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Pois, muitos enganadores saíram pelo mundo afora, pessoas que não confessam Jesus Cristo vindo na carne. Este é o enga- nador e o anticristo. Acautelai-vos para que não percais as coisas que produzimos por trabalho, mas para que obtenhais uma plena recompensa. Todo aquele que se adianta e não permanece no ensino do Cristo não tem Deus. Quem permanece neste ensino é quem tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimen- teis.” — 2 João 2:7-10 Portanto o texto se aplica a pessoas que negam que Jesus é o Cristo ou que ele tenha vindo na carne, ou como o próprio apóstolo João explicou: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho.” — 1 João 2:22 Lembre-se que havia naquela época pessoas que até mesmo negavam a ressurreição de Jesus. Era a tais verdadeiros apósta- tas que se aplicavam tais textos. O próprio Corpo Governante concorda que “nem todos os desassociados seguem depois o proceder de tais ‘enganadores e anticristos’.” (Sentinela 15/11/1974 p. 685). Apesar disso, as Testemunhas de Jeová são exortadas a tratarem todos os desassociados e dissociados da mesma maneira, ou seja, nem lhes dirigindo a palavra ou sequer os cumprimentando com um simples “oi”. Por que desassociam por apostasia pessoas que crêem em Deus, em Cristo e na Bíblia? A revista A Sentinela de 1/04/1986, na página 31 respon- deu: “(…) a base da associação aprovada com as Testemunhas de Jeová não pode ser apenas uma crença em Deus, na Bíblia, em Jesus Cristo, e assim por diante (…) simplesmente professar tais crenças não autoriza ninguém a ser conhecido como Teste- munha de Jeová (…) A associação aprovada com as Testemu- nhas de Jeová requer a aceitação de toda a série dos verdadeiros ensinos da Bíblia, inclusive as crenças bíblicas singulares das Testemunhas de Jeová. O que incluem tais crenças? (…) Que há hoje na terra um “escravo fiel e discreto” a quem se confiaram todos os interesses terrestres de Jesus’, escravo que está asso- ciado com o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová (…)” Apenas discordar de alguns ensinos “singulares” das Teste- munhas de Jeová — não da Bíblia — não deveria jamais ser motivo para dizer que tal pessoa rejeita os ensinos de Cristo. Isso seria equivalente a afirmar que todos os ensinos das Teste- munhas de Jeová (mais precisamente do Corpo Governante) são tanto provenientes quanto equivalentes aos do próprio Jesus Cristo, afirmação esta um pouco precipitada em vista das oca- sionais “novas luzes” que acendem mudando constantemente tais “crenças singulares”. A revista A Sentinela de 1/01/1972, na página 31, disse sobre o desassociado: “Seria correto orar por ele? Em lealdade a Jeová e ao seu arranjo, o cristão se refrearia de orar por ele”. Em contrapartida Jesus disse: “Continuai a amar os vossos ini- migos e a orar pelos que vos perseguem” — Mateus 5:44. Será que a lei da desassociação é compatível com a Lei do Amor de Jesus? Pense no trauma de pais que são recomendados a terem “contato limitado” com o próprio filho, filhos que evitem os próprios pais e avós ensinados que “poderão fazer, às vezes, que os netos os visitem, caso seus filhos estejam desassocia- dos” ou parentes que por não morarem na mesma casa não mais poderão ter qualquer contato. Diante de tais situações é bem compreensivo que algumas vezes o desassociado volte para a seita; ou, em muitos casos, não a abandone de forma alguma, mesmo discordando de al- guns dos tais ensinos “singulares”. No Curso para Servos Ministeriais que tive a oportunida- de de participar, um dos anciãos palestrantes foi bem enfático ao dizer que caso fôssemos patrões de funcionários que foram desassociados deveríamos sem hesitação demiti-los. Isso mos- tra que até mesmo por questões financeiras e de sobrevivência pessoas ficam presas à seita. Muitas Testemunhas conscientes e fiéis a Jeová discordam de tais normas, mas não podem se pronunciar sob o risco de serem taxadas de espiritualmente fracas e “desleais a Jeová”. E caso insistam em discordar, podem ser desassociadas, afinal a lei da desassociação é também uma das crenças “singulares” das Testemunhas e todas devem aceitá-la. Por tudo isso, torna-se claro o porquê de muitas Testemu- nhas de Jeová se verem obrigadas a continuar na seita, não por hipocrisia, mas por medo de serem lançadas no solitário e escu- ro calabouço social reservado aos dissociados ou desassociados, além de receberem o horrível rótulo de “apóstatas”. Texto original em http://bit.ly/desassociados Desassociação: a punição das Testemunhas de Jeová para os “rebeldes” Para a análise detalhada das doutrinas e história da Torre de Vigia, acesse: http://extestemunhasdejeova.net/forum Por Caíque Santos V VERSÃO 1.1 03/2011 NÃO JOGUE ESTE IMPRESSO EM VIA PÚBLICA

Panfleto desassociação

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Page 1: Panfleto desassociação

“Pois, muitos enganadores saíram pelo mundo afora, pessoas que não confessam Jesus Cristo vindo na carne. Este é o enga-nador e o anticristo.

Acautelai-vos para que não percais as coisas que produzimos por trabalho, mas para que obtenhais uma plena recompensa. Todo aquele que se adianta e não permanece no ensino do Cristo não tem Deus. Quem permanece neste ensino é quem tem tanto o Pai como o Filho. Se alguém se chegar a vós e não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimen-teis.” — 2 João 2:7-10

Portanto o texto se aplica a pessoas que negam que Jesus é o Cristo ou que ele tenha vindo na carne, ou como o próprio apóstolo João explicou: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, aquele que nega o Pai e o Filho.” — 1 João 2:22

Lembre-se que havia naquela época pessoas que até mesmo negavam a ressurreição de Jesus. Era a tais verdadeiros apósta-tas que se aplicavam tais textos.

O próprio Corpo Governante concorda que “nem todos os desassociados seguem depois o proceder de tais ‘enganadores e anticristos’.” (Sentinela 15/11/1974 p. 685). Apesar disso, as Testemunhas de Jeová são exortadas a tratarem todos os desassociados e dissociados da mesma maneira, ou seja, nem lhes dirigindo a palavra ou sequer os cumprimentando com um simples “oi”.

Por que desassociam por apostasia pessoas que crêem em Deus, em Cristo e na Bíblia?A revista A Sentinela de 1/04/1986, na página 31 respon-

deu: “(…) a base da associação aprovada com as Testemunhas de Jeová não pode ser apenas uma crença em Deus, na Bíblia, em Jesus Cristo, e assim por diante (…) simplesmente professar tais crenças não autoriza ninguém a ser conhecido como Teste-munha de Jeová (…) A associação aprovada com as Testemu-nhas de Jeová requer a aceitação de toda a série dos verdadeiros ensinos da Bíblia, inclusive as crenças bíblicas singulares das Testemunhas de Jeová. O que incluem tais crenças? (…) Que há hoje na terra um “escravo fiel e discreto” a quem se confiaram todos os interesses terrestres de Jesus’, escravo que está asso-ciado com o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová (…)”

Apenas discordar de alguns ensinos “singulares” das Teste-munhas de Jeová — não da Bíblia — não deveria jamais ser motivo para dizer que tal pessoa rejeita os ensinos de Cristo. Isso seria equivalente a afirmar que todos os ensinos das Teste-

munhas de Jeová (mais precisamente do Corpo Governante) são tanto provenientes quanto equivalentes aos do próprio Jesus Cristo, afirmação esta um pouco precipitada em vista das oca-sionais “novas luzes” que acendem mudando constantemente tais “crenças singulares”.

A revista A Sentinela de 1/01/1972, na página 31, disse sobre o desassociado: “Seria correto orar por ele? Em lealdade a Jeová e ao seu arranjo, o cristão se refrearia de orar por ele”. Em contrapartida Jesus disse: “Continuai a amar os vossos ini-migos e a orar pelos que vos perseguem” — Mateus 5:44.

Será que a lei da desassociação é compatível com a Lei do Amor de Jesus?

Pense no trauma de pais que são recomendados a terem “contato limitado” com o próprio filho, filhos que evitem os próprios pais e avós ensinados que “poderão fazer, às vezes, que os netos os visitem, caso seus filhos estejam desassocia-dos” ou parentes que por não morarem na mesma casa não mais poderão ter qualquer contato.

Diante de tais situações é bem compreensivo que algumas vezes o desassociado volte para a seita; ou, em muitos casos, não a abandone de forma alguma, mesmo discordando de al-guns dos tais ensinos “singulares”.

No Curso para Servos Ministeriais que tive a oportunida-de de participar, um dos anciãos palestrantes foi bem enfático ao dizer que caso fôssemos patrões de funcionários que foram desassociados deveríamos sem hesitação demiti-los. Isso mos-tra que até mesmo por questões financeiras e de sobrevivência pessoas ficam presas à seita.

Muitas Testemunhas conscientes e fiéis a Jeová discordam de tais normas, mas não podem se pronunciar sob o risco de serem taxadas de espiritualmente fracas e “desleais a Jeová”. E caso insistam em discordar, podem ser desassociadas, afinal a lei da desassociação é também uma das crenças “singulares” das Testemunhas e todas devem aceitá-la.

Por tudo isso, torna-se claro o porquê de muitas Testemu-nhas de Jeová se verem obrigadas a continuar na seita, não por hipocrisia, mas por medo de serem lançadas no solitário e escu-ro calabouço social reservado aos dissociados ou desassociados, além de receberem o horrível rótulo de “apóstatas”.

Texto original em http://bit.ly/desassociados

Desassociação: a punição das

Testemunhas de Jeovápara os “rebeldes”

Para a análise detalhada das doutrinas e história da Torre de Vigia, acesse: http://extestemunhasdejeova.net/forum

Por Caíque SantosV

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magine que a partir de amanhã praticamente todos os seus amigos, mesmo os mais íntimos — alguns dos quais você conhece há décadas — cortem relações com você, nem

mesmo lhe cumprimentando caso o encontrem na rua. Agora imagine que membros de sua própria família como primos, tios, cunhados, sobrinhos passem a lhe evitar. Até mesmo sua mãe, pai, irmãos ou filhos restringem os diálogos a apenas assun-tos familiares estritamente necessários. Como se sentiria? Com certeza, se pudesse, faria o possível para evitar esta situação, não é mesmo? Mas imagine o pior: você foi isolado por eles sem que você tivesse feito absolutamente nada que os prejudicasse. Deprimente não? Pois é essa a situação de uma Testemunha de Jeová desassociada ou dissociada.

O entendimento bíblico dos líderes das Testemunhas de Jeová

Seguem algumas citações publicadas pela Torre de Vigia, or-ganização que dirige as Testemunhas de Jeová (todos os grifos são nossos):

O manual dos anciãos (equivalentes a pastores), chamado “Prestai Atenção a Vós Mesmos e a todo o Rebanho”, na página 45, diz:

“(…) João acautela-nos contra falar ou associar-nos com de-sassociados ou dissociados para que não nos tornemos ‘partíci-pes das suas obras iníquas’. (2 João 11)”

“(…) Ao passo que a desassociação é uma ação tomada por uma comissão judicativa contra transgressores impenitentes, a dissociação é uma ação tomada por alguém que decide que não mais deseja ser uma das Testemunhas de Jeová. (1 João 2:19)”

Na prática a diferença entre a dissociação e desassociação é imperceptível. Embora aconteça de pessoas escreverem cartas informando que não mais desejam ser Testemunhas de Jeová, um simples ato voluntário pode qualificar uma Testemunha de Jeová a ser considerada dissociada. Por exemplo, se ela resol-ve aceitar uma transfusão de sangue, ela é dissociada, pois segundo a comissão judicativa ela mostrou através de seu ato que não deseja mais ser uma Testemunha de Jeová. Mesmo que deseje continuar sendo, ela será dissociada e o tratamento dado ao dissociado é o mesmo dispensado ao desassociado.

Note o que a principal publicação da seita diz num artigo sob o título “Luto e funerais — para quem?”:

“(…) não devemos desperceber dois dos principais motivos da desassociação do transgressor. Um é fazê-lo cair em si, se possível. O outro é proteger a congregação contra a sua má

influência (…)” — A Sentinela 1/12/1977, p.731Veja o que dizem outras publicações da Torre de Vigia:“(…) Os que se tornam ‘não dos nossos’ por deliberadamente

rejeitarem a fé e as crenças das Testemunhas de Jeová devem ser encarados e tratados apropriadamente como aqueles que foram desassociados por causa duma transgressão.” — A Sentinela 15/12/1981 p.19

“Depois de ouvir um discurso numa assembléia de circuito, um irmão e sua irmã carnal se deram conta de que precisavam mudar o modo como tratavam a mãe, que morava em outro lugar e havia sido desassociada seis anos antes. Logo depois da assembléia, o irmão ligou para a mãe e, depois de reafirmar seu amor por ela, explicou que não falaria mais com ela, a não ser que um assunto familiar importante exigisse esse contato.” — Ministério do Reino 08/2002 p.4

“(…) Outra espécie de falta pode ser sentida pelos avós cris-tãos leais, cujos filhos foram desassociados. Talvez se tenham acostumado a visitar os filhos regularmente, dando-lhes opor-tunidade de se deleitarem com os netos. Agora os pais foram desassociados por rejeitarem as normas e os modos de proceder de Jeová. De maneira que as coisas não são mais as mesmas na família. Naturalmente, os avós terão de decidir se alguns assuntos familiares necessários exigem contato limitado com os filhos desassociados. E poderão fazer, às vezes, que os netos os visitem.” — A Sentinela 1/04/1983 p. 31, 32

“(…) Precisamos manter claramente destacado o fato de que não poder o desassociado gozar da companhia dos seus parentes cristãos não é culpa destes, como se o negligenciassem. Eles agem segundo princípios, princípios elevados, os princípios de Deus. O próprio desassociado é responsável pela sua situação; ele mesmo a causou. Que a responsabilidade recaia sobre aquele a quem cabe!

(…) os cristãos fiéis têm a obrigação de manter de pé a ação de desassociação por evitarem a associação com o desas-sociado. Se este for parente que não mora na mesma casa, pro-curarão não ter associação nenhuma com ele.” — A Sentinela 15/01/1971 p. 63

“O desassociado talvez seja parente ou amigo íntimo. Tam-bém pode acontecer que, desde a sua desassociação, ele dê evi-dência de arrependimento. Seria correto orar por ele? Em leal-dade a Jeová e ao seu arranjo, o cristão se refrearia de orar por ele.” — A Sentinela 1/01/1972 p. 31

“(…) Se alguns continuarem uma associação que não é ab-solutamente necessária com o membro da família desassociado,

que mora fora do lar, a comissão deverá amorosamente ajudá--los a entender os princípios envolvidos e a concordar com o conselho da Bíblia. Se uma pessoa desassociada não está moran-do no lar, 2 João 9-11 mostra que ‘nunca deveríamos recebê-lo em nossos lares, nem cumprimentá-lo’. Desrespeito persistente à instrução da Bíblia de ‘cessar de manter convivência’ com tal pessoa pode levar à desassociação, mas esta não deveria ser nossa razão para obediência, não é? Se amarmos a Jeová, obe-deceremos à sua Palavra. - 1 João 5:3.” — Ministério do Reino 3/1971 p. 2

“E se o falecido estava desassociado? Em geral, a congrega-ção não se envolveria, e o Salão do Reino não seria usado. Se a pessoa já dava evidências de arrependimento e manifestava o desejo de ser readmitida, a consciência de um irmão talvez lhe permita fazer um discurso bíblico na sala de velório ou no cemi-tério, para dar testemunho a descrentes e confortar os parentes. Antes de tomar essa decisão, porém, seria sensato o irmão con-sultar o corpo de anciãos e avaliar o que talvez recomendem.” — Ministério do Reino 8/1997 p. 7

Acesse http://bit.ly/expulsao caso queira ler mais a res-peito da orientação dada às Testemunhas de Jeová sobre como tratar familiares desassociados ou dissociados.

O que diz a Bíblia?Existem textos bíblicos que mostram que no primeiro século

havia orientações para que se deixasse de ter convivência com malfeitores e os que negavam que Jesus era o Cristo. Mas onde se encontra na bíblia regras para “falar apenas o necessário” com um parente desassociado? Ou para não orar por desasso-ciados? E o tratamento que uma mãe deve dar ao filho desasso-ciado? Seria correto afirmar que qualquer um que abandone a Organização das Testemunhas de Jeová é um “anticristo”?

O Corpo Governante* utiliza o texto de 2 João 10 para jus-tificar que “um simples ‘oi’ dito a alguém pode ser o primeiro passo para uma conversa ou mesmo para amizade.” Ministério do Reino 08/2002 p.3

Mas que tipo de pessoa merecia este tratamento?O texto usado, 2 João 10, diz: “Se alguém se chegar a vós e

não trouxer este ensino, nunca o recebais nos vossos lares, nem o cumprimenteis.”

É digno de nota que o texto exortava a que não se recebesse em casa nem se cumprimentasse (ou dissesse olá) a pessoas que não trouxessem “este ensino”.

Que ensino seria “este”? Ora, se lermos o contexto fica claro:

II III IV

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