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Frei Cecilio Maria Cortinovis, um porteiro e esmoleiro a serviço dos pobres. “ Me reconheço um servo inútil, mas estou certo que o Senhor pode fazer de mim uma estrela do céu.” Como escreveu Frei Costanzo Cargnoni, narrar a biografia desse servo de Deus não é díficil, pois ele mesmo por obediência escreveu alguns cadernos que são entitulados “Pensieri Confusi” Pensamentos Confusos que deixam confusos e maravilhados os leitores quanto tem diante dos olhos aquelas páginas supreendentes. Ele frequentou somente a terceira série elementar. Mas a sua sabedoria de campones é percebida na linguagem simples nos exemplos com que explica sua espiritualidade. No pequeno povoado de Nespello que pertence a Costa Serina, em Bergamo, próximo de Milão, nasceu o nosso Pedro Antonio Cortinovis, que na religião recebeu o nome de Frei Cecilio Maria no dia 7 de novembro de 1885. Era filho de Lorenzo Cortinovis e Angela Gherardi sendo o sétimo de nove filhos de uma família camponesa, educado com profunda influência de sua mãe, entre o trabalho duro nos campos e montanhas e um profundo espírito cristão. Com seis anos, o pequeno Antonio ia à igreja com a mãe pela manhã antes de ir para a escola. Seja a igreja que a escola eram longe de sua casa e o menino tinha que fazer uma longa viagem entre os caminhos de montanha. Desde sua infância alimenta uma espiritualidade Eucaristica na qual crescera por toda a sua vida. A sua mãe havia indicado o tabernáculo dizendo: “Essa é a casinha de Jesus”. O pequeno Pedro aprendeu bem a lição e na sua vida não quis fazer outra coisa senão aproximar-se cada vez mais de Jesus Eucaristico que alimentara toda a ação apostólica e seu amor pelos pobres e marcou profundamente a sua vida que segundo Ele se pudesse se chamaria Frei Cecilio de Jesus Sacramentado. No dia 07 de abril de 1896 pela primeira vez recebeu a comunhão e para ele foi uma experiência tão intensa aquele encontro determinante e decisivo. Seu grande amor a Eucaristia se intensificou e tornou-se, o centro da sua vida espiritual, se ligou definitivamente a Jesus por tanto amor recebido. Aos quatorze anos entrou na Ordem Terceira Franciscana, pois tinha um comportamento reto e logo se notou a sua decisão pela vida religiosa. Ele passou seus primeiros 22 anos cultivando no coração o seu chamado que ficou cada vez mais forte para se consagrar a Deus, que ninguém conseguiu convencê-lo a mudar de idéia, a respeito de se tornar um religioso capuchinho, recomendado pelo padre, no dia 22 de abril de 1908 ele deixou a sua casa, e sua família durante o dia e no dia seguinte e chegou Lovere. Alí no dia 29 de julho de 1908, ele recebeu o hábito capuchinho e foi nomeado como Cecilio Maria, escolhendo ser um irmão leigo. Transcorreu o ano de prova entre penitencias e mortifições e fez a sua profissão religiosa no dia 2 de agosto de 1909. No dia seguinte deixou o convento Lovere para Albino, onde foi realizar os serviços de sacristão, refeitoreiro, ajudante do enfermeiro e do porteiro. Fez uma pequena pausa de cinco meses, e depois foi transferido para Cremona com o mesmo cargo, onde permaneceu por mais três meses. Foi transferido definitivamente em 29 de abril de 1910 ao convento em Milão, chamado Monforte, onde desenvolveu vários serviços substituindo o porteiro, o sacristão, assumindo o cuidado do refeitório, ajudando o enfermeiro e aprendendo os diversos serviços obedecendo sempre a todos em espírito de sacrificio. Em Milão cobriu e o serviço de ajudante do sacristão e do porteiro, enfermeiro e a hospedaria até a metade de novembtro de 1914, quando recebeu o cargo de chefe da sacristia até 1921, nesse primeiro serviço permanecia quase todo o dia na Igreja aprofundando a sua contemplação eucaristica. O seu dia iniciava as quatro da manhã quando praticava sua devoção inclusive a Via Sacra, ajudava a servir quantas missas pudesse preparando os altares com devoção e fazia outros serviços

Frei cecilio maria cortinovis

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Page 1: Frei cecilio maria cortinovis

Frei Cecilio Maria Cortinovis, um porteiro e esmoleiro a serviço dos pobres. “ Me reconheço um servo inútil, mas estou certo que o Senhor pode fazer de mim uma estrela do céu.”

Como escreveu Frei Costanzo Cargnoni, narrar a biografia desse servo de Deus não é

díficil, pois ele mesmo por obediência escreveu alguns cadernos que são entitulados “Pensieri

Confusi” Pensamentos Confusos que deixam confusos e maravilhados os leitores quanto tem diante

dos olhos aquelas páginas supreendentes. Ele frequentou somente a terceira série elementar. Mas a

sua sabedoria de campones é percebida na linguagem simples nos exemplos com que explica sua

espiritualidade.

No pequeno povoado de Nespello que pertence a Costa Serina, em Bergamo, próximo de

Milão, nasceu o nosso Pedro Antonio Cortinovis, que na religião recebeu o nome de Frei Cecilio

Maria no dia 7 de novembro de 1885.

Era filho de Lorenzo Cortinovis e Angela Gherardi sendo o sétimo de nove filhos de uma

família camponesa, educado com profunda influência de sua mãe, entre o trabalho duro nos campos

e montanhas e um profundo espírito cristão.

Com seis anos, o pequeno Antonio ia à igreja com a mãe pela manhã antes de ir para a

escola. Seja a igreja que a escola eram longe de sua casa e o menino tinha que fazer uma longa

viagem entre os caminhos de montanha. Desde sua infância alimenta uma espiritualidade

Eucaristica na qual crescera por toda a sua vida.

A sua mãe havia indicado o tabernáculo dizendo: “Essa é a casinha de Jesus”. O pequeno

Pedro aprendeu bem a lição e na sua vida não quis fazer outra coisa senão aproximar-se cada vez

mais de Jesus Eucaristico que alimentara toda a ação apostólica e seu amor pelos pobres e marcou

profundamente a sua vida que segundo Ele se pudesse se chamaria Frei Cecilio de Jesus

Sacramentado.

No dia 07 de abril de 1896 pela primeira vez recebeu a comunhão e para ele foi uma

experiência tão intensa aquele encontro determinante e decisivo. Seu grande amor a Eucaristia se

intensificou e tornou-se, o centro da sua vida espiritual, se ligou definitivamente a Jesus por tanto

amor recebido.

Aos quatorze anos entrou na Ordem Terceira Franciscana, pois tinha um comportamento

reto e logo se notou a sua decisão pela vida religiosa. Ele passou seus primeiros 22 anos cultivando

no coração o seu chamado que ficou cada vez mais forte para se consagrar a Deus, que ninguém

conseguiu convencê-lo a mudar de idéia, a respeito de se tornar um religioso capuchinho,

recomendado pelo padre, no dia 22 de abril de 1908 ele deixou a sua casa, e sua família durante o

dia e no dia seguinte e chegou Lovere.

Alí no dia 29 de julho de 1908, ele recebeu o hábito capuchinho e foi nomeado como Cecilio

Maria, escolhendo ser um irmão leigo. Transcorreu o ano de prova entre penitencias e mortifições e

fez a sua profissão religiosa no dia 2 de agosto de 1909.

No dia seguinte deixou o convento Lovere para Albino, onde foi realizar os serviços de

sacristão, refeitoreiro, ajudante do enfermeiro e do porteiro.

Fez uma pequena pausa de cinco meses, e depois foi transferido para Cremona com o

mesmo cargo, onde permaneceu por mais três meses. Foi transferido definitivamente em 29 de abril

de 1910 ao convento em Milão, chamado Monforte, onde desenvolveu vários serviços substituindo

o porteiro, o sacristão, assumindo o cuidado do refeitório, ajudando o enfermeiro e aprendendo os

diversos serviços obedecendo sempre a todos em espírito de sacrificio.

Em Milão cobriu e o serviço de ajudante do sacristão e do porteiro, enfermeiro e a

hospedaria até a metade de novembtro de 1914, quando recebeu o cargo de chefe da sacristia até

1921, nesse primeiro serviço permanecia quase todo o dia na Igreja aprofundando a sua

contemplação eucaristica.

O seu dia iniciava as quatro da manhã quando praticava sua devoção inclusive a Via Sacra,

ajudava a servir quantas missas pudesse preparando os altares com devoção e fazia outros serviços

Page 2: Frei cecilio maria cortinovis

no convento até a noite. Depois do jantar voltava a Igreja para rezar e passava muitas horas na

Igreja, a meia noite quando os frades vinham rezar as matinas ele estava ainda alí. Manteve esse

ritmo por quase toda a sua vida. O serviço lhe permitia de permanecer muito tempo na igreja para

servir as missas e para manter em ordem as alfaias sagradas, tanto para o seu deleite. O tabernáculo

tornou-se, como ele escreve em seu diário, o livro de sua verdade.

Em abril de 1914 foi acometido de meningite, que o levou quase a morte, no limiar da vida.

Ele teve uma profunda experiência espiritual que o fez experimentar uma iluminação mística do

julgamento misericordioso de Deus, e isto será uma memória viva e repetida em seu diário. Sua

recuperação se deve a intercessão do Beato Inocêncio Berzo.

Em julho de 1916 recomeça o seu trabalho de sacristão, mas com a eclosão da Primeira

Guerra Mundial, foi convocado para 01 de julho de 1916 e alistou-se no quinto regimento alpino em

Tirano, Sondrio.Com grande desgosto tirou o hábito de capuchinho e sofreu com a disciplina

militar. Em longas caminhadas e exercícios de seu coração não se sustenta e é devolvido ao Milão,

a sua grande alegria, pode emitir a Profissão Solene no dia 02 de fevereiro de 1918.

No dia 16 de setembro de 1921 se tornou porteiro do convento e esmoleiro para os pobres.

Com a guerra cresceu ainda mais o número dos pobres e à porta do convento era seu local de

reunião. Fez-se para a portaria e, muitas vezes voluntariamente, e sempre manteve seu trabalho

como assistente de sacristão contratado por um irmão, muitas vezes muito duro com ele, assim

refinando ainda mais a sua humildade. Mais tarde, tornou-se o sacristão titular desde 1921 e

desempenhou o papel de porteiro que desenvolveu até 1970, praticamente uma vida.

Em 05 de julho de 1922, ao amanhecer, enquanto ele estava em sua cela, teve uma

experiência mística que marcou sua vida inteira. Num instante fez a experiência de Deus e das

verdades da fé e viu a posição de todas as almas diante de Deus que estava muito satisfeito da sua

presença e do seu trabalho. Os superiores também estavam muito satisfeitos do seu trabalho, pois

através dele influenciava muitas pessoas, como influenciou o industrial Marcello Candia, que

deixou tudo e se deslocou ao Brasil para servir os leprosos, dizendo que ele aprendeu a servir aos

pobres na escola de Frei Cecilio.

Naqueles anos, recorrendo ao sétimo centenário de São Francisco, Frei Cecilio Maria

contribuíu para a construção do monumento a S. Francisco em Milão com sua esmola pedida de

porta em porta. A estátua de bronze, criada pelo escultor florentino Domenico Trentacoste, é

inspirado na face de Frei Cecilio, que por obediência, teve que servir de modelo ao artista. A obra

foi inaugurada no dia 28 de outubro de 1926.

Frei Cecilio queria se tornar um missionário, talvez a serviço do Daniel de Samarate, o

irmão sacerdote leproso. Mas sua vida foi uma grande missão no coração do Milão. Com a eclosão

da II Guerra Mundial e os bombardeios atingiram o convento em 1942 e 1943.

O incrivel é que Frei Cecilio mesmo correndo perigo continua tranquilamente o seu trabalho

de ajuda aos pobres. Sua caridade era capaz de falar em favor de muitas famílias pobres, e dos

conventos de clausura, além do seu trabalho, ajudou a salvar especialmente os judeus perseguidos.

Com várias estratégias defendeu o convento dos ataques dos alemães, que suspeitavam dos

frades, especialmente quando no dia 13 de junho de 1944, o Padre Giannantonio Romallo,

confessor de línguas estrangeiras do Duomo de Milano, foi preso e deportado para campos de

concentração.

Ele era consultado pelo pelo cardeal Schuster, agora beato, que o amava e admirava. Para os

pobres tinham algumas concessões, por parte do prefeito da cidade, para dar-lhes pão, arroz e

massas, e ele teve que lutar contra a Prefeitura, quando as permissões foram removidas.

Sempre quis algo melhor para esses pobres, que muitas vezes vinham na chuva gelada e no

meio do sol em filas intermináveis. Na sua oração intercedendo a Jesus pelos pobres, foi atendido.

Em 1959, um benfeitor se ofereceu para construir um ambiente acolhedor, no último pedaço

de terra que permaneceu no convento. Em 20 de dezembro de 1959 a casa com todas as

comodidades, a cozinha, dispensa, etc. e 150 assentos, que sera chamada “ Opera San Francesco”,

foi solenemente inaugurado pelo Cardeal. João Batista Montini, futuro Paulo VI .

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Frei Cecilio deu o melhor de sí, na sua abundante caridade serviu até 1979, com dias muito

intensos de oração, e trabalhou de manhã cedo até a noite, terminando junto do sacrário, para

interceder pelas necessidades da cidade usando assim toda a sua energia.

Desde 1979 foi objeto de frequentes doenças respiratórias e do coração se tornou frágil.

Então ele se concentrou sobre o amor espiritual. Uma multidão de pessoas vieram falar-lhe da sua

aflição. Ele sempre ao lado de sua Virgem Maria, com palavras puras e simples espalhou a paz e a

cura e a dizer-lhe graças e milagres. Em 19 de outubro de 1982 foi levado a Bergamo na enfermaria

dos frades . Outras vezes ele ja esteve na enfermaria mas depois se recuperava, mas essa não era

como as outras vezes. Encontrou se ainda com muitas pessoas. Sempre rezando e orando

silenciosamente morreu no dia 10 abril de 1984.

Depois do funeral, em Milão, foi enterrado no cemitério , mas desde 31 de janeiro de 1989

sepultado na Igreja, junto à sua obra. Ele deixou seu o diário espiritual, escrito por ordem de seu

confessor, que em parte publicado, mostra muito bem, mesmo com uma linguagem simples a sua

grande alma de apóstolo, enamorado da Eucaristia, um servo dos pobres, e testemunho do carisma

franciscano.

A sua fama de santidade levou o cardeal de Milão a iniciar o seu processo informativo no

dia 27 de setembro de 1993, terminou formalmente em 10 de abril de 1995. A validade do decreto

foi emitido 22 março, 1996, no momento a causa prossegue.

Frei Cecilio é um típico exemplo de um frade capuchinho viveu a sua santidade em maneira

escondida, no silencio contemplativo e na profunda vida de oração. O intenso amor aos pobres que

vem através da intimidade com o Senhor. Desenvolvendo serviços ordinários teve por muitas vezes

atitudes extraordinárias, mas sempre se manteve –se uma pessoa humilde e simples, quem lê o seu

diário percebe que são pensamentos simples, mas que fazem refletir para entender a sua

profundidade.

Bibliografia

MERELLI F., Fra Cecilio povero tra i poveri, Milano, 1964.

BERNARDI V., (A CURA DI), In tenera età io ti incontrai, passi scelti dagli scritti spirituali di Fra

Cecilio Maria, Milano, 1997.

SCHENONE T., (a cura di), Nella Luce divina, Riflessione Pensieri Eucaristici Lettere, Milano,1999.

FRA CECILIO MARIA, Pensieri e Riflessioni raccolte dai Frati Minori Cappuccini di Lombardia,

Milano, 2001.

FRA CECILIO MARIA CORTINOVIS DA COSTASERINA, Diario Lettere note spirituali1924-1982, a cura

di C.CARGNONI, Roma, 2004.

CARGNONI C., Santità francescana tra impegno educativo e carità sociale: la testimonianza del

Beato Giuseppe Tovini e del Servo di Dio Fra Cecilio Maria Cortinovis, in Santità francescana

oggi- significato figure formazione, a cura di P. MARTINELLI, Bologna, 2010, 73-83.