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ESCOLA SUPERIOR DE CRICIÚMA – ESUCRI
CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
ANDREIA MARIOT SCARDUELLI KENEDY ELIAS
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO COM SOFTWARE LIVRE
Criciúma (SC), novembro/2006
2
ANDRÉIA MARIOT SCARDUELLI
KENEDY ELIAS
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO COM SOFTWARE LIVRE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação da Escola Superior de Criciúma, ESUCRI.
Orientadora: Profª. MSc Marta Adriana da Silva Cristiano
Criciúma (SC), novembro/2006
3
ANDRÉIA MARIOT SCARDUELLI KENEDY ELIAS
INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO COM SOFTWARE LIVRE
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do título de Bacharel em Sistemas de Informação da Escola Superior de Criciúma, ESUCRI.
Criciúma, 20 de novembro de 2006.
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________ Profª. MSc Marta A. da S. Cristiano – Orientadora
______________________________________ Profª. Andréia Ana Bernardini
______________________________________ Profª. Maristela Corrêa Meller
4
Agradecemos primeiramente a Deus, por ter nos proporcionado mais está conquista em nossas vidas, aos nossos familiares pelo apoio e compreensão, aos professores e em especial nossa orientadora pelo auxílio e dedicação.
5
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................7 ABREVIATURAS.........................................................................................................8 RESUMO...................................................................................................................11 ABSTRACT ...............................................................................................................12 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................13
1.1 Motivação....................................................................................................13 1.2 Objetivos .....................................................................................................14
1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................14 1.2.2 Objetivos Específicos...........................................................................14
1.3 Organização................................................................................................14 2 EDUCAÇÃO.......................................................................................................16
2.1 Informática na Educação ............................................................................16 2.2 História da Informática na Educação no Brasil ...........................................17 2.3 PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais)..................................................23 2.4 Paradigma Educacional ..............................................................................25 2.5 Capacitação dos Professores em Informática Educativa ............................26
3 SOFTWARES EDUCACIONAIS ........................................................................28 3.1 Definição de Software Livre ........................................................................28 3.2 Software Educativo Livre ............................................................................33 3.3 Como Escolher um Software Educacional ..................................................33 3.4 A Utilização de Ambientes Informatizados..................................................35
4 PESQUISA.........................................................................................................36 4.1 Projeto CLASSE..........................................................................................36 4.2 Análise de Softwares Livres........................................................................40
4.2.1 Análise do Software ABC-BLOCKS.....................................................40 4.2.2 Análise do Software KLETTRES..........................................................42 4.2.3 Análise do Software TUX PAINT .........................................................44 4.2.4 Análise do Software GCOMPRIS.........................................................47 4.2.5 Análise do Software KPERCENTAGE.................................................51 4.2.6 Análise do Software KALZIUM.............................................................53 4.2.7 Análise do Software GONVERT ..........................................................55 4.2.8 Análise do Software BEADS................................................................58
4.3 Estudo de Caso I: Escola de Educação Básica João Dagostim .................60 4.3.1 Histórico...............................................................................................60 4.3.2 Projeto Debian/Tom (CDTC/NTE’s) .....................................................60
4.4 Estudo de Caso II: Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol..........63 4.4.1 Histórico...............................................................................................63 4.4.2 Laboratório de Informática Centralizado ..............................................64
4.5 Aplicação do Live-CD nas Escolas João Dagostim e Demétrio Bettiol .......65 4.5.1 Aplicação na Escola de Educação Básica João Dagostim ..................67 4.5.2 Aplicação na Escola de Ensino Fundamental Demétrio Bettiol ...........68
5 AVALIAÇÕES ....................................................................................................70 5.1 Projeto CDTC na E. E. B. João Dagostim...................................................70 5.2 Laboratório de Informática Centralizado da E. E. F. Demétrio Bettiol .........72 5.3 Aulas Aplicadas nas Escolas ......................................................................73
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................75 6.1 Conclusões .................................................................................................75
6
6.2 Recomendações para Trabalhos Futuros ...................................................76 REFERÊNCIAS.........................................................................................................77 ANEXO I – PORTARIA DE CRIAÇÃO DO PROINFO...............................................80 ANEXO II – MENSAGEM DE LINUS TORVALDS ....................................................82 ANEXO III – LICENÇA GPL ......................................................................................85 ANEXO IV – LICENÇA BSD......................................................................................94 ANEXO V – LIVE-CD PROJETO CLASSE ...............................................................97 ANEXO VI – CARTILHA: RECOMENDAÇÕES PARA A MONTAGEM DE LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA NAS ESCOLAS...............................................99 APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES ...........112
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura do PROINFO ..............................................................................23 Figura 2: Tux , Símbolo do LINUX.............................................................................29 Figura 3 : Categorias de Softwares Livres e Não Livres ...........................................32 Figura 4: Área de Trabalho do Live-CD CLASSE......................................................38 Figura 5: Visita a E. B. Simão José Hess..................................................................39 Figura 6: Tela do Software ABC-BLOCKS ................................................................40 Figura 7: Tela do Software KLETTRES.....................................................................42 Figura 8: Tela do Software TUX PAINT ....................................................................45 Figura 9: Telas do Software GCOMPRIS..................................................................47 Figura 10: Telas do Software KPERCENTAGE ........................................................51 Figura 11: Telas do Software KALZIUM....................................................................53 Figura 12: Tela do Software GONVERT ...................................................................56 Figura 13: Tela do Software BEARDS ......................................................................58 Figura 14: Atividades com a Terceira e Quarta Séries do Ensino Fundamental .......67 Figura 15: Atividades com a Primeira e Segunda Séries do Ensino Fundamental....68 Figura 16: Atividades com a Primeira e Segunda Séries do Ensino Fundamental....69 Figura 17: Atividades com a Terceira e Quarta Séries do Ensino Fundamental .......69
8
ABREVIATURAS
APP – Associação de Pais e Professores.
AT&T – American Telephone Telegraph.
BSD – Berkeley Software Distribution.
CAIE – Comitê Assessor de Informática Educativa.
CD – Compact Disc.
CDTC – Centro de Difusão Tecnologia e Conhecimento.
CD-ROM – Compact Disc Read Only Memory.
CENIFOR – Centro de Informática.
CIED – Centros de Informática na Educação de Primeiro e Segundo Graus
CLASSE – Classificação de Software Livre Educativo.
CONIN – Conselho Nacional de Informática e Automação.
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
CRAS – Centro de Referência da Assistência Social.
DITEC – Departamento de Infra-estrutura Tecnológica.
DF – Distrito Federal.
EDUCOM – Educação com Computadores.
ESUCRI – Escola Superior de Criciúma.
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos.
FSF – Free Software Fundation (Fundação do Software Livre).
FUNTEVÊ – Fundação Centro Brasileiro de Televisão Educativa.
GB – Gigabyte.
GE – General Eletric.
GEECT – Gerência de Educação, Ciências e Tecnologias
GeNESS – Geração de Novos Empreendimentos em Software e Serviços.
9
Ghz – Gigahertz.
GNU – General Public License.
GPL – General Public License (Licença Pública Geral).
HP – Hewlet Packard.
IBM – International Business Machine Corporation.
ITI – Instituto Nacional de Tecnologia da Informação.
Kb – Kilobyte.
Kbps – Kilobits per Second.
KDE – K Desktop Environment.
LTSP – Linux Terminal Service.
MB – Megabyte.
MEC – Ministério da Educação.
Mhz – Megahertz.
MIT – Massachusets Institute of Technology.
MSOffice – Microsoft Office.
NTE’s – Núcleos de Tecnologias Educacionais.
OEA – Organização dos Estados Americanos.
OOo – Open Office.
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais.
PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.
PROINFO – Programa Nacional de informática na educação.
PRONINFE – Programa Nacional de Informática Educativa.
PSL – Projeto Software Livre.
RAM – Random Acces Memory.
SEDIAE – Secretaria de Desenvolvimento, Inovação e Avaliação Educacional.
10
SEED – Secretaria de Educação a Distância.
SEI – Secretaria Especial de Informática.
SEINF – Secretaria de Informática.
SENETE – Secretaria Nacional de Educação Tecnológica.
SEPS – Secretaria de Ensino de 1º e 2º Graus.
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso.
TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação.
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina.
UFBA - Universidade Federal da Bahia.
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro.
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas.
UNB – Universidade de Brasília.
11
RESUMO
A informática nos dias atuais faz parte do cotidiano das pessoas, sendo assim, as escolas perceberam a necessidade de incluí-la em seu currículo. Visto que os custos para implantação de um laboratório de informática são bastante elevados, e que o governo federal não possui recursos disponíveis para atender todas as escolas da rede pública, desta forma o próprio governo lançou o projeto de inclusão digital com software livre, cujo principal objetivo é a redução dos custos e garantir o acesso à tecnologia ao maior número de escolas possíveis. Através de pesquisa e questionários aplicados em escolas da região, procurou-se mostrar a viabilidade do uso de software educativo livres como ferramenta de auxílio na educação.
Palavras-chave: Informática na educação, software livre e softwares educativos.
12
ABSTRACT
Nowadays, the computer science is part of people’s daily life, so then schools have noticed the necessity of including it in its curriculum. Since the high cost to include a computer science laboratory, and the federal government can’t afford to assist al public schools, then government has launched a digital inclusion project with free software, whose main object is to reduce the costs and to guarantee then access of the technology to the largest possible number of schools. Trough research and questionnaires which were applied in schools in the area, we have tried to show then viability to use then free educational software as helpful tool for the education.
Keywords: Computer science in the education, free software and educational softwares.
13
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que a tecnologia está presente no dia-a-dia das pessoas, no
trabalho, em suas casas, nas escolas, nas diversões e em tantos outros lugares.
Elas implicam e interferem nas relações sociais, no modo de pensar e agir das
pessoas e na produção de conhecimentos. Na educação não poderia ser diferente o
educador tem a responsabilidade de acompanhar essas mudanças para que o
processo de ensino-aprendizagem seja alcançado da melhor maneira possível.
As escolas em geral estão cada vez mais utilizando computadores para uso
pedagógico, com isso os professores deverão estar atualizados para que suas aulas
sejam prazerosas, mas também educativas. O computador nada mais é que uma
ferramenta para ser utilizado como um recurso didático que está à disposição dos
docentes. Conforme Tajra (2005, p.10) “o computador é um dos recursos que devem
ser inseridos no cotidiano de todos nós, mesmo dos que pertencem às classes
econômicas menos favorecidas”.
Uma das conquistas mais revolucionárias dos tempos atuais foi à criação da
Internet, sua maior aplicabilidade está no campo de ensino à distância. Mas também
é uma excelente fonte de pesquisas, onde os alunos poderão realizar pesquisas via
internet para aumentar seus conhecimentos. Outro aspecto levantado por Tajra
(2005, p.22) é que hoje em dia o computador está presente em diversos setores
estratégicos da sociedade, com isso os paradigmas deverão ser atualizados. Sendo
assim, as escolas deverão adequar-se a nova realidade para que o aluno se torne
um adulto crítico e consciente de seus atos.
Nas instituições escolares são diversos os tipos de softwares utilizados,
desde sistema operacional, editores de textos, planilhas eletrônicas, softwares
multimídia (trabalhar com fotos, desenhos, sons e imagens) até os jogos
educacionais, sendo que estes poderão ser proprietários ou não.
1.1 MOTIVAÇÃO
Em função dos custos elevados na utilização de softwares proprietários e do
aumento da divulgação dos softwares livres em ambientes computacionais, propõe-
se fazer um estudo de softwares livres existentes no mercado voltados para a
alfabetização digital.
Com este estudo procura-se mostrar as autoridades responsáveis pelas
14
escolas que é possível alfabetizar seus alunos utilizando todos os recursos
tecnológicos existentes sem ter que pagar valores altíssimos com licenças.
Para reforçar esta idéia realizar-se-á um estudo de caso na Escola João
Dagostim, que a aproximadamente 2 (dois) anos passou a utilizar softwares livres
para fazer a alfabetização digital de seus alunos. Demonstrar-se-á quais os aspectos
e benefícios gerados pela mudança, bem como o apoio que a mesma recebeu dos
órgãos governamentais para realizar tal projeto.
Além deste, será feito outro estudo de caso na Escola Demétrio Bettiol que
em seu laboratório de informática utiliza somente softwares proprietários, tentando-
se demonstrar a viabilidade de vir a utilizar softwares livres como ferramenta no
auxílio pedagógico.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é fazer uma análise dos softwares livres
existentes que são voltados para a educação no ensino fundamental, tomando como
estudo de caso as escolas João Dagostim, localizada na 4ª linha, Criciúma e
Demétrio Bettiol, em Cocal do Sul.
1.2.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são:
• Pesquisar a área de informática na educação, inclusive software livre;
• Realizar uma pesquisa de softwares educacionais direcionados para o ensino
fundamental e médio;
• Realizar um estudo de caso, através de uma avaliação, com professores e
alunos das instituições descritas acima;
• Pesquisar pelo menos uma alternativa de implantação de software livre na
educação para fins de aplicação e comparação nos presentes estudos de casos;
• Apresentar os resultados obtidos na avaliação aplicada;
1.3 ORGANIZAÇÃO
O presente TCC está dividido em 06 (seis) capítulos, organizados da
seguinte forma:
15
É demonstrada no capítulo 02 (dois) a evolução da educação utilizando o
computador para atingir os objetivos de informatização de ambientes escolares.
No capítulo 03 (três) são apresentadas definições de softwares
educacionais, software livre, como fazer a escolha de softwares educativos e
utilização de ambientes informatizados.
É apresentado no capítulo 04 (quatro) todo o desenvolvimento da pesquisa
que consiste nos estudos de casos das escolas já especificadas acima, bem como
aplicação dos testes realizados nas mesmas.
No capítulo 05 (cinco) demonstram-se as avaliações das soluções de cada
escola, bem como análise das aulas e do questionário aplicado.
O capítulo 06 (seis) apresenta as conclusões da pesquisa e recomendações
para trabalhos futuros.
Por fim serão apresentados as referências, anexos e apêndices existentes
neste trabalho.
16
2 EDUCAÇÃO
Conforme Tajra (2005, p.26) um dos maiores enfoques da educação gira em
torno dos sistemas produtivos, antes da Revolução Industrial o aprendizado era
gerado no dia-a-dia das pessoas, os estudantes eram aprendizes junto com seus
mestres na realização dos afazeres gerando produtos e serviços conforme suas
necessidades. Mas com a Revolução Industrial este paradigma mudou e as pessoas
começaram a trabalhar em sistema de produção serial onde cada um era
especializado em uma determinada tarefa.
Hoje em dia, depara-se com um sistema de aprendizagem um pouco
diferente, pois os membros de uma célula produtiva entendem ou devem entender o
processo por inteiro e não mais fragmentado, a divisão de trabalho ainda existe, mas
os limites entre as funções são quase imperceptíveis.
De acordo com Valente (2006, p.31) pode-se verificar que nos últimos
tempos houve grandes mudanças tecnológicas, principalmente no campo da
informática proporcionando o desenvolvimento de diversas áreas, com isso as
instituições de ensino sentiram a necessidade de reaver suas concepções de
ensino-aprendizagem, passando de uma educação baseada em transmissão da
informação (instrução) para a criação de ambientes de aprendizagem onde o
discente realizando atividades consiga construir seus próprios conhecimentos, para
que no futuro os mesmos possam estar capacitados para atuar nestes novos
segmentos.
O conhecimento e, portanto, os seus processos de aquisição assumirão um papel de destaque, de primeiro plano. Essa valorização do conhecimento demanda uma nova postura dos profissionais em geral e, portanto, requer o repensar dos processos educacionais, principalmente aqueles que estão diretamente relacionados com a formação de profissionais e com o processos de aprendizagem (VALENTE, 2006 p.31).
2.1 INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
Não faz muito tempo, que o computador era privilégio de escolas
particulares e era utilizado apenas como editor de textos e a internet era novidade
do momento. Hoje em dia, os mesmos podem ser utilizados de diversas formas, com
uma enorme variedade de softwares educacionais. As escolas públicas, ainda em
minoria, também já fazem parte deste universo tecnológico, com laboratórios de
informática, e segundo o Ministério da Educação em poucos anos todas as unidades
escolares estarão equipadas.
17
A utilização da informática na educação é considerada mais complexa do
que a utilização de qualquer outro recurso didático existente até o momento,
tornando-se muito diferente por causa da diversidade dos recursos disponíveis. Com
estes recursos existe a possibilidade de realizar pesquisas, efetuar cálculos com
rapidez, simular diversos fenômenos, criação de desenhos animados, comunicação
entre tantas outras ações (SAMPAIO, 2004, p.14).
Portanto, a informática educativa ao ser implantada nas escolas deve
realizar a integração do ambiente e da realidade dos alunos, sendo utilizada não
somente como ferramenta pedagógica, mas como recursos interdisciplinares ao
realizar-se com os mesmos as atividades, projetos e questionamentos sobre os
assuntos propostos. Valente (2006, p.37) afirma que os computadores estão
realizando uma revolução no processo de ensino-aprendizagem, por causa dos
diversos programas existentes que auxiliam neste processo.
A informática educativa vem definir que a união da informática com a educação é um elemento fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Que ao utilizarmos a informática para ensinar estamos propondo ao aluno a participação interativa em um mundo do qual ele já faz parte desde cedo (KLOCH, 2005, p.251).
2.2 HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO NO BRASIL
A história da Informática na Educação no Brasil, de acordo com Moraes
(2000) teve início em meados dos anos 70, com algumas experiências realizadas
nas universidades de UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 houve um maior
avanço nas tecnologias e as escolas começaram utilizar as tecnologias em seus
ambientes escolares, com isso estabeleceu-se uma identidade própria. Mesmo
assim, nos dias atuais a informática na educação ainda está muito longe das
propostas idealizadas nos anos anteriores.
O objetivo do uso da informática na educação era desenvolver e capacitar os
profissionais em informática, para que pudessem elaborar e desenvolver projetos-
pilotos a nível educacional, além de desenvolver softwares educativos, com isso
preservariam os valores nacionais e estimulariam a indústria e as pesquisas locais.
A seguir serão descritas as principais ações da política da Informática
Educativa no Brasil, conforme o site do Proinfo (2006):
18
• 1981:
o I Seminário Nacional de Informática na Educação, promovido pelo
MEC/SEI/CNPq, entre 25 a 27 de agosto, em Brasília (DF), na Universidade
de Brasília (UnB).
o Apresentação do documento Subsídios para a implantação do programa de
Informática na Educação, do MEC/SEI/CNPq.
• 1982:
o Criação do Centro de Informática – CENIFOR / Funtevê (Portaria nº 09,
18/02/92). Algumas das atribuições seriam garantir a pesquisa, o
desenvolvimento, a aplicação e a generalização do uso da informática no
processo de ensino-aprendizagem em todos os níveis e modalidades.
o II Seminário Nacional de Informática na Educação, promovido pelo
MEC/SEI/CNPq (26 a 28/08, Salvador/BA, UFBA). Tema O impacto do
Computador na Escola: subsídios para uma experiência piloto do uso do
computador no processo educacional brasileiro.
o Aprovação das Diretrizes para o Estabelecimento da Política de Informática no
Setor da Educação, Cultura e Desporto pela Comissão de Coordenação Geral
do MEC.
• 1983:
o Criação da Comissão Especial nº 11/83 - Informática na Educação (Portaria
SEI/CSN/PR nº 001, de 12/01/83).
o Elaboração e divulgação do documento do Projeto Educom: 1983. Em
conformidade com o documento o Projeto Educom ficaria a cargo da Funtevê,
apoiados financeiramente pela SEI-MEC-CNPq-FINEP.
o Publicação do Comunicado SEI/SS nº 15, de 23/08/83: solicita às universidades
a apresentação de projetos para a Implantação de Centros-Piloto do Projeto
Educom.
o Reestruturação do Cenifor (Resolução do Conselho Diretor da Funtevê nº
16/83, de 20/10/83) para que assumisse os papéis de órgão indutor, mediador
e produtor de tecnologia educacional de informática, coordenando o processo
de informatização da educação.
• 1984:
o Aprovação do Regimento Interno do Centro de Informática Educativa - Cenifor
19
(Portaria FUNTEVÊ nº 27, de 29/03/84), passando este CENIFOR a conduzir
o Projeto Educom.
o Assinatura, em 03/07/84, do Protocolo de Intenções entre
MEC/SEI/CNPq/FINEP/FUNTEVÊ, para dar sustentação financeira à
operacionalização ao Projeto Educom nas universidades.
o Publicação do Comunicado SEI/SS nº 19, de 17/07/84.
• 1985:
o Divulgação (06/1985) pelo MEC do I Plano Setorial: Educação e Informática,
previu ações nos segmentos de ensino e pesquisa relacionadas ao uso e
aplicação da informática na educação.
o Aprovação do novo Regimento Interno do Centro de Informática - CENIFOR
(Portaria Funtevê nº 246, de 14/08/85).
o Aprovação do Plano Setorial: Educação e Informática pelo Conselho nacional
de Informática e Automação - CONIN/PR.
• 1986:
o Criação do Comitê Assessor de Informática na Educação de Primeiro e
Segundo Graus – CAIE/SEPS.
o Aprovação do Programa de Ação Imediata em Informática na Educação – 1987.
o Transferência da coordenação e supervisão técnica do Projeto EDUCOM da
Funtevê para a Secretaria de Informática do MEC - SEINF/MEC.
o Criação do I Concurso Nacional de “Software” Educacional (Portaria
MEC/SEPS nº 417, 11/07/86).
o Instituição da Comissão de Avaliação dos Centros - Piloto do Projeto EDUCOM
(Portaria MEC/SG nº 418, de 16/07/86).
• 1987:
o Extinção do Comitê Assessor de Informática para a Educação de Primeiro e
Segundo Graus - CAIE/SEPS e Criação do Comitê Assessor de Informática e
Educação - CAIE/MEC (Portaria MEC/GM nº260, de 14/04/87).
o Implantação do Projeto Formar, promovido pelo MEC/SEINF, de 1987.
o Lançamento do Concurso Anual de Software Educacional Brasileiro (Decreto nº
94.713, de 31/07/87).
o Aprovação do Regimento Interno do Comitê Assessor de Informática e
Educação - CAIE/MEC (Portaria MEC/SG nº165, de 13/08/87).
o Realização do II Concurso Anual de Software Educacional Brasileiro.
20
o Realização da Jornada de Trabalhos de Informática na Educação: Subsídios
para Políticas, de 9 a 12/11/1987 (VER SE PODE SER ESCRITO ASSIM
ENAO POR EXTENSO), na UFSC,em Florianópolis (SC), promoção do
MEC/SG/SEINF.
o Início da implantação dos CIED - Centros de Informática na Educação de
Primeiro e Segundo Graus e Educação Especial junto aos sistemas estaduais
públicos de ensino.
• 1988:
o Realização do III Concurso Nacional de Software Educacional Brasileiro.
o A Organização dos Estados Americanos (OEA) convida o MEC-Brasil para
avaliar o programa de informática aplicada à educação básica do México e o
resultado é um projeto multinacional de cooperação técnica e financeira
integrado por oito países americanos que vigora até 1995.
• 1989:
o Realização da Jornada de Trabalho Latino-Americano de Informática na
Educação e Reunião Técnica de Coordenação de Projetos em Informática na
Educação, no período de 15 a 20 maio de 1989.
o Implantação do II Curso de Especialização em Informática na Educação -
Projeto Formar II, realizado pela UNICAMP, promovido pelo MEC/SEINF.
o O Conselho Nacional de Informática e Automação (CONIN) altera a redação do
II Plano Nacional de Informática e Automação (II PLANIN), introduzindo ações
de informática na educação:
....implantar núcleos de informática em educação junto às Universidades, Secretarias de Educação e Escolas Técnicas no sentido de criar ambientes informatizados para atendimento à clientela de primeiro, segundo e terceiro graus, educação especial e ensino técnico, objetivando o desenvolvimento de pesquisa e formação de recursos humanos.
o Instituição na Secretaria Geral do MEC do Programa Nacional de Informática
Educativa – PRONINFE (Portaria Ministerial nº 549, de 13/10/89).
• 1990:
o Aprovação do Regimento Interno do PRONINFE (Portaria MEC/SG nº27, de
07/03/90).
o Integração do PRONINFE na Secretaria Nacional de Educação Tecnológica-
SENETE/MEC (Portaria MEC/Secretário Executivo nº 58, 06/06/90).
• 1991:
o Aprovação do 1º Planinfe: informática educativa. Plano de Ação Integrada
21
1991-1993.
o Aprovação do Regimento Interno do PRONINFE (Portaria MEC/GM nº 334, de
27/02/91).
o Criação do Comitê Assessor de Informática Educativa—CAIE do PRONINFE
(Portaria MEC/GM nº 335, de 27/02/91).
o As ações do PRONINFE são incluídas no II Plano Nacional de Informática e
Automação – Planin (Lei nº 8.244, de 16/10/91).
• 1992:
o Criação de rubrica específica no orçamento da União para ações de informática
na educação (PT nº 088043019911082.001 – Informática na educação).
• 1993:
o Lançamento dos Livros Projeto Educom e Projeto Educom: realizações e
produtos, descrevendo a sua história e os produtos e resultados alcançados.
o Em Aberto do Inep nº 57, Ano XII, enfoca Tendências na informática na
educação.
• 1995:
o O PRONINFE foi vinculado, informalmente, à Secretaria de Desenvolvimento,
Inovação e Avaliação Educacional – SEDIAE.
• 1996:
o Reunião dos dirigentes analisa as sugestões para o projeto de informatização
da educação básica pública. Entre os especialistas participantes a Dra. Léa
Fagundes e o Dr. Cláudio de Moura Castro.
o Criação da Secretaria de Educação a Distância - SEED (Decreto nº 1.917,
27/05/96). -Apresentação do documento básico “Programa Informática na
Educação” na III Reunião Extraordinária do CONSED.
o -Realização do Workshop MEC/SEED: informática na educação, em Fortaleza-
CE, para apresentar, analisar e discutir as diretrizes iniciais do Proinfo -
Programa Nacional de Informática na Educação, período de 28 a 29 de
novembro. Participaram representantes indicados pelos Secretários Estaduais
de Educação dos Estados da Região Nordeste.
o Realização do Workshop MEC/SEED: informática na educação, em Brasília-
DF, para apresentar, analisar e discutir as diretrizes iniciais para o futuro
programa nacional de informática na educação, período de 02 a 03/12
dezembro. Participaram representantes indicados pelos Secretários Estaduais
22
de Educação dos Estados das Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
o Realização do Workshop MEC/SEED: informática na educação, em Manaus-
AM, para apresentar, analisar e discutir as diretrizes iniciais para o programa
nacional de informática na educação, no período de 05 a 06 de dezembro.
Participaram representantes indicados pelos Secretários Estaduais de
Educação dos Estados da Região Norte.
• 1997:
o Reunião MEC/SEED: informática na educação, em Brasília-DF, para
apresentar, analisar e sugerir alterações aos pré-projetos estaduais de
informática na educação relativos à participação no futuro programa nacional
de informática na educação, período de 06 a 10 de janeiro de 1997.
Participaram representantes indicados pelos Secretários Estaduais de
Educação.
o Criação do Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo (Portaria
MEC nº 522, 09/04/97).
Nos últimos 20 anos foram criados vários programas sobre informática na
educação como o Educom e o PRONINFE, sendo que o mais recente é o Programa
Nacional de Informática na Educação (Proinfo), que encontra-se em Anexo I
(PROINFO, 2006).
O Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo) é um programa educacional criado pela Portaria N. 522/MEC, de 9 de abril de 1997, para promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino fundamental e médio (PROINFO, 2006).
O PROINFO é desenvolvido pela Secretaria de Educação à Distância
(SEED), por meio do Departamento de Infra-estrutura Tecnológica (DITEC), em
parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais. O governo federal
coordena o programa e os estados e municípios realizam-no, funcionando de modo
descentralizado (PROINFO, 2006).
Em cada estado existe uma coordenação estadual do PROINFO, onde sua
função é de inserir as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas
públicas do ensino médio e fundamental, e também auxiliar nas ações e organização
dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE’s) (PROINFO, 2006).
A estrutura do PROINFO está descrita na Figura 1:
23
Figura 1: Estrutura do PROINFO
Fonte: PROINFO, 2006
De acordo com o site do Proinfo (2006) com a criação do PROINFO,
formaram-se os NTE’s em todos os estados do país, que são compostos por
professores capacitados em relação à informática educativa, para que possam
exercer o papel de multiplicadores desta política.
Conforme o Proinfo (2006) o principal objetivo do Programa Nacional de
Informática na Educação foi inserir nas escolas públicas de ensino fundamental a
telemática (tecnologia de comunicações e informática) como ferramenta de auxílio
no processo de ensino-aprendizagem, visando:
• Melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem;
• Possibilitar a valorização dos professores;
• Propiciar uma educação voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico;
• Educar para uma cidadania global numa sociedade tecnologicamente
desenvolvida.
2.3 PCN (PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais são conjuntos de documentos que
servem para nortear a educação no ensino fundamental em todo o território
nacional, foi desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC). Tem como função
guiar e servir como referência curricular nacional, e que possa ser adaptado para
qualquer região do país, respeitando as diversidades culturais, regionais e políticas.
Propiciando as instituições de ensino e principalmente aos professores, elementos
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importantes para a elaboração do currículo1, tendo por fim à construção do projeto
pedagógico, em função da cidadania do educando (BRASIL, 1997, p.13).
De acordo com as normas do MEC (2004), os PCN’s utilizam o sistema de
ciclos, sendo que cada ciclo corresponde a duas séries. Fazendo com que a
fragmentação dos objetivos e conteúdos seja minimizada, respeitando assim o ritmo
de aprendizagem dos alunos. Os PCN’s dividem-se em três níveis: os PCN’s de
primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental (primeira a quarta séries); os
PCN’s de terceiro e quarto ciclos do Ensino Fundamental (quinta a oitava séries) e
os PCN’s de Ensino Médio. De acordo com o Ministro da Educação e do Desporto,
em 1998, Paulo Renato Souza diz:
Esperamos que os Parâmetros sirvam de apoio às discussões e ao desenvolvimento do projeto educativo de sua escola, à reflexão sobre a prática pedagógica, ao planejamento de suas aulas, à análise e seleção de materiais didáticos e de recursos tecnológicos e, em especial, que possam contribuir para sua formação e atualização profissional (BRASIL, 1998, p.05).
Nos PCN’s introdutórios de primeiro e segundo ciclos (1ª a 4ª séries) e do
terceiro e quarto ciclos (5ª a 8ª séries) do Ensino Fundamental, apresentam
maneiras de como trabalhar com as novas tecnologias em sala de aula. No primeiro
são apenas alguns trechos no decorrer do documento enquanto no segundo existe
uma seção sobre o assunto “Tecnologias da Informação e comunicação”.
É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras (BRASIL,1997, p.67).
Nos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio o assunto sobre tecnologias é
referenciado em todos os temas do documento como: Linguagens, Códigos e suas
Tecnologias, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências
Humanas e suas Tecnologias (BRASIL, 1999, p.05).
Nestes documentos, os PCN’s, o computador é visto como ferramenta e
instrumento de mediação, sendo utilizado para complementar as propostas
didáticas, separando-o das demais atividades desenvolvidas em sala de aula, e não
como parte integrante de toda a proposta pedagógica.
1 Matérias de uma escola.
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2.4 PARADIGMA EDUCACIONAL
Com o uso das novas tecnologias de informação na educação está havendo
uma mudança no paradigma educacional, pois mudança é a palavra de ordem na
sociedade atual. Para entender melhor é necessário definir o que é um paradigma,
conforme Moraes2 (1997, p.31) “refere-se a modelo, padrões compartilhados que
permitem a explicação de certos aspectos da realidade. É mais do que uma teoria;
implica uma estrutura que gera novas teorias”.
No paradigma tradicional, a escola obedece a um modelo de organização
burocrática e hierárquica onde as decisões são tomadas pela alta direção. As regras
de controle e as propostas curriculares são criadas por pessoas que não participam
do dia-a-dia escolar. Organiza-se o ensino por disciplinas separadamente
(MORAES, 1997, p.31).
De acordo com Valente (2006, p.31) o que todos desejam na mudança
pedagógica é a transição de uma educação totalmente baseada em simples
transferência de informação, de instrução, para a elaboração de ambientes de
ensino-aprendizagem onde os alunos realizam atividades e constróem o seu próprio
conhecimento.
Hoje em dia, com as novas tecnologias o foco da escola mudou. Conforme
Moraes (1997, p.137-227) pode-se citar as principais questões:
• Mudança na missão da instituição: a missão da escola é atender o aluno de
forma que o mesmo tenha um aprendizado significativo.
• O foco é o aluno: cada ser humano tem um perfil particular de inteligências e de
relação dialética com o mundo;
• De ensino e aprendizagem: não deve-se dar muita ênfase ao “ensinar” e sim ao
“aprender”. O conhecimento provoca mudanças e transformações;
• Aprender e aprender: o professor deve criar diferentes situações para que o aluno
possa superar suas limitações a fim de construir seus conhecimentos, sua
aprendizagem;
• Currículo em ação: o conhecimento deve ser construído com base nas
realizações concretas de ações que produzem um produto palpável e que seja de
interesse pessoal do aprendiz e contextualizado (produto deve ser da realidade do
2 Maria C. Moraes, idealizadora e coordenadora dos projetos EDUCOM (1984/87) e PROINFO(1989).
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aluno). Por isso, o currículo deve ser flexível, aberto e interpretativo.
• O Educador-educando: o educador está sempre num processo de aprendizagem
contínua, passando a assumir um papel de pesquisador que está sempre num
processo de mudanças e na aquisição de novos saberes;
• Inteligências múltiplas: as inteligências têm relações biológicas e antropológicas.
Estas inteligências podem ser desenvolvidas, desde que sejam oferecidas
condições apropriadas e oportunas;
• Intuição e criatividade: devem ser estimuladas, pois são relacionadas aos
aspectos inter, intra e transpessoal. É importante para o crescimento intelectual do
ser humano;
• Mudanças no conhecimento e nos espaços do conhecimento: o convívio com
novas tecnologias provoca mudanças na maneira que pensamos, conhecemos e
aprendemos;
• Instrumentação eletrônica e redes telemáticas: fazer com que todos os
indivíduos consigam executar as novas tecnologias de informação, para que
consigam sobreviver na sociedade informatizada;
• Qualidade com equidade: é importante a valorização da qualidade da ação
educacional e não apenas da quantidade a ser atendida.
Tendo o conhecimento desses novos paradigmas educacionais, os
professores poderão se posicionar e atuar de forma mais adequada e deixarão de
ser e se sentir um estranho em sala de aula, pois o aprendiz deste novo milênio
precisa ser preparado para ser criativo, autônomo, flexível e crítico em suas funções
sociais.
De acordo com Tajra (2000, p.139) “a transição é a atual fase estável.
Participar dela significa estar aberto para construir conhecimento”.
2.5 CAPACITAÇÃO DOS PROFESSORES EM INFORMÁTICA EDUCATIVA
Aos poucos, as novas tecnologias estão se incorporando no cotidiano das
instituições de ensino, com isso os educadores e toda a comunidade escolar devem
repensar suas práticas pedagógicas.
Conforme Tajra (2000, p.38) “o que se espera com a utilização do
computador na educação é a realização de aulas mais criativas, motivadoras,
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dinâmicas e que envolvam os alunos para novas descobertas e aprendizagem”.
Portanto, o papel do professor é dar sentido ao uso da tecnologia, produzir
conhecimento com base nas infinitas possibilidades que o mesmo propicia.
De acordo com Pais (2005, p.35) “de maneira implícita, na atual tendência
de formação de professores está a necessidade de valorizar a criação de dinâmicas
coletivas de trabalho no âmbito das próprias instituições escolares”. Com isso, deve-
se motivar os próprios professores a desafiar seus medos e proporcionar
experiências educacionais bastante diversificadas que não privilegiem apenas o
domínio do conteúdo, mas que haja uma aprendizagem significativa.
Com as novas mudanças pedagógicas, o professor necessitará de uma
formação bastante ampla e profunda. Não apenas dominar o hardware ou os
softwares, mas sim, ter domínio sobre o conteúdo e saber como o computador
poderá ajudá-lo a desenvolver conhecimento.
É preciso que o mesmo tenha o domínio de seus atos, pois uma palavra não
muito satisfatória poderá causar uma frustração aos seus alunos. A frase “Tá errado”
deve ser substituída por “Vamos tentar agora desta outra forma”, porque as mesmas
poderão gerar instabilidade e insegurança nos discentes. A frase “Você tem
certeza?”, deverá ser evitada e substituída por “Vamos ver o que irá acontecer
agora!” (JORGE FILHO, 2005).
Por isso é muito importante que os professores tenham acesso à introdução
a informática educacional em sua formação profissional, seja ela na graduação ou
em especializações, para que consigam acompanhar os avanços tecnológicos e
passar para seus alunos os conteúdos com mais facilidade e prazer (VALENTE,
2006, p.40). Planejar atividades educacionais com apoio dos computadores requer do professor tempo e maior capacidade de criação. O professor deve investigar e conhecer bem os propósitos dos softwares escolhidos e ficar atento ao momento adequado para a sua introdução. A aula deve ser dinâmica e os softwares utilizados devem estar relacionados com as atividades curriculares dos projetos e estimular a resolução de problemas (TAJRA, 2005, p.84).
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3 SOFTWARES EDUCACIONAIS
De acordo com Kloch (2005, p.234) softwares educacionais são softwares
de diversas distribuidoras desenvolvidos para diversas áreas do conhecimento. Ao
escolher um software educacional é importante levar em consideração se o mesmo
se adapta a realidade dos alunos que irão utilizá-lo. Apesar de alguns pesquisadores
não simpatizar com o uso desta tecnologia nas escolas, alegando que os mesmos
limitam a capacidade das crianças. O computador proporciona diversos
conhecimentos em momentos diferentes como: criações de diferentes desenhos,
com as mais variadas histórias, palavras, idéias, com atividades lúdicas3 e instrutivas
além de proporcionar muita emoção.
Atualmente existe uma infinidade de softwares educacionais, mas com
qualidade são poucos, pois geralmente o desenvolvedor conhece muito bem a parte
técnica, mas com conhecimentos escassos da área pedagógica. O interessante
seria unir os dois profissionais e juntos criarem estes softwares.
A utilização de softwares educacionais está ligada diretamente na
capacidade do professor conseguir relacionar a tecnologia a sua proposta
pedagógica e através dos softwares pode-se ensinar, aprender, estimular a
curiosidade ou simplesmente produzir trabalhos com qualidade (TAJRA, 2005, p.53).
Quando tivermos softwares educativos com características de um jogo de videogame, teremos softwares mais inteligentes e com maior aceitação por parte dos alunos. O jogo de videogame estimula o raciocínio, o desafio de novas fases, são dinâmicos e quanto mais jogamos, mais animados ficamos (TAJRA, 2005, p.54).
3.1 DEFINIÇÃO DE SOFTWARE LIVRE
O impulso inicial para a história do software livre foi dado em 1969 com o
surgimento do Unix, que teve como origem o sistema operacional Multics, projetado
na década de 1960 pelo Massachusets Institute of Technology (MIT), pela General
Eletric (GE) e pelos laboratórios Bell (Bell Labs) e American Telephone Telegraph
(AT&T), que tinha como principal objetivo a utilização de um sistema com vários
usuários compartilhando os recursos de um único computador. Mais tarde com o
afastamento do laboratório Bell Labs do projeto, Ken Thompson que era um de seus
pesquisadores, resolveu continuar os estudos com o objetivo de criar um sistema
3 Conforme dicionário Aurélio (1999) “Referente a, ou que tem o caráter de jogos, brinquedos e divertimentos”