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A Ciência Dialógica do texto ante a Topografia da Redes Textuais

Os Gêneros e a ciência dialógica do texto

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Page 1: Os Gêneros e a ciência dialógica do texto

A Ciência Dialógica do texto ante a Topografia da Redes Textuais

Page 2: Os Gêneros e a ciência dialógica do texto

O gênero renasce e se renova em cada nova etapa do desenvolvimento da literatura e em cada obra individual de um dado gênero. Nisto consiste a vida do gênero; ela é eternamente viva, ou seja, é uma archaica em capacidade de se renovar. O gênero vive do presente mas recorda seu passado, o seu começo. È o representante da memória criativa no processo de desenvolvimento literário. É precisamente por isso que tem a capacidade de assegurar a unidade e a continuidade desse desenvolvimento.

(BAKHTIN, apud MACHADO, p. 248)

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A vinculação estreita entre gênero e tempo no espaço da cultura é o que define o gênero em seu caráter cronotópico. O gênero não pode ser pensado fora do cronotopo.

Nesse sentido, Bakhtin discordava de toda abordagem da literatura – dominante sobretudo no ensino de literatura – centralizada no presente imediato e na contemporaneidade do escritor e da obra (p. 249)

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A noção do gênero pelo cronotopo aproxima-se, por exemplo, daquilo que afirmou Fernando Pessoa pela voz de Álvaro de Campos. Encantado com a beleza bruta da paisagem tecnológica que abria o século, Campos ecoa um grito de alerta que ainda hoje ressoa em nossa consciência. Sem essa dimensão de tempo – presente, passado, futuro – dificilmente alcançaremos o gênero em seu grande tempo, ou seja, em sua cronotopia. (p. 249)

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Ode Triunfal – Álvaro de Campos

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As Galáxias – Haroldo de Campos

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aquele como se chamava americano louco crazy american disse miguel comseu perfil de príncipe azteca e disse também gringo mas não para ofenderamistosamente comprara um carro e se botara de new york a méxico city commulher e filhos mal sabendo guiar e não falando nenhuma palavra de españolsó gracias gracias e no comprendo se chamava harry sim e a mulher sarajudia de olhos amêndoa para o méxico pouco dinheiro e com vontade de ficaryour country is not killing people por trás dos olhos claros in vietnamguiando às tontas baratatonta fuck it pela trama das calles quase duashoras para chegar a churubusco perto de la ermita damn it fuck itpraguejava tonto ixtapalapa churubusco palavras enroladas na língua egarotos assobiavam para as pernas de sara palmo tâmara de coxa fora da saiapapazules que por sinal são verdes y cochinita pibil e o méxico teparalisa com seu soco de pulque e plumas a você também com esse textoviagementre bebido em amatl agora em papel de árvore ou amatl papel cor cortiçaeste textoviário batido e rebatido também como a massa do amatl esfolado