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Salvação uma Obra de Deus somente 2º Edição Ivan Junior

Salvação uma obra de deus somente

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5 pontos do calvinismo

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Salvação uma

Obra de Deus

somente

2º Edição

Ivan Junior

Prefácio segunda edição

Esse pequeno livro foi confeccionado com o propósito de ensinar grandes verdades de

modo simples. Com esse objetivo a versão bíblica utilizada foi alterada para a Nova

Versão Internacional. Um capítulo relacionado a santidade foi adicionado e outras

pequenas modificações foram feitas.

Que esse livro possa ser usado para edificação do povo de Deus.

Prefácio primeira edição

Nosso Senhor Jesus Cristo, nos seus últimos dias na terra antes de ascender aos

céus, nos deixou um mandamento “vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os

em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes

ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos".(Mateus 28.19-20). Dentro

desse mandamento há uma ordem de ensinar “tudo o que eu lhes ordenei”, um

mandamento esquecido por muitos, porém pela Graça de Deus esse pequeno livro tem o

objetivo de tentar corrigir isso, e obedecer a ordem de Nosso Mestre. O Objetivo

principal desse livro é falar sobre a Salvação do homem, e mostrar quea Bíblia nos

ensina que esse milagre ocorre apenas pela ação de Nosso Deus, devendo ser dado a

Ele todo nosso Louvor, pois, “A salvação vem do Senhor" (Jonas 2.9)

Totalmente Incapazes

“Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês

são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal.” (Jeremias

13.23)

Há uma parábola africana bem interessante que gostaria de contar brevemente:

“Certa vez, um escorpião aproximou-se de um sapo que estava na beira de um rio. O escorpião

vinha fazer um pedido: "Sapinho, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão

largo?" O sapo respondeu: "Só se eu fosse tolo! Você vai me picar, eu vou ficar paralizado e

vou afundar." Disse o escorpião: "Isso é ridículo! Se eu o picasse, ambos afundaríamos."

Confiando na lógica do escorpião, o sapo concordou e levou o escorpião nas costas, enquanto

nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo. Atingido

pelo veneno, e já começando a afundar, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou: "Por

quê? Por quê?”E o escorpião respondeu: "Por que sou um escorpião e essa é a minha natureza."1

Assim como o escorpião dessa história o homem não é capaz de agir contrário a sua

própria natureza. Mesmo se lavássemos um porco, ele não deixará de gostar de sujar-

se na lama, e certamente fará isso quando tiver oportunidade. Podemos dizer o mesmo

do homem.

Quando olhamos para a Palavra de Deus, vemos que ela ensina que a natureza do

homem é má: “O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que

toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal.”(Gênesis

6.5) “Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo

imundo.” (Isaías 64.6). Essa não é a opinião que as pessoas em geral tem sobre o

homem, um famoso pensador suiço dizia “que o homem nasce bom e a sociedade o

corrompe”2, mas se o homem é bom então quem corrompeu a sociedade?

1Fonte: http://www.escorpiao.vet.br/parabola.html

2Frase do filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau

Quando entendemos a real condição do homem, também devemos compreender que as

escolhas do homem não podem ser diferentes da sua natureza, como diz Jeremias

“Será que o etíope pode mudar a sua pele? Ou o leopardo as suas pintas? Assim também vocês

são incapazes de fazer o bem, vocês que estão acostumados a praticar o mal.” (Jeremias

13.23). Muitas pessoas creem que o homem tem uma liberdade de escolher entre o

bem e o mal, a essa liberdade os homens dão o nome de “livre-arbítrio”, mas não é isso

que a Bíblia nos ensina, pelo contrário nossas escolhas não podem ser livres da

corrupção de nosso sujo coração. Como o escorpião da história não podemos agir de

modo diferente a nossa própria natureza.

Essa escravidão a nossa natureza pecaminosa, que nos torna incapaz de fazer uma

escolha boa é chamada pelos teólogos de “Depravação Total”.

Portanto para compreendermos a Salvação do homem é importante entender que o

homem é incapaz de salvar a si mesmo, a Bíblia nos ensina que pela nossa terrível

condição em pecado não poderíamos escolher servir a Deus, pois naturalmente somos

inimigos de Deus.

Vejamos mais alguns textos bíblicos que reforçam essa ideia:

“Como está escrito: "Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda,

ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há

ninguém que faça o bem, não há nem um sequer". "Suas gargantas são um túmulo aberto; com

suas línguas enganam". "Veneno de serpentes está em seus lábios". "Suas bocas estão cheias

de maldição e amargura". "Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcam

os seus caminhos, e não conhecem o caminho da paz"."Aos seus olhos é inútil temer a Deus".

Sabemos que tudo o que a lei diz, o diz àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se

cale e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus. Portanto, ninguém será declarado justo diante

dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente

conscientes do pecado. Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus,

independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé

em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão

destituídos da glória de Deus,” (Romanos 3.10-23)

“O Senhor olha dos céus para os filhos dos homens, para ver se há alguém que tenha

entendimento, alguém que busque a Deus.Todos se desviaram, igualmente se corromperam; não

há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer.” (Salmo 14.2-3)

Sendo essa a declaração da Bíblia sobre a condição do homem, vemos que não faz

sentido declarar que o homem tenha poder de escolher entre o bem e o mal.

Aplicação

Que diferença faz na minha vida aprender que o homem é mau, e incapaz de escolher o

caminho correto?

Bom, há algumas coisas práticas em meditarmos sobre isso. Primeiro isso nos mostra

como devemos nos aproximar de Deus, não orgulhosos de nossa condição, mas de modo

humilde “Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus” (Mateus

5.3).

Em segundo lugar podemos compreender a causa do mal no mundo. O mal na sociedade

não acontece porque nossas leis são injustas ou porque se investe pouco em educação,

ainda que essas coisas possam dar uma “maquiada” na sociedade, a causa do mal da

sociedade é o homem “Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e são essas que

tornam o homem ‘impuro’. Pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os

adultérios, as imoralidades sexuais, os roubos, os falsos testemunhos e as calúnias.” (Mateus

15.18-19).

Além disso, é pelo homem ser naturalmente mal que nossos filhos precisam de

disciplina, “A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará

dela.” (Provérbios 22.15). Nenhuma disciplina seria necessária se o homem fosse

naturalmente bom. Porque nossa natureza é naturalmente corrupta precisamos de

disciplina, mas é importante destacar algo a esse respeito, a disciplina corrige, mas

não muda a nossa natureza, ela corrigi as consequências, mas não a causa do problema.

Você já parou para pensar se alguém lhe precisou ensinar a mentir para que você

mentisse a primeira vez? Você precisou ver alguma injustiça para ser injusto alguma

vez com alguém? E mesmo se tivesse visto alguém mentir ou ser injusto para agir do

mesmo modo, se você fosse naturalmente bom porque copiaria esse comportamento?

Com tudo isso em mente surge uma questao, se o homem não pode naturalmente

escolher a Deus como existem pessoas que O servem? A Bíblia fala de pessoas assim,

muitos que podem estar lendo esse livro podem ser pessoas convictas de que foram

salvas, mas se essa Salvação não vem de minha escolha, de onde vem ela então? A

resposta para essa pergunta veremos no próximo capítulo.

Escolhidos por Deus

“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a

fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.” (João 15.16)

No capítulo anterior vimos que a condição do homem é tão ruim que o homem não

poderia escolher naturalmente a Deus. Porém sabemos que existem pessoas que

seguem a Deus. Se essas pessoas não poderiam naturalmente ter escolhido servir a

Deus, a única explicação possível seria que o próprio Deus escolheu essas pessoas.

Isso é justamente o que a Bíblia nos ensina:

“Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.” (João 6:37)

“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto” (João 15:16)

“Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia, vocês não são

do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o mundo os odeia.”

(João 15:19 )

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo” (Efésios 1:4)

“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à

imagem de seu Filho,” (Romanos 8:29)

“Portanto, Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer.” (Romanos

9:18)

“Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os

padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus

escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do

mundo para envergonhar as fortes.

Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para

reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele.” (1 Coríntios 1:26-29)

Em todos os versículos citados vemos claramente que foi o próprio Deus quem

escolheu o seu povo. Porém é necessário aprendermos algo a mais sobre essa escolha.

Essa escolha não se baseia em qualquer característica nossa, por isso quando os

teólogos falam sobre Deus ter escolhido seu povo, desde a eternidade, sem haver

nada de especial nessas pessoas, esses teólogos usam o termo “eleição incondicional”.

Isso significa que Deus não escolhe uma pessoa por ser “uma boa pessoa”, visto que

como vimos anteriormente, aos olhos de Deus ninguém poderia ser considerado “bom”.

Além disso, a Salvação de Deus é pela graça “Pois vocês são salvos pela graça.. “ (Efésios

2:8). Se fomos salvos pela graça, significa que não fizemos nada para merecer, se

fossemos escolhidos por algo em nós falariamos de merecimento e não de graça.

Nesse caso não teríamos o que agradecer a Deus. Ninguém costuma agradecer, a não

ser por simples ato de educação, a compra de um produto, justamente porque houve

uma relação de troca (você dá o dinheiro e o vendedor o produto). Porém temos em

grande consideração aqueles que nos presenteiam justamente porque não damos nada

em troca do presente. Ainda que falha essa analogia nos ajuda a compreender o porque

a ideia de Graça só faz sentido se compreendermos que Deus escolhe seu povo

incondicionalmente e não por qualquer mérito.

Também é importante salientar que Deus não escolheu seu povo porque previu que

esse povo creria nele, existem aqueles que defendem isso usando textos bíblicos como

esses “escolhidos de acordo com a pré-conhecimento de Deus Pai,”(1 Pedro 1:2) “Pois

aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à

imagem de seu Filho,” (Romanos 8:29) Nesses textos vemos na Biblia os termos “pré-

conhecimento”, “de antemão conheceu” mas ela não fala em nenhum momento que esse

conhecer se refere a conhecer as obras futuras de alguém e com base nisso escolher

essa pessoa, concluir isso é ir muito além do texto. Devemos fugir desse tipo de

interpretação que novamente faz a Salvação estar baseada em algo no homem, e como

discutido anteriormente se fosse assim a Salvação não seria pela Graça.

O termo conhecer na Bíblia está muito ligado a ideia de relacionamento. Um versículo

que deixa isso claro é : “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me

seguem.”(João 10:27). No sentido que muitas vezes usamos a palavra conhecer Cristo

conheceria mesmo aqueles que não suas ovelhas, porém sabemos que só com suas

ovelhas Cristo tem um relacionamento, é é nesse sentido que muitas vezes devemos

compreender o termo “conhecer”. Com base nisso devemos entender que Deus escolhe

aqueles que Ele quis, sem haver neles nada de especial, mas simplesmente porque Ele é

misericordioso.

Apesar de esse ser o ensino da Palavra, muitos se opõem a esse ensino, o próprio

Apóstolo Paulo sabia dessa oposição, não é atoa que ele disse: “Mas algum de vocês me

dirá: "Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois, quem resiste à sua vontade? "Mas quem é

você, ó homem, para questionar a Deus? "Acaso aquilo que é formado pode dizer ao que o

formou: ‘Por que me fizeste assim? ’ "O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um

vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?” (Romanos 9:19-21) O apóstolo coloca

cada um em seu lugar, quem somos nós para questionarmos nosso Criador? Aquele que

nos criou não tem direito de fazer com sua criação aquilo que Ele bem entender?

“porquanto Deus é maior do que o homem.” (Jó 33:12). “Todos os povos da terra são como

nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus e com os habitantes da

terra. Ninguém é capaz de resistir à sua mão nem de dizer-lhe: "O que fizeste?" (Daniel

4:35)

Visto que a Bíblia ensina que Deus escolhe o homem, algumas pessoas questionam que

sendo assim não é necessário evangelizarmos, se vai ser salvo quem Deus escolheu

porque deveria eu evangelizar? Porém, a Bíblia ensina as duas coisas: que Deus salva o

homem e que devemos pregar o evangelho. Por meio da pregação do evangelho que

Deus salva o seu povo. “agradou a Deus salvar aqueles que crêem por meio da loucura da

pregação.”(1 Coríntios 1.21). Prestemos atenção nesse versículo, é Deus quem salva, e

para isso Ele usa um meio, e esse meio é a pregação.

Aplicação

O que muda na minha vida de eu aprender que é Deus que escolhe seu povo?

Se você odeia o pecado, se preocupa com o pecado na igreja, sonha com a justiça de

Deus, sente fome quando não se alimenta com a Palavra de Deus, ama principalmente

aqueles que também têm esse desejo, se entristece quando peca contra Deus, sendo

essas características que a própria Bíblia coloca como característica do verdadeiro

cristão cabe a ti se prostrar ainda mais diante de Deus, pois não foi você que escolheu

esse caminho, mas o próprio Deus, que o amou desde a eternidade, afinal “Nós amamos

porque ele nos amou primeiro.”(1 João 4.19). Saber isso deve lhe trazer humildade de

saber que não há nenhum mérito em você, mas que você foi salvo da condenação apenas

pelo amor incondicional d’Ele.

Caso você ainda se diverte no pecado, não cabe a você ficar pensando se você foi ou

não eleito por Deus, mas há esperança de que se você se lançar verdadeiramente na

presença d’Ele você será salvo, sabendo que isso só aconteceu porque o próprio

Espírito de Deus mudou seu coração, e somente a Deus deve ser dado todo o louvor.

“Todo o que o Pai me der virá a mim, e quem vier a mim eu jamais rejeitarei.” (João 6.37).

Saber da eleição de Deus também nos dá esperança na evangelização. Se dependesse

da escolha do homem, o trabalho seria muito penoso, pois como poderíamos convencer

homens pecadores a mudar seus caminhos que lhes são tão agradáveis? Além disso,

sempre cairia sobre nós o peso de pregarmos e não vermos as pessoas convertidas, e

nos sentiríamos constantemente frustrados. Mas saber que é Deus quem salva nos da

esperança de ver ser salvo mesmo o pior dos pecadores, de ter ousadia para pregar

nas cidades mais entregues ao pecado, “Portanto, isso não depende do desejo ou do

esforço humano, mas da misericórdia de Deus.” (Romanos 9.16). Louvado seja o Nosso

Deus por isso.

Outro ponto a considerar se refere a oração. Se converter as pessoas fosse

simplesmente um processo de convencer a pessoa a decidir não faria muito sentido

orarmos pela conversão de alguém. Nós oramos para que pessoas se convertam porque

cremos que essa é uma obra do Senhor. A eleição também nos motiva a orar por

conversões.

Agora, há algo mais para refletirmos. A Bíblia ensina que Deus é justo, ele não poderia

simplesmente ignorar o pecado, também ensina que Ele é santo e não pode

simplesmente ter comunhão com nós pecadores. Algo é necessário para que Deus possa

perdoar aqueles que Ele escolheu e continuar sendo justo. Como isso pode ser

possível? Veremos isso no próximo capítulo.

Escolhidos em Cristo

“Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo

dos seus pecados" (Mateus 1:21)

No último capítulo vimos que Deus escolhe o seu povo, porém uma pergunta foi deixada

no ar. Como Deus pode salvar seu povo e continuar sendo justo? Talvez nem todo

mundo tenha compreendido porque o fato de Deus salvar o seu povo o tornaria injusto,

por isso vamos usar uma pequena estória para ilustrar isso.

Vamos imaginar que um assassino esteja em frente a um juiz, esse assassino

desrespeitou uma lei do lugar onde ele morava. Nesse lugar a pena para o assassinato

era a pena de morte. Portanto se o juiz é justo, se a lei dessa localidade diz que

assassinos devem morrer, cabe ao juiz condenar esse homem a pena de morte. Porém

imaginem que o juiz diga assim “Eu sei que você descumpriu a lei, mas se você

simplesmente se arrepender eu declaro você inocente, porque eu sou um juiz

misericordioso”. Não poderíamos negar que agindo assim o juiz seria misericordioso,

mas agindo assim esse juiz agiria com justiça?

A Bíblia ensina que “salário do pecado é a morte” (Romanos 6.23), Porém ao mesmo

tempo vemos promessas de perdão em toda bíblia “"Venham, vamos refletir juntos", diz o

Senhor. "Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate, eles se tornarão brancos

como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a lã se tornarão.” (Isaías 1.18). Mas

como Deus pode perdoar sem ser injusto? Como Deus pode ser misericordioso e justo

ao mesmo tempo?

Na carta do apóstolo Paulo aos Romanos, o apóstolo responde essa pergunta: “pois

todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por

sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para

propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância,

havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a

sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. (Romanos 3.23-

26).”

O texto citado anteriormente, não é tão simples de se entender, ainda assim há algo

que está claro nesses versículos, que por meio de Cristo, Deus pode salvar o seu povo e

continuar sendo justo. Isso porque Cristo pagou o preço, sofreu a punição que

merecíamos pelos nossos pecados “Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um

de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade

de todos nós.” (Isaías 53.6)

Cristo, o justo, recebeu a condenação de injustos. Em Cristo a justiça de Deus foi

satisfeita. Deus foi justo. Em Cristo homens injustos foram perdoados. Deus foi

misericordioso. “Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos

injustos, para conduzir-nos a Deus.” (1 Pedro 3.18)

Resumindo tudo que vemos até agora podemos dizer que: O homem é incapaz de se

salvar e de escolher servir a Deus; o próprio Deus escolheu o seu povo; e Deus salvou o

seu povo por meio da obra de Cristo na cruz.

Compreendendo essas coisas, segue-se necessariamente que Cristo não morreu por

todos os homens da humanidade, mas apenas por aqueles que desde a eternidade o Pai

escolheu. Os teólogos chamam isso de “expiação limitada”. Vejamos alguns textos que

falam que Cristo salvou o seu povo, que Ele salvou muitos (não todos), que ele deu a

vida pela sua igreja:

“Ela dará à luz um filho, e você deverá dar-lhe o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo

dos seus pecados" (Mateus 1.21).

“Depois do sofrimento de sua alma, ele verá a luz e ficará satisfeito; pelo seu conhecimento

meu servo justo justificará a muitos… Pois ele carregou o pecado de muitos... ” (Isaías 53-

11,12)

“para pastorearem a igreja de Deus, que ele comprou com o seu próprio sangue.” (Atos

20.28).

“Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela” (Efésios 5.25).

Podemos encontrar alguns textos bíblicos que falam de Cristo salvar a todos, ou todo

o mundo. Porém esses textos não discordam daquilo que aprendemos até aqui, quando

usamos a palavra todos geralmente não queremos dizer todas as pessoas do mundo.

Por exemplo, imagine que você organiza uma festa de aniversário, e só falta um

convidado, você liga para essa convidado e diz: “Todo mundo já está aqui”, mas com

isso você não se refere a todos os habitantes do mundo. Na Bíblia esses termos

“todos” ou “mundo” se relacionam a todos os tipos de pessoas, de diferentes raças,

homens e mulheres, etc. “Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste

morto, e com teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e

nação.”(Apocalipse 5.9).

Se Cristo tivesse morrido por todos os pecados de todas as pessoas do mundo, então

eu lhe faria uma pergunta: “Porque todas não foram salvas?” Você poderia dizer:

“Porque elas não creram”. Então poderíamos responder “mas não crer também não é

um pecado? Se não foram salvos porque não creram então o sangue de Cristo não é

suficiente para salvar da incredulidade? Se Cristo não morreu por todos os pecados

de alguém como posso ainda confiar na obra d’Ele?”. Dizer que Cristo morreu por

todos, sabendo que nem todos serão salvos é dizer que Cristo não salvou ninguém.

Porém, de acordo com o que já estudamos, sabemos que é Deus quem escolhe o homem.

Portanto nao faria sentido Deus entregar Cristo para morrer por aqueles que Ele não

escolheu. Cristo não se entregou a morte para esperar que aqueles que creriam nele

seriam salvos. Se assim fosse no final das contas os homens não seriam salvos pela

obra de Cristo e sim pela escolha deles, nesse caso o homem agradeceria apenas a si

mesmo por ter sido esperto e ter feito a escolha correta, mas já vimos que o homem é

incapaz de fazer essa escolha. Como temos aprendido a Salvação é uma obra de Deus,

e, portanto Deus entregou Cristo, para morrer e salvar o seu povo apenas.

Vejamos mais um texto bíblico que confirma isso que temos estudado:“Eu sou o bom

pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas… mas vocês não crêem, porque não são

minhas ovelhas. As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.”

(João 10.11, 26-27). Nesse texto Jesus diz que deu a vida pelas suas ovelhas, e que

aqueles que não creem nele não são das suas ovelhas. Cristo deu a vida d’Ele apenas

pelo seu povo, de modo que somos salvos pela obra d’Ele somente, todos aqueles por

quem Cristo morreu serão salvos, e um dia virão a crer. Cristo não morreu por aqueles

que nunca virão a crer n’Ele. Podemos ter certeza que Cristo não derramou nenhuma

gota do seu sangue em vão.

Aplicação

Aprender que a obra de Cristo foi perfeita, muda o modo com o qual olhamos para sua

obra, sabemos que a obra na cruz foi perfeita de modo que salvou todos aqueles que

foram escolhidos desde a eternidade. Não devemos olhar para Cristo como um

miserável que clama as pessoas para crerem n’Ele, mas como o vitorioso que comprou o

seu povo com o seu sangue. “Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão

da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as

transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era

contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades,

fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.” (Colossenses 2.13-15).

Tendo o conhecimento disso, sabemos que toda glória deve ser dada ao “Cordeiro que

foi morto desde a criação do mundo.” (Apocalipse 13.8).

De que modo que aqueles que o Pai escolheu desde a eternidade, pelos quais o filho

morreu virão até Deus? É isso que veremos no próximo capítulo.

Um chamado irresistível

“Uma das que ouviam era uma mulher temente a Deus chamada Lídia, vendedora de tecido de

púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de

Paulo.” (Atos 16:14).

Para prosseguirmos, é importante ter em mente o que já estudamos, principalmente

aquilo que vimos no primeiro capítulo, sobre a incapacidade do homem de vir até Deus.

Como então o homem se volta para Deus? Será que Deus arrasta o homem contra a sua

vontade?

O modo como o povo de Deus é chamado é pela palavra de Deus “agradou a Deus salvar

aqueles que crêem por meio da loucura da pregação.” (1 Coríntios 1:21). Nosso dever é

pregar para todos, não podemos saber quem Deus escolheu, porém Deus muda o

coração daqueles que são seus para que eles passem a crer em Cristo.

Vejamos, por exemplo Lídia, a Palavra diz que “O Senhor abriu seu coração para atender à

mensagem de Paulo.” Paulo pregava a Palavra de Deus, e foi o próprio Deus que fez com

que Lídia atendesse a sua Palavra.

Então assim como de certo modo o chamado de arrependimento é para todos, e isso os

teólogos nomeiam “chamado externo” apenas aqueles que são parte do Povo de Deus

tem o coração transformado de modo a virem a crer em Cristo, a essa transformação

da vontade do homem de tal modo que o homem não possa negar mais seguir a Cristo

os teólogos chamam de “Graça irresistível”. Portanto Deus não traz o homem contra

sua vontade, mas muda a vontade do homem para que esse possa então seguir a Deus.

Sem a transformação de Deus no homem, esse sempre resistirá a pregação do

Evangelho. Não é atoa que oramos por queridos nossos que não servem a Cristo, pois é

o Senhor quem nos diz que “retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de

carne.” (Ezequiel 11:19; 36:26). Foi Deus que “brilhou em nossos corações, para iluminação

do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.” (2 Coríntios 4:6). E é Deus quem nos

traz até Cristo “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair;” (João 6:44).

Assim como pela pregação há um chamado para todos “Chamado externo” Deus chama

de um modo especial àqueles que são seus eleitos, a esse chamado dos eleitos os

teólogos dão o nome de “chamado interno”. É desse chamado que Paulo fala quando diz:

“E aos que predestinou, também chamou;” (Romanos 8:30).

Ou seja, serão chamados pelo próprio Deus, todos aqueles que foram escolhidos desde

a eternidade. Deus, por meio de seu Espírito usa a pregação da Palavra para

transformar o coração daqueles a quem Ele mesmo escolheu.

Isso explica por que nem sempre as pessoas respondem da mesma maneira a pregação

do Evangelho. Quando Paulo pregou em Atenas “alguns deles zombaram, e outros

disseram: "A esse respeito nós o ouviremos outra vez"... “Alguns homens juntaram-se a ele e

creram.” (Atos 17:32, Atos 17:34). Tentando resumir o que foi dito, apesar da palavra

de Deus ser proclamada a muitos (chamado externo), nem todos ouvirão a Palavra

(chamado interno). "Pois muitos são chamados, mas poucos são escolhidos". (Mateus 22:14).

Mas as ovelhas de Cristo pela qual o Bom Pastor deu a própria vida ouvirão a sua voz

porque “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.” (João

10:27).

Aplicação

Talvez muitos se questionem, e daí qual a diferença prática em saber que Deus muda o

coração das pessoas. Uma coisa importante é compreendermos que mais do que confiar

em métodos não devemos nos desviar de pregar a Palavra de Deus, pois esse é o meio

usado por Deus para mudar os seus eleitos.

Outro ponto é que saber disso nos deve levar a confiar, que mesmo que possamos

falhar em comunicar da melhor maneira a Palavra,( e devemos nos esforçar para que

isso não aconteça), Deus salvará o seu povo se sua Palavra for pregada.

Assim como tudo que aprendemos até agora, aprender que é Deus que muda o coração

do homem para que esse possa crer nos leva a exaltar ainda mais a Deus e se humilhar

ainda mais na presença d’Ele. Cabe a todos nós cumprir a Palavra de Deus e pregar a

todos os homens, porém apenas aqueles que Ele escolheu desde a eternidade crerão

n’Ele por ação d’Ele somente, de modo que se pregarmos e alguém se converter, toda

Glória deve ser dada a Deus somente, pois Ele “nos chamou para a sua própria glória e

virtude.” (2 Pedro 1:3). “A ele seja a glória para todo o sempre. Amém.” (2 Timóteo

4:18).

Após sermos salvos, há uma jornada pela frente, será que podemos estar certos de

que vamos seguir nela até o fim? Será que se manter nela depende de nós mesmos ou

depende de Deus? Sobre esse assunto falaremos no próximo capítulo.

Guardados por Deus

“Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem

mácula e com grande alegria,”(Judas 1:24)

Até aqui vemos que o homem é incapaz de escolher a Deus, que Deus escolheu seu

povo, os redimiu pelo sangue de Cristo e os transformou de modo que eles viessem a

crer. Porém, após seguirmos a Cristo, não somos levados de modo imediato ao céu, há

toda uma caminhada, uma peregrinação até o último dia de nossa vida. E essa

caminhada, depende de quem? Será que depende de nós nos mantermos até o fim?

Poderemos tropeçar depois de começarmos a caminhada, e voltarmos aos caminhos

antigos? Será que é verdade que uma vez salvos somos sempre salvos?

Se olharmos para a igreja veremos muitas pessoas que acabam abandonando a fé.

Alguns veem isso como um sinal de que aquelas pessoas perderam a salvação. Há ainda

outros que pensam que se pecarem, algum pecado que eles considerem grave, perderão

a salvação. Para pensarmos melhor sobre isso, devemos lembrar-nos do que já

estudamos. Vimos até agora que tudo depende da Vontade de Deus, de modo que se

considerarmos que o homem pode perder a salvação estamos dizendo que manter a

salvação do homem depende da vontade humana apenas, e isso contraria tudo que já

aprendemos. Não fomos nós que escolhemos seguir a Cristo, não dependeu de nós.

Fomos salvos pela obra de Cristo somente, não por nossas obras para confiar de algum

modo que nossa salvação dependesse de nós. Além disso, foi o próprio Deus que mudou

nosso coração, nós não teríamos poder para fazer com que nosso coração de carne

voltasse a ser um coração de pedra. Deus não faz nada pela metade “Estou convencido

de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus.”

(Filipenses 1:6). Deus irá completar a obra no seu povo “E aos que predestinou, também

chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.” (Romanos

8:30). Cristo morreu pela sua igreja para “apresentá-la a si mesmo como igreja gloriosa,

sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável.” (Efésios 5:27). Podemos

confiar naquele que nos diz “Eu a amei com amor eterno” (Jeremias 31:3). Podemos estar

certos que Deus cumprirá suas promessas, independentemente do nosso 'desempenho'

“Manterei o meu amor por ele para sempre, e a minha aliança com ele jamais se quebrará.

Firmarei a sua linhagem para sempre, o seu trono durará enquanto existirem céus. Se os seus

filhos abandonarem a minha lei e não seguirem as minhas ordenanças, se violarem os meus

decretos e deixarem de obedecer aos meus mandamentos,com a vara castigarei o seu pecado,

e a sua iniqüidade com açoites; mas não afastarei dele o meu amor; jamais desistirei da minha

fidelidade. Não violarei a minha aliança nem modificarei as promessas dos meus lábios.”

(Salmos 89:28-34). “se somos infiéis, ele permanece fiel, pois não pode negar-se a si

mesmo.” (2 Timóteo 2:13) Com base em tudo isso, podemos ter certeza de que “uma

vez salvos, sempre salvos”. Porém é necessário ter cuidado com essa expressão,

muitos falam isso como justificativa para viver no pecado. Aqueles que foram salvos

tem um novo coração, o Senhor promete que “Porei a minha lei no íntimo deles e a

escreverei nos seus corações.” (Jeremias 31:33). Cristo nos diz “Se vocês me amam,

obedecerão aos meus mandamentos.” (João 14:15). A verdadeira salvação é demonstrada

por uma vida diferente e muitos que pensam que são salvos, na verdade nunca foram

salvos.

Uma pergunta pode ficar, o que devemos pensar sobre aqueles que abandonam a fé? O

Apóstolo João nos responde isso “Eles saíram do nosso meio, mas na realidade não eram

dos nossos, pois, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; o fato de terem saído

mostra que nenhum deles era dos nossos.” (1 João 2:19). Uma marca do verdadeiro cristão

é a perseverança, e aqueles que foram escolhidos e salvos pelo próprio Deus, irão

também permanecer pela obra d’Ele. A essa certeza de que aqueles que o Senhor

salvou permanecerão até o fim, os teólogos dão o nome de “perseverança dos Santos”.

Porém, há um texto muito usado para defender que o cristão pode perder a salvação, o

texto é esse “Ora para aqueles que uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial,

tornaram-se participantes do Espírito Santo, experimentaram a bondade da palavra de Deus e

os poderes da era que há de vir,e caíram, é impossível que sejam reconduzidos ao

arrependimento; pois para si mesmos estão crucificando de novo o Filho de Deus, sujeitando-o

à desonra pública.” (Hebreus 6:4-6). Num primeiro momento, esse texto parece estar

falando de pessoas que foram salvas e caíram, já que o texto mencina pessoas que se

tornaram participantes do Espírito Santo. Todavia, as pessoas que participam de uma

igreja se tornam participantes do Espírito Santo em certo sentido, elas podem ter

visto ou até tido em sua própria vida um milagre, viram pessoas transformadas pela

Graça de Deus,viram orações sendo respondidas, se tornaram participantes de uma

comunidade que testemunha diariamente de modo claro a ação de Deus, mesmo assim

elas podem nunca ter sido salvas. O texto não menciona em nenhum momento que

essas pessoas foram salvas. Continuando nesse texto (nos versos 7 e 8), o autor de

Hebreus fala de dois tipos de solo um que produz erva útil e outro que produz

abrolhos, sabemos pela parábola contada por Cristo que há a semente (Palavra de

Deus) que cai na pedra que são as pessoas que “crêem durante algum tempo, mas desistem

na hora da provação.” (Lucas 8:13). Com base nisso podemos entender que as pessoas

que se desviam são como o solo rochoso da parábola contada por Cristo, que se

desviam no momento de provação (o autor de Hebreus escreveu para cristãos que

estavam sendo perseguidos). Portanto podemos entender que esse texto não defende

que alguém possa perder a salvação, mas que nem todos que estão em uma igreja irão

permanecer até o fim, muitas vezes é apenas o momento de perseguição que mostra

quem são aqueles que “venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que

deram; diante da morte, não amaram a própria vida.” (Apocalipse 12:11). Veremos na Bíblia

muitas exortações para perseverarmos na fé, e podemos estar certos de que os filhos

de Deus, escolhidos desde a eternidade, são aqueles que prestarão atenção nessas

exortações porque “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem.”

(João 10:27)

Com tudo isso em mente podemos afirmar com convicção “Pois estou convencido de que

nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer

poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos

separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Romanos 8.38-39)

Aplicação

Como poderíamos dormir tranquilos, se manter nossa salvação dependesse apenas da

nossa vontade. Que desespero seria se dependêssemos de nós, pois “Maldito é o

homem que confia nos homens” (Jeremias 17:5). Porém podemos descansar tranquilos,

sabendo que a salvação depende dele “Mas bendito é o homem cuja confiança está no

Senhor, cuja confiança nele está.” (Jeremias 17:7). Descansar não significa ficar

tranquilo para pecar, pois aqueles que foram salvos por ele o amam e por isso guardam

os seus mandamentos, os eleitos são aqueles que vivem pela fé, sabendo que nada

depende de suas forças, e que só tem motivos para louvar o nosso Deus na certeza de

que para suas ovelhas “Eu lhes dou a vida eterna, e elas jamais perecerão; ninguém as

poderá arrancar da minha mão.” (João 10:28)

Escolhidos para ser santos

“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para

anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pedro

2:9)

Antes de concluirmos é importante evitarmos um erro, que pode ocorrer pela má

aplicação de tudo que aprendemos.

Dizem que e possível construir uma mentira falando só a verdade. Podemos dizer o

mesmo em relação a tudo que aprendemos até aqui. Muitos podem dizer, “Cara, Deus

me escolheu, a salvação não se perde, não seja tão radical no seu modo de viver. Vamos

curtir a vida”. Esse tipo de pensamento mostra como essas grandiosas verdades podem

ser mal utilizadas.

A Bíblia é clara que Deus nos escolheu, não para agirmos como os outros homens, mas

“para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa

luz.” Sabemos que o próprio Cristo escolheu cada um dos seus apóstolos, e ainda assim

os usou para construção da Igreja. Ele também deu uma missão para eles “Portanto, vão

e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito

Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês,

até o fim dos tempos". (Mateus 28:19-20).

Podemos aprender algo semelhante com outros textos bíblicos:

“Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a

fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome.” (João 15:16)

“Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e

irrepreensíveis em sua presença.” (Efésios 1:4)

O modo mais belo em que a Bíblia nos ensina isso, é quando nos ensina que Deus nos

escolheu com o propósito de fazermos conforme a imagem de seu filho.

“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à

imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Romanos

8:29).

Sabendo essas coisas, devemos compreender que o fato de Deus ter escolhido seu

povo, não nos dá uma desculpa para pecarmos, mas aumenta nossa responsabilidade em

viver uma vida santa.

Resumão e Aplicação

No primeiro capítulo vimos sobre aquilo que é chamado “depravação total”, a

totalincapacidade do homem de servir a Deus, de escolher servi-lo. No segundo

capítulo vimos que é Deus que escolhe o seu povo, e não faz essa escolha por nenhuma

característica especial deles, mas somente porque ele é misericordioso;a essa escolha

chamamos de “eleição incondicional”. No capítulo três vimos que para salvar aqueles

que Deus escolheu, ele enviou a Cristo para morrer por seu povo, a esse sacrifício de

Cristo pelo seu povo dá-se o nome de “expiação limitada”. Depois vimos que Deus

transforma o coração daqueles por quem Cristo morreu, os chamando de um modo

irresistível, essa é a chamada “graçairresistível”. E por último vimos que o próprio

Deus guardará até o fim o s eupovo, a isso chamamos de “Perseverança dos Santos

Do começo ao fim vimos que a Salvação é uma obra de Deus somente, por isso podemos

dizer que “a salvação vem do Senhor” (Jonas 2.9) e somente d'Ele. Não há mérito

nenhum em nós. O que tudo isso deve produzir em nossa vida?Saber disso deve nos

levar a se humilhar na presença de nosso Deus, nos leva a não ter nada do que se

orgulhars ”Pois, quem torna você diferente de qualquer outra pessoa? O que você tem que

não tenha recebido? E se o recebeu, por que se orgulha, como se assim não fosse?” (1

Coríntios 4.7)."Quem se gloriar, glorie-se no Senhor".(1 Coríntios 1:31)