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N° 02 JULHO 2009 ANO 1 CIPNews Coluna da Indústria A produtividade dos processos e os resultados do E&P Robô Ambiental Híbrido auxiliará estudos científicos na Amazônia INOVAÇÃO COMO CHAVE PARA O SUCESSO www.labceo.uff.br/cip

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N° 02 JULHO 2009 ANO 1 CIPNews

Coluna da Indústria A produtividade dos processos e os resultados do E&P Robô Ambiental Híbrido auxiliará estudos científicos na Amazônia

INOVAÇÃO COMO CHAVE PARA O SUCESSO

www.labceo.uff.br/cip

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ÍNDICE

PÁGINAS TEMA TÍTULO3 COLUNA DA UNIVERSIDADE História da Política de Inovação da Universidade Federal

Fluminense

6 COLUNA DA INDÚSTRIA A produtividade dos processos e os resultados do E&P

8 COLUNA DA INDÚSTRIA Robô Ambiental Híbrido auxiliará estudos científicos na Amazônia

10 CIP BLOG Enterrar CO2 ganha destaque no G-8

12 CIP BLOG Projeto Cearense Prevê Energia a Partir de Microalgas

REALIZAÇÃO

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História da Política de Inovação da Universidade Federal Fluminense

Por Fabiana Rodrigues Leta

Diretora Agir - Agência Inovadora da UFF

A partir da década de 1990 iniciativas na área da inovação começaram a tomar vulto na UFF, com vistas a torná-la um ator mais par-

ticipativo no desenvolvimento econômico regional com a criação de empresas juniores, da Incubadora de Empresas (IEBTUFF), do Escritório de Transfer-ência de Conhecimento (Etco) e de um programa integrado de empreendedorismo e inovação. O Etco responsabiliza-se atualmente por 14 pedidos de patentes em diferentes áreas do conhecimento. A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPP) é o órgão central responsável pela coordenação e supervisão das atividades de pesquisa e pós-gradu-ação na UFF. Em 2004, criou-se a Coordenadoria de Projetos Científicos e Tecnológicos – CPCT, com a fi-nalidade de articular o sistema de apoio à inovação e estimular o desenvolvimento de novos projetos científicos e tecnológicos na universidade. À CPCT encontravam-se vinculados a IEBTUFF e o Etco. A CPCT busca a articulação dos diversos núcleos voltados para disseminação da cultura inovadora e empreendedora, tais como: Incubadora de Empresas de Base Tecnológica, Escritório de Transferência de Conhecimento, o Laboratório Initiä de Inovação e Em-preendedorismo, Assessoria de Inovação, o Núcleo de Estudos em Inovação, Conhecimento e Trabalho, dentre outros. Estes núcleos vêm norteando ao lon-go dos anos a política de inovação da universidade. A partir de 2006, a CPCT tem seus objetivos e ações reformulados e ampliados, passando a atuar como um embrião da Agência de Inovação da Universi-dade Federal Fluminense. Desde então a CPCT vem buscando, em conjunto com os diversos agentes de inovação da universidade, realizar discussões sobre a política de estímulo à Inovação da UFF. Em 2007 cria-se a Assessoria de Políticas de Inova-ção, vinculada ao Gabinete do Reitor com a finali-dade de ser mais uma instância de apoio à dissemi-nação da cultura inovadora e empreendedora, que vem discutindo a política da universidade no que tange à inovação, empreendedorismo e transferên-

Os primeiros passos na UFF para a regulamentação de atividades de proteção e transferência do conhe-cimento gerado nas instituições científicas e tecnológicas e o fortalecimento da cultura empreendedora.

“A Agência de Inovação da UFF (Agir) tem por finalidade coordenar, articular e propor a política e ações de estímulo à inovação da Universidade Federal Flu-

minense.”

cia de conhecimento. Esta assessoria passa a fortal-ecer as ações da universidade sobre o tema inova-ção, organizando neste mesmo ano o “Seminário Internacional Universidade, Empreendedorismo e Inovação”, que contou com a discussão de temas tais como: Empreendedorismo e Inovação na Uni-versidade; A Gestão da Inovação na Universidade; A Universidade Empreendedora na Economia do Conhecimento; Empreendedorismo Inovador nos Bancos; Competitividade, capacitação tecnológi-ca e inovação incremental: o papel da univer-sidade; Excelência acadêmica & Mercado: Círculo Virtuoso?; Empreendedorismo e Inovação na UFF. O reconhecimento da importância da inovação também é notório, quando da inclusão deste tema no Plano de Desenvolvimento Institucio-nal da UFF em 2007, sendo que no PDI/2009 al-gumas das metas a serem desenvolvidas no

âmbito da Agência de Inovação da Universidade Fed-eral Fluminense já se encontram apoiadas através do então denominado Núcleo UFF Inovação.

Na CPCT há uma Agência de Inova-ção da Universidade Federal Fluminense, além do preconizado pela Lei da Inovação. A Lei da Inovação surge com um propósito bem mais amplo do que o manifestado pela Lei da Pro-priedade Industrial. A partir do pressuposto de quem inova é a empresa e de que a inovação se dá de forma sistêmica, a Lei da Inovação vem com a finalidade de (expressa em seu Artigo 1) “estabel-ecer medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com

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vistas à capacitação e ao alcance da autonomia tec-nológica e ao desenvolvimento industrial do País, nos termos dos Artigos 218 e 219 da Constituição” A CPCT, embrião da Agência de Inovação da Univer-sidade Federal Fluminense é responsável pelo Etco, que tem por função básica assegurar a proteção do conhecimento gerado na universidade, que é estabelecido pela Lei da Inovação. Considerando, ainda, as premissas acima citadas de incentivar a inovação buscando o desenvolvimento da socie-dade, a partir de novas tecnologias e processos, a reestruturação da CPCT como a Agência de Inova-ção da UFF passa a ser mais do que uma simples proposta, mas torna-se uma ação necessária para uma universidade progressista e inovadora, como se espera da Universidade Federal Fluminense. A Agência de Inovação da UFF (Agir) tem por finalidade coordenar, articular e pro-por a política e ações de estímulo à inova-ção da Universidade Federal Fluminense.

A Agir é composta por: Direção; Assessoria de Inova-ção; Fórum de Agentes de Inovação; Assistente de Inovação; Escritório de Transferência de Conheci-mento (Etco) e Incubadora de Empresas da UFF/Lab-oratório Initia de Inovação e Empreendedorismo. As atividades básicas da Agência de Inovação da Uni-versidade Federal Fluminense consistem em Articula-ção Acadêmica; Capacitação e Difusão; Transferência de Conhecimento e Articulação com o Setor Produtivo:

• Estimular, assessorar e dar consultoria (in-terna e externa) ao desenvolvimento de projetos e produtos para o atendimento das disposições da Lei de Inovação.

• Propor aos órgãos superiores da Universi-dade uma política de inovação e subsidiar as suas discussões.

• SubmeteraosórgãossuperioresdaUniversi-dade o plano de ação anual.

• Apoiar as atividades de ensino, pesquisa eextensão desenvolvidas por meio de disciplinas, cursos e eventos realizados pela UFF no âmbito da inovação. • Cadastrar todasasatividadesdedicadasaoEmpreendedorismo e Inovação desenvolvidas pela UFF, para fins de acompanhamento e fornecimento de informações a órgãos internos e externos, inclu-sive para relatórios institucionais e sistemas de cus-tos.

• Promover atividades de sensibilização, ori-entação e capacitação de docentes, técnico-ad-ministrativos e demais interessados na proteção do conhecimento e na apropriação dos benefícios co-merciais advindos da Lei de Inovação, em comum acordo com as instâncias envolvidas.

• Buscar a captaçãode recursos para desen-volvimento de atividade de PD&I através da elabo-ração de projetos a serem submetidos às agências de fomento e de planos de negócios a serem sub-metidos aos investidores institucionais.

• AtuaremparceriacomoutrasICTseempre-sas, no espírito da Hélice Tríplice de relações entre o setor gerador de conhecimento, o governo e o setor produtivo.

• Participarderededenúcleoscongêneres.

• Apoiarasatividadesrelacionadasdosagen-tes de inovação da universidade, em especial do Etco, das Empresas Juniores e da Incubadora de Em-presas.

• Promover ações que atendam às políticasdefinidas pelo Fórum de Agentes de Inovação, bus-cando articular as diversas áreas do conhecimento da Universidade. A Agir promoverá, em 2009, um “Ciclo de Semi-nários sobre Inovação: Oportunidades e Desa-fios”, que objetiva articular o sistema de inovação científica e tecnológica da universidade, visando à difusão e promoção de parcerias internas e ex-ternas para atendimento a demandas regionais e nacionais no âmbito de pesquisas científicas e tecnológicas de caráter inovador. O evento terá as seguintes atividades: Mostra de Inovação e Mini-curso: “Aprenda a proteger seu conhecimento” na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, Work-shops de Gestão da Inovação, Seminário Interdis-ciplinar de Estímulo à Inovação e Seminário Uni-

“Na CPCT há uma Agência de Inovação da Universidade Federal Fluminense,

além do preconizado pela Lei da Inova-ção.“

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Marilena Juncá Trindade, Fabiana Rodrigues Leta e Patrícia Dias White

versidade, Inovação e Desenvolvimento Regional.

EQUIPE DA AGIR Profº Fabiana Rodrigues Leta – [email protected]

Prof. José Manoel Carvalho de Mello - Assessor de Inovação [email protected]

Marilena Juncá Trindade – Assistente Técnico de Inovação [email protected] 2629.5103

Patrícia Dias White - Assistente Técnico de Inovação patrí[email protected] 2629.5103

Prof. Sérgio José Mecena da Silva FilhoCoordenador Acadêmico da Incubadora de Em-presas da UFF – Laboratório Initiä de Inovação e [email protected]

Maria Helena Teixeira da Silva Gomes Diretora do Etco – Escritório de Transferência do [email protected]

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O Brasil vem experimentando profundas transformações no setor petróleo desde as

primeiras descobertas. A história da Petrobras se confunde com a do setor petróleo no Brasil até o final da década de 90 e sempre esteve intimamente ligada aos grandes desafios que surgiram ao longo da sua existência. Estes desafios foram sempre superados com uma postura arrojada que teve por base a inovação e o pioneirismo. Grandes objetivos foram alcançados, com destaque para a primeira descoberta no mar, em 1968, o campo de Guaricema, no litoral de Sergipe; a descoberta do campo de Garoupa, na Bacia de Campos em 1974; as descobertas de campos gigantes em águas profundas e ultra profundas, como Albacora, Marlim e Roncador, nas décadas de 80 e 90 e, por

profundas em todo o mundo. As inovações tecnológicas e os ganhos de produtividade foram os fatores chave na obtenção destes resultados que projetaram a Petrobras no cenário internacional.A produtividade assume neste contexto um papel preponderante contribuindo para melhorar o entendimento dos processos e os resultados da empresa. O aumento da produtividade e a melhoria contínua dos processos são pilares do crescimento sustentável de uma corporação.

Conceitualmente, produtividade pode ser entendida como a relação entre o resultado de um processo (em termos de quantidade, qualidade e valor) e o esforço empregado para obtê-lo (recursos físicos, financeiros, humanos, tecnológicos, etc). Ela se baseia na relação entre eficácia (capacidade de realizar objetivos) e eficiência (capacidade de utilizar racionalmente os recursos). Ao melhorar a produtividade pretende-se aumentar o volume, o valor ou a qualidade do resultado consumindo menos recursos.

Em uma corporação, os gerentes cuidam de processos e para que suas ações e decisões sejam bem sucedidas é primordial que eles entendam e percebam clara e corretamente cada um dos fatores que determinam a qualidade dos resultados dos processos sob sua gestão.

A atenção dos gestores deve estar equilibrada entre os processos sob sua gestão e os resultados que eles propiciam. Qualquer desequilíbrio

fim, a descoberta de óleo nos reservatórios do Pré-Sal ocorrida recentemente.Essa busca incessante pela superação dos desafios resultou na produção de volumes de óleo e gás cada vez maiores em águas cada vez mais profundas, tornando a Petrobras líder absoluta, respondendo hoje por 23% de toda a atividade de exploração e produção de petróleo em águas

A produtividade dos processos e os resultados do E&P

Por Hugo Repsold Júnior Gerente Geral

PETROBRAS - E&P Corporativo / EGP

“A produtividade assume neste contexto um

papel preponderante contribuindo para

melhorar o entendimento dos processos e os

resultados da empresa.”

P-50 - A plataforma que garantiu a auto-suficência brasileira de Petróleo

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neste sentido causa impactos que se propagam por toda a organização levando inevitavelmente a ineficiências e a perdas de produtividade.

Quando os gestores de uma corporação não compreendem ou não percebem claramente quanto custa e quais os recursos adicionais necessários para produzir uma unidade adicional de lucro, eles tendem a buscar uma unidade adicional de produção. Desta forma, o foco de atenção se desvia para a maximização da quantidade do produto final e, nem sempre isto é a melhor alternativa para a empresa, uma vez que, a partir de determinado ponto, o aumento do volume de produção, não compensa os aumentos dos custos ou recursos utilizados, gerando uma diminuição do resultado global da organização.

A gestão com foco na produtividade explicita a relação acima. Ela promove, em primeiro lugar, a identificação, mapeamento e análise dos processos de modo a dar total transparência a eles. Além disso, proporciona mecanismos e sistemáticas de medição e apuração da sua eficiência e eficácia.

A partir daí, se obtém os ganhos de produtividade, que advêm principalmente do conhecimento, da transparência e da governança dos processos de uma

empresa e da identificação clara de cada uma de suas etapas e do seu valor agregado. Em toda organização, há processos cujo valor agregado é menor, como também há outros onde há grandes restrições que determinam o rendimento e o desempenho de toda a cadeia produtiva.

Neste contexto, a empresa deve ser vista como um organismo vivo dinâmico e em constante evolução, inserido num mercado, interagindo com fornecedores, clientes, governos e sociedade. A dinâmica corporativa irá levar à melhoria contínua na medida em que a empresa se transformar interna e externamente. A melhoria ainda é obtida quando todos os que direta ou indiretamente suportam suas operações também evoluírem. Os ganhos de produtividade se propagam e multiplicam

“ A atenção dos gestores deve estar equilibrada entre os processos sob sua gestão e os resultados que eles

propiciam.”

os resultados de todos os envolvidos com a sua produção.

Considerando as questões conceituais descritas acima e as especificidades da produção de petróleo e gás natural, entendemos que o aumento de produtividade deve ser obtido através da introdução da cultura de melhoria contínua, que leva ao aumento gradativo da produtividade nos processos e da introdução de inovações, que proporciona grandes saltos na produtividade.

A parceria entre a área de exploração e produção da Petrobras e a UFF, no que diz respeito aos trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Inovação e Produtividade (CIP) está fundamentada nestes conceitos. Entendemos que as metodologias, ferramentas e soluções desenvolvidas pela Universidade Federal Fluminense (UFF) em conjunto com nosso corpo técnico, possibilitarão alcançarmos os objetivos acima descritos.

Os trabalhos desenvolvidos no CIP visam suportar a Gestão por Processos que é uma Iniciativa Estratégica do E&P. As principais questões a serem tratadas são o aumento da produtividade dos processos do E&P através da melhoria contínua e inovação nos processos, a gestão do conhecimento como meio para manutenção e disseminação do conhecimento e uma sistemática que possibilite a avaliação do desempenho do E&P considerando os resultados estratégicos alinhados aos processos que o suportam.

A união de esforços e competências existentes entre a área de E&P da Petrobras e a Universidade Federal Fluminense refletem a disposição de buscar continuamente utilizar os melhores recursos disponíveis para o alcance dos objetivos estratégicos do E&P através da gestão de processos mais robustos e em constante melhoria.

“Quando os gestores de uma corporação não compreendem ou não percebem claramente quanto custa e quais os

recursos adicionais necessários para produzir uma unidade adicional de

lucro, eles tendem a buscar uma unidade adicional de produção”

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Robô Ambiental Híbrido auxiliará estudos científicos na Amazônia

Por Ney Robinson Salvi dos Reis

Engenheiro de Equipamentos Senior e Coordenador do laboratório de Robotica Petrobras

Em breve, pesquisadores da Região Amazônica poderão con-tar com a ajuda de um assistente

feito de materiais compostos, acrílico e ligas de metal leve. É o Robô Ambi-ental Híbrido, criado pelo Laboratório de Robótica do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da PETROBRAS – CENPES, cujo projetos e protótipos já são considerados exemplos do desenvolvimento do design nacio-nal por suas soluções estéticas e de funcionalidade tanto para atividades submarinas como, mais recente-mente para aplicações em regiões ribeirinhas da Floresta Amazônica.

O Robô Ambiental Híbrido integra uma das linhas de pesquisa do projeto Cognitus (Ferramentas Cognitivas para Amazônia), que propõe a criação de novos conceitos e tecnologias em monitora-mento ambiental para entender os fenômenos complexos da região. Adotando uma forma dife-rente de observação dos processos da natureza, o Cognitus reúne ainda bioquímicos, biólogos, físicos, artistas, filósofos, semioticistas e engen-heiros em um trabalho transdisciplinar que alca-nça as interfaces entre ciência, arte e tecnologia.

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Até a concepção do Robô Ambiental Híbrido, ne-nhum conceito experimentado respondia comple-ta e adequadamente às condições específicas de monitoramento ambiental nos ecossistemas da Amazônia, que exigem capacidade de locomoção em ambientes como a água, plantas aquáticas, lama e terreno firme. Boa parte da solução surgiu

através de traços e curvas especiais que buscam a melhor estética e a melhor adequação ao ambiente.

Com 1,5 m de comprimento e 2 de largura, o robô dispõe de sensores de obstáculos, sistema de comu-nicação, um braço mecânico para coletar amostras e espécies e uma câmera que, como um olho, permite vi-sualizar o ambiente enquanto é feito o deslocamento. Todas as funcionalidades do robô são operadas remo-tamente e a partir de Bases de operação que podem variar dependendo da missão a ser executada. Já ini-ciada também a versão Tripulada de um modelo, que também poderá ser guiado pelo próprio pesquisador.

Segundo os pesquisadores, o Robô Ambiental Hí-brido inicialmente dará suporte às diversas linhas de pesquisas do projeto PIATAM (Potenciais Impac-tos e Riscos Ambientais da Indústria do Petróleo e Gás no Amazonas), coordenado pelo Cenpes, pela área de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS) na Região Norte da PETROBRAS e outras Universidades e centros de Pesquisa Brasileiras. O projeto gera in-

Já iniciada também a versão Tripulada de um modelo, que também poderá ser

guiado pelo próprio pesquisador.

Equipe de Robótica

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formações para a gestão ambiental e o desenvolvi-mento sustentável das comunidades pesquisadas no trecho de cerca de 400 km do rio Solimões, onde a companhia desenvolve suas atividades de ex-ploração, produção e transporte de petróleo e gás.

Com a ajuda do robô, será possível coletar dados, de forma adequada, em locais onde a presença do homem é difícil e, às vezes, impossível. Com isso, o trabalho de pesquisa de projetos como o PIATAM ganhará grande impulso. Estudos recen-tes mostraram, por exemplo, que é impossível, com os métodos de pesquisa convencional, descrever adequadamente as dinâmicas dos ciclos hidrológi-cos dos rios do Amazonas, que chegam a subir até 15 metros entre os períodos da seca e cheia.

Para maiores informações e detalhes:Contato: Ney Robinson Salvi dos Reis

email: [email protected]

Robô Ambiental Híbrido

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Os países do G-8, reunidos na Itália no mês passado, fecharam o compromisso de lançar 20 grandes projetos para enterrar os gases do efeito estufa até 2010. Esse pontapé das nações mais ricas voltará as atenções de empresas para técnicas de captura e armazenamento de carbono. E, agora, o Brasil

poderá integrar o rol dos países que diminuem suas emissões com a tecnologia - a Petrobrás conseguiu, no mês passado, guardar grande quantidade de CO2 no subsolo da Bacia do Recôncavo, na Bahia.

Ainda inviável em larga escala, principalmente pelo alto custo da captura do gás, a tecnologia, conhecida como CCS (sigla em inglês que significa captura e estocagem de carbono), vem sendo testada há pelo menos dez anos, em projetos piloto mundo afora. Na Europa, a pioneira é a petrolífera norueguesa Statoil, que vem injetando desde 1996 cerca de 1 milhão de toneladas de gás carbônico no Mar do Norte por ano. No Canadá, a EnCana enterra 3 milhões de toneladas de CO2 no subsolo do país. Gigantes do setor petrolífero, como Texaco, Shell e British Petroleum, investem pesado para se livrar do carbono.

Seria a panaceia para as emissões? “É parte da solução”, afirma o engenheiro australiano David Hone, consultor da Shell para Mudanças Climáticas. Ele estará no Brasil na próxima quarta-feira no 3º Congresso Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável, que acontece em São Paulo. Para o professor Alexandre Szklo, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), com a CCS será possível a utilização dos combustíveis fósseis por mais tempo.

Por outro lado, Márcio Santilli, do Instituto Socioambiental (ISA), é cético sobre o assunto: “É como enxugar gelo, pois continuamos jogando uma quantidade estúpida de gás carbônico na atmosfera”. Sozinha, a CCS não combate os efeitos maléficos das emissões de carbono. Mas traz uma vantagem extra: a produtividade dos poços de petróleo pode aumentar com a pressão do gás injetado - uma das razões

Enterrar CO2 ganha destaque no G-8 Países ricos prometem mais investimento em projetos de sequestro de carbono; Brasil entra na corrida pela técnica Fonte: Agência Estado

“Nenhuma empresa faz uso da CCS integralmente. Partes da tecnologia

estão em operação em diversos lugares”

“É como enxugar gelo, pois continuamos jogando uma quantidade estúpida de gás

carbônico na atmosfera”

pelas quais as empresas continuam investindo no sequestro geológico de carbono. Nos EUA, desde a década de 60, a CCS é usada com esse fim. “Nenhuma empresa faz uso da CCS integralmente. Partes da tecnologia estão em operação em diversos lugares”, diz o consultor da Shell.

O custo da fase da captura do gás é o maior entrave. Capturar uma tonelada de CO2 jogado na atmosfera pelas indústrias que queimam combustível fóssil, como refinarias, siderúrgicas e termelétricas, chega a US$ 120 (cerca de R$ 230). “O problema é que as emissões de gás carbônico no mundo chegam a 25 bilhões de toneladas por ano”, lembra o coordenador do Centro de Excelência em Pesquisa sobre Armazenamento de Carbono (Cepac) da PUC-RS, João Marcelo Ketzer.

Além disso, o CO2 que sai da chaminé da indústria está misturado a outros gases, e o método mais usado para selecioná-los é a absorção química por meio de um solvente cuja base é a amina. “Além de ter os custos elevados, a eficiência da captura é baixa”, diz o gerente-geral do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), Luis Fernando Mendonça, à frente do projeto da Petrobrás na Bacia do Recôncavo baiano, no Rio Pojuca.

NA BAHIA

No Recôncavo, a Petrobrás já injetava gás carbônico desde a década de 80 em alguns poços. O objetivo era aumentar sua produtividade. Agora, a empresa aposta em projetos para reduzir o passivo ambiental

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no futuro. No mês passado, depois de seis meses de injeção diária de 50 toneladas de CO2 em um aquífero salino, uma das formações geológicas ideais para armazenar carbono, a empresa concluiu que a experiência foi bem-sucedida. A ideia era saber como o gás se comportaria debaixo da terra.

“Funcionou muito bem. Por enquanto, o gás está paradinho lá”, afirma Mendonça. De acordo com o gerente do Cenpes, antes de testar a viabilidade de sua captura e transporte, cujo custo operacional é elevado, a Petrobrás desejava monitorar se o CO2 se movimentaria no subsolo ou vazaria.

A Petrobrás já investiu, desde 2006, cerca de R$ 21 milhões na CCS. Mais da metade dessa verba foi destinada ao Cepac, onde 55 pesquisadores têm se debruçado para examinar a viabilidade do sequestro geológico no País, estudando formações geológicas brasileiras, como os aquíferos salinos, os poços de petróleo desativados e os campos de gás, alvos preferidos para enterrar o dióxido de carbono, e capacitando profissionais para trabalhar na área.

“Para reduzir as emissões de carbono, qualquer tecnologia desenvolvida hoje tem que pensar nos combustíveis fósseis”, diz Ketzer. “A energia do mundo vem do carvão e petróleo.” Diminuir o passivo ambiental será vital para a Petrobrás, depois da descoberta da camada de pré-sal. Em especial, em campos como o de Tupi, na Bacia de Santos, onde foi comprovado o alto teor de CO2. “A empresa terá que lidar com isso”, diz Szklo.

Embora não seja possível prever a quantidade de CO2 emitido na camada pré-sal, a empresa estuda realizar um projeto de CCS no campo. “Os otimistas acreditam que todas as equações envolvendo o custo da captura serão rapidamente solucionadas”, diz Szklo. Para o professor, não é possível fazer previsões de quando a técnica será viável em escala comercial. A Petrobras também diz ser cedo para saber. “Estamos no início da escalada”, afirma Mendonça. A empresa prossegue com outro projeto de CCS, no Campo de Miranga (BA).

BIOCOMBUSTÍVEL

Contra ou a favor da CCS, todos concordam que levará tempo para que sejam desenvolvidos combustíveis com base em energias renováveis para uma possível transição no futuro. No Brasil, a pesquisa capitaneada pela Petrobrás, em parceria com universidades, é inteiramente voltada ao sequestro geológico.

Essa é apenas uma das maneiras de armazenar o carbono - as outras são o sequestro por biomassa e oceânico. No sistema por biomassa, o gás é sugado da atmosfera por plantas, sendo usado no processo da fotossíntese. No oceânico, o CO2 é absorvido na fotossíntese de organismos marinhos. A engenheira Isabella Vaz Leal da Costa, doutoranda do programa de Planejamento Energético da Coppe, estuda se é viável a instalação de CCS em usinas de álcool. “Durante a fermentação do caldo da cana-de-açúcar para a produção do biocombustível, é liberado CO2. A ideia é capturá-lo e transportá-lo para uma formação geológica próxima à usina”, explica Isabella. Seria como unir o sequestro geológico ao por biomassa, pois as plantações de cana sequestram carbono. “O balanço de carbono seria negativo.”

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Pesquisadores brasileiros estão investin-do num projeto que utiliza as microal-gas para captura de dióxido de carbono

em termoelétricas e produção de biodiesel, “com perspectivas de negócios internacionais”.

“As pesquisas estão adiantadas e o teste prático será feito ainda no fim deste ano na termoelétrica do Por-to do Pecém”, adiantou à Agência Lusa o professor José Osvaldo Bezerra Carioca, presidente do Centro de Energias Alternativas e Meio Ambiente (Cenea), organização social instalada em Fortaleza, no Ceará.

De acordo com ele, o projeto despertou o in-teresse de países como Inglaterra e França, entre outros, dispostos a futuros negócios.

“A maior fornecedora de diesel para táxis e siste-mas de transporte da Inglaterra já nos pro-curou com a finalidade de comercializar o óleo”, adiantou o coordenador do projeto que envolve uma equipe de dez pesquisadores.

Na prática, o processo consiste em “usar o dióx-ido de carbono para fazer crescer as microal-gas numa piscina, separar e extrair o óleo e ai-nda aproveitar o resíduo, uma proteína de alto valor agregado que serve para nutrição animal”.

“As microalgas já são as grandes supridoras de uma série de medicamentos e complementos ali-mentares e vamos utilizá-las para produzir biodie-sel, pois são ricas em óleos vegetais”, esclareceu.

Alto rendimentoCarioca acrescentou que a soja cultivada pode render 400 litros de óleo por hectare/ano, por ex-emplo, enquanto as microalgas alcançam, no mínimo, 10 mil litros por hectare/ano, mas po-dem superar os 20 mil litros por hectare/ano.

“Apenas o dendê e o pinhão manso, alternativas de produção de biodiesel, chegam próximos desse volume com 4 mil litros por hectare/ano”, afirmou.

Desenvolvido em parceria com estatal Eletro-brás e a Termoelétrica Endesa Fortaleza, em-presa do grupo italiano ENEL, o estudo viabili-

zaria a produção de biodiesel no Nordeste do Brasil, “um dos melhores lugares do planeta para o cultivo de microalgas”, segundo o professor.

“Estamos próximos da linha do Equa-dor, com dez horas de sol por dia”, justificou.

VersatilidadeSegundo o professor, embora cresçam no mesmo ambiente que as algas, as microalgas são mais versá-teis, têm produtividade muito superior e podem ser cultivadas em água do mar, salinas e até em esgotos.

Para já, o Cenea está trabalhando com Laboratório de Ciencias Marítimas (Labomar), da Universi-dade Federal do Ceará (UFC), e com o Departa-mento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), “que tem um centro de cultivo de microalgas”.

“Ainda precisamos definir o volume de recur-sos necessários para montar a infraestrutura do laboratório de quantificação e uma planta-piloto de produção de biodiesel”, explicou Carioca, adi-antando que estes projetos “serão financiados pela Eletrobrás, interessada em dominar essa tecnolo-gia e tornar o biodiesel economicamente viável”.

Segundo ele, a unidade funcionará nos mol-des do projeto já desenvolvido por um pes-quisador da Universidade de Israel, que está oferecendo apoio técnico aos brasileiros.

Projeto Cearense Prevê Energia a Partir de Microalgas Fonte: Agência Lusa.

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Alguns Eventos

Ney Robinson Salvi dos Reis e Maurício CarvalhoPetrobras - CENPES

Dia: 19/08/09Horário: 9:00h

Local: Faculdade de engenhariaRua Passo da Pátria, 156 - sala 104 - Bloco D - São

Domingos - Niterói - RJ - 24.240-260

22 a 25 de AgostoBarra da Tijuca - Rio de Janeiro - Brasil