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(Aula da Profª Lina Sue Matsumoto 2010) 1

AULA OSCAR GONÇALVES I - Profª Lina - 2010

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Aula sobre Construtivismo, baseado no capítulo "Os fundamentos de uma psicologia narrativa" (GONÇALVES, O. Psicoterapia Cognitiva Narrativa: um manual de terapia breve. Campinas: Editorial Psy, 1998, capítulo 2)

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PSICOTERAPIA COGNITIVA Gonçalves, O. Psicoterapia Cognitiva

Narrativa: Manual de Terapia Breve. Campinas:Editorial Psy. 1998

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Ao procurar apresentar-se como alternativa aos modelos racionalistas e mecanicistas dominantes na psicologia no decurso do último século, a psicologia narrativa obriga à redefinição de grande parte dos seus pressupostos epistemológicos.

Esta epistemologia é, em nossa opinião, resultante da quadratura alicerçada em quatro conceitos centrais: existência, significação, narrativa e cultura.

Rev. cognitiva (anos 50) tentar recuperar como programa prioritário da psicologia o esclarecimento acerca das estruturas, processos e conteúdos envolvidos na construção do conhecimento

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Em torno deste conceito, organiza-se uma malha de quatro pressupostos:

1. Existência como conhecimento;

2. Conhecimento como hermenêutica;

3. Hermenêutica como discurso narrativo;

4. Discurso narrativo como cultura.

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Psicólogos estudos dos processos de construção de conhecimento = processo de construção ativa.

O conhecimento passa a ser indissociável da própria existência (conhecimento = experiência).

Objeto da psicologia da sua localização essencialistae intrapsíquica habitual = contexto da experiência do indivíduo.

Todos os seres conhecem, reconhecem, transformam e transformam-se no decurso de sua existência.

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Conhecimento surge aqui visto numa perspectiva muito mais global, não no sentido das representações do mundo “lá fora” mas como um processo contínuo de construção do mundo através da própria vida.

Trata-se de uma passagem da visão estritamente epistemológica que tem caracterizado o cognitivismo, para uma visão existencial.

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Todo conhecimento (e por implicação, toda existência) tem uma natureza inerentemente hermenêutica.

Hermenêutica interpretação textos sagrados (leis).

Psicanálise à interpretação do discurso individual = interpretar ou levar a que o indivíduo interprete baseado em pressupostos essencialistas (apriorísticos).

Gadamer A função hermenêutica da existência é essencialmente criativa e libertadora para a produção de significações múltiplas.

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Assim, compreender o comportamento humano é compreender os sistemas interpretativos utilizados pelos sujeitos no sentido de expandir e dar significado às suas experiências.

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Subjetividade hermenêutica necessidade psicológica de dar ordem, sentido e coerência à experiência.

As ciências e as artes evoluem para o reconhecimento de que vivemos hoje, não no UNIVERSO mas num MULTIVERSO (MULTIRREALIDADE).

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O conhecimento é indissociável da existência.

Existência e conhecimento vão se organizando no indivíduo, num processo hermenêutico de construção de significados.

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Piaget primeiros construtivistas.

A lógica assume o papel de organizador fundamental.

Os psicólogos entusiasmados com a hipótese de uma formalização matemática do pensamento.

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1ª Revolução Cognitiva hermenêutica digitalizada da psicologia = nova metáfora = computador.

Mas, essa hermenêutica começa a falhar quando procuramos aplicá-la à forma como os seres humanos vão construindo significações sobre a sua própria vida.

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“...nos aspectos mais diversificados da vida, o sujeito faz essencialmente apelo a aspectos de natureza experiencial, comportando-se de modo contrário àquilo que a lógica ditaria...”

A multiplicidade de significados só é possível graças ao poder criativo e múltiplo da linguagem e do discurso humano.

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É na linguagem que se constrói o significado.

A linguagem e o discurso constituem meios e fins do processo de significação e conhecimento humano por si só, e não unicamente como reveladores de uma realidade essencial que lhes pré-existe.

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A linguagem fenômeno psicológico de 1ª ordem = elemento verdadeiramente fundacional da experiência.

Não com o papel “extra-adicional” que a psicologia lhe tem reservado.

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Neste sentido, a narrativa não é algo que escolhemos

fazer, mas algo que somos, e, como o ser não é

dissociável do conhecer, a narrativa é também aquilo

que conhecemos.

Tal como a vida, a narrativa é inerentemente aberta e

multipotencial, abrindo-nos para uma multirrealidade e

multirracionalidade.

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As narrativas não podem ser vistas como originando-se e fechando-se no próprio indivíduo, em sistema de exclusividade autopoiética.

Discurso Narrativo elemento fundamental da existência = A narrativa não é um ato mental individual, mas uma produção discursiva de natureza interpessoal.

Natureza inerentemente dialógica do conhecimento = Toda a narrativa, como todo o conhecimento, é localizada contextualmente.

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Os significados só fazem sentido quando localizados no espaço e no tempo e, portanto, no contexto interpessoal que os enquadra.

As narrativas são assim formas de significação que operam num contexto dialógico, situando-se no espaço da interindividualidade.

São as narrativas que são sentido à existência, tornando a experiência comum, uma vez que, no ser humano, dar sentido é sobretudo tornar comum.

Sou tanto mais autor quanto menos idêntico.

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