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[BR_JC_10: JC-ESPECIAL-1_MATERIAL <0330_12_PET_02> [JC1] ... 30/03/10] Author:KTENORIO Date:22/03/10 Time:21:57 www.jc.com.br/cidades » “O BRASIL PRECISA DE UM PLANO” especial especial entrevista » Dong-Shik Shin Rica e organizada. Mas sem democracia SUAPE, A NOSSA REDENÇÃO JORNAL DO COMMERCIO– O Brasil vive um momento de renascimento de sua indústria naval, mas já presenciou tentativas semelhantes em outras épocas e que fracassaram. Qual é o caminho para que essa seja uma retomada sustentável? DONG-SHIK SHIN – Nós começamos a indústria naval na Coreia quando nossa economia era miserável, a renda per capita era de apenas US$ 70 por ano e o povo morria de fome. Investir na fabri- cação de navios foi um plano de governo. O Brasil também pode avançar nesse setor, mas para isso é necessário elaborar um plano master que congregue as empresas, o governo e a sociedade em torno de um mesmo objetivo. A indústria não pode se desenvolver sem me- tas, sem uma articulação suprassetorial. Sem o plano, não estaríamos na posição em que nos encontramos hoje. JC – A Komac tem negócios em vários países, inclusive com joint-ventures na China, Índia e Vietnã, que estão em plena expansão da construção naval. Que novos mercados estão na mira da empresa? SHIN– Hoje, a Komac está focada na rápida expansão do mercado asiático, mas também quer diversificar sua carteira de clien- tes nas Américas do Norte e do Sul, com destaque para o Brasil, além de estarmos prestando atenção ao mercado africano. No Brasil, esta- mos atentos às demandas da Petrobras, em função da descoberta de petróleo em águas ultraprofundas. JC – Qual é o papel da Komac na parceria com a Galvão-Alusa no Complexo Industrial Portuário de Suape? SHINO projeto no Porto de Suape com a Galvão-Alusa é para a construção de um estaleiro especializado na fabricação de sondas de per- furação e plataformas semi-submersíveis. A Komac será responsável tan- to pelo projeto do site do estaleiro, quanto pelo desenho dos navios. Nós também elaboramos para o consórcio um estudo que aponta as tendên- cias da construção naval no mundo. JC – Como a Komac está estruturada hoje? SHIN– A Komac foi criada em 1969. No ano passado, nós já completamos 40 anos de história. Hoje, a empresa congrega 800 enge- nheiros, em quatro países (Coreia, China, Vietnã e Índia), e foi res- ponsável por 50% dos projetos de estaleiros e navios no mundo. JC – Que parcerias Brasil e Coreia do Sul poderão fazer na indústria de construção de navios? SHIN– O Brasil tem poucos engenheiros de estaleiros e pode aprender muito com a Coreia. Somos um importante centro de exce- lência do setor. Trabalhamos duro, com muita força de vontade e de- terminação. O resultado disso foi que, em 25 anos, já nos tornamos o número um do mundo. Não em volume de produção, mas, com certe- za, em tecnologia. Poderemos transferir essa experiência pra o Brasil. O ESPETACULAR SALTO COREANO Com o Estado forte e restrições Com o Estado forte e restrições às liberdades individuais, às liberdades individuais, Cingapura cresceu e virou Cingapura cresceu e virou uma potência na área naval uma potência na área naval CONEXÃO DESENVOLVIMENTO Quando a Coreia do Sul começou a construir navios, nos anos 70, o Brasil já ocupava o segundo lugar no ranking mundial do setor. A déca- da marcou tempos de bonança para o mercado brasileiro, enquanto os coreanos lançavam ao mar suas primeiras embarcações. Trinta anos de- pois, o curso das águas mudou. O Brasil mergulhou numa crise que quase fez a atividade desaparecer no País e a Coreia despontou como li- derança global. Hoje, o Brasil emerge do naufrágio no setor e tem o país asiático como benchmarking, uma espécie de referencial, nessa fase de renascimento. O rápido crescimento da jovem indústria naval coreana foi resultado de uma política de governo. Depois de uma guerra civil que vitimou 3 milhões de habitantes e dividiu a península em dois países, era preciso estruturar a economia da nação. O ex-general e então presidente da Co- reia do Sul, Park Chung-hee, governante do país de 1961 a 1979, defen- dia que o caminho era tirar vantagem das características geográficas da península. “O presidente tinha certeza de que a saída para vencer a po- breza seria pelo mar e me deu a missão de desenvolver na Coreia a me- lhor indústria naval do mundo. Na época, os coreanos estavam descren- tes da possibilidade de sermos líderes em qualquer coisa e achavam que minha tarefa era uma loucura”, conta o engenheiro Dong-Shik Shin. Maior especialista do país, doutor Shin, como é chamado, tinha ape- nas 29 anos e trabalhava no Reino Unido quando recebeu a convocação do presidente Chung-hee para voltar à Coreia. Em 1961, foi criada a Companhia Nacional de Construção Naval, que seria a pedra fundamen- tal da edificação do setor. A atividade foi eleita como estratégica para a redenção econômica do país e recebeu apoio governamental. Para atrair investidores internacionais, o governo começou a investir em infraestru- tura, oferecer incentivos fiscais às empresas e apostar na construção de centros de treinamento para qualificar a mão de obra do país. “Convidei meus alunos no exterior a nos ajudar a construir um esta- leiro que o mundo nunca viu antes. Um empreendimento três vezes maior que qualquer um no Japão (referência na época), com a condi- ção de construir qualquer grande navio para atender ao mercado mun- dial”, recorda doutor Shin. Ele lembra que a Coreia começou a com- prar barcos antigos nos Estados Unidos, Japão e Europa para estudar os desenhos. A empreitada abriu caminho para a implantação dos estalei- ros Hyundai, Samsung e Daewoo. Cidades planejadas começaram a se levantar no entorno dos empreendimentos. Na Ilha de Geoje, onde se instalaram vários estaleiros, a Samsung construiu um hotel para rece- ber executivos e clientes e um condomínio residencial para abrigar os funcionários. O presidente Chung-hee acertou na estratégia e a região sul do país se transformou no mais importante polo naval do mundo. Hoje, congrega sete estaleiros de grande porte, oito empreendimentos médios e uma ca- deia produtiva com 150 indústrias. Dos dez maiores estaleiros do mundo, sete estão na Coreia. O país de- tém um terço da carteira internacional de produção de navios, atividade que é um dos principais motores de sua economia – responde por 6% do PIB. Pelo menos 200 mil coreanos estão empregados na construção naval e é comum ver esses trabalhadores desfilando com uniforme dos estaleiros depois do expediente, como na happy hour em bares ou lan- chonetes, numa demonstração de orgulho pela profissão. A indústria naval foi uma das responsáveis por tirar a Coreia do Sul da posição de um dos países mais pobres da Ásia, na década de 50, para transformá-la na 12ª maior economia do mundo e mais importante dos quatro tigres asiáticos (também estão no grupo Cingapura, Taiwan e Hong Kong). Além da construção de navios, avançaram ainda as indús- trias automobilística, siderúrgica e de eletrônicos. O atual presidente do país foi eleito em 2007. É Lee Myung-bak, um ex-executivo da Hyundai. Com quase 50 milhões de habitantes, desde os anos 50 a Coreia conse- guiu a proeza de multiplicar seu PIB per capita de US$ 70 para US$ 24,8 mil por habitante ao ano. A ilhota de Cingapura é bastante conhecida por suas leis peculiares e severos métodos de punição. Um dos castigos mais populares são as bastonadas (localmente conhecidas como caning). O corretivo é aplicado a quem se atrever a fazer pichações, furtar, brigar na rua, consumir drogas ou imigrar ilegalmente. Até pouco tempo as escolas também aplicavam a prática. Os juízes dão a sentença do número de bastonadas dependendo do crime. O bastão é de bambu e tem esferas nas extremidades que cortam a pele. A primeira pergunta que doutor Shin nos faz quando chegamos ao seu escritório, no frenético centro de negócios de Seul, é se sabemos quem ele é. A presunçosa indagação, dita em um tom amistoso, é uma tentativa de situar os jovens jornalistas ocidentais. Estamos diante do pai da indústria naval coreana, do homem convocado a içar a Coreia do Sul ao topo mundial do setor. Depois de assumir vários cargos no governo, hoje, aos 77 anos, doutor Shin, como é conhecido mundialmente, se dedica à Komac, consultoria que criou há quatro décadas. A empresa já assinou o projeto de mais de 1.800 navios, em 25 países. Em Pernambuco, presta consultoria ao consórcio Galvão-Alusa na construção de um estaleiro em Suape. POLOIlha de Geoje: a região dos estaleiros SUÍÇA ASIÁTICACingapura é um exemplo de crescimento bem planejado. Aproveitou sua vocação marítima e se expandiu. Hoje, o complexo portuário do país movimenta o maior volume de contêineres do planeta Guga Matos/JC Imagem ATRAÇÃO Suape: US$ 17 bi em obras privadas Há 31 anos, o Complexo Industrial Portuário de Suape “brotava” nas terras de uma região secularmente enraizada no cultivo da cana- de-açúcar. A presença do porto, localizado entre os municípios do Ca- bo de Santo Agostinho e Ipojuca (Grande Recife), não mudaria ape- nas a paisagem canavieira. Considerado hoje o maior polo de investi- mentos do Brasil, Suape simboliza a transição econômica de Pernam- buco. O Estado deixa de ter uma indústria predominantemente su- croalcooleira para figurar em outros setores de relevância global, a exemplo do refino de petróleo e da construção naval. A história do ex-canavieiro Izaque José dos Santos realça o significa- do dessa transformação. “Passei dez anos da minha vida cortando ca- na. Aos oito já ajudava meu pai amarrando os fardos e depois aprendi a trabalhar no corte mesmo”, conta, lembrando que recebia o equiva- lente a R$ 45 por quinzena. Hoje, Izaque é encarregado de logística do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, e tem um salário de R$ 941. A construção do Porto de Suape foi controversa na política. Alguns grupos achavam que o Estado não precisava de um segundo porto. De- pois de concretizado, o projeto acabou recebendo apoio de todas as ges- tões ao longo das últimas três décadas. O salto de investimentos públi- cos começou a ser percebido a partir de 2006, quando o porto recebeu R$ 102 milhões. Em função da escala dos investimentos anunciados, o crescimento passou a ser exponencial. “Em 2009 o valor aplicado foi de R$ 436,6 milhões e para este ano já estamos projetando R$ 767,9 milhões”, adianta o secretário estadual de Desenvolvimento Econômi- co, Fernando Bezerra Coelho. O aumento dos investimentos públicos precisa ser proporcional ao tamanho da infraestrutura demandada pelos negócios em ebulição no complexo. Os investimentos privados já somam US$ 17 bilhões e vão crescer quando se intensificar a atração de empresas que complemen- tam a cadeia produtiva de empreendimentos estruturadores como esta- leiro, refinaria e polo petroquímico. “A economia pernambucana está se diversificando a partir da revita- lização do setor industrial”, analisa o economista Jorge Jatobá, sócio- diretor da Ceplan Consultoria. O PIB do Estado, de R$ 63 bilhões – o décimo do País – deve alcançar R$ 147 bilhões em 2020. Os municí- pios do entorno de Suape devem crescer em torno de 7% ao ano. Para acompanhar o crescimento de Suape está sendo concluído um plano diretor, que conta com consultoria internacional do Porto de Ro- terdã, na Holanda. O objetivo é planejar o desenvolvimento do comple- xo num horizonte de 30 anos. Além dessa preocupação de antever as demandas, o governo criou um plano de internacionalização para o porto. Batizada de Suape Global, a proposta é apresentar as potenciali- dades do Estado no exterior e atrair investidores internacionais para fo- mentar um polo fornecedor de bens e serviços para as indústrias de pe- tróleo e gás, naval e offshore, assim como fez Cingapura. “O povo per- nambucano precisa participar do que está acontecendo em Suape. Não queremos que o porto seja um enclave no Estado. Vamos levar o nome de Suape para fora do Brasil, mas também precisamos olhar para den- tro, porque no porto estão as oportunidades que as pessoas esperam”, pondera o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. N o mapa-múndi ela é quase imperceptível. No mundo dos ne- gócios, superlativa. Pobre em recursos naturais, mas dona de um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) per capita do planeta. Cosmopolita e, ao mesmo tempo, enraizada nas tra- dições culturais. Assim é Cingapura, a pequena ilha de pescadores do su- deste asiático que venceu a miséria e se transformou num importante centro financeiro e industrial. Localizada no Estreito de Málaca, que faz a ligação entre o Mar da China e o Oceano Índico, a cidade-Estado é pas- sagem obrigatória entre a Europa e a Ásia. E foi pelo mar que o país en- controu o caminho para o desenvolvimento econômico, aproveitando a posição geográfica para exercitar sua vocação de entreposto comercial. Depois da independência, conquistada em 1963, os cingapurianos her- daram dos colonizadores ingleses um porto organizado. A estrutura pare- ce onipresente na ilha, com navios e guindastes fazendo parte da paisa- gem e se misturando a uma arquitetura urbana futurista. O complexo portuário ostenta a maior movimentação de contêineres do mundo, uma carga equivalente a 1,2 bilhão de toneladas anuais. Sua geografia privilegiada ainda coloca Cingapura em destaque nas indústrias de cons- trução e reparação naval e do refino de petróleo. O país multiétnico – habitado por chineses, indianos, malaios e indo- nésios – também abriga estrangeiros do mundo inteiro, que desembarca- ram na ilha com as empresas internacionais que o governo faz questão de atrair. Taxa de desemprego de 3%, mão de obra qualificada, educa- ção e saúde de qualidade e baixa carga tributária são apenas alguns dos fatores que explicam porque a cidade-Estado tem um dos melhores am- bientes de negócios do mundo. Se tudo parece no lugar, é graças à forte interferência estatal. O mes- mo grupo político está no poder desde a década de 60. Hoje ocupando o cargo de “ministro mentor”, Lee Kuan Yew passou 47 anos capitanean- do o país. Foi primeiro-ministro e ministro sênior até ceder a cadeira, em 2004, para ser ocupada por seu filho Lee Hsien Loong. “Lee Kuan Yew comandou o país como quem dirige um colégio inter- no, dando peteleco nas orelhas dos cingapurianos. Ele dizia que a ilha era uma nação de trabalhadores braçais e, se quisesse alcançar o pata- mar de um país desenvolvido, precisava começar aprendendo a não cus- pir na rua, não jogar papel no chão e respeitar o vizinho”, analisa Amaury Porto Ribeiro, pesquisador do Instituto de Relações Internacio- nais da Universidade de São Paulo (USP) e ex-embaixador do Brasil em Cingapura. Foi assim, diz ele, que o país se transformou numa espécie de Suíça da Ásia em tão pouco tempo. “Para o Brasil ou Pernambuco crescerem nessa velocidade, seria preciso uma revolução nos nossos hábi- tos. Temos sistemas político e legal muito diferentes. Nosso povo foi acos- tumado de outra maneira”, completa. Na Ásia, muitos países seguem a teoria do confucionismo, defendendo que o homem pode atingir a perfeição por meio da educação e trilhando os ensinamentos deixados pelos mais velhos. Forjada nessa filosofia chi- nesa, a ilhota vive um regime de estímulo à punição. De um lado, o país convida os cingapurianos a embarcar em um vertiginoso crescimen- to econômico e desfrutar de um país seguro, com ruas de limpeza impe- cável e que mais parece uma ilha da fantasia. Por outro, limita as liber- dades individuais e coloca rédeas na imprensa. “Empresas de mídia são instituições privadas. Suas opiniões não po- dem interferir na política social, nem ter poder sobre os rumos do país”, defende o diretor do Instituto de Estudos Políticos de Cingapura, Ong Keng Yong. É um controle que também vale para a imprensa internacio- nal. Na chegada ao país, antes de empunhar câmeras e captar imagens, precisamos de autorizações por escrito, necessárias inclusive para espa- ços públicos – de uma prosaica rua a pontos turísticos. O professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilida- de da Universidade de São Paulo (FEA/USP) Gilmar Masiero ressalta a diferença entre os valores asiáticos e ocidentais. “A estrutura mental e or- ganizacional do povo da Ásia é diferente, o conceito de democracia tam- bém. Mas não foi só o fator cultural que estimulou a economia de Cin- gapura. Eles formularam políticas de Estado e de continuidade, planeja- ram suas estratégias de acordo com a conjuntura e executaram o que projetaram”, avalia. Masiero diz que falta ao Brasil planejar, fazer diagnósticos, conhecer as melhores experiências mundiais e qualificar sua elite técnico-burocrá- tica para executar tudo isso. “Precisamos desenvolver a vontade de apren- der, sejam lições dos asiáticos ou que nós mesmos criarmos. O Brasil e Pernambuco têm condições de crescer num ritmo mais acelerado, mas carecem de boas estratégias e de grandes estadistas”, enfatiza.

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uma

regiãosecularm

enteenraizada

nocultivo

dacana-

de-açúcar.Apresença

doporto,localizado

entreosm

unicípiosdoCa-

bode

SantoAgostinho

eIpojuca

(GrandeRecife),não

mudaria

ape-nasa

paisagemcanavieira.Considerado

hojeo

maiorpolo

deinvesti-

mentosdo

Brasil,Suapesim

bolizaa

transiçãoeconôm

icade

Pernam-

buco.O

Estadodeixa

deter

uma

indústriapredom

inantemente

su-croalcooleira

parafigurar

emoutros

setoresde

relevânciaglobal,

aexem

plodo

refinode

petróleoe

daconstrução

naval.A

históriado

ex-canavieiroIzaque

JosédosSantosrealça

osignifica-

dodessa

transformação.“Passeidez

anosdam

inhavida

cortandoca-

na.Aosoitojá

ajudavam

eupaiam

arrandoosfardose

depoisaprendia

trabalharnocorte

mesm

o”,conta,lembrando

querecebia

oequiva-

lentea

R$45

porquinzena.Hoje,Izaqueé

encarregadode

logísticado

EstaleiroAtlântico

Sul(EAS),emSuape,e

temum

saláriode

R$941.

Aconstrução

doPorto

deSuape

foicontroversana

política.Algunsgruposachavam

queo

Estadonão

precisavade

umsegundo

porto.De-poisde

concretizado,oprojeto

acabourecebendo

apoiode

todasasges-tõesao

longodasúltim

astrêsdécadas.Osalto

deinvestim

entospúbli-coscom

eçoua

serpercebidoa

partirde2006,quando

oporto

recebeuR$

102m

ilhões.Emfunção

daescala

dosinvestim

entosanunciados,

ocrescim

entopassou

aserexponencial.“Em

2009o

valoraplicadofoi

deR$

436,6m

ilhõese

paraeste

anojá

estamos

projetandoR$

767,9m

ilhões”,adiantao

secretárioestadualde

Desenvolvimento

Econômi-

co,FernandoBezerra

Coelho.

Oaum

entodos

investimentos

públicosprecisa

serproporcionalao

tamanho

dainfraestrutura

demandada

pelosnegóciosemebulição

nocom

plexo.Osinvestim

entosprivados

jásom

amUS$

17bilhões

evão

crescerquandose

intensificaraatração

deem

presasquecom

plemen-

tama

cadeiaprodutiva

deem

preendimentosestruturadorescom

oesta-

leiro,refinariae

polopetroquím

ico.“A

economia

pernambucana

estáse

diversificandoa

partirdarevita-

lizaçãodo

setorindustrial”,analisa

oeconom

istaJorge

Jatobá,sócio-diretorda

CeplanConsultoria.O

PIBdo

Estado,deR$

63bilhões–

odécim

odo

País–

devealcançarR$

147bilhõesem

2020.Osmunicí-

piosdoentorno

deSuape

devemcrescerem

tornode

7%ao

ano.Para

acompanharo

crescimento

deSuape

estásendo

concluídoum

planodiretor,que

contacom

consultoriainternacionaldo

Portode

Ro-terdã,na

Holanda.Oobjetivo

éplanejaro

desenvolvimento

docom

ple-xo

numhorizonte

de30

anos.Alémdessa

preocupaçãode

anteveras

demandas,o

governocriou

umplano

deinternacionalização

parao

porto.Batizadade

SuapeGlobal,a

propostaé

apresentaraspotenciali-dadesdo

Estadono

exterioreatrairinvestidoresinternacionaispara

fo-m

entarumpolo

fornecedordebense

serviçosparaasindústriasde

pe-tróleo

egás,navale

offshore,assimcom

ofez

Cingapura.“Opovo

per-nam

bucanoprecisa

participardoque

estáacontecendo

emSuape.Não

queremosque

oporto

sejaum

enclaveno

Estado.Vamoslevaro

nome

deSuape

parafora

doBrasil,m

astambém

precisamosolharpara

den-tro,porque

noporto

estãoas

oportunidadesque

aspessoas

esperam”,

ponderao

governadordePernam

buco,EduardoCam

pos.

No

mapa-m

úndielaé

quaseim

perceptível.Nom

undodosne-

gócios,superlativa.Pobreem

recursosnaturais,masdona

deum

dosm

aioresProduto

InternoBruto

(PIB)per

capitado

planeta.Cosmopolita

e,aom

esmo

tempo,enraizada

nastra-diçõesculturais.Assim

éCingapura,apequena

ilhadepescadoresdo

su-deste

asiáticoque

venceua

miséria

ese

transformou

numim

portantecentro

financeiroe

industrial.Localizadano

Estreitode

Málaca,que

faza

ligaçãoentreo

Marda

Chinaeo

OceanoÍndico,a

cidade-Estadoépas-

sagemobrigatória

entrea

Europae

aÁsia.E

foipelom

arqueopaísen-

controuo

caminho

parao

desenvolvimento

econômico,aproveitando

aposição

geográficapara

exercitarsuavocação

deentreposto

comercial.

Depoisdaindependência,conquistada

em1963,oscingapurianosher-

daramdoscolonizadoresinglesesum

portoorganizado.A

estruturapare-

ceonipresente

nailha,com

navioseguindastesfazendo

parteda

paisa-gem

ese

misturando

aum

aarquitetura

urbanafuturista.O

complexo

portuárioostenta

am

aiorm

ovimentação

decontêineres

dom

undo,um

acarga

equivalentea

1,2bilhão

detoneladasanuais.Sua

geografiaprivilegiada

aindacoloca

Cingapuraem

destaquenasindústriasdecons-trução

ereparação

navaledo

refinode

petróleo.O

paísmultiétnico

–habitado

porchineses,indianos,malaiose

indo-nésios–

também

abrigaestrangeirosdo

mundo

inteiro,quedesembarca-

ramna

ilhacom

asempresasinternacionaisque

ogoverno

fazquestão

deatrair.Taxa

dedesem

pregode

3%,m

ãode

obraqualificada,educa-

çãoe

saúdede

qualidadee

baixacarga

tributáriasão

apenasalgunsdosfatoresque

explicamporque

acidade-Estado

temum

dosmelhoresam

-bientesde

negóciosdom

undo.Se

tudoparece

nolugar,é

graçasàforte

interferênciaestatal.O

mes-

mo

grupopolítico

estáno

poderdesdea

décadade

60.Hojeocupando

ocargo

de“m

inistrom

entor”,LeeKuan

Yewpassou

47anoscapitanean-

doo

país.Foiprimeiro-m

inistroe

ministro

sênioraté

cedera

cadeira,em

2004,paraserocupada

porseufilho

LeeHsien

Loong.

“LeeKuanYew

comandou

opaíscom

oquem

dirigeum

colégiointer-

no,dandopeteleco

nasorelhas

doscingapurianos.Ele

diziaque

ailha

eraum

anação

detrabalhadoresbraçaise,se

quisessealcançaro

pata-m

ardeum

paísdesenvolvido,precisavacom

eçaraprendendoa

nãocus-

pirna

rua,não

jogarpapel

nochão

erespeitar

ovizinho”,

analisaAm

auryPorto

Ribeiro,pesquisadordo

Institutode

RelaçõesInternacio-naisda

Universidadede

SãoPaulo

(USP)e

ex-embaixadordo

BrasilemCingapura.Foiassim

,dizele,que

opaís

setransform

ounum

aespécie

deSuíça

daÁsia

emtão

poucotem

po.“Parao

BrasilouPernam

bucocrescerem

nessavelocidade,seria

precisoum

arevolução

nosnossoshábi-tos.Tem

ossistemaspolítico

elegalmuito

diferentes.Nossopovo

foiacos-tum

adode

outram

aneira”,completa.

NaÁsia,m

uitospaísesseguema

teoriado

confucionismo,defendendo

queohom

empodeatingira

perfeiçãoporm

eioda

educaçãoetrilhando

osensinamentosdeixadospelosm

aisvelhos.Forjadanessa

filosofiachi-

nesa,ailhota

viveum

regime

deestím

uloà

punição.Deum

lado,opaísconvida

oscingapurianosaem

barcaremum

vertiginosocrescim

en-to

econômico

edesfrutarde

umpaísseguro,com

ruasdelim

pezaim

pe-cávele

quem

aispareceum

ailha

dafantasia.Poroutro,lim

itaasliber-

dadesindividuaisecoloca

rédeasnaim

prensa.“Em

presasdem

ídiasão

instituiçõesprivadas.Suasopiniões

nãopo-

deminterferirna

políticasocial,nem

terpodersobreosrum

osdopaís”,

defendeo

diretordo

Institutode

EstudosPolíticos

deCingapura,Ong

KengYong.É

umcontrolequetam

bémvalepara

aim

prensainternacio-

nal.Nachegada

aopaís,antesde

empunharcâm

erasecaptarim

agens,precisam

osde

autorizaçõespor

escrito,necessáriasinclusive

paraespa-

çospúblicos–de

uma

prosaicarua

apontosturísticos.

Oprofessorda

Faculdadede

Economia,Adm

inistraçãoe

Contabilida-de

daUniversidade

deSão

Paulo(FEA/USP)

Gilmar

Masiero

ressaltaa

diferençaentreosvaloresasiáticoseocidentais.“A

estruturam

entaleor-ganizacionaldo

povoda

Ásiaé

diferente,oconceito

dedem

ocraciatam

-bém

.Masnão

foisóo

fatorculturalqueestim

uloua

economia

deCin-

gapura.Elesformularam

políticasdeEstado

ede

continuidade,planeja-ram

suasestratégias

deacordo

coma

conjunturae

executaramo

queprojetaram

”,avalia.M

asierodiz

quefalta

aoBrasilplanejar,fazer

diagnósticos,conhecerasm

elhoresexperiênciasmundiaisequalificarsua

elitetécnico-burocrá-tica

paraexecutartudo

isso.“Precisamosdesenvolvera

vontadedeapren-der,sejam

liçõesdosasiáticos

ouque

nósmesm

oscriarmos.O

BrasilePernam

bucotêm

condiçõesde

crescernum

ritmo

mais

acelerado,mas

carecemde

boasestratégiasede

grandesestadistas”,enfatiza.