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28 [database/crm] Cadu Lemos MITOS E VERDADES SOBRE CRM Q uem não se lembra de ter lido ou ou- vido falar que o cinema acabaria depois da invenção da televisão? Ou ainda que não haveria mercado para mais do que dois ou três computadores? Pior, o mercado de computadores pessoais era uma utopia? Lembra destes visionários que, usando de suas autoridades em determinados cam- pos falavam o que queriam e ninguém con- testava? Pois é, o contrário também é verdade. Quem no nosso mercado, não ouviu falar que o CRM seria o grande movimento inexorável, inevitável e incontestável de definição nos relacionamentos com clientes? Você está vendo isto acontecer? Pense bem antes de responder e, em caso da dúvida persistir, continue a ler este artigo. Para não cometer nenhuma injustiça, com raras exceções, o que venho acompa- nhando são movimentos espasmódicos, reativos e inconsistentes. Aliás, a única coisa consistente quando se fala de CRM é a inconsistência que cerca este assunto. As empresas gastam muitos milhares (às vezes milhões) de dólares em software, integração e implementação e não conseguem fazer a coisa acontecer de forma adequada. Apesar disso, o prognóstico de investimentos em CRM é extremamente otimista. Vai cres- cer muito nos próximos anos, segundo os es- pecialistas. Isto se transforma num interessante di- lema: porque as empresas continuam a se atirar de cabeça em projetos de CRM quando sabem que seus colegas e concorrentes po- dem estar com problemas? E porque os consultores e especialistas continuam a exaltar as virtudes e benefícios do CRM (leia-se ROI, retorno sobre o investi- mento) quando vários dos clientes deles mes- mos não estão alcançando os resultados de- sejados? Após uma intensa pesquisa e leitura de diversos artigos que abordam este mesmo tema de mitos e verdades no CRM, divido com vocês alguns dos mitos que mais freqüen- temente ocupam os imaginários dos profissi- onais de marketing, tecnologia e gestão do mundo corporativo hoje. Na minha visão, se resumem fundamentalmente a três. Como diz Leonardo Boff, ponto de vista é a vista a par- tir de um ponto. Vamos a alguns deles: Mito 1: CRM é software Esse é fogo. É por pensamentos como este que a maioria das empresas entra em fria quando se fala de CRM. É muito mais do que software. É estratégia de negócios, é filo- sofia, é prática. De forma bem simples, CRM é uma ferramenta que ajuda as empresas a gerenciar suas relações com os clientes tra- zendo valor para o negócio e também para os clientes certos. Parafraseando George Orwell no brilhante “Revolução dos Bichos”: Todos os clientes são iguais, mas alguns clientes são mais iguais que os outros. CRM ajuda a gerenciar de forma mais rápida as interações com os clientes, consoli- dar informações do cliente com fins de análi- se e projeção, transformar enormes quanti- dades de dados em informação através de abordagens analíticas inteligentes e o uso adequado de datamining. Em outras palavras, o software de CRM é realmente um conjunto de aplicativos que gerenciam dados e Deus queira (tem hora que não tem jeito, tem que apelar para Ele mes- mo), conhecimento sobre seus clientes.

Artigo Abemd parte 1

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Artigo publicado na revista da Associação Brasileira de Marketing Direto. Discorre principalmente sobre o equívoco cometido pela grande maioria das empresas com relação à implementação de seus programas de fidelidade.

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28 [database/crm]

Cadu Lemos

MITOS E VERDADESSOBRE CRM

Q uem não se lembra de ter lido ou ou-vido falar que o cinema acabaria depois dainvenção da televisão?

Ou ainda que não haveria mercado paramais do que dois ou três computadores? Pior,o mercado de computadores pessoais era umautopia?

Lembra destes visionários que, usandode suas autoridades em determinados cam-pos falavam o que queriam e ninguém con-testava?

Pois é, o contrário também é verdade.Quem no nosso mercado, não ouviu falar queo CRM seria o grande movimento inexorável,inevitável e incontestável de definição nosrelacionamentos com clientes?

Você está vendo isto acontecer?Pense bem antes de responder e, em

caso da dúvida persistir, continue a ler esteartigo.

Para não cometer nenhuma injustiça,com raras exceções, o que venho acompa-nhando são movimentos espasmódicos,reativos e inconsistentes.

Aliás, a única coisa consistente quandose fala de CRM é a inconsistência que cercaeste assunto.

As empresas gastam muitos milhares (àsvezes milhões) de dólares em software,integração e implementação e não conseguemfazer a coisa acontecer de forma adequada.Apesar disso, o prognóstico de investimentosem CRM é extremamente otimista. Vai cres-cer muito nos próximos anos, segundo os es-pecialistas.

Isto se transforma num interessante di-lema: porque as empresas continuam a seatirar de cabeça em projetos de CRM quandosabem que seus colegas e concorrentes po-dem estar com problemas?

E porque os consultores e especialistas

continuam a exaltar as virtudes e benefíciosdo CRM (leia-se ROI, retorno sobre o investi-mento) quando vários dos clientes deles mes-mos não estão alcançando os resultados de-sejados?

Após uma intensa pesquisa e leitura dediversos artigos que abordam este mesmotema de mitos e verdades no CRM, divido comvocês alguns dos mitos que mais freqüen-temente ocupam os imaginários dos profissi-onais de marketing, tecnologia e gestão domundo corporativo hoje. Na minha visão, seresumem fundamentalmente a três. Como dizLeonardo Boff, ponto de vista é a vista a par-tir de um ponto. Vamos a alguns deles:

Mito 1: CRM é softwareEsse é fogo. É por pensamentos como

este que a maioria das empresas entra emfria quando se fala de CRM. É muito mais doque software. É estratégia de negócios, é filo-sofia, é prática. De forma bem simples, CRMé uma ferramenta que ajuda as empresas agerenciar suas relações com os clientes tra-zendo valor para o negócio e também para osclientes certos. Parafraseando George Orwellno brilhante “Revolução dos Bichos”:

Todos os clientes são iguais, mas algunsclientes são mais iguais que os outros.

CRM ajuda a gerenciar de forma maisrápida as interações com os clientes, consoli-dar informações do cliente com fins de análi-se e projeção, transformar enormes quanti-dades de dados em informação através deabordagens analíticas inteligentes e o usoadequado de datamining.

Em outras palavras, o software de CRMé realmente um conjunto de aplicativos quegerenciam dados e Deus queira (tem hora quenão tem jeito, tem que apelar para Ele mes-mo), conhecimento sobre seus clientes.