178
Jesus, Cristo e o desafio das missões

Jesus, Cristo e o desafio das missões

Embed Size (px)

Citation preview

Jesus, Cristo e o desafio das missões

Curriculum Vitae

(Caminho da vida)

Tempo

Kronos

Kairós

Módulo I

Religiões do mundo

Religiões antigas

Religiões de tradição oral: Totemismo, Politeísmo, Animismo, Magismo.

Religiões gregas: Mistérios de Elêusis, Dionisismo e Orfismo.

Religiões orientais: Hinduísmo (1500 a.C), Budismo (500 a.C), Janismo (500 a.C), Taoísmo

(500 a.C), Confucionismo (500 a.C), Xintoísmo (pré-história), Sikhismo (1500 d.C).

Religiões ocidentais: Judaísmo (1250 a.C), Cristianismo (1 a 50 d.C) e Islamismo (622 d.C).

Religiões brasileiras: Umbanda (1500 d.C), Candomblé (1500 d.C) e Espiritismo (1850 d.C)

Atitudes filosóficas

Perfect Liberty (Tokuharu Miki), Japão Zen Budismo, Seicho-No-Iê (base Budismo), Yôga,

Ananda Marga, Hare Krishna, Commune do Osho Rajneesh, Sai Baba, Sociedade Teosófica

(base Hinduísmo), Rosa Cruz, Maçonaria, Nova Era, etc.

Religiões do deserto

Ambas nasceram no oriente médio;

Ambas acreditam em um só Deus (monoteísta);

Duas delas se expandiram para o mundo e se

tornaram as duas maiores religiões do mundo.

Ambas influenciaram o mediterrâneo;

Ambas possuem sua fé no pai Abraão (1800 a.C);

Abraão dos judeus

“Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, aquela que vos deu à luz.

Ele estava só quando o chamei, mas eu o abençoei e o multipliquei”.

Isaías 51, 2

Abraão dos cristãos

“Responderam-lhe: “Nosso pai é Abraão”. Disse-lhes Jesus: “Se sois filhos de

Abraão, praticais as obras de Abraão.

Vós, porém, procurais matar-me, a mim, que vos falei a verdade que ouvi de

Deus. Isso, Abraão não fez”.

João 9, 39-40

Abraão dos muçulmanos

“Eles dizem: “Aceita a fé judaica ou cristã e terás a orientação correta”.

Dizei então: “De maneira nenhuma!

Nós cremos na fé de Abraão, o correto. Ele não era idólatra”.

Alcorão, 2:29

Jesus, um bom judeu

Conhecendo melhor o judaísmo

Breve contextualização

judaísmo“Ouve, ó Israel, o Senhor teu Deus é único”. (Dt 6, 4).

• Crença em um só Deus (YHWH);

• Religião revelada;

• Líder: Moisés;

• Livro: Torá, Nebi´im (profetas), Ketuvim (escritos) e Talmude (rabínicos);

• Povo chamado de: Hebreus, Judeus, Semitas ou Israelitas.

Breve contextualização

judaísmo“Deixa teu país, tua parentela e a casa de teu pai; e vai para o país que te

mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu

nome, de modo que se torne uma benção”. (Gn 12, 1-2).

• Um povo eleito;

• Uma terra prometida;

• Um pai na fé (Abraão) e um libertador (Moisés).

Breve contextualização

judaísmo• Linha patriarcal: Abraão – Isaac – Jacó/Israel;

• Moisés: Escravidão do Egito (1250 a.C), libertação, travessia do mar e

conquista de Canaã (40 anos);

• Nova aliança;

• Instauração dos 10 mandamentos (reforço da fidelidade a YHWH);

• Cultura Tribal: 12 tribos (filhos de Jacó/Israel).

Breve contextualização

judaísmo• Localização das 12 Tribos de Israel:

• Norte: Aser, Neftali, Zabulon;

• Centro: Issacar, Efraim, Dã e Benjamin;

• Sul: Judá e Simeão

• Transjordânia: Gad e Ruben

• Nos dois lados do Rio Jordão: Manasses.

Breve contextualização

judaísmo• Juízes (a história de sobrevivência e evolução das 12 tribos);

• Dispersão das tribos e depois reintegração das tribos (XI a.C);

• Separação do reino do norte (desaparecimentos das 10 tribos) e reino sul

(fortalecimento em Jerusalém);

• Grandes líderes: Saul, Davi e Salomão (960 a.C 1º Templo é construído);

• Grandes profetas: Elias, Amós, Isaías, Jeremias e Ezequiel.

Breve contextualização

judaísmo• 1ª destruição do templo: Nobucodonosor (rei da Babilônia em VI a.C),

saqueou o templo e deportou o povo hebreu (diáspora);

• Sem terra, sem templo, nasce um modo de se viver e uma espiritualidade

única capaz de observar a lei, meditar os textos e orar onde for;

• Reconstrução do tempo: Ciro conquista a Babilônia (515 a.C) e trás o povo

hebreu novamente de volta a Jerusalém, período (536-142 a.C).

Breve contextualização

judaísmo• Conquista da Palestina por Alexandre (O Grande) em 330 a.C;

• Helenização da Judéia (II a.C);

• Novos líderes: Matatias (sacerdote – guerrilha), Macabeu e Jonatas

(independência da Palestina);

• Dinastia dos Asmonéus (165 a.C);

• Intervenção de Roma (65 a.C).

Breve contextualização

judaísmo• 2ª destruição do templo: 70 d.C;

• Nova liderança: Simão Bar Kochba – Cidade de Betar;

• Intervenção forçada do imperador Adriano, proíbe os preceitos básicos do

Judaísmo;

• Organização dos rabinos para a elaboração da Talmud (II a VII d.C) para

ajudar o povo disperso que lia e meditava os textos sagrados (Torá).

Breve contextualização

judaísmo• Domínio Romano (63 a.C - 313 d.C);

• Domínio Bizantino (313-636 d.C);

• Domínio Árabe (636-1099 d.C);

• Domínio Cruzado (1099-1291 d.C);

• Domínio Mameluco (1291-1516 d.C);

• Domínio Otamano (1517-1917 d.C).

Breve contextualização

judaísmo• Na idade média foram acusados pela peste negra (europa);

• Perseguidos durante as cruzadas tendo suas sinagogas e novamente

expulsos de seus lares e países;

• Domínio Britânico (1918-1948 d.C)

• Massacre dos judeus de Hebron por militantes árabes (1929 d.C)

• Perseguidos e quase aniquilados na 2ª Guerra Mundial (6 milhões (1/3)).

Breve contextualização

judaísmo• Divisão da Palestina em 1947 (Palestina (lado árabe)) e outro lado judeu;

• Criação do Estado de Israel (lado judeu) em 1948 (retorno de muitos

judeus a sua terra (1950));

• Guerra dos seis dias em 1967 com mais aniquilação do seu povo;

• Conflitos constantes na região da faixa de Gaza (região demarcada) entre

os dois estados criados pela ONU (1947) dividir terras. Não resolveu!

A espiritualidade judaica

• Com o nascimento há o ritual da circuncisão com rito de passagem;

• Aos 12 anos menino/menina possui o seu Bar Mitsvah simbolizando a

aliança de Abraão e lê e reflete alguma passagem da Torá;

• O casamento além de uma grande festa é o dia especial para os noivos

(Yom Kipur): jejum, oração, atos de bondade (tsedacá) e reflexão;

• A morte é encadara como algo natural (YHWH é Senhor da Vida e da Morte

(Kaddish) e o luto dura 7 dias, acredita-se na Ressurreição (Sala YHWH).

A espiritualidade judaica

• Ora-se 3 vezes ao dia (manhã, tarde e noite) particular ou pública;

• O Shabat (sábado) é o dia reservado para YHWH, deve-se jejuar, se dedicar

aos estudos dos textos sagrados e ensinamentos (653 prescrições);

• A (Pessach) é a principal festa do judeu, possui duração de 8 dias;

• O Pentecostes (Shavuoth) celegra o dia em que os 10 mandamentos foram

entregues a Moisés no Monte Sinai;

• A Festa das Tendas (Sukkoth) celebra 40 anos de peregrinação no deserto;

A espiritualidade judaica

• Ano Novo (Rosh Hashaná) se dá no outono, entre setembro/outubro,

comemora-se a criação do mundo (ano 5777 equivale ao ano de 2016);

• Dia da expiação (Yom Kipur) 10 dias após o ano novo, reservado a

confissão dos pecados, as súplicas para obter a misericórdia de YHWH;

• Festas das luzes (Chanuká) em novembro ou dezembro coloca-se oito dos

nove braços do candelabro (8 dias de feriado) e o nono braço, coloca-se o

shamash, uma vela auxiliar com a qual se acendem as outras.

Shemá Israel

“Ouve, ó Israel: O Senhor, teu Deus, é o único Senhor ! Portanto, amarás o

Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua

força. Que está palavras que hoje te ordeno estejam em teu coração ! Tu as

inculcarás aos teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa, andando em

teu caminho, deitado e de pé. Tu as atarás também à tua mão como um sinal,

e serão como um frontal entre os teus olhos. Tu as escreverás nos umbrais da

tua casa, e nas tuas portas”. (Dt 6, 4-9).

Jesus histórico

Jesus de Nazaré

“O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que

tenham vida, e a tenham com abundância.”

Contexto histórico: A vinda do Messias prometido, que restauraria o reino de

Israel, era a grande esperança o povo Judeu e isso pregava João Batista. A

ideia de um Deus único e justo, já enfatizada no antigo testamento e

anunciada por Joao Batista, Jesus não messias libertador/político.

Jesus de Nazaré

Figura de Jesus: Construção da esperança messiânica. Certo cansaço com os

colonizadores. Precisava de alguém vir libertar.

• 3 momentos na vida de Jesus:

• até 12 anos de idade (poucos relatos nos evangelhos canônicos);

• 12-29 anos de idade (fase oculta, preparação, contato João Batista);

• 30-33 anos de idade (a vida pública de Jesus, batismo, pregações,

milagres, paixão, morte e ressurreição).

Jesus revelador do Mistério

• Jesus como revelador do mistério teve a experiência pessoal que mais

tarde o chamou como Aba-Pai (contato direto com o Pai);

• Jesus encurtou a distância entre esse segredo e nós, ele se torna o

símbolo do mistério (ninguém vai ao Pai se não por mim);

• Para participar do mistério de Deus é preciso passar por uma experiência

marcante de transformação pessoal e deixar-se envolver pela ação do

Espírito (mudança de vida, de hábitos e entrega total de vida).

Jesus o homem do deserto

Significado do deserto na visão antropológica: Liminaridade ou estar

separado da sociedade em que está inserido, para enxergá-la como ela é. Em

vários momentos da vida de Jesus, ele se retira para o deserto em um

processo de distanciamento para a partir do contato com o povo ao se

compadecer de suas dores, retira-se para internalizá-las e conversar com o

Pai. Deserto é a pura imagem de sofrimento, portanto, ninguém quer ficar lá.

O mistério está na libertação de estruturas pessoais e sociais.

Tradições desérticas

• Vida cotidiana dura;

• Falta de vegetação e há escassez de comida e água;

• Medo de ataque do inimigo (região ampla);

• Animais perigosos (cobra e escorpião);

• Cultura nômade em busca de estabilidade;

• Deus como transcendente, distante, exigente de fidelidade, fiéis

submissos, divindade que tudo vê acompanha seu povo por todo lugar.

Tradições desérticas

• Céu (tranquilidade) como morada de Deus;

• Lua elemento masculino;

• Sol elemento feminino;

• Vida após a morte é sustentada pela crença na ressurreição, pois não há

vontade de retorno para um cotidiano sofrido e sem perspectivas de

crescimento, diferente das regiões de terra boa (terra fértil, montanhas e

litoral) onde a vida pós a morte é sustentada pela crença na reencarnação.

Tradições desérticas

• A cosmovisão do deserto, por sua vez, firmou-se mais na palavra e na

poesia, pois o deserto não oferece variedade de imagens, por isso toda a

esperança de vida é investida no céu, seja ele azul ou estrelado;

• O ser divino é considerado como Palavra, transcendente e distante,

portanto o desenvolvimento da espiritualidade dessas tradições religiosas

parte do ato de ouvir;

• Jesus sempre se voltava ao deserto para ouvir o Pai.

Jesus dinâmica de transição

• O processo de preparação, vem como o processo de conversão é lento;

• No Evangelho percebemos que ele chama e a iniciação aconteceu a partir

da convivência com os seus.

“No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos. E, avistando

Jesus que ia passando, disse: Eis o cordeiro de Deus. Os dois discípulos ouviram-no falar

e seguiram Jesus. Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: Que

procurais? Disseram-lhe: Rabi (mestre) onde moras? Vinde e vede, respondeu-lhes ele.

Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia”. (Jo 1, 35-39).

Experiências com Jesus

(R)Encontro pessoal com Jesus

Os primeiros discípulos(Jo 1,35-51)

Zaqueu (Lc 19,1-10)

A Samaritana (Jo 4,5-42)

A vocação de Levi (Mc 2,13-17)

Maria Madalena (Jo 20,1-18)

Bartimeu (Mc 10,46-52)

Os discípulos de Emaús ( Lc 24,13-35).

Os primeiros discípulos (Jo 1,35-51)

João Batista: “Eis o cordeiro de Deus”;

Os discípulos ouvem João e seguem Jesus;

Jesus: “O que procurais?”

Discípulos: “Mestre onde moras?”

Jesus: “Vinde e vede”

É essencial viver a experiência pessoalmente;

Vivência e permanência com Jesus.

Zaqueu (Lc 19,1-10)

Zaqueu desejava ver Jesus;

Jesus toma a iniciativa e o chama pelo nome;

Jesus hospeda em sua casa (intimidade);

Zaqueu é emergido no desejo de seguir Jesus;

inde e vede”

A vida de fé nasce e cresce junto com o desejo;

O desejo nos faz dividir os bens e ser justos.

A Samaritana (Jo 4,5-42)

Mulher sem nome de região marginalizada;

Jesus se apresenta como necessitado;

As necessidades básicas nos unem;

Jesus não fala com superioridade/arrogância;

Jesus não fala de lei, moral e nem julga;

A samaritana se sente amada e apresenta o

dom de Deus para romper com o passado.

A vocação de Levi (Mc 2,13-17)

Jesus rodeado por uma multidão;

Jesus olha cada pessoa individualmente;

Jesus viu Levi em seu posto, e disse: segue-me;

Levi levanta. Jesus vai jantar na casa de Levi;

“Não são os que têm saúde que precisam de

médico, mas os doentes, Eu não vim chamar

justos, mas pecadores". (Mc 2, 17).

Bartimeu (Mc 10,46-52)

Jesus está a caminho para Jerusalém;

Jesus vai ao encontro dos abandonados;

Bartimeu era cego e mendigava O vê e grita:

"Jesus filho de Davi, tem piedade de mim".

Jesus: "Que queres que eu te faça?".

Bartimeu: "Que eu veja Senhor".

É curado, segue Jesus contando as maravilhas.

Discípulos de Emaús (Lc 24,13-35).

Após a condenação, paixão e morte de Jesus

eles estavam sem esperança e tristes;

Jesus aproxima e caminham com eles;

Olhos se fecham na decepção e desesperança;

Recuperam a fé no caminhar, ao ouvir as

palavras de Jesus seus corações ardem, e no

partir do pão (intimidade) O reconhecem.

Como ser na atualidade

o discípulo amado de Jesus

"Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: primeiro, Simão, por

sobrenome Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu

irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu,

e Tadeu; Simão, o Zelote, e Judas Iscariotes, que foi quem o traiu". (Mt 10, 2-4).

Quem foi o discípulo

amado de Jesus

A análise dos evangelhos:

Marcos = não aparece

Matheus = não aparece

Lucas = não aparece

João = aparece

As 6 aparições do discípulo:

Na última ceia (13, 23-26),

quando reclina a sua cabeça

sobre o peito de Jesus, e Este lhe

revela em privado quem estava

para traí-lo;

As 6 aparições do discípulo:

Na cruz Jesus está agonizante na cruz (19,25-

27). Ali, "o discípulo a quem Jesus amava" é o

único dos apóstolos que se encontra a seu lado,

acompanhando o Mestre no seu tormento, e

recebe dele o encargo de acolher a mãe do

Senhor como sua própria mãe.

As 6 aparições do discípulo:No Domingo de Páscoa, quando se difundiu a

notícia de que o cadáver de Jesus tinha

desaparecido. Então, esse discípulo corre até

ao sepulcro; e, ao vê-lo vazio, acredita na

ressurreição do Senhor, quando os outros estão

desconcertados e não podem imaginar, sequer,

um portento semelhante (20,2-10).

As 6 aparições do discípulo:No final do evangelho de João (21,7), "o

discípulo a quem Jesus amava» encontra-

se a pescar numa barca juntamente com

Simão Pedro e os outros discípulos.

Quando Jesus ressuscitado aparece de pé

na margem do lago, ele é o único que o

reconhece, e mostra-o a Pedro".

As 6 aparições do discípulo:

Após a aparição do Cristo ressuscitado, o

Discípulo Amado seguindo atrás, e muito de

perto, a Pedro e a Jesus. É então que o Senhor

profetiza sobre ele, dizendo que é capaz de o

fazer permanecer neste mundo até à sua

segunda vinda (21,20-23).

As 6 aparições do discípulo:

A última aparição é como o autor,

que constitui a fonte de

informação das coisas que foram

narradas no Evangelho de João

(21,24).

Será que João queria um

lugar especial entre os

discípulos

O discípulo amado não

poderia ser outro

Outras possibilidades

Lázaro Jovem Rico Maria MadalenaNatanael, israelita

O discípulo não poderia ser

cada um de nós a partir de

um modelo a ser seguido

O discípulo amado é: Aquele que repousa a cabeça no ombro de Jesus;

Aquele que permanece até o fim aos pés da cruz;

Aquele que leva a mãe de Jesus para sua casa;

Aquele que corre ao saber da sua ressurreição;

Aquele que enxerga ao longe a vinda do Senhor;

Aquele que espera ansiosamente a sua volta;

Aquele que dá testemunho do seu amor.

Módulo II

Jesus, O Cristo libertador

Jesus Cristo, Deus feito homem

• Jesus filho de Deus feito homem, por isso, sua palavra não é apenas uma

palavra de um mestre religioso, mas é a palavra suprema e definitiva de

Deus, ele é revela o Pai por meio de um contato íntimo (Aba Pai);

• Jesus era um judeu da tribo de Judá e queria reformular as leis;

• Sua vida, morte e ressureição tem eficácia redentora e salvífica para

toda a humanidade (amplitude da salvação não só para Cristãos mas

para todos os povos, de todas as religiões).

Jesus cumpriu as profecias (Cristo)

• Nasceria em Belém de Judá (Miquéias 5,2)

• de uma virgem (gr. phanteros) (Isaías 7,14)

• por intermédio de Deus (Salmos 2,7)

• descendente de Jacó (Números 24,17)

• da tribo de Judá (Gênesis 49,10)

• iria para o Egito (Oséias 11,1)

• surgiria da Galileia (Isaías 9,1)

Jesus cumpriu as profecias (Cristo)

• um mensageiro prepararia o seu caminho (Malaquias 3,1) clamando no

deserto (Isaías 40,3)

• o Espírito de Deus iria repousar sobre Ele (Isaías 11,2)

• faria profecias (Deuteronômio 18,18)

• abriria os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos (Isaías 35,5)

• curaria os coxos e os mudos (Isaías 35,6)

• falaria em parábolas (Salmos 78,2)

Jesus cumpriu as profecias (Cristo)

• mesmo sendo pobre, seria aclamado rei, em um jumento (Zacarias 9:9)

• seria rejeitado (Salmos 118,22)

• traído por um amigo (Salmos 41,9)

• por trinta moedas de prata (Zacarias 11,12)

• moedas essas que seriam dadas a um oleiro (Zacarias 11,13)

• seria ferido, e depois abandonado por seus discípulos (Zacarias 13,7)

• seria acusado injustamente (Salmos 35,11)

Jesus cumpriu as profecias (Cristo)

• seria ferido pelas nossas transgressões (Isaías 53,5)

• não responderia aos seus acusadores (Isaías 53,7)

• seria cuspido e esbofeteado (Isaías 50,6)

• seria zombado depois de preso (Salmos 22,7-8)

• teria os pés e mãos transpassados (Salmos 22,16)

• na terra dos seus amigos (Zacarias 13,6)

• junto com transgressores (Isaías 53,12)

Jesus cumpriu as profecias (Cristo)

• oraria pelos seus inimigos (Salmos 109,4)

• seria rejeitado e ferido por nossas iniquidades (Isaías 53, 3-5)

• lançariam sortes para repartir as suas vestes (Salmos 22,18)

• o fariam beber vinagre (Salmos 69,21)

• clamaria a Deus no seu desamparo (Salmos 22,1)

• entregaria seu espírito a Deus (Salmos 31,5)

• não teria os ossos quebrados (Salmos 34,20)

Jesus cumpriu as profecias (Cristo)

• a Terra se escureceria, mesmo sendo dia claro (Amós 8, 9-10)

• um rico o sepultaria (Isaías 53,9)

• assim como Jonas ficou três dias dentro do grande peixe (Jonas 1,17);

• Ele ressuscitaria (Salmos 30,3)

• no terceiro dia (Oséias 6,2)

• subindo também aos céus (Salmos 68,18; Atos 1,11)

• e sendo recebido pelo seu Pai, à sua direita (Salmos 110,1; Atos 7,55)

Salvação e Ressurreição

Anúncio da Salvação e Ressurreição

• O Cristianismo anuncia a salvação e ressureição. A adesão da pessoa à fé

cristã e a mensagem do Cristo é condição para alcançar a vida plena.

“Quem vive e crê em mim jamais morrerá”. (Jo 11, 26).

“Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que

Deus levará com Jesus aqueles que morreram unidos a Ele”. (1 Tes 4, 13-14).

Anúncio da Salvação e Ressurreição

• O Cristianismo mais do que qualquer religião revelada apresenta uma

profunda convicção sobre a ressureição (a partir da ressurreição de

Cristo), é Ele que cumpre toda a promessa da vida eterna e do céu.

“O Espírito que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos

vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós”. (Rm 8, 11).

Jesus o horizonte do sentido

Jesus o horizonte do sentido

• Jesus é o horizonte do sentido na medida que nos abre uma grande

perspectiva de esperança após a sua vida, paixão, morte e ressurreição.

“[Todos os seguidores de Jesus] encontraram na convivência com Jesus

horizonte de sentido para consolidar a identidade social e suscitar sonhos

norteadores dos passos pelas estradas da vida [...] Após a morte brutal de

Jesus fizeram a experiência da ressurreição e receberam os dons do Espírito

Santo. De seguidores se tornaram discípulos missionários”. (Libânio).

Anúncio do Reino de Deus

Anúncio do Reino do Pai e de Deus

• Jesus constantemente anunciou o reino de Deus. O reino de Deus é o

projeto do amor do Pai: Fazer do mundo uma família de filhos e irmãos,

um lugar para que todos viver em comunidade (comum unidade);

• O reino do Pai começa-se a realizar na história por meio dos encontros

de Jesus com as pessoas transformando suas vidas;

• O reino de Deus não é limitado a um lugar geográfico e nem a um tempo

histórico, mas se caracteriza pela instauração da sua pregação (amor).

Jesus processo de pregação

• Depois de um pequeno período do discipulado na comunidade penitencial

de João Batista, Jesus inicia sua missão na Galileia como peregrino e

pregador, em sinagogas e praças públicas, nas estradas e em casas, sem

manter relações estáveis com sua família, profissão e moradia. Em sua

mensagem central Ele rejeita o papel de restaurador do Reino de Israel,

esperado pelo povo e pelos próprios discípulos. Não é o Reino de Israel

que Ele anuncia, mas o Reino de Deus.

Jesus processo de pregação

• Diante da expectativa do povo, o próprio Jesus passou por um processo de

discernimento, que Lucas descreve as tentações no deserto (Lc 4,1-13):

• "Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra de Deus" (Dt 8,3).

• "Está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e a ele só servirás" (Dt 6,13).

• "Foi dito: Não tentarás o Senhor teu Deus" (Dt 6,16).

• Jesus então, cheio da força do Espírito, voltou para a Galileia. E a sua fama

divulgou-se por toda a região. Ele ensinava nas sinagogas e era aclamado.

Anúncio do Reino de Deus

• O reino anunciado, se caracteriza pela abundancia de vida : “Eu vim para

que todos tenham vida, e a tenham em abundancia”. Jo 10,10.

• O reino não é uma simples doutrina ou ideologia, e nem pode ser reduzida

a um lugar, a um conceito, ou modelo político;

• O reino é a aceitação da pessoa de Jesus que leva a uma atitude, uma

pratica, uma vida. É justiça, vida plena, esperança e amor ao próximo;

• O reino de Deus precisa ser uma realidade presente no tempo e no mundo.

Disposição para o Reino de Deus

• A promessa do reino de Deus está ligada a disposição do fiel a:

• Converter-se. (Mc 1, 15);

• Nascer de novo através do batismo. (Jo 3, 3-8);

• Amar a Deus e aos irmãos. (Mc 12, 28-34);

• Reconhecer que ninguém pode marginalizar o outro. (Mt 5, 45).

• Sem essa adesão é impossível entender a mensagem de Jesus. É

impossível ser cristão sem ser um outro Cristo. (Imitação de Cristo).

O Reino de Deus é para quem?

• Herodianos:

• São os funcionários da corte de Herodes. Concretizam a dependência

dos judeus aos romanos. Conservadores e têm poder civil nas mãos.

Um grupo helenizado, que não tinha projeto nenhum. São os

responsáveis pela morte de são João Batista.

O Reino de Deus é para quem?

• Samaritanos:

• Os samaritanos considerados pelos judeus impuros. Não aceitavam os

escritos do A.T. além do Pentateuco, nem iam para o Templo. Único

lugar sagrado era Garizim, que perto de Siquém, na Samaria.

Esperavam o messias chamado Taeb - aquele que volta, não é

descendente do Davi, mas novo Moisés, que tudo vai colocar em ordem

revelando a verdade no final dos tempos.

O Reino de Deus é para quem?

• Saduceus:

• O grupo formado pelos grandes proprietários de terras e pelos membros da elite

sacerdotal. Essa classe nasceu em 144 a. C. vem do Sadoc, Zaduk ou justos.

Classe nobre, sacerdotal, leigos e ricos. No tempo de Jesus dominavam os

sacerdotes. Que condenou Jesus à morte foram os saduceus. Aconteciam 15 mil

sacrifícios por mês. Não acreditavam no Pentateuco e na ressurreição, para eles

tudo terminava aqui na terra. Eram os maiores colaboradores do império romano, e

também procuravam uma política da reconciliação por medo de perder os cargos.

O Reino de Deus é para quem?

• Doutores da Lei (escribas):

• Receberam cada vez mais, maior prestígio na sociedade do tempo. Seu

grande poder reside no saber. Especializados em direito,

administração e educação. A influência deles em três lugares -

Sinédrio, sinagoga e escola. No Sinédrio, eles se apresentavam como

juristas para aplicar a Lei em assuntos governamentais. Sinagoga -

grandes intérpretes de Sagradas Escrituras (faziam novos discípulos).

O Reino de Deus é para quem?

• Fariseus:

• Fariseu quer dizer separado do povo. Inicialmente aliados à elite sacerdotal e aos

grandes proprietários de terras, mantinham distância do povo mais simples. Na

época de Jesus tinha mais ou menos 6,000 fariseus. São hipócritas, mas em geral

gente simples. O conflito entre Jesus e fariseus era espiritualidade. Os Fariseus

acreditavam que somente com a lei era possível se salvar. Eram os donos da

consciência do povo, determinavam quem é salvo e quem não é salvo.

O Reino de Deus é para quem?

• Fariseus:

• Caracterizam pelo rigoroso cumprimento da Lei em todas as situações. A maior

expressão do farisaísmo é a criação da sinagoga, opondo-se ao Templo, dominado

pelos saduceus. Desse modo a sinagoga, com a leitura, interpretação dos textos

bíblicos e oração, torna-se expressão religiosa oposta ao sistema cultural e

sacrifical do Templo. Acreditavam na predestinação do homem, tudo estaria

escrito, na ressurreição e no messianismo. Esperam um messias político-espiritual

- libertação de Israel.

O Reino de Deus é para quem?

• Essênios:

• Se tornaram mais conhecidos depois da descoberta de documentos em grutas

perto do mar Morto em 1947. O grupo é resultado de fusão entre sacerdotes

dissidentes do clero de Jerusalém e de leigos exilados. Tinha mais ou menos 5000.

Eles eram fortemente dualistas - luta entre o bem e o mal. Esperavam dois messias

– puro e impuro, político e sacerdotal. Essênios eram puros - por isso foram para o

deserto, Esperavam o messias chamado Mestre da justiça que iria estabelecer o

reino dos justos. Tinha uma vida monástica. João Batista era membro desse grupo.

O Reino de Deus é para quem?

• Zelotas:

• Esses surgiram no ano 6 d.C. Eles se constituíram a partir dos fariseus. São da

classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade,

massacrados por um sistema fiscal impiedoso. São muito religiosos e

nacionalistas. Queriam expulsar os dominadores romanos, e também contra ao

governo de Herodes na Galileia. Querem restaurar um Estado onde Deus é o único

rei, representado por um descendente do Davi.

O Reino de Deus é para quem?

• Zelotas:

• Enquanto os fariseus mantinha uma resistência passiva, os zelotas partem para

luta armada, por isso autoridades consideram criminosos e terroristas, e são

perseguidos. Judas era deste grupo, o motivo pelo qual ele entregou Jesus não foi

para que o prendesse ou matasse, mas ele assim como todo zelota acreditava que

diante do medo da prisão e da morte, um grande homem poderia fazer uma grande

revolução, poderia mostrar o seu poder e de fato instaurar todos os seus ideias em

forma de ação concreta. Trinta moedas de prata é simbólico (valor do escravo).

O reino de Deus

é para quem

Uma das teorias de um universo possível afirma que

ele existe há 15 bilhões de anos Marcelo Blazer

B

I

G

B

A

N

G

Georges Lemaître

A ciência calcula que o nosso

universo deve existir por volta

de 200 bilhões de galáxias

Uma dessas galáxias é a

nossa, qual seu nome

Via Láctea

100 bilhões de estrelas

Uma dessas estrelas

chamada de anã, de quinta

grandeza é a nossa, qual é

Em torno do sistema solar

gira outros 8 planetas, qual

é o nosso

O que é a terra

30 bilhões de espécies

3 bilhões diferentes

30 milhões catalogadas

Qual dessas

espécies é a

nossa?

homo sapiens

Um deles é você

Um deles sou eu.

Quem sou eu para me

achar melhor do que

o outro?

Quem sou eu para achar que

minha origem melhor que a do

outro?

Quem sou eu para achar que a

cor da minha pele é melhor que

a do outro?

Quem sou eu para me achar

que minha opção sexual é

melhor que a do outro?

Quem sou eu para me achar

que minha religião é melhor

que a do outro?

Quem sou eu para me achar

que somente eu serei salvo e

não o outro?

Módulo III

A Trindade Santa

A Trindade (Pai, Filho e ES)

• A Trindade ou Santíssima Trindade é a doutrina acolhida pela maioria das

igrejas cristãs que professa a Deus único preconizado em três pessoas

distintas;

• É um dos dogmas centrais da fé cristã, e considerado um mistério (O Pai

(CRIADOR), O Filho (REDENTOR) e o Espírito Santo (CONSOLADOR));

• O Judaísmo e o Islamismo, bem como algumas denominações cristãs, não

aceitam a doutrina trinitária, tendo somente o Pai como Deus.

O Pai (Criador)

• Criador do Céu e da Terra;

• Modelo de Perfeição que os discípulos devem procurar alcançar:

• “Sede perfeitos, como vosso Pai celeste é perfeito”; (Mt 5, 48).

• O caminho para o Pai é Jesus:

• “Ninguém vai ao Pai senão por mim”. (Jo 14, 6).

• O Pai e o Filho são UM:

• “Eu e o Pai somos um”. (Jo 10, 30).

O Filho (Redentor)

• Nasceu da virgem Maria;

• Se fez homem e habitou entre nós;

• Recebeu o nome de Jesus (Deus Salva), chamado de Cristo (Messias);

• O envio do Cristo foi fruto do Amor Radical de Deus.

“Deus amou de tal maneira o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que,

todo o que Nele crer, não pereça, mas tenha vida eterna”. (Jo 3, 16-17).

O ES (Consolador)

• Enviado a nós pelo Pai e o Filho;

“Descerá sobre vós o Espírito Santo. Ele vos dará força e sereis minhas

testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, até os confins do

mundo”. (At 1, 8).

• Sua promessa cumpre no dia de pentecostes. E com a vinda do Espírito

Santo que os discípulos tornaram-se corajosos e responsáveis pelo

anúncio da Boa Nova ao mundo inteiro.

Deus é Amor

• A expressão “Deus é Amor!” (1 Jo 4, 16) serve para afirmar a perfeição da

Trindade, que só por um Amor Total que Deus (Criador) envia seu Filho

(Redentor) no meio de nós para apresentar suas palavras de Salvação e

Ressureição e Este, O Filho (Redentor) quando ascende aos céus nos

deixa o Seu Espírito Santo (Consolador) para nos dar força e coragem.

“Por isso, Ele (Deus) é Trindade! porque o amor supõe alguém que ama,

alguém que é amado e o próprio amor”. Santo Agostinho.

A vida missionária da Igreja

A mensagem universal (Paulo)

• Católico do grego καθολικος ("geral" ou "universal");

• O cristianismo se expandiu com Paulo, soube adaptar-se as mais diversas

culturas, suma importância para o cristianismo:

“Soube fazer tudo para ganhar a todos, pondo-se a serviço de gregos e

romanos”. Paulo de Társio.

• Paulo é o grande responsável por difundir o grande ideal do Amor Total do

Cristo, uma ideia nova, universal e radical (Hino do Amor) 1Cor 13).

O Amor fraterno (João)

• As epístolas de são João também enfatizam a correlação entre o amor de

Deus pelo homem e o amor dos homens uns pelos outros, o amor fraterno.

“Quanto a nós, amemos, porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser:

“Amo a Deus”, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso: pois quem não ama

seu irmão, a quem vê, a Deus, a quem não vê, não poderá amar. É este o

mandamento que dele recebemos: aquele que ama a Deus, ame também o

seu irmão”. (1 Jo 4, 19-21).

A missão dos Apóstolos

• O Espírito Santo que dá toda a força para que os Apóstolos e Discípulos de

Cristo passe a ressoar por todo o mundo as promessas do Cristo,

sobretudo a de Salvação e Ressureição a TODOS.

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos, batizando-

as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-as a observar

tudo quanto vos ordenei. E eis que estou convosco todos os dias até a

consumação dos séculos”. (Mt 28, 19-20).

Quais virtudes precisamos

para ir para a missão

“Tenha coragem de ser um homem, não

queira ser um deus”

“Conhece-te a ti mesmo”

“Conheça os seus limites”

“Nada em demasia”

Grandes PERSONALIDADES do mundo e

suas virtudes

Qual a sua principal VIRTUDE

Como potencializar as nossas

VIRTUDES

Virtude: Disposição habitual e firme para fazer o bem;

Praticar atos de bondade;

Da tudo de si e é feliz ao praticar o bem;

Tendência a praticar livremente o bem;

Proporciona a levar uma vida moralmente boa;

Nos aproxima de Deus;

Tornamos semelhantes a Deus.

Virtudes cardeais: Prudência: discernir, razão prática, escolha;

Justiça: dar a Deus e ao próximo o que é devido;

Fortaleza: segurança, firmeza e constância;

Temperança: equilíbrio, moderação, domínio.“Ocupai-vos com tudo o que é verdadeiro, nobre, justo, puro,

amável, tudo o que há de louvável, honroso, virtuoso ou de

qualquer modo que mereça louvor". (Fl 4, 8).

Virtudes teologais: Fé: crença naquilo que não se vê, entrega total;

Esperança: espera de algo melhor;

Caridade: amor incondicional.

“Permanecem a fé, esperança, caridade, estas

Três coisas. A maior delas é a caridade”. 1Cor 13, 13

Unitatis Redintegratio - Decreto

sobre o Ecumenismo

Ecumenismo• Ecumenismo é o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra

grega οἰκουμένη (oikouméne), designando "toda a terra habitada". Num

sentido mais restrito, emprega-se o termo para os esforços em favor da

unidade entre igrejas cristãs; num sentido lato, pode designar a busca da

unidade entre as religiões, sobretudo o termo é aplicado na unificação de

igrejas cristãs, o ecumenismo busca o diálogo e cooperação comum,

buscando superar as divergências históricas e culturais, a partir de uma

reconciliação cristã que aceite a diversidade entre as igrejas;

Objetivo do decreto• O Decreto Unitatis Redintegratio ou Sobre o Ecumenismo é um Decreto do

Concílio Vaticano II promulgado pelo Papa Paulo VI e tem como objetivo

central “a reintegração da unidade entre todos os cristãos é um dos

objetivos principais do Sagrado Sínodo Ecumênico Vaticano Segundo”,

simplesmente por uma razão, isto é, de que o Cristo fundou uma só e única

Igreja”.

Problemática• “...as muitas igrejas que compõe hoje o cristianismo se apresentam como

sendo a herança verdadeira de Jesus Cristo, têm visões diferentes e andam

por caminhos diversos, “como se o próprio Cristo estivesse dividido”. Porém,

segundo o Decreto isso é um escândalo para o mundo e atrapalha a

evangelização uma vez que o Cristo passa a ser apresentado segundo a visão

da igreja e não da sua revelação.

Motivador• “Quase todos, se bem que de modo diverso, aspiram a uma Igreja de Deus

una e visível, que seja verdadeiramente universal e enviada ao mundo

inteiro, a fim de que o mundo se converta ao Evangelho e assim seja salvo,

para glória de Deus”.

Princípios católicos do ecumenismo• Unidade da Igreja: “Para que todos sejam um, como tu, Pai, em mim e eu em

ti; para que sejam um em nós, a fim de que o mundo creia que tu me

enviaste” (Jo. 17,21).

• Unidade a partir da Unidade da Trindade: A unidade vem de Deus,

primeiramente em Deus Pai que enviou Seu Filho, Jesus Cristo e a sua

perpetuidade permaneceria com o envio do Seu Espírito Santo. Ora a

Unidade da Igreja tem seu fundamento na Trindade Santa (Una e Trina).

Princípios católicos do ecumenismo• A Tradição como fundamento de Unidade: “Jesus Cristo quer que o Seu Povo

cresça mediante a fiel pregação do Evangelho, administração dos

sacramentos e governo amoroso dos Apóstolos e dos seus sucessores os

Bispos, com a sua cabeça, o sucessor de Pedro, sob a ação do Espírito

Santo; e vai aperfeiçoando a sua comunhão na unidade: na confissão duma

só fé, na comum celebração do culto divino e na fraterna concórdia da

família de Deus”.

Princípios católicos do ecumenismo• Ruptura presente desde o início do cristianismo: “Nesta una e única Igreja

de Deus já desde os primórdios surgiram algumas cisões, que o Apóstolo

censura asperamente como condenáveis. Nos séculos posteriores, porém,

originaram-se dissensões mais amplas. Comunidades não pequenas

separaram-se da plena comunhão da Igreja católica, algumas vezes não sem

culpa dos homens dum e doutro lado“.

Princípios católicos do ecumenismo• Movimento ecumênico: Visa a superar os obstáculos, quer em questões

doutrinais e às vezes também disciplinares, quer acerca da estrutura da

Igreja, que são por vezes muito graves, à plena comunhão eclesiástica;

• Salvação nas igrejas separadas: “...embora creiamos que tenham defeitos,

de forma alguma estão despojadas de sentido e de significação no mistério

da salvação. Pois o Espírito de Cristo não recusa servir-se delas como de

meios de salvação cuja virtude deriva da própria plenitude de graça”.

Princípios católicos do ecumenismo• Atividades ecumênicas: Iniciativas que favorecem a unidade dos cristãos;

• Diálogo: Reuniões de cristãos de diversas igrejas em que cada uma

apresenta profundamente a sua doutrina e características;

• Oração: Necessidade de orar juntos de forma unânime por problemas

comuns a todos, sejam do ponto de vista da união ou de problemas

mundiais, como por exemplo, a paz, o problema da fome, da má distribuição

de renda e das grandes epidemias e doenças globais.

Prática do ecumenismo• Trabalho de toda a Igreja: Essa solicitude vale tanto para os fiéis (leigos)

como para os pastores, cada um de maneira particular e sua capacidade,

dando um passo a união fraterna, que irá conduzir a unidade plena e

perfeita, segundo a benevolência de Deus.

• A renovação da Igreja: sua importância e necessidade: O que consiste está

renovação: numa maior fidelidade à própria vocação, e sem dúvida, a razão

do movimento para a unidade.

Prática do ecumenismo• A renovação da Igreja: Renovação, pois a Igreja peregrina é chamada por

Cristo a essa reforma perene. Sendo instituição humana e terrena, a Igreja

necessita perpetuamente desta reforma. Sua importância e necessidade

prognosticam os futuros progresso do ecumenismo.

• A conversão do coração: Não há verdadeiro ecumenismo sem conversão

interior. É que os anseios de unidade nascem e amadurecem a partir da

renovação da mente, da abnegação de si mesmo e do foco para a caridade.

Prática do ecumenismo• A oração pela unidade: Está conversão do coração e esta santidade de vida,

juntamente com as orações particulares e públicas pela unidade dos

cristãos, devem ser como a alma de todo o movimento ecumênico, e com

razão podem ser chamadas ecumenismo espiritual. Podemos lembrar

quando os católicos reúnem para uma oração pela unidade da Igreja que o

próprio Salvador pediu ardentemente ao Pai, na vigília de sua morte: “Que

todos sejam um” (Jo 17,21).

Prática do ecumenismo• O conhecimento dos irmãos separados: A busca constante de conhecimento

requer necessariamente um estudo aprofundado, o qual deve ser feito

segundo a verdade e com bom ânimo. Católicos bem preparados adquirirem

um melhor conhecimento da sua doutrina e da história de sua Igreja, além

de uma vida espiritual e litúrgica bem vivenciada, podemos perceber valores

que nos unem e não se prender a tantos outros pontos que tende a nos

separar deles.

Prática do ecumenismo• A exposição clara e fiel da fé: É absolutamente necessário que toda doutrina

seja exposta com clareza. Ao mesmo tempo, a fé católica deve ser explicada

mais profunda e corretamente, de tal modo e com tais termos que possa ser

de fato compreendida também pelos irmãos separados e os divinos

mistérios, devem ser apresentados com amor pela verdade, com caridade e

humildade. Assim se abre o caminho pelo qual, mediante esta fraterna

emulação, todos se sintam interessados ao conhecer as riquezas de Cristo.

Prática do ecumenismo• A colaboração com os irmão separados: Todos os cristãos professem diante

do mundo inteiro a fé em Deus uno e trino, no filho de Deus encarnado, nosso

Redentor e salvador. Nossos tempos largamente se estabelece a cooperação

no campo social, todos os homens são chamados a uma obra comum, mas

com maior razão os que creem em Deus, sobretudo todos os cristãos

assinalados com o nome de Cristo. A cooperação de todos os cristão exprime

vivamente o rosto de Cristo nas ações conjuntas de todos os cristãos.

Desafios do ecumenismo7,4 bilhões de habitantes no mundo;

2 bilhões nunca ouviram falar de Jesus Cristo;

2,7 bilhões ouviram falar raras vezes de JesusCristo;

A religião que mais cresce no mundo é oislamismo;

Mesmo com um formato diferente de missão,todos os dias temos 35 mil novos católicos nomundo.

Desafios do ecumenismo

Desafios do ecumenismo

Desafios do ecumenismo

Desafios do ecumenismo

No fim de 1999 havia 1600 denominações cristãs;

No fim de 2011 há 42000 denominações cristãs;

Somos 1,2 bilhões de católicos;

Tem 1,1 bilhão de protestantes (600 mil carismáticos e400 mil tradicionais);

Há 270 milhões de anglicanos;

Há 35 milhões de cristãos “marginais” (ex:testemunhas de Jeová)

Crescemos 35 mil fiéis a cada dia, os protestantescarismáticos 37 mil e os tradicionais 20 mil, osanglicanos crescem apenas 5 mil e os “cristãosmarginais“ apenas 2 mil.

Desafios do ecumenismo

• CONIC: O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil é uma associação

fraterna de Igrejas que confessam o Senhor Jesus Cristo como Deus e

Salvador, segundo as Escrituras e, por isso, procuram cumprir sua vocação

comum para a glória de Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo, em cujo

nome administram o Santo Batismo.

Desafios do ecumenismo

• Missão do CONIC: Servir às igrejas cristãs no Brasil no fortalecimento do

ecumenismo e do diálogo, na vivência da comunhão em Cristo, na defesa da

integridade da criação, promovendo a justiça e a paz para a glória de Deus.

• Seus objetivos centrais são:

• Colocar-se a serviço pela Unidade da Igreja;

• Estudar e refletir questões teológicas para a Unidade da Igreja;

• Propiciar reflexão e tomada de posição cristã perante a realidade brasileira;

• Promover a dignidade humana, direitos e deveres, justiça e paz.

Desafios do ecumenismo

• Criado em 1982 (34 anos de missão) possui sua sede em Brasília;

• Igrejas Membros:

• Igreja Católica Apostólica Romana;

• Igreja Episcopal Anglicana do Brasil;

• Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil;

• Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia;

• Igreja Presbiteriana Unida.

• Principal evento: A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos.

Nostra Aetat - A relação da Igreja com

as religiões não-cristãs

Quais os grandes

desafios do mundo

de hoje

Fome

Contextualização teológica

• Desencanto com a paz frágil;

• Existencialismo ateu;

• Antissemitismo em voga;

• Criação e reinvindicação do Estado de Israel;

• Movimentos de criação de um Estado Islâmico;

• As reivindicações de árabes e palestinos em Jesuralém;

• Lembrança da violência anti-judaica em países cristãos.

Contextualização do texto

• Promulgado por Paulo VI em 28 Outubro de 1965;

• Não se trata de um programa de ações, mas de intenções : A Igreja deseja

aproximar-se das religiões, para promover o diálogo e a mútua colaboração

• O texto considera sobretudo o que é comum aos homens e os move a viver

juntos o seu destino;

• Apresenta certos valores das religiões como elementos de santidade e

verdade.

Todos em um só caminho

• “Com efeito, os homens constituem todos uma só comunidade; todos têm a

mesma origem, pois foi Deus quem fez habitar em toda a terra o inteiro

género humano ; têm também todos um só fim último, Deus, que a todos

estende a sua providência, seus testemunhos de bondade e seus desígnios

de salvação até que os eleitos se reúnam na cidade santa, iluminada pela

glória de Deus e onde todos os povos caminharão na sua luz”.

A busca dos homens na religião

• O que é o homem?

• Qual o sentido e finalidade da vida?

• Donde provém o sofrimento?

• Qual o caminho para alcançar a felicidade verdadeira?

• O que é a morte, o juízo e a retribuição depois da morte?

• Que mistério último e inefável envolve a nossa existência, do qual vimos e

para onde vamos?

A busca dos homens na religião

• “Desde a antiguidade até a época atual, encontra-se em diversos povos

certa percepção daquela força misteriosa que preside o desenrolar das

coisas e acontecimentos da vida humana, chegando mesmo às vezes ao

conhecimento duma Suprema Divindade ou até do Pai. Esta noção e

conhecimento penetram-lhes a vida dum profundo sentido religioso.”

Unidade na Verdade

“A Igreja católica nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo.

Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas

que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe,

todavia, refletem não raramente um raio da Verdade que ilumina todos os homens.

No entanto, ela anuncia, e tem mesmo obrigação de anunciar incessantemente

Cristo, «caminho, Verdade e vida» (Jo. 14,6), em quem os homens encontram a

plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo todas as coisas”

Diretrizes práticas

• Estabelecimento do diálogo inter-religioso e com a ciência;

• Colaboração mútua em projetos de cunho humanitário;

• Testemunho efetivo de vida e fé cristã através de ações práticas/

• Desenvolvimento de todos “os bens morais e espirituais, como também dos

valores socioculturais próprios dos não-cristãos ;

• Diálogo aberto para falar de si e para ouvir o outro;

• Reconhecer a diferença do outro e a beleza desta diferença;

• Foco naquilo que mais nos une do que no que nos difere.

Redenção Universal em Cristo

• “De resto, a Igreja sempre teve e tem por bem ensinar que Cristo, por causa

dos pecados de todos os homens, sofreu voluntariamente e por imenso amor

se sujeitou à morte, para que todos conseguissem a salvação. Cabe pois à

Igreja pregadora, anunciar a cruz de Cristo como sinal do amor universal de

Deus e fonte de toda a graça.”

Fraternidade Universal em Cristo

• “Não podemos, porém, invocar Deus como Pai comum de todos, se nos

recusamos a tratar como irmãos alguns homens, criados à Sua imagem. De

tal maneira estão ligadas a relação do homem a Deus Pai e a sua relação aos

outros homens seus irmãos, que a Escritura afirma: «quem não ama, não

conhece a Deus» (1 Jo. 4,8).”

Elementos positivos nas religiões• Função antropológica de acolhida do mistério e resposta aos enigmas;

• O sentimento de sacralidade que as religiões cultivam;

• O conhecimento de Deus em suas mais diversas formas;

• O empenho ascético e orante para ser cada dia melhor;

• o abandono confiante ao amor de Deus e nos seus mistérios;

• a busca da libertação das opressões por meio de um Deus que nos quer bem;

• Tudo o que se manifesta como verdadeiro e santo nestas religiões é

considerado com atenção pela Igreja, sejam valores éticos (agir e viver).

Discriminação racial ou religiosa

• “A Igreja reprova, por isso, como contrária ao espírito de Cristo, toda e

qualquer discriminação ou violência praticada por motivos de raça ou cor,

condição ou religião. Consequentemente, o sagrado Concílio, seguindo os

exemplos dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, pede ardentemente aos

cristãos que, «observando uma boa conduta no meio dos homens. (1 Ped.

2,12), se ‚ possível, tenham paz com todos os homens , quanto deles

depende, de modo que sejam na verdade filhos do Pai que está nos céus .”

Ninguém nasce odiando

outra pessoa pela sua

origem, pela cor de sua pele,

pela sua opção sexual ou

ainda por sua religião. Para

odiar, as pessoas precisam

aprender, e, se elas podem

aprender a odiar, podem ser

ensinadas a amar.Nelson Mandela

Leandro Nazareth

@blogdonazareth

www.leandronazareth.blogspot.com

34 9 99610307