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ApresentaçãO Para DéCimo Ano, Aula 127 128 (Do 10.º 4.ª E 5.ª)

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Em «Correspondência Urgente», temos o «homem gordo e flácido», que se mostra irascível com os outros, julgando ser poderoso, mas que, afinal, está na ignorância da sua verdadeira situação.

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Não considerando uma enfermeira, mera figurante, a personagem feminina chama-se Joana e é secretária do tal «Senhor Doutor». O seu drama vem de ser ela que concretiza/executa a mentira. Quem tem o verdadeiro poder é o sobrinho do «poderoso», que aliás é «um bom homem».

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Em «Havia Sol na Praia», o protagonista é o Fadista, que os outros tentam expulsar do ambiente a que está habituado, a praça. Ainda que de modo pouco agressivo, vai sempre resistindo à perseguição que lhe é movida por uma espécie de personagem colectiva, toda a localidade.

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Essa perseguição consiste na tentativa de o controlarem / enquadrarem / domesticarem, de modo a que não ofenda as aparências / os costumes, até que acaba mesmo por se enforcar / matar.

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Em «Correspondência Urgente», o narrador é não participante, mas, apesar do uso da 3.ª pessoa, percebemos que há uma focalização do relato na personagem Joana.

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Em «Havia Sol na Praça», o narrador é participante, mas não é personagem principal, tem um papel de testemunha. A sua profissão é de funcionário de repartição / funcionário público. No final, dialoga com o director do asilo (personagem secundária ou, sobretudo, elemento da já mencionada personagem colectiva), que acaba por ser o informador do desfecho da história.

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Em «Correspondência Urgente», tudo parece confinado a uma casa luxuosa, que é o cenário da encenação / mentira em que se enredou a personagem feminina. Há depois, o escritório, espaço que corresponde ao verdadeiro poder. Em nenhum dos espaços Joana se sente bem.

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Em «Havia Sol na Praça», além da praça, conotável com a liberdade (é onde há sol e onde o Fadista se sentia bem), temos o café (lugar das novidades, identificável também como o espaço dos que intervêm na cidade, dos que têm poder) e o asilo (que simboliza a opressão).

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Há uma personagem masculina com temperamento autoritário e que se sente perseguida por todos os que o rodeiam, que é Giacinto. Os outros conspiram contra ele, mas ele também os ataca, não se chegando, porém, a um resultado que favoreça uma das partes.

Diga-se ainda que também há uma personagem um pouco à parte do confronto dos dois pólos, e sua vítima, que é a miúda. Só talvez esta última personagem não seja propriamente uma personagem-tipo, todas as outras o são.

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Não há narrador (nem voz off que faça o seu papel). Podemos dizer que, em muitos momentos, há focalização na personagem Giacinto, já que quase seguimos as peripécias através do seu olhar.

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A barraca (e o terreno em redor) é o espaço em que tudo se centra. Como acontece com o outro espaço-protagonista dos contos que vimos — a praça —, o território é disputado e, ainda que a conclusão da história fique em aberto, há como um entrincheiramento de toda aquela família (e até já de outros) naquele espaço que começa a ser inverosímil. Sentimos que a cidade, os prédios vão engolir o bairro de lata.

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Conheces as peripécias que envolveram os amores de Pedro e Inês, por o ano passado teres estudado o episódio que lhes consagra Os Lusíadas. O conto «Teorema» (pp. 292-294), de Herberto Helder, aproveita o mesma tema, usando um narrador de 1.ª pessoa, isto é, um narrador participante. Esta personagem é Pêro Coelho, um dos «carrascos» de Inês (os outros foram Afonso Gonçalves, também castigado por D. Pedro, e Diogo Lopes Pacheco, que conseguiu escapar, exilando-se em Aragão e, depois, em França).

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A narrativa passa-se na cidade de Santarém, onde, efectivamente, estava a corte quando Pedro se vingou de Coelho e de Gonçalves. Porém, há várias incongruências temporais: a estátua de Sá da Bandeira, que hoje existe em Santarém, não estava construída no século XIV (o Marquês é do século XIX). Outras impossibilidades (que dão a esta glosa do episódio um certo surrealismo): estilo manuelino; buzinas de automóveis; narrador a referir o seu coração arrancado; ...

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