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Espiritualidade versus Profissionalismo "Elimine o profissionalismo de nosso meio, ó Deus, e em seu lugar dai-nos uma oração apaixonada, pobreza de espírito, fome de ti, estudo rigoroso das coisas sagradas, devoção fervorosa a Jesus Cristo, extrema indiferença diante de todo lucro material e o labor incessante para resgatar os que estão perecendo, aperfeiçoar os santos e glorificar nosso soberano Senhor" (John Piper) Eis uma citação que vale a pena fazermos algumas considerações. Enxergando o perigo do profissionalismo ministerial ou mesmo eclesiástico, John Piper faz uma súplica aos céus. Ele compreendeu que somente uma intervenção divina pode trazer cura e libertação de todo o empreendimento religioso sem a vida do Espírito Santo de Deus. É lamentável, mas muito se tem perdido a percepção espiritual de tudo o que diz respeito ao Reino. A Igreja tem sido tratada como uma empresa, um negócio, e, não, como o verdadeiro Corpo de Cristo. Buscando corrigir qualquer distorção, Piper apresenta em oração alguns parâmetros do que ele entende ser o caminho traçado pelo Reino. Primeiro, "uma oração apaixonada". Não é por uma oração à base do grito nem por uma oração teatralizada, mas, uma oração quebrantada, verdadeira, humilde e sincera diante de Deus. Nos dias de hoje, acreditamos no poder dos métodos, das estratégias, menos no poder da oração. Afinal, não temos conhecido o Deus de todo poder. Se não conhecermos a Deus em toda a Sua majestade e soberania, jamais confiaremos n'Ele para mudar o cenário de pecado e secularização que há no mundo. Conhecida é a sentença de Oswald Smith: “Quando trabalhamos, trabalhamos; quando oramos, Deus trabalha”. Segundo, "pobreza de espírito". À luz do sermão do monte, pobreza de espírito é humildade. É o que de fato mais tem faltado nos dias de hoje. Sim, temos uma cultura que nos leva a seguir o caminho da arrogância e da prepotência. Em outros termos, temos sido autossuficientes. Tomamos decisões sem antes fazermos qualquer consulta a Deus. Fazemos coisas sem qualquer dependência de Deus. Falando claro, é na carne mesmo, é na força do homem, e, não, no Espírito Santo de Deus. Lembrando o que já disse Agostinho: "Foi o orgulho que transformou anjos em demônios, mas é a humildade que faz de homens anjos." Terceiro, "fome de ti". Piper entende que o caminho da espiritualidade é a fome de Deus. Sejamos honestos, temos fome de tudo, menos de Deus, não é mesmo? Temos fome de sucesso, aplausos, reconhecimento e de até um tapinha nas costas, não é verdade? Ai, desse homem corrupto que habita em nós! Seja ele crucificado! Busquemos apenas o que é de Deus. Naquele Dia, isto é, quando estivermos face a face com o Senhor, nada que é do homem terá valor algum, mas apenas o que é de Deus. "Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente" (Salmos 105.4). Quarto, "estudo rigoroso das coisas sagradas". O nosso problema é que somos preguiçosos demais. Lemos pouco, estudamos pouco, pesquisamos pouco, pois, temos preguiça de pensar. Nada é mais perigoso para um sociedade do que a preguiça mental e intelectual. O caminho da dominação é a ignorância. Uma nação esclarecida, corre menos risco de ser enganada e subjugada. Não é diferente quando se pensa no Reino. Uma Igreja esclarecida na Palavra de Deus não será levada por ventos de heresias e mentiras. Precisamos levar mais a sério o que já disse George Washington: "É impossível governar perfeitamente o mundo, sem Deus e sem a Bíblia".

Espiritualidade versus profissionalismo

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Artigo do pastor Adriano Xavier Machado.

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Espiritualidade versus Profissionalismo

"Elimine o profissionalismo de nosso meio, ó Deus, e em seu lugar dai-nos uma oração apaixonada, pobreza de espírito, fome de ti, estudo rigoroso das coisas sagradas, devoção fervorosa a Jesus Cristo, extrema indiferença diante de todo lucro material e o labor incessante para resgatar os que estão perecendo, aperfeiçoar os santos e glorificar nosso soberano Senhor" (John Piper)

Eis uma citação que vale a pena fazermos algumas considerações. Enxergando o perigo do profissionalismo ministerial ou mesmo eclesiástico, John Piper faz uma súplica aos céus. Ele compreendeu que somente uma intervenção divina pode trazer cura e libertação de todo o empreendimento religioso sem a vida do Espírito Santo de Deus. É lamentável, mas muito se tem perdido a percepção espiritual de tudo o que diz respeito ao Reino. A Igreja tem sido tratada como uma empresa, um negócio, e, não, como o verdadeiro Corpo de Cristo. Buscando corrigir qualquer distorção, Piper apresenta em oração alguns parâmetros do que ele entende ser o caminho traçado pelo Reino.

Primeiro, "uma oração apaixonada".Não é por uma oração à base do grito nem por uma oração teatralizada, mas, uma oração quebrantada, verdadeira, humilde e sincera diante de Deus. Nos dias de hoje, acreditamos no poder dos métodos, das estratégias, menos no poder da oração. Afinal, não temos conhecido o Deus de todo poder. Se não conhecermos a Deus em toda a Sua majestade e soberania, jamais confiaremos n'Ele para mudar o cenário de pecado e secularização que há no mundo. Conhecida é a sentença de Oswald Smith: “Quando trabalhamos, trabalhamos; quando oramos, Deus trabalha”.

Segundo, "pobreza de espírito".À luz do sermão do monte, pobreza de espírito é humildade. É o que de fato mais tem faltado nos dias de hoje. Sim, temos uma cultura que nos leva a seguir o caminho da arrogância e da prepotência. Em outros termos, temos sido autossuficientes. Tomamos decisões sem antes fazermos qualquer consulta a Deus. Fazemos coisas sem qualquer dependência de Deus. Falando claro, é na carne mesmo, é na força do homem, e, não, no Espírito Santo de Deus. Lembrando o que já disse Agostinho: "Foi o orgulho que transformou anjos em demônios, mas é a humildade que faz de homens anjos."

Terceiro, "fome de ti".Piper entende que o caminho da espiritualidade é a fome de Deus. Sejamos honestos, temos fome de tudo, menos de Deus, não é mesmo? Temos fome de sucesso, aplausos, reconhecimento e de até um tapinha nas costas, não é verdade? Ai, desse homem corrupto que habita em nós! Seja ele crucificado! Busquemos apenas o que é de Deus. Naquele Dia, isto é, quando estivermos face a face com o Senhor, nada que é do homem terá valor algum, mas apenas o que é de Deus. "Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente" (Salmos 105.4).

Quarto, "estudo rigoroso das coisas sagradas".O nosso problema é que somos preguiçosos demais. Lemos pouco, estudamos pouco, pesquisamos pouco, pois, temos preguiça de pensar. Nada é mais perigoso para um sociedade do que a preguiça mental e intelectual. O caminho da dominação é a ignorância. Uma nação esclarecida, corre menos risco de ser enganada e subjugada. Não é diferente quando se pensa no Reino. Uma Igreja esclarecida na Palavra de Deus não será levada por ventos de heresias e mentiras. Precisamos levar mais a sério o que já disse George Washington: "É impossível governar perfeitamente o mundo, sem Deus e sem a Bíblia".

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Quinto, "devoção fervorosa a Jesus".Houve um tempo em que tudo era Jesus. As nossas canções só falavam d'Ele. As nossas pregações só enfatizavam Jesus. Jesus era a resposta para tudo. Nos dias de hoje temos trocado Jesus pelas receitas de autoajuda, pelos mecanismos do marketing e por tudo o que exalta o esforço do próprio homem. Assim como foi nos tempos antigos, não é mesmo diferente nos dias de hoje: "Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Marcos 7.6).

Sexto, "extrema indiferença diante de todo lucro material".O quê? Será isso possível? Se essa sentença fosse publicada em alguma página de relacionamento virtual é bem provável que muitos céticos respondessem assim: kkkkk. Pois é, a nossa geração está sendo seduzida e enganada pelo deus Mamom. Poucos são os que estão dispostos a pagar um real preço pela Causa de Cristo Jesus. O que tem determinado muitas escolhas e decisões no ministério é o lucro, a vantagem, a recompensa material. Deus tenha misericórdia, porquanto, "Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro" (Mateus 6.24 – NVI).

Sétimo, "o labor incessante para resgatar os que estão perecendo".O que tem "rolado" no meio evangélico é o show gospel, mas pouco ou nada de um coração que expresse paixão pelas almas. A Cruz de Cristo tem tido pouco sentido para o homem contemporâneo, logo, que propósito tem a evangelização ou a obra missionária? Ah, a "parada" mesmo é o encontro disso e daquilo, mas onde está o labor incessante para resgatar os que estão perecendo? Há muito que se tem perdido a verdadeira visão do Reino. Deveríamos meditar mais no questionamento de Oswald Smith: "Por que alguém deveria ouvir do evangelho duas vezes, quando há pessoas que não ouviram nenhuma vez?"

Oitavo, "aperfeiçoar os santos".Piper fala sobre o aperfeiçoamento dos santos, algo muito bem definido nas Escrituras (Efésios 4.11-13). Todavia, muito do que se faz hoje, não passa de entretenimento ou distração religiosa. Os santos de Deus precisam experimentar crescimento, maturidade e desenvolvimento espiritual. Os santos de Deus precisam ser capacitados para a obra de Cristo. Os santos de Deus precisam ser capacitados para a unidade da fé. Os santos de Deus precisam ser capacitados na mesma medida da plenitude de Cristo. O que estiver abaixo disso, não representa a graça e a virtude do Reino.

E por fim, o nono aspecto é "glorificar nosso soberano Senhor".Somente Deus é digno de toda a honra e louvor. Pelo Senhor vale a pena termos uma oração apaixonada, um coração humilde, fome de Sua presença, aplicação nas coisas sagradas, devoção fervorosa a Jesus, indiferença para com o materialismo, paixão pelas almas e o trabalho dedicado para a capacitação da Igreja do Senhor, a fim de viver única e exclusivamente para a glória de Deus. Deus seja bendito hoje e eternamente. Deus seja louvado em tudo. "Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus! Sobre toda a terra esteja a tua glória!" (Salmos 57.11). Deus deseja homens e mulheres que sejam verdadeiramente espirituais!

Pr. Adriano Xavier Machado

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