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Partilhando Nossa Fé MAR/2012 – ANO 01 – ED. 02 MATÉRIAS CARNAVAL .......Pág. 02 CRUZ: AMOR E VITÓRIA .......Pág. 02 O REINO DE DEUS .......Pág. 03 BOTE-FÉ: EVENTO CATÓLICO No dia 12 de Fevereiro de 2012, Currais Novos/RN pôde vivenciar uma verdadeira Alegria. Marcado pelas presenças da Cruz da Jornada Mundial da Juventude e do Ícone de Nossa Senhora, e principalmente pela fé de inúmeros cristãos católicos que nos deram a prova de que a Igreja está viva, o Bote-Fé deixou cravado no coração da juventude seridoense, que é possível se divertir em SANTIDADE, podendo expressar com o próprio corpo esse entusiasmo – seja dançando, pulando, cantando, girando. Não só isso. Seu sentido pleno não se prendeu unicamente nas realidades humanas. Pelo contrário, ele transcendia àquele que é nossa verdadeira alegria, e cujo mistério central da Fé – Nascimento e Morte Redentora – estavam ali representados: Maria e a Cruz. Mas ali, naquele evento, um comentário me chamou a atenção. Era de um jovem que, mesmo contagiado por aquele momento, disse: “por um instante, pensei que era a Festa de Padroeiro, mas era o Bote-Fé”. E nós sabemos o porquê dele ter dito isso. Infelizmente, temos visto nossas Festas de Padroeiro(a) tornarem-se cada vez mais secularizada. Sobretudo quando, nas festas sociais, existe a prevalência de Bandas cuja mensagem principal influencia negativamente nossos jovens, induzindo-os claramente à bebedeira, fornicação e histeria. Não estou falando que não deva existir festa social, bem como não digo que toda música profana seja um mal em si mesma: Mas quais as músicas que estamos escutando? Quais os eventos que estamos promovendo? O que eu quero dizer é que, ali mesmo, onde aconteceu o Bote-Fé, muitas letras famosas – de péssimo gosto –, cantadas por certas bandas nas Festas de Padroeiro, ATENTAM contra nossa fé, tais como: músicas que induzem à fornicação, lançando atenção excessiva para os órgãos genitais; músicas em que o vocalista pede para que um homem fique atrás de uma mulher, apelando à Pornografia explícita; músicas que lançam mão de expressões chulas, repetindo-as diversas vezes em seus refrãos, cantadas na porta da Igreja. É melhor parar por aqui! O ritmo pode enganar você, mas a letra não! Nós não precisamos ter essas músicas em nossas festas de padroeiro. Além do mais, elas não colocam um único cristão dentro da Igreja e ainda deixam um cheiro fétido de urina durante as novenas. Aprendamos com o Bote-Fé, e sejamos verdadeiros católicos, tendo também, verdadeiras Festas Religiosas. Festas que promovam a vida, a dignidade da pessoa humana, que evangelizem e que submetam todos ao Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. PETTERSON DANTAS

Partilhando Nossa Fé - Mar/12

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Page 1: Partilhando Nossa Fé - Mar/12

PartilhandoNossa Fé

MAR/2012 – ANO 01 – ED. 02

MATÉRIAS

CARNAVAL...............Pág. 02

CRUZ:AMOR E VITÓRIA...............Pág. 02

O REINO DE DEUS...............Pág. 03

BOTE-FÉ:

EVENTO CATÓLICO

No dia 12 de Fevereiro de 2012, Currais Novos/RN pôde vivenciar uma verdadeira Alegria. Marcado pelas presenças da Cruz da Jornada Mundial da Juventude e do Ícone de Nossa Senhora, e principalmente pela fé de inúmeros cristãos católicos que nos deram a prova de que a Igreja está viva, o Bote-Fé deixou cravado no coração da juventude seridoense, que é possível se divertir em SANTIDADE, podendo expressar com o próprio corpo esse entusiasmo – seja dançando, pulando, cantando, girando.

Não só isso. Seu sentido pleno não se prendeu unicamente nas realidades humanas. Pelo contrário, ele transcendia àquele que é nossa verdadeira alegria, e cujo mistério central da Fé – Nascimento e Morte Redentora – estavam ali representados: Maria e a Cruz.

Mas ali, naquele evento, um comentário me chamou a atenção. Era de um jovem que, mesmo contagiado por aquele momento, disse: “por um instante, pensei que era a Festa de Padroeiro, mas era o Bote-Fé”. E nós sabemos o porquê dele ter dito isso.

Infelizmente, temos visto nossas Festas de Padroeiro(a) tornarem-se cada vez mais secularizada. Sobretudo quando, nas festas sociais, existe a prevalência de Bandas cuja mensagem principal influencia negativamente nossos jovens, induzindo-os claramente à bebedeira, fornicação e histeria.

Não estou falando que não deva existir festa social, bem como não digo que toda música profana seja um mal em si mesma: Mas quais as músicas que estamos escutando? Quais os eventos que estamos promovendo?

O que eu quero dizer é que, ali mesmo, onde aconteceu o Bote-Fé, muitas letras famosas – de péssimo gosto –, cantadas por certas bandas nas Festas de Padroeiro, ATENTAM contra nossa fé, tais como: músicas que induzem à fornicação, lançando atenção excessiva para os órgãos genitais; músicas em que o vocalista pede para que um homem fique atrás de uma mulher, apelando à Pornografia explícita; músicas que lançam mão de expressões chulas, repetindo-as diversas vezes em seus refrãos, cantadas na porta da Igreja.

É melhor parar por aqui! O ritmo pode enganar você, mas a letra não! Nós não

precisamos ter essas músicas em nossas festas de padroeiro. Além do mais, elas não colocam um único cristão dentro da Igreja e ainda deixam um cheiro fétido de urina durante as novenas.

Aprendamos com o Bote-Fé, e sejamos verdadeiros católicos, tendo também, verdadeiras Festas Religiosas. Festas que promovam a vida, a dignidade da pessoa humana, que evangelizem e que submetam todos ao Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo.

PETTERSON DANTAS

MATÉRIAS

LIVROS INDICADO

S...............Pág. 03

PRINCÍPIO

S MORAIS: VOCÊ PRECISA?...............Pág. 04

SÉRIE: MITOS LITÚRGICO

S...............Pág. 04

EDITORES RESPONSÁVEIS

DANILO CORTEZ GOMES

ANDERSON DINIZ BRITO DE AZEVEDO

Page 2: Partilhando Nossa Fé - Mar/12

PÁG. 2 – ED. 02 PARTILHANDO NOSSA FÉ MAR/2012 – ANO 01

PETTERSON JOSÉ DOS S. DANTAS CÓDIGO DE DIREITO

CANÔNICO

DAS OBRIGAÇÕES DE TODOS OS FIÉIS“De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que

gozam, tem o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos Pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja e, ressalvando a integridade da fé e dos costumes e a reverência para com os Pastores, e levando em conta a utilidade comum e a dignidade das pessoas, dêem a conhecer essa sua opinião também aos outros fiéis.” (Cân. 212 §3, CDC)

Desempenhe seu papel de fiel Católico, cumprindo o que diz as leis da Igreja, se manifestando e trazendo sugestões, críticas, opiniões, esclarecimentos ou tirando dúvidas acerca dos assuntos aqui tratados ou não, ou até mesmo fazendo alguma denúncia através do e-mail abaixo. Participe!

[email protected]

CARNAVAL CRUZ:AMOR E VITÓRIA

O ambiente é propício. As pessoas adentram o local com os mesmos desígnios. As cores inundam a vista. O som envolve e enleva nossa alma. Odores inconfundíveis identificam o

momento. O calor exalado pela massa humana aproxima cada vez mais os partícipes. Chega o momento do ápice do espetáculo. O protagonista, em posição elevada, ergue suas mãos e incita a multidão. Corações ao alto! Tomai todos e comei! Tomai todos e bebei!

É claro que estou falando da Santa Missa. Não há experiência mais profunda e misteriosa em nossa realidade. Todos reunidos em busca da verdade que salva e liberta. As flores, paramentos, altares, nichos, imagens e o bjetos litúrgicos nos evangelizam pela visão. A música sacra expressa a palavra de Deus de forma bela e tocante. O incenso consumido representa a oração de odor agradável que sobe ao criador. A caridade fraterna aquece os corações dos fiéis. E, por fim, a memória real e transubstanciada do sacrifico ofertado por Nosso Senhor Jesus Cristo nos leva à plenitude da vida.

Meus caros irmãos, se o título desta pequena reflexão os confundiu, não se preocupem, ou melhor, preocupem-se, pois a modificação ou inversão do significado das palavras é uma das armas mais utilizadas pela cultura do relativismo.

Não é à-toa que o Santo Padre Bento XVI enfatiza exaustivamente em seus discursos o perigo dessa forma de pensar e agir na nossa vida.

Palavras fundamentais como amor, caridade, belo, verdade, matrimônio, felicidade, passam a compreender novos significados, antes estranhos e impensáveis.

Basta comparar os dicionários mais novos com os antigos. A minha versão do Aurélio, do ano de 2001, descreve casamento como: União solene entre duas pessoas de sexos diferentes, com legitimação religiosa e/ou civil; núpcias.

É fácil prever que as próximas versões deverão ser alteradas para comportar o que se pretende como uma nova forma de entidade familiar: a união homoafetiva.

Sem adentrar mais no assunto, pois demandaria texto específico, utilizo esse exemplo para demonstrar como, aos poucos, as palavras ganham significados que destoam da sua realidade fundamental.

Se você está lendo esse periódico, com certeza o período carnavalesco de 2.012 já faz parte de seu passado recente. Então, é o momento mais adequado para refletir se realmente a felicidade pregada pelos artistas e organizadores de festas desenfreadas corresponde à alegria contida na Revelação doada por Cristo Jesus.

Sinto dizer que a aparente felicidade e bem estar gerados pelos momentos de folia não passam de meras excitações de sentidos, totalmente desvinculados de qualquer benefício ao nosso crescimento espiritual.

As práticas vivenciadas, as letras de músicas ouvidas e a sensualidade expressada têm alto poder deletério e de

contaminação da nossa existência, comprometendo seriamente, pelo vício do pecado, o caminho para o qual fomos predestinados: a salvação eterna.

Caso você tenha se deixado levar pela onda de prazeres propiciados pelo que hoje é denominado de carnaval, não se desespere, confie na misericórdia infinita do Deus Uno e Trino.

Jesus está sempre disposto a lhe dizer: Quem bebe desta água vai ter sede de novo. Mas aquele que beber a água que eu vou dar, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe darei, vai se tornar dentro dele uma fonte de água que jorra para a vida eterna. (João 4, 13-14).Associe-se à paixão de Cristo, e tenha vida em abundância!

ANDERSON AZEVEDO

Entramos no período quaresmal, momento mais do que oportuno para contemplarmos o mistério da Cruz, tarefa difícil e em partes impossível, pois como diz o autor Francisco Faus: “Amor, Dor e Morte são terra sagrada, abismos que sempre nos produzirão vertigem, porque são território de Deus”; isto é, mistério é mistério! Temos o péssimo hábito de querer entender o ininteligível, acabando por não experimentar ou deixando escapar a graça insondável do Senhor.

Creio que essas tentações que nos levam a não se abandonar no mistério de Deus são artimanhas do próprio inimigo que é astuto e sabe o quão forte é uma alma unida à santa vontade de Deus, principalmente quando esta está profundamente mergulhada no mistério divino. Vale salientar que o inimigo sempre combaterá a Cruz, inclusive nos levando a acreditar que a felicidade do mundo está especificamente no prazer, criando assim um novo deus pagão

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chamado prazer, característica marcante da sociedade contemporânea que tem na “supersexualização” o seu auge e produto mais vendido. Nesse contexto, vai se esvaindo a piedade e o verdadeiro sentido do sofrimento, da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Facilmente encontramos frases estampadas com “Pare de sofrer!”, excluindo o sofrimento que permanecerá intimamente ligado as nossas vidas cristãs, pois Cristo também sofreu.

Enquanto a sociedade hodierna exalta o supérfluo, o passageiro, o deus-prazer, os vícios e paixões, a violência, o desrespeito ao próximo e a dignidade de vida humana, vai deixando que o vazio e solidão tomem conta das almas e dos corações já feridos por tantos males. Mas será que não estamos agindo como o diabo que foge da Cruz? Em tese sim! Pois os índices de depressão e tantos outros males que estão associados a essa busca frenética pelo prazer só tem aumentado.

Os santos são exemplos claros daquilo que Deus sonhou e tem como meta para o homem – a santidade. Eles não foram avessos ao prazer que vem de Deus, mas sim a sua busca desenfreada e sem precedentes. Os santos amam mesmo estar diante de Deus e fazer unicamente sua vontade, eles lutavam (e muitas vezes a luta era árdua) para permanecer no território de Deus – diante da Cruz do Senhor.

Nos dias 12 e 13 de fevereiro, a cidade de Currais Novos teve a graça de acolher os símbolos da Jornada Mundial da Juventude: a Cruz Peregrina e o Ícone da Virgem Maria, símbolos abençoados pelo saudoso Papa e Beato João Paulo II. Como meu coração se alegrou por poder participar desse momento único de nossa cidade e diocese que foi o Bote Fé! O mais belo foi perceber a alegria e piedade de centenas de crianças, jovens e adultos – famílias de Deus – que acreditam no Amor do Senhor, que afirmaram nesses dias o amor pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Ficou muito claro para todos que a Igreja Católica na cidade de Currais Novos e na Diocese de Caicó está viva!!! Não tenhamos medo de acolher a Cruz do Senhor, muito pelo contrário, firmemos os nossos pés ao pé da Cruz, pois "a linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina" (1 Cor 1,18).

Peçamos constantemente a intercessão de Nossa Senhora (Santa Mãe, dá-me isto: trazer as Chagas de Cristo gravadas no coração). Ao lado da Virgem Maria amaremos cada dia mais a Cruz do Senhor – sinal da vitória de Cristo sobre a morte e o pecado – assim, aceitaremos sem lamúrias as “cruzes” oferecidas a nós. Enfim, diante da Cruz de Jesus, eu...

Adoro, AmoFixo o olhar

Calo-me, Perco-meEncontro-me

Tende piedade de mim!

DANILO CORTEZ GOMES

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ANO 01 – MAR/2012 PARTILHANDO NOSSA FÉ ED. 02 – PÁG. 3

Livros Indicados...

Como Vencer a Mitologias A MoralGuerra cultural Modernas Católica

Autor Autor Autor – Prof.Peter Kreeft José R. Ayllón Felipe Aquino

Editora Editora EditoraEclesiae Quadrante Cléofas

O REINO DE DEUSDepois que João foi preso, veio Jesus para a Galileia proclamando o evangelho de Deus:

“Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”(Mc 1,14-15)

Logo após ser batizado (Mt 3,13-1; Mc 1,9-11; Lc 3,21-22; Jo 1,32-34) e ser tentado no deserto (Mt 4,1-11; Mc 1,12-13; Lc 4,1-13) Nosso Senhor Jesus Cristo inicia sua vida pública com uma mensagem bastante singular: “o Anúncio do Reino e o Chamado à conversão”. Apesar do evangelho de Mateus ser bem preciso ao colocar essa cena no contexto da Profecia de Isaías[1] (8,23-9,2), mostrando que o “povo que vivia nas trevas viu surgir uma luz intensa”, o texto base para essa reflexão é retirado do evangelho de São Marcos (Mc 1,15): “Cumpriu-se o tempo e o Reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho”.

No desenvolvimento da Igreja Primitiva, mais precisamente no fim do século II, surgiu uma seita herética fundada por Montano e suas duas seguidoras visionárias, Maximila e Priscila. Essa seita consistia na iminente chegada do Reino de Deus que deveria acontecer na Frígia, que seria a nova Jerusalém. Para Montano, ele era diretamente inspirado pelo Espírito Santo, e este falava diretamente pela boca das mulheres que lhe acompanhavam.

É evidente que Jesus falou em diversas oportunidades sobre o advento do Reino de Deus

(Céus) e sua proximidade, mas ele mesmo deixou claro que “Daquele dia e da hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas só o Pai (Mt 24,36)” e que para Deus “um dia é como mil anos e mil anos como um dia (2Pd 3,8)”. Portanto, minha intenção principal com esse texto não é de provocar nenhum assombro, tentando identificar os sinais dos tempos, como que para demonstrar que o Dia do Juízo está próximo.

Pelo contrário, gostaria de situar no nosso cotidiano, em nossa vida particular, como aceitar esse chamado de Jesus ao arrependimento sincero e a buscar o seu Reino. Arrepender-se aqui, nas palavras de Jesus, tem um significado claro de ódio ao

pecado e querer, de todo o coração, não praticá-lo. É nesse contexto que Jesus anuncia o seu Reino: o Reino dos Céus.

A Constituição Dogmática Lumen Gentium[2], do Concílio Vaticano II, resume bem o que acabei de dizer: “Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo (Mc. 4,14): aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebanho de Cristo (Luc. 12,32), já receberam o Reino; depois, por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe (cfr. Mc. 4, 26-29)”.

Portanto, o momento da instauração do Reino de Deus na sua vida é agora, é

hoje, pois “este é o dia que o Senhor fez para nós (Sl 118,24)”. E o tempo propício para o arrependimento é cada segundo vivido, cada pecado renunciado, cada caridade praticada em prol dos mais necessitados. Só assim, a boa semente que existe em você poderá dar frutos cem por um.

O Tempo da Quaresma é, por excelência, um tempo propício para a instauração do Reino na sua vida e de seus irmãos, visto o convite todo especial à conversão, à mudança de vida, baseando-se em três praticas: oração, penitência e caridade.

Por fim, é importante frisar a importância da Igreja para o anúncio do Reino, que se dá, principalmente, pela pregação apostólica e pelos sacramentos. “Não resta a menor dúvida de que a Igreja é representada pelo reino, cujas chaves estão nas mãos de Pedro (Mt 16,19)”[3]. Como vemos, foi à Igreja – na pessoa de Pedro e seus sucessores – que Jesus entregou as chaves do reino. E cabe a nós termos a firme convicção de fé de NÃO darmos ouvidos aos “Montanos” do passado e do presente, mas permanecermos firmes na barca cujo inferno não prevalecerá jamais.

PETTERSON DANTAS

[1] De acordo com a tradição, O evangelho de São Mateus é destinado principalmente à comunidade judaica. Daí, com frequência, ele utilizar de passagens do antigo testamento como meio de situar Jesus no cumprimento da promessa messiânica.

[2] Cfr. Concílio Vaticano II, Constituição Dogmática Lumen Gentium, n. 5. (21 de novembro de 1964)

[3] Cfr. VERBETE: Reino de Deus in: McKenzie, John L. Dicionário Bíblico. São Paulo : Paulus, 1983.

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PÁG. 4 – ED. 02 PARTILHANDO NOSSA FÉ MAR/2012 – ANO 01

PRINCÍPIOS MORAIS: VOCÊ PRECISA? A humanidade em diversas épocas

foi inebriada e seduzida excessivamente pelo prazer, excluindo por outro lado a ascese fundamentada na moral e nos princípios de boa conduta que estão pautados nos valores cristãos. Nesse sentido, a realidade em que estamos inseridos nos leva a crer que novamente essa “onda de sedução” tornou-se grande, e por que não dizer, avassaladora em diversos sentidos, principalmente quando falamos da “ditadura do relativismo”, tão comentada e combatida pelo Papa Bento XVI.

Basta analisarmos muitos dos programas veiculados na televisão brasileira; em vários projetos de lei que tramitam no Congresso que possuem o intuito de destruir a família – célula primaz da sociedade –; ou quem sabe nas prerrogativas e ideologias dos ditos “intelectuais” que minam a inocência e ignorância dos simples e pequenos.

Vocês já pararam para pensar nas aberrações e casos fúteis que são tidos como “necessários” para nossa sociedade brasileira? Já observaram quais os “divertimentos” midiáticos de boa parte da população? Está na internet, na televisão, nos rádios, nas conversas entre amigos de trabalho, nas famílias... Isso mesmo! Os realitys shows da vida continuam “alimentando” o brasileiro que permanece faminto e desprotegido, haja vista a precariedade da saúde, da política, da segurança pública, dentre tantas outras mazelas que assolam esse país. Aliás, é impressionante como no Brasil se "comemora" mais de uma década de programas que deseducam as famílias e expõem a visão egoísta e maléfica do prazer pelo prazer, da onda de sedução. Há quem diga que nossa sociedade tem o divertimento que merece. Será? Sou brasileiro e conheço tantos outros que certamente não concordam com essa assertiva, isto é, sentem-se em determinados momentos até ofendidos e acuados por tanta pressão que parece não parar de avançar o sinal, ultrapassando os limites morais que deveriam ser preservados por todos. De certo modo, encontro muita incoerência nessa sociedade...

Mas aqui gostaria de me deter em três palavras que parecem sinônimas, mas não são. Falo da Amoralidade, Imoralidade e Moralidade, pois que a falta desta última tem solapado nossa sociedade de uma forma assustadora. No entanto, há quem goste desses

dois termos citados inicialmente, com o argumento de que a existência da moral – conjunto de regras ou normas – é prejudicial e confronta diretamente a democracia e o livre pensamento dos cidadãos brasileiros, etc., etc., etc.

De forma clara e sucinta, vamos aos significados dos termos, a começar pela amoralidade, caracterizada pela falta de princípios morais para conduzir a vida de alguém, sendo neutra, ou seja, nem contrária nem a favor de determinados princípios morais. Destaque-se então o principal problema da amoralidade: falta de direcionamento ou rumo. Nesse sentido, não é tão difícil impor determinadas políticas e ideologias imorais, pois não há um princípio norteador que permita a sociedade distinguir entre o certo e errado, entre o moral e imoral.

Em relação à imoralidade, esta se refere à oposição frontal aos princípios morais, que a meu ver, está muito presente em nossos dias. Por exemplo: as práticas abortivas voluntárias e as consecutivas tentativas de legalização do aborto por parte do Estado; a implicante ideologia gay que busca ofuscar os direitos dos cristãos; a sensualidade exacerbada propagada nos diversos veículos de comunicação; a libertinagem confundida com a liberdade, tão enaltecida atualmente; e tantas outras coisas mais que fazem parte do que chamamos de imoralidade.

Certo dia ao partilhar sobre essa realidade brasileira, fiz o seguinte comentário quando se falava sobre a degradação de alguns programas televisivos: "Eis a democracia que muitos defendem". Não faltam pessoas que defendam essa “democracia” que se pauta em princípios imorais e altamente sensuais, afirmando

inclusive que essa “liberdade” não os condiciona às “prisões” morais fundamentadas em normas e regras, que segundo essa perspectiva, são danosas e prejudiciais ao homem. Para nós cristãos, ledo engano.

Nesse aspecto, tenho que discordar frontalmente daqueles que assim pensam, e explico o porquê. Primeiramente porque toda sociedade necessita de um mínimo de ordem para que suas estruturas básicas comportem-se harmoniosamente ou sem muitos embaraços, caso contrário, cairíamos no precipício da desordem que aqui chamo de barbárie. Aliás, qual o lema nacional

da República Federativa do Brasil que se encontra na Bandeira Nacional? ORDEM E PROGRESSO, ou seja, para que os fins sejam alcançados – progresso – há a necessidade de uma ordem predeterminada. Essa ordem, no meu entendimento, parte principalmente dos princípios morais que paulatinamente estão sendo perdidos justamente para os amorais – aqueles que são neutros e sem direcionamentos –, e para os imorais, que com seus devaneios soterram o que temos de valioso nessa vida: o pudor, o respeito, a dignidade da família, a verdadeira liberdade.

Nesse sentido, é importante observar o que diz a Igreja no Catecismo (parágrafo 1751): "as regras objetivas da moralidade enunciam a ordem racional do bem e do mal, atestada pela consciência". Vejam que a consciência apenas atesta as regras objetivas da moralidade, isto é, essas ditas "regras" já existem e estão gravadas no coração do homem. Dessa forma, "respeitar as leis inscritas na criação e as relações derivantes da natureza das coisas, é princípio de sabedoria e fundamento da moral". (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 354).

Como os grupos dos amorais e imorais são cada vez maiores e dominantes, temos e ainda teremos mais realitys shows e telespectadores ansiosos para analisar a vida de "fantoches" manipulados pela grande mídia ou por fantasias pessoais que acabam por denegrir o respeito próprio e alheio. Será que não percebem isso? A única forma de reverter essa situação é remar contra essa maré tão forte, no intuito de extirpar a amoralidade e imoralidade, fecundando em nossas consciências os fundamentos morais que prezam pela dignidade do homem e da mulher: "Quanto mais prevalecer a reta consciência, tanto mais as pessoas e os grupos estarão longe da arbitrariedade cega e procurarão conformar-se com as normas objetivas da moralidade" (Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1794).

Por fim, se não agirmos segundo os princípios morais, estamos fadados a mudar o lema "Ordem e Progresso" para "Desordem e Retrocesso".

DANILO CORTEZ GOMES

SÉRIE: “MITOS LITÚRGICOS”Mito 2: "A Eucaristia é para ser comida e não para ser adorada"É para ser adorada, sim. A Hóstia consagrada é a Presença Real e substancial de Nosso Senhor, e por isso a Santa Igreja dedica a ela toda a adoração. O Santo Padre Bento XVI responde (Exortação Sacramentum Caritatis, n.66, de 2006): "...aconteceu às vezes não se perceber com suficiente clareza a relação

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intrínseca entre a Santa Missa e a adoração do Santíssimo Sacramento; uma objeção então em voga, por exemplo, partir da ideia que o pão eucarístico nos fora dado não para ser contemplado, mas comido. Ora, tal contraposição, vista à luz da experiência de oração da Igreja, aparece realmente destituída de qualquer fundamento; já Santo Agostinho dissera: «Nemo autem illam carnem manducat, nisi prius adoraverit; (...) peccemus non adorando – ninguém come esta carne, sem antes a adorar; (...) pecaríamos se não a adorássemos». De facto, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos."Dizer que a Eucaristia não é para ser adorada implica em negar a que a Hóstia Consagrada é o Corpo de Nosso Senhor, ou pensar que Deus não é digno de adoração...

Autor: Francisco Dockhorn – http://www.salvemaliturgia.com