34
IS-MA-EL Recebido por inspiração especial Os olhos do meu espírito deparam com uma luz clara e despertante. Numa nuvem irradiante e luminosa mostra-se Is-ma-el, e sua voz vibra para mim num som abalador, brando, sonoro, profundo, e não obstante, claro como um maravilhoso tanger de sino: “Eu te conduzo agora através das esferas da minha origem. Quando agora tu vivenciares as esferas através de mim, então eu também quero te anunciar de Parsival, sua preparação para o caminho através do vale, que tu conheces como materialidade da Criação. Então eu quero te falar do meu amor para com o Senhor e tu verás todos os fios que de cima desembocam em mim como preparação para a missão, a qual me é permitida cumprir. Paz e silêncio irão te preencher, claridade e pureza terão que traspassar agora o teu espírito. Pois eu próprio hauro da água pura de todo o saber do sagrado tecer na Criação! Eu sou teu, Senhor, do princípio até o fim, que novamente deságua na sagrada origem de Tua força. Um amplo ciclo do peregrinar pela Tua divina missão de salvação fecha-se então também para mim, para o qual Tu destes o nome Is-ma-el! Espírito na Terra abra teus olhos e veja, tu te encontras na Luz. Movimente a extremidade da parte mais alta da chama a ti presenteada e ela irá beber da corrente da igual espécie, a qual deixou surgir estes espíritos. Como claras línguas elas flutuam sobre as eternas Águas da Vida, que o Criador derramou de Sua sagrada vontade.” — Uma paisagem florida, transpassada de luz dourada estende-se sobre Patmos, a Ilha da Luz. Eterno movimento é aqui o vivenciar deste reino de Luz, o Paraíso, a transição da Criação primordial para a Criação posterior, o ponto de partida dos espíritos humanos. Os sábios guardiões do Santo Graal com suas coroas flamejantes de luz inclinam suas cabeças. Em especial são Titurel e Ismael, as colunas do mais sagrado Burgo, os quais acenam para baixo, para Patmos. Neste bramido e tinir surge luminoso desenvolvimento. À distância uma cúpula de luz vem se abobadar sobre a sagrada Ilha de Luz, enquanto os criados terrenos despertam no sopro de Deus. Também a nobre feminilidade encontra-se presente, nutrida e amparada pelas regiões das sagradas Ilhas, vibrando para o Alto, num sagrado servir maternal. Puro espírito-enteal no estado primordial. Elas se erguem acima do positivo e concentram-se nisso para receber, até que a palavra as separe. São estados que aconteceram durante o desenvolvimento da Criação, os quais não podem ser comprimidos em conceitos de tempo.

Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

IS-MA-EL

Recebido por inspiração especial

Os olhos do meu espírito deparam com uma luz clara e despertante. Numa nuvem irradiante e luminosa mostra-se Is-ma-el, e sua voz vibra

para mim num som abalador, brando, sonoro, profundo, e não

obstante, claro como um maravilhoso tanger de sino:

“Eu te conduzo agora através das esferas da minha origem.

Quando agora tu vivenciares as esferas através de mim, então eu

também quero te anunciar de Parsival, sua preparação para o caminho através do vale, que tu conheces como materialidade da Criação. Então

eu quero te falar do meu amor para com o Senhor e tu verás todos os

fios que de cima desembocam em mim como preparação para a missão, a qual me é permitida cumprir.

Paz e silêncio irão te preencher, claridade e pureza terão que

traspassar agora o teu espírito. Pois eu próprio hauro da água pura de

todo o saber do sagrado tecer na Criação!

Eu sou teu, Senhor, do princípio até o fim, que novamente deságua

na sagrada origem de Tua força. Um amplo ciclo do peregrinar pela Tua

divina missão de salvação fecha-se então também para mim, para o qual Tu destes o nome Is-ma-el!

Espírito na Terra abra teus olhos e veja, tu te encontras na Luz.

Movimente a extremidade da parte mais alta da chama a ti presenteada e ela irá beber da corrente da igual espécie, a qual deixou surgir estes

espíritos. Como claras línguas elas flutuam sobre as eternas Águas da

Vida, que o Criador derramou de Sua sagrada vontade.” —

Uma paisagem florida, transpassada de luz dourada estende-se

sobre Patmos, a Ilha da Luz. Eterno movimento é aqui o vivenciar deste

reino de Luz, o Paraíso, a transição da Criação primordial para a

Criação posterior, o ponto de partida dos espíritos humanos.

Os sábios guardiões do Santo Graal com suas coroas flamejantes de

luz inclinam suas cabeças. Em especial são Titurel e Ismael, as colunas

do mais sagrado Burgo, os quais acenam para baixo, para Patmos. Neste bramido e tinir surge luminoso desenvolvimento. À distância uma

cúpula de luz vem se abobadar sobre a sagrada Ilha de Luz, enquanto

os criados terrenos despertam no sopro de Deus. Também a nobre feminilidade encontra-se presente, nutrida e amparada pelas regiões

das sagradas Ilhas, vibrando para o Alto, num sagrado servir maternal.

Puro espírito-enteal no estado primordial. Elas se erguem acima do positivo e concentram-se nisso para receber, até que a palavra as

separe. São estados que aconteceram durante o desenvolvimento da

Criação, os quais não podem ser comprimidos em conceitos de tempo.

Page 2: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Elas são denominadas “as mães” e o espírito humano criado

masculino separa-se do feminino após 7 horas da Criação, os quais são

ritmos colossais do circular desejado por Deus, que os seres humanos não conseguem imaginar, enquanto estiverem ligados à matéria. E as

mães são desligadas dos eternos pais, por um lapso de tais ritmos no

circular desejado por Deus. Por isso sempre se vê em Patmos apenas espíritos masculinos. O ativo, positivo, irradiante continuou atuando

por si. E assim, também, de outra maneira e em outro lugar, o passivo,

recebedor.

Na espécie positiva submergiu e afluiu a vontade de Parsival e os

seus servos mais elevados nutriram as respectivas espécies com sua

espécie pessoal de irradiação através de fios especiais.

As mães, porém, foram conduzidas a partir das bem-aventuradas Ilhas e nutridas sua força e singularidade. Encontram-se sob a vontade

da Mãe primordial, sempre segundo a espécie de seu ser. As fortalecem

Maria, o amor e Irmingard, a pureza e fidelidade.

A luminosa virgem dos cisnes transmite intermediando a força

servidora através da central de força dos planos superiores, das

luminosas Ilhas. Delas vieram os mensageiros, os pensamentos luminosos da pureza, fidelidade, amor e servilidade para as mães. Sobre

elas eleva-se Ehra, a receptora, distribuidora, a parte acolhedora dos

espíritos criados. Mas não como uma soberana, apenas como uma guardiã atuante.

Eternamente maduros e espiritualmente na mais alta perfeição,

formaram-se os primeiros criados conscientes. Em correntes da mais completa e maravilhosa harmonia veio para os espíritos o primeiro

saber sobre a sua existência, da vida dentro da força, da Palavra de

Deus! E a voz de Deus os despertou.

Sagrado silêncio perpassou tudo e o hálito do amor de Deus pairou como um sorriso cheio de bênçãos sobre Patmos, a montanha do

reconhecimento.

O querer dos espíritos resplandeceu e criou, em direção descendente, formas maravilhosas de igual espécie, e esticam-se

colossais fenômenos de irradiação para diante, até as profundezas das

Criações posteriores.

Quando a partir do ritmo dos acontecimentos naturais tudo nessa

esfera já havia despertado para a existência, esse querer incorporou-se

cheio de júbilo no sagrado vibrar de seu nível.

Com isso ele começou a atuar, iluminar e brotar; e a beleza

paradisíaca da perfeição preencheu cada forma, e foi impulsionada para

a mais alta florescência. As correntes de cores luminosas dos ritmos

espirituais, periódicos de acordo com a lei, cantaram os coros das esferas do mar, no embate das ondas luminosas.

Ela é de incandescência azul, a portadora das sagradas Ilhas, ligada

por uma ponte de feixes de raios luminosos do sagrado Templo.

Page 3: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Infinita e de múltipla configuração são os diversos estados de

maturidade dos espíritos criados, graduados em incontáveis fases de

desenvolvimento, porém, bem acentuadas, não fundíveis.

A vida da Luz pulsa igual ao sangue através de todo esse criado. E

assim era na hora em que eu, Ismael, estava sentado numa cadeira

dourada, no ponto mais alto da ancoragem da Luz em Patmos, até onde a voz de Deus me convocou. Ao meu redor o número de anciãos, que

estavam lá, igual a mim e próximos de mim. (Anciãos no sentido da

“vida” na mais pura originalidade e total equilíbrio de perfeita beleza e maturidade). E foi um grande e sagrado sussurrar, um murmurar e

prometer na esfera.

Tudo vibrou numa maravilhosa matiz de um azul luminoso e seu

correspondente som. Vozes eram ouvidas de cima, as quais falavam palavras de sabedoria. Elas eram como uma brilhante luz dourada, e eu

vi uma chave dourada que se formou das palavras. Então uma voz

falou: “Pegue”! E eu peguei o que foi oferecido da Luz: a chave poderosa.

Ela estava na minha mão e me queimava como fogo abrasador, mas

ao mesmo tempo saciou a minha sede e acalmou a minha saudade, que

desde a hora da minha tomada de consciência impelia para cima, para o inatingível.

“Tudo te será dado naturalmente, assim que tu tiveres a minha

Palavra!” falou outra vez a voz, a qual anteriormente havia dito “Pegue”!

Através de mim, porém, fluiu a irradiação. Eu não podia me mover.

Contemplando e estendida estava a minha conformação branca diante

do poder da palavra. Foi aí que o meu espírito vivenciou pela primeira vez o amor para com o Senhor!

Nada existia afora isso: pertencer a Ele! Sua criatura, a qual se

reconhece, para servir a Ele!

“Eu fundamento a estirpe das sementes primordiais através de vós! Dai da força adiante, a qual vós recebestes através de mim!”

E no mesmo momento a Sua Palavra tornou-se ação através de nós.

E eu vi uma gigantesca árvore estender seus galhos através de mim, ela os esticou para longe, e dela se desenvolveu uma linhagem de sementes

espirituais que, espalhando-se, propagou-se em direção às profundezas.

Os meus olhos viram que era a Cruz viva, o Amém, o próprio Nome, o qual partiu do Pai, e que tinha falado para mim.

E sobre Patmos ergueu-se um movimento. Todo o primordialmente

criado, os puro-espirituais e todas as entealidades da Criação primordial foram tomados pela força dessa sagrada hora da Luz.

“Realização te seja dada por toda a eternidade, tu, cujo amor

alcança para além dos limites da tua origem!” chamou a voz divina.

“Sabendo irás atravessar a peregrinação de teus cumprimentos, como fiel preparador do caminho da Luz. Ismael! A primeira fase de tua

preparação já começou! Aprenda na atividade, para que tu saibas a

quem tu pertences!”

Page 4: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

E nas alturas mais elevadas surgiu a Pomba sagrada. Ela pairava

lá, na Luz de Deus, e uma coluna de Luz fluiu dela para o sagrado

Templo.

“Olhe mais!” e de lá rolou uma bola de Luz. Sobre a mesma estava,

como que flutuando, um sagrado, maravilhosamente puro receptáculo

feminino; orando Ismael se prostrou, e a coroa de estrelas de Elisabeth enviou a corrente verde clara como cristal, da Luz para baixo, sobre a

cabeça do espírito.

“Eu sou a Mãe primordial Elisabeth, de mim nasceu o Rei da Criação, para vossa salvação, olhe para mim! A pura criança divina, que

de mim nasceu, eu a confio à tua fidelidade. Ide adiante para colher

experiências, aprendendo experiência ele segue, ensinando experiência

conduza-o tu, aqui através do vale da Criação, até o vale de seu cumprimento!

O menino, o qual a Mãe primordial trazia nos braços, quem era ele?

“Eu a Sou, a Palavra!” falou então a voz do Senhor. “Aguarde com paciência até tua aprendizagem conduzir-me até ti!”

A corrente de fogo de Deus tocou o espírito vivo de Ismael, e em sua

força imediata o submergiu em profundo sono de preparação. Era um estado de estar envolvido por invólucros subordinados a leis mais finas

e elevadas. Ele sentia exatamente o seu eu consciente e, no entanto,

estava em outras vibrações, num estado mais delicado e irradiante de irradiação mais delicada.

O que Ismael aí vivenciou, foi o estado de sua espécie-primordial,

que foi derramado sobre ele do mais alto receptáculo. Ele se encontrava parado numa coluna de força. Ele pôde ver e reconhecer o espiritual

mais puro em sua mais elevada perfeição, a qual nunca modifica a sua

espécie. Além disso, foi-lhe dado a capacidade de compreender o Divino-

enteal, assimilar na compreensão. Isto era de fato apenas um pressentir, contudo, uma espécie de sentido, que jamais poderia ser

dado a um outro Criado.

Nesse estado estava Ismael na coluna de força, que provinha do mais sagrado Templo, cuja parte divina ele vivenciou e, com isso, a

existência da Palavra em suas sagradas transformações e revelações.

Ele vivenciou Parsival! Parsival era para ele o receptáculo da força, que tomou forma como imagem de Deus. A forma exemplar para tudo o que

foi criado, o que tudo sabe e através de quem flui a lei.

E para reconhecer isso, ajudaram-no as correntes auxiliadoras dos nomes Ismael e Titurel.

Ele viu em Parsival a perfeição e compreendeu a natureza de seu

núcleo inenteal de Imanuel num receptáculo puro espiritual. Ele

compreendeu também a espécie e atividade desse receptáculo perfeito, para algum dia constituir as pontes do espírito da Criação posterior até

a matéria.

Page 5: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Tudo o que Ismael anuncia está fora do espaço e tempo, é verdade

vivenciada, ação viva. Nisso, ele se utiliza de palavras, pois somente elas

podem dar aos espíritos humanos o conhecimento disso. Devido a isso as palavras muitas vezes são ásperas demais, duras demais e rudes

para aquele misterioso atuar da mais alta atividade.

Ismael teve que aprender primeiro a formar as palavras de acordo com as leis primordiais de Deus, para que algum dia Parsival possa

compreendê-lo na Terra, quando ele o guiar. Nisso residiu também o

maior mistério da intimidade dessa ligação do divino com o Criado: o saber do núcleo primordial divino da Palavra, seu conhecimento, sua

capacidade de utilização. Por isso também sua vivacidade.

“Eu amo a Deus, a Luz!” era a oração mais elevada de Ismael. Nisso

repousava tudo. Seu reconhecimento, seu saber, sua vontade, seu cumprimento. Pois ele era plena e integralmente de Deus, do Senhor.

Continuamente afluem os fios de força para baixo, sobre Ismael,

que o envolviam como colunas de luz, e o desenvolviam segundo sua capacidade. Ele vivia neles, via-os e encontrou neles contato com o

Senhor. Assim era, antes de Parsival ter vindo para Patmos, para o

desenvolvimento de sua experiência para a futura missão na materialidade. Patmos incandescia de modo diverso a cada hora de

vibração num tom predominantemente luminoso. Irradiando um azul

profundo até o mais delicado tom de luz, percorrendo todos os degraus de maravilhosas cores segundo a mais sagrada lei do desenvolvimento.

Sempre de novo se fechando em círculo, até a cor primordial, e se

repetindo de dia de luz a dia de luz. O início-primordial de um grande

conceito espiritual de espaço e tempo. A sabedoria das leis sobre cores, sons e números era aqui recebida de cima como numa salva puríssima.

A ela serviam filhos de Ismael, em atividade espiritual sábia, sacerdotal,

como primeiros guardiões na Criação posterior.

Seus olhos são especialmente brilhantes e de particular agudeza,

com luzir azul, e parecem singularmente redondos e grandes. Os rostos

são compridos, ovais, os narizes finos e estreitos. Estreitas são também suas bocas, e finos os lábios. Eles mostram em tudo a expressão da

exigência e são severos, mas ricos em amor.

Um murmurar vibra em torno deles: “Com o nosso querer nós construímos o nosso reino, o reino do espiritual perfeito. Nós lançamos

as sementes que logo germinaram, pois na Palavra nós somos puros e

fiéis. Nós preparamos o Salvador para a Criação, para que ele, julgando,

possa espalhar a justiça na sua mais profunda escuridão. Nós temos vivenciado as sagradas revelações da Palavra divina, transformando-as

em nós para utilização no respectivo plano. Desde o começo nós

preparamos o solo para aquele que viria.

Nós O conhecíamos, nós temos o Seu nome, nós portamos o sinal

luminoso em nossas testas! Nós sabemos Dele. Nós vivenciamos o Seu

nascimento na Criação posterior, o qual aconteceu como um despertar flamejante. Nós vivenciamos a Palavra de Sua sagrada boca e Sua voz, e

Page 6: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

nós achamos a ceia que Ele havia nos preparado na hora certa, e nós a

acolhemos no servir vivo!”

As vozes desses guardiões da Palavra são maravilhosas. Como acordes vibrantes de harpa, cheios de sons vibram através das esferas,

nas quais elas são criadas. Elas irradiam para cima, como eterna

oração de agradecimento à Luz.

Como um murmurante, faiscante mar de cores de luz irradia

Patmos através do brilho e do que é vivo nessa adoração a Deus.

Dela se erguem as construções aspirantes de adoração, semelhantes ao silencioso vibrar da neblina, tudo abobadado por uma

grandiosa cúpula de luz, que concentra em si todas as irradiações que

de cima se derramam sobre Patmos, através da estrela azul.

Sob as diretas correntes de luz dessa estrela encontram-se os guardiões no recinto em volta da salva da concepção, clara e ondulante

como cristal. Ela se assemelha a um enorme cristal. Dela é possível

Ismael haurir o saber que da força viva de Deus nela foi derramada.

Ismael envia as estirpes para fora, as quais devem espalhar para

adiante a sua força e semente espiritual, e ele guia e conduz os seus

caminhos. A sabedoria e o certo previsto irradiam dele, de modo inconsciente a ele e, apesar disso, por ele compreendido, sobre os

outros, os quais os distribuem. É atividade de irradiação que

transpassa esses elevados espíritos.

Continuamente se efetivam espontaneamente fenômenos vivos

através desses espíritos, abaixo do ponto de entroncamento da Luz, que

separa o puro espírito-primordial espiritual do criado e, apesar disso, os liga intermediando. Todos eles, os guardiões da Luz, têm, por sua vez,

(novamente) seus guias mais elevados, que de cima se aproximam deles.

E eles podem muito bem utilizar as pontes de irradiação da sua

esfera, que lhes possibilitam descer até o limite onde os criados têm a possibilidade de recepção. De vez em quando eles também constroem

correntes de força, através das quais o criado soergue mais alto o seu

espírito, para poder vivenciar, percebendo o que a vontade da Luz expressa.

Através dessas correntes, também Ismael foi soerguido, para ver

com seus olhos o que foi criado pelo divinal para a existência.

A sagrada vontade de Deus tomou forma e saiu do luminoso

receptáculo da Luz divina para a Sua Criação, que imediatamente se

formou ao seu redor.

E a Ismael foi mostrado um quadro, que como acontecimento

antecedeu à origem de Ismael, e que na eternidade lhe pareceu cheio de

vida como o presente, para seu aprendizado.

Assim ele aprendeu a conhecer a origem da criança divina, que através da primordialmente criada Rainha da feminilidade, Elisabeth,

pôde desenvolver um invólucro puro-espiritual, no qual ela implantou a

sua Luz inenteal do Pai. Ele se tornou um cristal maravilhosamente

Page 7: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

luminoso, o Senhor da Criação que, na força de irradiação da vontade

divina, trouxe a vida como Cruz para a nova esfera.

A voz falou: “Eu Sou aquele que deu a vida por vós e que eternamente é a Vida. Eu e o Pai somos um!”

Ismael guardou a voz dentro de si e nunca mais esqueceu o seu

tom.

E Ismael lançou outra vez um olhar para o interior do Templo de

Deus, o sagrado Graal, e lá ele viu Parsival, o receptáculo puro-

espiritual, o Rei dos reis, o filho da Luz e Senhor da Criação!

Ele avistou, ao lado do Rei, Maria, a rosa da Luz, e viu as poderosas

figuras das mulheres luminosas primordialmente criadas, viu também o

círculo dos primeiros servos de Parsival.

Ele viu a eterna transformação dos desenvolvimentos, sua vontade de libertação e os correspondentes preparativos. Ele viu a dor de

Irmingard, o Lírio puro, pelos decaídos da Criação posterior de Éfeso.

E nesta hora de Luz brotou no Espírito Santo a vontade para a ação de salvação.

É prevista a vontade divina, não após uma decisão tomada, como se

dá com a vontade dos posteriormente criados. É a vontade de salvação uma sagrada lei provinda do Pai, e una com o amor, a justiça e a

pureza. Inseparável, assim como o amor o é do Pai, tão inseparável é

também sua justiça e pureza, e da mesma forma inseparável, e por providência, fundamentado na lei, a vontade de libertação!

Quando Ismael intuiu a plenitude, a amplitude e a distância

incalculável da vontade divina, então fundiu-se nele tudo o que era pessoal diante do Senhor e por isso lhe foi dado, pois ele compreendeu o

amor inenteal, sendo-lhe permitido receber as mais elevadas leis do

saber e com isso a chave para a verdade divina. E Ismael colocou essa

chave sobre o altar de Luz em Patmos, chamou todos os guardiões criados e lhes deu o nome de quem ele falou: “Eu Sou aquele que vos

deu a vida e eternamente é a Vida! Eu e o Pai somos um!”

E outra vez o espírito de Ismael se soergueu e ele viu Parsival em sua perfeição. Perfeição houve desde o princípio, assim como Ele é,

como receptáculo de Imanuel no Santo Graal, como Filho de Deus.

Ismael viu Parsival em sua forma jovem perfeita, ele trazia uma vestimenta curta, branca, presa por cinto, e sapatos prateados altos,

que brilhavam como metal. Ele ainda não trazia nenhum elmo, mas as

asas da Pomba irradiando envolviam a sua cabeça. Seu semblante tinha uma expressão comovente de pureza e decisão infantil. Assim a vontade

tornada forma de Parsival desceu do Graal por uma ponte branca até

Patmos, ante os olhos do servo escolhido Ismael e falou:

“Ismael, olhe para mim, Eu Sou! Parsival, o portal puro, através do qual a vontade do Pai atua libertando. Através de ti eu tenho que

vivenciar os planos em sua espécie, que o querer de minha vontade

outrora criou. Por isso somente tu consegues ser a ponte, pois no servir

Page 8: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

tu compreendes a minha inentealidade no atuar, no servir no puro-

espiritual. Vede, foi por isso que tu me foste dado como acompanhante.”

Foi uma poderosíssima hora de realização para Patmos, quando o Espírito de Deus assim falou para Ismael, pois deu início ao colossal

círculo do querer libertador do Filho do Homem.

“O que por primeiro eu reconheci no puro-espiritual foi o amor” assim soou a voz de Parsival. “Foi o já formado, o em formação pela Luz

da Mãe primordial, da qual é minha origem. Sua pura beleza real foi a

primeira irradiação do meu despertar, as ondas de sua infinita pureza e fidelidade flutuavam ao redor do Espírito provindo do Pai. Nas

irradiações de seu doar cheio de amor eu me tornei em receptáculo do

amor universal e da justiça do Pai. Meu nome se formou através de

suas sagradas leis e através dele eu atuo como a “Palavra de Deus”. O que eu sou é do Pai! O que eu recebo e formo é sua força na semente

espírito-primordial de Elisabeth.

Para que o espírito dos criados me reconheça direito eu dei a ele a chave para a Palavra, que ele guarde na montanha do reconhecimento!

Para que o meu convocado me prepare o caminho eu conduzo as

correntes da minha água eterna através dele para a preparação. “Veja, aqui está a sabedoria que contém em si toda a lei do Pai”.

Os fluxos de Luz do Espírito da Verdade fluíram sobre Patmos, e

Ismael prostrou-se diante do sagrado lugar da Verdade e acolheu a Palavra do Senhor.

Irradiando ele intuiu e viu o despertar de Parsival, da criança, no

puro-espiritual. Ele vivenciou como a Luz de Deus atuou nele enquanto o jovem receptáculo acumulava experiências no estado de uma

imaturidade, que nunca é própria do divinal. Nessa esfera o amor ligava

a criança a um tipo de igual espécie, a qual não existia em círculos mais

elevados da origem de Parsival. Lá tudo era maturidade perfeita. Aqui rodeavam a criança as delicadas, móveis e luminosas figuras de uma

juventude.

Quando no luminoso recinto do Templo a luz de cristal ardia igual a uma taça, e os véus de luz rosados da Mãe primordial desciam das

alturas do Graal, para conduzir o filho até as fiéis mãos do convocado,

então soou em torno de Ismael um vibrar maravilhoso. Ismael, porém, estava totalmente absorto na profundidade de sua missão, no sagrado

reconhecimento de seu Senhor. Ele estava em local elevado e isolado,

acima de todos os sublimes e todo o seu ser era fidelidade e oração.

Muitas vezes, quando as correntes de Luz vinda do amor da Mãe

primordial soerguiam a criança Parsival para além de Patmos, então

também era permitido ao seu espírito transpor o limite dos criados, e

ele ficava ciente da correnteza, que ali soergue os luminosos para as eternas ilhas. Ele olhou para estas ilhas em sua resplandecente beleza e

avistou o Rei e Maria, sua rainha, nos sagrados recintos de suas

correntes de Luz. Assim lhe foi mostrado a eterna onipresença da

Page 9: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

vontade de Deus na Criação primordial e seu atuar, em especial para

sua futura ação de salvação.

Ismael ainda não sabia nada dela.

As correntes de irradiações de Titurel e Ismael traspassavam-no e

capacitavam seu espírito para assimilar o que ele então, apenas em sua

espécie, pode compreender. Então ele avistou toda a beleza da Luz, toda a pureza, toda a força e amor do Pai para Parsival.

Ele vivia em sua espécie a singularidade dos espíritos primordiais, e

assimilou, na mais elevada, a espécie totalmente diferente. As distâncias de universos entre o seu eu e o ser Parsival se lhe tornaram

conscientes, e com esse reconhecimento de sua enorme distância

cresceu sua vontade para servi-lo, sua adoração, sua fidelidade, e a

firme ligação do amor em indescritível força.

O eterno transformar-se e apesar disso eterno ser igual, a mulher

tornada forma espírito-primordial, a Rainha Elisabeth, a Mãe

primordial! Ismael intuiu seu ser, seu atuar e tecer, o servir efervescente,

devocional de sua força receptiva, que gerou a Luz de Deus para a

esfera espírito-primordial, que dele se originou.

Quando ele vivenciou isso, ele soube avaliar o que ninguém mais

sabe: a impressionante altura, a infinidade e a eternidade da divindade!

Esse saber, que vivia nele e que não era nenhum eco vazio, deu-lhe a capacidade para amar, não segundo a natureza humana, porém

segundo a vontade de Deus.

Assim Parsival mostrou a ele a sua outra parte provinda do Pai no receptáculo Maria. Só então Ismael soube como ele pôde levar o amor

ao encontro de Parsival, ao vivenciá-lo através de Maria. “Eu sou o

amor, ele, porém, é a justiça, e no querer nós somos um!”

Toda a esfera intuiu como corrente de bênçãos quando Maria se mostrou ao criado.

“Tu, porém, Ismael, deverás ser a escolta para a justiça quando ela,

solitária, peregrinar através da Criação, pois isso está iminente no tempo!”

Com essas palavras abriu-se em Ismael um novo portal. Até agora

ele havia assimilado. Ele havia absorvido em si um conceito da inentealidade, que lhe ensinou a compreender a adoração e a distância

em direção ascendente. Agora ele intuiu que lhe deveria ser confiado

esta jóia, Parsival, por Deus.

E como o seu espírito primeiramente se abriu para participar de

toda essa graça, agora o seu querer se estirou e se estendeu para a

ação, como consolidação em si e no seu solo.

Com o saber da existência da centelha de Deus na criança Parsival ele tornou-se consciente também do amor do Pai, e com isso de sua

responsabilidade perante Deus. “Tu sabes agora, o que Ismael é,

Page 10: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

espírito humano?” Quando a voz do Senhor algum dia vier a dizê-lo a ti,

então reconheça nisso o seu amor pela sua criatura!

Ismael é um espírito criado que, devido ao seu amor e fidelidade, foi soerguido para servir na Criação primordial, para que ele, recebendo o

conhecimento de cima, o retransmita, sabendo, para baixo e com isso

se torne o preparador do caminho através da Criação para a Luz.

E outra vez foi aberta ao espírito Ismael a visão do reconhecimento,

para que ele vivencie a virtude divina da pureza.

Num contemplar cheio de adoração seu espírito subiu para a claridade prateada das Ilhas luminosas e curvou-se ante o poder da

pureza. Então ele ficou ciente que ela era inseparável do amor e da

justiça, e que ele também poderia cultivá-la, para, compreendendo,

poder servir ao Filho de Deus.

Ele reconheceu quão firmemente a pureza estava ancorada, e o

tecer e atuar da Rainha primordial, que a envolveu com amor em sua

beleza, escolhendo para ela um receptáculo de primorosa graça: Irmingard, o Lírio puro, no Supremo Templo do Graal!

Ele sabia que o seu nome vibrava na lei do Pai como a sagrada fonte

da pureza. Ele viu Irmingard na Ilha dos Lírios. Mas ele também a viu servindo no Supremo Templo do Graal, diante do Rei Parsival e

reconheceu sua fidelidade.

Quando surgiu o poderoso dia na Criação, em que surgiu do Senhor a vontade de enviar o candeeiro Lúcifer para a materialidade, aí Ismael

avistou o início da colossal obra de salvação junto ao espírito humano,

o qual havia se tornado muito afastado e fraco para conseguir restabelecer de modo espontâneo a ligação com o seu ponto de partida.

Era preocupação, cismadora preocupação do espírito, que fez o

criado olhar para baixo. E então havia acontecido! O Senhor havia

enviado Lúcifer e o colocou acima da materialidade como auxílio para os espíritos humanos.

Com isso iniciou-se outra vez uma nova etapa para a preparação de

Ismael: o olhar iniciado para baixo e para fora, o reconhecer das trajetórias do destino dos germes espirituais.

Como numa correnteza de fios ele olhou para baixo e viu as muitas,

quase intermináveis redes e teias passando pelas esferas e espalhando-se pela Criação material. De uma parte do Universo para outra parte do

Universo, de estrela para estrela, onde vivessem germes do espírito

humano, avistou-as com olhar iniciado. Saber eterno surgiu diante de Ismael.

“Assim tu tens que conhecer, amar e compreender a minha Criação,

para que tu possas me compreender plenamente!” soou sobre ele a voz

do Senhor, a qual ele reconheceu como a vontade de Deus.

Agora ele incandescia na flamejante luz do reconhecimento. Ele

estava plenamente nela. Sua essência estava consciente e vivia no

Senhor; e Ismael permaneceu eterno, como se desenvolvia, ele não

Page 11: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

podia descer, pois ele estava totalmente no Senhor. Rodeavam-no os

criados puros de igual espécie e ele foi soerguido de tudo devido ao seu

vivo e fiel amor.

Patmos incandescia na bem-aventurada vibração da Luz.

Despertou no Filho de Deus, Parsival, toda a alegria, toda a

compreensão que, no sentido de Deus, é saber de tudo o que foi criado. Também o que se formou da irradiação primordial teve todo o seu amor.

Toda a sua compreensão, porém, partindo da perspectiva da sabedoria

divina não ficou compreensível aos criados, com exceção de Ismael.

Por isso também somente ele pôde ser o guia para o Filho de Deus,

que infantilmente assimilava e colhia experiência. Ele vivenciou com

aquele que estava se desenvolvendo a alegria para com a sua Criação, o

sentido para a beleza e a perfeição de tudo o que é natural.

Ele criou um Estado de sabedoria e de um eterno construir em

torno da Palavra Sagrada. Ele escolheu os seus emissários, todos pais

elevados, que através dele aprenderam e esforçavam-se atuando, que esticaram seus fios para os espíritos, que necessitavam de sua

condução. Através da Palavra eles receberam seus nomes, e foram

enviados através da Palavra. Todos tinham o saber e o reconhecimento da Palavra e da sua origem, e todos serviam à Palavra de Deus.

Então chegou o tempo em que o Senhor enviou as multidões de

cavaleiros luminosos, para precedê-lo através de seu reino, com o que se deu enorme movimento nas esferas mais baixas, quando eles

desceram e anunciaram a proximidade do Senhor, e todos os espíritos

se prepararam para receber o Senhor.

As correntes de irradiação prepararam em todos os planos do

Paraíso as chamas dos espíritos para atuar em missão especial.

As partes puras do Universo material, porém, as bem luminosas e

leves, incandesceram nas irradiações da preparação e acolheram os especialmente encarnados.

E o Senhor peregrinou através das incalculáveis distâncias do

Paraíso. Ele o transpassou com o olhar conhecedor de Deus e acumulou as experiências que a respectiva esfera ofereceu aos espíritos criados e

aos posteriormente criados. Ele mergulhou no invólucro da natureza

destes e nisso reconheceu o espírito humano em seu plano.

O que então aconteceu num dia da Criação desdobrou-se como um

colossal fenômeno de desenvolvimento, de plano para plano, em direção

descendente. Eram fenômenos de irradiação, para os quais o ser humano jamais conseguirá formar conceitos sólidos. Gigantesco

proceder na vontade de Deus através de Parsival, para preparação do

Filho do Homem. Ismael, incluído no curso do desenvolvimento, seguiu

à frente, passo a passo, intermediando para Parsival. Em constante e estreita ligação com o movimento e o atuar de sua sagrada vontade,

adaptado de modo firme e fiel ao degrau, sobre o qual o Filho de Deus,

aprendendo, colocava o pé.

Page 12: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Ele soube lá de tudo aquilo que surgiu da Criação e havia se

desenvolvido, e ele viu todas as leis de seu Pai seguirem seus círculos

na maravilhosa harmonia da pureza. Ele vivenciou a beleza de toda a perfeição, traspassando de cima até embaixo, e o primor de todas as

virtudes nos efeitos das leis. Nenhuma espécie havia que ele não tenha

conhecido, amado e compreendido em sua plenitude, apesar da distância que estas se encontravam em relação à origem divina.

Assim a criança Parsival aprendeu a vivenciar a sua Criação, assim

ele fincou pé em todas as esferas, assim ele trouxe sua Palavra para os espíritos que acolheram com alegria o que ele ofereceu. Em cada esfera

ele reinou no lugar mais alto e dali chegou até os espíritos. Em cada

esfera ele despertou para si especialmente escolhidos através de seu

chamado.

Enquanto Parsival vivia o sagrado cálice da força no Santo Graal,

ele realizou ao mesmo tempo essa peregrinação através dos planos em

sua onipresente força.

Com a imaginação do ser humano não é possível abranger

semelhante acontecimento. O Rei dos reis peregrinou através de 7

planos essencialmente importantes. Até que o círculo luminoso de sua primeira missão novamente o conduziu de volta ao ponto de sua

partida, para Patmos.

Como jovem aconteceu isso, e com isso havia terminado a primeira tarefa de Ismael. Incontável era o grupo de espíritos atingidos pelo

chamado para despertar, e eles desceram para os invólucros materiais

altamente preparados a eles predeterminados.

Tal aconteceu após Lúcifer ter começado a sua missão no espiritual.

Muitas vezes germes espirituais, estando inconscientes, saíram e se

perderam, para, nas esferas mais baixas, no querer aspirante,

lentamente desenvolver-se novamente para cima, e lutando com o peso das densidades.

Apenas poucos haviam partido e já haviam achado o retorno até o

ponto de sua saída, porque eles, naquele tempo, ainda permaneceram totalmente puros e íntegros. Eles foram colocados novamente na

matéria em dado momento, para cumprimento especial. Eram os

escolhidos no espírito.

E a vontade de Deus repousava no receptáculo Parsival, após ele ter

recebido a preparação para o seu cumprimento. Tudo o que ele criou

partindo da vontade do Pai, isso ele reconheceu, e na sabedoria de seu atuar abrangeu caminhos com a vista, de modo que ele o regeu com a

Sua ordem. O puro espírito-enteal em todas as formas lhe estava

submisso, preenchido e conduzido de modo vivo por sua vontade.

Os sábios pais em Patmos estavam todos reunidos no círculo do querer servidor. Sobre eles apareceu o Espírito Santo.

“Uma etapa da Criação começou” assim falou a voz de Parsival para

o espírito de Ismael, “com aquele envio do portador da Luz do círculo

Page 13: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

das colunas do Pai (Lúcifer). Ele deve clarear a luz do intelecto nas

partes mais distantes do Universo, na materialidade, e ele facilitar-lhes-

á a difícil ascensão pelo reconhecimento.

Todas as criaturas são puras. Mas, quanto mais denso na matéria,

tanto mais distante das forças primordiais da Luz, e tanto mais pesada

atua a matéria em torno do espírito. Ele necessita da luta e pelo querer tem de alcançar a vitória!

Nada é bom ou mau, pois tudo na Criação se encontra puro na

vontade de Deus.

O pensar do intelecto na luta com o que é mais espesso tem de ser

protegido, elucidado e concedido pelo portador da Luz. Assim está na

vontade de Deus! Superabundância de bênçãos para tudo o que foi

criado pode ser a conseqüência!”

Ismael olhou para cima. Passou um minuto silencioso de leve

intuição, no qual lhe surgiu preocupação. Ele conhecia a Palavra do

Senhor. Por que falou ele: Superabundância pode ser a conseqüência?

Ismael aguardou no silêncio das alturas luminosas as demais

palavras do Senhor. E que não era como se o Senhor continuasse com

as palavras: “caso Lúcifer esteja certo no querer”.

Mas o Senhor não o pronunciou. Apesar disso Ismael sentiu esta

preocupação flutuando em seu espírito. De onde lhe veio a

preocupação? Ele recebia resposta para cada uma de suas perguntas.

E, todavia, ele estava preocupado!

O sentimento de Ismael transformou-se em oração.

Durante o transcurso de milhões de anos na matéria, os dias

eternos eram como horas para os preparados servos do Senhor. O amor da Mãe primordial conduziu o filho e inclinou-se em misericórdia para o

criado protetor da Palavra. Palavras da eternidade marulharam das

correntes de irradiação de Luz de seu vibrante espírito. “Primeiramente Parsival molda-se o aro dourado de seu poder durante a peregrinação

através de seu reino. Sete pedras luminosas da força ardem de seu

cumprimento. “Uma espada” ele será chamado, que conduz a justiça, reinando sobre todo o atuar do que foi criado! O que a Criação conclui

na vontade do Pai, provoca sob o seu poder, a benção para todas as

criaturas!”

E do flutuante mar de rosas da Luz recebeu Ismael a imagem do Rei dos reis. No seu braço direito ele portava o luminoso aro, girando na

eterna luz branca divina, com as 7 pedras de luz, claras como cristal.

Era o início da missão do Filho do Homem! E Ismael orou, “Senhor, permita que eu Te sirva, fiel e verdadeiramente!”

Vibrantes soaram os coros dos sinos, os cânticos das correntes de

cores da luminosa ilha para a honra de Deus. E o convocado do Senhor aguardava a sua tarefa.

Page 14: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

E principiou o tempo em que o choro dos espíritos humanos soou

do distante círculo da Criação, que os próprios planos espirituais mais

baixos foram preenchidos da lamentação dos que ficaram emaranhados.

Em especial as queixas de todo o enteal soaram lamentando através

de todas as esferas para cima, e era como se a incandescente luz flamejante da vida novamente subisse borbulhando de volta, pelo

menos em parte. De cima era visto como se ocorresse uma interrupção

do fluxo vivo, e os mensageiros espirituais segredaram-se sérias e severas advertências.

Em Patmos, os eternos servos da Palavra, os sagrados guardiões,

fecharam os portais dourados dos divinos mistérios, que até agora

também tinham enviado suas irradiações para fora, até as profundezas da Criação posterior.

Ismael guardava a chave e confiava a mesma apenas a alguns de

seus mais fiéis servos da Verdade.

Assim, com o falhar de Lúcifer, aconteceu o início da queda do

espírito humano. A fonte da sabedoria divina ficou fechada para eles, e

não podia distribuir nenhum novo suprimento de forças. Borbulhantes e bramantes desciam as eternas correntes do sagrado Graal até Patmos

e do círculo dos guardiões novamente para cima, através da Criação

primordial, até sua origem.

O poder mais elevado era inatingível para o espírito humano, e

aconteceu que Ismael ouviu a voz do Senhor: “Vá até lá, tu fiel, e

prepare para mim o caminho através das partes da Criação material,

para que eu possa dispor de espíritos que permanecessem fiéis à Palavra, também no perigo!”

E Ismael inclinou sua cabeça e falou:

Ouça, Senhor, o choro dos espíritos humanos e a dor dos enteais devido ao querer próprio de Lúcifer! Com isso ele se coloca de lado, mas

a sua força ainda é enorme. Assim que o espírito humano se abre à

tentação do intelecto, ele estará submisso às seduções de Lúcifer, pois este coloca armadilhas. De falso brilho é o seu poder enganador e vede,

já se estende ao seu redor a força de atração! Quando Michael, com a

espada, separou-o do divino-enteal, ele arrastou consigo, para baixo,

parte do grupo de espíritos. A maior parte se origina de esfera mais baixa e atraem a matéria fina. Assim ele cria para si um reino que

alcança até as proximidades da matéria.

O agitar cheio de horror, o qual Lúcifer suscitou, foi visto por Ismael. Pois ele deveria saber do atuar do pólo oposto a Deus, e devido

a isso foi ordenada a ele uma peregrinação através do campo de ação de

Lúcifer.

E seu espírito mergulhou num sono profundo.

Ismael foi envolto com um manto o qual não permitia que ele se

diferenciasse da tristeza das esferas, através das quais passavam véus

Page 15: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

cinzentos qual correntes flutuantes. Como num funil, assim a corrente

puxava e arrastava o espírito envolto, em caminho errado, ao encontro

do lugar do desterro do anjo.

Aí seu olho divisou amplitudes singulares, distancias de infinita

beleza melancólica. Solidões o aguardavam, que eram de um pesadume

tão horrendo, que ele imediatamente intuiu-o como sendo um abismo da Luz. O movimento atuava como um redemoinho e turbilhão.

E Ismael, a quem foi dado conhecer os pontos mais elevados do

espiritual, sim, até poder olhar para cima até os reinos luminosos de Deus e de Sua Criação primordial, ele pôde, como único espírito,

compreender também essas profundezas, que foram abertas como pólo

oposto.

Todas as recordações da Luz estavam apagadas e sozinho ele deveria perscrutar as profundezas, para advertir o espírito humano,

para testar a si próprio. O mais difícil que o espírito teria que cumprir,

agora havia tido o seu começo.

Lúcifer ainda estava em queda, a sua espécie divino-enteal estava a

extinguir-se, ele trazia em si a força de sua origem, a qual ele utilizava

em seu ofuscado querer de seu sentimento de poder. Poderosa era a força de irradiação, a qual ele enviou para a Criação material.

Com isso ele amparou o poder do intelecto. Tudo o que se

desenvolvia em seu atuar e querer era formado espiritualmente assim como no reino espiritual, mas não era incandescido com a força

proveniente das alturas, não, apenas continuamente alimentado com a

força do falso querer. Era rígido, duro, sombrio e solitário, estarrecido como o gelo, de modo frio e horrível formou-se o trono do poder de

Lúcifer. A irradiação de seu querer, porém, aumentou em proporção

igual em força e atravessou a matéria fina que, por sua vez corrompeu a

matéria. Parecia como se uma epidemia de veneno se arrastasse através da matéria fina da Criação posterior.

Ismael viu com dor a tristeza da entealidade, o espírito de Ismael

clamou. Uma dor sem igual apoderou-se dele, quando ele sofreu junto aquilo que pesa sobre a entealidade. Primeiramente ele foi conduzido

até as profundezas da Criação posterior, ainda viu épocas

desaparecidas, nas quais já poderiam ter vivido seres humanos. Ele olhou cheio de alegria para os quadros luminosos de tempos passados,

que ainda teciam ao redor da Terra, aquela pequena estrela nas

profundezas da parte do Universo Éfeso.

“Tu és tão pequena como um grão de areia na interminável

distância dos mares do Universo e, apesar disso, tão grande na graça do

Senhor e, contudo, eu mal consigo ver as claras pegadas de um criado

luminoso reluzirem dos mundos primordiais de teu desenvolvimento! O que fizeste tu com os frutos de teus auxiliares luminosos, tens tirado

proveito do auxilio de um herói luminoso, iluminado, como foi

Hjalfdar?”

Page 16: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Por que Ismael foi atraído poderosamente até a pequena Terra, ele

não sabia. O saber sobre o desenvolvimento e o envio no futuro lhe

estava oculto. Desde que ele estava envolvido no cumprimento de seu tempo de experiência, muito lhe foi tomado do amplo saber de sua

espécie. Ele deveria saber apenas o que lhe era necessário no momento.

Por isso ele sentiu-se preso como que com pesadas correntes, pois ele estava consciente de sua atual estreiteza de livre movimentação. Ele era

como uma peregrinação através do deserto. A sensação de sofrimento

apoderou-se de Ismael. Nostalgia de sua igual espécie estava nele e seu espírito sofreu com a saudade por Parsival, que parecia crescer

continuamente. Nenhuma notícia vinha de cima. Ismael estava só.

Ele percorreu a Criação na vontade do Senhor. Primeiro sua

profundeza. Para onde seu destino queria, para lá dirigia-o a sua vontade. Ele viu a beleza, a riqueza e o perigo da Terra, e vivenciou

junto o sofrimento de todo o enteal, que tece em estreita ligação com a

matéria.

A irradiação de Lúcifer aumentou, pois os espíritos humanos, em

sua maior parte, sucumbiram ao seu querer. A natureza começou a

sofrer. O animal, que os seres humanos haviam domesticado, foi o primeiro a adoecer. Tornou-se obstinado, e o ser humano respondeu a

ele com o poderio de sua prepotência na força do intelecto, ao invés de

como outrora, através do auxílio equilibrador e do amor.

Ismael viu que os enteais começaram a apagar o saber sobre essas

capacidades do equilíbrio que surge do tecer ligador entre animal e ser

humano, ao não mais nutri-lo.

Então surgiu uma ruptura nesses fios entre ser humano e animal, a

qual o ser humano, em seu domínio, procurou transpor com violência.

Lúcifer nutriu os fios do poder cada vez mais. O ser humano parecia

invencível.

Para suas grandes e gigantescas construções os seres humanos

necessitavam das forças enteálicas. Ainda restavam resquícios do

manejo dessa força, ancorada no saber dos seres humanos, ainda lhes era possível ver e utilizar os gigantes. Porém ele não mais o fazia com

amor, pois por toda a parte ele sentia e topava com dificuldades, as

quais, do contrário, os gigantes teriam eliminado.

Mas desde que o ser humano começou a maltratar os animais, ele

perdeu a simpatia dos gigantes. Ódio contra os poderosos e vigorosos

auxiliares surgiu no ser humano, e seu intelecto travesso tramou, o que ele poderia fazer para obrigar os gigantes. Os gigantes, porém, deram as

costas aos seres humanos, eles desapareceram e nunca mais foram

vistos por eles.

Ismael mergulhou no espaço e tempo e como espírito vivenciou com a compreensão, a qual vai muito além de espaço e tempo, os

acontecimentos imensuravelmente grandes da Criação.

Page 17: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

De vez em quando ele se encontrava em forte luta com as correntes

provindas de Lúcifer, as quais ele de bom grado teria trancado para o

espírito humano. Às vezes ele ficava observando e vivenciando diante do apóstata e viu o terrível sofrimento, o qual Lúcifer preparou para si. Frio

gélido soprava até ele, rígido como gelo, igual aos olhos do belo decaído,

era tudo, o que ele criou para si.

Calor intenso e gélidos calafrios eram os extremos que teciam em

volta de Lúcifer, suscitando turbilhões de êxtase e forçando a fria morte

de todos os sentimentos. A irradiação de Lúcifer girava em torno de si próprio e, na pressão do sofrimento, gerou a mentira.

Na cintilante branco-esverdeada fumaça espessa e venenosa ela

brotou para cima, preenchendo em sua expansão tudo o que se

estendia a sua frente. Então Lúcifer deixou-a subir.

Com o ofuscado poder do intelecto, ele a dotou. Para onde o hálito

de sua boca acertava, o qual uma vez podia igualar-se à boca feia de um

sapo mucoso e repugnante, e outra a uma bonita boca de mulher, vermelho-cereja, gerou desgraça. Para onde sua força esguichasse, a

qual seguia como baba pela língua bipartida, ali cresciam suas formas

reluzentes e, qual pelaria narcótica, envolviam as suas vítimas.

Vítimas, as quais procuravam acusar-se mutuamente.

Quando Ismael viu o atuar da mentira, ele foi acometido pela dor do

desespero, e do fundo de seu poderoso espírito manifestou-se pedido após pedido, um pedido pela força para a salvação!

Lúcifer caía cada vez mais fundo.

“Por que eu tenho que ver isso? Por que padecer no conhecimento

da gravidade do pecadocontra Deus?”

Ele estava solitário, e deveria ver o horror da morte eterna.

Em seu espanto ele ainda não havia notado que o pecado e a

mentira eram feminino, que em esplendor reluzente, em beleza, se soergueu para companheira de Lúcifer. Como tentadora ela apoiou o

falso princípio, “Lilith”.

Um dos espíritos arrastados para baixo por Lúcifer colocou-se em luta com Ismael, era Samiel, ou também Samael, denominado o “veneno

contra Deus”. Ele era opositor de Ismael, do escolhido de Deus.

E era isso o que ele tinha que cumprir: Por amor ao espiritual ele

deveria bater no “veneno contra Deus”, e Ismael bateu, e ele bateu com a força provinda da Luz, a força que veio das trevas.

Com cada golpe da espada que Ismael desferia com seu querer, ele

ficava mais leve, luminoso e livre de invólucros, e no cumprimento do que lhe foi determinado ele ascendeu.

Desde aquela vez Ismael não viu mais o reino de Lúcifer, mas

apenas ainda os efeitos de seu poder, os quais ele conseguiu praticar de modo livre, pois em toda a Criação não havia ninguém mais forte que

pudesse vencê-lo.

Page 18: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Ismael soube então que havia apenas um, o qual poderia salvar o

espírito humano do mal, o qual por amor próprio e decisão própria teria

que pedir ao Seu Pai pela elevada obra.

E pressentindo aproximou-se do espírito maduro o mistério da

providência e onisciência divina. Ele captou no espírito, o que ainda não

havia sido decidido no Santo Graal.

Ismael, porém, foi soerguido nessa hora, e a pequena e sábia boca

da Mãe primordial falou a ele os conselhos e as instruções para o futuro

caminho do Filho. Feliz, Ismael sabia agora que ele havia completado a sua tarefa, que o havia preparado para o cumprimento de sua

convocação.

E ele deu-se em agradecimento às correntes universais do amor de

Deus-Pai e aguardou os Seus mandamentos.

Esse foi o caminho de Ismael para o reconhecimento do mal e para

a execução de um golpe, o qual ele deveria aplicar contra este.

Ele viu e vivenciou o atuar funesto do pecado com aquele saber maduro sobre as conseqüências, as quais não haviam sido reveladas

previamente até agora a nenhum espírito humano. Com isso ele chegou

novamente um passo mais perto do caminho do desenvolvimento para o ato de libertação e compreendeu o que, no futuro, o sagrado tecer da

vontade de Deus decidiu.

A Mãe primordial Elisabeth chamou-o pelo seu nome e ele despertou em seu resplendor sobre uma campina flutuante de flores de

luz.

“Teu caminho através da Criação está apenas no começo, mas o amor de Deus, teu Senhor se inclina e sempre de novo tu deverás sorver

a Luz de tua Pátria em curtos intervalos de tua peregrinação”.

Repousando na paz do Senhor, Ismael irá despertar para força plena e,

olhando para trás, só então reconhecer plenamente o que ele experimentou no invólucro de sua mudança. Todas as vendas foram-lhe

soltas e ele poderá se alegrar com o seu saber.

E Ismael entrou no elevado Templo da iniciação e aguardou lá as revelações do Senhor.

E veja, no sonante cristal de Luz que estava recolhido no cálice da

concepção, e de cima, vindo do Espírito Santo, soaram vozes.

Advertindo, despertando, consolando e ameaçando ao mesmo

tempo, ressoaram esses tons oriundos da Luz de Deus, e ao mesmo

tempo Ismael ficou ciente de sua configuração. Ele viu o poder, a força e a magnificência do Eterno no Seu trono.

Uma profusão ofuscante de cores irradiava da Luz de Sua

magnificência, e da profusão desse turbilhão de Luz ergueu-se a figura

do Espírito da Verdade. Imanuel saiu do Pai e suas brancas correntes de Deus pulsavam Dele para baixo, em Parsival, e novamente para cima

até o Pai.

Page 19: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

E Ismael ouviu a voz do Filho falando com o Pai e ele estava,

escutando em devoção, totalmente absorto na sagrada deliberação do

Altíssimo.

Um sagrado orar preencheu as esferas, que reconhecendo vibraram

em conjunto na corrente de Luz de Deus:

“Dá-me a realização através da salvação do espírito humano, Pai, pois veja, Lúcifer tornou-se a ruína para eles. Não permita que se perca

um grão de Tua amada sementeira!”

“O germe espiritual traz em si a força do livre-arbítrio! Justiça, amor e pureza repousam nessa força, as quais eu coloquei nele no expandir

da minha vontade. O germe espiritual tem o que a ele pertence!”

“Pai, o Amor implora e correm as lágrimas da Pureza por causa dos

poucos que ainda são bons, e que sucumbem com isso para a morte devido ao mal.”

Em canto soavam as irradiações que vêm da vontade do Pai, a

justiça, amor e pureza, carregadas como pedido diante do trono do Sempiterno. E o cordeiro olhou, o qual queria vivenciar toda a dor do

mundo para a salvação do germe espiritual, silencioso, requerendo a

concessão junto ao Pai.

O olho de Luz do Senhor abrangeu o amor da trindade e tornou-se

uno na decisão com o conselho da Sua vontade, eternamente uma no

Pai assim como no Filho.

E desceu a concessão para a realização do ato de salvação no atuar da trindade de Deus e na lei de sua perfeição. E foi acatado

esse Amém do Pai no tecer de seu cumprimento, e o início desse

movimento circular repousou no cálice da vida: Parsival, o Santo Graal.

O querer de Ismael incandesceu na força de irradiação oriunda do

Senhor e a sua vontade se inclinou para todas as espécies iguais,

surgidas de Suas irradiações posteriormente criadas.

Ismael trouxe a vontade do Senhor através de sua esfera e plantou-

a nos espíritos criados, que através dela continuaram se desenvolvendo.

Novamente pulsava como vida nova, bramante, através da esfera da

Ilha azul, e também através daquelas partes que, tecendo, com ela estavam ligadas na mesma altitude vibratória e que sustentam o eterno

criado feminino.

Adoração vibrava então na canção e no movimento, na construção e desenvolvimento da beleza do criativo servir a Deus. As chamas

espirituais femininas, envolvidas com véus, incandesciam como fogo

dourado em taças de branco suave. Suas cabeças e figuras graciosamente encobertas, incandesciam em movimento, suave

agitavam-se suas vestes e véus através das correntes de irradiação das

Ilhas, quando elas, adornando e atuando, serviam ao Templo e à Criação.

Page 20: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Delas e dos círculos de Luz dos patriarcas originou-se a estirpe

espiritual flamejante dosIsmanos, os quais foram enviados, tecendo na

vontade de Deus, como um povo escolhido, para algum dia servirem ao Senhor na matéria.

Eles puderam preparar o solo para Ismael, eles deveriam, na pureza

da vontade de seus espíritos flamejantes, fundar o reino, o qual trazia em si o germe para o reino de Deus. As eternas mães atuavam na

sabedoria da feminilidade, assim como os eternos pais em todo o

espiritual masculino.

Elas eram os receptáculos para a irradiação da pureza, do amor e

de todas as virtudes femininas, as quais tinham que atuar através da

fidelidade servil. Como enormes cristais elas também captavam essas

elevadas irradiações e as retransmitiam adiante multiplicadas milhares de vezes para as intermináveis distâncias da Criação.

Sem fim parecia a expansão desses reinos para fora e para baixo,

mas era apenas uma pequena parte fluente no grande tecer da Criação.

Assim o Senhor, através de seu servo Ismael, enviou os escolhidos

emissários espirituais para a matéria, e vede, eles mergulharam aqui e

acolá atraídos pela igual espécie da mais pura vibração na região situada mais abaixo na Criação. Eles chegaram nas esferas mais finas e

elevadas de partes da Criação mais espiritualizadas, a fim de lá se

encarnarem e colhendo experiências, a fim de se fortalecerem para aquele povo, o qual algum dia deveria proteger Parsival na Terra: Os

Ismanos.

“Agora eu te conduzo para uma estrela na parte do

Universo Smyrna, onde deveriam ser recebidos os primeiros emissários dos mais maduros, mais puros invólucros dessa materialidade. O

espírito te envolve com todo o amor e força, e dá as possibilidades de

assim vivenciar espécies diferentes!”

Ilha de Servantes sobre a estrela Atlante, sumo-sacerdote Simael.

Mais tarde sobre Thyatira – Elmisa – “O escolhido de Deus.”

A sacerdotisa superiora da Pureza “Thaisis”, Ismael aproximou-se dela, pois ela era o seu segundo ser, seu complemento no espírito. Em

seu invólucro flamejante atraiu o espírito de Ismael poderosamente para

a matéria.

A escola do Templo da Pureza era o ponto de apoio principal da feminilidade em Thyatira.

Ismael também fora envolto pelas irradiações flamejantes, as quais

irrompiam dele em incandescência, em forte atividade da pressão da vida, tão logo estivesse numa determinada proximidade de irradiação de

uma ponte enteal que se encontrasse na mesma condição. Aconteceu

num mergulhar, um flamejar e apesar disso, subsistir, um deixar-se envolver e um suave adormecer. (No Templo luminoso, por ocasião da

solenidade da encarnação junto às eleitas mulheres do templo).

Page 21: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

A mulher que deveria possibilitar-lhe a existência terrena era Lydia,

a cantora do Templo, a esposa de Theddeus.

Osman, o supremo sacerdote, que mais tarde foi João, o discípulo predileto de Jesus.

Com aplicação Elmisa dedicou-se à instrução de um sábio

professor. Como primeiro fundamento era considerado o afrouxamento e fortalecimento do corpo. Esses exercícios valiam como ato de serviço a

Deus. O exercício da respiração era ao mesmo tempo um abrir-se para a

oração. Bastante movimento na natureza também estava prescrito ao aluno. Não era uma escola do êxtase, porém uma escola para a vida e

fortalecimento.

Domínio do sentir e do pensar, e todas as manifestações que disso

se originam, eram ensinadas na escola aos jovens seres humanos, mas o domínio natural e correto, que nada tem a ver com o sentir ou pensar

reprimido, nem com a contração da alma, pois em Thyatira não existia

a mentira.

Ele recebeu elevada instrução no dirigir das forças. Essa era a

iniciação, que era concedida somente a um convocado pela Luz, quando

era realmente um perfeito.

Como os seres humanos de Thyatira eram completamente ligados à

Luz, a nutrição de seus corpos era simples e leve. Eles saboreavam cada

uma das menores substâncias, aproveitando plenamente todo o seu valor. Finos e leves pães complementavam as frutas, as quais

constituíram a sua principal nutrição.

Quanto mais Elmisa dava do orar puro, silencioso, falando e

ensinando do amor pela Luz, o qual ele trazia tão vivo em si, tanto mais forte o amor fluía para ele. De cima sempre mais força do amor

irradiava nele, o qual atuava irradiando para fora dele.

Bem breve foi a duração do silêncio, mas foi suficiente para inflamar o semblante de Elmisa. Ele sentiu uma união com as correntes de força,

para as quais ele não encontrou palavras. Essa era a oração de Elmisa!

Sua característica era a humildade, apenas essa, pura e simples, permitiu que se abrissem todos os finos caminhos do querer, até aquele

limite no alto do qual lhe era enviada elevada força.

“Quando a pessoa vibra dentro das sagradas leis da vida, então não

pode ficar sem amor.”

“Entre ti e eu (Elmisa e Nabis) flui um feliz receber e dar, e as horas

se tornam mais ricas para nós, dia após dia.”

“Quanto mais tu dás, tanto mais rico e humilde te tornas.”

“Talvez eu (Elmisa) não venha mais a vê-la (Thaisis) aqui na

matéria, mas na eternidade nós seremos um!” O jovem não sabia que

nessa hora ele havia reconhecido o seu eu.

Ele viu diversos mundos espessos, em bem diversa força de

luminosidade e movimento, de imensuráveis redemoinhos,

Page 22: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

impulsionados ou conduzidos no cosmos, em parte arremessados para

fora de sua órbita e novamente atraídos por outras grandes estrelas.

Cada uma das estrelas tem um ritmo, um tom, um acorde e uma melodia que lhe é própria.

Que uma folha se abria após a outra no sagrado tecer da Criação ele

o percebeu na oração. Ele tornou-se cada vez mais silencioso. Seu semblante começou a irradiar um brilho que brotou de dentro, do

espírito, o qual iluminou o invólucro material.

A Palavra Sagrada falou para ele, a vontade do Senhor, o Espírito Santo. Para Elmisa essa vivência foi um abalo, ele caiu de joelhos e

adorou.

Ele sabia que com essa grande agitação dos elementos havia

começado para ele uma nova etapa de vida. Ele avançou consciente para a luta com a natureza, a qual ele tinha que aprender a conhecer

para fortalecer-se na resistência.

O ser humano nunca deve transferir as suas interpretações terrenas para materialidades de espécie diferente. Elmisa exercitou-se para que o

espírito falasse através dele. Agora ele tinha toda a comprovação de que

seria compreendido.

“Tu sabes da sagrada Pomba branca, a qual aparece sobre o mundo

e envia a corrente de sua força sobre tudo o que é vivo?”

O poder da fala afluiu a ele e preencheu a humanidade com a força

de seu amor pelo Senhor.

Elmisa tinha a impressão como que se lhe sumissem todos os

sentidos da matéria, e apesar disso ele captou essa gigantesca força de

irradiação do puro espírito-enteal primordialmente criado Merkur! “Tu estás envolto com a pura força espiritual para a luta, meus servos te

apóiam e seguem a eles o efeito dos elementos. Pois trata-se de purificar

Thyatira!”

Ele percebeu quão forte a tristeza queria oprimi-lo, no indizível

esforço que o seu espírito tinha que superar para poder se ligar com o

Senhor na mesma medida de outrora.

A alma humilde de Samiel, dilacerada pelo profundo sofrimento do

auto-reconhecimento, recebeu uma irradiação da vontade de Elmisa,

que se aproximava, e novamente ele sentiu a força daquela pura ligação

oriunda das alturas.

“O que tu sofreste foi para a tua salvação, pois ainda em hora certa

tu ouviste a voz da Luz. Depreenda disso, que nunca é tarde para a volta!”

“Na matéria haverá combate difícil, áspero e sangrento, mas no

espírito cumprir-se-á parte por parte com a força de Deus a serviço da

sabedoria!”

Ele viu como as nuvens escuras dos erros foram atraídas com força

magnética, como elas se reuniam e aglomeravam, e como então, efeito

Page 23: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

sobre efeito, se formava figuradamente na mais fina materialidade,

antes de ela, densificando-se, entrar em atrito com a força consumidora

da irradiação, e depois em combustão. Assim sobreveio o resgate do sofrimento para Thyatira. Na espécie móvel dessa fina

materialidade daquele ponto da Criação o desenvolvimento da luta deu-

se relativamente rápido.

Elmisa atravessou consciente todos os perigos e aproximou-se da

chama do espírito, o qual cheio de medo e como que afogando lutou no

caos do falso princípio, purificou novamente a sua alma e com isso se salvou através da determinação de um poder superior. Elmisa esteve

frente a frente com o guardião do portal, o qual a este tinha ocasionado

as horas mais difíceis, e ele olhou para as formas e imagens

enganadoras, as quais, geradas desconcertantes e febris, envolveram os espíritos humanos como redes. Seduzindo em sua beleza, elas não eram

mais distinguíveis, para aqueles que de livre vontade seguiram o falso

caminho, das belas imagens que algum dia foram dadas das alturas luminosas por elevada condução.

No momento em que ele cometeu o assassinato, envolveu-o um

círculo de fúrias e o apartou de todo o suprimento de auxílio da Luz. Tanto mais ele foi fortalecido pelos trevosos auxiliadores de Lúcifer, os

quais se espalharam como fungos. Já se ouvia o bramir de grave luta de

irradiação espiritual.

Elmisa havia encontrado, através da fiel servidora Elisabeth, o primeiro ponto firme, a partir do qual ele podia fincar pé.

Inveja brotou nos inimigos. Logo se formou uma configuração que,

em contornos vagos, primeiramente era como uma fina névoa, mas que então ficou mais densa e colorida, predominando uma incandescência

de um feio amarelo sujo.

Elmisa viu como a força da Luz, fluindo do Templo, se unia com a chama que dele saía e ele falou: “Sim, Senhor, eu ouço o Teu chamado!

Eu faço a obra seguindo a Tua vontade, eu rasgo com a Tua força a

névoa sombria e retiro o selo da serpente do portal do Templo da Pureza!”

Movimento entrou naquela massa turva, a qual foi atacada por uma

quantidade de irradiações claras. Sempre mais soltos, luminosos e

claros ficaram os fios, nó após nó foi desatado, forma após forma apagada em si, devagar esmigalhou e caiu parte por parte, extinguindo-

se.

A calma espalhou-se sobre os seres humanos, a calma de uma proteção, uma força que apenas podia vir de cima. O espírito de Elmisa

seguiu um caminho ao alto em oração, ele procurou uma saída para o

sofrimento. Serena firmeza estava com ele.

Uma saudação ao sábio, que o sublime conduz até nós! Saiba ele

que se encontra na proteção do mais sagrado dos mistérios, no círculo

dos 7 discretos mestres da sabedoria... até que o 9º guardião tenha

Page 24: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

preparado as profundezas da materialidade para os cumprimentos do

Senhor.”

Os contrastes entre a Luz e as trevas chocaram-se tão poderosamente um contra o outro, que aquele lugar da luta espiritual e

ao mesmo tempo material foi submetido a uma espécie de processo de

combustão. Com isso se desencadeou uma espécie de caos sobre tudo o que era turvo, e a cidade incandesceu sob a irradiação acelerada da

reciprocidade como um lago de lava. Tudo entrou em estado de

incandescência. Começou um flamejar e um decompor dos corpos, o que para o espírito escurecido estava ligado a indizíveis dores. Todos os

produtos de sua vontade, que nele pendiam, foram incluídos nesse

processo de combustão. Ao contrário disso, os espíritos corretos e puros

foram mantidos e fortalecidos por essas mesmas irradiações, eles foram amparados na matéria, incandescidos seus invólucros e tudo o que

ficou preservado na mudança, com a sua força.

A força de Ismael, o espírito elevado, atuava no invólucro de Elmisa como ponto de passagem e irradiação do querer irradiante de Parsival.

Seu saber, sua vontade, seu estar aberto em humildade o havia ligado,

para os efeitos finais de sua missão, com a irradiação da vontade de seu divino Mestre, e ele serviu como receptáculo de sua força e como base

de ancoragem na matéria em Thyatira.

Elmisa avistou o espírito luminoso do supremo sacerdote, o qual se parecia com uma chama, na forma de um luminoso, belo e forte jovem,

saiu do invólucro na irradiação branca, deixando para trás o invólucro

terreno como casca porosa.

Aglaia era (contudo) mulher de espécie muito

especial. Solicitude tinha brotado da pura intuição do vibrar feminino.

Praticando a misericórdia como lutadora do Senhor, ela iniciou o seu

servir na vontade de Deus. O amor terreno para com Elmisa ela há muito havia vencido no amor de seu espírito que, auxiliando, estava a

seu lado. Seu espírito havia desabrochado em pureza e fidelidade, para

servir a Irmingard, a qual transmitiu ao seu gênero na matéria a força de Deus da pureza.

“Eu apenas posso ser o administrador do reino” falou Elmisa,

“rei eu não posso ser, pois eu sei o que significa ser rei. Os seres

humanos, porém, não o sabem. Existe apenas um verdadeiro rei, é o rei no reino puro-espiritual. A ele nós todos pertencemos, ele nos criou, a

ele serve a Criação!”

A construção da cidade deu-se numa velocidade surpreendente. Auxiliares construtores da esfera dos enteais ajudaram, os quais se

ligaram em maravilhosa harmonia com a efervescente e madura matéria

fina, assim como ela surgiu em Thyatira.

Quando Elmisa se aprofundou na branca incandescência do cristal,

abriu-se diante dele toda a força e sabedoria que a Criação encerra em

si e ele reconheceu a lei de Deus e o seu atuar! Dia após dia abriu-se

para ele um dos sagrados mistérios. No primeiro dia desse sagrado

Page 25: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

acontecimento de divina iniciação soou um maravilhoso tom vibrante do

cristal, num luminar suave destacou-se da profusão de seu brilho

ofuscante a forma dum quadrado. Ele parecia um dado e nele vibrava a força da matéria. Esse foi o dia em que foi dada a base de toda a nova

construção na matéria e se cumpriu. Um número soou e vibrou nesse

quadrado e ele o denominou 4, e então esverdeou, floriu, moldou e

formou-se a natureza. Ele estava bem consciente da força impulsionadora de cima, não, porém, de sua espécie e atuação sobre a

materialidade.

No segundo dia desenvolveu-se no perímetro do quadrado do primeiro dia uma estrela irradiando com duodécupla intensidade e com

um ponto central, e a voz da sabedoria murmurou para ele: “Veja, as

matérias mais finas das esferas próximas mais elevadas, as quais nesse quadro se condensam e enviam para fora a sua força!” E ficou

consciente para Elmisa que todas essas formas apenas serviam como

invólucros, as quais traziam em si algo mais elevado, luminoso e forte,

podendo envolvê-los. A partir daí seus olhos estavam abertos para o grande tecer do Criador e ele era senhor da matéria.

No terceiro dia formou-se, irradiando do fundo do cristal, um anel, que deu ao quadro do quadrado, com as irradiações cruzadas do doze, uma conclusão e simultaneamente ligação, vivificação e calor e,

em maravilhoso circular levou então o hálito da Criação para dentro dos

invólucros. Todas as espécies dos germes de futuros elementos mostraram-se nesse anel, e Elmisa recebeu na iniciação o poder sobre

as forças elementares. Tudo isso vibrou no luminoso número 4.

A força do círculo enteal era tão poderosa que sacudiu com força o

corpo material de Elmisa.

No quarto dia ele avistou uma configuração de irradiação no cristal

que lhe proporcionou, transmitiu o enteal mais elevado. Da menor

forma de beleza até a mais elevada gradação do mais nobre e puro reconheceu ele os guias e auxiliadores de tudo o que até agora foi

criado. Tudo lhe pareceu transpassado e ligado pelo enteal e sua força.

Ele sabia que os planos começaram bem no alto e, através de tudo o que até agora é conhecido, desenvolveram seu mais variado efeito e

forma.

No quinto dia descobriu Elmisa a pedra pela quinta vez. Mostrou-se

a ele uma nova configuração de irradiação, a qual passava em grande circular, perpassando todos os mundos e planos e sempre de novo

iniciando em seu circuito. Dela se ergueu uma irradiação partida em 5,

a qual tocou em toda a materialidade. Estava repleto de amor e veio do plano do que é criado. Atuando no desenvolvimento, sua irradiação era

espiritual. Tão diferente de tudo de até agora e em duas

espécies: positiva e negativa. Então Elmisa reconheceu que essa espécie era a forma para o germe espiritual e seus pais primordiais. A Pátria

dos espíritos humanos. E ele se admirou que não lhe sobreveio um

saber da Pátria, pois ele acreditava ser um espírito humano, igual às

Page 26: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

outras criaturas. Amor vibrou nele, não, porém, o amor da igual

espécie.

Todos perceberam que uma entealidade mais elevada havia despertado nele.

No sexto dia ocorreu algo extraordinário! A forma irradiante de uma

luminosa estrela de seis pontas deixou seu espírito em luminoso ardor. Ele reconheceu nisso o ponto de origem do puro espiritual desenvolvido e nele abriu-se a recordação de sua Pátria. Os planos do

Paraíso iluminavam a seus pés, e força vinda do espírito primordial

transpassava-o, a qual ele próprio apenas deixava fluir adiante, não sendo ele quem irradiava. E nisso ele intuiu a existência de Deus!

Imagem após imagem da irradiante coroa da Criação, a qual lá está

firmemente ancorada, aos pés da esfera divina, surgiram diante dos olhos espirituais agora abertos de Elmisa! “Senhor, eu adoro a Ti por

toda a eternidade! Em adoração eu vibro no poder de Tua sagrada

vontade!”

Elmisa não saiu do Templo no sexto dia, assim surgiu do sexto, o sétimo dia, e ele foi o mais sagrado de todos. Ele deixou repousar em si

a vida e o saber sobre a Criação e do poder e vivenciou Deus!

A Cruz olhou para ele, a Palavra Viva: “Faça-se a Luz!” E a Elmisa pareceu como se a Cruz se mostrasse sobre a Criação, vinda do Pai, e

no pedestal de Seu trono, nos degraus de Seu poder havia 4 sábios

misteriosos, animais sapientes, os quais pareciam ser anjos alados em forma de animal. E eles falaram o nome: “Imanuel!”

O oitavo dia. O nome “Imanuel”, porém, preencheu-o com a vontade

de Deus. Ele permaneceu outra vez no Templo, e não cobriu mais a

sagrada pedra. Incandescido pela sabedoria, a qual ele dela hauriu, substituiu para ele alimento, bebida e sono. Da pedra da sabedoria surgiram para ele as imagens, as quais despertaram

recordações sobre recordações. Ele avistou a maravilhosa construção da Criação e riscou sobre uma pequena lousa o esboço da forma

da Pirâmide. “Nessa construção repousa toda a sabedoria de Deus!”

escreveu ele em sinais logo abaixo. “Somente na pureza da força divina

abre-se o portal da sabedoria!”

“Eu guardo o número, Eu guardo a Palavra, Eu trago em mim a cor

e o som, Eu sou o caminho da Verdade, Eu trago o reconhecimento!” E

um semblante olhou do cristal, e era da Luz da eternidade. Ele trazia em si a Cruz. As asas da Pomba sagrada cobriam a sua testa e seus

olhos eram como chamas douradas, sua boca, porém, era cheia de

amor, e dela saía a irradiação incandescente da justiça. E ele falou: “Olhe para mim, Ismael, Eu sou, o primeiro e o último! Eu te envio para

longe e te chamo para casa, para que tu me prepares o caminho para o

profundo e escuro vale!”

...Um maravilhoso rosto espiritual feminino inclinou-se por ocasião

da morte de Elmisa sobre os seus invólucros. Ismael reconheceu-o

como sendo de Thaisis, enquanto seu espírito plenamente consciente

Page 27: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

ainda flutuava no invólucro enteal e fino-material sobre o corpo morto,

vazio e mais denso. Poderosamente atraído pela irradiação da igual

espécie da maravilhosa figura feminina, foi arrastado rapidamente para cima, para fora daquela camada, incandescendo soltou-se invólucro

após invólucro. A luminosa chama de Ismael subiu para fora do espaço

e tempo em questão de momento. Luz cercou o espírito que regressou e a quietude da preparação o envolveu. Fios irradiantes de força divina

transpassavam a esfera do reino puro-espiritual. Sobre pontes de Luz

irradiantes desceram os elevados espíritos da Criação primordial e formaram um caminho de ligação para cima até o Santo Graal. Eles

vieram diretamente de Parsival, do ponto mais alto da montanha, onde

se encontra o desenvolvido puro-espiritual. Quando ele, após um

instante novamente despertou para a plena consciência, a primeira palavra foi: Parsival!

Com olhar retrospectivo Ismael vivenciou outra vez o seu percurso

através das materialidades, com a finalidade de seu desenvolvimento, mas pouco a pouco as irradiações eternamente pulsantes da esfera

puxaram a sua igual espécie, o espírito elevado, para dentro de seu

eterno vibrar.

Ele estava sendo preparado para uma nova atividade.

Outra vez se cumpriu o sagrado número do nome Imanuel no

número das partes do Universo, bem como no menor, na formação cósmica de estrelas em Éfeso: o setestrelo *(N.T. Constelação ou

conjunto de sete astros ou estrelas). Ela inscreveu o nome Imanuel em

Éfeso.

...invisível aos sentidos grosso-materiais, por não compreensível pela diferente espécie da densidade.

Só o espírito o consegue aqui e acolá, atraído por uma igual espécie

de usufruir e querer vivenciar, de envolver-se com a correspondente materialidade com a finalidade de seu desenvolvimento na vivência. Ele

pode, seguindo o seu desejo, sua escolha, com decisão própria deixar-se

atrair aqui e acolá para colher suas experiências e para o amadurecimento. A ele se aproximam então todas as forças

complementares auxiliando e com amor, as quais formaram aquelas

materialidades. Fecham-se em torno dele os finos invólucros que descem devido ao peso e o arrastam para a região de seu desejo

original.

E novamente o espírito de Ismael flutuou através da Criação da

materialidade e aproximou-se da parte do Universo, a qual ele podia presentear com a sua missão.

No entanto, um período de tempo no circular passou antes que ele

descesse, pois cada vez era diferente a espécie do desenvolvimento das partes do Universo e, adaptado a ele, estava também ajustado para

início de Ismael. Por vontade de Deus foi colocada a venda do

esquecimento sobre os olhos do espírito iniciado. Com isso também ficou estreitado o horizonte de seu reconhecimento.

Page 28: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Seu novo invólucro do espírito “Elmisanto” conduziu-o para a

materialidade. Lá, ao vencer as provas pesadas, ele deveria lutar até

vencer na luta, no servir à vontade de Deus, para permanecer livre de carma, para proteção da próxima peregrinação pela Criação. Ele

deveria carregar o mesmo destino, que estava determinado por Deus

para a parte do Universo Filadélfiae assim dizia:

“Segure o que tu tens, para que ninguém tire a tua coroa!”

Quanto mais ele se aproximava da Criação posterior, da

materialidade, tanto menor lhe pareceu seu horizonte, e tanto mais

difícil ficou para ele em dominar com a vista a multiplicidade nesse espaço pequeno, onde cada insignificância trazia algo de muito

importante em si, e tendo então de ser primeiro vivenciado séria e

profundamente.

Filadélfia era maravilhosa. Bem abertos na oração são os espíritos, e

alegre canção de suas vozes unem-se aos sons de flautas. Nas ondas

desses sons Elmisanto aproximou-se de uma mulher, cujo invólucro enteal e fino-material está bem preparado para receber o puro. Um

espírito de irradiação pura lhe preparou o lugar: Adieta, a filha da

Chama branca!

Todos os homens de Filadélfia traziam nomes espirituais, os quais seus sacerdotes lhes davam. Eles eram dados do alto e constituíam a

pré-determinação de sua vida futura.

Elmisanto compreendeu que ele teve de despertar em um corpo de criança para novo vivenciar.

Após ele ter visto a luz do mundo, principiou ele a sua vida como

criança pastora em pura ligação com a natureza, a qual lhe abriu caminho para as entealidades, os quais desde sempre o amaram, e

os espíritos das águas e dos prados, e os silfos aproximavam-se dele no

conversar das ondas, no murmurar da chuva e no sussurrar do vento, e

davam-lhe notícias do tecer e acontecer no espaço terrestre e celeste. Mas certo dia eles desapareceram, e Elmisanto, silenciando, sofreu com

isso grande aflição. Seu espírito deveria despertar, na saudade pelo

puro perdido, amadurecer como alta chama para determinação mais elevada.

...Após o terrível furacão ouviu ele uma voz: “O Senhor enviou-te o

Seu chamado. Tu serás o preparador do caminho Dele em Filadélfia. Logo tu também poderás me ver, tuas ferramentas para isso estão

preparadas!”

...Com os olhos bem abertos ele olhou para a magnificência da mesa de seu rico anfitrião, a qual estava coberta com toalha de seda,

enfeitada com flores e arranjada com coisas preciosas, maravilhosas

frutas suculentas com aroma de flores de laranjeiras, colocadas em conchas rosa-reluzentes e em cestos de prata-luminosa. Luzes estavam

sobre a mesa, as quais chamejavam serenamente.

Page 29: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Aproximaram-se dele seres da natureza, como delicadas nuvens

acariciaram o rosto e cabelo dele e sussurraram para ele notícias, as

quais ele chegou a compreender somente com o decorrer do tempo: “Luz e amor nos fez nascer e nos preparou, e nós tecemos em nossa esfera os

fios luminosos, os quais ligam a sagrada Luz com a matéria. Todos os

fios, os quais os seres humanos tecem uns com os outros, nós observamos com nossos olhos vigilantes. Nós apenas deixamos entrar

da corrente de força da vida, onde exista um vibrar puro produz

irradiação não turvada. Do contrário nós puxamos a irradiação de volta”.

Eles denominavam as três forças de Deus: pureza, amor e justiça,

“a soma da força viva” ou “a Lei”. Em sua simplicidade eles absorviam a

pureza em si, e no seu esforço de mostrarem-se dignos dela, eles deram o solo para a atuação contínua da força. Eles também tinham recebido

um sinal luminoso para a soma da força proveniente de Deus.

Um trígono luminoso. A ponta indicava para baixo e formava a ponte e auxílio para reconhecimento ainda mais elevado.

As leis foram registradas em escritos, os “segredos”. Ele trazia

apenas o desejo por pessoas que, movidas pelo anseio por reconhecimento da sabedoria, a ele se aproximavam.

Se ele permanecia em silêncio, aproximavam-se dele pensamentos e

imagens que do contrário nunca poderiam se tornar vivas no movimento de suas atividades diárias.

Sua condutora era ao mesmo tempo mãe e irmã, e a ele parecia

muitas vezes como uma parte do núcleo de sua essência.

Foi-lhe dado para ver o que foi tecido anteriormente, o qual os auxiliadores luminosos formam na Lei da Criação.

Enquanto Elmisanto estava sendo preparado para anunciar Deus e

Suas sagradas leis na matéria, foi ele ao mesmo tempo colocado nas fortes correntes provenientes de Lúcifer, para que ele sofra e, no

sofrimento, amadureça mais rapidamente! Também seu corpo foi

prejudicado com isso.

Elmisanto sabia agora porque a Luz deixava os seres humanos

formarem coisas tão lindas: unicamente para a honra de Deus.

Eli, o sacerdote, trouxe 7 livros sagrados: o 1° tratava do saber sobre a Criação, o 2° sobre a sabedoria das estrelas, o 3° sobre as

plantas da Terra e sua força e efeito sobre os seres humanos, o 4° sobre

as leis da natureza, o 5° sobre a conexão das cores com os sons, o 6°

era dedicado à sabedoria sobre o número, o 7° dizia: Eu sou a lei viva, a Pedra Branca, o nome Imanuel! Ele era o Pão da vida e veio da vontade

de Deus.

“A floresta dos despertantes” era denominada a floresta dos mortos em Filadélfia. “Na pedra branca está contida a força da matéria.” E

Ismael, o escolhido por Deus, se encontrava novamente na Luz e outra

vez ele viu o semblante do Filho do Homem.

Page 30: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

“Apressa-te Ismael, pois o tempo urge!

Como foi diferente desta vez a sua saída da Luz, – aparelhado para

a luta em Laodicea, como Elmisa.

Uma força de atração tomou conta de sua chama espiritual e o

envolveu num invólucro de Luz, na forma de um homem guerreiro, a

qual veio de baixo ao seu encontro. Esse invólucro do espírito desceu novamente, seguindo a poderosa corrente de força de atração, de volta

ao campo de batalha, do qual mulheres maravilhosas carregavam, para

cima, figuras de heróis de um plano exalando sangue. Parecia a Ismael, como se ele estivesse atado a uma fita de vida, que elevou o seu espírito

para cima, mas que novamente o puxou de volta para um corpo mais

denso.

Era a primeira guerra na matéria de Laodicea, o primeiro efeito da influência luciferiana causado pela abundância, a qual outrora estava

na vontade de Deus. Nesse local mais escuro, na hora mais escura foi

encarnado o espírito mais luminoso no invólucro terreno do herói Elmisa. Esse invólucro jazia lá, no campo sangrento, branco como neve

e vazio, em reluzente veste de cavaleiro, uma ferida aberta na cabeça.

Ele parecia morto, e apesar disso, existia um fio luminoso que terminava nele, e então veio o fenômeno da Luz! Na corrente branca

ligou-se Ismael com aquele espírito herói, que pelo querer do Altíssimo

foi enviado de volta em Elmisa! Uma chama ardeu clara e chamejante e desceu sobre a fita luminosa para dentro do corpo humano. Então

começou, em novo vivificar, a incandescer devagar outra vez a

irradiação em volta do já gravemente ferido, que parecia morto, e pelo movimento do sangue a ferida sangrou de novo.

Assim Ismael despertou como ser humano numa nova parte do

Universo. Colocado no meio de uma nova existência, todavia estranho e

novo.

...Quando Seto ajudava um ser humano ele não pensava nas falhas

deste. Ele olhava primeiro apenas para o sofrimento do corpo. Para este

foi-lhe dado auxílio através de um maravilhoso saber, que se encontrava em utilizar todos os produtos da matéria. Ao mesmo tempo, porém, e

durante o tratamento do corpo veio também a se impregnar em seu

espírito o reconhecimento da causa e com isso se tornou médico de alma, que sabia regularizar e restringir o efeito da matéria através da

influência sobre a atividade da alma. Como em tudo isso ele foi bem

sucedido, os seres humanos o chamaram de o mais sábio dos sábios. Muitos auxiliadores afluíram até ele, os quais ele iniciou nas conexões

espirituais do sofrimento com os acontecimentos da época de transição.

Eles se tornaram alunos que se esforçaram em aprender o seu saber

sobre as causas do sofrimento, e assim aconteceu que Seto fundou uma escola para formar médicos de alma. – Seto viu que o espírito procurava

adaptar-se à matéria bem vagarosamente. Ele trazia a preocupação. Ele

cuidava para que isso pudesse ser alcançado sem perturbação. Corpo e espírito ligaram-se em sagrado cumprimento das leis para a realização

de sua missão. Enquanto Elmisa havia caído calmamente no sono de

Page 31: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

um extenuado, o sábio médico observava a progressiva transformação

do estado de saúde de seu paciente.

Seto pôde aprender imensamente nisso. Tão só a diversidade da luminosa densidade constatada, que passava desde uma opaca

irradiação leitosa vítrea de um corpo trabalhando, em parte, de maneira

desarmoniosa, até as mais finas vibrações e raios de uma irradiação espiritual elevada, causou a ele grande dificuldade. Reconhecer os fios

nutridores, auxiliadores, foi novamente um saber por si, e logo o doutor

experimentou que o tratamento da alma precisava ficar em harmonia com o ritmo do dia, assim como o tratamento das feridas, a

estruturação da circulação sangüínea através do banho, movimento,

respiração e alimentação. Maravilhosos eram os tratamentos de cura!

Logo Elmisa deu os primeiros passos, como quando criança. A princípio Elmisa sofreu com a solidão, mas logo ele compreendeu seu profundo

significado e sentido: ele teria que se tornar independente.

...“Para onde, Senhor, com toda a profusão, força e sabedoria? Como eu devo transmiti-las adiante?”. Então falou nele uma voz:

“Escreva!” – A cura de seu corpo foi muito favorecida pela viva atividade

de seu espírito.

“Ismael, eu te chamo para cima, para a Luz! O tempo de tua

realização passou, a pedra proveniente da espada de Eli está

incorporada no círculo espiritual de Parsival. Tu cumpriste, venha!”

Ismael estava desperto no espírito. Ele viu o céu aberto. Ele

ajoelhou diante do trono de Parsival e, em espírito, na soleira para os

degraus do trono de Deus.

...A Mãe primordial inclinou-se para ele pela 5ª vez e sussurrou-lhe

notícias do Santo Graal: “Ismael, tu estás fortalecido. Uma nova

peregrinação enrijecerá a tua vontade. Caminhos de sofrimento terás de

trilhar, livre de carma, carregar sobre ti o pesado por causa do elevado saber e de teu servir. Se tu quiseres ser fiel até a morte, então eu quero

te dar a coroa da vida!”

Foi tão só o circular da renovação de forças, quando Ismael ligou-se com o invólucro “Elias” em Sardes.

O grande cavaleiro, que se parecia com um ser humano e apesar

disso com um leão, cresceu para o alto até os degraus do trono de Parsival. Ismael vivenciou sua força primordial. Os seres humanos de

Sardes não teriam conseguido executar as enormes construções e as

torres, se não tivessem conhecimento das forças do movimento e das leis, as quais apenas os enteais podiam transmitir. Sua faculdade de

inventar foi com isso muito estimulada, para que aprendessem a

utilizar a distribuição da força da irradiação artisticamente instalando

grandes depósitos centrais.

...Lá jazia em rigidez peculiar, como morto, o corpo de um homem.

Um fio luminoso apenas, partindo de seu plexo solar, puxou o invólucro

da alma humana para dentro de si, e Nepo acordou novamente na veste material. E durou bastante tempo até que o corpo, que se assemelhava

Page 32: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

até o cabelo ao modelo fino-material revelasse novamente o pulsar da

vida. Por longo tempo ele moveu apenas os olhos, e apenas então o

resto dos traços, até finalmente também a parte superior do corpo e os braços e as pernas terem conseguido a liberdade de movimento.

Desamparado estava o corpo, o qual havia abusado de modo tão

irresponsável de seu espírito. Elias: “De que te adianta essa excursão, Nepo, que quase chegou a te custar a vida?”

...O Templo servia apenas ainda para as horas festivas dos magos.

Mas o sagrado atuar das leis divinas na ligação da matéria fina com a matéria não foi mais observado. Foram utilizados o som, a vogal e a cor,

bem como os sinais da luz e dos números e ligados com a matéria

vegetal e animal, com pedras e metais, segundo velhas receitas. Seivas,

pomadas e tinturas foram preparadas, elementos e enteais foram atraídos com palavras e sons. Mas os seres humanos estavam fechados

para o Alto, faltava-lhes o “outro”, o espírito, que transmitia a força

proveniente da Luz, a força Viva, a que tudo conduz na vontade de Deus. Bem que a força era ativa, mas ela foi conduzida de modo errado

pelo poder do intelecto.

No centro da cidade crescia uma admirável, fina flor humana, Sidhalla, a filha do sábio mago Agair. Ela possuía como o mais precioso

a flor do arbusto da vida em forma de um lírio. Agair conseguiu

maravilhosos ensaios de cristalização, fundição de metais e precipitações. Muitos enteais estavam a seu lado, auxiliando. Nos vidros

irradiavam pós metálicos coloridos e substâncias líquidas. “Esses

servem para a fabricação dos maravilhosos cristais, que tu podes ver nas jóias de nossos soberanos e magos sacerdotais e nas coroas e nas

poltronas do trono dos grandes. Todos eles possuem uma força especial,

a qual deve atuar sobre o seu portador!” Assim falou Agair para

Sidhalla. “Pai, eu vejo a pureza e também o movimento. Movimentoapenas do que é puro, em direção ao Alto e do Alto para

baixo. Fios auxiliadores de planos mais elevados!”

“Apenas na lei do amor puro tu encontras a salvação para o reconhecimento!” Essas palavras Sidhalla recebeu da Luz, que às vezes

tomava conformação e trazia o nome de “Elias”. Cada vez mais forte se

tornou a ligação de ambos.

Os auxílios luminosos em forma de fios puros teciam-se sempre

mais densos em volta de Agair e Sidhalla. Foram criados cristais de

pedras encantadores, os quais os seres humanos denominaram

milagres. Para Agair e Sidhalla, porém, era servir a Deus.

Sidhalla viu como o espírito de Agair começou a se soltar

silenciosamente, e como se encontrava muitas vezes num branco e

calmo incandescer, ao lado ou sobre o invólucro. A delicada fita irradiante, que o ligava com o corpo, esticava-se cada vez mais. Pela

incandescência da irradiação de atração do espírito de Elias, o espírito

mais fraco foi soerguido e assim traspassado, para que pudesse se libertar mais rapidamente de seu corpo. De forma luminosa mostrou-se

a forma fino-material de seu corpo. Ele era como a fina pele de um ovo

Page 33: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

em relação à casca exterior deste, iluminava a esta com um bem

afinado círculo de cores, enquanto o maravilhoso núcleo conservava a

forma espiritual sobrepujante de Elias. Assim o espírito de Agair foi levado embora. O corpo do mago não chegou a esfriar com isso. O

coração deu seqüência na pulsação de modo uniforme, após ele apenas

ter ficado vagaroso e fraco por algum tempo. A irradiação do corpo material, bem como dos invólucros mais finos, mal se alterou. Em

pouco tempo irradiava o corpo de Agair, traspassado pelo calor de vida e

ganhando em força e em vigor de juventude.

Sidhalla trazia, sozinha, um saber sobre o acontecido, sozinha ela

foi testemunha dessa elevada entealidade, sozinha ela também trazia o

mistério do retorno espiritual de Agair. Aos poucos Elias se adaptou ao

seu invólucro. Suas obras eram a condensação material das mais sagradas revelações e reconhecimentos. Ele foi de ser humano a ser

humano, até que ele achou um, o qual ele considerou maduro para

receber o auxílio de Deus e força abençoada desses pequenos cristais, através de trabalho sério, silencioso e dedicado em si mesmo. “Todos

vós podeis ser sacerdotes, se tiverdes vencido a vós próprios e viverdes

apenas na vontade do Senhor.”

...Eu estou preparado. A hora para Sardes chegou. A Pedra sagrada, minha criança, está concluída! Nela repousa uma enorme

força. Ela separa o puro do impuro, o vivo do morto. Ela liga com a

força viva, mas apenas aquele que vive na Luz. Eu sou um preparador do caminho do Senhor. Eu sou a pessoa que adverte diante da tentação,

a qual quer vir sobre todas as partes do Universo. Veja, essa é a pedra!

Ela é a lei perfeita. Eu vejo um rei luminoso. Ele diz: “Eu o Sou!” “o A e o O, o primeiro e o último, e o perfeito. Eu sou a Palavra de Deus. Eu

venho do Pai e eternamente estou no Pai. Eu sou o Filho extragênito.

Eu sou o nome Imanuel!”

A força da sua oração ligou-o com a força da Luz. O espírito de

Ismael ascendeu nas vestes de Elias. “Logo tu irás, Ismael, mergulhar

no pesadume pela 6ª vez. Observe o número, é o da grande dor (W) *(W

= Wehe = dor no idioma alemão) da Criação, é o número e a palavra, e irá se inverter para poder na vontade de Deus. Quando tu tiverdes

completado o caminho, estará diante de ti como M *(M = Macht

= poder no idioma alemão) e quererá dizer “poder!”

Pelo cultivo unilateral do intelecto o corpo se transformou em maior

condensação, turvação e peso, e de movimento mais lerdo.

Ismael iniciou o último caminho, o mais curto e mais pesado,

para Pérgamo. Seus invólucros e suas vendas diante dos olhos condensavam-se cada vez mais.

“Quem vencer, a esse eu quero dar de comer do maná oculto, e uma

pedra branca, e o meu nome, o qual apenas conhece aquele que o recebe!”

O invólucro e o anunciador de Ismael (= o gigante Samiela) segurou

a pedra em sua mão direita.

Page 34: Ismael como Preparador do caminho do Filho do Homem nas sete partes do universo

Ismael iniciou seu 7° caminho na densidade da matéria. O Senhor

tinha conservado para sium povo escolhido, os Ismanos, a estirpe

espiritual de Ismael. Nela Ismael desceu como Ismael para Éfeso. Tydia chamava-se sua mãe com seu nome espiritual. Seu pai, o soberano dos

Ismanos, estava morto quando ele nasceu.

A estrela “Uranus” segue sem detença para o ponto de irradiação espiritual do vivenciar de Deus.

“Ismael! Ismael! Eu desvendei a minha estrela, para que ela ilumine

para mim sobre a Terra! Eu logo virei!” “Parsival, eu estou preparado!” – “Antes eu quero aprender e tu serás o meu mestre!”

“Comece em fidelidade o peregrinar do meu tempo de realização e

veja o círculo luminoso. Eu estou nele, o qual um dia em amor se

fechará.”

Sobre Ismael surgiu a Pomba luminosa.

“Sim, Senhor, eu venho! Eu sigo o Teu chamado. O peregrinar de

minha preparação está concluído!”

Raios de sete cores irradiam para Patmos através de Ismael, as

quais vibravam no nome “Imanuel”.

Ismael tinha a chave para toda a sabedoria proveniente da Luz. Por causa disso atravessaram-no também as 7 irradiações do sagrado

nome.

Patmos, a Ilha de Luz no Paraíso.

Ismael e Titurel, as colunas do mais sagrado, do Supremo Templo

do Graal, são criados.

(Oração, pós-solenidade de 7.9.1937: “Senhor, dê o Teu auxílio

àqueles que utilizam a Tua força segundo a Tua Vontade!”)