a interpretação desse
plano secreto.
Iremos ler algumas referências bíblicas: Efésios 1.11; 3.11: „Nele,
digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados,
conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho
da sua vontade‟ e „Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus
nosso Senhor‟.
O plano é secreto e eterno. Quando Deus criou Adão, revelou-lhe o
plano para raça humana. Que plano era esse? Que os descendentes de Adão
iriam viver uma vida maravilhosa no paraíso de Deus como humanos
perfeitos e obedientes a Deus. Esse foi o plano de Deus a Adão. Cresçam,
multipliquem e dominem toda a Terra (Gn 1.26-28). O paraíso que Adão
tinha ao seu redor deveria ser estendido à toda a terra, e aquela vida perfeita
que Adão tinha juntamente com Eva deveria ser transmitido aos seus
descendentes.
Porém, Adão deveria passar por uma provação para que pudesse ser
confirmado nesse plano de Deus. Esse plano de Deus foi quebrado por
Adão. Ao desobedecer a Deus, ele derrubou por terra o projeto de Deus para
a raça humana. Todavia, Deus que é sabedor de todas as coisas, antes da
queda de Adão, antes da criação dos céus e da Terra e antes da criação dos
anjos, estabeleceu um plano secreto.
De modo que aquilo que Deus projetou para Adão, Deus sabia que
Adão se tornaria incapaz de cumprir, então ele estabeleceu um plano secreto
para cumprir, não mais através de Adão, mas, agora, através de Seu Filho
Jesus, aquilo que ele estabelecera para os descendentes de Adão.
Esse plano secreto de Deus entrou em ação quando Adão pecou (Gn
3.15). Satanás pensou que havia destruído o propósito de Deus para com
Adão e a sua raça. Mas, ele estava redondamente enganado. Pelo contrário,
ele estava dando à Deus a oportunidade de colocar em andamento o seu
plano secreto.
É exatamente aqui em que entra um dos assuntos mais polêmicos das
Escrituras Sagradas. Esses assuntos doutrinários parecem que estão em
choque. É sobre a presciência de Deus e a predeterminação de Deus. Por
que? Porque aqueles que creem na presciência de Deus dizem que Deus
determina todas as coisas porque Deus sabe, de antemão, o que vai
acontecer. Por exemplo, por que Deus determinou um plano secreto? Porque
Deus sabia que Adão iria pecar contra Ele. Essa é a crença na presciência de
Deus, isto é, Deus conhece todas as coisas de antemão, e baseado nesse
conhecimento, ele estabelece a Sua vontade soberana.
Quem acredita assim, segue o ensinamento arminiano. Esse
ensinamento vem de um teólogo chamado Jacó Armínio (1560-1609): os
decretos de Deus são baseados em sua presciência ou pré-conhecimento. De
modo que Deus, na eternidade, conhece os salvos e os perdidos. E, baseado
nesse conhecimento é que Ele escolhe os salvos para a salvação. Jacó
Armínio quando desenvolveu essa doutrina, o fez, para refutar outra
doutrina que se opõem a essa doutrina, que é, a doutrina da predeterminação
de Deus.
Deus conhece todas as coisas porque Ele determinou todas as coisas
e Deus determinou todas as coisas porque Ele conhece todas as coisas. Não
sei se você percebe a sutileza e a diferença entre essas duas afirmações. Na
presciência, o conhecimento de Deus vem antes da determinação, e na
predeterminação, a determinação de Deus vem antes do conhecimento.
Por exemplo, na predeterminação, Deus não sabia que Adão iria
pecar, Ele determinou que Adão pecasse. Deus não sabia que Satanás iria
cair, Ele determinou que Satanás caísse. De modo que os salvos são salvos
porque Deus predeterminou e predestinou os salvos antes de todas as eras, e
os perdidos são perdidos porque Deus determinou que tais pessoas sejam
perdidas. Essa definição teológica é chamada de calvinismo. Uma doutrina
desenvolvida por João Calvino (1509-1564) que Armínio fazia refutação.
A nossa Igreja Assembleia de Deus segue o pensamento de Armínio,
acreditando que a eleição e a predestinação é baseada no pré-conhecimento
de Deus. Esse assunto sobre a presciência de Deus e a determinação de
Deus é um dos assuntos mais polêmicos das Escrituras e dos homens. Pois,
entra a questão da soberana vontade de Deus e da responsabilidade moral e
vontade humana.
Alguém me perguntou: „Deus determinou que Judas iria trair
Jesus?‟. No Seu plano secreto, Deus determinou tudo o que iria acontecer
com Jesus. Então, para que Jesus morresse por nós, ele deveria ser traído.
Os profetas falaram dessa traição. Assim, a traição de Cristo era algo que
estava determinado por Deus. Pedro disse que Deus predeterminou que Seu
Filho fosse traído e morto por esta geração (At 4.27,28). Portanto, a traição
foi determinada, mas será que Judas foi determinado para ser o traidor? Aí
entra a questão da presciência, Deus sabia quem seria o traidor (At 2.23).
Deus predeterminou o acontecimento e já sabia quem seria o traidor.
Tanto a predeterminação como a presciência são duas doutrinas
bíblicas que os homens querem que elas se choquem, mas é através delas
que Deus opera. Deus opera tanto baseado no seu pré-conhecimento como
também na sua predeterminação. Assim, aquilo que Deus determina
acontece, e muitas coisas ele determina baseado em seu pré-conhecimento.
Vamos ver o que estava incluído nesse plano secreto de Deus.
Primeiro, restaurar e livrar da condenação do pecado alguns dos
descendentes de Adão. Por que alguns e não todos? Porque Deus conhecia
de antemão que haveria pessoas que não iria crer em Seu Filho e iria rejeitá-
lo.
Leiamos Romanos 8.28-30: „E sabemos que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles
que são chamados segundo o seu propósito. Porque os que de antemão
conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu
Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que
predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também
justificou; e aos que justificou a estes também glorificou‟.
Era nesse texto que Jacó Armínio baseava a sua tese. „Aqueles que
Ele de antemão conheceu também os predestinou‟. Jacó Armínio dizia que o
pré-conhecimento de Deus vinha antes da Sua predestinação. Deus sabia...
quando afirmamos que Deus sabia não significa que Deus adquiriu esse
conhecimento, mas que Deus sabe todas as coisas antes da eternidade, se é
que posso usar esse termo „antes da eternidade‟ ou na eternidade passada.
Na eternidade, Deus já conhecia e sabia de todas as coisas.
Então, como Deus já conhecia os salvos, Ele antecipadamente
escreveu seus nomes no livro da vida e fez isso antes da fundação do mundo
(Ap 17.8). E fez isso não baseado em sua predeterminação, mas no seu
conhecimento prévio.
Segundo, a morte de Jesus Cristo, Filho de Deus, como o sacrifício
vicário em favor da humanidade perdida para salvar aqueles que nele
crerem, estava incluída no plano secreto de Deus.
Leiamos 1ª Pedro 1.19,20: „Mas com o precioso sangue de Cristo,
como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em
outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas
manifestado nestes últimos tempos por amor de vós‟. E Apocalipse 13.8:
„...esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi
morto desde a fundação do mundo‟.
Há uma figura de linguagem chamada de antecipação e aparece
nesse versículo „...foi morto...‟. a morte de Cristo não foi decidida às pressas
no jardim do Éden quando Adão pecou. A morte de Cristo foi projetada por
Deus antes de todas as coisas e, era tão certo que isso iria se cumprir que
Deus fala com antecipação „Cordeiro que foi morto antes a fundação do
mundo‟.
Deus tem o poder de fazer as coisas acontecerem por sua livre
vontade e ninguém pode impedir o plano e o projeto de Deus. Ele pode pré-
ordenar qualquer coisa que Ele quiser. Se, Ele, por exemplo, quisesse pré-
ordenar antes da eternidade os salvos e os perdidos ele poderia. Porque Ele é
onipotente, todo-poderoso. Então, ninguém iria impedir isso. Todavia, Deus
escolheu pré-determinar os salvos pelo seu conhecimento do que iria
acontecer no futuro.
Do mesmo modo, como Ele sabia que Adão iria pecar, Ele não
predeterminou que Adão pecasse, mas sabia, na eternidade, que Adão iria
pecar, que Eva iria ouvir a voz do diabo, que ambos iriam comer do fruto e
quebrariam a palavra de Deus, Ele arquitetou a morte do Seu Filho Jesus.
Terceiro, eleger e predestinar os crentes para serem filhos de adoção
e santos. Está em Efésios 1.3-5: „Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos
lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da
fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele
em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si
mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade‟.
„Segundo o beneplácito de sua vontade‟ é uma expressão paulina
para o plano secreto de Deus. Quando foi que os crentes foram escolhidos
para serem filhos de Deus? Antes da fundação do mundo. Quando Deus fez
o Seu plano secreta com o Seu Filho já incluiu nesse plano os salvos.
Alguns comentaristas de nossa Igreja dizem algo acerca da predestinação
que é incoerente. Alguns dizem que Deus predestinou a todos para salvação.
Mas, Deus não predestinou a todos! Porque se Deus tivesse predestinado a
todos para serem salvos, e se toda a humanidade não ser salva, então, Deus
se frustrará em seu projeto.
Quer dizer, Deus mostraria que não era capaz de cumprir aquilo que
Ele predestinou. Por que o que é predestinar? É estabelecer de antemão o
destino de alguém. Por isso que Deus não predestinou a toda a raça humana
para salvação, mas predestinou alguns da raça humana para serem salvos. E,
esses alguns que Ele predestinou o fez baseado na Sua presciência.
Um irmão levantou o seguinte questionamento: „Digamos que eu
tenha dez irmãos, Deus predestinou cinco para serem salvos, isso significa
que os outros cinco estão excluídos da salvação ou eles podem optar pela
salvação?‟.
Deus predestinou os cinco não por determinação. Se ele tivesse
predestinados por determinação, os outros estavam excluídos. Mas, como
Deus predestinou pelo Seu conhecimento em saber que os outros cinco
jamais iriam crer, então eles assim mesmo se excluíram. O nosso
entendimento vai depender aonde baseamos a predestinação de Deus: na
Sua presciência ou na Sua predeterminação.
O irmão replicou: „Eles não creem, foi por que Deus fez com que
eles não cressem!?‟. Não! De modo algum! Deus sabia que eles não iriam
crer de jeito nenhum!
Outro irmão questionou: „Quer dizer, que Deus já sabe os que serão
salvos e os que não serão salvos. Aqueles que são predestinados para não
serem salvos mesmo que estejam dentro da igreja não serão salvos‟.
Nesse caso você está baseando seu entendimento sobre a
predestinação na predeterminação de Deus. Mas, na verdade, Deus não
predeterminou que ninguém fosse perdido. Adão foi que decidiu. Toda a
raça humana está perdida em Adão, até mesmo, aqueles que Deus sabia
iriam creem. Porém, Deus pelo seu eterno amor em Cristo trouxe a salvação.
Contudo, Ele sabia que a sua salvação não irá salvar a todos, vai alcançar
alguns. Por que não vai alcançar a todos? Porque o homem pela sua livre
vontade humana quer permanecer no pecado de Adão. E, Deus não vai
obrigar a esse pecador que quer permanecer no pecado de Adão a ser salvo.
Ele está se perdendo porque quer, por sua livre vontade.
Deus trabalha na vontade do homem. Por que? Porque Deus conhece
a vontade do homem antes de todas as eras.
Quarto, Deus escolheu o povo de Israel como nação santa para
abençoar a humanidade através do descendente prometido. Em Gênesis 3.15
Deus disse que da semente da mulher iria nascer um descendente para
frustrar os projetos de Satanás, iria esmagar a cabeça da serpente. Para que
esse descendente pudesse nascer de uma mulher, Deus tinha que escolher de
que povo esse descendente viria. E, ele escolheu a nação de Israel.
A escolha da nação de Israel não foi baseada no pré-conhecimento
de Deus, mas, foi, realmente, baseada na sua predeterminação. Ele quis
desde o princípio que fosse Israel. Porque Israel sempre falhou contra Deus.
Chegou a adorar até deuses falsos. Não permaneceu fiel a aliança. Foi pela
livre escolha de Deus, sem nenhum pré-conhecimento de que Israel seria um
povo fiel, pois, Israel não foi um povo fiel.
Então, o Messias iria vir de Israel, acontecesse o que acontecesse
com essa nação. Quando Satanás ouviu no Éden que iria nascer um
descendente da semente da mulher e, quando ele soube que esse
descendente iria partir de Abraão (Gn 12.1-4), ele concentrou toda a sua
fúria contra a nação de Israel. Assim, Satanás usou as nações contra Israel
com o objetivo de exterminar Israel para que o plano de Deus não se
cumprisse.
Em Apocalipse 12, o grande dragão se pôs enfrente da mulher que
estava grávida. Essa mulher é Israel e esse dragão é o diabo. Desde o
principio do povo de Israel, o diabo se opõem contra ela para tentar destruir
o descendente da mulher.
Quinto, no projeto de Deus, também, estava incluído que Deus iria
salvar primeiro o remanescente de Israel através do Messias.
O primeiro povo que seria abençoado pelo Messias seria o povo de
Israel; o primeiro povo que iria experimentar a salvação seria o povo de
Israel; o primeiro povo que receberia o derramamento do Espírito Santo
seria o povo de Israel; o primeiro povo que iria abençoar os demais povos
seria o povo de Israel. Então, a salvação vem dos judeus.
Leiamos Romanos 9.27: „Também Isaías clama acerca de Israel:
Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o
remanescente é que será salvo‟.
A salvação de Israel não se constitui uma salvação geral de todos os
judeus, mas apenas a salvação do remanescente. Deus escolheu Israel para
trazer a salvação às outras nações. A salvação dos gentios não foi algo
projetado por Deus porque os judeus rejeitaram a Cristo. Quer dizer, a Igreja
não é um produto da frustração de Deus. „Ah! O meu povo me rejeitou,
agora, eu vou voltar-me para os gentios‟. Não! Era algo que já estava
dentro desse plano secreto.
Deus tinha dito a Abraão: „Tu serás uma benção; os teus
descendentes serão uma benção; e todas as famílias da terra serão
abençoadas por teu intermédio‟. Deus já estava incluindo aí a salvação dos
gentios. O povo de Israel foi um povo especial que iria conservar a palavra
de Deus e, por meio de quem, Deus iria se revelar para a humanidade
através do Seu Filho Jesus.
Então, os judeus que não creem em Cristo serão condenados como
qualquer outro gentio que não crer em Jesus (Rm 2.9-11). Para o judeu ser
salvo tem, que agora, está em Cristo e na nova aliança que Deus estabeleceu
em Cristo.
Paulo fala que „ainda que o número dos filhos de Israel seja como a
areia do mar, o remanescente é que será salvo‟. Esse remanescente na nova
aliança aparece em Apocalipse 14.1-5 em que Deus estabelece o seu
número: 144 mil de todas as tribos de Israel. Então, é esse remanescente do
povo de Israel que será salvo e, que irão participar da nova aliança em
Cristo. Os demais serão condenados.
Já me perguntaram: „Se os santos do Antigo Testamento, como
Abraão, Isaque, Jacó, os profetas, etc. fazem parte desses 144 mil que serão
salvos‟.
Não! Os santos do Antigo Testamento serão salvos fora parte desse
remanescente. Esse remanescente é da nova aliança.
Também já me perguntaram: „Se os 144 mil judeus serão
arrebatados com a Igreja ou se eles irão ficar na grande tribulação‟.
Alguns acreditam que os 144 mil serão salvos na grande tribulação;
eu, porém, ensino que a contagem dos 144 mil começou com os apóstolos.
Por que? Porque Apocalipse 14.4 chama-os de „primícias para Deus e para
o Cordeiro‟. E, se eles forem salvos depois que a Igreja ser salva, então não
são as primícias. Então, eles já fazem parte da contagem inicial. Portanto,
fazem parte da Igreja e serão arrebatados junto com ela. Muito embora, essa
não seja a definição escatológica da Assembleia de Deus.
Sexto, também fazia parte do plano de Deus incluir entre esses
salvos judeus uma plenitude de pessoas de outras nações. Esse é o segredo
de Cristo. Segredo esse, que os apóstolos passaram a conhecer depois. Mas,
no início, quando Cristo estava ministrando a eles, eles não sabiam desse
segredo de que os gentios iriam ser incluídos entre o povo de Israel.
Paulo vai falar desse mistério que estava oculto em Deus desde a
eternidade em Efésios 3.5,6: „O qual noutros séculos não foi manifestado
aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus
santos apóstolos e profetas; a saber, que mediante o evangelho, os gentios
são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes
da promessa em Cristo Jesus‟ (NVI).
Os gentios foram incluídos na promessa de Deus dada ao povo de
Israel. A salvação que participamos e gozamos é a mesma salvação que
Deus deu ao povo de Israel. Os textos anteriores à esse texto, Paulo
desenrola esse mistério e diz que Deus uniu Israel e Gentios em um só
Corpo. De modo que agora não são mais dois povos, mas um só povo em
Cristo. Esse mistério não foi compreendido pela nação de Israel. Esse
mistério não era compreendido pelos apóstolos no início da Igreja.
Paulo foi que recebeu, posteriormente, essa revelação de que os
gentios são salvos em Cristo, sem necessariamente, se tornarem judeus. O
gentio não precisa se tornar judeu para ser incluído no povo de Israel. Os
gentios são incluídos no povo de Israel quando eles creem em Cristo.
Veja que Paulo diz: „como agora tem sido revelado pelo Espírito aos
seus santos apóstolos e profetas‟. Quem são esses profetas? São os profetas
do Antigo Testamento. Foi revelado a eles, mas os líderes religiosos de
Israel não conseguiram enxergar que essa salvação, também, era destinada
aos gentios. Quando lermos as profecias de Israel ditas por Jeremias, Isaías
e os demais profetas, veremos que está incluída a salvação dos gentios.
Sétimo, faz parte do projeto secreto de Deus, estabelecer o Reino
eterno e condenar aqueles que rejeitam Seu Filho.
Então, esse é, resumidamente, o projeto da nossa salvação
arquitetada por Deus antes de todas as eras e que entrou em vigor em Jesus
Cristo, autor da salvação.
Segundo tópico: Jesus, o autor da salvação. Por que Jesus é o autor
da salvação? Com o pecado de Adão, a humanidade ficou debaixo da garra
e do domínio de Satanás. Por que? Porque Adão ouviu a voz do diabo, e
assim se submeteu a vontade do diabo. E, uma vez que ele se submeteu a
vontade do diabo se tornou-se escravo do diabo e do pecado.
Então, por causa disto, o diabo teve o direito sobre toda a raça
humana. Porque Adão se vendeu. Quando o diabo disse a Cristo na
tentação: „Estás vendo todos esses reinos e poderes do mundo. Eu dou
aquém eu quero, pois a mim me foram dados‟ (Lc 4.5,6). Ele não estava
mentido. Pois, quem deu a ele o domínio sobre o mundo? Foi Adão. Adão
num foi criado para dominar a Terra, então, ele passou esse domínio para
Satanás quando pecou contra Deus. Assim, podemos dizer que o diabo tem
domínio sobre essa Terra legalmente, pois Adão passou para ele.
A Bíblia diz que Cristo pagou um alto preço para nos resgatar de
volta. Ele pagou esse alto preço a quem? A Satanás? Não! A Deus! E, por
que não foi pago a Satanás? Porque quando Adão pecou, ele contraiu a sua
dívida contra Deus. E, Deus subjugou a raça humana debaixo da
condenação do pecado.
Então, o diabo é apenas um carcereiro. Por exemplo, as pessoas que
estão presas no presídio, estão presas não para pagar uma dívida aos
policiais, mas ao Estado e a comunidade. Então, o diabo é esse carcereiro,
ele mantém as vítimas presas, mas o pagamento da dívida não é paga à ele, é
paga à Deus.
Porque foi contra a palavra de Deus que o homem pecou. Deus é o
Juiz. Algumas pessoas pensam que Cristo pagou esse preço a Satanás.
Alguns pais da Igreja, quando desenvolveram a doutrina da redenção,
diziam isso que Cristo pagou o preço de resgate a Satanás para que ele
pudesse soltar os pecadores. Mas, Cristo pagou esse preço a Deus.
Inclusive, os profetas da prosperidade e da confissão positiva
ensinam que Jesus Cristo morreu duas vezes. A primeira vez, ele morreu na
cruz para nos redimir, e a segunda vez, ele morreu no inferno. Pois, se
Satanás tinha o domínio sobre as almas que estavam no inferno, então, Jesus
Cristo tinha que morrer pelas aquelas almas no inferno. Durante os três dias
de sepultamento, o espírito de Jesus ficou nas mãos dos demônios no
inferno, a mercê de Satanás e o diabo fez com ele o que bem quis. Esse é o
absurdo ensino dos profetas da prosperidade.
Orígenes (185-254), um dos pais da Igreja, ensinava que Jesus Cristo
foi usado como uma isca. Deus disse a Satanás: „Tu me dás todas as almas
que tens presas, que eu te dou o meu Filho no lugar delas‟. Aí, o diabo
disse: „O Filho de Deus vale muito! Eu aceito a troca‟. Então, Satanás
tomou Cristo na morte e liberou as almas. Mas Deus disse ao diabo: „Tu não
podes ficar com ele preso, pois ele é justo e inocente. Como, então, a morte
pode prendê-lo?‟. Aí o diabo disse: „Deus me enganou. Eu fui tapeado‟.
Deus barganhou com o diabo, e lhe vendeu uma mercadoria pelo
qual ele não tinha nenhum domínio e nenhum poder. Isso era o que ensinava
Orígenes, porém, sem base bíblica.
Irmãos, por que o preço da salvação foi o sangue de Jesus? Por que
não poderia, apenas, se as suas obras de justiça? Por que Jesus teve que
derramar o seu sangue?
Porque Deus estabeleceu que somente a vida poderia fazer
restituição pela vida (Êx 21:23). A Lei ordenava que quem pecasse deveria
morrer (Ez 18:4). Então, era a vida que fazia a restituição, a redenção e o
pagamento diante de Deus. Leiamos Levítico 17.11: „Porque a vida da
carne está no sangue; pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer
expiação pelas vossas almas; porquanto é o sangue que fará expiação pela
alma‟. Por isso que Jesus Cristo teve que derramar o seu sangue. Pois, o
sangue é vida, e „sem derramamento de sangue não há remissão‟ (Hb 9.22).
Muito embora, Jesus Cristo tenha sido escolhido antes de todas as
épocas para morrer pela raça humana, mas até que ele se revelasse, os
homens teriam que ter um meio para expiar seus pecados e se relacionar
com Deus. O único meio de purificar seus pecados era pelo sangue de uma
vítima. Então, Deus estabeleceu os animais como uma prefigura da morte
futura de seu Filho.
Mas, aqueles pecados não eram, de fato, perdoados, eram apenas
acumulados no céu. Assim, a comunhão que o povo da antiga aliança
gozava com Deus era apenas uma comunhão aparente, artificial. Deus os
aceitava por consideração. Mas, a verdadeira comunhão é a da nova aliança,
pois, é baseada no verdadeiro sacrifício de Jesus Cristo.
Mas, como eles tinham que ser salvos, a morte de Cristo teve um
efeito chamado retroativo ou retrocesso, isto é, Jesus Cristo não apenas
morreu por aqueles que iriam crer nele, mas também, morreu por aqueles
que creram nele através dos sacrifícios que ofertavam a Deus. Então, a
morte de Cristo, também, cobriu os pecados daquelas pessoas que se
arrependeram no Antigo Testamento.
Assim, as pessoas da antiga aliança só foram perdoadas e salvas, de
fato e de verdade, quando Cristo apresentou seu sacrifício diante de Deus e
fez a purificação do santuário celestial que acumulava esses pecados.
Outra pergunta: Uma vez purificados pelo sangue de Jesus, não
importa o que fazemos, somos salvos para sempre?
A salvação tem três estágios. Quando Cristo nos justifica, essa
justificação significa absolvição diante do tribunal divino. Deus está nos
inocentando. A nossa dívida que tínhamos contra Deus, ele apagou
totalmente. De modo que não consta mais em seus registros nenhum de
nossos pecados. Então, o crente é um salvo. Ele foi salvo da penalidade do
pecado.
Todavia, a salvação é um processo, e como disse somos salvos em
três estágios: fomos salvos, estamos sendo salvos e seremos salvos. Fomos
salvos quando formos totalmente perdoados. Não consta mais nos registros
divinos os nossos pecados antigos, foram totalmente apagados.
Estamos sendo salvos agora, quando Cristo nos santifica e nos
prepara para a Sua vinda. Estamos sendo salvos do poder do pecado. E
seremos salvos no futuro, quando na ressurreição teremos nossos corpos
transformados e glorificados.
Assim, que se o crente não perseverar em seguir a Cristo fielmente,
poderá decair da graça de Deus e não atingir os estágios completos da
salvação.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Codó Para os Novos Convertidos Em 01 de Setembro de 2009
Sobre o Batismo nas Águas
Esses dias, estamos estudando sobre “Eu aceitei a Jesus. E, Agora?‟.
O irmão Geó ministrou sobre „Tenho que me Congregar?‟. Ele enfatizou
com bastante clareza que temos que nos congregar e apresentou as razões
para isso. E, agora estaremos estudando sobre: „Eu tenho que me batizar nas
águas? Por que?‟.
Irei dividir o nosso assunto em dois tópicos: primeiro, o batismo é o
segundo passo após a conversão; segundo tópico: o batismo não é apenas
uma cerimônia religiosa, mas um ato espiritual com profundos significados
espirituais.
Então, o batismo nas águas é o nosso segundo passo depois da
conversão. Entre a nossa conversão e o nosso batismo, passamos pelo
estágio chamado de discipulado. Somos ensinados e esclarecidos para que
possamos a decisão de descer as águas batismais de uma maneira
consciente.
Mas, depois da gente aceitar a Jesus Cristo como nosso Senhor e
Salvador, o nosso segundo passo, nessa caminhada, é se batizar nas águas.
O que é que envolve a conversão? A conversão envolve duas coisas:
arrependimento de pecados e a fé em Jesus Cristo.
Se você se arrependeu de seus pecados e tem fé em Jesus Cristo,
então, você se converteu a Deus. O que é arrependimento? A palavra vem
dos originais da Bíblia que significa a „mudança de mente‟. Dá uma meia
volta no caminho que a gente está seguindo‟. Esse é o arrependimento.
O arrependimento produzir em nós uma tristeza no coração por
termos ofendido a Deus por nossos pecados e uma decisão firme para
abandonar os pecados. E, a fé em Cristo implica em duas coisas: confiar
nele de que nos salvará naquele grande dia e aceitar os seus ensinamentos
como verdades puras e regras de vida.
E, alguns dos ensinamentos que ele nos deu foi se congregar e se
batizar nas águas. Em Mateus 28.19,20 (para quem não sabe esses números
maiores na Bíblia são os capítulos e esses menores são os versículos):
„Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas
que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos‟.
Essa é a ordenança de Jesus Cristo para os seus apóstolos cerca do
batismo nas águas. O que o batismo nas águas? É uma prática bíblica e cristã
efetuada em adulto por imersão do corpo inteiro e de uma só vez nas águas em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo conforme Jesus Cristo ordenou.
Por que é uma prática bíblica? Porque é uma prática encontrada nas
páginas do Novo Testamento. Jesus Cristo ordenou, nos Evangelhos, que seus
discípulos fossem batizados nas águas. Os apóstolos praticaram essa ordenança
em Atos dos Apóstolos. E, as epístolas dos apóstolos nos trazem grandes
ensinamentos acerca do batismo nas águas. E, também, é uma prática cristã.
Depois dos apóstolos, desde o século II até o nosso século atual, século
XXI, a Igreja mantém essa praticar de batizar em águas todos aqueles que se
convertem a Cristo.
Qual é o modo do batismo? Segundo as Escrituras do Novo
Testamento, a maneira correta em que a pessoa deve ser batizada é por imersão.
Deve ser mergulhada por completo nas águas batismais. O próprio termo da
palavra batismo, que é uma palavra grega, significa imergir, mergulhar.
Se a palavra de Deus nos ensina que o batismo deve ser por imersão,
isso significa que todo batismo praticado que não são por imersão, mas por
aspersão, isto é, derramar água sobre alguém, é inválido, não tem valor bíblico.
Então, para que seu batismo tenha valor bíblico e cristão tem que ser
por imersão nas águas. Na nossa Igreja, rebatizamos todas as pessoas que
vieram de outras igrejas que não foram batizadas por mergulho, mas por
aspersão.
Qual é a fórmula batismal? É em Nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Alguns pastores ensinam que o batismo tem que ser efetuado apenas em
nome de Jesus, e que o batismo em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo
é uma maneira errada de se realizar. Porém, esses pastores, que a maioria é
contra a doutrina da Trindade, procuram desviar a fé dos crentes.
Quem pode se batizar? Todos aqueles que se arrependeram de seus
pecados e que mantém uma fé viva no Senhor Jesus Cristo. Isso significa que as
únicas pessoas que podem receber o batismo são pessoas adultas. Pois, podem
se arrepender de seus pecados e exercer fé em Jesus Cristo. Porque se
arrepender de seus pecados e ter fé em Jesus Cristo são dois atos que envolvem
o raciocínio, a consciência e a mentalidade.
De modo que uma criança pequena não está ainda apta para se batizar.
Porque ela não pode se arrepender de seus pecados e nem exercer fé em Jesus
Cristo. Portanto, o batismo infantil, também, é um batismo inválido.
Alguém me perguntou: „Em quanto tempo um novo convertido está
apto para se batizar?‟. Normalmente a pessoa deve passar pelo discipulado
para conhecer as doutrinas bíblicas e estar bastante consciente de sua decisão.
Todavia, o tempo é a própria pessoa que estabelece. Geralmente as nossas
igrejas batizam de três em três meses. Se em três meses, a pessoa achar que está
convicta da sua decisão, então, nada impede que ela seja batizada.
Porém, há alguns casos em que as pessoas devem esperar um pouco
mais. Por exemplo, há pessoas que aceitam a Cristo, mas continuam fumando
por algum tempo, essas pessoas devem se batizar após largarem esse mau
hábito. Pois, o batismo nas águas não lhe dará nenhum poder para largar o
vício. Não há nas águas do batismo nenhuma mágica ou poderes libertadores.
Quem irá libertar a pessoa do vício é o poder de Jesus Cristo, e o modo como
ela se apropria desse poder.
Há pessoas que ainda não são casadas legalmente, mas vivem
maritalmente. Essas pessoas, também, deve esperar legalizar sua situação para
depois serem batizadas nas águas.
Agora, coisas como falhas de personalidades, pouca assiduidade aos
cultos, pouca compreensão das doutrinas, analfabetismo e desemprego não
podem tornar empecilhos para a pessoa se batizar. Apenas pecados grosseiros e
situações ilegais devem fazer com que as pessoas esperem um pouco mais.
O batismo nas águas não é apenas uma cerimônia religiosa, mas é um
ato espiritual de profundos significados espirituais. É o que nós veremos agora
baseado na palavra de Deus que irá estabelecer a importância de se batizar nas
águas.
Por que você pode perguntar: „Irmão, se eu não me batizar, não serei
salvo?‟. As pessoas que não se batizam nas águas porque não querem, estão
demonstrando uma falta de confiança, de consciência e de fé. E, essas coisas
são essenciais para a salvação.
„Não irei me batizar, porque o batismo é dos homens!‟ Não senhores! O
batismo é de Deus! O batismo é bíblico e cristão. É uma ordenança de Cristo.
Ele ordenou que todo aquele que tenha fé seja batizado nas águas.
Iremos ler alguns textos bíblicos que nos confirmam e ensinam os
significados espirituais que estão por trás do batismo nas águas.
O batismo é uma confirmação da fé que professamos. Você aceitou a
Jesus Cristo através da fé em Jesus Cristo. Porém, é submetendo ao batismo
que você confirmará a sua fé. Jesus disse: „aquele que crer e for batizado será
salvo‟ (Mc 16.16). Então, é através do batismo que você confirma, que de fato,
tem fé em Jesus Cristo, e está disposto a segui-lo pelo resto da sua vida. É
aceitação do batismo que vai externar essa fé.
A fé, você tem no coração. A Escritura diz: „aquele que crer em seu
coração‟. Para seguir a Cristo, você tem que crer de todo o coração. Mas, você
só vai publicar e externar sua fé quando se batizar nas águas.
Leiamos Atos 2.37,38: „E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu
coração, e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos,
irmãos? Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e
recebereis o dom do Espírito Santo‟.
Certa pessoa perguntou aquém lhe evangelizava: „O que me impede que
seja batizado?‟. A pessoa respondeu: „É licito se creres de todo o teu coração‟.
Ele só poderia ser batizado depois de ter feito a profissão de fé, e uma vez feito
essa profissão de fé, poderia externar isso através do batismo público diante de
Deus e das testemunhas ali presentes.
Tiago ensina, em sua epístola, que a fé sem obras é morta. Se a pessoa
diz que tem fé, mas não quer se batizar, porque está insegura, titubeando, a fé
dessa pessoa está sendo uma fé morta.
O batismo nas águas é um testemunho de nossa confissão publica. É no
batismo nas águas que você vai publicar a confissão que você fez diante do
altar. E, qual é a confissão que a pessoa faz quando aceita a Jesus? Está em
Romanos 10.9,10: „a saber, se com a tua boca confessares a Jesus como
Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será
salvo; pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz
confissão para a salvação‟.
A pessoa tem que confessar que Jesus Cristo, dali em diante, vai liderar,
comandar e guiar sua vida. Ela se submeterá aos ensinamentos de Cristo. „A
partir de hoje eu não mais me domino, quem me domina, quem é meu Senhor é
Cristo‟. A confissão é: „Senhor Jesus!‟ ou „Jesus é meu Senhor!‟. Você faz essa
confissão diante do altar, e então deve tornar essa confissão pública. E
tornamo-la pública quando nos batismo nas águas.
Em 1ª Coríntios 10.2, quando os israelitas saíram do Egito, e
resolveram seguir a Moisés como seu líder, tiveram que passar pelo Mar
Vermelho. E, o Mar Vermelho simbolizava o batismo dos israelitas que
estavam recebendo Moisés como líder. Assim, também, é no batismo. O nosso
batismo é o Mar Vermelho em que estamos rompendo com o mundo e
recebendo a Cristo como nosso Senhor e Líder.
Porém, temos que ter muito cuidado ao tomar essa decisão, pois, muitos
israelitas, depois, se rebelarão contra Moisés. Ao se batizarem, vocês estarão se
submetendo as ordenanças de Cristo. E, as ordenanças de Cristo estão sob a
responsabilidade da Igreja e seus ministros. Isso significa que você se submete
a Cristo ao se submeter a igreja onde se congrega e ao pastor como
representante de Cristo.
O batismo nas águas, também, é uma representação da nossa
purificação pelo sangue de Jesus Cristo. Todos que se arrependerem de seus
pecados e receberam a Cristo como Salvador foram lavados no sangue de Jesus
e purificados de todos os pecados, e não constam mais nos registros de Deus. E,
não tem demônio nem pessoa alguma que possam acusa-lo de qualquer coisa.
Porque vocês estão limpos e lavados!
E, como se dá essa lavagem? Essa lavagem acontece espiritualmente.
Você não vê Cristo lavando. Mas, quando você se batiza nas águas, aquelas
águas representam essa lavagem; esse banho que você recebe no sangue de
Jesus. Então, você está mergulhando literalmente nas águas, mas
espiritualmente você está sendo mergulhado no sangue de Jesus Cristo.
E, por isso que o crente pode dizer com muita convicção: „eu fui lavado
no sangue de Jesus!‟. Isso foi representado pelo batismo nas águas.
Em Atos 2.38: „Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em
nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados‟. Muito embora, as
águas não tem o poder de remir nossos pecados, mas representa essa
purificação do nosso velho eu.
O batismo, também, tem o simbolismo da nossa regeneração pela
palavra de Deus. O que é a regeneração? É ser gerado de novo. As pessoas que
se converteram a Cristo, foram geradas de novo. Só poderão participar do novo
mundo que vem, e do Reino de Deus que será estabelecido sobre o novo
mundo, aquelas pessoas que nasceram de novo. Quem não nascer de novo está
fora do Reino de Deus.
Nascemos com uma natureza pecaminosa, uma natureza que recebemos
de Adão, uma natureza que tem uma inclinação para o pecado. Essa natureza
não pode herdar o Reino de Cristo. Temos que passar por uma transformação,
uma mudança. E, só quem pode realizar essa transformação é o Espírito Santo
de Deus. E, Ele só realiza essa transformação em nossos corações, quando nos
arrependemos de nossos pecados e temos fé em Jesus Cristo. Aí! É que
nascemos de novo! Quem está em Cristo é nova criatura.
Fomos gerados pelo Espírito Santo mediante a palavra de Deus! João
disse que a semente que está em nós é uma semente incorruptível, que jamais
será destruída. Uma semente que está nos transformando e nos conduzindo para
a vida eterna. Só herdará a vida eterna quem traz em si essa semente
incorruptível, essa semente imortal.
Através da regeneração recebemos o Espírito Santo de Deus. O Espírito
de Deus é a nossa garantia de que herdaremos a vida eterna.
Então, o batismo representa essa regeneração. Essa recriação. Veja que
quando Deus recriou o mundo em Gênesis 1.1,2, o mundo estava no caos, na
desordem, na bagunça, submerso em trevas. Porém, havia águas ali. Assim
lemos: „O Espírito de Deus pairava sobre as águas‟. E, Pedro disse: „a terra
surgiu da água e através da água pela palavra de Deus‟ (2ª Pe 3.5).
Assim era a nova vida. Vivíamos no caos, na desordem. Uma vida
desorganizada, desorientada, sem Deus, sem salvação. Andando conforme os
nossos pensamentos, sendo guiado pelo príncipe das trevas. Sem nenhum
destino e certeza de vida eterna. Mas, o Senhor colocou a nossa vida em ordem.
Agora, vocês estão salvos, perdoados, pertencentes e congregados a um
povo que é santo e tem a certeza de vida eterna. Então, o batismo nas águas
representa toda essa mudança. Ao mergulhar nas águas, você mergulha uma
velha criatura, mas, quando você se ergue, ali se ergue uma nova pessoa para
viver uma nova vida em Cristo, disposta a seguir até o fim, não importa as
consequências.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Codó Para os Novos Convertidos Em 15 de Setembro de 2009
Sobre a Depressão
Salmos 42.1-11
Nessa noite iremos falar sobre um assunto que os especialistas
consideram como o „mal do século‟. Está entre a segunda doença do mundo.
Iremos falar sobre a depressão. E, queremos dividir o nosso assunto em seis
tópicos: primeiro, o que é depressão; segundo, quais são os sintomas da
depressão; terceiro, o crente pode sofrer depressão; quarto, a investida de
Satanás para deprimir o povo de Deus; quinto, como vencer a depressão;
sexto, como ajudar alguém com depressão.
Então, realmente é de sumo importância iniciar com a definição do
que é depressão, pois, tem se constituído algo vivenciado por muitas pessoas
ao redor do mundo.
Depressão é mais do que uma tristeza, é uma sensação profunda de
desespero. Diz que 5% da população sofre de depressão. Sendo uma das
doenças graves. É quando a tristeza se aprofunda de tal maneira que causa
um distúrbio na alma, na mente, deixando a pessoa psicologicamente
desestruturada. De modo que isso pode causar vários sintomas na vida das
pessoas. Porque desorganiza a mente, abala o ser interior das pessoas. É
mais uma doença que atinge a alma do que algo físico.
Porém, é tão profunda que chega a causar, o que os especialistas
chamam, de doença psicossomática. O que é isso? É quando a mente da
pessoa tem uma certa influência sobre o corpo, quer dizer, a mente está tão
debilidade, a alma tão profundamente desesperada, sem estrutura, sem base
firme, sem nenhum tipo de força, que aquilo atinge até mesmo a sua saúde
física. É o estado mental atingindo o corpo físico da pessoa.
A Escritura diz que o espírito do homem o sustém na sua
enfermidade. Então, o espírito é a vida que nos mantém de pé, firme, nas
piores situações da vida. Mas a depressão atinge exatamente a alma e o
espirito das pessoas. E aquilo que deveria ser o seu sustento está
enfraquecido.
É como uma casa, cuja estrutura, colunas, estão comprometidas.
Toda a casa está preste a cair. Quando a nossa alma/espírito, está abatida,
desestruturada, toda a nossa vida, emocional, sentimental, física, está
comprometida de sofrer, também, um profundo abalo.
A Escritura diz que o espírito alegre dá beleza ao rosto, mas a alma
amargurada, o espírito abatido, até o doce se transforma em amargo (Pv
27.7).
Portanto, a depressão é uma doença grave e terrível. Considerada
como uma doença da alma. Existem dois tipos de depressão. A depressão
exógena é uma depressão causada por fatores externos. É uma situação
externa que atinge o ser interior da pessoa. Como por exemplo, um divórcio,
uma infidelidade conjugal, morte de um ente querido, uma doença grave,
etc. Esse tipo de depressão é reativa. A alma da pessoa reage diante da
tragédia. Contudo, é uma depressão normal. Porque todas as pessoas sofrem
quando enfrentam uma grande perda, uma frustração na vida e um fracasso
nos negócios.
A pessoa está bem sucedida em seu emprego, de repente é
despedida, vêm as dívidas, e um fatores de coisas sucedem, que desestrutura
a vida financeira e chega a atingir a sua alma. Esse estado de depressão da
alma, essa tristeza, essa depressão exógena é normal.
Mas, quando a depressão passa por um período prologando, e a
pessoa não consegue supera-la, vai entrando semanas e meses e a pessoa
ainda está no mesmo estado, caído, deprimido, triste, abatido, sem forças,
então, a depressão começa a se transformar em um tipo de depressão que
precisa ser tratada e acompanhada.
Há outro tipo de depressão chamada de depressão endógena. É um
tipo de depressão que não tem uma causa aparente. A pessoa está deprimida,
mas não existe uma razão pelo qual a levou ficar deprimida. Não sofreu
nenhum problema financeiro, problema de saúde, problema social. Sua vida
tem-se transcorrido normalmente, mas de repente, entra um estado profundo
de depressão. Esse tipo de depressão é um dos casos mais difíceis porque
não há como dá apoio e oferecer ajuda, pois as pessoas não sabem o que
aquela pessoa sofreu. E, aparentemente não há uma razão para está passando
por aquela tristeza profunda.
Podem ter acontecido com ela alguns casos internos, como fatores
hormonais, cerebrais e espirituais. As mudanças de hormônios,
principalmente nas mulheres, na questão do ciclo menstrual, no pós-parto,
na menopausa, podem causar uma certa depressão na mulher.
É uma depressão que aparentemente não tem um fator real, mas
fatores internos. Por exemplo, a pessoa que sofre algum problema mental ou
cerebral, como por exemplo, esquizofrenia ou personalidade bipolar,
também, causa esse tipo de tristeza profunda que a pessoa fica desesperada e
desanimada para tocar a sua vida para frente.
Ou então, um estado espiritual causado por alguma força sobre-
humana na pessoa, talvez, algum tipo de opressão maligna, que nem mesmo
os médicos consegue diagnosticar a causa física, e nem tampouco os
psicólogos e terapeutas conseguem detectar alguma causa psicológica.
Apenas Deus pode trazer um tratamento para uma depressão espiritual
produzida por demônios.
Convém salientar que há opressão demoníaca e possessão
demoníaca. Na opressão, o diabo age na mente da pessoa, e na possessão,
ele apodera-se do corpo e a pessoa perde a consciência. Na opressão, a
pessoa não perde a consciência, mas fica tão psicologicamente debilitada,
que acaba variando e se alienando, e alguns chegam até praticar o suicídio.
Vamos ver alguns sintomas da depressão. Na verdade são vários
sintomas que uma pessoa deprimida sofre. Ao conhecer esses sintomas,
podemos saber se estamos nesse estado profundo de tristeza. Isso não
significa que se a pessoa sentir um ou dois desses sintomas esteja deprimida,
mas se sentir vários desses sintomas, e se prolongar por muitos dias, a
pessoa precisa buscar ajuda.
Tristeza constante, ansiedade ou ociosidade. A pessoa está
profundamente e constantemente sentindo uma tristeza profunda.
Sentimento de desesperança, pessimismo, baixa autoestima e
sentimentos negativos constantemente. A pessoa perde o otimismo pela
vida. Para esse tipo de pessoa nada mais vai da certo, não há mais
expectativa para o seu caso. Enche-se de pensamentos pessimistas e
derrotistas.
Sentimento de culpa, impotência e inutilidade. Perda de interesse e
prazer em hobbies e em atividades que antes lhe dava prazer e eram
apreciadas. Falta de apetite sexual, podendo até mesmo destruir o
casamento.
A pessoa que vai se aprofundando na depressão vai chamando cada
vez mais abismo sobre a sua alma. Vai-se atolando cada vez mais e
causando outros distúrbios emocionais profundamente amargos que vai
aumentando o estado deprimente da sua alma. E, como se a pessoa estivesse
em uma areia movediça.
Insônia. Ou acorda muito cedo ou dorme muito tarde. A pessoa fica
desequilibrada. Não consegue dormir ou então dorme demais.
Falta de apetite e perda de peso ou então comer demais e ganha peso.
As pessoas deprimidas tende a comer muito chocolates. Porque o chocolate
ativa no cérebro uma substância chamada melatonina, que é o hormônio do
prazer. Devido o baixo teor de melatonina durante a depressão, o cérebro
fica pedindo reposição desse hormônio levando a pessoa a consumir
chocolate, mas com o chocolate vem também a gordura.
Falta de energia, fatiga ou então uma agitação incontrolada. Sente-se
dificuldade nas atividades mais simples. A vida de uma pessoa em um
estado profundo de depressão é uma sobrecarga emocional muito pesada.
De modo que vai-se perdendo as forças vitais que mantém o ser humano
firme.
A Bíblia diz, através de Tiago, que „o corpo sem o espírito está
morto‟. Quer dizer, o que sustenta a vida no corpo é uma alma sadia. Se
você tem uma alma sadia, você pode, ainda que com tristeza e grande
aflição, vencer os problemas. Uma alma sadia, fortificada, pode enfrentar
qualquer tragédia! O que torna uma alma sadia? A oração, a palavra de Deus
e as coisas espirituais.
Outros sintomas: pensamentos de mortes e suicídios; tentativas de
suicídios. A pessoa acha que o seu estado deprimente não tem mais jeito,
então, a única válvula de escape é destruir o que está lhe destruindo; acabar
com aquilo que está acabando com ele; então, enche a mente de
pensamentos suicidas de que o jeito é dar fim a própria vida. Desse modo,
pensa-se, que estará destruindo aquilo que está causando o seu sofrimento.
Evidentemente que alguns pensamentos suicidas são de origem
maligna, mas há outros casos que são questões psicológicas causadas pela
depressão.
Inquietação, irritabilidade e mau humor. Alguns se sentem relaxados,
outros dispostos. A depressão é produzida por uma causa, mas é, também,
um efeito que produz outras causas. Muito embora, em alguns casos de
depressão não se consegue detectar a causa que está produzindo a
depressão, contudo, os seus efeitos produzem sintomas. Desse modo, a
depressão atinge até o humor das pessoas. A pessoa não consegue mais
sorrir para a vida, entra em um estado de irritação e isolamento, isso reflete
nos seus relacionamentos com os filhos e cônjuge.
Quem convive com uma pessoa deprimida, precisa está preparada
para servir de suporte, apoio e ajuda. Precisa entender que o deprimido está
agindo sob a influência da depressão. É preciso ter bastante paciência.
Dificuldade de concentração, dificuldade de lembrar-se das coisas,
dificuldade de tomar decisões, pois sua mente está constantemente ocupada
com pensamentos negativos. A pessoa se sente tão incapaz de resolver os
seus problemas que esquece até de trabalhar e realizar suas funções normais
e domésticas do cotidiano. Relaxa no cuidado da sua família, da sua
aparência estética. Torna-se uma pessoa totalmente inutilizada, encostada,
sem forças para tomar as rédeas e tocar a vida para frente, aprisionada em
seu mundo de fantasias.
Sintomas físicos, que são doenças psicossomáticas, o estado
psicológico da pessoa atingido o seu corpo. São sintomas físicos que não
respondem aos medicamentos, como dores de cabeça, problemas digestivos
e dores crônicas.
Síndrome do pânico, fobias e nervosismo. Isolamento social por
dificuldade de manter uma simples conversa.
A depressão, também, pode ter uma causa hereditária, ser produzida,
também, por alcoolismo e colapso nervoso. Às vezes, também, o deprimido
torna-se dependente do álcool para esquecer seus problemas.
Vejam irmãos, que é uma lista quase infindável de sintomas que
atinge uma pessoa que está num estado de depressão. São sintomas que
atinge o interior das pessoas que deveria ser a fonte de força, de onde a
pessoa extrai condições psicológicas e espirituais para enfrentar as situações
de calamidades e tragédias.
Iremos ver se um crente pode sofrer de depressão. Na nossa revista
da Escola Dominical, no 3º Trimestre de 2008, estudamos sobre as doenças
dos séculos, como estresse, ansiedade e outras mais. E, entre essas doenças
está a depressão, considerada como o conflito da alma. E, essa lição afirma
que o crente pode sofrer depressão em algum momento da sua vida.
O Dr. Wagner dos Santos Gaby, comentarista da lição, diz o
seguinte: „A despeito de alguns pensarem que o crente jamais se deprime, a
própria Bíblia menciona diversos casos de servos de Deus que passaram
por diversas crises dessa doença, que se mostra cada vez mais ativa nesses
últimos dias‟ (4ª lição, do 3° Trim/2008).
Então, o autor defende que o crente está, também, vulnerável a sofrer
depressão. Inclusive o Salmo 42, que lemos, foi escrito por uma pessoa que
passou pelo estado de depressão. Já me perguntaram: „Se Jesus no
Getsêmani ficou com depressão‟. Não! Jesus sentiu uma profunda tristeza,
mas aquela tristeza não se transformou em desespero. Ao se levantar dali,
ele estava confiante no Pai e segurou da sua decisão. Sua alma estava firme.
Um dos casos típicos que a Bíblia menciona em que um servo de
Deus passou por um estado profundo de depressão é o caso do profeta Elias.
Iremos ver em 1º Reis 19 em que alguns textos registram sintomas em que
podemos identificar que Elias sofreu depressão.
Nos versículos 3 e 4, diz: „[Elias] deixou ali o seu ajudante. E foi
para o deserto, andando o dia inteiro...‟. Isso aqui é um dos primeiros
sintomas: o isolamento social. Segundo, „...e foi sentar-se debaixo de um
zimbro...‟. Ele perdeu o seu ânimo de prossegui; ele desistiu. A pessoa sofre
esse sentimento de desistência. A pessoa diz: „acabou, não tem mais jeito. A
minha vida não tem mais sentido‟. É um tipo de frustração.
O terceiro sintoma: „... e pediu para si a morte, dizendo: Já basta, ó
Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais‟.
Esse é um sentimento de auto-piedade; a pessoa tem pena de si mesmo. De
modo que a pessoa pede a Deus que tire a sua vida para que aquele
sofrimento acabe. Veja que houve uma prostração em Elias.
„E deitando-se debaixo do zimbro, dormiu... (v.5)‟. Elias também
ficou sonolento, dormiu fora de hora. Não é normal a pessoa passar o dia
dormindo.
Qual foi a causa que produziu essa depressão no profeta Elias. Elias
não era qualquer um. É considerado como um dos maiores profetas do
Antigo Testamento. Quando Jesus Cristo esteve no monte da transfiguração,
Elias foi um dos profetas que apareceu a Jesus Cristo. O primeiro foi Moisés
e o outro foi o profeta Elias. Representando a Lei e os Profetas. Dando à
Cristo autoridade suprema sobre o Antigo Testamento. Elias não era
qualquer um. Era um grande homem de Deus. Uma pessoa de uma forte
fibra, forte estrutura. Mas, era uma pessoa que também estava sujeito a
sofrer depressão.
Tiago disse que Elias, muito embora tenha realizado feitos
poderosíssimos, mas era um homem sujeito aos mesmos sentimentos que
qualquer um de nós.
Mas como pode um crente salvo sofrer depressão? A salvação
produzida por Deus em nós têm três estágios: a salvação do espírito, a
salvação da alma e a salvação do corpo. A salvação do espírito é produzida
em nós de uma maneira instantânea. Quando você aceita Jesus de todo o seu
coração, o seu espírito renasce, é regenerado. Você recebe uma nova vida de
Deus. Porém, a salvação da alma é um processo. É na sua caminhada cristã
que você vai salvando a sua alma, sarando suas feridas emocionais, como a
depressão, a tristeza, a frustração, etc. Essa salvação é efetuada através do
alimento da palavra de Deus, fortificando a fé e através da oração.
E, nosso terceiro estágio da salvação é a salvação do corpo. Só
iremos atingir essa salvação no último dia, na glorificação do corpo. Quando
Jesus voltar e formos ressuscitados ou transformados é que atingiremos a
nossa salvação completa.
Então, o grande profeta de Deus, Elias, sofreu uma exaustão mental
pelo estresse do povo de Deus. De tanto ele querer estabelecer um culto
verdadeiro, convencer o povo da falsa adoração a Baal, de tanto lutar, de ser
perseguido, maltratado e incompreendido. Todas essas coisas foram
atingindo a sua alma. Muito embora, o seu espírito estava forte, mas a sua
alma começou a sofrer esses ataques psicológicos.
De modo quando a Jezabel disse: „Vamos perseguir esse profeta, e
acabar com a vida dele‟. Essa palavra de Jezabel foi apenas uma gota
d‟agua nos problemas em que Elias já vinha enfrentando. Há essa gota
d‟agua! A nossa alma está carregada de problemas, aí há o momento que
vem essa gota d‟agua que nos arrastam de uma vez.
O profeta vinha lutando, e quando, ele achou que venceu os profetas
de Baal e que agora, Acabe e Jezabel iria se levantar e iria dizer: „Nós fomos
vencidos, e o Deus verdadeiro é o Deus Javé, então, agora, vamos
estabelecer o culto verdadeiro‟. Elias estava esperando por essa decisão do
rei e da rainha. Mas, quando a decisão do rei e da rainha foi totalmente
diferente do que ele esperava, isso causou uma frustração tão forte que o
desestruturou de uma vez.
De modo que o profeta guerreiro, valente, que enfrentou 800 homens
em uma batalha no monte Carmelo, estava agora dentro de uma caverna,
escondido, isolado, com sentimento de fracasso e desejando a morte.
Todavia, o Deus todo-poderoso que conhece o espírito, a alma e o
corpo, inicia um tratamento no profeta Elias. E, qual foi o primeiro
tratamento? Deus enviou um anjo para trazer alivio ao profeta e restaurar
suas energias. O anjo lhe serviu pão e água. Elias comeu um pouco e dormiu
novamente. Mas, o anjo lhe disse: „Levante-te e come e bebe, porque longo
te será o caminho!‟. O anjo estava lhe dizendo: „Você não pode desistir
agora, porque ainda têm muitas coisas para realizares nessa vida‟.
Então, o problema por mais trágico que seja não pode nos paralisar!
Não pode produzir em nós esse sentimento de que tudo acabou! Porque o
Senhor está dizendo que ainda tem muitas coisas pra gente realizar nessa
vida. Tai que um dia quando essas coisas chegarem ao fim, o Senhor vai
preparará a nossa alma e a levará para o seu paraíso. Mas se, ainda estamos
vivos isso significa que a nossa missão não acabou, nem parou nem
tampouco terminou.
Então, temos que recobrar forças! A luta é grande, a tribulação e
aflição também; esse mundo, muitas vezes, nos deixa deprimidos e tristes;
ficamos pensando o que será de nossos filhos; tememos pelas nossas
próprias vidas; há tantos casos de bala perdida e tantas coisas que isso nos
querem abater. Mas, não podemos deixar essas coisas nos enfraquecer.
O apóstolo Paulo disse: „atribulados, mas não abatidos, perseguidos,
mas não destruídos‟, „tristes, mas alegrando a muitos‟. Então, recebemos de
Deus essa força, assim como o profeta Elias. Foi visitado pelo anjo de Deus
que lhe trouxe fortalecimento para que pudesse prosseguir na sua jornada.
Elias prosseguiu, caminhou até o monte de Deus, o monte Horebe.
Ele caminhou para o melhor local onde poderia estar, no monte Horebe,
onde está a presença de Deus. O melhor local em que o depressivo possa
estar é na presença de Deus. Não ainda se isolar das orações, dos cultos, dos
trabalhos do Senhor. Não! Tem que frequentar mais ainda. Tem que
recobrar forças, como o profeta Elias, e caminhar para a presença de Deus.
E, quando ele estava lá monte Horebe dentro de uma caverna escura
e solitária, ouviu a voz suave de Deus, dizendo: „O que fazes aqui, Elias?‟.
O que o Senhor estava esperando de Elias? Estava esperando ele verbalizar
os seus problemas. Ele colocar pra fora, expor. Essa é a grande ajuda de um
terapeuta para a pessoa deprimida. O que o terapeuta faz? Apenas escuta a
pessoa, incentivando-a a jogar pra fora. Porque se a pessoa acumular dentro
de si essas energias negativas, vai ser pior.
Conta o teu problema! Expõem a tua causa! Esse foi o tratamento de
Deus para Elias. Então, o profeta veio com várias queijas: „Senhor, acabou
os teus profetas, só tem eu, tal, tal e tal‟. Deus percebeu que só havia
imaginações em Elias, apenas sua mente estava turbada, e não conseguia
enxergar a realidade.
No caso do profeta Elias, vermos uma investida de Satanás que
procura deprimir o povo de Deus. Veja que Elias passou por um estado
profundo de depressão. Inclusive, a maioria dos escritores bíblicos, quando
falam sobre depressão, tomam a figura de Elias como um exemplo de
pessoa deprimida.
Antes de o profeta passar por esse estado de depressão, de onde ele
vinha? Ele vinha de uma grande vitória; de uma grande bênção. Ele tinha,
irmãos, derrotado o reino de Satanás. Ele tinha mexido com o diabo; tinha
derrotado os sacerdotes do diabo; tinha acabado com o culto do diabo; ele
fez com que o povo, que adorava o diabo na imagem de Baal, reconhecesse
que o Senhor Javé é o único Deus. Essas coisas foram um fracasso e uma
derrotada muito grande para o reino das trevas. E, você pensa que quando
Satanás sofre uma grande perda se dá por satisfeito, por vencido. Não! Ele
procura recobrar o ataque.
Satanás procura ofuscar a força de Deus em nossa vida. Sempre,
depois de uma grande vitória, vem uma grande luta, aflição, provação. Isso
é uma investida de Satanás. Aquilo que o Pr. Mário, pregou na doutrina,
quando atacamos o reino das trevas, Satanás não vai se dá por derrotado, ele
vai reunir mais demônios ainda para tentar recuperar aquilo que está
perdendo.
Assim, o homem de Deus profetizou que devemos está preparado
para as investidas de Satanás nesses últimos dias, porque o diabo está com
raiva da igreja da Codó, porque a igreja está alcançando grandes vitórias,
está recebendo grandes bênçãos e está ganhando muitas almas para o Senhor
Jesus.
Agora, tem um porém, o diabo procura atacar os mais vulneráveis.
Ele não vai atacar os mais fortes. Ele procura atingir o povo de Deus
atacando os mais fracos. Quando ele derrubou o casal Adão e Eva, ele não
foi à Adão, o homem que estava com a palavra, mas foi ao vaso mais
vulnerável, a mulher. Quando os amalequitas atacaram o povo de Israel na
sua caminhada no deserto, não atacaram o povo que ia à frente com Josué e
Josué, atacou o povo vinha atrás. Vinham cansados, em fatigados. A Bíblia
diz que eles atacaram os mais vulneráveis.
E, a Bíblia diz que essa luta contra os amalequitas nunca iria acabar.
Sempre o povo de Deus vai enfrentar os amalequitas. Pedro disse que o
diabo anda a derredor como leão procurando aquém possa tragar. Quando
um leão vê um grande rebanho; quem ele procura atacar? Não são aqueles
mais fortes, mas os mais fracos, despercebidos. O diabo, que é uma serpente
astuciosa e um leão cheio de artimanhas, vai procurar atacar os mais
vulneráveis entre nós. Temos que nos fortalecer.
Se a gente ficar nessa cantiga do capote: „tó fraco, tó fraco e tó
fraco‟. Você vai se tornar uma vítima, em potencial, para o diabo. De modo
que o profeta Joel disse: „Diga o fraco: eu sou forte!‟. Quando você está na
presença de Deus, você diz: „Senhor, eu sou fraco, não tenho nada, me
ajuda‟. Mas quando você está na presença do diabo, você diz: „Eu sou
forte‟. „Porque quando eu estou fraco, aí é que eu estou forte‟. Num foi isso
que disse o apóstolo Paulo.
Vamos está alertas contra os ataques e a fúria de Satanás. Satanás
está furioso, e se você é forte, ele vai tentar ataque seus familiares, os
crentes mais fracos da igreja. Vamos está em vigilância.
Por isso que Satanás é considerado, também, como um dos grandes
causadores de depressão entre o povo de Deus. Tem coisas que acontecem
que não temos como explicar, então, Satanás aproveita a oportunidade para
encher a cabeça da gente de abobrinhas para questionar a soberania de Deus.
Massa não podemos questionar a soberania de Deus.
Um certo pastor, chamado de Kennent Hangi, um pastor muito
conhecido nos Estados Unidos, tendo um ministério de curas e libertação,
ele disse que certa vez, um de seus parentes, parece-me que seu pai, tinha
falecido por causa de uma doença; então, o Pr. Kennent Hagi disse que se
sentiu impotente diante daquela situação, e pensou: „Senhor, tu me usa em
curas para curar tantas pessoas, e tu não curaste o meu pai, que tanto orei
e busquei. Tanto ministrei sobre ele a cura, e o seu caso clínico agravou e
morreu. Então, não tem mais sentido o meu ministério; eu vou terminar
aqui a minha missão de pastor‟.
Então, o Senhor disse para ele, citando um texto bíblico: „as coisas
ocultas são para o Senhor nosso Deus, e as coisas reveladas são para nós‟.
Têm coisas, irmãos, que acontecem na nossa vida, que não compreendemos,
são coisas ocultas. Não podemos questionar e nem se irritar com Deus. Mas,
entregar em suas mãos e confiar.
O pastor que sofreu uma grande derrota em seu ministério, e passou
por um momento muito difícil da sua vida, talvez já se recuperou, mas na
época chegou a negar algumas doutrinas básicas da fé cristã, foi o pastor
Ricardo Gondim. Ele enfrentou a mesma situação do Pr. Kennent Hagi. A
sua mãe adoeceu e morreu. E, o pastor achou que não teve condições
suficientes de poder trazer a cura para sua mãe, muito embora, tenha feito
campanhas e campanhas de oração, jejum. Levantou a igreja para orar. Mas
nada disso trouxe recuperação para sua mãe.
Então ele questionou a soberania de Deus, a onipotência de Deus.
Ele chegou a ponto de dizer que Deus não era tão poderoso como estava
escrito na Bíblia. E, isso foi tão forte que casou uma divisão muito grande
na Igreja Betesda. Pois muitos pastores não concordaram com as definições
do Pr. Ricardo Godim.
Temos que ter uma estrutura muito forte e espiritual para aceitar a
vontade de Deus, ainda que seja uma grande bênção ou uma grande derrota.
O apostolo Paulo, em Romanos 8, disse: „todas as coisas contribuem para o
bem daqueles que são chamados segundo o propósito de Deus e daqueles
que amam a Deus‟. Se temos fé que fomos chamados segundo a vontade
decretiva de Deus e o amamos profundamente não devemos questionar
aquilo que acontecem conosco, porque sem entender e nem compreender, de
alguma maneira está contribuindo para o nosso bem.
Vamos ver alguns passos que a pessoa deprimida pode tomar na vida
para vencer a depressão.
A alma/espirito é o que nos mantém ativo e forte para prosseguir.
Quando a alma é atingida, sofremos grande abalo. Por isso que a nossa alma
precisa está forte em Deus.
Em alguns casos de depressão devemos buscar tratamento clínico, e
tomar antidepressivos receitados pelo médico; temos que acabar com esse
preconceito e tabu de que o crente não pode procurar a ajuda de psiquiatras,
terapeutas. Mas esses profissionais são médicos como quaisquer outros.
Assim como têm médicos que cuidam do coração, pulmão e joelhos, há
médicos que cuidam da mente.
Nos casos que em a depressão é causada por distúrbios hormonais
deve-se tomar medicamentos receitado por bom especialista. Se psicólogo
fosse uma profissão errada não haveria crentes e pastores psicólogos.
Outro passo, procurar aconselhamento pastoral. O pastor é um
verdadeiro terapeuta, pois, cuida de muitas ovelhas feridas, doentes e
enfraquecidas. O pastor, como homem de Deus, sempre tem aquela palavra
de encorajamento e ânimo. E, uma vez que a depressão é um abatimento da
alma, um bom conselho pastoral pode revigorar a nossa alma.
O líder Josué recebeu uma grande missão de substituir Moisés, um
grande homem de Deus, general, legislador e profeta sem igual. Josué teve
que substituir esse homem. Moisés havia morrido, e Josué muito apegado a
Moisés, sofreu essa grande perda e tinha que tomar a grande
responsabilidade que havia sobre Moisés. Então, a sua alma estava como
que abatida. E, qual foi o conselho pastoral de Deus, pois, Deus é o nosso
Pastor. „Esforça-te e tem bom ânimo! Não fique apavorado e nem
desanimado. Leia a minha palavra, de onde você vai extrair forças
espirituais para continuar a missão. Eu não estou lhe mandando? Pois vai
nessa tua força‟.
São essas palavras fortificadores e encorajadoras que nos dá ânimo
para vencermos o desânimo. E o pastor tem essa palavra.
Encher o coração de esperança também nos ajuda a vencer a
depressão. Jó sofreu uma grande depressão, e em alguns momentos, ele
desejou morrer, mas não perdeu a esperança. Ele disse: „eu sei que o meu
Redentor vive‟ e disse mais: „ainda que ele me mate, nele esperarei‟. A
esperança é fortificadora para sustentar a nossa alma e nos tirar da cova.
Buscar o poder de Cristo. Paulo buscou o poder de Cristo. Ele estava
fraco, debilitado, sofrendo, angustiado e aflito, e diz a Bíblia que ele ourou
por três vezes para que Deus afastasse um demônio que estava lhe
esbofeteando. Ninguém sabe que tipo de aflição era essa. Mas era algo tão
profundo e angustiante que ele considerou como um demônio que estava
esmurrando o seu corpo.
Ora, se um murro de uma pessoa causa grandes lesões, quanto mais
bofetes de demônios. Ele orou a Deus incessantemente. Mas ouviu a voz do
Senhor Jesus dizendo: „a minha graça te basta. Porque o meu poder se
aperfeiçoa na tua fraqueza‟. Pelo que Paulo disse: „Por isso tenho grande
prazer nas injúrias, perseguições e nas coisas que acontecem comigo.
Porque eu sei que essas coisas estão trazendo o poder de Cristo‟.
O autor aos Hebreus disse que aqueles que têm fé „da fraqueza tiram
forças‟. Encontrem em Cristo, irmãos, essa força. Em suas debilidades,
fraquezas e vontade de desistir, procure a força de Cristo.
Não remoer o passado, mas esquecer das coisas ruins. A gente passa
muita coisa ruim nessa vida, coisas que marcam, que trazem traumas, que
nos ferem profundamente, que nos deixa por baixo, mas existe uma receita
muito forte, que é a receita do patriarca José, que é esquecer a mágoa do
passado. Não adianta remoer, trazer à lembrança, porque essas coisas não
vão resolver o problema. Como se diz: „Não adianta chorar o leite
derramado‟.
José esqueceu o mal que lhe fizeram. José era uma pessoa que
deveria passar o resto da vida deprimido. Pois foi desprezado pelos seus
próprios irmãos, foi vendido como escravo, chegando ao Egito foi
denunciado como traidor, viveu dois anos dentro do calabouço, sem ver a
luz do sol. Foi um homem que sofreu profundamente. Mas Deus lhe visitou,
ele saiu daquela situação e tornou-se um governador.
Mas tarde, quando seus irmãos, causadores de toda desgraça na vida
de José, chegaram para ele e disseram: „José nos perdoe, e não nos matem!‟.
José disse: „Eu esqueci de tudo o que vocês me fizeram. Porque eu entendi
que a desgraça que fizeram comigo, Deus a tornou em bênção. E, o mal que
vocês intentaram contra mim, Deus transformou em bem‟.
Então, esse também é um dos segredos para vencer a depressão:
esquecer as coisas ruins e olhar com esperança para o futuro. Irei terminar
citando as palavras do apóstolo Paulo: „esquecendo-me das coisas que atrás
ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo
prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus‟ (Fl 3.13,14).
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Codó em 20 de Setembro de 2009
Sobre o Testemunho Interior do Cristão
O que é o testemunho interior do cristão? O Espírito Santo. „Se
alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele‟. O Espírito
testifica que nós somos propriedade exclusiva de Deus. Paulo chama-o de o
penhor e a garantia da nossa ressurreição para vida eterna. Isso significa que
só ressuscitarão para a vida eterna quem tem o Espírito de Deus.
Alguém já me perguntou: Para o Espírito Santo habitar no crente,
ele precisa está totalmente sem pecado? Não! Pelo contrário, o Espírito
Santo habita dentro da pessoa para ela abandonar o pecado. O Espírito está
dentro de você para lhe transformar; para lhe purificar e renovar. O crente
pode, ainda, fraquejar durante toda a sua caminhada cristã. Mas ele tem o
Espírito para exatamente lhe fortalecer.
João, em sua epístola, disse: „aqueles que são nascidos de Deus não
continuam na prática do pecado. Porque o que permanece nele é a divina
semente, e não pode continuar na prática do pecado‟. É o Espírito Santo
que no dá força e repugnância contra o pecado.
O que é o novo nascimento? É regeneração; é ser gerado de novo. E
como se dá o novo nascimento? Ou melhor, qual é o meio ou o elemento
que possibilita o novo nascimento? É mediante a fé em Jesus Cristo.
Leiamos 1ª João 5.1: „Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é
nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou, ama também ao
que dele é nascido‟.
Através da fé em Jesus Cristo a pessoa recebe o Espírito Santo que
passa a operar nele o novo nascimento. O novo nascimento não é um
processo gradual, é instantâneo. Quando alguém crer em Cristo,
instantaneamente nasce de novo e se torna um filho de Deus. Agora, a
santificação é um processo. Alguém me indagou: „Eu aceitei Jesus e
continuei um bom tempo fumando. Eu nasci de novo?‟ Quando uma criança
nasce, ela nasce falando, correndo, pulando e usando suas faculdades de
raciocínio? Não! Mas ela nasceu um ser humano integral, potencial e
completo. Essas sementes estão nelas, mas serão desenvolvidas.
O cristão nasceu de novo, mas deverá agora caminhar para a
maturidade, o crescimento cristão, a santificação. Portanto, o processo da
santificação é gradual, mas a regeneração é instantânea.
Leiamos João 1.12,13: „Mas, a todos quantos o receberam, aos que
crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade
do varão, mas de Deus‟.
Essa palavra „poder‟ em algumas traduções é „autoridade‟. Isso
significa que você recebeu essa autoridade, e o diabo não pode negar que
em você aconteceu o novo nascimento. Esse poder de Deus passa a operar
dentro do renascido. É o Espírito poderoso que operar em você até o final da
sua caminhada cristã e lhe apresentará diante de Deus uma pessoa
irrepreensível e inculpável.
Qual é a origem dessa nova natureza espiritual? Nós tínhamos uma
natureza terrena e carnal, e através do novo nascimento recebemos, agora,
uma natureza espiritual, uma natureza celestial. Isso não significa que sua
natureza carnal foi substituída pela espiritual, e que a espiritual suplantou a
sua natureza carnal. Isso significa que o crente, após ter nascido de novo,
passa a ter dento de si duas naturezas: a natureza carnal e a natureza
espiritual. Doutrina conhecida como as duas naturezas do crente.
Sabemos muito bem, a origem da nossa natureza carnal. Mas, qual é
a origem da natureza espiritual? Nós vimos que o novo nascimento nos
torna acessível quando depositamos fé em Cristo, independentemente, de
praticarmos qualquer boa obra para tornamos merecedores. O novo
nascimento vem sobre a pessoa antes de praticar qualquer ato cristão. À não
ser, simplesmente, você exercer fé em Cristo, confiança nele.
De onde brota o novo nascimento? Como ele é operado em nós? Em
João 3, Jesus disse: „aquele que não nascer de novo não pode entrar no
Reino de Deus‟. Outras traduções dizem: „...aquele que não nascer do alto‟.
Então, de fato, o novo nascimento tem origem do alto, do celestial, vem de
Deus. Agora, por intermédio de que canal o novo nascimento desce à nós?
Através de Jesus. Digamos que Jesus Cristo tornou-se possível a operação
do novo nascimento em nós.
Há dois elementos básicos que produz a regeneração em nós.
Leiamos 1ª Pedro 1.23: „Sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que
permanece para sempre‟. Esse é o primeiro elemento que origina em nós a
nova natureza. Em 1ª Coríntios 4.15 está escrito: „...pelo evangelho vos
gerei em Jesus Cristo‟.
Leiamos João 3.8: „O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz,
mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é
nascido do Espírito‟. O Pai, o Filho e o Espírito interagem para produzir em
nós essa nova natureza. E, eles utilizam a palavra de Deus. Porque a palavra
produz em nós o segundo elemento: a fé. E, através da fé em Cristo
experimentamos a regeneração.
Assim, irmãos, como Deus criou os céus, a Terra e todas as coisas
por intermédio da palavra e do Espírito, assim, também, ele recria a nova
criação através do Espírito e da palavra mediante a fé. Não há novo
nascimento se não houver a pregação da palavra de Deus pela qual a pessoa
venha a crer. Paulo disse: „como crerão... se não há quem pregue‟ (Rm
10.14). Quando a pessoa ouve a palavra, o Espírito começa a produzir o
convencimento e o arrependimento até a pessoa abrir o coração e crer. E,
assim acontece a conversão.
Alguém me perguntou o que é conversão? É abandonar a confiança
em seu próprio conhecimento e em sua própria obra, e aí, vem o
arrependimento e a fé em Deus. A Bíblia diz: „não te estribes em teu
próprio conhecimento, mas confia no Senhor‟ (Pv 3.5). A salvação é essa: a
pessoa se convencer que não há nada nela que garantirá algum mérito diante
de Deus, e despojar do seu conhecimento e de qualquer obra, por mais
religiosa que seja, ou por mais boa que ela acha que é, e receber a Cristo
como o único que pode lhe salvar.
Por que a natureza humana é incapaz de produzir a natureza
espiritual? É impossível o homem gerar nele essa natureza celestial.
Alguém me perguntou: „Adão tinha a natureza espiritual?‟. Adão
perdeu o privilégio de adquirir a natureza espiritual. Muito embora, ele
tenha sido criado com uma natureza perfeita e santa, mas não no sentido
dele ser santo, mas ser uma pessoa inocente. Se Adão tivesse comido da
árvore da vida teria confirmado nele a natureza espiritual, o novo
nascimento, e tinha transferido para seus filhos essa natureza espiritual.
Mas, como ele decidiu obedecer ao diabo e desobedecer a Deus e comer o
fruto proibido, desenvolveu nele a natureza carnal.
Então, Adão não foi criado nem com a natureza carnal e nem com a
natureza espiritual, mas ele iria adquirir.
Leiamos 1ª Coríntios 15.45-50: „Assim está também escrito: O
primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito
vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o
espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o
Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o
celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do
terreno, assim traremos também a imagem do celestial. E agora digo isto,
irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a
corrupção herdar a incorrupção‟.
Adão não foi criado com o espírito vivificante, o espírito que iria
produzir vida aos seus descendentes. Mas, foi criado com uma alma
biológica, sujeito a velhice e a morte. Por isso que quando ele comeu do
fruto não precisou passar por nenhuma transformação no seu corpo, pois o
seu corpo já estava preparado para receber a morte ou a vida. Para que ele
pudesse permanecer vivo tinha que comer da árvore da vida, mas como ele
não comeu da árvore da vida, mas da árvore da morte, então ele foi
subjugado a morte física, espiritual e eterna.
O novo nascimento não é possível ser produzido pelo homem
natural, mas apenas, pelo homem celestial, que é Cristo. Então, nós não
temos essa capacidade, porque não recebemos de Adão isso. Se estamos em
Adão estamos em uma natureza carnal sujeita à morte. E, para que a gente
experimente a nova natureza temos que está em Cristo.
Quais são os resultados do novo nascimento?
Libertação da escravidão do pecado. Está em Romanos 8.15:
„Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em
temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos:
Aba, Pai‟.
Ter o desejo e a disposição espiritual de obedecer ao Senhor e andar
sob a direção do Espírito Santo. Se a pessoa não se libertar da escravidão do
pecado, não aconteceu nela o novo nascimento. Porque um dos objetivos do
novo nascimento é levar a pessoa à uma libertação da escravidão do pecado.
Porque o Espírito Santo passa a habitar no coração do pecador, mas
ele faz uma limpeza, uma lavagem, de modo que o novo nascimento,
também, é chamado de uma renovação do Espírito Santo, uma lavagem
mediante a palavra de Deus (Tt 3.5; Ef 5.26).
A pessoa passa por uma renovação espiritual, de modo que quando
uma pessoa decaí dessa graça é dito que „O cão voltou ao seu próprio
vômito, e a porca lavada ao poço de lama‟ (2ª Pe 2.22).
Leiamos Romanos 8.15-17: „Porque não recebestes o espírito de
escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica
com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos,
somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo:
se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados‟.
O novo nascimento produz a libertação do pecado. O texto diz: „...
vós não recebestes o espírito de escravidão para estares, outra vez, debaixo
do temor [medo], mas o Espírito de adoção que clama: Aba, Pai‟. Então,
veja que a salvação é muito mais do que simplesmente a absolvição de
nossos pecados, a salvação é muito mais do que a justificação que nos torna
inocente diante do tribunal de Deus. Você vê que um juiz absolve um
criminoso, ele inocenta um criminoso, mas ele não adota aquele criminoso
como seu filho.
Mas, Deus não só nos absolve, sendo nós pessoas criminosas que
cometemos delitos, como também, ele nos adota como seus filhos. Esse é o
processo da salvação. É muito mais do que perdão e justificação, ela
também é adoção e regeneração. Muito embora, chamamos Deus de Senhor,
mas não mais naquele sentido de que nós somos escravos e que servimos
por obrigação, mas agora, é como aquela relação entre pai e filho.
O filho tem uma relação íntima com seu pai, mesmo assim, o chama
de senhor. Mas ele é muito mais do que o senhor, ele é o seu pai. Então,
Deus é muito mais do que o nosso Senhor, Dono e Patrão, Ele é o nosso Pai.
Assim, como o filho se aproxima do seu pai sem nenhuma
cerimônia, assim também, nós nos aproximamos de Deus sem nenhuma
cerimônia.
Leiamos Ezequiel 36.26,27: „Também vos darei um coração novo, e
porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de
pedra, e vos darei um coração de carne. Ainda porei dentro de vós o meu
Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas
ordenanças, e as observeis‟. Esse texto mostra que o novo nascimento
produz em nós o desejo, a disposição e a afeição pelas coisas santas e
espirituais. O cristão passa por uma transformação interior. Essa mudança
interior é produzida na pessoa que se converte a Cristo.
Antigamente, a lei estava escrita no livro como regras, decretos, para
serem obedecidos pelo devoto, porém, em Cristo, a lei, que é santa e
espiritual, agora, é implantada dentro de nossos corações. A mudança,
agora, não é mais externa, de você ser um religioso, praticar seus
sacramentos, para ser salvo. A salvação, agora, é colocada dentro,
chamamos isso de imputação. Deus coloca dento de nós a justiça, a
santificação, a pureza que há em Cristo.
Essa é a verdadeira transformação. Foi o que Cristo disse para
Nicodemos. Quem era Nicodemos? Era o príncipe dos judeus, um homem
altamente religioso, praticante da lei, servia a Deus na religião mais severa
de Israel, que era o farisaísmo. Então, ele tinha a lei na ponta da língua.
Conduzia em pequenas caixinhas versículos da lei atadas no corpo, e
frequentemente lia esses versículos, memorizava e decorava. Escrevia as
leis nos umbrais de sua casa, expunhas nas paredes. Era uma aflição
angustiante do espírito para puder nunca se esquecer das leis e praticá-las.
Cristo disse a Nicodemos: „se você não nascer de novo, jamais verá
o Reino de Deus, mesmo com toda essa religiosidade‟. Cristo não disse isso
apenas para Nicodemos, mas para toda nação de Israel. Para que os judeus
pudessem, agora, entrar no Reino de Deus, no Reino de Davi, tinham quer
experimentar o novo nascimento em Cristo.
Leiamos, também, Colossenses 3.1,2: „Portanto, se já ressuscitastes
com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à
destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da
terra‟. O termo „ressuscitastes com Cristo‟, também é uma expressão para
novo nascimento. Deus colocou dentro de nós um desejo espiritual, uma
afeição ou disposição pelas coisas espirituais.
Antigamente, a gente não tinha esse desejo pelas coisas santas, de
agradar a Deus. A gente servia na nossa religião, mas o nosso coração
estava bem longe. Nosso pensamento era: „tomara que termine logo esse
negócio, porque eu quero já já ir pra festa, farrear um pouquinho‟. A gente
não servia de coração. Aquilo era só uma fachada para a gente puder
garantir a nossa salvação depois da morte.
Mas, Deus, agora, coloca dentro de nós esse desejo. De modo que
quando não praticamos, ficamos com a consciência pesada, algo nos
incomodando. Deus atou as leis dentro de nós por intermédio do Espírito.
Assim, andamos no Espírito. O que é andar ou viver no Espírito? É
produzir o fruto do Espírito. Qual é o fruto do Espírito? Quais são as
virtudes que compõem esse fruto? „amor, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança‟ (Gl 5.22). Paulo disse:
„contra essas coisas não há lei‟. Então, o cristão não precisa consultar as
leis constantemente, porque já é produzido nele, pelo Espírito, tudo aquilo
que constitui o coração da lei, que são as verdadeiras virtudes espirituais.
Vamos agora, falar das três testemunhas da salvação operada dentro
de nós. João, na sua epístola, cita três testemunhas (1 João 5.8). Quais são?
O Espírito, a água e o sangue. Por que o Espírito, a água e o sangue são
essas três testemunhas, que confirmam, que de fato, nós somos crentes
salvos?
O texto diz que os três são unânimes, concordam num só propósito.
O que dizemos acerca do Espírito vale para a água, para o sangue. Por
exemplo, o Espírito purifica, a água purifica, o sangue purifica etc. Os três
estão realizando em nós o processo salvífico trazido por Cristo e arquitetado
por Deus.
O que é essa água? É a Palavra. É um símbolo da palavra
representada no batismo nas águas. João, indiretamente, está refutando os
gnósticos. Pois, os gnósticos ensinavam que Cristo era apenas um espírito
que tomou um corpo emprestado, e que passou habitar nesse corpo, quando
se batizou nas águas. Os gnósticos negavam a união entre o espírito e a
carne. Eles negavam o testemunho do sangue.
Nessas três coisas temos as doutrinas básicas do cristianismo.
Referente a Cristo, temos o seu nascimento virginal produzido pelo Espírito,
a água é o batismo de Cristo, quando foi ungido por Deus e iniciou o seu
ministério de pregação da palavra, que é também, a água. Temos o sangue
que é a sua obra expiatória na cruz onde ele produziu a nossa redenção.
Por isso que essas são as testemunhas da salvação. E, essas mesmas
testemunhas que operou em Cristo, também operam em nós. É o Espírito
que produz em nós a regeneração. Ele produz através da palavra de Deus.
Aqueles que não nascerem da água e do Espírito não podem entrar no Reino
de Deus. É, também, por intermédio do sangue de Jesus que somos
purificados, renovados. Essas três testemunhas, digamos assim, são o selo
da nossa salvação.
Irmãos, quero enfatizar isso, fomos nascidos para praticar o amor.
Qual é a importância do amor cristão? Por que temos que amar? Por que é
um mandamento!? Por que Cristo nos amou!? Sim! E, por muitas outras
razões. Irei citar apenas três.
Primeiro, porque o amor é a essência do cristianismo. Em Romanos
13.8, Paulo disse: „quem ama aos outros cumpriu a lei‟. E disse mais: „se há
algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu
próximo como a ti mesmo‟ (v.9). Muito embora, Israel praticasse a lei de
Deus, mas no coração sentiam ódio pelas outras pessoas que não eram
judeus. Sentiam ódio pelos seus irmãos que não praticavam a lei. Eles
guardavam a lei de um modo hipócrita, aparente; observavam a cerimônia
da lei apenas para cumpri o ritual.
Quando Deus transformou o judaísmo no cristianismo colocou o
amor como a essência, quer dizer, como a coluna básica, a natureza íntima,
dessa religião. Assim, Tiago disse: „A religião pura e imaculada para com
Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e
guardar-se da corrupção do mundo‟ (Tg 1.27). Ele não disse: „guardar o
código da lei‟. Mas cuidar dos necessitados. Sentir compaixão e
misericórdia das pessoas desfavorecidas. Quando Tiago fala da prova da fé
operante não cita as obras da lei, mas coisas simples como ajudar aos
necessitados. Então, é o amor que torna a sua fé genuína e verdadeira. Se
não tivermos esse amor a nossa fé é fingida, a nossa religião é hipócrita.
Quando João falou em amar de fato e de verdade, ele citou atos
simples, quando disse: „vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas
entranhas, como estará nele o amor de Deus?‟ (1ª Jo 3.17,18). O amor não
se expressar em estarmos religiosamente nos templos sagrados, em
cumprirmos, à risca, os dogmas de nossas igrejas, mas, está no fato de
amamos as pessoas.
Cristo disse: „Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se
vos amardes uns aos outros‟ (Jo 13.35).
Segunda razão: sem o amor não conhecemos a Deus
verdadeiramente. Leiamos 1ª João 4.8: „Aquele que não ama não conhece a
Deus; porque Deus é amor‟. O amor é mais do que o conhecimento. Paulo
disse, em 1ª Coríntios 8.1, que „o conhecimento incha, mas o amor edifica‟.
O verdadeiro conhecimento de Deus não é conhecer as Escrituras decor e
salteado, mas é amar, de todo o coração, a Deus. O amor é vínculo da
perfeição. É o que nos unirá ao estado perfeito.
Paulo disse: „permanecem estes três, a fé, a esperança e o amor, mas
o maior destes é o amor‟ (1ª Co 13.13). Porque sem o amor não há fé
verdadeira, e sem o amor a nossa esperança é uma esperança falsa. É o amor
que sustenta todas as coisas.
E, a terceira razão da importância do amor é que o amor é a prova do
novo nascimento. Leiamos 1ª João 4.7: „Amados, amemo-nos uns aos
outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama é nascido de Deus e
conhece a Deus‟. É o amor que irá exteriorizar a espiritualidade interior. O
amor é estampa que vai mostrar ao mundo que somos novas criaturas.
Antes éramos pessoas que detestavam e éramos detestados.
Irritávamos com facilidade, ficávamos aborrecidos, mas é o amor, a
gentiliza, a docilidade, que confirmará que operou em nós a transformação.
Qual é a fonte do amor cristão? Cristo, sempre, é visto como o canal,
o intermediário, a ponte que nos traz os benefícios espirituais, mas existe a
fonte original, de onde, manam todas as coisas, mas essas coisas emanam
através de Cristo. É através de Cristo que o amor emana para nós, mas a
fonte do amor é o Pai. A operação divina age assim: O Pai é a fonte, Cristo é
o canal por onde jorra o Seu Espírito. 1ª João 4.8,16: „Deus é amor‟. E,
1ª João 4.19 diz: „Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro‟.
Qual é a essência do amor cristão? A essência do amor cristão está
representada no emblema da cruz de Cristo. Através da cruz, Deus,
demonstrou o seu amor. Em Romanos 5.8: „Deus prova o seu amor para
conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores‟. A
cruz é o símbolo do amor de Deus. A cruz é formada por duas estacas, uma
horizontal e outra vertical. A estaca vertical representa o amor à Deus, e a
estaca horizontal representa o amor ao próximo. Essa é essência do amor
cristão: é amar a Deus (vertical) e amar o próximo (horizontal).
Nas laterais da cruz de Cristo havia duas cruzes, e nessas cruzes
estavam um amigo e um inimigo de Cristo. Ambos eram ladrões, mas um
demonstrou amizade, e o outro a inimizade. Isso significa que o amor
cristão ama o amigo e o inimigo. O amor abraça os dois. Muito embora,
Cristo prometeu o paraíso ao ladrão arrependido, ele não condenou o outro
que estava lhe provocando. Cristo não disse nada contra essa pessoa.
Irmãos, o amor cristão ama a Deus, ama o amigo e o inimigo. Essa é
a essência do amor, amamos a Deus, mas também amamos nossos amigos e
os nossos inimigos. Está escrito: „se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de
comer; se tiver sede, dá-lhe de beber‟ (Romanos 12.20). O amor ao inimigo
é considerado como o ponto máximo do amor cristão. A Escritura diz que
„se amardes os que vos amam, que galardão tereis‟ (Mt 5.46). Se amamos
apenas nossos familiares, parentes e amigos, o que fizemos demais? Mas,
quando amamos nossos inimigos estamos demonstrando o verdadeiro e puro
amor.
Alguém me perguntou: O diabo entra nessa categoria de inimigos?
Não! O diabo teve ser odiado e detestado.
Qual é a procedência do amor? O amor brota em Deus, nos torna
acessível através de Cristo e é derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo – „o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo que nos foi outorgado‟ (Rm 5.5).
Então, veja que em todo o processo da salvação está o Espírito, por
isso que o Espírito é o testemunho interior do cristão.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Filomena III em 22 de Setembro de 2009
Sobre o Batismo nas Águas
Atos 2.37,38:
„E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a
Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Pedro então lhes
respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados; e recebereis o dom do
Espírito Santo. Porque a promessa vos pertence a vós, a vossos filhos, e a
todos os que estão longe: a quantos o Senhor nosso Deus chamar. E com
muitas outras palavras dava testemunho, e os exortava, dizendo: salvai-vos
desta geração perversa.
De sorte que foram batizados os que receberam a sua palavra; e naquele
dia agregaram-se quase três mil almas;
e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão
e nas orações.‟
O batismo cristão é o segundo passo na caminhada cristã. Qual é o
primeiro passo? O primeiro passo é a conversão. É quando nós nos
arrependemos de nossos pecados e aceitamos a Jesus como nosso único e
suficiente Salvador. Esse passo é de suma importância para cada pessoa que
quer participar do reino celestial e gozar da salvação que está presente entre
nós, mas que irá se revelar de uma maneira mais plena e completa quando
Jesus Cristo voltar.
Todas as pessoas que queira participar desses benefícios eternos tem
que tomar essa decisão. Após essa decisão a nossa vida nunca será a mesma,
pelo contrário, nós somos totalmente transformados pelo poder do Espírito
de Deus. De modo que hoje nós usufruímos de benefícios que jamais
imaginaríamos; que nós jamais um dia usufruiríamos. Porque agora
tomamos parte nas bênçãos que acompanham a salvação.
E, esse poder transformador de Cristo é tão impactante em nosso
coração que apenas o nosso testemunho já é uma grande atração para esse
mundo perdido; apenas a nossa caminhada neste mundo já reflete uma
grande luz que brilhou sobre cada um de nós e sobre o nosso lar. Sem
mesmo responder qualquer palavra, a nossa vida já reflete a vida de Jesus
Cristo, o nosso Senhor.
Então arrependimento e fé em Jesus foram o primeiro passo rumo a
salvação. O que é que implica a fé em Jesus? Duas coisas: confiar em Cristo
e seguir os seus ensinamentos. Então ser cristão é exatamente isso é seguir a
Cristo e confiar em tudo quanto ele nos ensinou. E uma das ordenanças de
Jesus Cristo aos seus apóstolos foi: „ide por todas as nações e fazei
discípulos de todos os povos, ensinando-os a guardar tudo quanto eu vos
tenho ordenado‟. Então isso é ser cristão; isso é ter fé em Jesus Cristo; isso
é seguir no caminho de Jesus Cristo.
Após essa decisão, o nosso segundo passo é se batizar nas águas.
O que é o batismo nas águas? Está escrito em Mateus 28.19,20:
„...batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. O batismo
nas águas é uma prática bíblica e cristã efetuado em adulto por imersão do
corpo inteiro de uma só vez em águas em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo conforme Jesus Cristo ordenou.
O batismo é uma prática bíblica e cristã. Isso significa que essa
prática nós encontramos nas páginas das Escrituras do Novo Testamento. Os
apóstolos desde o inicio da Igreja praticaram o batismo. Por isso que o
batismo é uma doutrina bíblica. E é também uma doutrina cristã porque vem
sendo praticada e efetuada durante toda a história da igreja cristã. Desde o
primeiro século, passando pelo século dois até o século atual a Igreja
continua perseverando e praticando esse ato bíblico e cristão.
Então quando a gente se submete a essa prática de batismo nas
águas, nós estamos nos submetendo a um ensinamento bíblico e cristão.
O modo do batismo é por imersão. O que é isso? É um mergulho.
Esse é o modo bíblico. Porque a própria palavra „batismo‟, que é um termo
grego, significa „mergulhar‟. Por essa definição bíblica torna-se inválido
qualquer outro batismo que não seja por imersão do corpo inteiro na água.
Isso significa que aquele batismo por aspersão, quando alguém derrama
apenas a água em nossa cabeça é um batismo inválido. Se alguém se batizou
por aspersão, precisa ser rebatizado para que esse batismo tenha validade.
Esse é o modo do batismo que deve ser efetuado em pessoas adultas.
Dois passos são exigidos para aqueles que querem se batizar:
arrependimento dos pecados e fé em Jesus Cristo. E, apenas pessoas que
tenha consciência para se arrepender e exerce fé em Jesus Cristo são aptas
para o batismo. Isso significa que o batismo infantil, batismo realizado em
criança, é um batismo inválido porque a criança não pode exercer fé e nem
se arrepender de seus pecados. Pois ainda não tem consciência para tomar
esse passo.
O batismo é algo pessoal. Os pais não podem decidir pelos seus
filhos; os pais não podem levar seus filhos crianças para se batizarem
quando eles ainda não tomaram uma decisão. Por isso que nós dizemos que
o batismo é o segundo passo, porque o primeiro passo é a conversão. Uma
vez que a criança não está habilitada e nem capacitada para tomar o
primeiro passo, que é a sua conversão, ela também não está apta para tomar
o segundo passo, que é o batismo nas águas.
Se alguns de nós temos sido batizados quando éramos criança esse
batismo não é bíblico e nem cristão; é um batismo inválido e antibíblico.
Por isso que tais pessoas têm que se batizarem outra vez.
Qual é a fórmula do batismo? Está em Mateus 28.19,20: „... em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo...‟. Essa é a forma correta do batismo.
Muitas igrejas heréticas ensinam que esse batismo é inválido e que o
batismo tem que ser apenas em nome de Jesus Cristo. Eles dizem isso
baseado em alguns textos isolados na Palavra de Deus que não
compreendem. Como por exemplo, o texto de Atos 2.38, e alguns outros
também no livro de Atos. Mas nesses textos está apenas sendo mencionado
o batismo, mas não a fórmula do batismo. A verdadeira fórmula é „... em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo...‟.
Quem pode se batizar nas águas? Todos aqueles que creem de todo o
coração em Jesus Cristo. Atos 8.36ss. Esses versículos narram a história de
um homem, que morava na Etiópia, e vinha das festividades religiosas dos
judeus em Jerusalém. Na sua carruagem, passando por uma estrada deserta,
ele lia em voz alta as Escrituras Sagradas no texto do profeta Isaías no
capítulo 53, que fala do sofrimento do Messias; que ele tomaria nossas
enfermidades, que carregaria nossos pecados, que daria a sua alma como
nosso resgate.
Quando então um homem chamado Felipe, correndo, se aproxima da
carruagem, e grita: „entendes tú o que lê?‟. Aquele homem, rico e
funcionária da rainha da Etiópia, respondeu: „como eu poderei entender! Se
não há quem me explique‟. Veja que ele vinha do templo, das festividades
religiosas dos judeus, pois ele era um convertido ao judaísmo, porém, no
templo judaico, ele não recebeu a explicação das profecias acerca do
Messias. Pois os fariseus não tinham esse entendimento de que o Messias
deveria sofrer pelo seu povo. De modo, que o eunuco etíope convida Felipe,
que era um diácono da igreja nascente, para subir em sua carruagem e lhe
desse a explicação acerca dessa profecia de Isaías.
Então, Felipe começou a lhe explicar as Escrituras, a partir daquele
texto Felipe lhe anunciou a fé em Jesus Cristo. Enquanto Felipe lhe
transmitia a Palavra de Deus, o eunuco sentiu o desejo para se batizar nas
águas. Assim, está escrito em Atos 8.36-38: „E indo eles caminhando,
chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água;
que impede que eu seja batizado? E disse Felipe: é lícito, se crês de todo o
coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de
Deus. Mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como
o eunuco, e Filipe o batizou‟.
De modo que esse é o passo para que seja necessário para que a
pessoa se torne apta ao batismo: é crer de todo coração que Jesus Cristo é o
Filho de Deus, que veio a esse mundo para nos salvar de nossos pecados. Se
temos essa fé, estamos apto para o batismo.
O batismo não é apenas uma cerimônia religiosa, mas também um
ato espiritual de profundo significado. Não é apenas um ritual, uma
cerimônia religiosa; não é realizado apenas por fazer parte dos dogmas da
igreja. Por trás do batismo há grande significado espiritual. Há profundo
sentido que devemos entender e compreender para que possamos tomar essa
decisão séria com muita consciência.
Quando Jesus Cristo foi interrogado pelos fariseus acerca da sua
autoridade para realizar os sinais. Jesus lhes disse que responderia sua
interrogação, se eles lhe respondessem a seguinte pergunta: o batismo de
João era do céu ou dos homens. Os fariseus ficaram intrigados com aquela
pergunta, e raciocinaram entre si dizendo: se dizemos que é do céu, ele nos
responderá porque então vocês não foram batizados por João, mas se
dizermos que é dos homens, aqui tem muita gente que crer no batismo de
João e vão querer nos apedrejar. Então eles se dirigiram a Jesus e disseram:
Senhor, nós não sabemos acerca desse assunto. Então, Jesus lhes disse que
tampouco lhes responderia a sua interrogação.
Qual era a origem do batismo de João? Não era dos homens! Era de
Deus. João dizia: „Aquele que me mandou batizar‟. O batismo não é algo
realizado pelos homens e nem adotado pelas igrejas, mas é algo que Jesus
Cristo ordenou; algo que Deus mandou. Quando nos submetemos ao
batismo, estamos nos submetendo as ordens de Jesus Cristo; as ordenanças
de Deus. E, por trás desse ato há vários significados espirituais que irei
expor.
O batismo é a confirmação da fé que professamos em Jesus Cristo. É
através do batismo que tornamos pública a nossa fé. Na conversão cremos
em Jesus Cristo com o coração, mas confirmamos essa fé no batismo. Se a
pessoa se „converteu‟, mas está titubeando em seu coração se se batiza ou
não, essa pessoa na verdade não teve uma fé genuína; não está
demonstrando uma convicção real. Pois ainda está em dúvidas. Se nada
impede que essa pessoa seja batizada, mas mesmo assim era recusa o
batismo, está demonstrando uma falta de fé.
O ato batismal é uma confirmação, uma convicção, da fé que
professamos diante de Deus, o Pai. Quando você aceita a Jesus está
confessando diante de Deus, mas é no batismo que você torna isso público
diante dos homens.
Romanos 10.10 diz que nós cremos com o coração, mas Tiago 2.26
diz que se a fé não for acompanhada de obras verdadeiras é uma fé morta.
Para que a nossa fé seja uma fé viva, temos que prosseguir tomando o passo
seguinte, que é o nosso batismo, publicando a nossa fé em Cristo.
O batismo é um testemunho da nossa confissão pública. Você está
dando testemunho de que a decisão que tomou diante de Deus é verdadeira.
Você está plenamente convicto da decisão que tomaste diante de Deus.
Em atos 22.16, um discípulo chamado Ananias foi enviado a Paulo
que havia se convertido pouco tempo naquele encontro que teve com Jesus
no caminho de Damasco. Quando Ananias se encontra com Paulo, que
estava acamado e cego, esperando uma visitação de Jesus Cristo, ele diz o
seguinte a Saulo: „Levanta-te! Não te detenhas, e seja batizado, lava os teus
pecados e invoca o nome de Jesus Cristo‟.
O ato batismal é um ato de invocação ao nome de Jesus Cristo. É
quando você reconhece que Jesus Cristo é Senhor da sua vida. Em 1ª
Coríntias 10, diz que quando os israelitas passaram no mar vermelho, esse
ato representava o batismo em Moisés, „todos foram batizados em Moisés‟,
significando que a partir dali, eles consideraram Moisés como o líder deles.
Assim também, a partir do batismo, nós estamos testemunhando a
todos que Jesus Cristo é o nosso Senhor. Está escrito em Romanos: 'a saber,
que com a tua boca confessares a Jesus como Senhor‟. Então, que confissão
é essa? Senhor Jesus! Quando estamos se batizando, estamos fazendo essa
invocação, essa confissão. Diz a Escritura que „todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo‟.
O batismo representa a purificação pelo sangue de Jesus Cristo. O
ato batismal não é apenas algo exterior, mas um ato que traz grandes
significados; que têm grandes representações. De modo que uma das
representações é a purificação no sangue de Jesus Cristo. Quando nos
voltamos a Jesus somos purificados de todos os nossos pecados. Mas essa
purificação é espiritual, de modo que não vermos, todavia, acreditamos que
fomos purificados, que fomos limpos, que fomos lavados e que agora somos
novas criaturas para seguir e servir a Deus com o coração limpo.
Essa purificação é representada nas águas do batismo. Então, quando
você está sendo mergulhado nas águas, não está simplesmente mergulhando
em águas, mas, de um modo simbólico e espiritual, você está sendo
mergulhado no sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
O texto de Hebreus 10.22 fala de lavar o corpo com água limpa. Isso
é uma linguagem espiritual, mas que de fato, é representado no batismo. A
água não tem nenhum poder de purificação. Por isso que o batismo não é
um sacramento como crer a Igreja Católica, que através do batismo nas
águas a pessoa recebe alguma graça, que realmente está lavando os seus
pecados. Seguindo essa mesma crendice, algumas igrejas batizam pessoas
ainda em seus pecados, pessoas ainda viciadas em entorpecentes.
Algumas pessoas dizem: „não posso me batizar porque ainda fumo‟.
Então pastores mal informados dizem: „você se batiza que a água lhe dá
esse poder para libertar-se do cigarro‟. Mas na verdade a água não tem
nenhum tipo de poder; nenhum tipo de graça que possa conceder ao
candidato poder para libertar de qualquer coisa. A água não tem esse
sacramento, porém, ela representa essa purificação no sangue de Jesus
Cristo.
Assim para que a prática de se batizar nas águas, que é um símbolo,
tenha um significa real para os candidatos ao batismo, eles têm que já
estarem limpos e libertos de seus pecados. Para que o batismo represente
essa purificação, a pessoa tem que de fato ter purificado os seus pecados no
sangue precioso de Jesus Cristo.
É por isso que em Atos 2.38, está dito pelo apóstolo Pedro:
„arrependem-se e cada um de vós sejam batizados em nome de Jesus Cristo
para remissão dos pecados‟. Simbolizando que esse batismo representa essa
remissão, esse perdão, essa purificação. De modo que, o crente pode dizer
com muita convicção: „eu fui lavado no sangue de Jesus Cristo‟. Porque
indiretamente ele realmente foi lavado nas águas do batismo.
O batismo é uma simbolização da regeneração pela Palavra de Deus.
O que é a regeneração? É um ato instantâneo em que todo aquele que crer
em Jesus Cristo se torna nova criatura; é gerado de novo. Nós somos
gerados de novo quando nos convertemos a Cristo. A Escritura diz que
aqueles que estão em Cristo são novas criaturas, então nós somos criados
novamente, somos gerados novamente. Chamamos isso de novo
nascimento.
Em João 3 está escrito que se alguém não nascer da água e do
Espírito não pode participar com Deus no seu Reino eterno. Então, é
necessário torna-nos uma nova criatura. Esse ato de regeneração é
representado no batismo nas águas. Pedro, em sua epístola, diz que fomos
gerados pela palavra de Deus. A água representa a Palavra de Deus.
Em 2ª Pedro 3.5 diz que Deus criou todas as coisas por intermédio
da palavra de Deus, que a terra foi tirada da água. Então a criação surgiu da
água, ela estava mergulhada em água, e Deus a fez surgir da água. Porque a
água tem essa representação da vida. Então essa nova recriação, nos é
representada também nas águas.
Quando você sobe das águas batismais é como uma criança que está
saindo do ventre. A criança quando está no ventre está envolta de uma
placenta cheia de água, por assim dizer; uma bolsa d‟água. Quando essa
placenta é rompida, a criança nasce, assim também é representado o
batismo. Quando nós sairmos da água, estamos rompendo essa „placenta‟, e
nós nascemos de novo, de uma maneira figurada.
Atente bem para as representações do batismo, de modo que o
cristão que renuncia ser batizado está tendo uma caminhada cristã
incompleta. Porque o batismo cristão é carregado desse simbolismo, dessas
realidades vivas que aconteceram em nós de fato e de verdade, e que agora
são certificadas e comprovadas nas águas batismais.
Há outros textos bíblicos que confirmam essa lavagem da água pela
palavra de Deus. Por exemplo, Efésios 5.26: „...para santificar, tendo-a
purificado com a lavagem da água, pela palavra [de Deus]...‟.
Pedro, em sua epístola, representa o dilúvio como o batismo nas
águas. Ele diz que àquelas águas que cobriram a terra em que muitas
pessoas foram submergidas e morreram, foram também o meio, o canal, que
salvou a família de Noé. Eles foram salvos através da água. Então Pedro
disse: „de modo figurativo também o batismo vos salva‟ (1ª Pe 3.20,21), não
simplesmente esse mergulho nas águas, mas essa representação espiritual de
uma lavagem interior que houve em vosso coração, em vosso espírito, e que
agora é representado pelas águas batismais.
Quando Pedro em Atos 2.40,41, disse: „salvai-vos desta geração
perversa‟, se refere que quando o cristão é batizado nas águas está fazendo
esse rompimento com essa geração corrupta. Assim, como Noé, a partir dali,
iria iniciar uma nova vida, em uma nova terra, com a sua família porque o
pecado e o mal foram submergidos nas águas, assim também, o cristão
quando aceita o batismo, ele está representando esse rompimento com o
mundo. O cristão está cortando esse cordão umbilical que nos prendia a esse
mundo. Estamos abandonando ali a nossa velha vida, nosso velho trapo,
nossa velha maneira de viver para seguir a Cristo com outro modo de vida,
porque fomos lavados em água limpa.
De modo que aqueles cristãos que retrocedem, a Escritura, usando
uma expressão muito forte, diz que aqueles que conheceram o mandamento,
e voltaram atrás é comparado a uma porca que foi lavada, mas depois voltou
ao poço de lama (2ª Pe 2.21,22).
A pessoa que aceita o batismo nas águas, não com uma fé genuína,
mas com segundas intenções, porque está sendo pressionada pelos pais ou
pelos líderes dos grupos de novos convertidos, ou essa pessoa está apenas
com interesse de entrar no conjunto, ou apenas com o desejo de participar
da ceia, mas se não houve uma verdadeira confirmação no interior, mas
cedo ou mais tarde, essas pessoas irão retornar a sua velha maneira de vida,
vão retornar ao lamaçal do pecado.
Para que essa lavagem interior tenha um significado real e
verdadeiro, temos que de fato ter experimentado essa purificação pela
palavra de Deus. Jesus Cristo disse para seus discípulos: „vós já estais
limpos pela palavra que vos tenho falado‟ (Jo 15.3). Portanto, se você ouviu
a palavra e creu na palavra, você foi lavado nessa palavra. Tonando agora
essa lavagem invisível simbólica no batismo nas águas.
O batismo é uma identificação figurativa na morte, no sepultamento
e na ressurreição de Jesus Cristo. Note a seriedade do batismo. O
significado espiritual que ele representa. O batismo nos identifica com a
morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo. Em Romanos 6.3,4
diz que todos quantos foram batizados foram sepultados com Cristo pelo
batismo na morte. Quando você é mergulhado nas águas, você está sendo
sepultado. Por isso que o batismo é um mergulho, pois representa um
sepultamento.
Quem nós sepultamento? Pessoas mortas! Nós não sepultamos os
vivos. Nós sepultamos pessoas mortas. Então, quando nós mergulhamos nas
águas batismais estamos sendo sepultados. Mas, só podemos ser de fato
sepultados, se estivermos mortos para esse mundo e para o pecado.
Portanto, quando somos mergulhados somos sepultados e quando somos
erguidos somos ressuscitados. Veja a importância do batismo. O mergulho é
o sepultamento e a subida das águas representa a ressurreição. Se já
ressuscitamos com Cristo, temos que andar em novidade de vida. A sua
velha vida é deixada nas águas batismais, seus velhos vícios, hábitos e
costumes são ali abandonados e rompidos de uma vez para agora viver uma
vida em Jesus Cristo.
De modo simbólico e figurativo, Deus traz para o batismo a morte, o
sepultamento e a ressurreição de Jesus Cristo. O que aconteceu com Cristo
há dois mil anos atrás é repetido na vida daquele que crê nele. A Bíblia diz
que nós temos participação na sua morte, sepultamento e ressurreição. Isso é
representado de modo exterior no batismo nas águas. A partir dali, nós
vivemos uma nova vida em Cristo.
Está escrito em Colossenses 2.12: „tendo sido sepultados com ele no
batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que
o ressuscitou dentre os mortos‟. A mortificação que acontece em nosso
interior pelo Espírito de Deus se torna tangível na vida de cada um de nós
quando realizamos esse ato batismal.
O batismo representa uma incorporação no Corpo de Jesus Cristo. O
que é o corpo de Cristo? É a igreja. Quando você se batiza nas águas está
sendo incorporado à membresia da igreja. Isso significa que você deve se
submeter aos bons costumes e a doutrina da igreja. Quando os primeiros
discípulos foram batizados, diz que eles „perseveravam na doutrina dos
apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações‟ (At 2.41,42).
Quer dizer que agora vocês irão fazer parte do corpo local de Jesus Cristo.
De modo que onde vocês estiverem estão representando esse corpo. Assim,
se o crente viver de modo relaxado e dando escândalo, as pessoas não irão
dizer: „fulano de tal não é crente‟, mas „as pessoas daquela igreja não são
crentes de verdade‟. Porque aquele membro está prejudicando uma
comunidade inteira.
Quando o crente inflige os mandamentos de Deus está causando uma
ferida no corpo de Cristo. Uma vez que ele feriu o corpo de Cristo, tal
pessoa tem que passar por um tratamento. O tratamento está em Gálatas 6.1:
„Meus irmãos, se alguém for apanhado em alguma falta, vocês que são
espirituais devem ajudar essa pessoa a se corrigir‟. Se cometeram uma falta
que traga escândalo a igreja, devem passar por uma correção, por uma
disciplina. Essa é a correção dada aos membros do corpo de Cristo.
Por que a igreja inflige essa correção? Não é para matar o membro,
mas para trazer cura, recuperação e restauração.
Como membro da igreja o crente também deve contribuir com os
dízimos e as ofertas para que haja manutenção do patrimônio, sustentação
dos pastores, ajuda aos necessitados e pagamento das despesas da igreja
local. Assim como há deveres, há também direitos.
Quais são os direitos que assistem os membros da igreja? São muitos
privilégios! Assumir cargos eclesiásticos, administrativos e ministeriais na
igreja; participar do pão e do vinho que é uma renovação do batismo. No
batismo entramos em uma aliança com Cristo. Assim como a circuncisão
era o sinal da antiga aliança em Moisés, o batismo é o sinal da nova aliança
em Cristo (Cl 2.11,12). É na ceia que renovamos essa aliança quando
participamos do corpo e do sangue do Senhor. E só podemos participar
desses emblemas sagrados quando nos tornamos membro da igreja local, e
só nos tornamos membros da igreja local quando submetermos ao batismo
cristão.
Mas, não é apenas na membresia da igreja local que somos
incorporados, mas também no corpo espiritual de Jesus Cristo, Filho de
Deus. Somos agora membros do seu corpo! E assim, como o seu corpo não
será deixado para condenação, isso garante a salvação de todos aqueles que
são membros do corpo de Cristo. Não só a nossa salvação está assegurada
por sermos membros desse corpo, mas também temos na era presente, a
participação no Espírito de Cristo. O mesmo Espírito que há em Cristo é
derramado sobre nós que somos parte integrante desse corpo. É algo tão
profundo, tão tremendo, tão glorioso que Paulo afirma: „...serão os dois uma
só carne. Grande é este mistério, mas eu falo em referência a Cristo e à
igreja‟ (Ef 5.31,32).
A relação é tão profunda, a comunhão é tão estreita, que a Escritura
diz que Cristo é a nossa cabeça, e nós membros do seu corpo (Ef 5.23,30).
Assim como o corpo e guiado e orientado pela cabeça, assim também nós,
quando aceitamos o batismo, sendo integrados ao corpo de Cristo, somo
guiados, somos orientados pela cabeça, que é Cristo. De modo que não
andamos mais conforme nós andávamos, segundo aquilo que vinha em
nossas mentes, mas segundo aquilo que Cristo nos orienta e nos guia. Cristo
nos orienta através do Seu Espírito e dos seus representantes que colocou
nesta terra, que são os pastores.
Mensagem Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-
Filomena II Em 27 de Setembro de 2009
Sobre o Conhecimento de Deus
A paz do Senhor,
João, um dos doze apóstolos de Cristo, pastoreava a igreja de Éfeso,
quando resolveu escrever sua primeira epístola. Ele também foi autor do
Evangelho que leva o seu nome, mais duas epístolas e do livro do
Apocalipse.
Um dos objetivos ao escrever sua primeira epístola, entre vários
assuntos, foi refutar uma seita perniciosa, que estava surgindo no final do
primeiro século, para resguardar a igreja daqueles ensinamentos heréticos e
revelar aos irmãos o verdadeiro sentido do cristianismo.
Os ensinamentos dessa seita até hoje são divulgados, ensinados, por
muitas seitas pseudocristãs, e religiões orientais, que trazem ensinamentos
essencialmente espírita com o objetivo de ludibriar e nos enganar. Muito
embora, a epístola tenha sido escrita no século primeiro, mais ou menos, no
ano 92 a 98 A.D., mas traz assuntos bastante atuais para as igrejas que
querem seguir as verdades cristãs.
Essa seita chamada de gnosticismo baseava a salvação no
conhecimento secreto. Ensinava que para a pessoa alcançar a salvação tinha
que desenvolver um conhecimento secreto que vinha através dos mestres
iluminados e por seres extraterrestres. Espíritos iluminados dava a esses
mestres um conhecimento secreto que não estava acessível a todas as
pessoas, assim, o evangelho pregado por Jesus e os apóstolos não era
suficiente para transmitir aos cristãos a salvação.
Então, João conhecendo todo esse conjunto de ensinamentos resolve
refutá-los. E a sua refutação girava em torno do verdadeiro conhecimento de
Deus.
Lendo a epístola de João vemos três pontos em que João
desenvolveu esse verdadeiro conhecimento de Deus:
Primeiro, o verdadeiro conhecimento de Deus é ter comunhão com o
Pai por intermédio de Jesus Cristo;
Segundo, ter o verdadeiro conhecimento de Deus é poder usufruir de
uma comunhão perfeita com os irmãos por intermédio de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo;
Terceiro, o conhecimento verdadeiro de Deus é ter um discernimento
espiritual das verdades de Deus por intermédio do Espírito Santo.
É nesses três pontos que João desenvolve toda a sua epístola em que
temos, hoje, acesso por intermédio das Escrituras Sagradas.
O que é ter comunhão com Deus por intermédio de Jesus Cristo? É
ter uma fé viva em Jesus Cristo. O gnosticismo reputava Cristo a
simplesmente a um espírito ou anjo como outro qualquer, mas o
cristianismo coloca Jesus Cristo como o centro, o alicerce, o fundamento
real e verdadeiro da nossa fé.
De modo que para sermos cristãos verdadeiros temos que ter uma
comunhão viva e real com o Senhor Jesus Cristo, porque ele é o único
caminho que nos conduz a Deus e que nos leva a gozar dessa comunhão
viva e real com o Pai celestial. Os gnósticos diziam que havia vários seres
intermediários para nos achegar a Deus, mas João e os apóstolos afirmavam
que havia um único intermediário, um único mediador, um único caminho
que nos conduzia ao Pai celestial.
De modo que aqueles que não se rendem ao Senhor Jesus Cristo e
não se submetem ao seu senhorio jamais poderão gozar da comunhão viva e
real com Deus. E, essa comunhão com Deus por intermédio de Jesus Cristo
não é apenas uma participação superficial em uma religião qualquer, mas é
poder ter uma relação pessoal com Deus e entender que Jesus Cristo é a
encarnação de Deus entre nós.
É por isso que João disse: „nós contemplamos a palavra da vida‟.
Essa palavra que esteve no princípio com Deus antes de todas as coisas, de
todas as eras, antes de toda a criação, oculta aos homens, um ser totalmente
transcendental de qualquer conhecimento e entendimento humano, mas que
esse ser divino, que é eterno, grandioso e maravilhoso, se fez presente, se
encarnou e nós contemplamos a sua glória, usufruímos da sua presença real.
João disse: „nós tocamos nele e atestamos que ele é o próprio Filho de Deus
encarnado e dizemos isso a vocês para que saibam que assim como nós
usufruímos dessa comunhão com ele, vocês também podem usufruir dessa
comunhão‟.
Então, o fato dele ser Deus não nos impede de receber a sua presença
aqui e agora, sem nenhuma mediação de anjos, homens, santos e imagens.
Temos livre acesso Deus! Todas as barreiras foram derrubadas, eliminadas,
para que agora por intermédio do único Nome, Jesus Cristo, adentramos ao
templo celestial.
João disse que essa comunhão nos propulsiona o perdão de nossos
pecados. A seita do gnosticismo negava a realidade do pecado. Ensinava
que os homens não eram pecadores e não tinham seu espírito manchado
pelo pecado, simplesmente, eles estavam aprisionados num corpo terreno,
mas que poderiam se libertar através do conhecimento secreto. Eles
negavam a realidade da Queda, negavam a realidade do pecado, negavam a
realidade da tentação. Eles diziam que o espirito do homem é como o ouro,
e o ouro ainda que seja imerso na lama não é contaminado.
Mas não é isso que a Escritura ensina. Ela ensina que o homem é
pecador desde o seu nascimento, que tem o coração perverso, e é inclinado
para o pecado desde os primeiros dias da sua consciência, e não tem a
capacidade de libertar-se a si mesmo, e se ele continuar nas práticas do seu
pecado irá para a condenação eterna.
Porém, a Escritura não deixa o homem sem esperança! Ela apresenta
a Jesus Cristo como aquele que nos perdoa, nos purifica, nos santifica, nos
justifica e nos inocenta diante de Deus. O seu sangue é tão eficaz e poderoso
que torna o homem vil, miserável e pecador em uma criatura limpa e santa
diante de Deus.
Quando éramos pecadores estávamos distanciados de Deus, não
tínhamos esperança, caminhávamos para condenação eterna, mas agora,
temos vida eterna em Deus, alcançamos o perdão e a paz de Jesus Cristo.
A Bíblia diz que ele é o Redentor de todos os homens. O Redentor
justo. Como Jesus sendo justo aceita os pecadores? Já que segundo a justiça
da lei divina os que pecam merecem a morte – „porque o salário do pecado
é a morte‟ (Rm 6.23). A morte é uma sentença justa para todo aquele que
peca. Então, se todos nós somos pecadores como Cristo tornou-se o
Redentor justo?
Porque ele deu a sua alma como resgate por nós! Porque as nossas
dívidas para com Deus foram perdoadas, pagas, quitadas por Cristo Jesus, o
Filho de Deus. Sendo ele justo, santo e inocente tomou sobre si os nossos
pecados, as nossas transgressões, as nossas iniquidades e nos substituiu na
cruz, tornando-se vicário por nós. Estando na cruz, ele disse: „Pai, perdoa
todo aquele que crê em mim‟. Não com essas palavras, mas nesse sentido.
Os seus pecados lhe leva a condenação, mas se você correr aos pés
de Jesus, você recebe o perdão. Disse o profeta Isaías: „ainda que vossos
pecados sejam vermelhos como escarlate se tornarão limpos e brancos
como a neve‟. Isso acontece somente através do perdão no sangue eficaz de
Jesus Cristo.
Em 1ª João 2.1, o apóstolo apresenta Jesus como nosso advogado
junto do Pai. Essa expressão de João deve encher o nosso coração de muita
alegria. Porque João não disse que ele é o advogado diante do juiz, pois
Deus é o juiz de toda a terra. Mas, ele disse temos um advogado junto ao
Pai. Isso significa que Jesus não está ali para nos defender do Pai, mas para
nos defender das acusações de Satanás. Foi o Pai que o constituiu como
advogado da família celestial. De modo que Satanás não nos pode mais
acusar. Fomos perdoados e justificados por Deus, e Jesus está à Sua destra
para advogar as nossas causas junto do Pai.
Ele faz essa ligação entre nós e o Pai. Ele se põe ali como nosso
defensor. A Escritura diz: „Quem os condenará?‟. Pois se é Cristo que nos
justifica. Ele não só morreu por nós como ele também está a direita de Deus
intercedendo por nós. Então quem nos separará do amor do Pai? Será a
tribulação, a angústia, a nudez, a perseguição, a espada, a aflição? Nada!
Nem os principados, nem as potestades, nem a profundidade, nem a altura,
nem a largura, nem nenhuma outra criatura, nem demônio e nem anjo
podem nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso
Senhor.
Então, ninguém nesse mundo nos pode arrancar dessa comunhão de
Deus. Ninguém nesse mundo pode nos acusar diante do Pai. Por isso que se
Satanás chegar para você e cochichar em seu ouvido alguma falha, algum
erro, lembre-se do sangue de Jesus Cristo.
A Escritura diz: „se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e
justo para nos perdoar de todos os pecados e nos purificar de todas as
injustiças‟. Também está escrito: „Filhinhos não pequeis! Mas se alguém
pecar temos um advogado junto ao Pai, o qual é a propiciação, expiação e
o perdão, para os nossos pecados, e não somente para os nossos pecados,
mas para o pecado da humanidade inteira‟.
O sacrifício de Jesus é tão eficaz, tão poderoso, tão eterno que é
suficiente para trazer salvação, libertação e justificação a toda a
humanidade. Ele é uma fonte inesgotável! O profeta Isaías disse: „vós com
alegria tirareis águas das fontes da salvação‟ (Is 12.3). É como águas
trasbordantes que sacia a sede daqueles que andam moribundo no deserto da
perdição. Em Jesus encontramos a verdadeira paz, o verdadeiro perdão, a
verdadeira alegria.
João, também defende em sua epístola a filiação divina. Tornamo-
nos filhos de Deus por intermédio de Jesus Cristo. No capítulo 3, ele disse:
„Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados
filhos de Deus‟. Éramos criaturas, mas agora somos filhos de Deus. Nós que
somos descendentes de Adão condenados a perdição eterna, mas agora
recebemos a filiação divina. Fomos adotados por Deus em sua família.
Recebemos o privilégio maior do que os anjos. Muito embora os
anjos sejam criaturas espirituais e habitam nas mansões celestiais, mas não
gozam desse privilégio que nós gozamos. Não tiveram o direito a remissão
dos pecados quando se rebelaram contra Deus. Foram lançados fora do
Reino. Mas nós somos criaturas feitas a imagem e semelhança de Deus. Não
fomos largados à nossa própria sorte infeliz. Mas, Deus interveio trazendo
esse privilégio de sermos chamados de filhos de Deus.
Muito embora, as Escrituras falam dos filhos do diabo, mas esses
filhos do diabo não são seus filhos por natureza, mas, simplesmente por
seguem as práticas do diabo e têm prazerem nos desígnios do maligno,
podem se tornarem os filhos de Deus por intermédio de Jesus.
Através da filiação divina, nos tornamos novas criaturas. Nascemos
de novo! Somos regenerados! Fomos recriados! Recebemos o Espírito de
adoção, que segundo o apóstolo Paulo em Romanos 8.15 e Gálatas 4.6
clama: „Meu papai querido‟.
Então Deus não é só o nosso Senhor e o nosso Deus, Ele, também, é
o nosso Pai. O Soberano do Universo é o nosso Pai! E, assim como uma
criança goza do privilégio diante de seu pai e tem a liberdade de se
aproximar dele sem nenhuma cerimônia, de falar com ele e usufruir de suas
bênçãos, assim, também, nós, sem nenhuma cerimônia, sem nenhum tutor
ou intermediário humano, podemos gozar da comunhão e da intimidade com
Deus.
Mas João, também, disse que é incompatível que os filhos de Deus
permaneçam na prática do pecado. Porque a semente incorruptível está nele,
e não pode mais pecar (1ª Jo 3.9). Porque habita em nós o Espírito Santo de
Deus que nos orienta o caminho, que nos guia na luz. O profeta Isaías, há
muitos anos atrás, falou sobre isso. Quando vocês estiverem desorientados
na vida, e não saberem qual o rumo tomar, se ficarem indecisos sem
saberem se devem ir para direito ou para a esquerda, „vocês ouviram uma
voz por trás de vocês, dizendo: este é o caminho andai por ele‟ (Is 30.21).
Óh! Essa voz é a voz do Espírito de Deus que habita em nós!
E, João diz mais: „ainda não é manifestado o que havemos de ser.
Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele;
porque assim como é o veremos‟ (1ª Jo 3.2). Ele é imortal, e nós, também,
seremos imortais; ele é santo, e nós seremos para sempre santos; e quem
„tem esta esperança‟, diz o apóstolo João: „purifica-se a si mesmo, como
também ele é puro‟ (1ª Jo 3.3).
Então, o cristão vive neste mundo, mas ele olha com grande
perspectiva e esperança para o futuro. O mundo está desorientado,
desorganizado, sem esperança. Os governantes, os ambientalistas e os
cientistas estão totalmente desesperados. Eles não sabem qual será o futuro
do mundo. A humanidade está desacreditada. Um certo cientista disse: „nós
temos que encontrar uma saída para a humanidade‟. Porque a junta
cientifica já está consciente de que este mundo está chegando ao seu fim.
Independentemente de que sobrevenha qualquer acontecimento catastrófico,
apocalíptico e escatológico, este mundo já está caminhando para perdição.
Então, „o que é que temos que fazer para salvar a humanidade!?‟.
Esta é a pergunta dos cientistas. Eles disseram: „nós temos que descobrir um
planeta que dê condições habitáveis para os homens‟. Pois segundo eles os
recursos naturais da terra estão se esgotando. A água potável está se
acabando, a camada de ozônio está se destruído, o ar está poluído. O avanço
tecnológico e cientifico, que é a glória do homem moderno, está trazendo
grandes prejuízos à natureza.
Há os chamados G8 que são os oitos países mais ricos do mundo,
país de primeiro mundo, superdesenvolvidos. O estilo de vida desses países
está causando um desequilíbrio na terra.
Meus queridos irmãos, meus queridos visitantes, a terra está
chegando ao seu fim! O globo terrestre não suporta mais o nosso estilo de
vida. Nossos objetos modernos estão causando a nossa destruição. Depois
que descobrir um planeta quem que há água potável e oxigênio, o outro
desafio dos cientistas é: „descobrir um meio de transportar a humanidade
para esse planeta‟.
Mas, os filhos de Deus não estão sem esperança! Os filhos de Deus
não estão colocando a sua confiança na falência da ciência e da religião.
Porque a nossa esperança está em Jesus Cristo! Que segundo as Escrituras
ele está vivo; ele é real e ele voltará! Deus providenciou para nós o escape!
É por isso que João fala da certeza da vida eterna, assim ele
escreveu: „Quem tem o Filho tem a vida‟(1ª Jo 5.12). João não disse: „terá a
vida‟ ou „possivelmente terá a vida‟. Ele falou com plena certeza e
convicção: „tem a vida eterna‟.
Nós vivemos neste mundo no Espírito, na comunhão com o Pai por
intermédio da Palavra de Deus. Nele nós temos a certeza plena, a convicção
certa. João também disse que nos temos a vitória – „e esta é a vitória que
vence o mundo, a nossa fé‟ (1ª Jo 5.4). Através dessa fé em Cristo que nos
prevalecemos, que venceremos, que prosseguiremos em nossa caminhada.
Que segundo Davi é de „força em força‟, e segundo Paulo é de „glória em
glória‟.
João disse: „pais [sois vitoriosos] porque já conhecestes aquele que
é desde o princípio... jovens, sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e
já vencestes o maligno‟ (1ª Jo 2.14). Têm muitos jovens destruídos,
acabados pelas drogas, pela criminalidade, pela prostituição, mas os jovens
que estão em Deus são vitoriosos porque têm a fé viva em Cristo, e a
palavra de Deus está neles e o Espírito inabalável e fortificador habita neles.
Então, a família cristã está guardada, protegida. A família que se
estabelece no altar da palavra de Deus; a família que goza dessa comunhão
com Cristo está edificada sobre uma rocha inabalável. É como aquela cidade
de Isaías 26, que está guardada pelos muros da salvação; está protegida
contra todos os dardos inflamados do maligno.
Os pais que estabelecem o altar de Deus em seu lar, cuja chama do
Espírito queima noite e dia como o altar do holocausto, é uma família
fortificada, feliz e abençoada por Deus.
João que nos transmitir a certeza viva e convicção plena de que o
caminho que estamos andando é certo. Não é um túnel sem saída, nem uma
estrada que vai parar em uma encruzilhada qualquer. Podemos seguir
porque é algo certo! Por isso que ele fala desse testemunho interior que está
dentro de nós (1ª Jo 5.10).
Não existe capeta nenhum que possa arranca-lo! Podem tocar em
nosso corpo, podem tocar em nossos bens, mas não podem tocar no que está
dentro de nós. Não podem destruir a nossa fé; não podem arrancar o Espírito
de Deus que está dentro de nós.
Porque está escrito: „vocês não receberam o espírito de escravidão
para estarem outra vez debaixo do medo, mas recebeste o Espírito de
Deus... o Espírito de Deus testifica com nosso espirito que somos filhos de
Deus... Ele nos guia a toda verdade...‟ Ele nos traz „consolação e
exortação‟ (Rm 8.15,16; Jo 16.13; 1ª Co 14.3).
Nós temos esse testemunho interior dentro de nós. Diz que um certo
cristão de mais 90 anos de idade, chamado de Policarpo, que conhecia o
apóstolo João; que compartilhava dessas verdades que João ensinava nas
congregações, e que chegaram à nós através da sua epístola. Policarpo vivia
debaixo de uma corrente de perseguição infligida pelo império romano, mas
permanecia firme. Nada abalava a fé daqueles homens.
Então, Policarpo foi preso pelas autoridades romanas. Esses homens
infligiram naquele ancião de 90 anos de idade todo tipo de torturas para que
ele negasse o nome de Jesus. Até que eles o amarraram em uma estaca,
colocaram vários gravetos, e disseram: „Nós vamos incendiar se você não
negar o nome de Jesus‟. Policarpo disse: „Fazem muitos anos que eu sirvo o
Senhor Jesus Cristo, e ele nunca me fez mal nenhum, nunca me trouxe
nenhum prejuízo, então, como posso eu agora, nessa altura da vida, negar o
nome dele. Jamais! Eu irei com ele até o fim! Podeis acender essa fogueira,
porque ainda hoje eu estarei com ele‟.
Essa é uma certeza firme! Uma certeza inabalável! Diferente de
muitos crentes hoje, que não podem passar por uma aflição na vida que
negam o Senhor Jesus. Não podem ter o parafuso um pouco mais acochado
que se desestruturam todo. Qualquer besteira na vida está renunciando a fé e
largando a cruz.
Irmãos, temos que ir com Jesus até o final. Pois não temos motivos
para abandonar a fé. Temos que ter dentro de nós uma certeza plena, uma
convicção inabalável. Temos o Espírito da verdade. Esse Espírito não está
apenas nos pastores e nos ministros, mas, está em todo aquele que confessa
Jesus como Filho de Deus.
O Espírito está em nossos jovens, nos nossos adolescentes, nas
nossas crianças e nos nossos anciões. Segundo o profeta Joel o Espírito será
derramado sobre todo aquele que invoca o nome do Senhor.
João prossegue em sua epístola e mostra, também, que o verdadeiro
conhecimento de Deus se constitui em amarmos uns aos outros; que o amor
é a prova máxima da nossa fé em Deus. Não ainda dizermos que temos fé e
não praticamos o amor. Essa fé se torna inútil. João disse: „Se alguém diz:
Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu
irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?. E dele temos
este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão‟ (1ª Jo
4.20).
A prova da nossa fé, do nosso cristianismo verdadeiro, da nossa
religião verdadeira é amar uns aos outros. O amor não maltrata seu irmão, o
amor não trata as pessoas com indiferença. A expressão de João é muito
forte quando fala sobre o amor. Ele diz aqueles que não amam seu irmão são
filhos de Caim, filhos do diabo, filhos do maligno. Assim como Caim era do
maligno, e teve inveja do seu irmão Abel e o matou, assim também, todos
aqueles que não amam seu irmão são homicidas, e nenhum homicida tem
nele a vida eterna (1ª Jo 3.10-16).
Aquele que não ama seu irmão, segundo João, anda nas trevas, vive
nas trevas e não sabe para onde vai (1ª Jo 2.9-11). Você pode se batizar nas
águas, pode cantar no conjunto, pode participar do ministério, pode ser o
que for, mas se não amar o seu irmão, o seu próximo, você está nas trevas,
não conhece a Deus nem tem a vida eterna.
Porque o amor dá valor às pessoas; o amor agrega valores às
pessoas; ele acrescenta algo de valor à vida das pessoas. Quando nos
relacionamos uns com outros ou somos prejudicados ou beneficiados. Diz o
Senhor Jesus „vocês serão conhecidos que são meus discípulos, se vocês
amarem uns aos outros‟. O amor é o fundamento do cristianismo; sua pedra
principal. A essência do amor é aquele que ama deve amar como Jesus
amou. Como Jesus nos amou? Doando a sua vida por nós. „Ele deu a sua
vida por nós‟, diz João, „e nós devemos dar a vida pelos irmãos‟ (1ª Jo
3.16). Esse é o verdadeiro amor.
Para ilustrar o verdadeiro amor, o Senhor Jesus contou uma
parábola, conhecida como o bom samaritano. Diz a Escritura que um
homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu nas mãos de salteadores.
Esses salteadores acabaram com a vida dele, roubando todos os seus bens e
deixando-lhe quase morto à beira do caminho, jogado ao léu, ao lixo. E, diz
que por aquele mesmo caminho passou um sacerdote, um homem religioso,
conhecedor da lei, que foi incumbido de ajudar os caídos, mas aquele
homem estava tão ocupado com a sua religião, e quando viu o pobre do
homem jogado, desviou o seu caminho e seguiu a sua viagem, deixando
aquele miserável entregue à sua infeliz sorte.
Pelo mesmo caminho descia, também, um levita, um ajudante de um
sacerdote, um homem, também, religioso, e viu aquele pobre homem e
ignorou a sua situação, e seguiu viagem.
Jesus Cristo estava querendo ilustrar o verdadeiro amor. Então,
muitas vezes o verdadeiro amor não está na religião, pelo contrário, a
religião muitas vezes deixa o coração endurecido.
Então, por aquele mesmo caminho passava um samaritano. Um
homem que não era religioso, que não seguia as práticas da religião judaica,
não visitava o templo dos judeus. Mas, ao ver aquele miserável, estendeu a
mão, ajudou, colocou-o em sua carruagem e o levou para uma hospedaria
mais próxima, cuidou daquele homem e ergueu-o daquela situação.
Ali, além de ilustrar, a missão de Jesus de salvar aqueles que
estavam mortos e perdidos à beira do caminho, também, nos ensina três
filosofias de vida.
A filosofia de vida dos salteadores: o que é teu é meu, vou toma-lo;
têm pessoas que só querem ser beneficiadas, mas não querem beneficiar a
ninguém; temos também, a filosofia de vida do sacerdote e do levita: o que é
meu é só meu, vou guarda-lo; são pessoas egoístas que têm, mas não
querem compartilhar com ninguém.
E, por último, temos o estilo de vida do bom samaritano: o que é
meu é teu, vou reparti-lo; essa é a nossa filosofia de vida; devemos
compartilhar o que temos com as pessoas. Diz o apóstolo Pedro: „Não tenho
prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, levanta-te e anda‟ (At 3.6).
É isso que vos oferecemos nessa noite: Jesus Cristo, a vida eterna
que Deus nos ofereceu.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó
Em 18 de Outubro de 2009
A Preparação e Qualificação dos Obreiros do Senhor
Baseado na história de Davi, iremos dividir a nossa palestra em cinco
tópicos: primeiro, qualidades naturais; segundo, qualidades éticas; terceiro,
qualidades estéticas; quarto, qualidades profissionais, e quinto, qualidades
espirituais. Eram qualidades que havia em Davi e que devem, também, haver em
nós para servimos a Deus de um modo correto.
A gente fica imaginando porque Deus escolheu a Davi e não a seus irmãos.
Já que os irmãos de Davi eram soldados e serviam no exército militar de Israel.
Sendo soldados, poderiam se tornarem comandantes, generais e futuros reis. Mas
na verdade é que Deus escolheu Davi porque Ele viu em Davi mais capacidades do
que nos seus irmãos.
Às vezes, a gente pensa que é diferente. Que Deus escolheu um
incapacitado, por ser Davi um jovem inexperiente. Porém, Deus escolheu Davi
para ser o rei de Israel porque Ele viu em Davi muito mais potencialidades do que
nos seus irmãos.
Isso significa que a boa aparência e a força física não são sinônimos de
capacidades para assumir determinadas funções. Mas, o que dizia respeito eram as
qualidades que Davi tinha e que seus irmãos não tinham.
Vamos começar vendo as qualidades naturais ou talentos naturais de Davi.
Davi tinha três talentos naturais: músico, orador e escritor.
O que são talentos naturais? São habilidades que nascem com a pessoa ou
se desenvolve no decorrer da vida. Existe uma diferença entre talento e dom. Ao
passo que o talento é inato ou desenvolvido, o dom é recebido de um modo
sobrenatural, instantâneo e divino. O dom vem sobre a pessoa.
Você detém o talento, usa-o quando quer, onde quer e como quer. Já o dom
não. Não é a pessoa que usa os dons, não é na hora que quer e nem da maneira que
quer. É quando o Espírito vem sobre a pessoa que o dom se manifesta.
Esse negócio que a pessoa diz que tem o dom de profecia, e agora deve
profetizar toda vez que alguém lhe visita ou consulta na sua casa ou quando
participa de oração. Não! Ele não tem tal domínio sobre o dom.
Do mesmo modo é com os dons de línguas. Você não fala quando quer e
nem onde quer, é quando o Espírito vem sobre você. Se alguém falar em línguas
quando quer, então, está falando por si mesmo. Porque aquele que fala, fala em
mistérios com Deus. É quando o Espírito quer transmitir alguma mensagem de
você à Deus que ele o usa em línguas.
Os talentos podem ser aperfeiçoados, desenvolvidos e habilitados, mas os
dons, não. Os dons são perfeitos. Eles vêm sobre o crente de um modo perfeito.
Muito embora, estejam em vasos de barro, vasos imperfeitos, mas os dons de Deus
são dons perfeitos.
Alguém me perguntou: „Por que têm pessoas que só falam em línguas no
dia que foram batizadas com Espírito Santo e depois não falam mais?‟.
Porque tais pessoas receberam os dons de línguas, apenas as línguas como
evidência do batismo. Existem a evidência do batismo e os dons de línguas. São
duas coisas diferentes. Nem todo pessoa que é batizada com Espírito Santo e fala
em línguas, recebe os dons de línguas.
Então, Davi tinha três talentos, ele era músico, orador e escritor. Não são
dons. Não existe o dom da pregação, dom da música e nem o dom de escritor. São
talentos naturais. Evidentemente dados por Deus. Essa é a similaridade entre os
dons e os talentos. Ambos são dados por Deus. Contudo, os talentos são dados de
uma maneira natural. Ou você nasce com eles ou desenvolvi-os. E, os dons são
dados por Deus também, mas de uma maneira sobrenatural. Ele vem sobre a pessoa
independentemente de sua capacidade de desenvolver aquele dom.
Davi era músico. Foi chamado para servir na corte de Saul como músico,
muito antes de lutar contra Golias (1º Sm 16.17,18). Davi teve acesso a corte de
Saul e foi contratado para trabalhar no palácio do rei (1º Sm 16.19-23). Davi só
atingiu essa posição por causa de seus dotes e capacidades.
Então, Deus não escolhe ninguém para lhe servir se a pessoa não estiver
capacitada para desempenhar aquele serviço. Havia muitos pastores na época de
Davi, mas apenas Davi foi citado – „Respondeu um dos mancebos: Eis que tenho
visto um filho de Jessé, o belemita, que sabe tocar bem...‟ (1º Sm 16.18). Porque
ele já manifestou seus dotes e talentos desde cedo.
Davi era orador. Algumas traduções da Bíblia diz que Davi sabia falar
bem. Davi por ser músico e saber salmodiar belos salmos a Bíblia o chama de
poeta (poeta é a pessoa que recebe ideias inspiradas; uma pessoa que tem muita
facilidade em argumentar, criar versos e poemas). Então, uma pessoa dessa tem
muita facilidade de articular bem em suas palavras, tem boa fluência e dicção. Davi
possuía esses talentos naturais.
Por exemplo, o que levou Saul permitir Davi ir à batalha contra Golias. Foi
o argumento de Davi. Muito embora, Davi trabalhasse para o rei tocando a sua lira,
Saul não conhecia realmente quem era Davi pessoalmente. Não foi o conhecimento
que Saul tinha de Davi que o levou a permiti-lo ir à guerra. Mas, foi algo que
convenceu Saul.
O texto de 1º Samuel 17.32-37 mostra o diálogo de Davi com Saul.
Inicialmente, Saul não permite que Davi vá à guerra. O que levou Saul mudar de
opinião? No versículo 33, Saul diz: „contra este filisteu não poderás ir para pelejar
com ele; pois tu ainda és moço, e ele homem de guerra desde a sua mocidade‟.
Leiamos 1º Samuel 17.34-37: „Então disse Davi a Saul: Teu servo
apascentava as ovelhas de seu pai; e quando vinha um leão e um urso, e tomava
uma ovelha do rebanho, eu saía após ele e o feria, e livrava-a da sua boca; e,
quando ele se levantava contra mim, lançava-lhe mão da barba, e o feria e o
matava. Assim feria o teu servo o leão, como o urso; assim será este incircunciso
filisteu como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo. Disse mais
Davi: O Senhor me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão
deste filisteu. Então disse Saul a Davi: Vai, e o Senhor seja contigo‟.
Insisto na pergunta: o que foi que convenceu Saul a deixar Davi lutar
contra o gigante Golias? O seu discurso, a sua fala, a sua maneira de introduzir a
conversa. Ele conseguiu convencer Saul pelos seus argumentos. Lendo, também, o
Salmo 45.2, que é dirigido a Davi: „Tu és mais formoso do que os filhos dos
homens; a graça se derramou em teus lábios; por isso Deus te abençoou para
sempre‟. O versículo diz: „a graça se derramou em teus lábios‟. Há outra tradução
que diga diferente? A Linguagem de Hoje diz: „...e sabes fazer belos discursos‟.
A „graça derramou sobre seus lábios‟ é realmente isso. A pessoa que sabe
falar com graça; a pessoa que tem a facilidade de expressão. Vimos isso na vida de
Davi, nos seus salmos e nas suas orações. Davi, de fato, era um orador.
Outro talento natural de Davi, escritor. Dos 150 salmos, Davi escreveu 73.
Todos esses talentos, músico, orador e escritor, não se recebem de modo
sobrenatural de Deus, mas é algo que a pessoa tem que desenvolver ou já nasce
com ela e vai se manifestando no decorrer da vida. E é o que faz com que o
ministro seja completo. O pregador precisa ter o talento da oratória para que possa
transmitir uma mensagem com clareza e assim alcançar os ouvintes. Assim, os
pregadores que não nascem com o talento natural da oratória, precisam desenvolvê-
lo.
Todo ministro cristão tem que desenvolver a oratória. Qual é a
responsabilidade do ministro? Transmitir a palavra de Deus. Ele tem que transmiti-
la com uma boa dicção, boa articulação, suas palavras têm que fluir para que as
pessoas possam entender e compreender. Não recebemos de modo sobrenatural
essas coisas. Recebemos a autoridade de pregar, mas as técnicas de oratória não.
Por isso que precisamos desenvolvê-las. Foi o que Davi fez.
Davi não só cantava, mas era um músico magistral. Diz o Pr. José
Gonçalves: „Davi sabia tocar magistralmente. Era exímio músico e poeta. Isso
muito contribuía para ele ser o homem espiritual, metódico, organizado e sensível
as questões divinas. Basta lermos seus muitos salmos para constatarmos essa
realidade‟ (3ª lição, do 4° Trim/2009).
Então, Davi desenvolveu e aperfeiçoou esse talento que tinha para
música. Ele não só cantava, mas sabia compor hinos, sabia tocar
instrumentos e fazia seus próprios instrumentos. Ele atingiu, o que o Pr. José
Gonçalves, chama de „exímio‟ quer dizer, a excelência. Davi não era apenas
um tocadorzinho, era um músico que atingiu a excelência na música. Foi ele
que organizou todo o cântico da religião judaica; ele que estabeleceu os
levitas para o cântico; organizou os cantores; formulou os cânticos
congregacionais; sabia compor hinos, cantar, tocar, reger. Era uma pessoa
que tinha o talento musical e desenvolveu-o, e desenvolveu muito bem.
Nós para alcançarmos a excelência em nosso ministério, seja o
ministério da música, ou o ministério da pregação ou ministério do ensino
ou o ministério da escrita, temos que desenvolver esses talentos dados por
Deus. Desenvolvemos esses talentos através de técnicas, de treinamentos, de
capacitações e qualificações. Assim iremos cultivar e aprimorar os talentos.
A Escritura fala da parábola dos talentos. Que o Senhor deu os
talentos conforme a capacidade de cada um. E, uma daquelas pessoas que
recebeu o talento enterrou-o. Quer dizer, ele não produziu, não desenvolveu,
não se qualificou naquilo que Deus lhe concedeu.
Por exemplo, um aluno não aprende, simplesmente, por ouvir. Mas,
ele aprende, de fato, quando resolve praticar e pôr em ação os ensinamentos
que está recebendo. Ele não aprende, simplesmente, manusear as Escrituras
quando ele ouve um pregador que manuseia bem as Escrituras, ele vai
aprender manusear bem as Escrituras quando, ele, de fato, resolver
manusear as Escrituras.
A vida crista é um processo de aprendizagem! Não devemos parar
nunca de nos aperfeiçoar e nos aprimorar nos talentos que Deus nos deu.
Há pessoas que já nasce com o talento da oratória. Já fala com
facilidade desde criança; já tem uma fluência melhor. Esse tipo de pessoa se
torna um excelente orador ou pregador. Ao desenvolver o que já é nato dele,
ele atinge essa excelência. Já as pessoas que não nascem com a oratória,
digamos assim, com esse dom natural da palavra, haverá maior dificuldade,
mas isso não quer dizer que a pessoa não possa desenvolver.
Nós temos a capacidade de desenvolver qualquer talento. Seja o
musical, a oratória e o ensino; são talentos que todos temos a capacidade de
desenvolvê-los. Muito embora, a pessoa que tem uma inclinação natural
para um desses talentos, sentirá maior facilidade do que a que não tem.
A pessoa que não tem uma boa fluência, não articula bem as suas
palavras e não tem uma boa dicção passará por um processo mais difícil
para poder desenvolver esses talentos. Submeter-se-á a técnicas e
treinamentos. E, uma pessoa que já tem não precisará se esforçar tanto.
Um filósofo chamado Demóstenes (384-322 A.C.), foi considerado
o pai da oratória, era gago, tinha muita dificuldade para falar, mas ele
começou a treinar, a desenvolver, dominou seus cacoetes e se tornou um dos
maiores oradores da Grécia antiga. Isso demonstra que cada um de nós
podemos desenvolver a oratória.
Não podemos confundir o sermão com a pregação. A pregação e o
sermão são diferentes. A pregação é uma autoridade que você recebe de
Deus. Você prega a onde estiver, nas ruas, nas pragas, no ônibus, etc.,
independentemente da capacidade de oratória ou técnicas de oratória. A
pregação está aberta a todos os cristãos. Todos são chamados para pregar o
evangelho.
Agora, o ministro, além de ter essa autoridade para pregar o
evangelho, é bom que ele detenha as técnicas de oratória, para ele poder
falar com clareza, articular bem as suas palavras e ter o controle do volume
da voz. É importante aprender respirar pelo diafragma. Às vezes os
pregadores usam muito o pulmão, e se cansam rapidamente e forçam a
garganta. A palavra é o ar. Por isso temos que aprender a usar o diafragma.
O diafragma é um músculo, num formato de uma cúpula, que fica na parte
da frente do tórax, logo abaixo das costelas. O diafragma detém melhor o ar.
Os cantores são muito treinados a usar o diafragma. Eles mantêm o ar no
diafragma e vão soltando aos pouco. A voz sai com mais força.
E, assim, também, o pregador precisa aprender a respirar pelo
diafragma. E, como se faz isso? Através de exercícios de respiração. Puxa o
ar pelo nariz até encher a barriga de ar, como se fosse uma bexiga, prende e
solta pela boca. Esse exercício ajuda a desenvolver a respiração pelo
diafragma. É importante ler em voz alta porque utilizamos o diafragma sem
perceber.
Temos que treinar a nossa articulação facial também para podemos
articular as palavras com facilidade. Há vários exercícios. Um dos tais é ler
em voz alta com a caneta na boca. Assim, a pessoa coloca dificuldade na
fala, e ao falar normal sentirá mais facilidade. Falar salmodiando é outro
exercício para a articulação das palavras. Você respira e diz:
„seguuuuuunda-feeeeeeiraaaa‟. Até soltar todo o ar.
Há muitos exercícios para as pessoas que tem dificuldade para
expressar suas palavras com fluência.
Há também a questão do vocabulário. É muito importante que o
ministro enriqueça o seu vocabulário. Porque quando ele estiver pregando
ou ensinando e lhe faltar uma palavra, rapidamente o cérebro pode substitui-
la por outra. Agora, se o pregador é pobre no vocabulário, se lhe dê o branco
daquela única palavra, acabou não tem outra para substitui-la.
O nosso cérebro e raciocínio são ferramentas muito poderosas na
pregação. Ler e reler não só treina nosso cérebro como também enriquece
nosso vocabulário.
Vamos agora, ver as qualidades éticas que Davi tinha e que nós,
como ministros de Deus, também devemos tê-las.
Davi era humilde, fiel, prudente e sábio. A humildade é exatamente
esse trampolim que nos fará chegar ao lugar que Deus quer. Davi foi
humilde, não se exibiu. Há um texto em 1º Samuel em que alguém informa
a Davi que o rei Saul queria que ele fosse o seu genro, Davi disse: „Quem
sou eu e quem é a minha família para que eu me torne um genro do rei‟ (1º
Sm 18.22,23). E em seus salmos, ele fala sempre sobre a humildade.
O que é ser humilde? A humildade nada tem haver com a aparência
da pessoa, mas com a mentalidade. Existem, por exemplo, pessoas que são
pobres e são orgulhosas, e pessoas ricas que são humildes. A humildade é
um estado de espírito. A humildade não se encontra entre os dons e nem
entre o fruto do Espírito. É uma condição que a pessoa tem que desenvolver.
Você tem que aprender a ser humilde.
A humildade não é uma questão de pobreza, mas de atitude. Davi
sempre foi um rei humilde; ele sempre olhou para os desfavorecidos e os
necessitados; ele próprio se considerava uma pessoa necessitada. Ele dizia:
„sou pobre e necessitado‟ (Sl 40.17), mesmo sendo ele rei. Ele não se
vangloriou do seu poder e do seu reinado. Ele sempre reconheceu a sua
submissão diante de Deus.
A humildade é reconhecer as suas condições e considerar o seu
irmão superior a si mesmo. Uma pessoa, por exemplo, pode ser inteligente,
mas se é humilde, sentará para ouvir o ensinamento de alguém que é inferior
em inteligência do que ele. Ele não dirá: „Eu já conheço tudo isso aí, não
preciso perder meu tempo ouvindo esse irmão‟. Ele é humilde para escutar e
aprender seja quem for que estiver ensinando. A humildade tem que abrir o
nosso coração para aprendizagem.
Leiamos Romanos 12.3: „Porque pela graça que me é dada, digo a
cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes,
pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada
um‟.
A Bíblia Linguagem de Hoje diz: „Por causa da bondade de Deus
para comigo, me chamando para ser apóstolo, eu digo a todos vocês que
não se achem melhores do que realmente são. Pelo contrário, pensem com
humildade a respeito de vocês mesmos, e cada um julgue a si mesmo
conforme a fé que Deus lhe deu‟.
Ninguém pode se achar que é autossuficiente. „Eu não preciso que
ninguém de mande fazer algo; eu não preciso que alguém me ensine‟. Não!
Temos que pensar que cada dia mais precisamos aprender; não somos
completos em nós mesmo; precisamos do outro.
O evangelho colhe as pessoas que são marginalizadas e as coloca em
pé de igualdade com um cidadão. Quando os saduceus ouviram os apóstolos
se admirarão da inteligência e do conhecimento daqueles homens. „Como
eles podem saber essas palavras? Se são pessoas sem instrução!‟. Essa é a
capacidade que o evangelho nos dá. Mesmo sendo pessoas de pouca
instrução, até mesmo analfabetas, podemos nos tornar pessoas inteligentes
através de Jesus Cristo e do cristianismo. Podemos nos aperfeiçoar de tal
modo que podemos até pregar para um doutor e ensina-lo. E ele ficar
admirado com o discurso ou ensino.
Outra qualidade excelente de Davi, fidelidade. Davi era fiel ao
Senhor, fiel a Palavra de Deus. Ele sabia se conduzir, se posicionar em
qualquer situação em que se encontrava; Davi aprendeu fazer as coisas
simples buscando ao Senhor e, também, sabia executar as tarefas mais
difíceis.
A fidelidade é um das qualidades éticas que não pode faltar no
ministro. Paulo disse: „requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel‟
(1ª Co 4.2). Porque o ministro não ministra suas próprias coisas, mas as
coisas divinas; coisas pelas quais iremos prestar contas; então, devemos ser
pessoas fiéis.
A prudência era outra qualidade ética de Davi. O texto diz que Davi
era „sisudo em palavra‟. Quer dizer, ele sabia medir as suas palavras; ele
não era tagarela; ele sabia falar na hora certa e no momento certo; ele sabia
o que falar. Davi não era apenas prudente em suas palavras, mas também,
em sua conduta. Ele convivia no palácio do rei Saul, entre os funcionários
do rei, com prudência. Ele tocava a sua lira para acalmar Saul, mas fazia
isso com prudência. Saul ficava com sua lança, e atormentado da cabeça,
Davi sabia que a qualquer hora ele podia explodir.
Cristo disse: „sede prudentes como as serpentes‟ (Mt 10.16). A
serpente não andar dando bote ao réu, ela se prepara para atacar a sua
vítima. Assim o crente tem que saber como se conduzir e quando falar.
Davi, também, era um homem sábio. Davi manifestou a sua
sabedoria para cumprir as suas tarefas com competência. Em 1ª Samuel 18.5
diz que o que Saul mandava Davi fazer, ele fazia bem.
Os ministros de Deus e obreiros do Senhor devem cumprir com
competência as tarefas que lhes foram confiadas. Eles não podem ser
relaxados! „Eu sou auxiliar, mas eu não pedi para ser auxiliar‟. Devemos
saber quais são as nossas atribuições. A igreja, às vezes, comente o erro de
chamar a pessoa para desempenhar alguma tarefa, mas não informa as
implicações daquela tarefa. E, às vezes, a pessoa não sabe quais são as
obrigações e os deveres daquela determinada função. Para que a igreja cobre
mais tarde alguma coisa, ela precisa primeiro deixar bem claro quais são
atribuições da pessoa.
Quais são as atribuições de um diácono? Servir a igreja. E, as
atribuições de um auxiliar? Ajudar o diácono em seu serviço. Se eles não
querem mais servir, então se exonere do cargo. Se eles disserem: „esse
negócio de levar cadeira, púlpito e caixa de som não é comigo, meu negócio
é tá sentado no púlpito e receber a oportunidade para pregar‟.
Davi tinha habilidade para administrar conflitos. Ele enfrentou
muitos conflitos com o seu próprio sogro. Saul sentiu inveja e ciúme de
Davi; ele via Davi como uma ameaça. Os obreiros precisam aprender a
administrar esses tipos de conflitos.
Saul queria que Jonatas, seu filho, fosse o seu herdeiro no trono e
assumisse o governo após sua morte. Porém, Saul percebeu que Davi estava
crescendo e ganhando fama em Israel. Davi era um homem hábil e
guerreiro. Até mesmo nos cânticos das mulheres, Saul estava em
desvantagens. Elas diziam: „Saul matou os seus milhares, mas Davi matou
os seus dez milhares‟. Essas coisas causaram no rei a inveja e o ciúme. Saul
até mesmo fomentou Jonatas dizendo que enquanto Davi estivesse vivo, ele
jamais seria rei, e que ele não deveria apoiar Davi.
Isso é uma questão de competição ministerial. E, existe muito desse
conflito entre os obreiros. „o pastor consagrou o irmão, mas não me
consagrou. Estou aqui há mais tempo, sou melhor do que ele‟; „o fulano de
tal está pregando mais do que eu, tem mais oportunidades. Já teve no sei
quantas oportunidades, e eu não ganhei nenhuma ainda‟; „só eu carrego a
caixa, e ele fica bem bonitinho no púlpito‟. Há todas essas questões!
Em 1º Crônicas 11.9 diz que „Davi crescia e aumentava cada vez
mais‟. Davi começou como um camponês, se tornou um escudeiro do rei,
depois um comandante de tropa e então rei de Israel. Ele foi crescendo, mas
não perdeu o essencial, que é a humildade, a fidelidade, a prudência e a
sabedoria. Nunca perdeu essas qualidades excelentes que são as bases do
nosso ministério.
Todos os ministros devem querer melhorar, mas isso não significa
ser melhor do que o outro irmão. Significa ser melhor do que você mesmo.
„Eu quero melhorar a minha maneira de pregar; eu quero melhorar a
minha maneira de ensinar; eu quero melhorar a minha maneira de servir‟.
Melhorar é você quebrar seus próprios recordes!
Não devemos competir com ninguém, devemos competir com nós
mesmo! Não devemos nos comparar uns com os outros. Acontece muito
isso, principalmente nos eventos, como a semana pentecostal. „O pregador
de segunda, pregou melhor do que o de terça‟. Isso não pode! Você tem que
comparar você com você mesmo.
A Escritura diz: „Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé;
provai-vos a vós mesmos‟ (2ª Co 13.5).
Para concluir quero falar sobre a piedade. Davi apesar de ter todos
esses talentos naturais era um homem piedoso. Ele usou a sua música para
expulsar o demônio de Saul, então, a sua música era ungida. De onde vinha
essa unção na vida de Davi? Da piedade.
Há dois tipos de piedades. A piedade moral e a piedade devocional.
Esse poder e essa unção vêm dessa piedade devocional. Muito embora, a
piedade moral seja importante para andar com Deus e ir para o céu, mas
essa piedade moral não traz essa autoridade espiritual, o que vai trazer é a
piedade devocional, que inclui uma vida de oração, jejum e consagração. E
essas coisas que faz com que o poder venha sobre o crente.
Você se resguardar da prostituição, da mentira, viver de modo sábio,
inteligente, amando seu irmão são qualidades excelentes e essenciais, mas o
poder de Deus só cai se obreiro se entregar à uma vida devocional de
oração.
Se lermos os salmos de Davi vamos ver que ele era um homem que
orava, tinha prazer na leitura da palavra de Deus, tinha uma devoção
particular e íntima com Deus. Esse é o segredo da autoridade espiritual do
obreiro.
Palestra Ministrada na Congregação da Assembleia de Deus-Codó
Em 08 de Novembro de 2009
Sobre A Vontade Soberana e a Vontade Secundária
Baseado na história de Davi, iremos dividir a nossa palestra em
quatro tópicos: primeiro, definição da vontade de Deus; segundo, vontade
secundária de Deus: Saul; terceiro, a não vontade de Deus: Isbosete; quarto,
vontade soberana de Deus: Davi.
Para definir a vontade de Deus, podemos afirmar que Deus têm duas
vontades, além da sua não vontade de realizar determinados propósitos.
Podemos chamar essas duas vontades de Deus de vontade soberana de Deus
e vontade permissiva de Deus. Também, podemos chamar de propósito
original de Deus e propósito secundário de Deus; ou ainda, propósito
incondicional de Deus e propósito condicional de Deus.
Deus, por causa das suas duas vontades, age por meio de dois planos.
O plano que ele determina baseado em sua vontade soberana. Aquilo que
Deus decretou por sua soberania. Isso significa que essa vontade soberana
de Deus, Deus não se arrepende dela e nem muda; aquilo que ele pretende
realizar, ninguém impedirá.
Iremos ler alguns textos bíblicos da Palavra de Deus.
Jó 11.10: „Se ele passar, aprisionar, ou chamar a juízo, quem o
impedirá?‟. Ninguém impede o propósito soberano de Deus!
Jó 42.2: „Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus
propósitos pode ser impedido‟. Os planos que Deus estabelecem, ninguém
podem frustrar a sua realização. Nem as nações, nem os homens e nem os
demônios; nenhum poder pode impedir a Deus de concretizar a vontade que
ele determinou.
Isaías 43.13: „Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há
que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?‟.
Chamamos isso de vontade soberana de Deus, que é o seu plano
original; aquilo que ele estabeleceu desde o princípio de todas as coisas; que
ele já escreveu; e que vai se cumprir guiado pelo próprio poder de Deus. No
Salmo 115.3, diz: „O nosso Deus está nos céus; e faz tudo o que lhe apraz‟.
Deus não age de uma maneira aleatória. Ele age baseado em um
plano que estabeleceu antes de todas as coisas.
Mas há também, o que eu chamo de plano B de Deus que é a Sua
vontade presciente. Essa presciência de Deus é baseada na vontade livre de
suas criaturas. Isso significa que Deus pode se arrepender e mudar o que
pretende realizar conforme as ações das suas criaturas.
Então, veja que Deus é um Deus soberano, age de uma maneira
soberana, mas também, ele age pela sua presciência, quer dizer, pelo seu
pré-conhecimento; pelas coisas que ele sabe que vão acontecer; pelas ações
que ele sabe que as pessoas irão tomar; pelas decisões que as pessoas terão
em suas vidas.
Baseado nessas decisões que Deus já sabe de antemão, ele age; ele
vai realizando essa sua vontade, que é a vontade secundária de Deus. Vamos
compreender mais isso no decorrer da nossa palestra.
O importante é compreendermos que Deus que não se contradiz
opera nessas duas vontades. Martinho Lutero chamava de vontade secreta de
Deus e vontade revelada de Deus. Que Deus, em sua vontade secreta, age de
um modo que às vezes não entendemos, mas ele acaba fazendo a sua
vontade.
Iremos ler alguns textos bíblicos que fala acerca dessa vontade
presciente de Deus, isto é, da vontade de Deus baseado no livre-arbítrio das
suas criaturas humanas.
Jeremias 15.6: „Tu me deixaste, diz o Senhor, e tornaste-te para trás;
por isso estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; já estou cansado
de me arrepender‟. O texto diz que Deus se arrepende! Muda os seus
propósitos.
Jeremias 18:8-10: „Se a tal nação, porém, contra a qual falar se
converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava
fazer-lhe. No momento em que falar de uma nação e de um reino, para
edificar e para plantar, se fizer o mal diante dos meus olhos, não dando
ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que tinha falado que
lhe faria‟.
Note que retribuir com o mal ou com o bem está baseado na sua
presciência de que Deus sabe se a pessoa irá fazer o bem ou o mal. Então
baseado nisso dá a permissão a Deus de se arrepender, de mudar, seu
propósito em relação àquela pessoa, por causa da decisão que ela irá tomar
na vida.
Vamos entender, o propósito soberano de Deus não muda e nem se
arrepende, porém, os seus propósitos secundários estão sujeitos a mudança e
o arrependimento de Deus conforme as ações das criaturas que Deus criou
com livre-arbítrio para decidirem.
Jeremias 26.13: „Agora, pois, melhorai os vossos caminhos e as
vossas ações, e ouvi a voz do Senhor vosso Deus, e arrepender-se-á o
Senhor do mal que falou contra vós‟.
Se a nação ouvir a voz de Deus e lhe obedecer, Deus tem uma
atitude diferente, isto é, Deus modifica a sua atitude relação àquela nação.
Ezequiel 18.25: „Dizeis, porém: O caminho do Senhor não é direito.
Ouvi agora, ó casa de Israel: Porventura não é o meu caminho direito?
Não são os vossos caminhos tortuosos?‟.
Os israelitas estavam acusando a Deus de não agir de um modo certo
pelo fato de Deus retribuir ou agir conforme às ações daquele povo. Isto é,
Deus deveria cumprir às suas promessas aos patriarcas independentemente
das ações ímpias da nação. Porém, Deus afirma que são os caminhos
tortuosos deles que estão bloqueando os cumprimentos das promessas aos
patriarcas.
Então, quais são as duas vontades de Deus? Há uma vontade que
Deus modifica e há outra vontade que ninguém impede ele realizar,
principalmente as ações dos homens. Quais são essas duas vontades?
Vontade original e vontade secundária; vontade soberana de Deus e vontade
permissiva de Deus; vontade incondicional de Deus e vontade condicional.
O que vocês entendem por vontade condicional de Deus? A vontade
incondicional não depende das ações dos homens, Deus age e opera
conforme ele quer, e na vontade condicional, Deus age segundo as
condições que os homens lhe proporcionam.
Podemos dizer que Deus é imutável na sua soberania, mas também,
ele é mutável na sua presciência.
Por que Deus, que é soberano e todo poderoso, age por meio de dois
planos? Por que ele precisa de um plano A e um plano B?
Primeiro razão, por causa do livre-arbítrio que Deus dotou os seres
humanos. Por causa disso Deus considera a decisão de cada um. O que é
livre-arbítrio? É o poder de decidir. Cada pessoa tem a sua livre escolha. De
modo que se Deus quiser que você tome alguma decisão na vida, ele tem,
que primeiramente, vir e agir no centro da sua vontade, que é o coração.
Mas, a decisão quem toma é você. O homem não foi criado como uma
máquina ou um robô, mas foi criado com uma mente que raciocina e tem
inteligência para tomar as suas próprias decisões. Isso é uma das razões
porque Deus age por meio da sua presciência.
Segunda razão, é porque Deus respeita a responsabilidade moral das
pessoas. Cada um de nós temos a responsabilidade moral pela qual iremos
prestar contas com Deus. Se Deus não respeitasse a responsabilidade moral,
então, as pessoas iriam dizer: „Eu fiz isso porque tú me deixaste fazer‟. Não!
A pessoa fez por sua própria escolha; por sua própria responsabilidade; pela
sua própria moralidade.
O homem desde o princípio tem uma noção do que é certo e do que é
errado; e ele pode escolher o certo e rejeitar o errado ou vice-versa.
Por causa dessas duas dotações dos seres humanos, o livre-arbítrio e
a responsabilidade moral, é que Deus resolveu agir por meio de dois planos.
No plano A é o plano original, aquele plano que Deus vai cumprir
independentemente do livre-arbítrio e da responsabilidade moral do homem.
Deus vai agir e está agindo; chamado de História da Salvação. O homem
não intervém e nem se mete. Deus está operando.
Mas, tem, também, o plano B que é a vontade permissiva ou
secundária de Deus em que Deus vai agindo e operando na vida do homem
conforme ele vai respondendo a vontade de Deus. Assim, como aconteceu
com o profeta Jonas, os acontecimentos nos pressiona a tomar o rumo da
vontade de Deus.
Em Provérbios 29.1 está escrito: „O homem que muitas vezes
repreendido endurece a cerviz, de repente será quebrantado sem que haja
remédio‟. Àqueles que estão resistindo a vontade soberana de Deus, mas
Deus quer que a pessoa faça a Sua vontade, Ele criará uma situação em que
levará a pessoa a mudar a sua vontade em relação à vontade de Deus.
Eu fiz essa introdução para poder entrar no assunto da nossa palestra
que fala sobre Saul, Davi e as decisões que esses homens tomaram e o
propósito que Deus tinha em relação a eles.
Vamos começar vendo qual é o propósito de Deus em relação ao
reino de Israel. Iremos ler alguns textos bíblicos.
No monte Sinai, Javé se tornou Rei da nação de Israel.
Deuteronômio 33.5: „E foi rei em Jesurum, quando se congregaram
os cabeças do povo com as tribos de Israel‟.
Quando Deus congregou o povo no monte Sinai, estabeleceu as suas
leis e se revelou diante dos anciãos; o que estava acontecendo ali? Deus
estava se tornando Rei da nação de Israel. Agora Israel não era mais um
povozinho escravizado, mas uma nação eleita, cujo Deus e o Rei era o
Senhor Javé.
Êxodo 19.4-8: „Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos
levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; Agora, pois, se
diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então
sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a
terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas
são as palavras que falarás aos filhos de Israel. E veio Moisés, e chamou os
anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o Senhor
lhe tinha ordenado. Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo
o que o Senhor tem falado, faremos. E relatou Moisés ao Senhor as
palavras do povo‟.
O Senhor tomou os israelitas do Egito para se tornarem uma nação
peculiar de Deus; uma nação especial de Deus; uma nação que era uma
propriedade exclusiva de Deus. Essa era a vontade soberana de Deus ou a
sua vontade secundária de Deus em relação ao reino de Israel?
A vontade soberana! Porque esse povo que saiu do Egito pecaram
contra Deus, mas isso não impediu que Israel se tornasse sua nação e o seu
reino. Deus exterminou toda aquela geração e fez que surgisse outra por
intermédio de seus próprios filhos. Ele continuou operando na nação de
Israel. Ele não abandonou o Seu povo. Deus não foi atrás de outra nação.
Se essa fosse uma vontade secundária de Deus em que eles falharam,
Deus, de fato, teria escolhido outra nação, mas, como era a vontade
soberana de Deus e eles falharam, todavia Deus não falha.
A vontade soberana de Deus não é baseada na vontade do homem;
porque o homem falha. Porém, Deus não falha! Por isso que Deus se baseia
em Si mesmo.
Então, Deus se tornou Rei de Israel no monte Sinai. „Vocês agora
são o meu povo e eu sou o Rei de vocês, e lhes darei leis para obedecerem‟.
No devido tempo o Reino de Javé seria representado pelos
descendentes da tribo de Judá. Havia doze tribos em Israel, dentre dessas
doze tribos Deus escolheu uma para governar as demais. Essa tribo era Judá.
Gênesis 49.10: „O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador
dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos‟.
„O cetro não se arredará de Judá‟; vocês sabem que o cetro era uma
vara ou bastão que os reis usavam; era um bastão real.
De que tribo era Saul? A tribo de Benjamim. E, se Saul era da tribo
de Benjamim, e Deus pela sua soberania escolheu os reis da tribo de Judá;
então, por que Saul se tornou o rei de Israel? Pela vontade secundária de
Deus.
A tribo eleita para extrair os reis de Israel seria Judá. Dentre a tribo
de Judá, Deus escolheu a linhagem de Davi para governar sobre a nação de
Israel como rei ungido de Javé. Havia na tribo várias famílias, e dentre essas
famílias, Deus escolheu uma família para extrair os reis da tribo de Judá que
iria governar sobre a nação de Israel. Assim, a família de Davi foi escolhida
para ser a família real.
O texto de Gênesis 49.10, também, diz que o bastão real não iria
arredar de Judá „até que venha Siló‟. Quem é Siló? O Messias! Depois que
ele veio, muito embora fosse da tribo de Judá, o governo não passou mais
para outros descendentes.
Leiamos Salmos 89.20-29: „Achei a Davi, meu servo; com santo
óleo o ungi, com o qual a minha mão ficará firme, e o meu braço o
fortalecerá. O inimigo não o importunará, nem o filho da perversidade o
afligirá. E eu derrubarei os seus inimigos perante a sua face, e ferirei aos
que o odeiam. E a minha fidelidade e a minha benignidade estarão com ele;
e em meu nome será exaltado o seu poder. Porei também a sua mão no mar,
e a sua direita nos rios. Ele me chamará, dizendo: Tu és meu pai, meu
Deus, e a rocha da minha salvação. Também o farei meu primogênito mais
elevado do que os reis da terra. A minha benignidade lhe conservarei eu
para sempre, e a minha aliança lhe será firme, e conservarei para sempre a
sua semente, e o seu trono como os dias do céu‟.
Essa é a vontade soberana de Deus para com Davi. Tudo isso de fato
se cumpriu. Davi seria o cabeça pela qual veria todos os reis de Judá. Então,
para que os reis pudesse realmente serem reis legítimos e empossados pela
vontade de Deus deveria vir da linhagem do rei Davi. Mas, isso iria
acontecer dentro do tempo previsto.
Quando a nação de Israel pediu um rei a Samuel, Davi ainda não
estava pronto, nem sequer havia nascido. Então, ainda não tinha chegado o
momento de Deus cumprir a sua vontade soberana. Mas, mesmo assim,
Deus deu um rei à nação. Assim, a eleição de Saul não se constituía uma
eleição dentro do propósito soberano de Deus, mas uma eleição baseada na
vontade secundária de Deus. E, essa vontade secundária de Deus sempre é
em resposta as decisões e vontade das pessoas.
Segundo o Pr. José Gonçalves: „o primeiro rei de Israel dado por
Deus segundo a vontade popular e conforme o modelo prescrito pelo povo
que queria algo semelhante ao governo das nações incrédulas e idolatras à
sua volta, certamente não terminou o seu reinado conforme eles
idealizaram... fora da vontade de Deus não há garantia que sonhe algum se
realize‟(3ª lição, do 4° Trim/2009).
Qual era o sonho do povo? Ter um rei como as demais nações. Esse
sonho, também, era, realmente, o sonho de Deus. A nação de Israel teria um
rei como representante de Deus. Mas ainda não tinha chegado o tempo
estabelecido por Deus. Todavia, como o povo estava pressionando Samuel,
Deus simplesmente deixou que a vontade do povo fosse realizada.
Por que Deus permitiu que a vontade do povo fosse realizada?
Porque isso não iria interferir nos propósitos soberanos de Deus. Pois, Deus
sabia muito bem qual seria o fim dessa decisão tomada pelo povo fora da
vontade soberana de Deus, muito embora, não estivesse fora da vontade
secundária de Deus.
Nós podemos tomar decisões em nossas vidas que não fazem parte
da vontade soberana de Deus. Porque, às vezes, dizemos: „Se for a vontade
de Deus vai se cumprir, mas se não for a vontade de Deus não vai se
cumprir‟. Nem sempre é assim! Às vezes coisas acontecem em nossas vidas
que não está dentro da vontade de Deus, mas que ele permite que aconteçam
baseados em sua vontade secundária.
A vontade do povo de Israel de consagrar Saul da tribo de Benjamim
como seu rei, muito embora, não fosse a vontade original de Deus, de
alguma maneira contribuiu para Deus realizar a sua vontade. Por que?
Porque as atitudes de Saul levaram Deus a decidir pela consagração de outro
rei. Se Saul era o rei de Israel; então, quem deveria ser o próximo rei? O
filho de Saul.
Mas, as atitudes de Saul, como cabeça da sua linhagem real, levaram
com que os seus filhos fossem também desqualificados para assumirem o
reino (1º Sm 13.13,14). As decisões de Saul levaram com que Deus
„escolhesse‟ outra pessoa para governar sobre a nação de Israel. Não só isso,
mas o próprio povo, também, reconheceu, pelo fracasso do reinado de Saul,
que quem deveria ser rei era Davi, assim, o povo foi inclinado à vontade de
Deus.
Deus permite que tomemos decisões em nossas vidas, muito embora,
ele sabe que aquelas decisões não fazem parte do seu propósito para
conosco, e às vezes, o fim é trágico. Mas, Ele permite exatamente para
aprendemos a lição.
O povo de Israel pediu um rei a Deus. Eles não disseram a Deus que
esse rei seria Saul, eles pediram apenas um rei. Quem foi que deu Saul
como rei para o povo? Quem indicou para Samuel que Saul deveria ser
ungido como rei? Deus! Então, Saul foi escolhido por Deus.
Leiamos 1º Samuel 10.23,24: „E correram, e tomaram Saul dali, e
pôs-se no meio do povo; e era mais alto do que todo o povo desde o ombro
para cima. Então disse Samuel a todo o povo: Vedes já a quem o Senhor
escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então
jubilou todo o povo, e disse: Viva o rei!‟.
Essa escolha foi baseado em que vontade de Deus? Na vontade
secundária de Deus. Isso significa que Deus poderia se arrepender dessa
escolha. Quando Deus escolhe baseado em sua vontade secundária, ele pode
se arrepender; quando Deus escolhe na sua vontade soberana, Deus jamais
se arrepende.
Leiamos 1º Samuel 15.35: „E nunca mais viu Samuel a Saul até ao
dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu
de haver posto a Saul rei sobre Israel‟.
„O Senhor se arrependeu‟! Por que ele se arrependeu? Por causa das
atitudes do rei Saul. Muito embora, Saul fosse escolhido segundo a vontade
secundária de Deus, não sendo essa a sua vontade original, poderia dá certo
como rei. E, mesmo dando certo como rei, Deus poderia cumprir a sua
soberania em escolher Davi? Sim! Saul não impediria em nada.
Será que na atualidade, alguém pode se tornar pastor pela vontade
secundária de Deus? Ou só se tornar pastor aqueles que Deus chama de
modo soberano? De fato, alguém pode se tornar pastor pela vontade
secundária de Deus. Isso significa, também, que Deus pode se arrepender de
ter escolhido aquela pessoa como pastor conforme as suas ações.
Assim, também, tomamos decisões em nossas vidas que não fazem
parte da vontade soberana de Deus. Mas, essa vontade secundária de Deus
pode dá certo, se formos obedientes a Deus.
Antes, de estudarmos sobre a vontade soberana de Deus para com
Davi, iremos estudar um pouco sobre a não vontade de Deus. Porque existe
a vontade secundária e a vontade soberana, mas também, a não vontade de
Deus. Aquilo que Deus diz: „Não quero que aconteça‟.
Há acontecimentos que não fazem parte da vontade de Deus, nem
mesmo da sua vontade secundária, mas mesmo assim, Deus permite que
aconteçam, porém, outros, Deus não deixa acontecerem.
Por exemplo, um pai que estrupa sua filha de cinco anos de idade.
Sabemos que isso não é a vontade de Deus. Então, por que acontece?
Sabemos, também, que se Deus quiser impedir que aconteça, ele impede.
Mas, por que Deus deixou acontecer?
Portanto, há coisas que acontecem no mundo que não é a vontade de
Deus, mas, mesmo assim, ele permite que aconteçam por questões que
desconhecemos totalmente. Há, porém, outros acontecimentos que Deus
interfere em suas realizações.
Assim, é que Isbosete se tornou rei das onze tribos de Israel fora da
vontade de Deus.
Vamos recapitular a história. O rei Saul travou uma guerra contra os
filisteus. Nessa guerra, Saul suicidou-se, e os seus três filhos, Jônatas,
Abinadabe e Malquisua, morreram em batalha; e, o reino de Israel foi
dividido; a tribo de Judá apoiou Davi, se desligando das demais tribos, pois,
Davi nessa época era considerado um inimigo do Estado de Israel e vivia
foragido.
E, as onze tribos apoiaram Isbosete. Quem era Isbosete? Isbosete era
o filho caçula de Saul. Em 1º Samuel 14.49, ele aparece com o nome de
Isvi, e em 1º Crônicas 8.33 é chamado de Esbaal. Foi feito rei de Israel em
Maanaim, fora do alcance dos filisteus, por Abner, comandante do exército
de Saul. Conforme o poder de Davi foi crescendo, Abner começou a formar
intrigas contra ele ao lado de Isbosete. Porém, Joabe, comandante do rei
Davi, assassinou traiçoeiramente Abner. Os apoiadores de Isbosete
perderam a coragem, e dois de seus oficiais, os irmãos Baaná e Recabe,
assassinaram Isbosete. A morte de Isbosete capacitou Davi a obter controle
de todo a nação israelita (citações do Novo Dicionário da Bíblia, vol. I).
Quando o rei Saul morreu, e a nação de Israel ficou sem rei, e
escapou apenas Isbosete. Então, Abner, que era chefe do exército de Saul,
reuniu as tribos e decidiram consagrar Isbosete como rei das onze tribos.
Isso durou um período de sete anos.
Isbosete passou sete anos no governo de Israel sem ser da vontade de
Deus. Tornou-se rei sem ser da vontade de Deus.
Então, irmãos, a gente pode assumir cargos na igreja, se tornar pastor
e assumir congregação, sem ser da vontade de Deus.
Qual é a diferença em se tornar rei, pastor, seja o que for, segundo a
vontade secundária de Deus ou se tornar pastor e etc., segundo a não
vontade de Deus?
A vontade secundária de Deus tem a possibilidade de dar certo,
enquanto, que a não vontade de Deus não dá certo. A pessoa pode se
rebolar, dançar, pular, sapatear, estrebuchar e transpirar, não dá certo!
Porque não é a vontade de Deus. Têm muitas pessoas se autoproclamando
profetas, apóstolos e pastores sem ser da vontade de Deus. O final é o
fracasso.
Veremos agora, a vontade soberana de Deus. Leiamos 1º Samuel
15.28,29,35: „Então Samuel lhe disse: O Senhor tem rasgado de ti hoje o
reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu. E também
aquele que é a Força de Israel não mente nem se arrepende; porquanto não
é um homem para que se arrependa. E nunca mais viu Samuel a Saul até ao
dia da sua morte; porque Samuel teve dó de Saul. E o Senhor se arrependeu
de haver posto a Saul rei sobre Israel‟.
No verso 28, Samuel diz que Deus não se arrepende, e logo abaixo,
no verso 35 diz que Deus se arrependeu. Como pode ser isso?
A nossa compreensão de Deus é baseado em dois conhecimentos. A
definição que os judeus tinham de Deus (teologia) e a definição que os
gregos tinham de Deus (filosofia). Os judeus compreendiam Deus como um
ser que compartilha dos sentimentos humanos; um Deus que está presente
na vida dos homens; um Deus que se relaciona intimamente com os
homens; por causa disso, eles descrevem Deus com sentimentos e formas
humanas.
Já os filósofos gregos, via Deus como um ser transcendental,
totalmente longe das suas criaturas; Deus não tinha nenhuma forma, não
tinha como descrever Deus; e Deus não tinha nenhum tipo sentimentos e
paixões. Os judeus diziam que Deus tinha ciúme, zelo, os gregos diziam que
Deus não era passível desses tipos de sentimentos.
Então, esses dois conhecimentos entraram na teologia cristã. Assim,
a teologia cristã para poder ficar com os gregos e interpretar o que os judeus
diziam começaram a criar termos teológicos e filosóficos para definir Deus.
Então, veremos alguém dizer sobre esse arrependimento de Deus que se
trata de antropopatia, quer dizer, um termo grego, que os filósofos
aplicavam ao seu deus, que eles conceberam dentro da sua filosofia, e que
os cristãos, agora, queriam interpretar o Deus dos judeus. Antropopatia são
sentimentos humanos que são aplicados a Deus.
Deus está sentindo uma coisa que ninguém sabe o que é, e como não
sabemos o que é, dizermos que ele se arrependeu, porque á a única
linguagem concebível que temos para poder descrever essa atitude de Deus.
Mas, os judeus não tinha esse problema.
Outro termo que a teologia cristã usou para definir Deus é chamado
de antropomorfismo. Assim é que os judeus descrevem Deus possuindo
mãos, os gregos afirmavam que Deus não tinha mãos. Então, o cristão vem
e diz: „Isso é apenas uma linguagem antropomórfica que dá a Deus formas
humanas, mas que Deus não tem essa forma‟.
Desse modo a teologia cristã absolveu os dois conceitos acerca de
Deus. Desse modo, o cristianismo pende mais para o deus grego e interpreta
o Deus dos judeus. Muito embora, seja inconcebível imaginar Deus com um
corpo humano, uma forma humana, contudo, não é inconcebível virmos
Deus como um ser que tenha sentimentos, que pode mudar em seus
propósitos e vontades.
Deus realmente se arrepende, porque o texto de 1º Sm 15.35 diz que
ele se arrependeu, mas, quando suas decisões são tomadas dentro da sua
vontade secundária e segundo as decisões que as pessoas vão tomando.
Podemos assumir cargos, tornar pastor, missionário, segundo a vontade
secundária de Deus, mas, se não cumprirmos os requisitos que Ele
estabeleceu, para um missionário, por exemplo, fraquejamos, e, Deus, então,
pode se arrepender, e nos tirar daquele cargo.
Quando Deus escolheu Saul para ser rei, não segundo a sua vontade
soberana, porque por sua vontade soberana quem deveria ser rei era Davi,
mas segundo a sua vontade secundária, o que ele disse a Samuel: „agora
diga ao povo quais são as obrigações de um rei e quais são as obrigações
do povo para com o rei‟.
Portanto, todos quantos são chamados segundo a vontade secundária
de Deus têm que se submeterem aos requisitos de Deus. Agora, o infeliz da
não vontade de Deus é que ainda que o sujeito se submeta aos requisitos de
Deus não vai dá certo. A pessoa pode começar o ministério com 40 dias de
jejum, não vai dá certo.
Será que é da vontade de Deus que todos recebam os dons de
línguas? Não! Essa pessoa pode jejuar, jejuar e não recebe. O outro, não
jejua, não faz vigília, está em sua casa, ocupando em atividades domésticas,
e é batizado com o Espírito Santo e recebe os dons de línguas.
Vejamos o rei Davi. Davi foi ungido por Samuel para ser rei de
Israel, uma pessoa que aparentemente era desqualificado, pois, não época
não tinha nenhuma relação no palácio de Saul, não era general, comandante
nem chefe de exercito, era apenas um rapaz de 16 anos e que cuidava de
ovelhas. Então, aparentemente, Davi não tinha as qualidades.
Mas, mesmo assim, foi ungido e consagrado por Deus, e sabemos
que isso estava dentro da vontade soberana de Deus. Aquilo não foi a
vontade secundária. Mas, desde o princípio foi a vontade de Deus, ele disse:
„achei a Davi‟. E, outro texto diz: „homem segundo o coração de Deus‟.
Contudo, quando as coisas são de Deus, aí, vêm as dificuldades, as
pressões, as tribulações. Foi o que aconteceu com Davi. Quando foi
reconhecido rei em Hebrom; de onde ele voltava? Da peregrinação, do
exílio. Davi estava sendo perseguido; foi acusado de traidor pelo seu próprio
povo; em terras estranhas se disfarçava de doido para poder sobreviver; seu
sogro, o rei Saul, lhe perseguia, queria ver o capeta, mas não queria ver
Davi no palácio. Davi sofreu muito.
Em certa ocasião, Davi chegou em uma cidade de sacerdotes,
Nabote, e estava com muita fome e também seus homens. Só porque o
sacerdote lhe deu pão, Saul mandou um exercito lá e exterminou toda a
cidade, e mataram 80 sacerdotes. Davi estava sendo perseguido
terrivelmente e implacavelmente. Era o diabo que estava por trás dessa
perseguição.
O diabo não conhece os propósitos soberanos e secretos de Deus,
mas, ele tem suas suspeitas. Portanto, mesmo que seja a vontade soberana
de Deus, e ninguém impede, mesmo assim, haverá dificuldade. Você pode
ver na Bíblia que a vontade de Deus na vida de seus servos é realizada com
muitas dificuldades envolvidas. Tome por exemplo Abraão, escolhido para
ser pai da raça prometida, Sara, sua esposa era estéril.
Depois de sete anos reinando sobre a tribo de Judá, os anciãos de
Israel reconheceram e elegeram Davi como rei sobre todo o Israel. O povo
agora reconhece a unção que havia sobre Davi. Anteriormente, nenhum
ancião apoiou Davi quando estava jogado no exílio; ele andava como um
vagabundo, e tendo como seus companheiros aqueles rejeitados que viviam
na margem da sociedade; Davi reuniu esses homens, montou um pequeno
exército e treinou-os. Eles viviam fora das fronteiras de Israel. Não tinham
apoio de ancião, de chefe, de nada e de ninguém. Mas, a vontade de Deus
estava sobre Davi.
Então, irmãos, quando Deus tem um propósito conosco,
independentemente que as pessoas reconheçam ou apoiem, Deus cumprirá
seu propósito.
Edinaldo Nogueira
Março/2013