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Internet das Coisas hoje Edmilson Orlando de Oliveira e.oliveira@ Internet das coisas do inglês internet of things - IoT consiste numa revolução tecnológica que tem como finalidade conectar os diversos equipamentos utilizados no dia a dia à rede mundial de computadores. Um exemplo de equipamento hoje vendido e já pensado sob a ótica da internet das coisas são as chamadas Smart TV, onde você consegue conectar sua TV a internet com uma extrema facilidade e interagir com este equipamento. Outro exemplo da internet das coisas que já está sendo amplamente utilizado é a pulseira Nike+ FuelBand SE que registra os movimentos em um aplicativo para smartphone que se conecta à pulseira por Bluetooth e que é capaz de dar avaliações sobre as atividades físicas, enviar lembretes e ideias de exercícios para os usuários. Além destes exemplos atualmente muitos equipamentos como geladeiras, óculos, elevadores e carros estão conectados à internet. Para se ter uma ideia segundo a pesquisa disponibilizada pela Gartner, Inc. (NYSE: IT) em 2016 temos mais de 6,4 bilhões de “coisas” conectadas e a projeção para o ano de 2020 e que teremos mais de 20 bilhões de coisas conectadas. Podemos dizer que internet das coisas surgiu em 1999 com o trabalho realizado pelo laboratório AUTO-ID Center (MIT) utilizando a tecnologia (RFID) e wireless sensor network, na qual a ideia inicial sempre foi criar um sistema global de registro de bens usando um sistema de numeração único chamado global eletronic product code. Já o termo “internet das coisas” foi utilizado pela primeira vez em 1999 por Kevin Ashton numa apresentação para executivos da Procter & Gamble quando ele falava da ideia de etiquetar eletronicamente os produtos da empresa, para facilitar a logística da cadeia de produção, através de identificadores de rádio frequência (RFID, em inglês). O RFID é a tecnologia surgida nos anos 70 pelo laboratório Nacional Los Alamos. Esta tecnologia surgiu inicialmente para substituir as etiquetas de código de barras, mas se mostrou uma tecnologia muito além disto pois oferece além da identificação do objeto sua localização e estado. Na prática o RFID utiliza ondas de rádio para enviar informações para leitores RFID que podem estar conectados à Internet. Assim, está tecnologia possibilita saber a localização de determinado objeto e informações sobre seu estado por exemplo ela é capaz de informar se a porta X está aberta ou fechada bem como informar outros status como temperatura e distância. Atualmente várias empresas estão sendo criadas com o intuito de automatizar equipamentos. Um equipamento muito utilizado para este tipo de automação é o micro controlador Atmel AVR Arduino este projeto livre surgiu em 2005 na cidade italiana de Ivrea para ser usado como uma ferramenta de baixo custo para projetos de computação de designers e estudantes de arte. Mas a ideia foi além e atualmente há várias empresas de peso que se utilizam deste micro controlador ou de outros

Internet das Coisas hoje

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Page 1: Internet das Coisas hoje

Internet das Coisas hoje

Edmilson Orlando de Oliveira

e.oliveira@

Internet das coisas do inglês internet of

things - IoT consiste numa revolução

tecnológica que tem como finalidade

conectar os diversos equipamentos

utilizados no dia a dia à rede mundial de

computadores.

Um exemplo de equipamento hoje vendido

e já pensado sob a ótica da internet das coisas

são as chamadas Smart TV, onde você

consegue conectar sua TV a internet com

uma extrema facilidade e interagir com este

equipamento. Outro exemplo da internet das

coisas que já está sendo amplamente

utilizado é a pulseira Nike+ FuelBand SE

que registra os movimentos em um

aplicativo para smartphone que se conecta à

pulseira por Bluetooth e

que é capaz de dar

avaliações sobre as

atividades físicas, enviar

lembretes e ideias de

exercícios para os

usuários. Além destes

exemplos atualmente

muitos equipamentos

como geladeiras, óculos,

elevadores e carros estão

conectados à internet.

Para se ter uma ideia segundo a pesquisa

disponibilizada pela Gartner, Inc. (NYSE:

IT) em 2016 temos mais de 6,4 bilhões de

“coisas” conectadas e a projeção para o ano

de 2020 e que teremos mais de 20 bilhões de

coisas conectadas.

Podemos dizer que internet das coisas surgiu

em 1999 com o trabalho realizado pelo

laboratório AUTO-ID Center (MIT)

utilizando a tecnologia (RFID) e wireless

sensor network, na qual a ideia inicial

sempre foi criar um sistema global de

registro de bens usando um sistema de

numeração único chamado global eletronic

product code.

Já o termo “internet das coisas” foi utilizado

pela primeira vez em 1999 por Kevin Ashton

numa apresentação para executivos da

Procter & Gamble quando ele falava da ideia

de etiquetar eletronicamente os produtos da

empresa, para facilitar a logística da cadeia

de produção, através de identificadores de

rádio frequência (RFID, em inglês).

O RFID é a tecnologia surgida nos anos 70

pelo laboratório Nacional Los Alamos. Esta

tecnologia surgiu inicialmente para

substituir as etiquetas de código de barras,

mas se mostrou uma tecnologia muito além

disto pois oferece além da identificação do

objeto sua localização e estado. Na prática o

RFID utiliza ondas de rádio para enviar

informações para leitores

RFID que podem estar

conectados à Internet.

Assim, está tecnologia

possibilita saber a

localização de

determinado objeto e

informações sobre seu

estado por exemplo ela é

capaz de informar se a

porta X está aberta ou

fechada bem como

informar outros status como temperatura e

distância.

Atualmente várias empresas estão sendo

criadas com o intuito de automatizar

equipamentos. Um equipamento muito

utilizado para este tipo de automação é o

micro controlador Atmel AVR Arduino este

projeto livre surgiu em 2005 na cidade

italiana de Ivrea para ser usado como uma

ferramenta de baixo custo para projetos de

computação de designers e estudantes de

arte. Mas a ideia foi além e atualmente há

várias empresas de peso que se utilizam

deste micro controlador ou de outros

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baseados neste, para realizar a automação de

residências, escritórios ou fabricas.

Com Arduino você consegue conectar vários

tipos de equipamento como placa de

infravermelho, RFID, wireless, sensor de

temperatura e presença e conectar tudo isto à

internet, para por exemplo saber qual a

temperatura interna da sua residência se a

algum movimento dentro da sua residência

ou até mesmo automatizar um alimentador

para seu animal de estimação onde

remotamente você conseguiria dar um

comando e este disponibilizar a comida para

o seu animal. Estes são só alguns dos

exemplos do que podemos fazer com a

“internet das coisas”, e devido a tecnologia

atual uma simples pessoa pode fazer parte

desta revolução ela não está mais restrita à

grandes empresas ou à grandes projetos.

A outra face da internet das coisas consiste

da sua vunerabilidade quanto à segurança. O

barateamento da tecnologia causa um

aumento de equipamentos conectados à

internet sem a devida preocupação com a

segurança seja porque o equipamento ficou

defasado sem as correções de segurança do

fabricante, ou seja, por uma falha de projeto

onde o item segurança não foi pensado e

implementado com a devida atenção. Pois

quando criamos a “Internet das coisas”

estamos conectando um equipamento a

internet que pode ser acessado e ficará

exposto a qualquer tipo de ataque. Sendo

essencial que a segurança seja mapeada e

pensada para preservar este ativo.

Um exemplo de falha de segurança recente

foi na boneca Barbie lançada pela Mattel,

que responde às perguntas das crianças. O

brinquedo grava a fala da criança, envia para

processamento em um servidor na nuvem e

retorna uma resposta. Há alguns meses eles

descobriram que hackers conseguiram

espionar as comunicações.

Pensando na proteção dos dados pessoais e

na privacidade algumas empresas estão

oferecendo um modelo chamado de “Privacy

by design” onde a privacidade é pensada e

assegurada ao usuário sem que ele tenha que

fazer configurações adicionais nos

equipamentos, ou seja ele, o equipamento, já

sai de fábrica com uma configuração

pensada na privacidade.

O relatório do FTC (Federal Trade

Comission, órgão regulador dos Estados

Unidos) de 2015 destaca a importância de se

pensar na segurança dos dispositivos desde

da concepção, além disso o relatório

aconselha que as empresas façam avaliações

dos riscos, alterar senhas padrão treinamento

de funcionários e criar várias camadas

(barreiras) de defesa pensando em

segurança, o relatório também lembra que

nenhuma medida é muito pequena quando se

trata de proteger a internet das coisas.

Um bom caso de falha de “Privacy by

Design” foi apontado pelo teste realizado

pelo laboratório da Rapid7 que analisou

várias marcas de babás eletrônicas

disponíveis no mercado. Muitas das babás

eletrônicas trazem câmeras para que os pais

vejam os bebês dormindo e possuem saída

de áudio para que os pais se comuniquem

com as crianças. O teste mostrou falhas de

segurança em praticamente todas as babás

eletrônicas. A falha mais grave foi a

transmissão de vídeos e dados para

servidores externos sem a devida

preocupação com a criptografia. Além disso,

muitos dos equipamentos vêm de fábrica

com senhas integradas como “1234” e

“admin” que são facilmente descobertas.

Temos que lembrar que um estudo realizado

pela Deloitte mostra que apenas 40% dos

dispositivos serão utilizados por usuários

domésticos e o restante será divido entre

empresas e governo isto demonstra que

quando falamos de internet das coisas

estamos falando de um cenário que mexe

com a sua vida como um todo seja na esfera

pública, empresarial ou governamental.

A Internet das coisas realmente veio para

ficar e a sua aplicação é quase infinita,

facilita e melhora nosso dia a dia, mas como

qualquer item em nossa vida temos que ter a

devida preocupação com a segurança.

Page 3: Internet das Coisas hoje

O futuro da internet das coisas é bem

promissor, há vários playres desenvolvendo

novos projetos sobre a internet das coisas.

Há o projeto da Nokia para saúde e bem-

estar onde a mesma anunciou recentemente

a compra da empresa de hardware finlandesa

Withngs que produz tecnologia voltada para

a área da saúde. Com a qual a Nokia espera

utilizar sua experiência em telefonia e redes

para ligar os produtos da Withngs a internet

e à aparelhos como relógios, rastreadores

termômetros digitais entre outros

dispositivos.

Outra iniciativa da própria Nokia é a parceria

firmada entre ela e a Oi para desenvolver

projetos e oportunidades baseadas na

tecnologia LTE-M (Comunicação máquina a

máquina.)

Praticamente todos os playres de peso do

mercado estão com projetos voltados para

internet das coisas dentre eles podemos

mencionar além da Nokia, o Google,

Miscrosoft, Aplle, HP, etc..

Como podemos ver ao longo deste artigo a

internet das coisas já é uma realidade em

nossa vida seja em casa ou no trabalho, nas

viagens, nas compras, pouco a pouco ela

vem ocupando a nossa rotina. Ainda há

alguns problemas a serem resolvidos

principalmente em relação a segurança,

privacidade e conectividade. Mas como

podemos ver também há vários playres

trabalhando para resolver estes problemas e

criar novas soluções para a Internet das

coisas.

Para saber mais acesse:

http://corporate.canaltech.com.br/materia/seguranca/internet-das-coisas-a-ameaca-de-

seguranca-que-esta-em-tudo-56835/

https://mitpress.mit.edu/books/internet-things

http://www.arduino.cc/

http://www.gartner.com/newsroom/id/3165317

http://www.espm.br/download/Anais_Comunicon_2014/gts/gt_seis/GT06_MASTROCOLA_

V.pdf

http://searchcio.techtarget.com/news/2240239198/FTC-sounds-the-alarm-on-IoT-privacy

https://www.rapid7.com/docs/Hacking-IoT-A-Case-Study-on-Baby-Monitor-Exposures-and-

Vulnerabilities.pdf

http://networks.nokia.com/file/34496/lte-m-optimizing-lte-for-the-internet-of-things

Sobre o autor: Edmilson Orlando de Oliveira é Analista de Sistemas com mais de 25 anos de

experiência na área de TI, estudante do 5 semestre do curso de Tecnologia Gestão de TI do

SENAC-SP.